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Direito Processual Civil - Aula 00

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Aula 00
Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Técnico Judiciário - Área
Administrativa)
Professor: Gabriel Borges
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 Direito Processual Civil ʹ TRF 3ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 00 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF-3ª Região ± TÉCNICO JUDICIÁRIO 
± ÁREA ADMINISTRATIVA 
 
AULA 00: Jurisdição 
 
Apresentação do curso 
Edital do Tribunal Regional Federal da 3ª Região na praça. Esta é uma 
excelente oportunidade para aqueles que desejam ingressar no setor público. 
Podemos dizer que estudar para o TRF é uma excelente decisão: podem ser 
convocadas muito mais vagas do que inicialmente previsto, há um ótimo plano de 
carreira e boa mobilidade dentro do órgão. 
Estaremos nesse barco juntos, faremos um curso de teoria e exercícios 
elaborado especialmente para o concurso do TRF 3ª Região, a ser realizado pela 
banca examinadora Fundação Carlos Chagas ± FCC. 
Será um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem 
excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: marcadores 
de texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da aula, bem como ao 
final. 
As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas (elaboradas 
pelo próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para resolução de 
questões no grau de complexidade que a banca tem atribuído aos certames mais 
concorridos. 
O curso visa a preparar os candidatos para o cargo de TÉCNICO 
JUDICIÁRIO ± ÁREA ADMINISTRATIVA 
Teremos 09 encontros, além deste, e iremos trabalhar todo o conteúdo 
exigido pela banca FCC, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores. 
Além das questões elaboradas pela FCC, resolveremos questões de outras bancas, 
para darmos ao conteúdo um tratamento completo e com foco na sua preparação 
para o certame. 
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ƒ Sobre o Prof. Gabriel Borges 
O Professor Gabriel Borges graduou-se em Jornalismo e Direito, cursou pós-
graduação em Direito Público e Mestrado em Relações Internacionais. Em 2008 foi 
aprovado no concurso de Analista de Comércio Exterior, sendo lotado de imediato no 
Gabinete do Ministro, onde trabalhou com a redação de pronunciamentos para 
autoridades do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Realizou 
estudos na Escola Superior de Guerra ± ESG, e em julho de 2011 tornou-se o primeiro 
servidor do ciclo de gestão a integrar a Consultoria Jurídica junto ao MDIC. No ano de 
2012, foi aprovado para o cargo de Consultor Legislativo do Senado. 
O candidato deve ter foco nesse tão esperado certame, por isso é muito 
importante administrar bem o tempo de estudo. O curso será voltado para TJAA ±
Técnico Judiciário da Área Administrativa. 
Pessoal, reparem que: 
1) As provas de conhecimentos específicos têm peso dois (2). DPC faz parte 
dos temas específicos, terá, por conseguinte, PESO DOIS! 
2) Serão aprovados muito candidatos para a prova discursiva - redação - 
no cargo de técnico judiciário ± área administrativa 
Técnico Judiciário -
Área Administrativa 
Número de Habilitados e mais bem 
classificados até a posição (por 
Unidade de Classificação) 
 
TRF + SP Capital 
2500 
SP Interior 
1500 
MS 
300 
ATENÇÃO: algumas observações importantes. 
Sobre a Fundação Carlos Chagas± FCC: 
A FCC costuma copiar dispositivos legais para elaborar os enunciados das questões. É 
importantíssimo estar atento ao Código de Processo Civil, sua leitura atenta e repetitiva pode ser 
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de grande utilidade. 
x As inscrições ao Concurso Público serão realizadas exclusivamente no site da Fundação 
Carlos Chagas: www.concursosfcc.com.br 
JU 
 
Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
 
 
Vamos ao nosso cronograma. 
 
 
NOME DO CURSO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF-3ª Região ± 
TÉCNICO JUDICIÁRIO ± ÁREA ADMINISTRATIVA 
PROFESSOR: Gabriel Borges 
MATÉRIA: Noções de Direito Processual Civil 
CONCURSO: TRF 3ª Região (SP e MS) 
DISPONÍVEL ATÉ: 19/01/2014 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 Da jurisdição. 01/11 
Aula 1 
Da Ação (Condições). Do Processo e Do 
Procedimento (espécies). 
08/11 
Aula 2 
Dos Auxiliares da Justiça: Do Diretor de 
Secretaria, do Serventuário da Justiça, Do 
15/11 
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Oficial de Justiça, Do Perito e do Assistente 
Técnico; Deveres e Responsabilidades; 
Impedimentos. Dos Atos Processuais: Do Tempo 
e dos Prazos Processuais, Dos Atos das Partes, 
Dos Atos do Juiz, Dos Atos dos Auxiliares da 
Justiça, Do Lugar dos Atos Processuais. Dos 
Prazos dos Atos Processuais, Da Verificação dos 
Prazos, Das Penalidades pelo Descumprimento 
dos Prazos. Da Comunicação dos Atos 
Processuais: Das Cartas (Precatória, Rogatória, 
de Ordem), Da Citação, Da Intimação, Da 
Notificação (Conceito, Forma, Requisitos, 
Espécies). Outros Atos Processuais: Da 
Distribuição, Do Registro. 
Aula 3 
Do Juiz, do Ministério Público, Serventuários e 
Auxiliares da Justiça: Suspeição e Impedimento. 
Das Nulidades. Da Capacidade Processual. 
Despesas Processuais. Das Partes. Dos 
Procuradores. 
22/11 
Aula 4 
Da Competência Internacional. Da Competência 
Interna, Da Competência Territorial, Da 
Competência Funcional, Da Competência em 
Razão da Matéria, Das Modificações da 
Competência, Da Declaração de Incompetência. 
29/11 
Aula 5 
Das Provas: Espécies, Testemunhas e Peritos: 
Incapacidade, Impedimentos, Suspeição. Da 
Tutela Antecipada. Do Processo Cautelar: 
Disposições Gerais. Da Audiência da Conciliação, 
Instrução e Julgamento: Fases de seu 
Desenvolvimento, Finalidade. Da Sentença e das 
Decisões: Conceitos, espécies. Requisitos, 
Preclusão, Coisa Julgada. Do cumprimentoda 
sentença. 
03/12 
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Aula 6 
Dos Recursos: Da Apelação, Do Agravo e suas 
Espécies. Dos Embargos de Declaração, Forma e 
Prazos de Apelação. 
10/12 
Aula 7 
Do Processo de Execução: Da Execução em 
Geral: espécies, Execução por Quantia Certa 
contra Devedor Solvente, suspensão extinção. 
17/12 
Aula 8 
Do Mandado de Segurança. Dos Procedimentos 
Especiais: Dos Procedimentos Especiais de 
Jurisdição Contenciosa: Consignação em 
Pagamento, Ações Possessórias e Embargos de 
Terceiros. Da Execução Fiscal (Lei nº 
6.830/1980). Dos Juizados Especiais Federais: 
Lei nº 10.259/01 Dos Juizados Especiais Cíveis e 
nº 9.099/95. Lei nº 11.419/2006 ± Lei do 
Processo Judicial Eletrônico. Da Ação Civil 
Pública. Regimento de custas da Justiça Federal 
(Lei nº 9.289/1996). 
08/01 
Aula 9 Questões mais recentes da Banca FCC. 15/01 
 
