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Módulo I Engenharia Elétrica 2013-2

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CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
MÓDULO I
Facilitadora: Ariele Chagas 
www.atualidadesdodireito.com.br/arielechagascruz/
 
VITÓRIA DA CONQUISTA, BA
2013.2
I. COMPREENDENDO O DIREITO
ASPECTOS GERAIS
Definições:
	 
Não há consenso sobre a definição de direito, mas se pode dizer que:
( DIREITO é uma ciência social aplicada fundamentalmente adstrita à finalidade de fazer JUSTIÇA, em busca de uma melhor qualidade das RELAÇÕES SOCIAIS.
Neste sentido, o Direito é o conjunto de normas (regras e princípios) que regulam a vida social.
Entende-se por regras as normas que disciplinam situações específicas, sendo aplicáveis a determinado caso ou não. Os princípios, por outro lado, são normas gerais, com múltiplas funções. Orientam, integram e conduzem a interpretação do ordenamento jurídico.
O termo “Direito” pode ser entendido ainda como uma prerrogativa, ou seja, um direito subjetivo (do sujeito), geralmente facultativo (disponível). Por exemplo: o direito de peticionar (pedir)
Por fim, a palavra Direito, do latim directum, significa aquilo que é reto. É a ciência do dever ser. 
1.2 Justiça e Relações Sociais
JUSTIÇA para os romanos era tida como “constante e perpétua vontade de dar a cada um o que é seu”, considera tratamento igual aos iguais e tratamento desigual aos desiguais na medida de suas diferenças. Foi profundamente marcado pelo ensinamento cristão da caridade e amor ao próximo nas civilizações ocidentais.
RELAÇÕES SOCIAIS encontra-se na definição de direito ciência pois é requisito para a existência do mesmo. Sem relações sociais não há que se falar em direito. O direito pertence à vida social pois tudo o que há na sociedade é suscetível de revestir a forma da normatividade jurídica. 
2. CLASSIFICAÇÕES
O Direito é Uno (único), mas para efeitos de estudos, bem como em razão de peculiaridades e praticidade operacional, as normas são agrupadas em ramos.
Há 3 classificações importantes: 
 a) Direito positivo e direito natural
 b) Direito objetivo e direito subjetivo
 c) Direito público e direito privado
Direito Positivo e Direito Natural
Direito positivo: é o direito escrito, em vigor em determinado lugar e época. Chamado de ordenamento jurídico.
A escola positivista afirma que o direito escrito e aprovado por leis e afins deve ser seguido cegamente, através de uma Justiça que não enxerga peculiaridades pessoais.
Direito natural: é o direito ideal (de idéias, abstrato). Presente na mente da sociedade de forma natural, como uma justiça superior e abstrata.
Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, dentre outros, defendiam o jus naturalismo. Ou seja, afirmavam que ao lado do direito positivo (leis e afins) existia um direito ideal, perfeito e eterno. 
Diferença básica entre direito positivo e natural, ex. Divida prescrita:
Direito positivo: não deve ser paga
Direito natural: deve ser paga
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
Direito objetivo é o próprio ordenamento jurídico. Conjunto de normas escritas, impostas pelo Estado através de leis.
Direito subjetivo é, como dito, a prerrogativa. Faculdade individual de invocar a proteção de direto seu, surgido por conta do direito objetivo.
Ambos são aspectos da mesma realidade. O direito subjetivo seria a expressão da vontade individual e direito objetivo é a expressão da vontade geral.
Direito Público e Direito Privado
Direito Público é o conjunto de normas e regras que regem as relações nas quais o Estado é parte com Estado;
Direito Privado é o conjunto de normas que rege as relações entre os particulares.
Direitos Públicos:
- Direito Constitucional é o ramo do direito público que rege o próprio Estado, enquanto povo, território e enquanto poder. É, por isso, fundamental à organização e ao funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários deste e ao estabelecimento das bases da estrutura política.
- Direito Administrativo é o ramo do direito público que regula a Administração Pública, ou seja, a atividade, órgãos, agentes e pessoas jurídicas do Estado.
- Direito Eleitoral é o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular.
- Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas mediante as quais o Estado proíbe determinadas ações ou omissões, sob a ameaça de sanção penal.
- Direito Tributário refere-se à parte da receita que diz respeito ao fenômeno jurídico da relação entre o tesouro público (fisco) e o contribuinte.
- Direito Ambiental consiste em regras jurídicas que consagram o direito a um meio ambiente saudável, equilibrado e íntegro.
- Direito Processual é o conjunto de normas e princípios sobre o processo, a organização dos tribunais e juízes que nele atuam e seus respectivos auxiliares. Cuida das relações dos sujeitos processuais (autor, réu, juiz etc.), da posição de cada um deles no processo e da forma de se proceder aos atos deste.
Direitos privados:
- Direito Civil é o ramo do direito destinado a reger as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou seja, enquanto membros da sociedade.
- Direito Trabalhista é o conjunto de normas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho. 
- Direito Empresarial é o conjunto de regras jurídicas que regulam as atividades das empresas e dos empresários comerciais, bem como os atos considerados comerciais, mesmo que não se relacionem com as atividades das empresas. 
Cumpre salientar que toda esta classificação é para a operacionalização do Direito, afinal, ele é uno e indivisível em seu âmago.
II. E COMO NASCE O DIREITO?
1. FONTES
 	São fontes formais do direito as Leis, a analogia, os costumes, e os princípios gerais de direito, a jurisprudência e a doutrina, conforme o art. 4º da Lei Introd. ao Código Civil. 
Art. 4º Quando a Lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito"..
 Não formais são a doutrina e a jurisprudência, utilizadas mais propriamente pela hermenêutica, como critérios de interpretação.
1.1. Fontes formais
A. Lei 
 	É considerada a fonte principal, as demais fontes são acessórias. É assim considerada pois permite uma maior certeza nas relações jurídicas, justamente por ser escrita. 
A.I Dentre as suas características, destacam-se:
a) Generalidade: dirige-se a todos os cidadãos indistintamente através de um comando abstrato.
b)Imperatividade: via de regra impõe um dever, uma conduta.
c)Autorizamento: ao passo que impõe um deve para uns, credita um autorizamento para que eventual lesado pela violação exija o cumprimento dela ou a reparação pelo mal causado. Permite, portanto, que se coaja, ou seja, promova uma coação.
d) Permanência: a lei deve perdurar até ser revogada, não obstante, algumas leis serem temporárias.
e) Emanação por autoridade competente: as competências para fazer leis estão previstas na Constituição Federal. Cada ente pode legislar em uma área e sobre determinados assuntos que lhes foram destinados (títulos II e III da CF/1988). 
( O legislador, contudo, não é capaz de prever todas as situações passíveis de normalização, de modo que não consegue legislar sobre tudo. Como o juiz tem a obrigação de proferir decisão mesmo quando a lei é omissa, é lícito que se utilize da ANALOGIA, COSTUMES e PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO, como bases para suas sentenças. Consegue-se assim, suprir as lacunas legais, integrando todo o Direito.
B. Analogia: 
Quando o direito moderno civil se omitir sobre determinada situação, o juiz se valerá de outras normas que se apliquem a situações similares para dizer o direito, analogamente. Costumes e princípios gerais só poderão ser utilizados caso seja impossível aplicar a analogia.Segundo o direito romano, em situações semelhantes deve-se aplicar a mesma regra de direito. Ex. A Lei n. 2.681 de 1912, destinada a regulamentar a responsabilidade das companhias de estradas de ferro por danos causados a passageiros e bagagens, é aplicada, por analogia, a todas as espécies de transportes terrestres, à falta de legislação específica.
C. Costumes: 
Na falta de outras normas, portanto sem situações análogas, o juiz buscará decidir o direito conforme os costumes da região. Costume é aquele comportamento praticado reiteradamente, que acaba assumindo força de lei.
D. Princípios Gerais de Direito:
Toda ciência é formada por princípios, pilares. Os princípios Universais são comuns a todas as ciências (exemplos: Princípio do Movimento, Princípio do Equilíbrio). Os princípios gerais do direito são comuns a todos os seus ramos, ex. Princípio da não-aceitação da própria torpeza para escusa da lei. São regras naturais presentes na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. Têm caráter genérico. Alguns princípios já foram formalizados no direito, tal como “ninguém pode lesar outrem” art. 186, CC. A maioria, contudo, não, ex.: “a boa fé se presume”, “ninguém pode transferir mais direitos do que tem”, “deve-se favorecer mais o que busca evitar um dano do que aquele que busca realizar um ganho”, etc.
1.2 Fontes materiais
A. Jurisprudência
A jurisprudência é o modo pelo qual os tribunais interpretam e aplicam as leis. É a decisão continuada dos tribunais sobre uma determinada matéria jurídica. 
B. Doutrina
	Consiste na opinião dos juristas (jurisconsultos) acerca de determinado assunto. Influenciam, sobretudo quando fundamentam petições ou sentenças.
C. Equidade
Ocorre quando a lei expressamente autoriza o juiz a formular soluções para conceitos vagos ou dá-lhe diversas alternativas para escolher aquele que melhor aprouver ao caso. Ex. art. 1.586 do CC que trata do bem do menor.
III. SUJEITOS DE DIREITO – Parte I “Pessoa Física”
        O Direito Civil é o direito comum a todas as pessoas pois disciplina o modo de ser e agir. Não faz quaisquer referências as condições sociais ou culturais. Rege todas as relações das pessoas, das mais simples às mais complexas. Para cumprir uma missão tão grandiosa divide-se em duas partes: Geral e Especial. A parte geral divide-se em três livros: Pessoas, Bens e Fatos. A parte especial divide-se em 5 livros: Obrigações, Direito de Empresa, Direito das Coisas, Família e Sucessões. 
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1. Pessoa Natural
 
