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CURSO DE CORTE&COSTURApagina 06 Editores: Domingo Alzugaray Alzugaray Diretor de Redação: João Victorino Autor: Gil Brandão Direção de Arte: Francisco José da Silva Projeto Gráfico: Teco Guerreiro Rodrigues Circulação: Gregório França Serviços Editoriais: Estúdio Fotográfico: Antonio Rui do Zoéga Filho Odemil Souto Romão (la- boratorista), Sônia Maria Páal Coordena- ção Gráfica: Wilma Revisão: Antonio de Al- meida Maia Benedito Egydio dos Santos Ne- to, Carlos Alberto Rodrigues da Fonseca, Elci Delan da Silva, Maria Conti, José Renato Pereira Maria Aparecida da S. Oliveira, Marcos Emilio Gomes, Nicéia Furquim de Almeida, Oswaldo da Ro- cha Diniz Filho, Previz Rodrigues Lopes. Promoção: Alexandre Isabel Helena Dauer (reda- José Pereira de Godoy (produtor), Amarildo dos Santos (arte-finalista), Rosana de Araújo Cintra (secre- Responsável: Alzugaray Curso de Corte & Costura Gil Brandão é uma publicação Três Livros e Fasciculos Ltda. Re- Administração e rua William Speers, fone: 260.0533. Caixa Postal 223. São Paulo, CEP Endereço Telegráfico: Os números atrasados devem ser pedidos diretamente à Editora Três Ltda. Caixa Postal São Paulo, CEP 01000. Distribuição exclusiva em todo o Brasil: Fernando Chinaglia Distribuidora rua Teodoro da Silva, 907, fone: Rio de Janeiro, RJ. Registro n° de no 3° Cartório, de acordo com a Lei de fotolitos, impressão e acabamento: Ofi- cinas Gráficas do Grupo de Comunicação rua Engenheiro 135, CEP 05069, São Paulo,pagina 07 P sua terra natal, o Rio seu espaço de trabalho, o universo seu mundo de criação. Sim, porque conheço poucas culturas universais com tal versatilidade e dimensão. E Gil não faz por menos. Achou pouco o português para expandir seus conhecimentos: recorreu ao inglês, ao francês e, às vezes, se permitirem, ele avança pelo universalez, o consumez até atingir os pontos que sua insaciável sede de saber alcance. Não tivesse ele passado com honra e louvores por duas faculdades importantes: medicina e arquitetura. E achou pouco, enveredou pelos caminhos da forma anatômica e desvendou o mundo encantado da vestimenta, grito da cultura, já que seu testemunho (o da moda) pode situar uma época, seus costumes e até mesmo o seu nível de riquezas ou (quem sabe?) de misérias. Gil é tudo isso e mais o ser humano muito rico de calor, confiança na vida, otimismo, carinho e respeito pelo semelhante. Gosta-se dele e não é à toa. Sabe viver, vive e deixa que os outros vivam como querem e gostam. Entretanto, cuidado: Gil Brandão é um misterioso duende que conhece todos - absolutamente todos - os segredos do corpo e da alma humanos: com ele, bobeou, dançou. Ele sabe das coisas. Edna Savagetestas últimas décadas enquanto os costureiros se N do século a estiolavam em idéias jovem que chega à ultrapassadas. Eles foram adolescência e começa a pensar desaparecendo aos poucos ou, em qual caminho profissional a pelo menos, perdendo seguir dificilmente escolhe a popularidade, enquanto os novos atividade do corte e da costura. estilistas surgiam com uma força Para elas, que já se encontram na cada vez maior, apoiados era da emancipação ou da principalmente pela imprensa, liberação da mulher, tal ocupação que passou a dedicar um espaço ainda está ligada à idéia de cada vez mais amplo à moda subjugação da mulher ao homem nacional. Nos dias de hoje, por obrigá-la à permanência no enquanto a nossa chamada alta lar, empenhada num trabalho costura conta com raros nomes, a eminentemente doméstico. confecção pode mostrar Mesmo quando a mulher numerosas etiquetas, muitas de costurava para fora como se excelente qualidade dizia com o intuito de auxiliar as principalmente no tocante à finanças da casa, a atividade masculina não só no continuava a ser considerada Rio como em São ou a Recentemente, o confecção, isto é, a roupa brasileiro tem-se expandido de tal comprada pronta para vestir, era maneira que suas raizes já estãos praticamente inexistente até a estendendo até o Nordeste e o metade deste século. Havia extremo Sul do fábricas de confecção, a mão-de-obra especializada tinha pouca S muitas vezes, a nossa confecção deixa solicitação e as costureiras a desejar em matéria de particulares eram muito qualidade e é frequentemente procuradas. acusada de copiar descaradamente a moda A partir dos anos não podemos, em sã consciência, sessenta, o panorama acusar os nossos confeccionistas começou a Os Em primeiro lugar, falta aos poucos profissionais da alta nossos estilistas e modelistas a costura (na medida em que formação profissional com que podemos chamar de alta costura, contam os pretendentes à a roupa cara que estes pioneiros profissão na Europa e nos Estados da moda, sem a formação nem o eles dependem "know-how" que seria desejável próprio talento, criatividade e confeccionavam para garra. Em segundo lugar, embora as mulheres da sociedade mais a nossa indústria tenha privilegiada financeiramente) tomado grande impulso principiaram realmente a sentir que perdiam terreno nossos tecidos de algodão para as primeiras podem-se incluir confecções que começavam a entre os melhores do surgir timidamente, para mundo a indústria depois se multiplicarem de aviamentos de definitivamente no final elementos dos anos sessenta e no ao bom resultado princípio dos anos da confecção de setenta. Influenciadas uma roupa, é ainda pelo "boom" do "pret- incipiente, quase europeu, em escassa em variedade particular do francês e de do as nossas qualidade. Em confecções divulgaram lugar, a maquinária novas, impulsionadas pela sempre liberdade que o movimento importada é hippie trouxe à moda, impedindo que as9 iniciantes, sem muito capital, se roupa e de como empregá-lo para aparelhem convenientemente obter o modelo para enfrentar um mercado já Aprenda a tirar o melhor partido grandemente competitivo. Em das possibilidades de um tecido, a quarto lugar, "last but not the usar bem o ferro de passar, a fazer o grave problema da mão- os mais variados tipos de de-obra que, se não é por demais enfim, utilizar todos os truques e escassa, é por demais de má técnicas, que podem parecer de esta a maior dor de menor importância, mas não cabeça que aflige a confecção imprescindíveis para um trabalho nacional: a absoluta falta de de boa qualidade. formação profissional, em ntes de terminar, uma qualquer sentido, da mão-de-obra A última observação. especializada na indústria do Este nosso curso não tem nenhum o S nossos cursos cronológica, uma vez que tais compromisso com a moda ou os profissionalizantes fatos apenas contribuirão para modismos, mas sim com a no setor são primários uma melhor compreensão do estrutura da roupa dos nossos e A nossa atual fenômeno da moda. Se alguns cortes ou modelos literatura sobre a moda e o fácil concluir que o podem parecer fora de moda, isto vestuário, sob seus múltiplos inexiste. que existe, E resultado satisfatório é irrelevante. que interessa da execução realmente é que você se sim, e com muita força, é um de uma roupa depende de um familiarize com todos os tipos de enorme preconceito a tudo que binômio: bom corte e boa corte e saiba adaptá-los às diga respeito à moda, por ser um costura. Quando um destes fatores flutuações da moda. Assim,pois assunto frivolo superficial, ou ao falha, o resultado falhará também. ao chegar à última lição, o resto corte e à costura por ser uma De nada servirá um corte perfeito, dependerá de da sua profissão de menor estatura. Nada se a costura é malfeita, as aplicação, da sua criatividade e do mais A moda, em seus montagens defeituosas ou seu vários aspectos, sociais, religiosos, acabamentos negligentes. Faltará psicológicos, sexuais, econômicos ao seu trabalho aquele aspecto ou politicos, é um objeto de cuidado, resultante das mãos estudo extremamente sério, já que habilidosas das costureiras o homem é um animal que se competentes dos grandes veste e o ato de vestir-se é uma das atelies. manifestações mais importantes do seu comportamento E o S e corte perfeito depende de um certo corte e a costura, nesta transição e uma boa da roupa, de um produto artesanal dose de talento para reduzir a um para um produto industrial, plano aquilo que irá envolver um ganharam uma dimensão que os corpo em dimensões, já a elevou a um criativo e costura exige apenas paciência, altamente compensador. minúcia e habilidade manual. om esta obra, Mas, não pense com isso que o C pretendemos apenas corte e a costura são atividades fornecer todos os complicadas (a menos que você elementos básicos da estrutura de não goste nem se interesse por uma roupa o corte como as Exigem prática, é verdade, informações para a montagem mas esta prática virá naturalmente destes elementos - a costura e fará com que os primeiros não só para os interessados no trabalhos pareçam fáceis à assunto como uma atividade medida que você vai adquirindo doméstica e amadora, como mais também para aqueles que o A lições contidas nestes encaram como uma atividade fasciculos darão a você profissional. Como informação informações sobre todas as cultural complementar, técnicas e todos os truques que comentaremos fatos sobre a farão da sua costura um trabalho história da moda, sem perfeito e Aprenda preocupação de ordem o corte básico de todos os tipos de10 ntes de tudo, queremos se agora aos detalhes do mo- A informar que, através delos, tais como folgas a serem da- das nossas lições, pro- das na roupa, largura de gola, ta- curaremos ensinar a manho de bolsos, largura de pu- maneira mais clara, objetiva e nho, comprimento de casaco ou completa de como cortar e costu- de blusa e assim por diante. Aqui, rar. corte dependerá da maior portanto, a sua vontade interfere ou menor facilidade com que deliberadamente nelas, já que é aprenda estas lições e a costura es- você mesma quem as escolhe. Por tará condicionada ao trabalho e à isso, muito cuidado ao que são, no final de para que os detalhes da roupa fi- constas, os melhores mestres. quem equilibrados entre si e com Não queremos que se preocupe o todo do modelo. Muitas vezes, a com o fato de que não tem jeito roupa está cortada corretamente, nem conhecimentos ou prática do com bom caimento mas está A exigência é uma só: feia. Isto porque as medidas com- gostar e querer aprender, pois cor- plementares foram mal escolhidas, tar e costurar bem se baseia num prejudicando a harmonia do con- pequeno em cujos vérti- junto. ces estão o trabalho perseverante, claro que vamos ensinar ape- o gosto pela costura e, finalmente, nas a tirar as medidas fundamen- um pouco de imaginação. tais, obedecendo as observações COMO TIRAR Nesta primeira lição, abordare- feitas anteriormente. As comple- mos o problema das medidas, mentares, você mesma as determi- nará sobre o próprio molde, AS MEDIDAS ponto de grande importância, pois é do cuidado com que elas são to- orientando-se pelas linhas de cons- madas que depende a facilidade e trução linhas do busto, da cin- a rapidez da prova de uma roupa. tura, dos quadris, etc. Sendo ensinaremos quais as As figuras que ilustram estas pá- medidas necessárias para o corte ginas servirão de guia, bastando de um molde e a maneira ade- comparar os números correspon- quada com que estas medidas de- dentes a cada medida. vem ser tomadas. Neste momento, MEDIDAS a pessoa de quem se tiram as me- didas deve se livrar das roupas pe- FUNDAMENTAIS sadas ou largas com que está ves- tida, ficando de preferência em I. BLUSA trajes Nesta impossibili- dade, vestidos leves ou roupas jus- 1. Comprimento tas ao corpo, tipo não a) Frente coloque a extremi- prejudicam a tomada das dade da fita métrica no ombro, Tais precauções também se apli- junto à base do e cam as crianças e aos homens. com ela até a cintura, passando Existem dois tipos principais de bem por cima do Não force medidas: a deixando-a cair natural- mente. I. Medidas Fundamentais b) Costas - coloque a extremi- dade da fita métrica no ombro, São aquelas necessárias para o junto à