 
 
Atenção! 
 
Comentaremos na Aula 09 questões bem recentes de Direito Processual 
Civil, inclusive de concursos que ainda serão realizados. Essas questões 
comentadas são ótima oportunidade para rever a matéria e são exclusivas para 
quem se matricular no curso. 
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 02 
2. Cronograma 04 
3. Capítulo I: Jurisdição 
Introdução 
1. Equivalentes Jurisdicionais 
1.1. Classificação 
1.1.1 Jurisdição voluntária versus jurisdição contenciosa 
1.1.2. Classificação dos procedimentos de jurisdição 
voluntária 
1.2. Escopos da jurisdição 
1.3. Princípios inerentes à jurisdição 
1.3.1. Investidura 
1.3.2. Territorialidade 
1.3.3. Indelegabilidade 
1.3.4. Inevitabilidade 
1.3.5. Inafastabilidade 
1.3.6. Juiz Natural 
07 
4. Resumo 33 
5. Questões comentadas 36 
6. Lista das questões apresentadas 53 
7. Gabarito 59 
8. Bibliografia 60 
 
"Não procure fora, o sucesso está dentro de si" (Mary Lou Cook) 
 
CAPÍTULO I: DA JURISDIÇÂO 
 
São quatro os institutos que estruturam o processo civil, a saber: a 
jurisdição, a ação, a defesa e o processo. Eles são elementos nucleares para a 
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ciência processual, pois possuem uma relação direta ou indiretamente com as 
demais normas. 
 
JURISDIÇÃO 
 
AÇÃO 
 
DEFESA 
 
PROCESSO 
É uma atividade típica do 
Estado, em que o juiz 
busca pacificar os litígios, 
aplicando, ao caso 
concreto, normas legais. 
Direito de iniciar, 
participar e obter, do 
Poder Judiciário, 
uma resposta ao 
processo. 
Direito de 
resposta ± 
ampla defesa e 
contraditório. 
Encadeamento 
de atos que visa 
um fim ± resposta 
judicial ao pedido 
formulado. 
 
INTRODUÇÃO 
O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não havia 
um Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos próprios 
interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade vencia a 
disputa. A solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por instrumentos 
parciais. 
A partir da consolidação do Estado, passou a existir um poder central para a 
solução dos conflitos, o poder estatal. Ao poder judiciário, não participante do litígio, 
portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, em regra abstrata, em busca 
da pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado poder jurisdicional. 
Percebam, então, que a consolidação de um poder central veio 
acompanhada de um sistema que desse segurança jurídica à sua população, sob 
risco de o poder central ser mera peça de manobra de forças preponderantes. 
São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) e 2) a 
instituição de um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. Imaginem a 
existência de uma sociedade onde não há segurança jurídica, onde não se sabe ao 
certo como garantir a propriedade sobre seus bens e a justeza no conflito com seus 
pares... Esse cenário impediria os indivíduos de buscarem prosperidade porque 
estariam voltados, a todo momento, para questões de segurança. A jurisdição veio 
dar ao Estado a legitimidade para agir em nome do interesse público e ao 
jurisdicionado a segurança jurídica para prosperar. 
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Em seu conceito tradicional, jurisdição é o poder de resolver um conflito 
entre as partes, substituindo a vontade delas pela da lei. Ela tem como característica 
a substitutividade, que consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao 
solucionar a lide, estaria substituindo a vontade das partes, proibindo a elas de 
estarem, em regra, fazendo valer a justiça do mais forte. No entanto, não é somente 
quando há conflito entre as partes que o poder estatal atua, nem é sempre que há 
substituição da vontade das partes. 
Na concepção moderna, jurisdição é a atuação estatal ao caso concreto; 
uma atuação com caráter de definitividade ± diz respeito à imutabilidade da 
sentença, que faz coisa julgada material ±, objetivando a pacificação social. 
Assim, a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio dos 
seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde 
ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do 
estado para que a pendenga estabelecida seja solucionada. 
De modo sucinto, Marcus Vinícius R. Gonçalves define Jurisdição como a: 
³Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse 
em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são 
submetidos´���'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO�(VTXHPDWL]DGR�� 
Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se restringe a 
dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito (juris-satisfação). 
Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado apenas diga o caminho a ser 
trilhado, espera-se que o poder estatal faça o direito ser efetivamente aplicado. Por 
isso, o Estado-juiz, por meio do seu poder jurisdicional, tem a capacidade de impor 
suas decisões. É um poder coativo. 
Dúvida: Qual dos três poderes, da clássica divisão montesquiana, é 
responsável pelajurisdição? Ela é atribuída ao poder judiciário como função típica, 
mas também a outros poderes, como função atípica. Exemplo: processo de 
impeachment, que pode ser conduzido pelo legislativo, ou das sindicâncias, pelo 
poder executivo. 
³$� MXULVGLomR� p� IXQomR� DWULEXtGD� D� WHUFHLUR� LPSDUFLDO� �D�� GH�
realizar o Direito de modo imperativo (b) e criativo (c), 
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reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (d) 
concretamente deduzidas (e), em decisão insuscetível de 
controle externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível 
�J��´�(Curso de Direito Processual Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie, 
pág. 83) 
Esse conceito moderno apresentado por Didier deve ser analisado, pois está 
de acordo com a realidade das transformações por que passou o Estado. Vejamos 
cada elemento elencado no conceito. 
a) Terceiro imparcial: na solução da lide utiliza-se a técnica de 
heterocomposição ± o conflito é solucionado por um agente exterior à 
relação conflituosa original. Os sujeitos do processo submetem a terceiro 
seu conflito, em busca de solução. Chiovenda chama essa 
heterocomposição de substutividade, sendo esta a característica que 
diferencia jurisdição das outras funções estatais. 
Ok! E o que é substutividade? Bem pessoal, como falamos há pouco a 
substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao solucionar a 
lide, está substituindo a vontade das partes, já que elas estariam proibidas de, em 
regra, fazer valer a justiça do mais forte (característica do conceito de jurisdição 
tradicional). 
 