1.1 Definição
 
    Pessoa é o ente físico ou moral, suscetível de direito e deveres. Pode ser física, também chamada de natural, ou jurídica, também chamada de moral ou coletiva.
     Pessoa natural é todo ser humano, sendo ele dotado de personalidade que lhe confere capacidade de direitos e deveres na ordem civil. Nem sempre foi assim.  A história nos mostra que em alguns períodos, em determinadas localidades, escravos e até estrangeiros, não eram considerados sujeitos de direito. Isso, atualmente, é repudiado.
      É importante salientar que direito é a relação que se estabelece entre pessoas, humanas ou jurídicas.
 
1.2 Início da Personalidade e Nascituro
 
     O nascituro é o bebê que ainda se encontra na barriga da mãe. Ele é um ente já concebido mas só tem expectativa de direito, ou seja, não tem direitos. Terá direitos se nascer com vida e ganhar, com isso, uma personalidade jurídica.
      O fato de o nascituro ter uma proteção legal, tanto civil como penal, não significa que ele tenha direitos nem mesmo uma personalidade. Trata-se, repito, de mera expectativa.
      O ponto de partida da personalidade é, sem dúvida, o nascimento. Ainda que faleça segundos após o nascimento, houve, com o parto, o nascimento de uma pessoa e isso terá grande relevância jurídica. Se nasce morto, juridicamente, ninguém nasceu.
1.3 Capacidade
 
     Capacidade é a aptidão para adquirir direitos e exercer, por si ou por outrem, atos da vida civil. A Capacidade surge juntamente com a personalidade, ou seja, surge no nascimento com vida. Também chamada de medida da personalidade
     Duas são as espécies de capacidade: a de gozo (ou de direito) e a de exercício (ou de fato).
     A capacidade de gozo ou de direito, doravante chamada de capacidade de direito é inerente ao ente humano - toda pessoa tem essa capacidade. Observe que, assim, todas as pessoas têm direito de gozar de direitos.
     A capacidade de fato é a aptidão para exercitar direitos, é a faculdade de fazer valer. Algumas pessoas são incapazes de fato. Não podem exercer pessoalmente os atos da vida civil. 
 	Quem tem as duas espécies de capacidade, tem capacidade plena. Quem só tem a de direito, tem capacidade limitada e necessita de outra pessoa que substitua ou complete a sua vontade. São por isso chamados de incapazes.
1.3.1 Incapacidade
	Incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Pode ser Absoluta ou Relativa. 
 		( Incapacidade absoluta: acarreta a proibição total do exercício dos atos da vida civil. O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do incapaz, sob pena de nulidade. São absolutamente incapazes:
 I. Menores de 16 anos
 II. Privados do necessário discernimento
III. Aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade.
 		( Incapacidade relativa: permite que incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido, sob pena de anulabilidade. São relativamente incapazes:
Maiores de 16 e menores de 18
Ébrios habituais, toxicômanos e deficiente mentais de discernimento reduzido
Excepcionais sem desenvolvimento completo
Pródigos
 	A incapacidade cessa quando desaparece a sua causa. No caso da menoridade, cessará pela maioridade ou emancipação voluntária, judicial ou legal.
     A capacidade dos silvícolas (índios) é regulada por legislação especial, e não o Código Civil, como todas as demais pessoas.
1.3.2 Emancipação
 
     A emancipação faz cessar a incapacidade para os menores. Ela pode se dar por:
*Concessão dos pais mediante instrumento público (emancipação voluntária) ou por sentença do juiz, se o menor tiver mais de 16 anos (emancipação judicial); 
 Ou por emancipações legais:
* Pelo casamento; 
* Pelo exercício do emprego público efetivo;
* Pela colação de grau em curso superior;
* Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela relação de emprego, desde que em função dele o menor tenha economia própria.
 
      A emancipação é irrelevante para a órbita penal.
 
