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Slides da aula de processo civil em Word

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Aulas 1 e 2 de Processo Civil - Slides.doc
Disciplina: Direito Processual Civil IV 
Aula 1
Professora: Beatriz Bruno Chagas
Numa sociedade em que a Justiça é efetiva, a ameaça é feita pelos lesados (“eu te processo”); ao revés, se o Judiciário é inapto a produzir resultados efetivos, a ameaça é lançada contra os prejudicados (“vá procurar seus direitos”). 
 	Filosofia e características básicas do Juizado Especial de Pequenas 	Causas. In: Kazuo Watanabe (coord.). Juizado Especial de Pequenas 	Causas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 06. 
Processo de Execução
Observações Preliminares:
Busca da efetividade Art. 5º, XXXV e LXXVIII, CF/88.
Execução Forçada segundo tipo de atividade jurisdicional
Módulo processual de conhecimento cognição que consiste em técnica de análise de alegações e provas com a finalidade de se chegar a existência/inexistência de um direito.
		X
Módulo processual executivo finalidade de satisfação forçada de um direito de crédito. 
Conceito:
Dinamarco, Cândido Rangel: ”conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso da vontade do devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo material”.
Câmara, Alexandre Freitas: conceitua a execução como “[...] a atividade jurisdicional que tem por fim a satisfação concreta de um direito de crédito, através da invasão do patrimônio do executado [...]”. 
Didier, Fredie: “Executar é satisfazer uma prestação devida. A execução pode ser espontânea, quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação, ou forçada, quando o cumprimento da prestação é obtido por meio da prática de atos executivos pelo Estado”.
Atenção: Há tutelas em que a intenção é a inibição de práticas contrárias ao direito, sem traduzir-se em valores patrimoniais. Assim, por exemplo, a tutela que inibe a prática de ato contra o meio ambiente, em que objetiva-se a remoção do ilícito. 
	
Disciplina: Direito Processual Civil IV 
Aula 2
Professora: Beatriz Bruno Chagas
Requisitos da Execução: Art. 580 e 586, CPC
Inadimplemento do devedor;
Existência de título líquido, certo e exigível.
Execução forçada é regida pelos mesmos princípios que formam a Teoria Geral do Direito Processual.
Natureza da Execução: atividade jurisdicional/função estatal de realização prática do direito de crédito existente segundo o direito material.
Atos no processo de execução não são exclusivamente executivos.
Meios executivos se caracterizam por serem meios de sub-rogação;
Ex.: penhora de bens; expropriação em hasta pública.
Meios de coerção execução de obrigação de fazer e de não fazer
Ex.: astreintes (multa diária pelo descumprimento)
	prisão civil do devedor de alimentos
Execução lato sensu - conjunto de atividades (sub-rogação ou coerção) que se destinam a transformar a realidade prática em comando jurídico contido a sentença judicial.
Execução stricto sensu - inclui apenas os meios de sub-rogação através dos quais o Estado produz a satisfação do crédito.
Princípios aplicáveis à execução: 
Princípio da autonomia do processo
A autonomia da execução caracteriza-se por possuir finalidade e regras próprias e dessa forma, a execução consiste em processo autônomo frente aos demais. 
Atualmente, a execução pode ser precedida ou não de outro processo. Fundada em título executivo judicial, ela pressupõe processo cível, penal ou, até mesmo, arbitral. 
Em caso de execução de sentença proferida em processo civil, criou-se a fase de cumprimento de sentença que, somada à fase de conhecimento, forma um único processo. De outro lado, há situações em que particulares elaboram documentos representativos de um crédito, os quais gozam de eficácia executiva e neste caso, prescindem de um processo anterior, bastando que o exequente promova um processo de execução autônomo, a fim de satisfazer seu título extrajudicial. 
Em que pese ser processada nos mesmos autos, as peculiaridades, regras e finalidade da execução foram mantidas, caso em que a autonomia permanece intacta de execução. 
Princípio da responsabilidade patrimonial ou da realidade
Atualmente, a responsabilidade recai sobre os bens do devedor (ou de terceiros), mas nem sempre isto se deu dessa forma. No direito romano, o devedor arcava pessoalmente por suas obrigações, podendo ser preso ou até morto para saldá-las. 
A responsabilidade pessoal passou a ser patrimonial, permanecendo a anterior apenas em caso de dívidas decorrentes da obrigação de pagar alimentos e do inadimplemento do depositário. 
Na execução, o direito não mais é discutível e o devedor responderá por suas dívidas, fazendo uso de seus bens presentes e futuros, adquiridos até o início e no decorrer da execução, respectivamente. 