base do pescoço - no traçado dos moldes básicos. Elas mesmo ponto em que se tirou a se referem às medidas medida da frente e com ou seja, do seu corpo, e, por conse- ela até a concavidade natural da sua vontade não interfere cintura. comprimento das cos- nelas. Elas são o que são, a menos tas é geralmente 2 a 3cm mais que você engorde ou emagreça. curto que o da frente, embora possam acontecer Em II. Medidas Complementares caso de bustos grandes ou muito salientes esta diferença aumenta, São aquelas de que precisa ou pode diminuir quando o busto para transformar os moldes bási- é pequeno. Algumas vezes, frente cos no modelo Referem- e costas são iguais até mesmo asCOMO TIRAR AS DIDAS 11 2 4 4 1a 3 9 5 7 5 12 10 6 1b 12 8 8 11 13 12 14 14 15 1. Comprimento 15 2. Ombro 3. Costado 4. Pescoço 5. Busto 6. Altura do busto 7. Separação do busto 8. Cintura 9. Largura do braço 10. Altura do cotovelo 11. Comprimento da manga 12. Boca da manga 13. Altura dos quadris 14. Quadris 15. Comprimento da saia12 COMO TIRAR AS MEDIDAS costas são mais compridas, abaixo da axila. Evite colocar o 11. Comprimento - Sem tirar a quando a cintura tem um movi- dedo por baixo da fita métrica, fita métrica da posição anterior, mento de queda para não alterar a medida. faça três medidas: manga curta a 2. Ombro - coloque a fita métrica TABELA I meio-braço - metade da altura do sobre o ombro e meça o seu com- manga - RELAÇÃO ENTRE 10 cm abaixo da altura do coto- primento do pescoço até a OMBRO E o velo - e manga comprida, deter- COSTADO minando o comprimento do braço 3. Costado - coloque a extremi- Costado Ombro até o ossinho saliente do punho. dade da fita métrica na metade da distância entre o ombro e a dobra 34 11 Estas medidas servem apenas de orientação, já que o compri- da axila nas costas - estando os 35 11,5 mento de uma manga é uma me- braços cruzados normalmente na dida complementar, escolhida frente - e, passando-a por cima 36 12 conforme o modelo. dos omoplatas, meça a distância 37 12,5 de um lado ao outro. Existe uma 12. Boca da manga - meça o con- relação entre as medidas 38 13 torno do braço na altura dos do ombro e do costado, por ques- 39 13,5 comprimentos de manga: curta, tões anatômicas: ombros largos e Esta me- correspondem a costados largos e 40 14 dida só serve de confronto, pois a ombros estreitos a costados estrei- boca de uma manga é sempre tos. A tabela (ao lado) dá esta 41 14,5 mais larga que o contorno do 42 15 braço, para que possa oferecer conforto aos movimentos. 4. Pescoço - contorne o pescoço, em sua com a fita métrica e III. SATA faça a medida. 5. Busto - passe a fita métrica por Consulte a tabela sempre, 13. Altura dos quadris - é a dis- baixo das axilas e, apoiando-a por para verificar se estas duas me- tância entre a cintura e o nível em cima do busto sem apertar, leia a didas foram tiradas correta- que os quadris são mais largos, medida do Se der um mente. Na realidade, o ombro exatamente por onde é medido o número impar, use o número par da mulher adulta varia apenas seu Na maioria esmaga- imediatamente superior. entre 12cm e 14cm, sendo a re- dora dos casos, é sempre de 20cm. lação ombro 13cm - costado 6. Altura do busto - meça com a 38cm e mais comum nas mu- 14. Quadris - contorne-os com a fita métrica, de baixo para cima, a entre os manequins 42 a fita métrica na altura em que são distância entre a cintura e o ponto 46. há um caso em que a ta- mais largos, medida feita no item mais elevado do busto. A medida anterior - 20cm abaixo da cintura bela não é aparentemente res- mais encontrada é de 18cm. peitada: nas pessoas gordas, há na maioria dos casos, Como o um acúmulo de gordura sobre busto e a cintura, se o resultado 7. Separação do busto - meça a distância entre as pontas dos os omoplatas, de maneira que a for um número impar, use o nú- em geral, de 20cm. Agora, medida do costado passa a ser mero par imediatamente superior, preste atenção a um detalhe: se maior do que deveria. Nesta Si- a fim de facilitar as divisões por 4 você usa procure comprá- tuação, a medida do costado para o traçado das bases. los sempre do mesmo fabricante, deve ser respeitada, pois inter- 15. Comprimento - segure a fita uma vez que marcas diferentes al- fere com a estrutura e o con- métrica na cintura e tome a me- teram a medida de altura e separa- forto da roupa, cortando-se o dida desejada para o comprimento ção do busto. Evidentemente, tal excesso do ombro, depois da da Na realidade, isto é uma cuidado não tem sentido se usar base traçada. medida complementar, já que a roupas largas, folgadas e sem pen- moda ou a sua preferência pessoal ces. II. MANGA coloca a no comprimento que 8. Cintura - contorne a cintura bem quiser. Mesmo assim, faça com a fita métrica e faça a me- 10. Altura do cotovelo - mande a duas medidas altura dida, Se der um número impar, pessoa, de quem está tomando as do joelho, ou seja, a distância da use o número par imediatamente medidas, colocar a mão na cin- cintura até o meio da rótula, e o acima, tura, a fim de dobrar o braço. So- comprimento da saia comprida, bre ele, coloque a fita métrica, no da cintura ao solo - neste caso, 9. Largura do braço - faça esta sentido do comprimento, desde o leve em conta a altura do salto do medida, contornando o braço ombro até o punho. Meça então a sapato. Assim, qualquer saia com com a fita métrica na altura em distância entre o ombro e a ponta um comprimento maior do que que ele é mais grosso, ou seja, logo do 10cm abaixo da altura do joelhoCOMO TIRAR AS MEDIDAS 13 irá cobri-lo inteiramente, e com sempre conveniente fazer as duas um comprimento menor do que medidas e compará-las para 10cm acima deixará o joelho à car a exatidão da altura do gan- mostra. cho. 18. Comprimento segure a fita IV. CALÇA métrica na cintura e tome a me- dida desejada para o comprimento 16 16. Gancho - passe a fita métrica da Como acontece na saia, entre as pernas, sem apertar, e o comprimento da calça é uma meça o contorno desde o meio da medida complementar, pois varia cintura na frente ao meio da cin- com a moda e o tipo da As- tura nas sim temos a calça pescador - o 17. Altura do gancho com a pes- comprimento desce até o meio da soa tire a altura do gan- perna a calça corsário - o com- cho, medindo a distância entre a primento é mais curto que o da cintura e o assento da cadeira, calça anterior ou então a cha- pelo lado do corpo. Há outra ma- mada "pedal-pusher", cujo com- neira de determinar esta altura: di- primento fica um pouco acima do tornozelo. vida a medida do gancho por 3 e some 5 ao resultado. A medida fi- OBS. - Para tirar as medidas da nal será igual ou bem próxima da calça, a mulher deve estar vestida 18 altura do gancho, tomada com a com calcinhas ou, pelo menos, pessoa Por este motivo, é com calças compridas 16. Gancho 17. Altura do gancho 18. Comprimento da 17pagina 14 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS VESTIDO RETO EM DUAS CORES GILINTERPRETAÇÃO DE MODELOS 15 Normalmente, esta parte do MOLDE E CORTE nosso curso está vinculada às EXECUÇÃO lições de corte básico. Funciona Trace o retângulo de cada barra Em primeiro lugar, prepare o como exercícios ligados ao que já com as alturas marcadas nos es- decote. Para isso, cole pequenos foi comentado, sem utilizar noções quemas A, B e C. A largura é a quadrados de entretela fina no de corte que só serão dadas mesma em todos eles, isto é, AB, avesso dos quatro do de- posteriormente. Como nestas GH ou EF devem medir a quarta cote. A seguir, corte-o pelo centro primeiras lições, ainda não temos parte dos seus quadris mais cm até se dividir nos lados em Y para subsídios necessários para de folga. Se os seus quadris medi- atingir os cantos, como mostra o interpretarmos modelos mais rem 96 cm, por exemplo, será 24 desenho A. Dobre então as mar- elaborados, resolvemos escolher cm e a medida final 25 cm. gens formadas para o avesso e pes- aqueles de corte simples e prático, A metade do retângulo A cor- ponte a cm das bordas - veja o que qualquer pessoa, mesmo sem responde à linha do ombro, de desenho B. Os pequenos quadra- maiores conhecimentos de corte, modo que ele já compreende dos de entretela colada vão impe- poderá desde que siga frente e costas da barra superior. dir que o tecido possa se esgarçar nossas instruções. Note que a Trace o retângulo do decote pelas nos cantos do decote. Chuleie as simplicidade do corte e da medidas do esquema e orien- bordas internas. confecção não impede que o tando-se pela linha dos ombros. 2. Costure as barras, alter- modelo seja bem transado e Para as mangas, aumente o re- nando as cores, com bastante perfeitamente usável. tângulo lateralmente em BC com cuidado para que as larguras fi- Apesar do corte simples, este 5 e trace a altura CD com quem absolutamente iguais na vestido cai bem e é prático para o 25 cm. frente e nas costas. uso Seu detalhe principal Corte a barra superior A apenas está no jogo de cores, marrom e uma vez no tecido, mas as outras, 3. Pegue as tiras e dobre-as ao - pode escolher outras cores B e devem ser cortadas duas meio, no sentido do compri- a seu gosto dispostas em barras mento, direito contra direito. vezes, uma para a frente e outra superpostas. Duas longas tiras, na Costure a I da borda e feche para as Todas as barras po- das barras extremas, prendem- rém devem ser colocadas sobre o apenas uma das extremidades. se nas costuras laterais e amarram tecido dobrado pelo meio, tanto Vire para o direito e faça um a cintura em várias voltas. na frente quanto nas Não pesponto em volta a 2mm das decote retangular se harmoniza esburaque o decote, deixando-o Alinhave cada tira pelo com as mangas curtas. Se quiser, direito, nos lados da barra cen- Para as costuras laterais, pode deixar fendas acrescente 1,5 cm de margem e tral, ao nível da cintura, pela ex- tremidade não-costurada. nas costuras laterais. para as bainhas 3 cm. Para as tiras da cintura, corte 4. Dobre o vestido pela linha duas barras de de compri- dos ombros, direito contra di- TECIDO mento por 7 cm de largura, costu- reito, fazendo a perfeita coinci- dência das barras. Feche as cos- Como o vestido é despreten- ras já Essas tiras podem sioso, qualquer tecido de algodão, ser cortadas no comprimento do turas laterais a pequena cos- do gênero popelina, pode servir tecido que sobra após o corte dos tura inferior das mangas. Faça perfeitamente. moldes. A altura de 45 cm na um pique na margem interna do barra inferior - veja o esquema C ângulo desta pequena costura e - confere uma com o compri- vire o vestido para o METRAGEM mento de 60 cm no vestido. Se Abra as costuras com o ferro e quiser aumentar ou diminuir o chuleie as margens 1,70m de tecido marrom e comprimento da saia, basta alterar 5. Faça uma bainha de 3 cm 0.70m de tecido fúcsia, ambos a medida dada no que for neces- nas mangas e na barra inferior com 0,90m de largura. sário. do vestido. A B C Veja como os esquemas A, B e C - detalhados na página seguinte - se unem pelas letras16 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS ESQUEMAS DO VESTIDO F E 5 E 30 COSTAS B C 15 5 8 G FRENTE 25 A D 5 F E Neste esquema você tem a parte superior do vestido, vendo-se claramente o decote e a manga.INTERPRETAÇÃO DE MODELOS 17 Esta é a parte debaixo do vestido. Tem que ser cortada duas vezes, uma para a frente e outra para as Este molde corresponde à faixa de G H outra cor que divide o vestido em duas partes. Tem que ser cortada duas vezes, uma para a frente e outra para as costas. F C B H A B DESENHOS DO DECOTE DESENHO B DESENHO A CORTAR AVESSO AVESSO Como foi explicado na pág. 15, cole quatro pedaços de entretela nos cantos.18 nará o problema. Quando traba- os UTENSILIOS DE lhar à noite, a luz artificial deve COSTURA iluminar o lugar de trabalho gene- rosamente, sem provocar zonas de Além dos quatro elemento sombras. Para a máquina de cos- básicos, essenciais para o tura, a luz deve ser próxima e di- lho do corte e da costura, exist: reta