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Brasília, DF 2015.2 Faculdade Anhanguera de Brasília Disciplina: Parasitologia Malária: Histórico Era Pré-Cristã: ocorrência sazonal e febre intermitente Século XIX: “mal aria” 1880: observação do organismo no sangue (hemoparasitose) 1894-1899: transmissão de Plasmodium sp por mosquitos (anofelinos) 1955 – OMS - Programas de Erradicação da Malária Controle com efeito limitado em diversos locais Resistência aos antimaláricos e aos inseticidas Panorama político-econômico mundial OMS: Necessidade de adequação e integração dos métodos de controle nas diferentes regiões. Malária: Distribuição Mundial 109 países e territórios OMS (1998) 3 bilhões de pessoas vivem sob o risco de infecção. 300-500 milhões infectados Óbitos anuais: 1,5 – 2,7 milhões em especial crianças Paludismo Febre intermitente Febre palustre Maleita Sezão e Malária P. ovale Malária: Epidemiologia no Brasil América latina: Maior número de casos Amazônia brasileira: 500 mil casos por ano Amazônia P. falciparum P. vivax P. malariae Regiões de alta endemia: Regiões onde as pessoas são altamente expostas. Crianças menores de 5 anos são as mais afetadas. A doença é menos frequente em pessoas mais velhos, mesmo as portadores do parasito, devido a proteção “Imunidade clínica” Regiões de fraca endemia: Regiões de fraca exposição ou exposição sazonal Todas idades são afetadas Riscos importantes: viajantes entre as zonas com e sem malária. Malária: População afetada Filo Classe Subclasse Ordem Família Gênero Reino Protista Apicomplexa Sporozoa Coccidia Eucoccidiida Plasmodiidae Plasmodium P. falciparum P. malariae P. vivax P. ovale Espécies Severidade Ciclo de febre Distribuição Plasmodium falciparum Febre terçã maligna Mortal 36 a 48 h África, Sudeste da Ásia, Índia, América do Sul Plasmodium vivax Febre terçã benigna Latência hepatica 48 h Sul da Ásia, América Central, e do Sul, leste da África Plasmodium ovale Febre terçã benigna Latência hepatica 48 h África Plasmodium malariae Febre quartã Severidade média 72 h Pouco frequente, zonas tropicais e temperadas Malária: Agente etiológico Plasmodium possui 120 spp, somente 4 infectam o homem (Braga, Fontes In Neves, 2005) Formas assexuadas Ambas formas possuem: Complexo apical onde converge as roptrias e os micronemas que são organelas de penetração. Habitat Esporozoítos: Glândulas salivares do inseto Merozoíto Dentro das células hospedeiras Ro: Roptrias, Ap: Anel polar (complexo apical) Ct: Citóstoma, N: núcleo, Mt: Mitocôndria Esporozoíto Merozoíto Formas assexuadas (Rey, 2008) A. Merozoíta B. Trofozoíta jovem C. Esquizonte • Cf. Complexo apical formação • Ci. Citóstoma • dm. dupla membrana interna • He. Hemácia • M. Mitocôndria • M. Membrana externa • Mn. Micronemas • N. Núcleo • R. Roptrias • RE. Retículo endoplasmático • Vp. Vacúolos com pigmento malárico Criptozoíta milhares de merozoítos Merozoítos • Superfície – glicoproteínas e moléculas de adesão (P. falciparum – Ag 58KDa) A. Merozoíto C. Esquizonte B. Trofozoíta jovem Rosácea ou Merócito: Co. Conóide, Ci. Citóstoma, He. Hemácia, N. Núcleo, R. Roptrias, M. Mitocôndria, m. Membrana da rosácea, mn. Micronemas, Mt. Microtúbulos, CR. Citoplasma residual , Vp. Vacúolo com pigmento. (Rey, 2008) Interior das hemácias Esquizogonia sanguíneas Cada fragmento de núcleo origina milhares de merozoítos que variam entre as espécies. Formas assexuadas Formas sexuadas Macrogametócitos: femininos P. vivax, P. ovale, P. malarie P. falciparum Microgametócitos: masculinos Plasmodium spp: Habitat Hospedeiros vertebrados Esporozoítos: Circulam brevemente na corrente sanguínea Etapa seguinte do desenvolvimento do parasito: Hepatócitos e Eritrócitos Hospedeiros invertebrados Matriz peritrófica Epitélio médio Hemolinfa e glândulas www.malariavaccine.org/ life-cycle.htm (acesso: 18/05/04) Esporogonia Ciclo sexual Ciclo assexual Merozoítos liberados após ruptura da hemácia Merozoíto Trofozoíto Gametócito Gametócitos são ingeridos pelo anofelino Merozoítos invadem eritrócitos Hipnozoítos P. vivax e P. ovale Esporozoítos inoculados juntamente com a saliva do Anopheles sp Esporozoítos migram para fígado e invadem os hepatócitos Hepatócitos Criptozoítos Esquizontes com merozoítos Ciclo Exo-eritrocítica ou pré-eritrocítica Esquizogonia Ciclo eritrocítico Esquizogonia Trofozoíto jovem Plasmodium sp no Anopheles sp: Ciclo evolutivo Glândula salivar com esporozoítos Oocisto rompido