1.4 Individualização da Pessoa Natural
 
 	A pessoa natural individualiza-se pelo nome, estado e domicílio.
1.4.1 Nome
      Trata-se de um atributo da pessoa natural pelo qual se identifica no seio da família e da sociedade. Serve para individualizá-la durante a vida e após a morte.  Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome.
       O nome individual é chamado de prenome ou nome próprio. Pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha a pessoa ao ridículo. 
 O nome de família costuma ser indicado por várias designações, como sobrenome, patronímico, cognome, apelido de família, etc. Alguma pessoas têm agnome que distingue pessoas de uma mesma família (Junior, Neto, Filho). 
       Em princípio o nome não pode ser modificado mas em casos excepcionais e justificados a lei permite. Pode ocorrer: em casos de erro evidente; nomes exóticos ou ridículos; para inclusão de apelido público notório ou prenome de uso; necessidade de proteger testemunhas de crimes; homonímia; tradução de nome estrangeiro; adoção, reconhecimento de filho; casamento; e dissolução da sociedade conjugal. 
     O nome da pessoa não pode ser empregado em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público. Não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial sem a devida autorização. Observe que o pseudônimo adotado para atividades lícitas (inclui-se: Xuxa, a proibida do funk, Simone, Zezé de Camargo etc e exclui-se: Marcola, Elias Maluco etc) gozada proteção que se dá ao nome.
1.4.2. Estado
	Estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade. É individual quando diz respeito às qualidades físicas da pessoa (idade, sexo, cor, altura), familiar quando indica a sua situação na família em relação ao matrimônio (estado civil) e parentesco e é político quando trata da posição do indivíduo na sociedade política (nacional ou estrangeiro).
 	O estado da pessoa é indivisível, ou seja, ninguém é simultaneamente casado e solteiro, menor e maior; indisponível, ou seja, ninguém pode vender dar ou renunciar do seu estado; imprescritível.
( Quando na prática dos atos civis, as pessoas devem exibir a sua qualificação, geralmente da seguinte forma: nome completo, profissão maioridade nºs do CPF e RG com indicação do órgão de emissão (estado individual), nacionalidade (estado político), casado/solteiro/divorciado/viúvo (estado civil), e, finalmente o seu domicílio.
1.4.3. Domicílio
 	Domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito. É onde pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos, onde responde por suas obrigações. 
	Não se confunde com residência, que é o local onde a pessoa ocupa esporádica ou momentaneamente. De modo que uma pessoa pode ter um só domicílio e várias residências. Mas para ter mais de um domicílio, deve ter diversas residências onde alternadamente viva, ou então, se a
pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada uma constituirá domicílio para as relações que lhes corresponderem.
Espécies de domicílios:
a) Voluntário ( geral: fixado livremente pela pessoa
	 ( especial: fixado com base no contrato
b) Necessário (legal): determinado pela lei em razão da condição ou situação de certas pessoas. Ex. O domicílio do recém-nascido é o de seus pais; o do servidor público onde exerce as suas funções; o militar em serviço, onde serve; o marítimo, o local onde o navio estiver matriculado; o preso, onde cumpre a sentença. 
 
1.5 Direitos da Personalidade
 
    Os direitos da personalidade são direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física, intelectual e moral. São intransmissíveis  e irrenunciáveis. Isso significa que ninguém pode se matar ou se mutilar (exceto para transplantes legais). Pode doar o corpo para fins científicos, mas só depois de morto. As cirurgias ou tratamentos médicos de todo tipo só podem ser feitos com a autorização da pessoa. A imagem é protegida em todos os âmbitos.
    Finalmente, é fundamental esclarecer que a vida privada da pessoa é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma.  Isso significa que ninguém pode "se meter" na vida de uma outra pessoa se não for o seu dependente (tutelado, curatelado, filho menor, etc), não pode-se, sequer fofocar sobra a vida dos outros, sob pena de difamação, ainda que a  "fofoca" seja verdadeira.
1.6. Ausência
	Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens. A situação dos ausentes passa por 3 fases: 
a) fase da curadoria, uma pessoa é designada para proteger-lhe o patrimônio durante um ano, devem ser publicados editais de dois em dois meses, convocando o ausente a aparecer, caso não apareça, se iniciam as fases de sucessão dos bens aos seus herdeiros, primeiro de forma provisória e depois de 10 anos sem notícias do ausente (5 anos se o ausente contar mais de 80 anos de idade) ou, a certeza da morte, a sucessão definitiva; b) fase da sucessão provisória; c) fase da sucessão definitiva.
1.7  Término da Existência da Pessoa Natural
 
     A existência termina  com a morte. Há 4 tipos de morte:
Morte real – fim da atividade cerebral;
Morte simultânea ou comoriência – 2 ou mais pessoas morrem juntas sem se conseguir precisar quem morreu primeiro;
Morte presumida - pode ser declarada, sem a decretação da ausência, nos seguintes casos:
* Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo;
* Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
d) Morte civil – existente no direito romano, especialmente para os que perdiam a liberdade (escravos). Há um resquício dela no art. 1816 do CC, que trata do herdeiro afastado da herança por indignidade. Tal herdeiro é tratado como morto fosse antes da abertura da sucessão.
IV. SUJEITOS DE DIREITO – Parte II “Pessoa Jurídica”
1. PESSOA JURÍDICA
1.1 Definição ( são entidades em que a Lei empresta personalidade, dando-lhes capacidade para serem sujeitos de direitos e obrigações. Não possuem realidade física. 
Pessoa Jurídica de Direito Público	
Ex.: União; Estados; Municípios; Distrito Federal; autarquias; fundações públicas.
Pessoa Jurídica de Direito Privado
Segundo o art. 44 do Código Civil são: as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. Estas pessoas jurídicas são de direito privado sobretudo por serem instituídas por iniciativa de particulares.
 		Contudo, há pessoas jurídicas há pessoas jurídicas de direito público criadas pelo Estado. Assim, as pessoas jurídicas de direito privado dividem-se em duas categorias: de um lado, as estatais, quais sejam as sociedades de economia mista e as empresas públicas; de outro, as particulares, supra citadas.
1. 2 Requisitos para a constituição da Pessoa Jurídica
Vontade humana - “affectio” - se materializa no ATO DE CONSTITUIÇÃO que se denomina Estatuto no caso das associações; Contrato Social para as sociedades simples e empresárias; e Escritura Pública ou Testamento para as fundações. Neste último caso, tanto a escritura, quanto o testamento devem resultar em um estatuto, que regerá a fundação. 
Essa vontade deve ser materializada com o Registro - o ato constitutivo deve ser levado a Registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de Direito Privado. Antes do Registro, não passará de mera “sociedade de fato”. O registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na junta comercial. Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito privado são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas 
Observância das condições legais - algumas pessoas jurídicas precisam de AUTORIZAÇÃO DO GOVERNO para existir. Ex.: seguradoras, factoring, financeiras, bancos, administradoras de consórcio, etc.
Liceidade dos objetivos – Neste sentido, objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa de extinção da pessoa jurídica.
Classificação da Pessoa Jurídica (
1. Quanto à função ou órbita de sua atuação: podem ser de direito público ou privado 	
Direito Público – 
 Externo: são os Estados estrangeiros e todas as pessoas regidas pelo direito internacional público. Ex. Alemanha, Itália, ONU, UNESCO, etc. 
 Interno: são os entes da administração direta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e administração indireta: autarquias e fundações públicas). A criação deste último tipo de pessoa de direito público interno decorrem de lei;
Direito Privado – 
São tanto as corporações (associações e sociedades simples e empresárias) quanto as fundações privadas.
Quanto à estrutura interna: podem ser corporações e Fundações
a. Corporações (universitas personarum) - Conjunto ou reunião de pessoas. 
I. Visam à realização de FINS INTERNOS, estabelecidos pelos sócios. 
II. Os objetivos são voltados para o bem de seus membros.
III. Existe Patrimônio como elemento secundário, consistindo em um meio para a realização de um fim. 
Podem ser:
Associações – são a união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. Não há distribuição de lucros e sim fins meramente culturais, desportivos, recreativos, dentre outros. (Ex.: Associação atlética Banco do Brasil, associações de bairro, etc.)
SociedadesSimples – antigamente denominadas civis, têm fins econômicos e visam ao lucro e a sua distribuição entre os sócios. Predomina a atividade intelectual, contudo, podem, eventualmente, praticar atos de comércio. Ex.: escritórios contábeis, escritórios de engenharia e advocacia, etc.
Sociedades Empresárias – são aquelas pessoas jurídicas que exploram empresariamente o próprio objeto social ou a forma de sociedade por ações�. Por “empresariamente” entenda-se o exercício profissional, ou seja, habitual, de uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços�. Ex.: Ambev, Sadia S.A, Jet Chicken, o restaurante Il gourmet etc.
Organizações religiosas – são as instituições com fins religiosos, em especial templos. Ex.: igrejas, centros espíritas, mesquitas, sinagogas, etc. 
Os partidos políticos – são união organizada de pessoas em pleno gozo dos direitos políticos, que comunguem entre si opiniões ideológicas e cujos fins são a disputa do poder político.
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – são aquelas constituídas por uma única pessoa (física ou jurídica) titular da totalidade do capital social integralizado. Este tipo empresarial pode adotar firma ou denominação social. É obrigatório que acresça à frente de seu nome a expressão EIRELI. A empresa individual de responsabilidade limitada poderá optar por se enquadrar como microempresa ou empresa de pequeno porte, de acordo com os requisitos legais.� 
Fundações (universitas bonorum) 
Fundação consiste em um patrimônio destinado à execução de determinados fins não econômicos. Os fins a que visam tais entidades devem ser necessariamente de natureza altruística, de natureza cultural, científica, artística e literária, ou de natureza filantrópica. Neste sentido:
I. recebe personalidade para a realização de FINS PRÉ-DETERMINADOS;
II. têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor;
III. o Patrimônio é o elemento essencial;
IV. Não permitem repasse de lucro. 
V. São sempre simples. 
Sua formação passa por 4 fases:
Dotação ou instituição - é a reserva de bens livres, com a indicação dos fins a que se destinam. Faz-se por escritura pública, em ato inter vivos, ou testamento, causa mortis. Em ambos os casos é imprescindível a intervenção do Ministério Público
Elaboração dos Estatutos – Pode ser direta ou própria (feita pelo próprio instituidor) ou fiduciária (feita por pessoa por ele designado). Caso não haja a elaboração do estatuto, o Ministério Público deverá tomar a iniciativa de fazê-lo.
Aprovação dos Estatutos - os estatutos são encaminhados ao Ministério Público, para aprovação. O objetivo deve ser lícito e os bens suficientes. 
Registro - Feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Só com ele começa a existência legal da Fundação.
Observe que não há titulares, sócios e associados.
Extinção das Fundações: ocorre no caso do objeto tornar-se ilícito, tornando-a nociva. Ocorre ainda nos casos de 
No caso de se tornarem nocivas (objetivo ilícito);
caso se torne impossível sua manutenção;
se vencer o prazo de sua existência;
Uma vez extinta uma fundação, o destino do seu patrimônio será o previsto nos estatutos. Caso os estatutos forem omissos, destinar-se-ão a outras fundações de fins semelhantes.
1.4 Sociedades de economia mista e empresas públicas     
 