É importante não se confundir neutralidade com imparcialidade. Neutralidade 
é o mito que se sustenta na possibilidade de o juiz não ter vontade inconsciente; 
segundo a qual predominaria a vontade dos sujeitos processuais e não o interesse 
geral da justiça. 
Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue o item 
seguinte. 
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a 
vontade privada por uma atividade pública. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Certo 
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A imparcialidade, por seu turno, determina que o magistrado não pode ter 
interesse na lide, bem como possui o dever de tratar as partes com igualdade, 
garantindo o contraditório em paridade de armas. 
b) Manifestação de Poder: a jurisdição coloca-se de modo imperativo, 
aplicando o direito a situações que são levadas ao Estado, ao órgão 
jurisdicional. 
c) Atividade criativa: ³cria-se a norma jurídica do caso concreto, bem 
como se cria, muitas vezes, a própria regra abstrata que deve regular o 
FDVR� FRQFUHWR�´� �&XUVR� GH� 'LUHLWR� 3URFHVVXDO� &LYLO�� YRO�� ,�� 'LGLHU� -U���
Fredie, pág. 86). As normas não são capazes de determinar todas as 
decisões dos Tribunais. Há necessidade de interpretação ou confirmação 
da consistência dos textos normativos quando aplicados ao caso 
concreto. Dessa forma, cabe aos Tribunais interpretar, construir e 
distinguir os casos para formulação da decisão. Eles exercem um papel 
singular na produção normativa. 
d) Técnica de tutela: a jurisdição é considerada uma importante técnica de 
tutela de direitos. A proteção jurídica deve contemplar todas as situações 
jurídicas. 
e) Situação jurídica concreta: a jurisdição atua em situações concretas. 
Exemplo: ameaça de lesão a direitos (em que se requer uma tutela 
inibitória). 
f) Impossibilidade de controle externo da função jurisdicional: uma das 
características da função jurisdicional é a capacidade de produzir a última 
decisão sobre o caso concreto deduzido em juízo: ao caso aplica-se o 
Direito sem que aja possibilidade de apreciação, controle de outro poder. 
A jurisdição é controlada, somente, pela própria jurisdição. 
g) Aptidão para tornar-se indiscutível: sabemos que a coisa julgada é uma 
situação jurídica referente às decisões jurisdicionais, exclusivamente. Só 
uma decisão judicial pode vir a ser indiscutível e imutável pela coisa 
julgada material. No entanto, não podemos deduzir que somente haverá 
jurisdição se houver coisa julgada, pois esta é uma opção política do 
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Estado. Há casos em que o legislador não retira das decisões a aptidão 
de submeter-se à coisa julgada, mas isso não aniquila a 
jurisdicionalidade das decisões. Ora, a coisa julgada é um elemento a 
posteriori da decisão e, portanto, não pode ser elemento ou característica 
de existir da decisão. É fato que somente a jurisdição possui a 
característica da definitividade ± diz respeito ao caráter de imutabilidade 
da sentença, que faz coisa julgada material (característica do conceito 
moderno de jurisdição). 
No intuito de preencher todas as possíveis formas de ser cobrado o conceito 
de jurisdição, vamos compreendê-lo de uma outra perspectiva. A doutrina diz que a 
jurisdição é o poder que o estado avocou para si de dizer o direito, de fazer justiça, 
em substituição aos particulares. Podemos, na realidade, dizer que a jurisdição é 
poder, função e atividade. É poder devido à capacidade de imposição das 
decisões às partes pelo Estado ± o poder decorre da potestade (força para impor 
sua decisão) do Estado exercida de maneira definitiva sobre as partes litigantes. 
Função por cumprir a finalidade de fazer valer a ordem jurídica em face de um 
conflito. Por último, é atividade por consistir em uma série de manifestações (atos) 
externas e ordenadas que resultam na declaração do direito e na concretização do 
que foi pleiteado. 
 
1. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS 
O Estado não detém exclusividade na solução de conflitos. Existem formas 
alternativas: autotutela, autocomposição, arbitragem. 
A autotutela (autodefesa) é a forma mais antiga de se resolver conflitos. 
Ocorre o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso da força da 
outra parte. Assim, a autotutela ocorre quando a própria parte busca afirmar seu 
interesse impondo-o à parte contrária. Podemos considerar que a autotutela, de 
certo modo, permite o exercício de coerção por um particular em defesa de seus 
interesses. Modernamente, tem-se buscado restringir as formas de exercício da 
autotutela, transferindo para o Estado as diversas formas de coerção. O Direito 
prevê casos excepcionais em que pode ser empregada: legítima defesa (art. 188, I, 
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do CC), desforço imediato no esbulho (art. 1.210, parágrafo 1o do CC). A autotutela 
pode ser totalmente revista pelo poder judiciário. 
A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no 
conflito para chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas partes 
sem a intervenção de agentes externos no processo de pacificação da lide. A 
autocomposição ocorre quando há o despojamento unilateral em favor de outrem 
(da vontade por este almejada); quando há aceitação ou resignação de um dos 
sujeitos ao interesses do outro ou quando há concessão recíproca efetuada pela 
partes. Em tese, não há de se falar em coerção dos indivíduos. 
As modalidades de autocomposição são três: renúncia, aceitação 
(resignação/submissão) e a transação. A renúncia ocorre quando o titular do direito, 
unilateralmente, dele de despoja em favor de outrem. A aceitação, por sua vez, 
ocorre quando um dos sujeitos reconhece o direito do outro, passando a guiar-se 
pela plena consonância com este reconhecimento. Já a transação ocorre quando os 
sujeitos que se consideram titulares do direito pleiteado solucionam a lide por meio 
de concessões recíprocas. 
A arbitragem é uma técnica de solução de conflitos em que as partes 
buscam em uma terceira pessoa a solução do litígio. Dessa forma, a arbitragem 
ocorre quando a fixação da solução da lide entre as parte é entregue a um terceiro, 
denominado árbitro, em geral escolhido pelas partes. 
No direito brasileiro, a arbitragem somente pode se dirigir a acertamento de 
direitos patrimoniais disponíveis. É o que aduz o art. 1º da Lei 9.307/96 que regula a 
DUELWUDJHP��³DV�SHVVRDV�FDSD]HV�GH�FRQWUDWDU�SRGHUmR�YDOHU-se da arbitragem para 
dirimir litígios rHODWLYRV�D�GLUHLWRV�SDWULPRQLDLV�GLVSRQtYHLV�´� 
A arbitragem possui caráter voluntário podendo ser de direito ou de 
equidade, a critério das partes, que poderão escolher, livremente, as regras de 
direito que serão aplicadas, desde que não haja violação aos bons costumes e à 
ordem pública. Igualmente, poderão as partes convencionar que a arbitragem se 
realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras 
internacionais de comércio. 
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As partes interessadas podem, por exemplo, submeter a solução de seus 
litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a 
cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
A cláusula compromissória (prévia e abstrata) é a convenção por meio da 
qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios 
que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. Deve ser estipulada por escrito, 
podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se 
refira. 
Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o 
aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, 
com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, 
com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. 
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver 
inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade 
da cláusula compromissória. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação 
das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de 
arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. 
Já o compromisso arbitral (posterior e concreta) é o estabelecimento 
posterior ao conflito que esse será solucionado por meio da arbitragem. 
Art. 6º da Lei 9.307/96: Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir 
a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar 
início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, 
mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local 
certos, firmar o compromisso arbitral. 
O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial. O compromisso 
arbitral judicial celebra-se por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem 
curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial é celebrado por escrito 
particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
Obs.: brevemente falemos da mediação: A mediação é uma conduta pela qual um 
terceiro coloca-se entre as partes e tenta conduzi-los à solução autocomposta. 
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'LGLHU� DGX]� ³WUDWDU-VH� GH� XPD� WpFQLFD� SDUD� FDWDOLVDU� D� DXWRFRPSRVLomR´� �&XUVR� GH�
Direito Processual Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie, pág. 94). 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO 
A jurisdição é una e indivisível, mas é comum dividi-la para efeitos didáticos, 
quanto ao objeto, à hierarquia, ao órgão. Também é dividida em contenciosa e 
voluntária. 
Quanto ao objeto, a jurisdição pode ser civil ou penal. São de natureza civil 
todas as que não tenham caráter penal. Há doutrinadores que discordam da 
limitação a essas duas espécies e incluem as outras esferas jurisdicionais na 
classificação: trabalhista, penal militar, eleitoral. 
Quanto à hierarquia, classifica-se em inferior ou superior. Inferior é a que 
tem a chamada competência originária, ou seja, que recebe o processo primeiro; a 
superior tem atuação recursal. 
Relativamente ao órgão que a exerce, poderá ser especial e comum. 
Especial é definida pela Constituição Federal com base na matéria a ser tratada: 
Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar; sendo a comum todo o 
restante (daí, falar-se em competência residual). A Justiça Comum é composta pela 
Justiça Federal e pela Justiça Estadual. 
x JURISDIÇÃO: pode ser nacional ou internacional. Vejamos: 
x 
 
Jurisdição Nacional: UNA 
 
Jurisdição Internacional 
 
 
Jurisdição Comum 
Jurisdição Federal e Estadual. Dividem-se 
em jurisdição civil e penal. 
Jurisdição Especial 
Jurisdição trabalhista, eleitoral e militar. 
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x Jurisdição UNA: Adotada no Brasil: Poder Judiciário exerce a jurisdição 
com exclusividade (causas comuns e administrativas). As causas que 
envolvem o Estado são julgadas peloPoder Judiciário. 
x 
x Jurisdição DUAL: Adotada, por exemplo, na França. Tribunais 
Judiciários (causas comuns) e Tribunais Administrativos (causas 
administrativas). As causas que envolvem o Estado são julgadas pelo 
Poder Administrativo. 
 