liberando esporozoítos Estágios de crescimento do oocisto na parede do intestino médio Fertilização dos gametas Exflagelação Zigoto Oocineto Anofelino Durante o repasto sanguíneo inocula os esporozoítos Anopheles sp Homem Anofelino Durante o repasto sanguíneo ingere os gametócitos (Cimerman, Cimerman, 2002) Plasmodium spp Ciclo evolutivo Esporozoíto recém inoculado Reproduzindo - Hepatócito Reproduzindo – Hemácia Gametócitos – Hemácia Plasmodium spp: Fases do ciclo biológico Malária: Vias de Transmissão Picada da fêmea do gênero Anopheles spp Gênero Anopheles: ~ 400 spp. Compartilhamento de seringas contaminadas. Acidentes de laboratório. Transfusão sanguínea. Congênita (raro). Malária: Transmissores Mosquito prego, sovela ou carapanã da malária. Anopheles darlingi Anopheles aquasalis (Rey, 2010) REINO ANIMALIA Arthropoda Insecta Diptera Culicidae Anopheles Anophelinae Filo Classe Ordem Subfamília Família Gênero Vetores Malária: Imunidade Imunidade Adquirida Recém-nascidos: IgG (placenta) IgA (dieta láctea) Crianças até 3 anos: Suscetíveis à malária grave Áreas de alta endemicidade: • Imunidade adquirida gradualmente • Parcial (baixos níveis de parasitemia) • Dependente de exposição contínua • Dirigida contra todas as fases parasitárias Passagem do parasito pelo fígado: não determina sintomas Ciclo eritrocítico: manifestações clínicas Destruição dos eritrócitos parasitados Fatores responsáveis pela anemia: • Destruição de eritrócitos não parasitados: Pelo sistema imune ou por aumento da eritrofagocitose esplênica. • Participação de auto-anticorpos: Afinidades tanto para o parasito Afinidade por eritrócito. • Disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas. Malária: Patogenia Alterações Malária: Patogenia Sangue: destruição de hemácias anemia e anóxia. Sistema macrófago-linfóide: hiperplasia das células. Baço: dilatação e congestão, hemácias parasitadas. Fígado: congestão sanguínea, hepatomegalia, anóxia. Medula óssea: congestão, eritrócitos parasitados. Cérebro: edema, anóxia, tromboses, pigmentação. Malária por P. falciparum. • Encéfaloapresentando congestão e edema, com microembolias e focos hemorrágicos disseminados (A e B). • Baço grande, endurecido e de coloração escura devido ao acúmulo de pigmento malárico (C). • Exame de sangue: Técnica gota espessa, em uma forma grave de malária com elevada concentração de trofozoítas de P. falciparum. (Rey, 2008) A B C D Quadro clínico Acesso malárico: Depende da sp de Plasmodium Ruptura das hemácias no final da esquizogonia. Calafrios e tremores, da temperatura Febre alta, sensação de calor e cefaléia intensa Queda da temperatura, sudorese Anemia, hepatoesplenomegalia. Período de incubação Variável P. falciparum: 9 a 14 dias P. vivax: 12 a 17 dias P. malariae: 18 a 40 dias Quadro clínico P. falciparum: intervalos de 36 a 48 horas - terçã maligna P. vivax: 48 em 48 horas - terçã benigna P. malariae: repetem a cada 72 horas febre quartã. Acessos maláricos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie de Plasmodium Febre www.gsk.com/malaria/pages/ malpic32_uganda.htm Paciente malárico durante uma crise de mal-estar Paciente durante um acesso malárico. Ethiopia, África Junho 2002. www.gsk.com/malaria/pages/ malpic32_uganda.htm P. vivax Acessos repetem ( 1 ou 2 semanas) Menos intenso e redução da parasitemia (negativa) Febre retorna Recrudescências (curto prazo) Recaídas Ocorre depois de meses ou anos Resultado da maturação de alguns esquizontes = hipnozoítas (fígado) P. vivax e P. ovale P. falciparum Recrudescências (ciclo sanguíneo). Recrudescências e recaídas Acessos maláricos acompanhados: Intensa debilidade física Náuseas Vômitos. Anemia: É intensa na malária por P. falciparum. Fase aguda: Herpes simples labial. Síndrome de Esplenomegalia Tropical: Volumosa esplenomegalia Hepatomegalia Anemia Leucopenia e plaquetopenia. Malária não complicada Casos de hepatoesplenomegalia por malária. www.anlis.gov.ar/.../ malaria/malaria.htm (acesso: 18/05/04) Síndrome nefrótica (edema, ascite, etc.) em criança com malária por P. malariae. www.travelclinic.it/ dossier/malaria/ (06-10-2004) P. falciparum: Malária grave e complicada Malária pode ser fatal: Adultos não imunes Crianças Gestantes Pacientes podem ter: Hipoglicemia Convulsões Vômitos repetidos Icterícia e distúrbios de consciência. Indicadores de pior prognóstico Malária grave e complicada Malária cerebral 2% dos indivíduos não-imunes (P. falciparum) Sintomas: cefaléia, hipertermia, vômitos e sonolência Crianças-convulsões Coma: pupilas contraídas e alteração dos reflexos Cérebro de uma criança com malária Capilar repleto de eritrócitos infectados Insuficiência renal aguda. do volume urinário de uréia e creatinina plasmática frequente em adultos. Edema pulmonar agudo Gestantes Hiperventilaçao e febre alta Formas graves: intensa transudação alveolar na pressão arterial de O2 e Síndrome da angústia respiratória. Malária grave e complicada Icterícia Coloração amarelada da pele e mucosa de bilirrubina sérica Hemólise excessiva ou comprometimento da função hepática. Malária grave e complicada frequente e crianças níveis de glicose (<30 mg/dl) Sintomatologia: Ausente ou mascarada. Hipoglicemia Malária grave e complicada Parasitemia 10 vezes mais alta. Contrações uterinas e sofrimento fetal. Placenta Sítio de sequestro dos eritrócitos parasitados. Óbitos maternos. Gestação Malária grave e complicada Abortos, natimortos Bebês abaixo do peso (20 a 40%). Predisposição: Eclâmpsia Toxemias nefrídicas Hipoglicemia (50% das gestantes com malária cerebral) Edema pulmonar agudo pós parto. Gestação Fatos sugestivos relacionados à malária como: Febre intermitente e regular Anemia e esplenomegalia Baço doloroso e aumentado Dados epidemiológicos Transfusões sanguíneas Uso de agulhas contaminadas Clínico Malária: Diagnóstico Malária: Diagnóstico Gota estendida Fixação Coloração: Giemsa Gota espessa Coloração: Giemsa Esfregaço desemoglobinizado Preparo do esfregaço Parasitológico É mais seguro Teste de QBC® (Quantitative Buffy Coat) 1. Colocam 55 a 65 µl de sangue em tubo capilar com Corante fluorescente fixo no DNA e RNA do parasito + anticoagulante. 2. Centrifugação para concentração do Plasmódios entre Hemácias e os leucócitos. Laranja de acridina Corar DNA e RNA Plaquetas Linfócitos/monócitos Granulócitos Hemácias parasitadas Hemácias Imunocromatografia Detecta proteínas do parasito HPRII de P. falciparum Lactato desidrogenase (pLDH): proteínas específica de plasmódios. Malária: Diagnóstico Imunológico Imunocromatografia Malária: Diagnóstico Imunológico RIFI e ELISA Região endêmica com grau de endemicidade Região não endêmica: Seleção de doadores Detecção de novos casos PCR Imunofluorescência Indireta (“Gold Standard“) Teste sorológico possível detectar as 4 espécies de Plasmodium. Altamente sensível para detecção de anticorpos em indivíduos residentes em áreas endêmica Evitar a aproximação às áreas de risco: Ao entardecer Ao amanhecer Malária: Profilaxia A luta contra a malária Luta anti-vetorial Inseticidas Controle das larvas (secagem) Repelente Mosquiteiros para dormir Telar portas e janelas Luta anti-Plasmodium Arsenal Terapêutico Cloroquina: droga mais utilizada • Interrompe ciclo sanguíneo • [hemácias] = 600x > [plasma] • P. falciparum apresenta resistência Espécies de Plasmodium Gravidade, idade, primoinfecção, suscetibilidade do parasito ao medicamento Custo do medicamento Proteína CS: resultados promissores 1. Vacinas pré-eritrocitárias (anti-infecções) Malária: Vacinação 3. Vacinas contra os estágios “insetos” (bloquear a transmissão) Diferentes proteínas Não há informações sobre eficiência 2. Vacinas eritrocitárias (anti-mortalidade) Plasmodium sp: Epidemiologia Biológicos: Elo da cadeia de transmissão, vetor, homem parasito. Ecológicos: Condições ambientais que podem favorecer /dificultar a transmissão. Socioculturais: Atividades e os comportamentos dos agrupamentos. Econômicos e políticos. • Umidade e temperatura favorecem o ciclo de transmissão do parasito no vetor. • Densidade vetorial depende da preferência alimentar do inseto. • Comportamento da população em áreas malarígenas. Fatores que determinam os níveis de risco para malária: Situação da malaria no Brasil: Distribuição heterogênea. Associada as atividade ocupacionais (Amazônia). Frequente em garimpeiros. Trabalhadores envolvidos emprojetos agropecuários Colonização Más condições de habitação associadas proximidade de criadores Instalação de focos epidêmicos. Plasmodium sp: Epidemiologia Situação atual da malária e perspectivas para o seu controle Diagnóstico precoce e tratamento imediato dos casos. Uso de medidas seletivas contra vetores. Avaliação regular da situação local da malária através do monitoramento de risco. Estratégias criadas para amenizar a perdas econômicas devido a doença.
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