     A empresa pública tem capital exclusivamente estatal ao passo que as sociedades de economia mista têm capital misto: privado e estatal.  As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado sempre apesar de a maioria dos votos necessariamente pertencer ao Estado. Essas sociedades não estão sujeitas  à falência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis.
    As empresas públicas e sociedades de economia mista são entes da Administração Pública indireta e devem obedecer aos princípios da supremacia do interesse público sobre o privado  e da indisponibilidade dos interesses públicos. Submetem-se ainda, ao princípio do concurso público.
Aula 5: BENS JURÍDICOS
1. Conceito:
 Coisa é tudo o que existe fora do homem. Ex.: o ar, a terra, a água, uma jóia. 
 
Bens ( são coisas economicamente valoráveis, qualquer coisa que sirva para satisfazer uma necessidade do indivíduo ou da comunidade, tanto material como espiritual. BENS são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Toda relação jurídica entre dois sujeitos tem por objeto um bem sobre o qual recaem direitos e obrigações.
Segundo Gonçalves (2008), portanto, bens são coisas materiais ou concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação. O conjunto destes bens é chamado de patrimônio.
2. Classificação dos Bens 
A classificação dos bens é feita cientificamente, afinal, a definição de um bem como de determinada categoria implica, naturalmente, na aplicação de regras próprias daquele tipo de bem. Cada categoria de bens tem as suas regras próprias de acordo com suas especificidades.
Os bens podem ser classificados considerando-os em si mesmos (isoladamente), reciprocamente, quanto ao titular do domínio e quanto à possibilidade de serem comercializados. 
2.1 BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS
Os bens considerados em si mesmos, por sua vez, classificam-se em: imóveis ou móveis, divisíveis ou indivisíveis, fungíveis ou infungíveis, consumíveis ou inconsumíveis, singulares ou coletivos.
2.1.1. BENS IMÓVEIS E IMÓVEIS
É a mais importante classificação. Segundo Gonçalves (2008) os principais efeitos são: os bens móveis são adquiridos por mera tradição (entrega da coisa) ao passo que imóveis dependem de escritura pública e registro no cartório de Registro de Imóveis; para alienação (venda, doação etc.) os imóveis precisão da outorga uxória (autorização do cônjuge); a usucapião de bens imóveis exige prazo maiores; o direito real de garantia de bem imóvel é a hipoteca ao passo que os móveis sofrem penhor; além dos impostos a que cada tipo de bem está sujeito. 
Imóveis –	tudo aquilo que estiver incorporado ao solo, no sentido amplo. Via de regra, não podem ser removidos de um lugar para outro sem destruição. Podem ser objeto de Hipoteca
1. por natureza - somente o solo e sua superfície, mais adjacências (espaço aéreo, subsolo);
2. por acessão natural - árvores e frutos pendentes, acessórios e adjacências naturais. As árvores destinadas ao corte são chamadas de móveis por antecipação e não integram esta categoria.
por acessão artificial - tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição. Enfim, são as construções e plantações. Exs.: sementes plantadas, construções. Os materiais provisoriamente separados de um prédio, não perdem o caráter de imóveis.
por disposição legal - direitos reais sobre imóveis. Ex.: direito de propriedade, de usufruto, o uso, a habitação, a servidão; penhor agrícola, direito à sucessão aberta (ainda que a herança seja formada exclusivamente de bens móveis). 
Móveis –	Segundo o art. 82 do CC, são considerados móveis os “bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou destinação econômica-social”. Podem ser objeto de Penhor.
1. por natureza – são os bens suscetíveis de movimento próprio (semoventes) ou por força alheia. Ex.: uma cadeira, um boi, um carro, um livro, etc. O Navio e o Avião são bens móveis sui generis, de natureza especial, sendo tratados, em vários aspectos, como se fossem imóveis, necessitando de registro e admitindo hipoteca. Ambos têm nacionalidade.
2. por disposição legal - direitos reais sobre bens móveis (propriedade, usufruto); direitos de obrigação e as ações respectivas; os direitos do autor; e a energia.
3. por antecipação – categoria descrita apenas pela doutrina, são bens incorporados ao solo com a intenção de separa-los e, oportunamente, convertê-los em móveis.
Relembrando (
* Os bens móveis se adquirem pela tradição; os bens imóveis se adquirem pela transcrição da escritura públicano Cartório de Registro de Imóveis;
* Outorga uxória - os bens imóveis para serem alienados, por pessoa casada, necessitam do consentimento do cônjuge; os móveis não.
B
Usucapião em imóveis ( de boa fé (10 e 15 anos); sem boa fé (20 anos);
Usucapião em móveis ( de boa fé (3 anos); sem boa fé (5 anos)
2.1.1. FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS
Fungíveis - 	são os bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex.: arroz, feijão, papel, dinheiro, etc.
Infungíveis -	são os bens que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex.: os imóveis, um carro, uma jóia, livro de edição esgotada, etc.
 A fungibilidade resulta não só da natureza do bem mas também da vontade das parte. V.g. uma moeda, a depender da vontade das partes pode ser fungível ou especial ao ponto de ser considerada infungível.
A importância prática da classificação, reside principalmente na caracterização do contrato a ser usado na alienação do bem. Posto que:
 