A jurisdição também poderá ter natureza contenciosa ou voluntária. Essa é a 
única divisão abordada no CPC. Contenciosa é a rotineira; enquanto na voluntária 
não há, em tese, conflito de interesses (exemplo: homologação de acordo 
previamente firmado entre as partes). Nessa espécie, o interessado ou interessados 
buscam a prestação jurisdicional do Estado quando não podem alcançar seus 
objetivos sozinhos. 
Em prova, vejam como foi cobrado em prova: 
Sobre jurisdição e ação é correto dizer que: 
a) Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade 
jurisdicional apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de 
acordo com as regras de competência. 
COMENTÁRIOS: 
 A questão está correta. Percebam que o princípio da aderência ligado ao 
princípio internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe os 
limites territoriais do País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz nacional. 
Gabarito: A 
 
 
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1.1.1. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA VERSUS JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
Art. 1° do CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código 
estabelece. 
Como falamos, a jurisdição pode ser: contenciosa ou voluntária. Vejamos 
cada uma delas. 
Em regra, a jurisdição contenciosa decorre de processo judicial. Ela é 
marcada pelo litígio entre as partes, que, por sua vez, termina com a sentença de 
mérito. Sua decisão pode ser, e comumente o é, traumática porque beneficia uma 
das partes somente, causando prejuízo à outra. 
A jurisdição voluntária, também conhecida como administrativa ou 
integrativa, é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Em verdade, não é 
voluntária: há obrigatoriedade, em regra, de participação do Poder Judiciário para 
integrar as vontades e, dessa maneira, tornar apta a produção de seus efeitos. 
As garantias fundamentais do processo são aplicadas à jurisdição voluntária 
e também aos magistrados, que estão atrelados a dois elementos: 
a) Inquisitoriedade: o magistrado poderá decidir de modo contrário à 
vontade das partes. 
b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (art. 1.109 do 
CPC): não se observa na decisão a legalidade estrita. A sentença é baseada nos 
critérios de conveniência e oportunidade. O órgão jurisdicional tem ampla 
discricionariedade na condução e na decisão do processo em jurisdição voluntária. 
 
1.1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
1 ± Receptícios: a atividade judicial limita-se a registrar, documentar ou 
comunicar manifestações de vontade. Exemplo: notificações, protestos. 
2 ± Probatórios: a atividade jurisdicional limita-se à produção da prova. 
Exemplo: justificação. 
3 ± Declaratórios: o magistrado limita-se a declarar a existência ou 
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inexistência de uma situação jurídica. Exemplo: da posse em nome do nascituro. 
4 ± Constitutivos: a criação, modificação ou extinção de uma situação 
jurídica dependem da concorrência da vontade do magistrado, por meio de 
autorizações, homologações, aprovações. Exemplo: interdição. 
5 ± Executórios: o magistrado deve exercer uma atividade prática que 
modifica o mundo exterior. Exemplo: alienações de coisas. 
6 ± Tutelares: a proteção de interesses de determinadas pessoas que se 
encontram em situação de desamparo é confiada ao Poder Judiciário ± poderá 
instaurar os procedimentos ex officio. Exemplo: Nomeação de curadores. 
 
Quanto à natureza da jurisdição voluntária, há divergência se 
ela é de administração pública de interesses privados ou se de 
atividade jurisdicional. 
a) Como administração pública ± linha que tem crescido na 
doutrina brasileira ± parte-se do pressuposto de que a jurisdição 
voluntária não é jurisdição, mas sim administração pública de interesse 
privado. 
Isso porque não existe lide a ser resolvida nem a possibilidade 
de substitutividade ± o magistrado insere-se entre as partes do negócio 
jurídico e não as substitui. Além disso, por não ocorrer a jurisdição, não 
se falaria em coisa julgada, mas em preclusão. 
b) Como atividade jurisdicional: a jurisdição voluntária tem 
natureza de atividade jurisdicional. Pode ocorrer relação conflituosa 
nessa modalidade de jurisdição. 
Os casos de jurisdição voluntária são conflituosos em potencial 
e, por isso, submetem-se ao poder judiciário. 
Vamos, logo abaixo, analisar um pouco mais sobre esse 
assunto: jurisdição voluntária como administração pública de 
interesses privados e jurisdição voluntária como atividade jurisdicional. 
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x Jurisdição voluntária como administração pública de interesses 
privados 
Na doutrina brasileira, discute-se se a questão de que a jurisdição voluntária 
não seria jurisdição, mas administração pública de interesses privados realizada 
pelo Poder Judiciário. Essa construção doutrinaria parte da premissa, como exposto 
no quadro acima, de que a jurisdição voluntária, por não possuir lide a ser 
solucionada, não pode ser considerada jurisdição. 
Também não poderíamos falar em substitutividade uma das características 
da jurisdição, porque o juiz não substitui os sujeitos processuais, e, sim, insere-se 
entre os participantes do negócio jurídico. Desse modo, porque não há conflito, não 
existem sujeitos processuais, só meros interessados. 
Não havendo jurisdição, não haveria que se falar em ação nem em 
processo, mas em requerimento e procedimento. Igualmente, não existindo 
jurisdição, não há coisa julgada, mas preclusão. 
Essa corrente ainda fundamenta o seu pensamento no art. 1.111 do CPC: a 
sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se 
ocorrerem circunstâncias supervenientes. 
Diferenças doutrinárias acerca da jurisdição voluntária 
Ju
ri
sd
iç
ão
 v
o
lu
n
tá
ri
a 
 
 
Doutrina majoritária (clássica) 
 