pelo que, muitas delas já vêm aquela grande variedade de CANTINHO equipadas com um mecanismo sílios e materiais, sem os próprio. Para a iluminação geral, os elementos básicos não funcio DE COSTURA de teto, a luz fluorescente é mais nariam em absoluto: são as tescu aconselhável do que a ras, as agulhas, as linhas, os comum, porque difunde a luz com tões, etc. Planifique uma arrum mais uniformidade. Uma lumi- ção racional e sistemática dele nária, presa diretamente à mesa sem desperdiçar espaço e de Para que o seu trabalho de corte, é muito útil quando se neira que estejam sempre ao a transcorra e sem trata de trabalhos minuciosos, cance da mão, sem perder é preciso que você como bordados e acabamentos. tempo precioso em procurá-los reserve um local adequado para Os demais elementos - tábua de em levantar-se a toda hora para ele. o ideal seria um cantinho passar e armário - podem ser co- apanhá-los. especial de costura, em que locados onde for melhor para a Há alguns truques ou pudesse ter um isolamento natural sua comodidade de movimenta- tes, baratos e simples, que voci e deixasse as trabalhos como ção. Tenha bastante cuidado na pode usar para guardar seu sem necessidade de recolher disposição dos fios da máquina de de costura. Por exem e arrumar tudo, todas as vezes que costura do ferro de passar, evi- plo, não jogue fora seus potes tando tanto quanto a pos- geléia. Limpe-os bem e chega uma visita inesperada ou a sibilidade de tropeçar neles. guarde botões, carretéis de família começa a reclamar que é fitas, ziperes, etc. São ótimos hora do almoço ou do jantar. Recanto de costura - Se tiver de manejar porque, sendo de reservar um cantinho de costura, revelam de imediato aquilo 9 POSSIBILIDADES DE ESPAÇO escolha um que tenha espaço sufi- contêm. ciente para colocar a máquina de Se você não dispõe de espaço Se puder, isto é, caso a sua casa costura - em caráter permanente vre em seus armários para guard ou o seu apartamento permita, a mesa de corte a tábua de cortes de tecido ainda não utilia destine um dos quartos para o seu passar - em caráter provisório dos, faça-o em malas ou malet lugar de costura. Mas se não for sem prejudicar o seu conforto. A de viagem que, praticamente possível, escolha o recanto mais posição destes elementos devem tem em todas as casas. reservado do lar para o trabalho, obedecer, tanto quanto Para evitar aciden num dos quartos de dormir, jamais as exigências já mencionadas em durante o seu trabalho, não na sala, seja na de jantar ou de es- relação ao quarto de costura. Para queça de tomar sempre tar. melhor remoção da mesa de precauções simples: Quarto de costura - Deve ser corte, o melhor é que ela seja do- se as tomadas e os fios claro, bem iluminado e pintado de brável, a fim de que possa ser fe- tão em perfeitas condições, branco. Como são quatro os prin- chada acomodada num lugar impedir choques ou cipais elementos para o exercício como atrás de uma circuitos. 2) Desligue os da costura - a máquina, a mesa de porta ou embaixo de uma elétricos quando não precisar corte, a tábua de passar a ferro e les. 3) Não deixe os fios elétric um armário para guardar tecidos e passarem por lugares onde roupas em andamento de confec- possa facilmente tropeçar ção - você deve de maneira a obter o maior rendi- mento possível do seu trabalho. A máquina de costura e a mesa de corte devem ficar próximas à janela, perpendicularmente a ela, de maneira a receber a luz pela di- reita durante o dia. Procure evitar a luminosidade em excesso ou que a luz do sol incida diretamente so- bre o seu trabalho. Se isso acon- tece - pela posição do quarto - a colocação de persianas solucio-19 uem estudou zoologia das, muitas vezes não combinarão Q no colégio sabe que to- em todos os pontos, de modo que dos os animais são clas- o manequim correspondente será sificados em classe, aquele em que as medidas coinci- família, subfamília, etc., até che- direm em maior número de vezes, gar a uma divisão que é a do gê- ou que mais se aproximarem no nero, formado pelas espécies. Os conjunto. Na realidade as três me- animais pertencentes ao mesmo didas principais, que carregam gênero guardam entre si carac- atrás de si todas as demais, são as terísticas semelhantes, inclusive o do busto, cintura e tamanho. Sendo um animal, o ho- Quando a moda ajusta a roupa mem não poderia fugir à classifi- ao corpo, a compra no cação zoológica. Pertencente ao porter" se torna mais dificil e os ele apresenta um concertos mais frequentes, porque tamanho médio, com pequenas di- a correspondência das medidas se ferenças, sobretudo se pertence a torna mais exigente. Quando po- grupos étnicos rém a moda solta a roupa do Dentro da mesma etnia, o ho- corpo, tornando-a larga e confor- mem varia pouco em suas medi- a indústria da confecção ga- 2 das, que guardam uma certa pro- nha muito com isso, uma vezique as porcionalidade entre si, não se le- roupas podem cair bem, sem que vando em conta aqui os casos de haja uma correspondência íntima excepcionalidade como o gigan- de medidas. TABELA DE tismo, a obesidade, o nanismo, etc. As variações das medidas, MANEQUINS aparentemente insignificantes, ga- nham importância quando se trata do problema das roupas industria- Por este motivo, as medi- das que mantêm entre si uma pro- porcionalidade constante, foram reunidas em agrupamentos a que se convencionou chamar de manequim, que geralmente se estende desde o 36 até os grandes, como o 50 ou 52. Há países, como na França, em que as medidas de cada manequim são regulamenta- das, de modo que o manequim 42, por exemplo, mantém as mesmas medidas em qualquer confecção, esteja ela em Paris, Marselha ou Cannes. Aqui no Brasil tal não acontece, e nem todas as confec- ções usam o mesmo sistema de medidas. Os quadros desta lição mostram as medidas dos vários ma- nequins, tanto quanto possível, próximas a uma média geral, isto é, com pequenas variações de confecção para Por meio deste quadro poderá comparar as próprias medidas e verificar a que manequim per- tence o seu corpo, facilitando as- sim o corte por meio de moldes que já vêm com o manequim fixo ou então a compra de roupas prontas. Naturalmente as medi-20 TABELAS DE MEDIDAS TABELA DE MEDIDAS MASCULINAS PARA CALÇA MANEQUINS MEDIDAS FUNDAMENTAIS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 QUADRIS 84 88 92 96 100 104 110 116 122 GANCHO 49,5 51 52,5 54 57 60 63 72 ALTURA DO GANCHO 21,5 22 22,5 23 24 25 26 29 ALTURA DO JOELHO 52 53 53 54 54 55 55 56 COMPRIMENTO 93 94 95 96 97 98 100 100 102 TABELA DE MEDIDAS MASCULINAS PARA CAMISA MANEQUINS MEDIDAS FUNDAMENTAIS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 DO TÓRAX 44 45 46 48 50 52 54 56 OMBRO 14 14 14,5 14,5 15 15 15,5 16 16,5 COSTADO 40 40 41 41 42 42 43 44 45 TÓRAX 80 84 88 92 96 100 106 112 118 34 35 36 37 38 39 40 42 44 LARGURA DO 25 26 27 28 30 32 34 36 38 COMPR DO BRAÇO 55 56 57 58 59 60 60 61 61 PUNHO 15 15 16 16 17 18 18 19 20 CINTURA 70 74 76 78 82 86 92 98 104 Resolvemos fazer tabelas sepa- sas tabelas já fornecem com bas- radas para as medidas masculinas tante precisão o tamanho de cada porque nos orientamos pelos pa- um para a escolha da roupa dese- drões da nossa indústria de roupas jada. para homens, segundo os quais, os Se vai tentar costurar para seu tamanhos com os quais se compra marido, seus filhos ou irmãos, as uma calça nunca são os mesmos tabelas não serão de grande utili- com os quais se compra uma ca- dade, já que irá aprender a costu- misa ou um rar as roupas nas medidas particu- Para quem quiser comprar lares de cada um. roupa pronta, as medidas das nos-TABELAS DE MEDIDAS 21 TABELA DE MEDIDAS FEMININAS MANEQUINS MEDIDAS FUNDAMENTAIS 36 38 40 42 44 46 48 50 52 COMP. BLUSA FRENTE 40 41 42 43,5 45 47 48,5 49 50 OMBRO 11 11,5 12 12,5 13 13,4 13,5 14 14 COSTADO 34 35 36 37 38 39 39 40 40 BUSTO 80 84 88 92 96 100 106 112 118 ALTURA DO BUSTO 17 18 18 18 18 18 18 19 19 SEPARAÇÃO 17 18 18 19 20 21 22 23 24 DO BUSTO CINTURA 62 64 66 68 72 76 82 88 94 LARGURA DO BRAÇO 25 26 27 28 30 32 34 36 38 ALT. DO COTOVELO 28 29 30 31 32 33 33 34 34 COMP DO BRAÇO 53 54 54 55 56 57 57 58 58 PUNHO 14 14 15 15 16 16 17 17 18 QUADRIS 86 90 94 98 102 106 112 118 124 DO JOELHO 52 53 54 55 55 56 56 57 GANCHO 60 63 66 69 72 75 79,5 84 ALTURA DO GANCHO 25 25,5 26 27 28 29 30 31,5 33 COMPRIMENTO 100 102 104 106 108 108 110 110 110 LONGO As medidas que se encontram vel pela fabricação da roupa. nesta tabela não correspondem, Como, através do nosso curso, em sua totalidade, às medidas uti- todas as pessoas aprenderão a cor- lizadas em nossas fábricas de con- tar nas suas próprias medidas, esta Elas se aproximam o mais tabela só lhe vai ser útil, se quiser perto possível de uma média, já usar os moldes "Gil Brandão" ou que não há uma uniformidade de então trabalhar profissionalmente padrão para as medidas de cada em confecção. manequim. É por este motivo que nenhuma brasileira tem um mane- quim fixo, podendo vestir, ora o 42, ora o 44 e até mesmo o 46, de- pendendo da confecção responsá-22 TABELAS DE MEDIDAS TABELA DE MEDIDAS INFANTIS IDADES MEDIDAS FUNDAMENTAIS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 COMP BLUSA FRENTE 24 26 27 28 29 30 32 34 35 36 37 38 40 COMP BLUSA COSTAS 23 25 26 27 28 29 31 33 34 35 36 37 39 OMBRO 6,5 7 8 8 8,5 9 10 10 10,5 10,5 11 12 COSTADO 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 35 BUSTO 52 54 56 58 60 62 64 68 70 72 74 78 80 CINTURA 52 52 54 56 58 58 60 60 60 62 62 62 64 PESCOCO 24 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 34 CAVA 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 36 QUADRIS 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 78 82 86 COMPR. DA SAIA 21 22 23 25 28 31 34 37 39 43 47 50 54 GANCHO 38 40 41 42 44 45 46 48 50 52 54 56 58 COMPR. DA CALCA 48 50 52 56 58 65 70 72 74 78 82 86 90 DO BRACO 28 30 32 34 36 38 40 42 44 48 50 52 54 desenvolvimento infantil é las, esta só lhe servirá no caso de extremamente variável, o que pretender dedicar-se à confecção torna bastante dificil elaborar um infantil, já que, através do nosso sistema de medidas para cada método, aprender a a fazer roupi- idade. Disto resulta ser frequente nhas baseadas nas medidas parti- crianças vestirem roupas para ida- culares de cada criança. des diferentes da sua idade real, ora maiores, ora mencres. As me- didas desta tabela não são rigida- mente a cada idade, mas a uma média a mais próxima possível do desenvolvimento nor- mal da criança. Como ácontece nas outras tabe-23 MESA DE CORTE ção: A maioria das mulheres, A mesa de corte é um elemen- entretante, tem o péssimo hábito to de grande para de de sem que o trabalho transcerra com utilização. No entanto, o passa- facilidade, permitindo mangas que os franceses Quem não tiver uma chamam de "jeannette" é de UTENSÍLIOS mesa especialmente destinada grande utilidade para pequenos para costura, poderá utilizar uma detalhes: passagem a ferro de DECOSTURA tábua de dimensões adequadas ou costuras e detalhes em peças uma mesa com que estreitas da roupa, como pode ser guardada facilmente em mangas, uma bainha curta, Os bons em qualquer qualquer lugar. Para o pequenas peças bem espécie de atividade manual, tecido, é indispensável que a como uma ou outra costura estimulam a perfeição do trabalho, da mesa ou da tábua recalcitrante. Em geral, essa mesmo tempo que poupam meça aproximadamente de tabuinha de passar vem apenas tempo dinheiro. Na costura, recoberta de tecido É comprimento por de em todos demais oficies, largura no mínimo e qual se precise que a envolva com as profissionais procuram uma ou duas camadas de um possa ter acesso por todos os lados empregar somente os melhores ou, pelo menos, por dois deles. gresso e depois recubra dentro das com morim A almefada Em caso de necessidade, poderá possibilidades econômicas do usar a mesa de corte para colocar tem a forma de um grande ovo profissional e das possibilidades a máquina de costura, se esta for servindo para