Mútuo – empréstimo gratuito de coisas fungíveis;
Comodato - empréstimo gratuito de coisas infungíveis;
Aluguel - empréstimo oneroso de bens infungíveis;
2.1.3. CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS
Consumíveis - 	bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria coisa. Admite apenas uma utilização. Ex.: alimentos, tinta de parede, etc.
Inconsumíveis - são os que proporcionam reiterados usos. Ex.: vestido, sapato, etc.
De acordo com o código civil os bens podem ser consumíveis de fato (os naturalmente consumíveis, tais quais os exemplos acima expostos) e os de direito, que são os destinados à alienação (ex. dinheiro).
2.1.4. DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Divisíveis -	são os que podem ser partidos em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Ex.: papel, quantidades de arroz, etc.
Indivisíveis -	são os bens que não podem ser partidos em porções, (por determinação legal ou vontade das partes) pois deixariam de formar um todo perfeito. Ex.: uma jóia, um anel, uma régua, etc.
O critério de divisibilidade do novo CC é desvalorização econômica considerável. Ou seja, se o bem será muito desvalorizado com a divisão, é indivisível. Este critério é muito importância para bens deixados para herdeiros.
As coisas podem ser indivisíveis por sua natureza (ex. cavalo), por determinação legal (servidões e hipotecas) ou por vontade das partes (convencional por no máximo 5 anos passível de igual prorrogação).
2.1.5. SINGULARES E COLETIVOS
Singulares -	são todas as coisas que embora reunidas, se consideram independentes das demais. São considerados em sua individualidade. Ex.: um cavalo, uma casa, etc
Coletivos -	são as coisas que se encerram agregadas em um todo. Ex. Biblioteca, massa falida, espólio, fundo de comércio, etc. Nas coisas coletivas, em desaparecendo todos os indivíduos, menos um – fica extinta a coletividade.
2.2 BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Os bens reciprocamente considerados dividem-se em principais e acessórios:
Principais -	são os que existem por si só, têm existência própria. Ex.: o solo, um crédito, uma jóia, etc.
Acessórios -	são as coisas cuja existência pressupõe a de um bem principal. Ex.: uma árvore (porque a sua existência supõe a do solo), um prédio, os juros, a cláusula penal, os frutos, etc.
Regras: 	O bem acessório segue o principal. Quem for proprietário do principal, será também do acessório. A natureza do acessório é a mesma do principal (se o solo é imóvel a árvore também será).
( São bens acessórios:
As benfeitorias – melhoramentos executados em um bem qualquer;
necessárias - as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. Ex.: restauração de telhado, de assoalhos, de alicerces.
úteis - são as que aumentam ou melhoram o uso da coisa. Ex.: garagem
voluptuárias – são as de mero embelezamento. Ex.: uma pintura artística, uma piscina, etc.
os produtos – são utilidades que se extraem da coisa e diminui-lhe a quantidade porque não se reproduzem periodicamente. Ex.: pedras de uma pedreira, minerais de uma jazida, etc. 
os frutos - distinguem-se dos produtos pois a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte. Podem ser:
Naturais – se desenvolvem em virtude da força orgânica da natureza: Exs.: fruto de uma árvore, nascimento de um animal;
Industriais – intervenção direta do homem. Ex. produto manufaturado;
Civis - rendimentos produzidos pela coisa principal em virtude da utilização por outrem que não o proprietário. Ex.: juros, aluguel.
BENS QUANTO AO TITULAR DO DOMÍNIO
Públicos -	são os que pertencem a uma entidade de direito público. Exs.: bens pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios. Classificam-se em:
de uso comum do povo - os rios, os mares, ruas, praças, estradas, etc.
de uso especial - são os bens públicos (edifícios, terrenos) destinados ao serviço público. Exs: prédio da Secretaria da Fazenda.
Dominicais – são os que constituem o patrimônio da União, Estado e Municípios, sem uma destinação especial. Exs.: terras devolutas, terrenos da marinha, etc.
Observações:
os bens públicos são inalienáveis, com exceção dos dominicais (necessitam de autorização legislativa);
todos os bens públicos são IMPENHORÁVEIS e não podem ser HIPOTECADOS; nem podem ser objeto de USUCAPIÃO;
o uso dos bens públicos de uso comum do povo pode ser gratuito ou oneroso.
Particulares - 	são os bens que pertencem às pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado. Exs.: um imóvel particular, um automóvel, etc.
Ex.: O manuscrito de uma obra literária rara, exposto à venda em uma livraria, é classificado como bem: móvel, infungível e juridicamente consumível. 
Res Nullius ( 	são as coisas de ninguém, são as coisas sem dono. Exs.: pérolas no fundo do mar, coisas abandonadas, animais selvagens, peixes do mar, etc.
2.4. BENS QUANTO À POSSIBILIDADE DE SEREM OU NÃO COMERCIALIZADOS
Coisas Fora do Comércio ( coisas que não podem ser objeto de alienação e oneração. 
As insuscetíveis de apropriação - Exs.: o ar, a luz solar, as águas do alto mar, etc.
As legalmente inalienáveis - o bem de família; os bens gravados com cláusula de inalienabilidade; os bens das fundações; os bens públicos de uso comum e uso especial; os valores e direitos da personalidade. 
Obs.: Ar ou água do mar que puderem ser captados, em pequenas porções, podem ser comercializados porque houve a apropriação.
AULA 6. DINÂMICA AVALIATIVA
AULA 7. ATOS ILÍCITOS: RESPONSABILIDADE E SANÇÃO NO DIREITO
1. DEFINIÇÃO 
Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem. Também comete ato ilícito quem pratica abuso de direito.
2. RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL
As regras ou normas jurídicas estão intimamente ligadas à idéia de sanção. Com efeito, não adiantaria nada o estabelecimento de regras que, caso descumpridas, não acarretassem a estipulação de nenhuma penalidade.
A sanção jurídica é aplicada pelo Estado (povo, território e governo, lembram-se?), tendo em vista que, de regra é proibida a “justiça pelas próprias mãos”.
Do ponto de vista lógico a norma jurídica pode estipular os seguintes tipos de comportamento:
a) proibidos;
b) obrigatórios;
c) permitidos.
Comportamentos estipulados pela norma jurídica como proibidos poderão ser sancionados em caso de realização desse comportamento. Por exemplo, a norma jurídica proíbe que se difame alguém, se um infeliz começa a falar mal do outro pode sofrer as conseqüências devidas, ou seja, sanções.
O mesmo ocorre com os comportamentos ditos obrigatórios. Aquele que não realiza-los e estiver obrigado a tanto pela norma jurídica poderá, igualmente, ser penalizado. É o caso, por exemplo, do pai que abandona o filho sem alimenta-lo, visto que há uma norma jurídica que obriga os pais a sustentarem seus filhos menores.
Os comportamentos permitidos se dividem em :
Simplesmente permitidos: são aqueles comportamentos dos quais não se ocupou a norma jurídica, seja proibindo, seja obrigando.É o caso do vizinho que deixa de dar “bom dia”.
Finalmente permitidos: são comportamentos que eram proibidos e se tornaram permitidos. É o caso do divórcio.
A sanção, embora aplicada pelo Estado, muitas vezes necessita do impulso do interessado para tanto. Esclarecendo: no âmbito penal, o agente infringe uma norma penal, portanto de interesse público, via de regra o Estado não precisa ser acionado para puni-lo, ele mesmo corre para apurar o crime e punir o agente, geralmente privando-o de sua liberdade. No âmbito civil, o interesse diretamente lesado é o privado, neste caso, ele quem deve recorrer ao Estado, através de uma ação para provar o seu dano e receber a respectiva indenização material, moral e/ou por lucro cessante.
Ex.: se A descumpre uma obrigação legal para com B, B necessita recorrer ao Poder Judiciário ( = Estado) para a reparação ou a imposição da sanção à conduta de A, em razão desse descumprimento ( Não esqueçam “o direito não socorre a quem dorme”. 
3. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA
A Responsabilidade subjetiva esteia-se na idéia de culpa, prova-la é fundamental para responsabilizar o agente. Ex. Se alego que Maria danificou o meu computador e pretendo uma indenização, devo provar.
A Responsabilidade objetiva funda-se no risco. Não é preciso seque o agente ter culpa, basta haver o dano e ter sido causado de alguma forma por conduta ou atividade do agente. Ex. Se cair um poste na casa de José, independente de a concessionária de energia ter prestado a devida diligência com o tal poste, ela tem a obrigação de pagar vez que houve o dano e teve um nexo de causa com a atividade da concessionária de energia.
A regra é a exigência de que a responsabilidade seja subjetiva, ou seja, deve haver culpa. Contudo, a legislação prevê a responsabilidade objetiva para casos específicos tal qual no direito do consumidor.
Lembrando que:
A culpa é a falta de diligência que se exige do homem médio. Divide-se em dolo e culpa no sentido estrito.
Dolo a violação deliberada, intencional do dever jurídico. Culpa é a violação do dever jurídico operada de modo não intencional, através de negligência, imprudência ou imperícia. No civil, a culpa, mesmo levíssima, obriga a indenizar, vez que a indenização mede-se pelo grau do dano.
O dolo eventual ocorre quando a culpa é tão grave que entende-se como dolo. Ex.: quando os operadores dos aeroportos do norte do país deixaram de vigiar os aviões ao ponto de colidirem, foram acusados de homicídio doloso, já que a negligência foi tão grave que entende-se que eles não se importavam se as pessoas morreriam ou não no vôo, configurando o dolo.
4. EXCLUDENTES DA ILICITUDE
a) Legítima defesa: quando real e praticada contar o próprio agressor. 
b) Exercício regular de um direito: o abuso, contudo, é considerado ato ilícito.
c) Estado de necessidade: se corre real risco de morte ou bem muito precioso. Enseja, contudo, indenização civil posterior.
AULA 8. FATOS, ATOS E NEGÓCIO JURÍDICO
SUJEITO DO DIREITO -------( VÍNCULO ---------( OBJETO DO DIREITO
 PESSOAS -----( FATO JURÍDICO ----( BENS
As relações jurídicas têm como fonte geradora os fatos jurídicos.
1. Fato Jurídico:	é o acontecimento que tem conseqüências jurídicas; é qualquer acontecimento em virtude do qual nascem, subsistem ou se extinguem direitos.
Ex.: nascimento de uma pessoa, confecção de algo, a maioridade, a morte, etc.
Podem ser:
INVOLUNTÁRIOS (naturais): Fatos jurídicos em sentido estrito. Ocorrem independentemente da vontade do ser humano. Ocorrem pela ação da natureza. Ex.: a morte, uma inundação, o nascimento, etc.
VOLUNTÁRIOS (humanos): Atos jurídicos em sentido amplo. Derivam da vontade direta do ser humano e podem ser:
Lícitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os pratica. Ex.: casamento, contrato de compra e venda;
Ilícitos: quando produzem efeitos legais contrários à Lei; 
Ex.: o homicídio, o roubo, a agressão, etc.
2. Ato Jurídico: 	é todo acontecimento voluntário que tenha conseqüências jurídicas. Têm por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos
O Ato Jurídico poder ser:
UNILATERAL Ato Jurídico em sentido estrito- se existe apenas a manifestação de vontade de um agente. A vontade é só considerada, já que os seus efeitos já estão predeterminados na lei, basta a mera intenção. É unilateral Ex.: declaração de nascimento de filho, emissão de NP, etc.
BILATERAL Negócio Jurídico - se existe a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre eles uma relação jurídica. A vontade é qualificada. Permite a criação de situações novas e a obtenção de múltiplos efeitos. Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o ato jurídico passa a chamar-se Negócio Jurídico. Ex.: todos os contratos, o empréstimo pessoal, etc.
3. negócio Jurídico ( 
3.1 Requisitos de existência 
São requisitos de existência do negócio jurídico a manifestação da vontade, a finalidade negocial e a idoneidade do objeto. Sem eles o negócio sequer existe.
Manifestação da vontade: pode ser expressa ou tácita. Uma vez manifestada obriga o contratante (pacta sunt servanda).
Finalidade negocial: intenção de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Idoneidade do objeto: o objeto deve ser lícito, possível e determinável.
3.2 Requisitos de Validade
São os requisitos para um Negócio Jurídico ser VÁLIDO
Capacidade do agente - o agente deve estar apto a praticar os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e os relativamente incapazes devem ser assistidos;
Objeto lícito, possível e determinável - o objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito e possível de ser efetivado;
Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta previsão, ou não proibida.
A falta de algum elemento substancial do negócio jurídico torna-o nulo (nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou gravidade, a critério da lei.
A nulidade absoluta pode ser argüida a qualquer tempo ( por qualquer pessoa, pelo Ministério Público e pelo Juiz, inclusive, não se admitindo convalidação nem ratificação.
A nulidade relativa, ao contrário, só pode ser argüida dentro do prazo previsto ( (4 anos, em regra) – somente pelos interessados diretos, admitindo convalidação e ratificação.
