Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL DÉCADA DE 70 - Estado fortemente interventor - Direcionar país - Modernização conservadora 80-84 - Crédito maior - Estado diminui intervenção - Muitos subsídios - Elite da elite 85-89 - Estado neoliberal - Intervenção reduzida ano após ano ANOS 80 MARCADOS POR CRISES - Crise maior em que é mais pobre DÉCADA 90 - Estado não intervém nada A TRAJETÓRIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA: A QUEM BENEFICIA? - Resumo: autor está travado um debate com os apologistas [defensores] do modelo de modernização conservadora da agricultura brasileira e ressaltando as fragilidades das concepções e propostas apresentadas [pessoas que defendem a modernidade conservadora] - Debate ideológico - Começou na década de 80 [saindo na modernização conservadora] - Mantém a linha ou não, investe no desenvolvimento do país ou não continuar no modelo ou criar um novo LEITURA CONSERVADORA DA 2ª METADE DA DÉCADA DE 80: PÓS MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA - Deve-se intensificar a modernização no campo - Valorizar e priorizar a agricultura empresarial [grande produção] - Promover a integração de capitais [produção rural + indústria que vende insumo + indústria que transforma produto + indústria que distribui] – COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS [CAI] veicular industrias a montante e a jusante do produtor e o mercado [produtor não necessariamente precisa ir ao mercado para vender] - A reforma agrária tornou-se um assunto anacrônico - A agricultura familiar é limitada técnica e economicamente *** FASES RECENTES DA AGRICULTURA *** 1. MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA: 1965-1779 - Resultado: aumento de produção sem aumento de produtividade [diferença de produção e produtividade = produtividade é medida de eficiência (quanto foi produzido por unidade de terra) e produção é o quanto foi produzido] - Amazônia anexou terra do pequeno produtor aumenta produção porque incorpora novas terras EVENTOS FAVORÁVEIS - Anos 60 e 70 quase todo: elevação dos preços internacionais para produtos agrícolas [países da Europa = 20 anos do pós guerra, estão em crescimento, montando estoque estratégico de produção agrícola para usar em algum momento de crise] - Disponibilidade do pacote tecnológico da revolução verde - Consolidação do parque industrial voltado para a agricultura - Efervescência das tensões sociais no campo AÇÕES GOVERNAMENTAIS - Crédito rural subsidiado - Dinamização da pesquisa [inovações tecnológicas] - Fortalecimento da assistência técnica - Abandono da questão agrária RESULTADOS - Concentração da terra e da renda - Êxodo rural [não é fruto da entrada de máquinas] – devido à concentração da terra - Urbanização precária e desordenada - Segregação: social, setorial [grandes culturas que vão para mercado de exportação são beneficiadas em detrimento da que abastecem internamente – exporta em dólar, vale mais que a moeda nacional, exporta o máximo possível para lucrar mais] e espacial [centro-sul favorecido com a maior parte do crédito] 2. CRISE E RETRAÇÃO: 1980-1984 EVENTOS DESFAVORÁVEIS - Preços internacionais negativos - Crise do financiamento da agricultura - Crise na indústria [crise na indústria > crise no estado > para de investir na agropecuária] - Declínio da massa salarial e do consumo interno [fome > principalmente carência de proteínas > aumenta pobreza e miséria] – crise no sistema produtivo, nasce na indústria e migra pro estado CONSEQUÊNCIAS - Redução da incorporação de tecnologias [crédito caiu] - Redução da área de terra cultivada - Redução do efetivo do rebanho - Redução do ritmo de expansão agrícola - Reversão da concentração fundiária [concentração da terra diminui] – preço da terra caiu pois acabou o crédito - Multiplicação de pequenas áreas e pequenos produtores/agricultores AÇÕES GOVERNAMENTAIS - Política de preços mínimos [quantidade mínima de produção agrícola devia ser produzida] ◦ Preço de custo + percentual de lucro [para continuar produzindo] – compra o produto num valor que incentiva