a de fabricação - portátil e não dispuser de mével passagem de peças galbeadas ou conservando-os sempre em boas Com isso, para o do embe- Por isso, nunca se A mesa também é útil bimento em peças curvas, como esqueça deste bom conselho: tenha para dispor as diversas partes de as mangas. sempre à mão bons de uma roupa, à proporção que se vai b) de costureira É uma costura, cuidando deles com o costurando, a fim de poder-se pequena com recheie máximo de carinho, como se avaliar o efeito do trabalho. firme, tende embaixo uma bolsa fossem os objetos mais frágeis do para a introdução da mão no TÁBUA DE PASSAR de ser usada. Serve Dos de costura, para passar a ferro pequenas são absolutamente se costura, deve ser superficies curvas da roupa, necessários e indispensáveis, como posta, sempre ao alcance da mão, a parte superior das mangas, por a fita métrica, o ferro de uma tábua de passar bem forrada. exemplo. passar, a máquina de costura, etc., As mais práticas são as tábuas c) Almofada de alfaiate É uma enquanto outros, apesar de dobráveis, dessas que se encen- almofada redonda, com um extremamente úteis, não são tram facilmente no 5 maior que a indispensáveis, como marcadores por serem fáceis de guardar num base ferro. As bordas são mais de bainha, tesouras de picotar, sem ocupar delgadas do que o centre para que esquadros e muitos outros. A As de armação de a superficie fique E prépria comentaremos alguns metal são mais duráveis que as para passar a ferre mo- indispensáveis e outros de madeira, embora sejam um deladas, como as pences de busto facultativos, mas de muita pouce mais caras. É ou de quadris e as costuras utilidade para trabalhos especiais. recobri-la com de Serve também para dar a forma maneira a ser facilmente arredondada das golas, antes de vel quando se suja: uma cobertura serem com sujeira pode aci- d) de passagem a ferro dentes desastrosos em tecidos uma comprida, de forma recheada bem Para completar o serviço utilizada para inestimável que o ferro presta a passar a costuras em peças uma costureira, existem muito estreitas ou longas costuras acessórios que complementam a curvas. Quando não se possui o passagem a ferro. Os mais rolo, pode substitui-lo por importantes são: uma revista grossa enrolada e a) passa-mangas e a almofada revestida por um pano limpo. Estes elementos costumam vir e) Batente Consiste num incorporados à tábua de passar, bloco de madeira, de superficie à qual se prendem por meio de suavemente arredondada, que se um pino, que lhes permite a rota- usa para obter vincos bem defi-24 COSTURA nidos em tecidos pesados. Nos TESOURAS seus lados existem ranhuras que permitem segurá-lo com mais O ideal é possuir quatro É usado principalmente tesouras: duas tesourinhas de pelos alfaiates, mas você pode tamanhos diferentes para cortar utilizá-lo para obter vincos linhas e pequenos arremates e acentuados nas suas calças ou duas tesouras grandes, de 18 e 24 pregas bem marcadas em suas de comprimento, adequadas para cortar Não as use para cortar papel, que as cega FERRO DE PASSAR com facilidade, tendo para este trabalho, uma tesoura especial. Devem ser de aço de primeira Saiba escolher bem o ferro de qualidade, o que lhes confere passar com o qual você vai maior durabilidade embora as trabalhar. Gaste um pouco mais, torne mais caras. Convém adquira um de boa conservá-las sempre afiadas e, qualidade, que não enguice a toda quando se pretende cortar tecidos hora. Desnecessário dizer que os mais pesados, é prudente mandar mais usados atualmente, huma afiá-las previamente. Deve-se gama enorme de modelos, são os tomar o cuidado de não deixá-las ferros Entre eles, os mais cair a todo momento, pois isto as aconselháveis são aqueles que Há muitos tipos de possuem um termostato regulável tesoura: tesoura de loja, que tem automático, permitindo que a as pontas arredondadas e anéis temperatura do ferro não ultra- iguais; tesoura de cortar, de pon- passe o nível máximo suportado tas finas e com um dos anéis em cada espécie de tecido. maior para dar passagem a dois Para isso eles possuem um pe- dedos, o que dá maior firmeza no queno disco girável com as ne- corte; tesoura de costura, de pontas cessárias indicações. Há também finas e anéis iguais, ideal para os que possuem um reservató- consertos, alterações e pequenos rio de água e apresentam a super- trabalhos de corte; tesoura de ficie de passagem cheia de pe- cortar, de tamanho grande, com feitas, na hora da Devem quenos furos, por onde escapa o uma ponta fina ou outra arre- ser finos e Para vapor, evitando assim a umi- dondada e um dos anéis bem poupar tempo e trabalho, a leitora dificação prévia do tecido ou a uti- maior e ovalado, própria para o não deve esquecer que os alfinetes lização do pano úmido. Se você corte de peças grandes, uma vez são usados em profusão. Para que adquirir um ferro desse tipo, só que pode apoiar-se na se conservem limpos, depois de use água filtrada no reservatório, de tesoura de cortar com usá-los, guarde-os numa caixinha, pois a água comum pode deixar revestidos de matéria plástica, uma vez que alfinetes sujos ou um depósito que acaba por mais moderna e mais leve do que enferrujados mancham o entupir os furos. a tesoura tradicional e finalmente No momento da prova, Um bom ferro deve ter a alça a tesoura de picotar, muito prática por ser muito de segurar bem isolada e com uma porque, ao cortar o tecido, deixa prático, usar uma pequena forma bem adaptada à mão - uma borda em ziguezague, que almofada de alfinetes, presa ao quando esta alça é aberta, facilita evita a fazenda se desfiar, pulso esquerdo por uma fita. Este certos trabalhos. A de poupando o trabalho do procedimento evita que se passar deve ter as bordas bisotadas por conseguinte, excelente para coloquem os alfinetes entre os que então, comportam uma arrematar as bordas das margens lábios o que, além de perigoso, ranhura, ou seja, uma reentrância internas de costura e para fins impede de alongada como um sulco, para Evidentemente, não Os alfinetes são fabricados em facilitar a passagem do ferro por deve ser usada para cortar moldes vários tamanhos, sendo os baixo dos botões, sem prejudicá- em papel. números mais utilizados os 7 los. Na Europa e nos Estados 8. Quando você trabalha com ALFINETES Unidos, existem ferros especiais tecidos leves e delicados, para franzidos, veludos, mangas- Os alfinetes são elementos preferência aos alfinetes pequenos balão, etc. mas aqui no Brasil indispensáveis na Servem e Os alfinetes podem temos de nos contentar com os para prender os moldes no tecido, feitos de latão, em geral ni- modelos comuns que se no momento do corte, como para quelado, de ferro ou de encontram à venda. marcar as correções a serem inoxidável. Estes últimos são osCOSTURA 25 já que os de ferro enferrujam com facilidade e os de no papel. latão com Quando se corta o molde de giz de de grande marcas no Existem tecido dobrado, pode-se passar no o utilidade para o transporte de também os alfinetes de cabeça contorno com a carretilha para marcações do molde e são muito redonda e colorida - geralmente outro É evidente que isto só o bons para marcar o comprimento importados que são ótimos para pode ser feito nos tecidos firmes das sajas amplas, principalmente de algodão, linho e seda, ou as Não gostamos de utilizar CARRETILHA sendo completamente nos o giz para contornar todo o inútil nas sedas flexíveis como não só porque o traço pode se fácil aquisição pelo seu baixo de A carretilha é um jérsei ou nas läs grossas do o apagar com como tipo Não use jamais a borda, a princípio afiada, logo se a preço. constituida por um cabo carretilha com o papel carbono (a torna rombuda, aumentando de madeira e uma parte metálica não ser no traçado em contorno do moide, sobre tudo o que serve de apoio a uma roda porque pode haver o perigo dos nas linhas curvas. que não ficam giratória serrilhada ou dentes da carretilha levarem bem As boas maneiras destinada a fazer marcações de tinta do carbono para o direito do a de transportar o molde para Prefira as carretilhas de Para proteger a mesa e permitir que as marcas da tecido serão dadas em lições o dentes miúdos e as de melhor qualidade, já que as baratas têm carretilha fiquem mais nítidas, use uma roda que enguiça a toda por baixo do papel ou do tecido Outra utilidade do giz de hora, bamboleando para um lado com que está uma que não se deve despre- e para o outro, além de emperrar folha de cartão ou zar, é auxiliar bastante nas mar- no Não é indis- cações das provas, evitando mas é um ótimo auxiliar GIZ DE ALFAIATE uso exagerado de Há o na marcação de linhas, sinais, etc. quem prefira, não sem uma certa assim como no transporte de con- razão, usar lápis de cores com quando se traça os moldes Vale a pena você ter em sua grafite mole, em vez de giz, cesta de costura, alguns pedaços porque o traço é mais duradouro e não se apaga com tanta26 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS VESTIDO INCRIVELMENTE FÁCILINTERPRETAÇÃO DE MODELOS 27 Como ainda não dispomos de as aberturas. Embaixo, faça uma Cinto - Multiplique a medida elementos para o corte de vestidos bainha de 2,5 cm de largura, a má- dos seus quadris por três some ou roupas com maiores quina ou a mão, se quiser um tra- 50 cm ao resultado para fazer o continuamos a dar a maneira de balho mais fino. nó. Compre então a mesma fita do executar vestidos extremamente Decote - Franza a borda supe- decote, numa metragem igual ao que não exijam nenhum rior, frente e costas, até reduzi-la a dobro da medida encontrada. conhecimento prévio de corte. distância de axila a axila - em mé- Corte a fita em dois pedaços iguais Basta, evidentemente, saber dia 30 cm. Corte quatro pedaços e aplique-os um sobre o outro, manejar uma máquina de costura. de uma fita de cetim da mesma avesso contra avesso. Fixe-os en- Este modelo, que agora cor do vestido, tendo cada pedaço tão com dois pespontos, cada um propomos, é leve, bem de comprimento e a 3 a 1mm da borda. Desta maneira, a e pode ser feito em duas cm de largura. Faça duas tiras, fita ficará dupla e sem avesso. Ar- horas no todo franzido aplicando as fitas, duas a duas, remate as extremidades de modo no decote, que se mantém no lugar avesso contra avesso e fixe a semelhante à da fita do decote. às custas de uma fita de cetim borda superior com um pesponto Observação - Você pode amarrar amarrada nos Outra fita a 1mm da Enfie a borda as fitas do decote sobre os braços, de cetim amarra o vestido na franzida do decote entre as duas horizontalmente ou puxá-lás para altura dos quadris, depois de dar espessuras da fita e prenda com cima a fim de amarrá-las sobre os várias voltas em torno do corpo. outro pesponto que continuará fi- ombros. Se não gostar da fita em Note que a fita deve ser da mesma xando as duas espessuras ao longo volta dos quadris, pode cor do vestido. Por outro lado, das pontas que ficam Arre- por uma faixa ou um simples você poderá usá-lo solto. Como um mate as extremidades, virando pe- cinto. vestido para gestantes, por quenas dobras para dentro exemplo. pontando. TECIDO crepe ou qualquer tecido A B de queda fácil e METRAGEM Meça no corpo a altura do ves- tido e acrescente mais 14 cm, dos quais, 10 cm se destinam ao blu- E sante do amarrado nos quadris - ou na cintura se assim desejar os 4 cm restantes para costura do decote e bainha. Compre então duas vezes esta altura de um te- cido que tenha 1,40 a 1,60m de ESQUEMA DO VESTIDO MOLDE Não há necessidade de cortar o molde no papel. esquema vai servir apenas de orientação. Pegue o tecido e corte-o ao meio, no sen- tido atravessado, separando as duas alturas, Aplique os dois pa- nos, um sobre o outro, direito con- tra direito e costure os lados, ao longo das ourelas, a 3 cm de dis- tância das Se as ourelas re- puxam o tecido, não hesite em cortá-las fora. Neste caso, chuleie então as beiras internas das costu- ras. As costuras devem parar a 16 cm da borda superior, a fim de deixar aberturas, que vão funcio- C D nar como As próprias mar- gens de costura, dobradas para 67 dentro, servirão de arremate para28 Boa dade.