Doutrina minoritária (moderna) 
Não há jurisdição Há jurisdição 
Não existem partes no processo, 
meros interessados 
Há partes 
Não há ação nem processo, mas 
requerimento e procedimento 
Há processo 
Não faz coisa julgada, mas preclusão Há coisa julgada00000000000
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É uma atividade administrativa É uma atividade jurisdicional 
Não há substutividade; juiz é 
administrador 
Há substutividade: juiz é juiz 
 
Vejam como foi cobrado em prova: 
A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também denominada 
graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por juízes, cuja 
atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a jurisdição 
voluntária se caracterize pela administração de interesses privados pelos órgãos 
jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Correto. Percebam que a banca considerou correta a questão da ausência 
de litígio na jurisdição, um elemento que destacamos em nossa aula, mas que tem 
sido combatido pela doutrina moderna. No enunciado da questão, a jurisdição 
voluntária é também nomeada de administrativa, mais uma característica da doutrina 
clássica. 
A banca FCC cobrou a questão em prova para Juiz do Trabalho em 2012: 
(TRT 11ª Região FCC 2012/ Adaptada) Sobre jurisdição, é correto afirmar: 
c) Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional 
apenas sob um ponto de vista estritamente formal. 
COMENTÁRIOS: 
Correto. (QWUH� DV� RSo}HV� RIHUHFLGDV� SHOD� EDQFD� �³D´� D� ³H´��� FRQVLGHURX-se 
FRUUHWD� D� OHWUD� ³F´�� TXH� FLWDPRV�� 'HVVH� PRGR�� R� HQWHQGLPHQWR� GD� )&&�� FOiVVLFR� H�
majoritário, é de que a jurisdição voluntária é jurisdição apenas em seu aspecto 
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formal, já que relativamente ao conteúdo pode ser entendida como administração de 
interesses particulares pelo Poder Judiciário. 
A Teoria Revisionista, por seu turno, considera a Jurisdição Voluntária uma 
jurisdição propriamente dita, já que é possível a ocorrência da lide. 
Relativamente à existência da lide, o STJ já se pronunciou de acordo com 
esta teoria, afirmando que o litígio pode ou não estar presente na 
jurisdição administrativa, mas não é essencial para a propositura da ação. Sentido 
em que se manifestaram consagrados autores como Alexandre de Freitas Câmara e 
Fredie Didier. 
É exemplo de jurisdição voluntária a separação consensual, já que o ato 
judicial irá conferir validade ao negócio jurídico que se realizar. Mas acidentalmente 
pode haver conflito na separação consensual; diz-se acidentalmente porque não é 
parte essencial do negócio jurídico. Percebam a diferença, na qualidade de 
voluntária, a jurisdição não tem como aspecto essencial a lide, mas é um possível 
elemento acidental, ou seja, que pode vir a ocorrer num dado momento; enquanto 
na qualidade de contenciosa, a lide está virtual/real e essencialmente ligada à 
jurisdição. 
Didier cita os casos de interdição e de retificação de registro como 
procedimentos de jurisdição voluntária que normalmente dão ensejo a controvérsias. 
De fato não são raros os casos em que surgem questões que devem ser 
solucionadas pelo magistrado, por exemplo, as divergências entre o pai e o menor 
que queira se emancipar (jurisdição voluntária com lide acidental). 
³É por isso que se impõe a citação dos possíveis interessados, que 
podem, de fato, não opor qualquer resistência, mas não estão impedidos de fazê-lo. 
São frequentes os casos em que, em pleno domínio da jurisdição voluntária, 
surgem verdadeiras questões a demandar juízo do magistrado.´��'LGLHU� 
Outra distinção que pode ser considerada entre Jurisdição Voluntária e 
Contenciosa refere-se, ainda, à pretensão. Nesse aspecto, vale destacar: pode 
haver processo sem lide, mas não há processo sem pretensão. O Juiz exerce a 
função jurisdicional quando provocado ± esta provocação é que chamamos de 
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pretensão e, por meio dela, dá-se a integração da jurisdição voluntária ou da 
jurisdição contenciosa. 
Não se debrucem em demasia sobre estas contradições, pelo menos, 
não para o concurso. Como bem disse Leonardo Greco, ³Wodos esses critérios são 
imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade tão heterogênea 
de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o desmentido de um ou de 
outro desses critérios´. 
Leiam este elucidativo acórdão do STJ, em que grifamos os trechos 
mais importantes sobre a matéria: 
[...] não parece adequado afirmar categoricamente que na jurisdição voluntária 
não há bem litigioso e tampouco lide. 
A mais recente doutrina processualista tem ressaltado o equívoco em 
se qualificar a chamada jurisdição administrativa de atividade não jurisdicional em razão da 
suposta ausência de lide. 
Afirma-se, modernamente, que a jurisdição voluntária não equivale 
a demanda sem lide. O litígio pode ou não verificar-se no seio da jurisdição administrativa: 
ele apenas não é essencial para a propositura da ação. 
[...] 
 
Para ilustrar a atenuação que se verifica na diferenciação entre a jurisdição voluntária e a 
jurisdição contenciosa, transcrevo trecho da obra de Leonardo Greco (GRECO, 
Leonardo. Jurisdição Voluntária Moderna. São Paulo: Editora Dialética, 2003, p. 23): 
 
Apesar das divergências de opinião, há algumas características que geralmente são 
apontadas pela doutrina para diferenciar a jurisdição contenciosa e a jurisdição voluntária. 
 