o produtor a não parar de produzir - Seleção dos beneficiários do crédito rural [elite da elite] - Maxidesvalorizações cambiais (preço de exportação alto, lucratividade alta a custo do estado cresce inflação] RESULTADOS - Bom desempenho da produção agropecuária - Elevação da oferta interna e externa de produtos - Elevadas taxas de lucratividade do setor Ao final na crise (84), falava-se que a solução era a grande produtividade rural (sobreviver à crise, produzir na crise e ainda ter lucro – culpa do estado favorecendo grande produtor) EVENTOS PARALELOS - A agricultura contava com a estrutura produtiva consolidada [produtor não precisou fazer novos investimentos] - Houve um esforço de racionalização da produção [gastava o máximo de insumo que podia pois ganhava subsídio passa a poupar insumo] - Houve queda na importação de produtos agrícolas [chegava muito caro] - Incorporação da soja na agricultura - Crescimento das exportações [câmbio favorável] - Resultado a crise é positivo - Estado investe para ser produtivo, por sua política Estado investe no grande produtor 3) RECUPERAÇÃO E SUPER-SAFRAS: 1985-1989 - Estado mínimo – começa a diminuir atuação volume de beneficiários vai caindo ano após ano - Conjuntura externa desfavorável [ao produtor] - Recuperação econômica interna - Aumento do emprego e dos salários - Incentivo à produção para o mercado interno [política de preço mínimo e maxivalorização cambial (produto importado não entra no país) - Incentivos à exportação [taxa cambial que favorece nossa exportação] - Ideia importada [norte americana] – o que é maior é melhor nem sempre o maior beneficiário foi o brasileiro - Sem a escala de produção não há salvação econômica [ideia produtivista] - Não há mais lugar para os pequenos agricultores CONTRA-ARGUMENTAÇÕES - Áreas de até 50ha (12,6% áreas total) produzem 40% do valor total da produção - Áreas com mais 5000ha (24% área total) produzem 4,2% do valor da produção - Grau de utilização da terra é maior nas pequenas propriedades - Pequenos proprietários oferecem mais empregos - A grande propriedade insere-se necessariamente na logica capitalista? – capitalismo envolve produção e lucro [especulação não é capitalismo] *** ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO BRASIL *** ÍNDICE DE GINI - Mede desigualdade - Usado para calcular a distribuição fundiária - Varia de 0 a 1 - 0 = completa igualdade - 1 = completa desigualdade [todas as terras pertenceriam a um proprietário] CONTRADIÇÕES - Aumento da produção se dá principalmente pela ampliação da área - A produtividade cresce muito lentamente - Setores que criticam a intervenção do estado são o que exigem e se beneficiam dos subsídios por ele ofertados [para que o estado não estenda o benefício a todos] – o benefício só é bom porque é concentrado - Há uma manipulação e apropriação do estado por parte desses setores - Quando o estado se nega a abrir os cofres > elite manifesta - Onde está a eficiência da grande propriedade? [como ela consegue sobreviver] manipulação política - Expressão de seu poder em obter auxilio do estado - Eficiência política URBANIZAR É PRECISO - Urbanização é inevitável - Êxodo rural precisa acontecer, é imperioso - Produção agrícola precisa se modernizar - Os migrantes obterão sustento através do setor industrial - Foi assim nos EUA [êxodo rural não aconteceu com a expulsão do campo], Canadá e em toda Europa EQUÍVOCOS - Histórico da modernização agrícola nos países mencionados - Modernização porque falta mão de obra no campo - EUA, Europa, etc estrutura urbana já pronta pra acolher pessoas CONCLUSÕES - O modelo de modernizaçãoconservadora combinou altos níveis de crescimento da produção com pobreza absoluta - O aumento da produção não é condição suficiente para se promover o bem-estar geral da sociedade - Nem toda propriedade grande é produtiva, assim como nem todo pequeno produtor é incompetente [pequeno produtor costuma ser mais eficientes que grandes] - Há uma supervalorização do que é técnico, moderno, novo, empresarial [só era bom produtor aquele que era moderno]
Compartilhar