Princípio do Título 
A execução deve embasar-se em um título de obrigação certa, líquida e exigível. É o que dispõem o artigo 586 do CPC.
A reforma atinente ao Código de Processo Civil estabeleceu, conforme §1º do art. 475-L, que será inexigível o título judicial fundado em uma lei ou ato normativo inconstitucional, bem como em interpretação ou aplicação de lei ou ato normativo incompatíveis com a Constituição Federal, ambas hipóteses submetidas ao entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Os títulos executivos podem ser judiciais e extrajudiciais.
Princípio da menor onerosidade causada ao devedor
Para que haja a satisfação do direito do exequente, caso o devedor não cumpra o dever que lhe é imposto, haverá constrição judicial de seu patrimônio (artigo 620 do CPC). Ocorre que o devedor não pode ser reduzido a situação de míngua, sendo que o magistrado deverá fazer com que a redução do patrimônio recaia sobre bens de menor necessidade para o devedor, causando-lhe menos prejuízo. 
Em consonância a este princípio pode ser citado o respeito a dignidade da pessoa humana, visto que, a execução não pode levar o devedor e sua família a uma situação de carência de condições pra sua sobrevivência, simplesmente a míngua. Por isso, é que o artigo 649 do CPC preconiza a impenhorabilidade de determinados bens do executado. 
Princípio do contraditório 
Esse princípio está consagrado no inciso LV, do artigo 5º, da Constituição Federal: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
No entanto, o contraditório na execução será mais limitado, não se discute mais a existência da relação jurídica e não há contestação do pedido executório, podendo exercer o direito de defesa no tocante ao valor do débito, cobrança, forma de pagamento, dentre outros. 
Princípio da disponibilidade da Execução 
Dois institutos de direito processual guardam correlação com o princípio da disponibilidade, os quais são a desistência e a renúncia. 
No processo de conhecimento, provocam a sua extinção, sendo que a desistência possibilita ao autor propor novamente a demanda, o que não se observa na renúncia, a qual ocorre uma única vez e extingue o processo com resolução do mérito (artigo 269, inc. IV). 
As partes, durante a cognição, encontram-se em posição de igualdade, mas o autor poderá desistir em qualquer momento, necessitando apenas do consentimento do réu, quando esta se der após a citação. 
No tocante à execução, o direito do credor se sobrepuja ao do devedor e nunca se exigirá anuência deste para que se opere a desistência, mas havendo embargos, estes subsistem quando versarem sobre questões de mérito, porque constituem ação autônoma. 
Os embargos que tratam de questões processuais, como a falta de pressupostos processuais ou das condições da ação, atacam a estrutura da execução e não seu conteúdo e perderão seu objeto com a extinção desta. O mesmo não ocorrerá
se versarem sobre a matéria de mérito, até porque é interessante ao embargante provar que o direito constante do título não merece razão, visto que o exequente pode vir a propor novamente a execução. 
Liquidação de Sentença: Art. 475-A a 475-H 
Conceito: “mero incidente processual, de natureza cognitiva, que se coloca entre o módulo processual de conhecimento condenatório (onde se produziu o título liquidando) e o módulo processual executivo (o qual se tornará adequado após a realização da liquidação, eis que o direito acertado na sentença condenatória não determinou o quantum debeatur). Ver: art. 475-A, § 1º (intimação). 
Sentença condenatória genérica não é título executivo (direito ilíquido). 
Sendo ilíquido o direito do credor, é preciso determinar o quantum debeatur para que se torne adequada a via executiva para a satisfação de sua pretensão. 
Determinação do valor devido pela parte condenada, quando este não estiver determinado na sentença (artigo 475-A, e segs., CPC). Pode se dar:
Por cálculos elaborados pelo credor (art. 475-B);
 Por arbitramento (arts. 475, C e D), perícia c/c art. 421, §1º, CPC;
 Por artigos (art. 475, E), nos casos em que é necessário alegar e provar fato novo para determinar o valor da condenação. 
IMPORTANTE. Diversamente do sistema anterior, a liquidação por arbitramento e a liquidação por artigos não são mais processos autônomos. Ao revés, correm no mesmo processo da execução, antes da fase de cumprimento da sentença, e dispensam a nova citação do devedor. Como consequência, a decisão que define a liquidação não tem mais natureza de sentença, mas sim de decisão interlocutória, sendo, portanto, impugnável por agravo de instrumento. 