Negócio jurídico inexistente ( é o ato que contém um grau de nulidade tão grande e visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito.
Negócio jurídico ineficaz ( é o ato que vale plenamente entre as partes, mas não produz efeitos em relação a certa pessoa (ineficácia relativa) ou em relação a todas as outras pessoas (ineficácia absoluta). Exs.: alienação fiduciária não registrada, venda não registrada de automóvel, bens alienados pelo falido após a falência.
Exemplo de Formas prescritas nos Negócios Jurídicos ( 	Locação, Mútuo, Comodato, Depósito, Fiança (Escrita ou verbal); Testamento (Escrita e exige cinco testemunhas); Pacto Antenupcial e Doação de Imóveis (só podem ser feitos por escritura pública); Procuração (Escrita e exige o reconhecimento de firma p/validade perante 3ºs).
Se houver FORMA PREVISTA EM LEI, a desobediência ANULA o Ato.
3.3 Elementos Acidentais do Negócio Jurídico
 	São elementos facultativamente introduzidos pelas partes e não são necessários à essência do negócio jurídico. São três espécies: condição, termo e encargo.
3.3.1. Condição
 	É a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Não podem ser simplesmente potestativas, ou seja, o agente que introduz a condição não pode escolher algo que só acontecerá dependendo de sua vontade. Ex. Você será pago se eu me casar. Condição nula.
 	 Além disto, há as condições impossíveis, ilícitas, incompreensíveis e contraditórias, que invalidam o negócio jurídico que subordinam,quando suspensivas, Quando são resolutivas, são consideradas inexistentes. Ex.: Alugaremos este apartamento se Deus aparecer – Condição suspensiva impossível, negócio nulo. Revogaremos o contrato se Deus aparecer – Condição resolutiva impossível, negócio válido, a condição que é nula.
3.3.2. Termo
 	Evento certo e determinado para o começo ou extinção da eficácia do negócio jurídico. Pode ser convencional (quando convencionado entre as partes), de direito (quando disposto em lei) ou de graça (concedido ao devedor após o fim do prazo). Prazo é o intervalo entre o termo inicial (também chamado de dies a quo) e o termo final (também chamado de dies ad quem).
 	O termo pode ser certo, ex. o negócio começará a valer no início dos jogos olímpicos de Londres. Ou o termo pode ser incerto, ex. o negócio começará quando o seu irmão morrer. A morte é certa mas a data não é.
	O termo ainda pode ser essencial ou não essencial. O primeiro acontece quando o efeito pretendido deva ocorrer em um momento preciso sob pena de não valer mais. Ex. O vestido da noiva deve ser entregue até o dia do casamento, antes da cerimônia.
3.3.3. Encargo ou modo
 	Cláusula através da qual se impõe um ônus ou obrigação ao beneficiário. Não suspende a aquisição nem o exercício do direito. Sendo ilícito ou impossível é considerado não escrito. A diferença entre encargo e condição é que não impede a aquisição ou exercício do direito, tampouco revoga o negócio quando descumprida. Neste último caso, o instituidor do benefício poderá propor ação revocatória e a sentença não terá efeitos retroativos.
 3.4 Vícios ou defeitos dos negócios jurídicos
3.4.1. VÍCIOS ABSOLUTOS
 	Vícios absolutos são aqueles que atingem o negócio jurídico de forma tão grave que o tornam nulo de pleno direito. É como se ele não existisse, pode ser alegado a qualquer tempo (em até 10 anos, via de regra) e por qualquer pessoa. São os vícios que atingem: 
A capacidade do agente: o agente absolutamente incapaz produz atos nulos, quando relativamente incapazes, os atos são anuláveis. 
A idoneidade do objeto: negócios com objetos ilícitos, impossíveis ou indetermináveis são nulos.
A forma prescrita: negócios cuja lei prescreve forma certa e não a obedecerem, também são nulos.
O novo código civil trouxe ao rol dos vícios absolutos a simulação.
Simulação:	é a declaração enganosa da vontade, visando obter resultado diverso do que aparece, para iludir terceiros ou burlar a lei. A Simulação não será um defeito do negócio jurídico se não houver prejuízo a alguém ou violação da lei. Ex.: faço contrato de compra e venda objetivando, na verdade, fazer uma doação. Há um desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna e não manifestada. 
3.4.2 VÍCIOS RELATIVOS
Os Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou defeitos relativos, que provocando a possibilidade de sua ineficácia tornam ANULÁVEIS o Negócio Jurídico. São chamados de relativos pois não tornam automaticamente o negócio jurídico nulo, é preciso ser proposta uma ação de anulação.
Os vícios podem ser de consentimento, (maculam a vontade do agente) ou sociais, que prejudicam toda a sociedade. O código civil menciona seis defeitos: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores. Apenas o último é social, os demais são vícios de consentimento. O prazo decadencial para pleitear a anulação do negócio é de 4 anos.
3.4.2.1 VÍCIOS DE CONSENTIMENTO
Erro:	é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorre quando o agente pratica o ato baseando-se em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha, ninguém a induz a erro. O erro deve ser escusável, ou seja, justificável, qualquer pessoa normal cometeria. O erro grosseiro geralmente não enseja a anulação do negócio porque as pessoas têm que aplicar a diligência mínima necessária antes de fechar um negócio. Ex. É escusável que uma pessoa receba uma falsificação de um pintor realista feita por um profissional, não é escusável se a falsificação do pintor realista for uma gravura qualquer feita por um desastrado.
Só anula o ato jurídico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.: compra de um quadro de um autor como se fosse de outro. 
Não acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundário. Ex.: comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete. 
Dolo:	é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O agente emprega artifício para levar alguém a pratica de um ato que o prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando um terceiro. 
Dolo Bom, empregado para beneficiar o autor do ato, não é ANULÁVEL. Quando houver dolo de terceiros, se as partes contratantes não souberem, o ato jurídico não é anulável. 
Dolo Mal, que prejudica o autor do ato, é passível de ANULAÇÃO. 
O Dolo Mal pressupõe:
prejuízo para o autor do ato;
benefício para o autor do dolo ou terceiro
Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo para se anular casamento.
Coação:	é a pressão psicológica exercida sobre alguém para obriga-lo a praticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é necessário que se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à sua família ou a seus bens e que o dano objeto da ameaça seja providência física ou moral. O prazo decadencial para anulação de negócios viciados por coação começa a correr apenas quando ela cessar.
ESTADO DE PERIGO: ocorre quando alguém, necessitando salvar-se, ou a familiar, de grave dano, assume obrigação excessivamente onerosa. 
Lesão:	ocorre quando uma pessoa obtém um lucro exagerado se aproveitando da imaturidade / necessidade / inexperiência de alguém. Ex.: agiotagem
Lucro exagerado -	é considerado quando o valor de venda geralmente atinge 5 x o valor de mercado ou quando o valor de compra geralmente atinge 1/5 do valor de mercado.
Elemento objetivo -	lucro exagerado;
Elemento subjetivo - imaturidade, necessidade, inexperiência;
3.4.2.2 Vícios Sociais
São decorrentes da malícia humana, configura-se com a Fraude contra Credores
Fraude contra Credores: 	é a manobra ardilosa para prejudicar terceiros. Ë utilizada pelo devedor para prejudicar o credor; é a venda do patrimônio em prejuízo dos credores. Ocorre quando o devedor atinge um estado de insolvência (quando as dívidas são superiores ao valor do patrimônio)
Elemento Objetivo = dano, prejuízo;
Elemento Subjetivo = conluio (acordo)
Pode ser objeto de ação anulatória, também chamada Ação Pauliana;
RECAPTULANDO: DIFERENCAS ENTRE NULIDADE (VÍCIOS ABSOLUTOS) E ANULABILIDADE (VICIOS RELATIVOS)
A anulabilidade é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada. A nulidade é de ordem pública e decretada no interesse da própria coletividade
A anulabilidade pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes, ou sanada pela confirmação. A nulidade não permite nada disso.
A anulabilidade não pode ser pronunciada sem o requerimento das partes. A nulidade deve ser pronunciada de pronto pelo juiz, por qualquer interessado ou pelo Ministério Público (promotor)
A prescrição da anulabilidade costuma ter prazos curtos ao passo que a nulidade prescreve em até 10 anos
O negócio anulável produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. O pronunciamento judicial de nulidade produz efeitos desde o início do negócio, como se o mesmo nunca tivesse existido.
AULA 9. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
1. PRESCRIÇÃO
A prescrição é um dos institutos de direito que correspondem à disciplina jurídica da influência do tempo sobre as relações jurídicas. Pode-se dizer que a prescrição é um dos modos pelos quais o direito de ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não uso dela, durante determinado intervalo de tempo. Ou seja, o direito de mover ação não pode mais ser exercido em conseqüência de haver transcorrido o prazo que a lei fixa para esse exercício.
A prescrição é necessária para que haja tranqüilidade na ordem jurídica, pela consolidação de todos os direitos. Dispensa a infinita conservação de todos os recibosde quitação, bem como o exame dos títulos do alienante e de todos os seus sucessores sem limite de tempo. 
Obs.: Quando a legislação não prevê um prazo prescricional para determinada ação, ele é de 10 anos. Há, contudo, ações imprescritíveis, tais quais: ações que protegem os direitos da personalidade (vida, honra, liberdade, etc.); ações de separação judicial, estado de filiação, etc. 
1.1 ESPÉCIES
	A prescrição geralmente é extintiva, extinguindo com a perda da possibilidade de ação a possibilidade de exercício de um determinado direito. Contudo, é aquisitiva no caso da usucapião.
1.2 REQUISITOS
	Para que ocorra uma prescrição é preciso que exista a inércia do titular, ante a violação do seu direito e o decurso do tempo fixado em lei.
1.3 IMPEDIMENTO E SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO
Há causas que suspendem a prescrição. Caso a mesma inda não tenha começado a correr, impedem. Na suspensão a prescrição para de correr, mas uma vez cessada a causa, volta a correr de onde parou.
Essas causas são: a constância do casamento entre as partes; o vigor do poder familiar entre partes ascendente e descendente; a existência de tutela ou curatela entre as partes. O motivo, nos três casos, é a confiança e amizade que existe entre as partes.
A prescrição também não corre contra incapazes, ausentes do país em serviço do Poder Público, aqueles que servem as forças armadas em tempo de guerra. Obstáculo judicial, como greve de servidores também é causa de suspensão da prescrição
1.4. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO
Via de regra as causas de interrupção da prescrição implicam em comportamento ativo do credor. Qualquer ato de exercício ou proteção ao direito interrompe a prescrição. Na interrupção a prescrição para de correr e, cessada a causa, volta a corre do seu começo. 
São causas de interrupção da prescrição: a propositura da ação, protesto judicial, protesto do título, etc. São previstas em leis especiais e, só acontecem de modo que a prescrição só pode interromper-se uma vez.
2. DECADÊNCIA
A decadência pode ser definida como sendo a extinção de um direito pelo seu não exercício, no prazo assinalado por convenção ou por lei. O que se extingue é o próprio direito e não apenas a ação que o protege.
Observe que a lei estabelece que certo ato deverá ser exercido dentro de determinado tempo, fora do qual ele não pode mais efetivar-se porque decaiu de seu titular. 
	A decadência, via de regra, não é impedida, suspensa ou interrompida. 
1.1 ESPÉCIES
 	A decadência pode ser legal quando o prazo é estabelecido em lei, ou pode ser convencional, quando o prazo é definido pelas partes. 
Diferenças
A prescrição supõe uma ação cuja origem seria distinta da do direito, tendo nascimento posterior. A decadência supõe uma ação cuja origem é idêntica à do direito, sendo por isso simultâneo o nascimento.
A prescrição pode ser suspensa, impedida ou interrompida pelas causas previstas pela lei. A decadência, no entanto, corre contra todos, não admitindo sua suspensão ou interrupção em favor daqueles contra os quais não corre a prescrição. A sua consumação só pode ser obstada pelo exercício efetivo do direito ou da ação.
 O prazo prescricional é fixado por lei para o exercício da ação que o protege. O prazo de decadência pode ser estabelecido pela lei ou pela vontade unilateral ou bilateral, desde que se tenha em vista o exercício do direito pelo seu titular.
São prescricionais os prazos discriminados na parte geral do Código Civil, arts. 205 e 206, todos os demais são decadenciais
Aula Extra: da Prova no Direito
1. DEFINIÇÃO
 
Prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (na proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (asequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora de fatos controvertidos).
Não basta alegar, é preciso provar. Mas a prova é do fato e não do direito, posto que, é atribuição do juiz conhecer e aplicar o direito com base nos fatos que lhes são demonstrados. O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta, sendo que os fatos notórios independem de prova.
2. MEIOS DE PROVA
O rol (a lista) dos meios de prova apresentados no CC é meramente exemplificativa. São tipos nominados:
CONFISSÃO – ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Pode ser judicial ou extrajudicial (fora do juízo), espontânea ou provocada, express ou presumida pela revelia. Deve haver capacidade da parte, declaração de vontade e objeto possível. Nas ações que versam sobre bens imóveis, a confissão de um cônjuge só é válida com a do outro. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro.
DOCUMENTO – Pode ser público ou partícula. Tem função apenas probatória.
 
TESTEMUNHAS – Podem ser instrumentárias (as que assinam documento) ou judiciárias (as que pessoalmente prestam depoimento em juízo). É a prova menos segura, por esta razão a regra é não se admitir prova exclusivamente testemunhal, exceto nos casos expressos na lei. Ex. Admite-se prova testemunhal no caso de negócios cujo valor não ultrapasse 10 salários mínimos. Qualquer que seja o valor contudo, é admitida como prova subsidiária. 
Algumas pessoas não podem ser admitidas como testemunhas: menores de dezesseis anos, pessoas com problemas mentais graves, amigo íntimo ou inimigo capital das partes, cônjuges, parentes até 3º grau, etc. Contudo, caso existam fatos que só essas pessoas chamadas incapazes de testemunhar ou suspeitas saibam, o juiz pode ouvi-las como simples depoentes.
Ninguém é obrigado a depor sobre fato: a cujo respeito deva guardar por estado ou profissão, a que não possa responder sem desonra própria, que o exponha ou a pessoas queridas a perigo de morte, demanda ou dano patrimonial imediato.
 	