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Na primeira haveria lide, na segunda não; na primeira haveria partes em posições 
subjetivas antagônicas, na segunda apenas um ou mais interessados concordantes em 
suas postulações; a primeira incidiria sobre situações fáticas preexistentes, enquanto a 
segunda teria caráter constitutivo; a primeira seria repressiva e a segunda preventiva; na 
primeira, a atividade judicial seria substitutiva da vontade das partes, na segunda os 
interessados dependeriam da concorrência da vontade estatal manifestada pelo juiz, sem a 
qual não poderiam isoladamente alcançar o efeito jurídico almejado; na primeira o juiz 
tutelaria direitos subjetivos, enquanto na segunda, meros interesses; na primeira, os 
procedimentos previstos em lei não seriam exaustivos, na segunda o juiz somente poderia 
atuar com expressaprevisão legal; na primeira haveria formação da coisa julgada, na 
segunda não; na primeira o juiz estaria adstrito ao pedido do autor, enquanto na segunda o 
juiz poderia agir de ofício ou adotar providência diversa da que lhe fosse requerida. 
Todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma 
variedade tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o 
desmentido de um ou de outro desses critérios. 
 
REsp 942.658-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 2.6.2011. 
 
 
x Sugiro que façamos, agora, a leitura dos artigos do CPC que tratam das 
disposições gerais da Jurisdição Voluntária e que são aplicados 
subsidiariamente às leis específicas. 
TÍTULO II 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1.103. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem a 
jurisdição voluntária as disposições constantes deste Capítulo. 
Art. 1.104. O procedimento terá início por provocação do interessado ou do 
Ministério Público, cabendo-lhes formular o pedido em requerimento dirigido ao juiz, 
devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da 
providência judicial. 
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como 
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o Ministério Público. 
Art. 1.106. O prazo para responder é de 10 (dez) dias. 
Art. 1.107. Os interessados podem produzir as provas destinadas a demonstrar as 
suas alegações; mas ao juiz é lícito investigar livremente os fatos e ordenar de ofício 
a realização de quaisquer provas. 
Art. 1.108. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver 
interesse. 
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, 
obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso 
a solução que reputar mais conveniente ou oportuna. 
Art. 1.110. Da sentença caberá apelação. 
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já 
produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes. 
Art. 1.112. Processar-se-á na forma estabelecida neste Capítulo o pedido de: 
 I - emancipação; 
 II - sub-rogação; 
 III - alienação, arrendamento ou oneração de bens dotais, de menores, de 
órfãos e de interditos; 
 IV - alienação, locação e administração da coisa comum; 
 V - alienação de quinhão em coisa comum; 
 VI - extinção de usufruto e de fideicomisso. 
 
1.2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO 
O estudo da jurisdição pode ter em consideração os objetivos que persegue. 
Distinguindo-se em: escopo jurídico, social, educacional e político. 
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O escopo jurídico decorre da efetiva aplicação da vontade da lei, dando fim à 
lide. Já está vencido o entendimento de que esse seria o único objetivo da jurisdição 
(aplicação da lei; fim do conflito). 
No escopo social, pretende-se a pacificação social, de modo que se resolva 
a lide de caráter social. Nesse escopo, a jurisdição não tem como intenção 
fundamental a solução do conflito jurídico, mas a solução no plano fático, que traga 
a maior satisfação possível às partes. 
A transação consiste, assim, em excelente modo de alcançar esses 
objetivos, porque ocorre a partir da cessão mútua de interesses e tende a extinguir o 
conflito sem imposição severa a alguma das partes (solução do conflito (fático); 
satisfação das partes). 
O escopo educacional deriva da função de divulgar (ensinar) a todos os 
jurisdicionados, incluindo-se ± obviamente ± as partes envolvidas no processo, quais 
os seus direitos e deveres. É escopo bem amplo, que ganhou importância nos 
julgados contemporâneos, que se revestem de verdadeiro caráter didático. Os mais 
importantes julgamentos são acompanhados por meios de comunicação, que os 
tornam acessíveis a grande número de indivíduos (divulgação dos direitos e deveres 
de todos os jurisdicionados). 
O escopo político, por sua vez, prisma pelo bom funcionamento jurisdicional 
que eleva a credibilidade do Estado perante os indivíduos e, desse modo, estimula a 
participação democrática por meio do processo (estimula a participação 
democrática). 
 
1.3. PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO 
1.3.1. INVESTIDURA 
O Poder Judiciário possui um caráter inanimado e, por isso, necessita 
escolher pessoas para representar o Estado no exercício concreto da atividade 
jurisdicional. Investido do poder jurisdicional, o juiz (sujeito escolhido para ser o 
agente público representante do Estado), também chamado de Estado-Juiz, é o 
responsável pela solução da lide. 
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No Brasil, existem duas maneiras de obter a investidura: o concurso público 
(art. 93, I, CF) e indicação do Poder Executivo (quinto constitucional ± art. 94 da CF). 
x Somente a autoridade investida de poder jurisdicional pode exercer a 
jurisdição. 
x Tanto a jurisdição civil, voluntária como a contenciosa é exercida pelos 
Juízes, em todo o território nacional ± a jurisdição é UNA. 
 
Veja como o assunto é cobrado. 
Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado 
a requerer, nos casos e forma legais. Assim sobre jurisdição é correto afirmar 
que a jurisdição 
A) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional. 
B) civil é contenciosa e involuntária e é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional. 
C) civil é voluntária, exercida pelos juízes de paz, em todo o território nacional e 
internacional. 
D) militar, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes estaduais, em todo o 
território nacional. 
E) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional e internacional. 
COMENTÁRIO: 
Letra a é a correta. A jurisdição, seja contenciosa ou voluntária, é exercida 
pelos juízes. Os juízes são investidos de jurisdição para atuar em todo o território 
nacional conforme sua competência. 
O erro da letra B está em mencionar jurisdição involuntária, modalidade que 
não existe. 
Na letra C, o erro está em mencionar os juízes de paz como aqueles investidos 
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1.3.2. TERRITORIALIDADE 
A autoridade dos juízes será exercida nos limites territoriais do seu Estado. 
Assim, a jurisdição é exercida em um dado território (art. 107 e 230). 
Existem, no entanto, exceções ao princípio da territorialidade. Situações em 
que o juízo poderá praticar atos fora de sua comarca ou seção judiciária. Um 
exemplo é a citação pelo correio (art. 222, caput, CPC). 
x Esse princípio é uma forma de limitação do exercício da jurisdição. 
de jurisdição. 
 Erro da letra D: A jurisdição militar é da competência dos Juízes-Auditores, 
integrante da Justiça Militar da União (vide Lei nº 8.457, de 4 de setembro de 1992), 
não pelos juízes estaduais. 
Erro da letra E: Os juízes nacionais não têm jurisdição internacional. 
Gabarito: A 
 