-Isto quer dizer que, quanto mais alta a pence em relação à para profundidade, menor é o bojo: a pence é fina, delgada. Quanto mais baixa, maior é o bojo: a A BOA pence é gorda, larga. Por este mo- tivo, você pode corrigir uma EXECUÇÃO pence que está formando um bojo excessivo, aumentando-lhe um DAS PENCES pouco a altura ou diminuindo-lhe a profundidade. Faça o inverso quando há necessidade de aumen- tar um bojo deficiente. COMO ALINHAVAR As pences, como vocês sabem UMA PENCE ou, pelo menos, a maioria deve sa- ber são pregas piramidais costu- Muitas costureiras têm seus mé- radas que formam um bojo em sua todos próprios de alinhavar uma extremidade pontuda. Por isso, pence. Contudo, reputamos o são usadas em todas as peças do mais prático aquele que passamos molde que requeiram este bojo a para modelar uma saliência qual- Como é fácil o trabalho quer do corpo, como o busto, os pelo lado direito, torna-se neces- quadris, a omoplata, o cotovelo, sário que a pence esteja marcada etc. Quando a moda tende para as com alinhavos visíveis pelo direito, Torne a enfiar a agulha no canto roupas folgadas, soltas sobre o já que não se pode indicá-la com oposto pelo direito e saindo um corpo, envolvendo-o sem contudo um traço de lápis que, inevitavel- pouco acima no próprio contorno as pences perdem a sua sujaria o direito do da pence (fig. 2). Ao puxar a agu- função e desaparecem quase por Nos desenhos, para maior clareza, você lançou um fio horizontal completo. Quando, ao contrário, a o contorno da pence foi feito com que cobre a base da pence no lado moda exige vestidos bus- um traço fino contínuo que, na direito da roupa. Mais uma vez, tos em evidência, roupas bem es- realidade, indica o alinhavo mar- volte com a agulha para o lado truturadas, elas voltam a ser utili- cador da pence. zadas, nem que sejam disfarçadas Pelo nosso processo, não há ne- dentro de recortes, como veremos cessidade de dobrar o tecido para em nosso curso. Seja como for, fechar a pence. o trabalho é feito como só temos compromisso com com ela aberta. Em primeiro lu- a estrutura das roupas e não com a gar, enfie a agulha pelo avesso no moda vigente, sentimo-nos na canto direito da base da pence, obrigação de abordar o problema saindo com ela pelo direito (fig. 1). das pences. Como não são muito bonitas, as pences precisam ser trabalhadas com bastante cui- dado, para se tornarem delicadas e quase a menos que de- las se queira tirar partido plástico. valor do bojo, maior ou me- nor. de uma pence, depende da FIG. 3 relação entre a sua altura e a sua profundidade. A altura é a cia entre a base e a ponta, medida no eixo da pence, ou seja, a linha que divide a pence exatamente na metade e corresponde à dobra do tecido no avesso, depois que a pence for costurada. A profundidade é a distância entre os FIG. 1 oposto, enfie-a e saia com ela um lados da pence, tomados em sua pouco acima, sempre no contorno base. Podemos dizer que o valor da pence (fig. 3). Está lançado as- do bojo varia na razão inversa da sim o segundo fio horizontal, um relação entre a altura e a profundi- pouco acima do primeiro. Torne aTRUQUES E CONSELHOS 29 repetir o mesmo procedimento no guem os lados da pence, feitos en- Muitas costureiras têm o hábito lado contrário, a fim de lançar o quanto a agulha caminhava (fig. reprovável de dobrar o pano in- terceiro fio horizontal (fig. 4). Chegando com a agulha na terno da pence, no avesso, para ponta da pence, basta puxar a li- um lado só e passar a ferro. Isso nha e a pence fechará com a torna a pence grosseira e marca o maior facilidade. Não faça o espa- tecido pelo direito. Para que ela fi- muito estreito entre os que delicada e quase invisível fios, nem irregular, porque a linha principalmente em tecidos estam- deslizará com dificuldade ao ser pados corte com a tesoura o puxada. A FIG. 4 FIG.7 eixo ou a dobra interna da pence Continue assim até a ponta da (fig. 7) até bem perto da ponta. pence, indo e vindo de um lado Abra as margens internas com a para outro, de maneira a lançar unha e depois passe-as bem a ferro (use o pano úmido no avesso em tecidos grossos como a ou que vinquem com Chu- leie as bordas para que não se des- FIG. 6 fiem (fig. 8). Com isso, a pence fica bem chata e reduzida a um traço fino, pouco evidente, sem formar saliências desgraciosas COMO ARREMATAR quando é pequena em tecidos A PENCE Depois de alinhavada a pence, assim como o vestido, prove-o. Se não houver necessidade de corre- você agora vai costurar a FIG.8 pence à máquina, pelo dobrando-a como mostra a fig. 7. Tome o cuidado de não terminar bruscamente a costura no ponto prolongando-a suavemente junto à dobra, para evitar a forma- ção de uma bolsa desgraciosa na FIG. 5 ponta da pence. Na costura industrial, não se ali- nhava roupas, pelo que ela exige costureiras experimentadas e se- fios horizontais, a distâncias regu- guras. A pence é fechada direta- lares, sobre toda a superficie da dobrando-se o tecido pelo pence no lado direito do tecido eixo da pence, direito contra di- (fig. 5). No lado avesso, ficarão reito, e costurando-se pela marca- apenas alinhavos que se- ção feita por meio de piques.RUQUES E CONSELHOS PIQUE PIQUE PIQUE FIG. FIG. 11 PENCES MODELADORAS EM FUSO São aquelas que se usam para modelar certas partes da roupa. Ao contrário das pences ordi- nárias, cuja base está sempre apoiada numa costura, elas não atingem nenhuma borda do molde (fig. 9). Começam e terminam dentro da peça, com duas pontas e um centro mais largo, como se fossem duas pences unidas pela base. Para que fiquem bem execu- tadas, sem repuxar nem enrugar, alinhave-as e costure-as segundo a técnica que acabamos de Depois disso, ainda com a pence dobrada, faça no avesso uma série de piques na dobra interna da pence (fig. 10). Enfie a tesoura por um dos piques e abra a pence, cortando-a pelo eixo, Passe bem a ferro, eliminando qualquer ruga que se forme pelo direito, como mostra a fig. 11. Não esqueça de chulear as31 saia reta, como seu A levando-se em conta períodos de nome indica, é aquela maior ou menor popularidade. A que tomba em linhas sua apesar da grande simpli- retas dos quadris para cidade, é da máxima importância É clássica e tem atraves- para o estudo futuro de muitos ti- sado incólume quase todas as dé- pos de cadas do século XX, mesmo 3 BASE DA SAIA RETA32 A I E J B 2 A' M N B' 1 o LINHA DOS QUADRIS H G FRENTE COSTAS ESQUEMA 1 DA C F D MOLDE Vamos traçar a base da Divida o retângulo ao meio, ponto por duas curvas que re- frente e costas, pela vertical EF, que representa a presentarão a linha dos quadris na numa peça única, para tenha linha lateral da AC será o frente e nas Note que estas liberdade de escolha entre a meio da frente e BD o meio das curvas devem ser suaves - para com costuras laterais ou então não fazerem culotes na hora da sem elas, como veremos mais Trace agora a linha dos quadris prova e se prolongar pelas retas diante. GH, colocada abaixo da cintura laterais sem provocar angulações Comece desenhando o AB na medida da altura dos qua- no ponto O. Para que as duas cur- gulo ABCD com as seguintes di- dris, ou seja, uma média de 20 cm, vas fiquem absolutamente idênti- mensões: que serão colocados em AG e cas, trace apenas uma delas, dobre BH. Marque na cintura, frente e o papel pela linha EF e passe por AB = metade da medida dos costas, as distâncias e BJ. am- a carretilha para reproduzi-la quadris bas com a quarta parte da cintura no lado oposto. Ou, então, use o AC - comprimento desejado mais 3 destinados a uma papel carbono. para a Ligue os pontos e J ao33 Cavação da cintura Devido à niente que os lados da pence se- linha de Para isso, pro- concavidade natural da cintura na jam traçados ligeiramente encur- longue os lados da pence para mulher, a linha da mesma no vados para Isso não é obri- cima da cintura em e refaça molde, em vez de permanecer em gatório e a própria indústria da a linha de montagem em duas cur- deve ser encurvada para confecção usa a pence com os la- vas, como mostra o Esta cavação é, em média, dos retos para facilitar o trabalho. de cm na frente AA' - e de 2 Costas A profundidade da cm nas costas uma vez que pence nas costas depende da a cintura é mais marcada maior ou menor cavação da linha Naturalmente estas medidas são da cintura, uma vez que JB' é extremamente variáveis, podendo maior do que JB. Em termos ge- até mesmo ser inexistentes, depen- rais, podemos dizer que a profun- dendo da conformação corporal didade é igual a 3cm mais o ex- de cada pessoa. Neste caso, só a cesso de JB' sobre JB. Para facili- prova poderá dizer o quanto se de- dade da leitora, eis uma pequena cavar. Marcada a cavação, li- tabela: gue A' a I e B' a J por linhas ligei- ramente Profundidade cavação da COLOCAÇÃO DAS PENCES da pence cintura 3,5 2 a 2,5 Frente A pence da frente tem 4 3 a 3,5 normalmente 3 em de profundi- 4,5 4 a 4,5 OBSERVAÇÕES dade. Como porém os corpos va- riam, exigindo que a pence forme um bojo maior ou menor, o com- 1. A pence única de 3cm de primento pode ter três compri- Quanto ao comprimento da profundidade pode ser substituída mentos básicos: pence, como na frente, ele varia por duas de ou por três de conforme o corpo exija um bojo Icm, enfim, por quantas desejar, maior ou menor para conter a sa- desde que a soma das suas profun- 8 a 10 cm liência das Por isso, te- didades seja sempre igual a 3cm. VENTRE UM mos também três comprimentos básicos: 2. Quando não houver necessi- POUCO SALIENTE dade de coincidência da pence da blusa com a da saia, esta última 10 a 12 cm 8 a 10 cm. pode ser colocada à vontade, ge- ralmente no meio da curva da cin- VENTRE NORMAL Isto acontece quando a blusa nádegas salientes é franzida na cintura ou só possui pence horizontal, como também 12 a 14 cm quando a saia é independente. VENTRE CHATO 10 a 12 cm. 3. Quando a cintura nas costas é nádegas normais demasiadamente marcada e as degas muito salientes, não adianta ir aumentando cada vez mais a ca- Quando a blusa tem pence ver- 12 a 14 cm. vação da cintura no molde, pois a tical de busto, esta deverá coincidir com a da saia, no caso de vestidos nádegas saja começará a empinar nas cos- tas, repuxando para Além modelados com a cintura costu- pouco salientes de de cavação, a corre Assim sendo, a distância este perigo, uma vez que, o que que separa a pence do meio ela está realmente a exigir é um da frente, terá a mesma medida maior bojo para conter o volume que a da blusa, ou seja, metade da Uma vez marcada a profundi- do corpo. Por isso, aumente a pro- separação do busto, menos 2 cm dade de ambas as pences, trace o fundidade da pence no que for a razão desta medida será melhor eixo de cada uma na metade da cessário a prova o dirá como compreendida quando estudar- marcação, perpendicularmente à duas pences de 2,5 cm,3 cm ou até mos a base da frente da blusa. Ob- curva da cintura e com o compri- mesmo 4 cm de profundidade serve um pequeno detalhe: para mento desejado. Como, após o fe- cada uma. Como este aumento vai melhor caimento da saia e para chamento da pence, forma-se um diminuir a medida da cintura no que esta envolva melhor o arre- ângulo na cintura, torna-se neces- molde, acrescente-o no lado, me- dondamento do corpo, é conve- sário proceder a uma correção na tade na frente e metade nas cos-1 1 B A' M G LINHA DOS QUADRIS H ESQUEMA 2 c' C F D'D35 tas. Refaça as curvas do quadril. Por exemplo, se tiver de aumentar 3cm na profundidade da pence, o acréscimo lateral será de na frente e nas costas. 