Espécies de Execução
Cumprimento de sentença X execução
	No que toca ao cumprimento da sentença, anota Cássio Scarpinella Bueno: “o modelo de implementação concreta de um fazer, não fazer ou entregar coisa no direito positivo brasileiro passou a dispensar um “processo de execução”. O juiz que impõe um fazer, um não fazer ou uma entrega de coisa reconhece que estes deveres devem ser atendidos e, independentemente de qualquer outro processo ou provocação, implementa o que decidiu. E mais, senão principalmente, o faz independentemente de um roteiro, de um procedimento fechado – de um modelo pré-concebido – quanto à execução. 
 	Poder geral da efetivação - O juiz que implementa o fazer, o não fazer e a entrega pode criar mecanismos executivos em prol da escorreita obtenção do fazer, do não fazer e do entregar, consoante as necessidades que verifica em cada caso concreto”.
	Carlos Alberto Carmona leciona que “o claro objetivo do legislador foi colocar no mesmo plano os mecanismos disponíveis para o cumprimento de todas as espécies de sentenças condenatórias, abandonando a ideia de que a implementação de tais sentenças devesse passar pelo processo (formal) de execução, com nova citação do devedor, que poderia embargar (ação de embargos do devedor) a execução com a necessária consequência de suspender o fluxo normal das medidas de expropriação.
	A ideia era perfeita: dar ao juiz os poderes necessários para fazer valer sua sentença condenatória, independentemente de execução”. 
Boa Fé e Lealdade Processual (Arts. 599 a 601, CPC)
	O executado, não raro, pode se utilizar de manobras para impedir ou adiar a satisfação do credor. Para tanto, a lei confere poderes especiais ao juiz, que poderá, a qualquer momento, de ofício ou a requerimento da parte:
Determinar o comparecimento das partes;
Advertir o devedor que o seu procedimento é ato atentatório à dignidade da justiça, incidindo em multa de até 20% do valor atualizado do débito, a favor do exequente. 
Fraudar a execução; opor-se maliciosamente à execução, utilizando-se, como diz a lei, de ardis e meios artificiosos; resistir injustificadamente às ordens judiciais, como as ordens de penhora; não dizer, quando intimado para tanto, quais são os bens sujeitos à penhora, seu valor o onde estão (art. 600, CPC). 
Algumas mudanças implementadas pelas reformas processuais: 
Inserção de provimentos mandamentais no sistema processual brasileiro: consistentes na ordem de cumprimento imediato da decisão judicial, com a previsão de mecanismos de coerção indireta, como a multa diária por descumprimento. Inicialmente cabíveis apenas em se tratando de obrigações de fazer e não fazer (reforma do artigo 461, CPC, pela Lei n. 8.952/94), os provimentos mandamentais passaram a ser acatados também na execução das obrigações de entregar coisa (inserção do artigo 461-A, CPC, pela Lei n. 10.444/2002) e, mais recentemente, na execução das obrigações de pagar quantia (Lei n. 11.232/2005), embora, nessa modalidade de obrigação, o Código também faça remissão ao procedimento tradicional de execução. 
Unificação das fases de conhecimento e execução, a exemplo dos Juizados Especiais Cíveis, nos casos de sentença condenatória de obrigação de dar, fazer e não fazer (artigos 461 e 461-A, CPC, introduzido pela Lei n. 11.382/2006): nestes casos específicos, a execução deixou de ser um processo autônomo, passando a ser mais uma fase procedimental denominada cumprimento de sentença. A inovação consiste no fato de que, além do requerimento do autor, a execução também pode ser iniciada pelo próprio órgão jurisdicional ex officio, dispensando-se, em ambos os casos, a nova citação do réu.
Autorização de alienação do bem por iniciativa particular (introduzido pela Lei n. 11.382/2006). Art. 685-C 
Inversão da sequência dos atos expropriatórios (introduzido pela Lei n. 11.382/2006): no arranjo anterior, o leilão ou praça eram a primeira opção do exequente, seguida da adjudicação e, finalmente, do usufruto de imóvel ou empresa. Pela nova disposição, o exequente pode, inicialmente, adjudicar o bem, e, caso não for de seu interesse, proceder à alienação particular, sendo o leilão ou praça sua última opção.
Imposição de multa de 10% (dez por cento) ao devedor que, condenado ao pagamento de quantia certa ou fixada em sentença líquida, não efetuar o pagamento no prazo de 15 dias (artigo 475-J, CPC, introduzido pela Lei n. 11.232/2005).
Vídeo 
A nova Execução Civil:
www.youtube.com/watch?v=fbsuztrg4nI

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