PRESUNÇÃO – é a ilação que se extrai de um fato conhecido para se chegar a um fato desconhecido. É diferente de indício, que é o meio para se chegar a uma presunção. Ex.: a presunção de que o filho da mulher casada é do seu marido. 
As presunções dividem se em: absolutas e relativas. Absolutas são as que não admitem prova em contrário, são previstas em lei. Ex.: presume-se fraude as garantias dadas por devedor insolvente. Relativas são aquelas que se presume até que se prove o contrário. Ex. a paternidade do marido é verdade até que se prove o contrário.
PERÍCIA – é o exame e a vistoria. Exame é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Ex.: exame grafotécnico, hematológico etc. Vistoria é a perícia ocular. O perito vê e dá o parecer. Ex.: vistoria imobiliária para avaliar o valor de um prédio.
É meio de prova muito interessante, mas ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Isto posto, ninguém é obrigado a submeter-se a exame sem expressa vontade. Ocorre contudo que a recusa a perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame, presumindo-se que o resultado seria desfavorável ao recusante.
Referencial bibliográfico O presente material consiste em módulo de apoio para acompanhamento da disciplina Instituições de Direito Privado. Diversas definições e observações foram retiradas sem completa referenciação do livro:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: parte geral. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
Além do Código Civil de 2001, Constituição de 1988, e legislação extravagante com alterações e atualizações posteriores. 
DIREITO CIVIL
PARTE GERAL
Pessoas, Bens e Fatos
PARTE ESPECIAL
Obrigações, Empresa, Coisas, Família e Sucessões
� COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 111.
� RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial. 4ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2010, p.11-15.
� Deve-se desde logo acentuar que os sócios da sociedade empresária não são empresários. Quando pessoas (naturais) unem seus esforços para, em sociedade, ganhar dinheiro com a exploração empresarialde uma atividade econômica, elas não se tornam empresárias. A sociedade por elas constituída, uma pessoa jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente, é que será empresária, para todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores, de acordo com a colaboração dada à sociedade (os empreendedores, além de capital, costumam devotar também trabalho à pessoa jurídica, na condição de seus administradores, ou as controlam; os investidores limitam-se a aportar capital). As regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade empresária – é muito importante apreender isto.
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