4. Como foi ensinado na base, a linha da costura lateral está colo- cada meio a meio, isto é, a frente e as costas da saia têm a mesma lar- gura. Isto pode ser usado sem pre- juizo da boa queda, quando o fecho-eclér - ou ziper, como de- CORREÇÕES sejar - está colocado na costura do Se quiser possuir uma rão detectados com facilidade, meio das costas, Quando, base de saia reta perfeita, faça-a observando com cuidado esta o fecho tem de ser colocado na primeiro em zona. Vejamos um exemplo. costura lateral esquerda, a linha experimente-a, corrija os defei- do quadril fica ligeiramente defor- A forma atrás rugas hori- tos se houver transporte as mada. Neste caso, é conveniente zontais entre os quadris e a cin- correções para o molde e corte- desviar um pouco a costura lateral tura, embora a linha dos qua- o em cartolina. Dai em diante, em direção às costas, a fim de es- dris esteja absolutamente hori- não haverá praticamente mais A conclusão é imediata: conder o fecho e a costura, necessidade de provas, mesmo quando a saia é vista de frente. As- há muita distância entre os qua- que se trate de modelos que te- dris e a cintura. Retire então os sim sendo, a frente se torna ligei- nham como base a saia reta. ramente mais larga do que as cos- alfinetes que prendem a saia ao Este procedimento, aliás, deve Na hora da prova, passe na cós e alise-a para cima, desfa- ser rotineiro, sobretudo quando se cintura uma fita de cós ou ca- zendo as rugas. Torne a pren- trata de independentes. darço com 3 cm de largura, der os alfinetes e refaça com o fechando-a com colchetes. Ali- giz de alfaiate a nova linha da Para obter-se a saia mais larga nhave a saia, sendo que nos cintura. Verificará que houve na frente do que nas costas, o pro- quadris e no ziper, faça-o com necessidade de aumentar a ca- cesso é extremamente simples: pequenos alinhavos. Os alinha- vação. Quando, ao contrário, a basta que alargue a frente em vos largos podem ceder - se a cavação da base é muito forte traçando a vertical pa- saia estiver justa demais pro- pessoas de costas retas - a saja ralela ao meio da frente - veja o vocando surpresas desagradá- levanta nas costas porque a li- esquema 2 - e estreite as costas veis depois da costura definitiva nha dos quadris foi puxada para também em 1cm, traçando a verti- a máquina. Por fim, passe um cima. A correção é inversa da cal para dentro do meio das alinhavo largo sobre a linha dos Solte os alfinetes de Com isso, a frente fica 2cm quadris, para que ela fique visi- puxe a saia para baixo até mais larga do que as costas. Em ta- vel pelo direito. Tomadas estas horizontalizar a linha dos qua- manhos grandes - quadris me- precauções, só necessárias na dris e prenda novamente os alfi- dindo acima de 106 cm - em vez primeira prova, vista a saia e netes, a fim de refazer a linha de 1cm, use 1,5 cm, o que fará a prenda-a com alfinetes na fita da cintura com marcações a frente ficar 3 larga do que de cós, pela linha de montagem giz. Retirando a saia, notará as costas. leia algumas lições à frente que houve necessidade de dimi- Como a cintura acompanha au- como passar o molde para o nuir a cavação da cintura. tomaticamente esta modificação, tecido. Quando a saia forma lateral- não se esqueça de aumentar 1cm na frente da cintura da blusa e di- No momento da prova, o mente as chamadas "barrigas" ponto de observação impor- é que a curva do quadril está minuir 1cm nas costas - quando a tante se localiza na linha dos por demais pronunciada. Basta é costurada numa blusa com quadris, que deve ficar sempre suavizá-la, retirando o pences para que haja coinci- bem Quando isto Faça isso com alfinetes, na dência das costuras Na acontece, a queda da saia, dos prova, sobre o próprio corpo. frente, basta que diminua 1cm na quadris para baixo, estará impe- Com o exemplo destas corre- profundidade da pence vertical, cável, já que a bainha é paralela no seu lado interno - o que não ções, já pode ter um ro- à linha dos quadris. Os defeitos teiro de como descobrir outros alterará sensivelmente o bojo da de uma saia reta se localizam, pence - e, nas costas, corte 1cm defeitos que a sua saia pode ter. portanto, na zona intermediária no lado, para que a coincidência Basta um pouco de perspicácia das costuras não se altere, até entre os quadris e a cintura. Se- e bastante atenção. mesmo a da pence da frente, se for o36 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS VÁRIAS MANEIRAS DE MONTAGEM DEUMA SAIA RETA o modelo clássico de saia reta, sem repousa integralmente no molde básico, praticamente sem modificações, a não ser nos diversos modos de montagem das peças. Estas maneiras básicas de montagem podem então servir de ponto de partida para outros modelos, com o acréscimo de bolsos, recortes 1 Saia em dois panos - Separe a frente das costas pela costura la- teral e corte no tecido dobrado pelo meio da frente e pelo meio das Coloque o ziper na costura lateral esquerda. Não gos- tamos particularmente deste tipo de montagem, porque a colocação do ziper na costura curva do qua- dril exige muita perícia e nem sempre ficaINTERPRETAÇÃO DE MODELOS 37 2 em panos - Corte a frente com o tecido dobrado pelo meio, porém, as costas devem ser cortadas duas vezes, a fim de criar uma costura central, onde será montado o É mais aconse- que o tipo anterior, não só porque facilita a montagem do zi- per, como também adelgaça a si- lhueta por trás pela presença da costura vertical no centro. 3 Saia em quatro panos - Corte também a frente duas vezes, como acontece com as Neste caso, a saia terá quatro costuras, duas centrais - meio da frente e meio das costas - e duas Pelo que dissemos no caso ante- rior, é evidente que esta monta- gem é a que mais emagrece o ziper tanto pode ser co- locado na costura central da frente ou das costas, conforme a exigência do modelo.38 INTERPRETAÇÃO DE MODELOS 4 Saia em um pano único - Não separe a frente das costas da base e corte-a no tecido dobrado pelo meio da As costuras late- rais inexistentes são substituidas por pences formadas pelas duas curvas do A saja tem uma costura só no meio das costas, onde será montado o ziper. Se cortar a base da no tecido do- brado pelo meio das costas, então a costura passará a ficar no meio da frente. 5 Saia em dois panos - É igual ao tipo anterior, apenas com a saia cortada em dois panos, tendo cos- turas centrais tanto na frente quanto nas costas e costuras late- rais por pences. Colo- que o ziper na frente ou atrás, de acordo com o modelo desejado.INTERPRETAÇÃO DE MODELOS 39 6 Saia em panos - Neste tipo de montagem, temos de fazer uma pequena alteração na base separe a frente das Trace uma vertical desde o bico da pence da frente até a Corte esta linha e os dois lados da pence, separando a base em duas uma anterior, cortada uma vez no tecido dobrado pelo meio da frente e outra cortada duas vezes no De- pois de montada, esta ficará com duas costuras na frente, por cima das coxas, e uma no meio das costas, onde será colocado o Nos lados, apenas pences de quadril. 7 em quatro panos - É pa- recida com a anterior, cortando-se as costas pelo bico da pence, exa- tamente como se procedeu na uma montagem original, porque a fica dividida em quatro panos, com duas costuras frente e duas nas costas, ou seja, um pano outro traseiro dois laterais. Não há costuras centrais nem ziper pode ser colocado assimetricamente numa das costuras ou, então tam- bém podem ser usados dois zipe- res menores nas duas costuras da frente ou das Uma obser- vação: quando cortar as costas, arredonde o ângulo que se forma dois lados, na altura do bico da pence. Na frente, tal cuidado será dispensável, se os lados da pence foram traçados curvos, como tivemos ocasião de mencio- nar na lição10 Papel carbono - papel car- maior for este número, menor e bono é um bom auxiliar para a ra- mais fina será a agulha. As mais pidez do traçado de moldes no te- usadas variam de 8 a 10, sendo a cido, embora seja bom tomar cer- de número 7 a mais comum. Ao tos cuidados ao trabalhar-se com escolher a agulha, considere o ele. Como os moldes são sempre nero de trabalho que vai executar, traçados pela metade - não consi- o tipo de tecido - sua estrutura e deramos a exceção dos assimétri- peso como também a espessura sejam as peças simétricas ou da Tenha sempre como re- dobradas pelo meio na fazenda, o gra que uma agulha adequada papel carbono, colocado ao con- deve ser suficientemente fina para trário sobre o lado oposto, repro- penetrar facilmente no tecido e duzirá perfeitamente a outra me- suficientemente forte para não en- UTENSÍLIOS tade do o papel carbono curvar ou quebrar com escuro, preto ou marinho, quando cia. As agulhas devem ser de aço novo, suja sempre o avesso do te- de boa qualidade, pois duram mais DECOSTURA cido e, por isso, evite-os. Como já e não entortam com facilidade. dissemos anteriormente, não pro- Para que não enferrugem, os pa- cure transportar o traçado para o cotes de agulhas devem ser con- lado oposto com o carbono e a servados fechados, sempre que carretilha. Use, em vez dela, um não estejam em uso. Se, entre- estilete rombudo, como uma agu- tanto, a agulha por acaso enferru- de por exemplo. jar, pode ser repolida com a ajuda de um pacotinho de gesso. Agulhas - As costuras feitas a Linhas - A escolha da linna a máquina são, em geral, destinadas ser usada depende do tipo de te- a armar o vestido e, para isso, dis- cido que ela vai costurar. Assim, de agulhas especiais com o use linha de algodão para os teci- furo na extremidade pontiaguda. dos de algodão, linhas de seda Para os arremates finos, como as para os tecidos de seda e, para o bainhas, o os alinhavos, o caso de tecidos à base de fios arti- pregamento de botões etc. a cos- ficiais ou sintéticos, a escolha deve tura é feita a mão. E como recair nas linhas Além a costura manual utiliza natural- disso, a espessura da linha deve mente as Não esqueça, combinar bem com o tamanho da porém, que é essencial usar agu- agulha. Nada mais incômodo do que sejam adequadas à linha e que transformar o momento de ao tecido, com os quais vai traba- enfiar a linha na agulha numa ver- Por este motivo, existem dadeira acrobacia de mãos e de muitos tipos de agulha, cada um se E é isso o que acontece destinando a um fim especial. Es- quando se usa linha grossa demais tes tipos variados se diferenciam para o fundo da agulha com que pela forma do orifício - redondo se vai trabalhar. É preciso, tam- ou alongado - pelo comprimento, bém, muita atenção na escolha da pela grossura e pela ponta - pon- linha, que deve ser de bastante tiaguda, redonda ou As parecida com a da fazenda, para agulhas comuns de costura são in- que os pontos não fiquem muito dicadas por números: quanto Para os alinhavos, porém,61 95 COSTURA 4 96 63 65 66 69 70 71 56 72 57 73 58 74 59 75 60 76 121 61 77 78 123 63 79 80 deve-se usar linha de cor dife- rente, para que se tornem bem Não cometa jamais a tolice de ir cortando um tecido à costura mas ao corte. Por este destacados, De uma maneira ge- motivo, para sua maior comodida- ral, para os alinhavos, usa-se li- sem saber qual a metragem exi- gida pelo modelo, a fim de não ter de, possua duas réguas, uma de nha branca nos tecidos pretos ou meio metro outra de um metro de cor escura e linha preta nos surpresas arriscando-se ainda a perder todo para traçar moldes maiores e meno- brancos ou de cor o tecido, pelo fato, bem res. É sempre conveniente compa- de não encontrá-lo mais à rar as divisões da fita métrica com Os principais instrumentos de me- as da Se concordarem com DE MEDIDA dida são: exatidão, tudo bem, e ai pode tra- os seus moldes com a régua, Como qualquer trabalho bem Fita métrica - indispensável utilizando suas próprias feito tem de ser meticuloso, a para tirar as medidas do corpo e Se tal não acontecer, o que é questão das medidas é muito im- cotejar estas medidas quando os muito frequente, use a régua ape- portante no traçado dos moldes forem traçados com a ré- nas para traçar as retas dos moldes velho ditado de nossas gua. As fitas métricas têm sempre e faça as medidas com a fita mé- "meça mil vezes, mas corte uma 1,50m de comprimento com as ex- trica, pois foi com ela que tirou as só vez" nunca deve ser esquecido tremidades protegidas por dimensões do corpo da pessoa a por qualquer uma que se propo- vezes são fabricadas de borra- quem se destina a roupa. Eviden- nha a cortar e Quando cha sintética - as melhores - ou- temente, isto só se refere às medi- for cortar uma roupa qualquer, tras de tecido revestido, que das fundamentais, As complemen- meça a fazenda disponível e tenha pouca duração e começam cedo a tares podem ser determinadas certeza absoluta de que é sufi- com as réguas, já que não interfe- ciente para o modelo que deseja Régua métrica - Não se destina rem decisivamente com o tama- nho da roupa.42 Truques para uma Conselhos Boa Costura se escolhe o feitio. Este erro não é grave nem irremediável, a fim de poupar muita dor de cabeça na es- colha de um modelo que se adapte ao tipo de fazenda e à metragem adquirida. Daí, ser aconselhável ETAPAS NA fazer exatamente o inverso, ou seja, é muito mais fácil conseguir o CONFECÇÃO tecido adequado a um modelo previamente escolhido do que en- DEUMAROUPA contrar um modelo que se ajuste com perfeição a um tecido já ad- QUALQUER-1 quirido. Antes de se decidir na escolha do modelo, não se esqueça de le- 3. Preparo da fazenda Depois var em conta o seu tipo físico, o de adquirida a fazenda e antes de seu tipo psicológico e a finalidade começar a trabalhar com ela, é da roupa. Se você é gordinha, preciso prepará-la para o corte. Já Para que o resultado da confec- deve preferir as roupas de linhas abordamos o assunto anterior- ção de uma roupa qualquer seja simples, cortes verticais que alon- mente, embora restem alguns con- satisfatório, sem defeitos e com gam a silhueta e roupas muito jus- selhos e detalhes que iremos co- bom caimento, é necessário que, tas, evitando, ao mesmo tempo, os mentar antes durante o trabalho, sejam franzidos, os drapeados exagera- 4. Tomada das medidas e corte observadas algumas regras, que fa- dos e os detalhes que afogam a li- das peças do molde A tomada vorecem e simplificam o trabalho. nha do corpo, como os babados das medidas deve ser uma opera- São oito etapas ou fases que de- ou as golas muito altas. Se é ma- ção cuidadosa para evitar surpre- vem ser seguidas, tanto quanto gra, deve, ao contrário, escolher sas desagradáveis na hora da modelos amplos, mangas e prova. modo de tomar as medi- fartas, muito franzido, drapeados das de uma pessoa já foi assunto à vontade e golas de qualquer gê- abordado detalhadamente em 1. Escolha do modelo nero. Se você é baixa, fuja das nossa primeira lição. Quanto ao que se deseja fazer volumosas ou muito rodadas, corte dos moldes em papel, ele 2. Escolha da fazenda dos modelos que cortam a silhueta pode ser feito a partir de seus pró- 3. Preparo da fazenda ao meio ou que estejam sobrecar- prios conhecimentos ou dos nos- 4. Tomada das medidas e regados de detalhes mas, se é alta, sos moldes publicados em revistas corte das peças do fique com os modelos de linhas especializadas. No primeiro caso, molde horizontais ou assimétricas e evite, seus conhecimentos serão justa- 5. Passagem dos moldes claro, as linhas verticais ou os de- mente adquiridos através das li- para o tecido talhes que avolumam o corpo. ções do nosso curso. 6. Início das costuras 2. Escolha da fazenda - Depois Para o traçado e o corte dos 7. Prova da roupa de escolhido o modelo, procure moldes no papel, você pode esco- 8. Ordem de montagem um tecido que não só seja ade- o papel manilha ou o papel das peças quado ao feitio como também ao Kraft, ambos em folhas de tama- tipo físico de quem vai usar a nho duplo. primeiro é mais ba- roupa. As mulheres baixas rato, porém o segundo é mais re- gordinhas devem esquecer as es- sistente e, por ser mais encorpado, Aqui, abordaremos cada fase de tamparias grandes e muito vistosas facilita muito o transporte do maneira mais ou menos superfi- ou os tecidos muito encorpados, molde para o Além disso, cial, já que elas serão objeto de li- dando preferência às estamparias tenha sempre à mão algumas fo- ções especiais, se já não o foram miúdas, gênero "pois" ou liberty, de papel manteiga que são de como a tomada das medidas ou às listras Por outro enorme utilidade na interpretação parcialmente, o preparo da fa- lado, as mulheres muito magras de modelos, como veremos atra- para sua estatura podem usar sem vés de lições futuras. Tenha uma 1. Escolha do modelo Antes medo os e as fazen- tesoura especial para cortar o pa- de tudo, quando você resolve fa- das armadas, porque parecerão pel, pois as fazendas são muito exi- zer uma roupa, deve escolher, evi- mais cheinhas. As cores também gentes quanto ao fio delas e o pa- dentemente, o Essa esco- são importantes, já que os tons es- pel gasta-o com muita rapidez. é muito importante, porque é curos e sóbrios emagrecem e alon- Mais adiante, voltaremos a esse muito comum, ou melhor, é quase gam a silhueta, enquanto o branco assunto, importante para o bom regra geral que se compre a fa- e as cores claras ou vibrantes en- desempenho durante a feitura de zenda primeiro e só depois é que gordam e aumentam o corpo. uma roupa.43 " E vaser" em signi- fica dilatar, aumentar, tudo formar gomos, uma vez que a alargar uma abertura, sua largura é relativamente pe- um orificio ou um ele- Não são características da mento qualquer. metade do século pois esta- mente, "évaser" uma saia quer di- e pinturas murais na antiga zer alargá-la para baixo, retirando- Creta mostram que já exis- lhe a linha reta ou tiam naqueles tempos A - vamos usar o Por volta de 1900 gozaram da termo já que não mesma popularidade que os espar- temos o equivalente em nossa lin- tilhos e na primeira metade dos gua - é, portanto, aquela que abre anos sessenta a moda ressuscitou ligeiramente para baixo, sem con- as sajas evasês que haviam caído no Lição 4 SAIAS EVASÊS de Cardin, com de 1961 um pouce ao adven- to da OL BRANDÃO de noiva de no final da década de simples e em sua44 SAIAS 1. SAIA EVASE PLACADA Há vários tipos de saia dependendo da com que é Nesta lição, começare- mos pelo tipo mais simples, a que chamamos de placado. aquele em que a abre apenas nos la- dos, num movimento lateral só de frente, enquanto se torna achatada, quando vista de perfil (a menos que o corpo seja tão redondo que arrebite a saia na frente e nas costas). cortada em apenas dois panos, o da frente e o das costas, unidos pelas costuras laterais, fecho-ecler na lateral es- Como na saia reta, há a al- ternativa de cortar o pano das cos- tas duas vezes, criando assim uma costura central, onde será mon- tado o fecho. A saia deve cair bem armada, de modo que, se for confeccio- nada em tecidos moles, o forro deve ser encorpado para dar-lhe maior firmeza. Em "jeans", brins ou gabardines, o forro é dispensá- vel. Seu corte é de extrema simpli- cidade.SAIAS EVASÊS 45 Frente (esquema 1) - Trace, em AB para o levante uma reta primeiro lugar, a frente da base da partindo do ponto B até tocar Costas (esquema 2) Trace Em seguida, alargue a curvatura do quadril, a fim de ob- agora as costas da base da saia bainha na lateral, de A para B. ter a costura lateral. Atingindo o reta e, em seguida, introduza late- numa medida que lhe visual- quadril, basta seguir a sua curva ralmente de A para B as mesmas mente a abertura desejada para a até a cintura. Se a bainha perma- modificações que foram feitas na saia. Note que, quanto mais curta necer reta, formará uma ponta la- frente, inclusive o traçado da cos- a menores são as medidas teral quando juntar-se com a das tura lateral. Para melhor clareza, para o e, quanto mais longa, costas. É preciso, então, arredon- basta observar o esquema 2. maiores as medidas. Numa de dar a bainha, subindo-a no lado, Corte no tecido - Corte a frente comprimento médio entre 60 a de B a D. Em sajas de compri- uma vez no tecido dobrado pelo 70cm - o alargamento para o mento médio, com um AB meio da frente. Para as costas, varia entre 4 e 12cm. Abaixo de 10 a 12cm, BD mede geral- você tem duas como na de 4cm, a ainda manterá uma mente 2cm. Como, porém, o arre- frente, corte as costas uma vez linha quase reta e, acima de 12cm, dondamento da bainha depende com a fazenda dobrada pelo meio o peso natural do tecido fará com do valor do o mais prático é (fecho-ecler na lateral esquerda) que a tombe nas laterais, for- traçar a frente e as costas, juntá- ou então corte as costas duas ve- mando "orelhas" las pelas costuras laterais e traçar zes, colocando o ziper na costura Uma vez marcada a distância o arredondado naquilo que for central que foi criada, LINHA DOS QUADRIS LINHA DOS QUADRIS ESQUEMA 1 ESQUEMA 2 D D A B A46 SAIAS 2. SAIA Ao contrário da anterior, a saia cônica é cortada em quatro panos que abrem para baixo nas quatro costuras, de modo que o movimento se faz por igual em toda a volta da Coloque os panos no tecido de maneira que o fio coincida com a vertical do meio do molde, ficando todas as costuras num meio Esta saia tanto pode cair mo- lenga quanto armada, No primeiro caso, basta cortá-la em tecidos flexiveis ou então colocar os des em pleno viés, sem usar forro. No segundo caso, torna-se conve- niente forrá-la com tecidos bem firmes ou, então, optar por um truque: coloque na saia uma bai- nha postiça de 20 a 30cm de al- tura, com uma entretela encor- pada colada sobre o seu Se não quiser costuras centrais, basta colocar os moldes sobre o tecido dobrado pelo meio, a fio reto ou em pleno viés, de acordo com a queda desejada.47 Frente (esquema 3) - Em pri- que indicamos para a placada, nha, subindo-a de G a G' e de F a meiro lugar, trace a frente da base ou seja, uma variação entre 2 e em 1cm aproximadamente da saja reta, após o que, alargue a 6cm. quando a saja tem comprimento bainha em ambos os lados, de E a mais prático mesmo, de D a F. em medidas iguais, Uma vez marcadas as distâncias como já dissemos, é juntar os pa- de modo a obter visualmente a EG e ligue o ponto F ao nos da saia e arredondar a bainha abertura que deseja para a ponto A no meio da cintura, por na medida que for Como na anterior, quanto uma reta, que será a costura do mais curta ela for, menores são as meio da Para a costura la- Costas (esquema 4) - Trace as medidas dadas para o teral, levante outra reta, do ponto costas da base da reta e nela quanto mais longa, maiores as me- G até tocar a curvatura do quadril introduza as mesmas modificações Numa saja de comprimento e seguindo por esta linha até che- que foram feitas na frente para a médio entre 60 a 70cm o alar- gar na cintura. Como a vai obtenção da linha Observe gamento para o deve formar pontas ao nível das costu- bem o esquema 4, se tiver qual- em cada lado, a metade daquele ras, é necessário arredondar a bai- quer dúvida. A A LINHA DOS QUADRIS LINHA DOS QUADRIS ESQUEMA 4 ESQUEMA 3 D G E D48 DE MODELOS UMA SAIA EVASÉ PARAOSEU DIA A DIA Prática, sem muitos esta saia é ideal para as suas ativi- dades Livre de modismos, pode em tecido pois não corre o perigo de cair de Cortada em panos a saia tem três na frente e dois nas Sobre o cós largo se apóiam dois enormes passadores, presos por "plic placs" sobre as costuras da Costuras e bor- das são sublinhadas por pespon- GIL BRANDAO tos, que se cruzam na parte supe- rior dos Querendo, pode passar um cinto delgado por cima do cós. Tecido - "Jeans". brim cáqui, dão. verde-oliva ou gabardine de algo- Metragem - Duas alturas da incluindo costuras e bainha, num tecido com 1,40m deINTERPRETAÇÃO DE MODELOS 49 estiver bem vertical, as distâncias Pano Central da frente (esquema 6) MOLDE DC e DC serão iguais. Assim pro- - Corte o pano da frente pela reta Frente (esquema 5) - Trace o cedendo, já delimitamos os dois ABC, separando-o do pano late- molde da frente da base da reta, traçando o eixo da pence panos da frente, que se ral, como mostra o esquema 6. desde a ponta da pence - ponto B Corte esta peça uma vez no tecido aproximadamente no meio de dobrado pelo meio da frente FP. - até a bainha. Resta agora Risque os lados da pence e Arredonde a bainha. até a bainha. Se ED separá-los. E I G F E F A A A' B B DOS QUADRIS M N N ESQUEMA 5 ESQUEMA 6 H P C P D DINTERPRETAÇÃO DE MODELOS Pano Lateral da Frente (esquema 7) dida de Trace agora a cos- de P a de Q a na mesma Como o molde do pano lateral fi- tura lateral, levantando uma reta medida de DC ou CD na frente. cou truncado pelo corte de separa- do ponto L até tocar a curva do Trace a costura do meio das cos- ção do pano da frente, cole um pe- quadril e continuar por esta linha tas, ligando o ponto R ao ponto daço de papel ao longo da linha cor- até o ponto I na cintura. Arre- na cintura, por uma reta, e, tada BC (em tracejado no es- donde a bainha. Corte esta peça para a costura lateral, levante uma quema Prolongue então o lado duas vezes no reta do ponto até tocar a curva da pence A'B para baixo até do quadril continuando por esta li- de modo que seja igual a DC. Costas (esquema 8) - Trace as nha até o ponto I na cintura. Arre- Feito isso, alargue o molde no costas da base da saia Alar- donde a bainha. Corte esta peça lado, de H até L. na mesma me- gue a bainha em ambos os lados, duas vezes no tecido. E G A' BOLSO B M LINHA DOS QUADRIS ESQUEMA 8 ESQUEMA 7 D P H L Q RINTERPRETAÇÃO DE MODELOS 51 Bolso Traseiro (esquema 9) Passador (esquema 11) Trace o MONTAGEM Trace o molde de acordo com as molde, seguindo as medidas dadas medidas indicadas no esquema. no esquema. Corte quatro vezes Feche a pence das costas e Corte duas vezes no tecido. no o sistema de pespontos costure todos os panos da saia, vai desenhado no própio deixando na costura central das Observações Em nossas inter- costas uma abertura de 20 pretações, os esquemas dos mol- para o ziper. Pesponte des são traçados nas medidas exa- tas, tornando-se necessário acres- 2. Monte o ziper. 12 centar margens de costura e bai- 3. Prepare os dois passadores, nhas na passagem para o tecido. A entretelando e pespontando pelas montagem, que acompanha as in- marcações. A seguir, prepare o ESQUEMA 9 terpretações, apenas fornece o ro- cós, prendendo os passadores na teiro de execução da roupa. Como costura da borda superior, exata- transportar os moldes para o te- mente na altura das costuras dian- cido e as técnicas de costura serão objeto de lições através de todo o curso. 4. Monte o cós na cintura da e feche o pequeno transpasse ao da maneira com um col- chete próprio para Fixe as ex- 6 6 tremidades soltas dos passadores com tachas metálicas e passe um pesponto horizontal sobre eles, exatamente por cima da costura de montagem do cós. 5. Faça uma bainha de 3cm de ESQUEMA 11 largura na barra da e fixe-a Cós (esquema 10) Trace uma 4 com pontos a mão em espinha de tira com o comprimento AB igual peixe. Ou, então, faça uma bainha à metade da medida da sua cin- estreita de 2cm pesponte-a a tura e a largura AC igual a 4 cm. 1cm de distância da borda. Corte duas vezes no tecido do- brado pelo meio das costas AC. Numa das extremidades, acres- cente um transpasse BC com 2 cm de largura. Esse transpasse é ne- cessário para o fechamento do cós ao nível do que fecha a ma- 22 neira (chama-se maneira de uma saja a abertura que ela possui junto à cintura, para permitir sua passagem pelos quadris; atual- mente, na maioria esmagadora dos casos, ela é fechada por um ziper). A 4 ESQUEMA 10 D52 Entre os instrumentos que pode mente o traçado de todos os mol- adquirir em armarinhos e papela- des. o esquadro de 45° permite rias estão os seguintes: também traçar a diagonal perfeita Dedal Muitas costureiras não conseqüentemente, marcar no COSTURA conseguem se adaptar ao uso do molde a direção do fio, quando ele dedal, mas aqui está um conselho é cortado no viés (basta fazer para todas, sobretudo para aque- coincidir um dos catetos com o las que ainda não estão acostuma- meio da peça. A hipotenusa a das a trabalhar com ele: comprem direção do fio). Os esquadros são um dedal, se familiarizem com o fabricados em madeira alguns seu uso. na verdade, um hábito com marcações milimetradas so- salutar o seu porque bre um dos catetos ou então em protege a extremidade do dedo e plástico transparente, atualmente favorece a rapidez da mais comuns, por serem mais du- Usa-se o dedal no dedo médio. ráveis, de fabricação mais rigorosa AUXILIARES Quando apresentar alguma e de manuseio mais cômodo. reza que possa prejudicar o tecido, Quando se usa um esquadro de DE COSTURA o mal pode ser remediado, madeira é conveniente verificar se eliminando-se a aspereza com o reto é perfeito e se as de uma lixa de Os suas arestas se encontram em bom Além dos dedais podem ser adquiridos em estado, isto é, lisas e sem irregula- vários tamanhos. pelo importantes em há uma série deles que, Se não dispõe de um esquadro, embora dispensáveis, ajudam muito pode obter facilmente um ângulo realização do seu trabalho. Alguns reto com suas linhas perpendicula- podem ser encontrados em res entre si, apanhando um pe- outros você mesma os daço de papel, em que uma das E ainda outros, finalmente, não bordas esteja perfeitamente reta. passam de objetos comuns de Dobre o papel, fazendo coincidir caseiro que poderão ser adaptados as bordas ângulo formado para a costura. ainda pela borda dobrada com as bordas instrumentos de desenho, compráveis superpostas é um perfeito ângulo reto ou de em papelarias, que podem auxiliar bastante no traçado dos moldes. Esquadros São muito úteis para o traçado dos moldes. Nor- Cateto malmente trabalha-se com um par de o de 45° e o de reto São usados para traçar linhas per- pendiculares, principalmente nos retângulos básicos com que, no nosso iniciamos pratica- 45° 60°costura III 53 Régua de quadril e curva francesa Enfiador de agulhas um pe- Almofada de alfinetes É indis- A régua de quadril é a que tem queno instrumento de metal que pensável para o trabalho de cos- uma das extremidades encurva- permite enfiar a linha na agulha tura. Ao mesmo tempo que torna Auxilia bastante no traçado com a maior facilidade, evitando rápido e cômodo o manuseio dos das curvas do quadril e das pernas que o ato de enfiar uma linha alfinetes, a almofada constitui um das calças compridas ou de quais- muito fina num diminuto buraco lugar seguro e evidente para quer outras curvas Para as de agulha se transforme num ver- guardá-los. Você mesma pode fa- curvas mais fechadas, a curva dadeiro castigo. zer a sua almofada de alfinetes, francesa é um auxiliar de grande como se fosse um pequeno traves- utilidade. Fabricada em plástico e seiro firmemente recheado, Caso em vários tamanhos, pode ser contrário, não é dificil encontrar comprada em lojas de artigos de em armarinhos e lojas de presen- senho ou tes almofadas já feitas nas mais va- riadas formas e Furador furador para costu- reiras e bordadeiras é um pequeno instrumento por um cabo de madeira e uma haste pon- tiaguda para abrir redon- dos, necessários para ilhoses e ca- sas. furador também é útil para transportar marcações quando se traçam moldes no papel. Há os que são feitos de metal, de plás- de osso e até mesmo de ma- deira, como o Enfiador de cordões e elásticos Tem a forma de uma pequena Objetos caseiros, concebidos haste larga e chata com extremi- para outras finalidades, podem dades Numa delas há também assumir o papel de auxi- uma abertura para prender o clás- liares de costura. Um alfinete de tico, a fita ou o cordão que se pre- segurança ou de fralda pode servir tende enfiar numa bainha ou como enfiador de fitas e elásticos numa "coulisse" (túnel formado com toda eficiência. As pinças po- dem ser utilizadas para retirar pe- pela superposição de duas espes- suras de tecido, fixadas com dois quenas pontas de linha, alinhavos e marcações de alfaiate. Um é pespontos). muito útil para recolher alfinetes e agulhas, que ficam espalhados ou que caem no chão. A fita durex é um ótimo auxiliar para juntar pe- daços de papel quando se traçam moldes ou juntar duas peças pela costura que se deseja fazer desa- parecer ou ainda quando se fe- pences no papel para sua cham E transportá-las por exigência do modelo que se está interpretando. assim, a sua experiência e a imaginação podem descobrir outros objetos corriqueiros que podem subitamente ter uma certa curva francesa utilidade quando54 Boa processo do "décatissage" lho já foi efetuado. Desta maneira, consiste no seguinte: sobre uma o vapor penetrará uniformemente para mesa ou uma tábua de engomar, no tecido inteiro. procedendo coloque o tecido, dobrado em de maneira idêntica até o fim da dois, o lado direito para dentro e o metragem e recomece a mesma avesso para fora. Prepare um reci- operação sobre o outro lado do te- ANTES piente com água bem limpa, um cido de Agindo assim, fique pano branco bastante largo, isto é, certa de que pode trabalhar sem que corresponda, pelo menos, à "décatissage", ECORTAR largura do tecido dobrado: cerca quando é bem feito, impede que o de 70cm de comprimento por tecido encolha na primeira TECIDO. 50cm de Mergulhe este gem, e favorece o corte dos mol- pano na água, torcendo-o em se- des, uma vez que a fazenda está Antes de cortar os moldes na fa- guida, para que fique bem mo- muito esticada e lisa. zenda, não custa nada tomar cer- sem contudo estar enso- Constitui um desleixo imper- tas precauções para evitar inci- pado. Assim feito, estenda o pano doável por parte de quem vai cor- dentes que poderão arruinar o seu sobre o tecido e passe o ferro bem tar um vestido, transportar os mol- trabalho. Se desconfiar que o quente, sem com muita des para um tecido não-prepa- tecido irá encolher após a pri- força, para não fazer nenhuma rado, nem sequer mesmo passado meira lavagem, torna-se neces- sário que se molhe toda a metra- gem dentro de uma banheira que sem dúvida, o local mais apro- priado, durante o correr de uma noite, ou seja, cerca de 12 horas. Pela manhã, deixe escorrer dentro da banheira o máximo de água do tecido, comprimindo-o para apressar o processo. Não es- queça de que não se deve desdo- brar o tecido, colocando-o do- brado na banheira, de acordo com o seu tamanho. Depois de escor- rer a água, estenda o tecido ao vento, sem torcê-lo, deixe-o secar até ficar ligeiramente úmido e de- pois, então, passe-o inteiramente a ferro, pelo avesso. Observe com atenção estes dois pontos de im- portância: o tecido deve secar ao vento, nunca ao sol, e deve ser passado ligeiramente úmido, sem- marca sobre a que deve ser, no simplesmente a ferro, cheio de do- pre pelo avesso, jamais pelo di- final de contas, tratada pelo vapor. bras, rugas e pregas. Muitas mu- As razões deste proceder Passe o ferro desta maneira até a assim mais por são tão claras que nos eximimos secagem completa do pano. Veri- comodidade do que por desinte- de repeti-las aqui. fique então se o tecido está bem Muitas vezes é a pressa que Quando se trata de um tecido liso porque, em caso contrário, é as leva a cortar uma fazenda no de ou flanela, o preparo da fa- preciso retomar o pano úmido e mesmo estado em que da zenda é o que os franceses cha- ligeiramente mais uma peça na loja. Esse hábito é pés- mam de "décatissage", palavra vez. Se a ficar um pouco úmida simo e deve ser corrigido por duas que não tem outra correspondente com este tratamento, não tem im- razões principais: primeiro, por- em razão pela qual, portância: basta deixá-la secar por que um molde cortado num tecido passaremos a usá-la, sempre que si mesma. enrugado e cheio de pregas ficará, necessário. Em princípio, deve-se com toda probabilidade, defor- "décatir" todas as fazendas de À medida que for deslocando o mado quando o tecido for passado isto é, ao processo do pano branco para o "décatis- a ferro, segundo, porque as cos- "décatissage". Mesmo que o fa- sage" de toda a fazenda, preste turas jamais ficarão corretas, bricante haja assegurado que o te- atenção ao lugar em que terminou quando feitas numa fazenda amas- cido foi previamente encolhido e o processo anterior, a fim de que o sada, mesmo que, posteriormente, deslustrado, é prudente desconfiar pano molhado seja colocado exa- sejam passadas e repassadas a sempre. tamente no ponto em que o traba- ferro.