A jurisdição é entendida como o: 
A) poder do juiz em prolatar sentenças 
B) poder do juiz em efetivar pretensões 
C) poder do juiz em possibilitar a todos uma prestação jurisdicional 
D) poder-dever-atribuição do Estado em possibilitar a todos uma prestação 
jurisdicional 
E) poder do STF, na solução superior das demandas. 
COMENTÁRIO: 
ÒQLFR�LWHP�FRP�UHVSRVWD�DGHTXDGD�p�D�OHWUD�³F´��-i�TXH�D�MXULVGLomR�FRQIHUH�DR�
Estado-juiz mais do que um poder, mas um dever, uma atribuição de prestar a tutela 
jurisdicional pleiteada. 
Gabarito: D 
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1.3.3. INDELEGABILIDADE 
Deve ser analisado por meio de dois prismas, o externo, tendo a 
Constituição Federal atribuído a função jurisdicional ao Poder Judiciário, não pode 
delegar tal função a outros poderes oX�yUJmRV��([FHomR��³IXQomR�HVWDWDO�DWtSLFD´��H�R�
interno, em que a competência atribuída a um órgão jurisdicional para analisar uma 
demanda não poderá ser delegada a outro. 
x O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Não é 
possível delegar o poder decisório a outro órgão, pois violaria a regra da 
competência e o princípio do juiz natural. No entanto, existem hipóteses de 
delegação a outros poderes judiciais, como o poder de execução das decisões. 
 
1.3.4. INEVITABILIDADE 
O princípio da inevitabilidade ocorre em dois momentos distintos. Primeiro, 
quando os sujeitos do processo sofrem a vinculação obrigatória ao processo judicial, 
ou seja, uma vez integrantes da relação jurídica processual, os sujeitos não podem, 
independendo de concordância ou vontade, deixar de cumprir o chamado 
jurisdicional. 
Segundo, em consequência da integração obrigatória, os sujeitos ficam em 
um estado de sujeição ± suportam todos os efeitos da decisão judicial, mais uma 
vez, independentemente de gostar ou concordar com ela. 
x Devem as partes submeter-se à decisão do órgão jurisdicional. 
 
1.3.5. INAFASTABILIDADE 
De acordo com o inciso XXXV do art. 5o da CF, a lei não pode excluir da 
apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de direito. O acesso à 
ordem jurídica adequada não pode ser negado a quem tem justo direito ameaçado 
ou prejudicado. 
Esse princípio também pode ser analisado sob o aspecto da relação entre a 
jurisdição e a solução administrativa de conflitos. Nessa visão, o sujeito não é 
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obrigado a utilizar os mecanismos administrativos antes de provocar o poder 
judiciário em razão de ameaça de lesão ou lesão ao direito. No entanto, há 
exceções, como: 
x Nas questões desportivas: art. 217, § 1° da CF: O Poder Judiciário só 
admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-
se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
x O juiz não pode invocar a lacuna da lei e deixar de julgar o processo. 
x Não é necessário esgotar as vias administrativas para provocar o 
Poder Judiciário. O interessado pode procurar tanto a via administrativa como a 
judiciária. 
 
1.3.6. JUIZ NATURAL 
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao 
órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz ± a imparcialidade do 
magistrado. 
O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos sejam 
julgados pelo juízo competente, ou seja, que a competência constitucional 
preestabelecida seja cumprida. Já o segundo aspecto surge para garantir que o juiz 
responsável pelo julgamento da demanda seja imparcial. Trata-se da essencial 
exigência de imparcialidade que permite que o julgamento do processo seja justo. 
Em razão dessa segunda faceta, as leis processuais estabelecem as causas de 
impedimento e suspeição do magistrado. 
- Hipóteses de impedimento do Juiz: de que for parte; em que 
interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão 
do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; que conheceu 
em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; quando 
nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer 
parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o 
segundo grau; quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das 
partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; quando for órgão de 
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direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. 
- Hipóteses de suspeição do Juiz: amigo íntimo ou inimigo capital de 
qualquer das partes; alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu 
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; 
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; receber 
dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa. 
 
É uma cláusula do devido processo legal. Uma garantia fundamental 
implícita que se origina da conjugação dos seguintes dispositivos constitucionais: o 
dispositivo que proíbe o tribunal ou juízo de exceção é o que determina que ninguém 
poderá ser processado senão pela autoridade competente. Ele se caracteriza pelo 
aspecto formal, objetivo, substantivo e material. 
A determinação de um juízo não pode ocorrer post facto ou ad personam. 
Assim, os critérios para a sua determinação devem ser impessoais, objetivos e pré-
estabelecidos. 
A garantia do juiz natural advém dos princípios da imparcialidade e da 
independência atribuída aos magistrados. As garantias do juiz natural são 
respeitadas por meio das regras de distribuição ± critériosprévios, objetivos, gerais 
e aleatórios para a identificação do juízo responsável pela causa. O desrespeito ao 
princípio da distribuição implicará incompetência absoluta do juízo. 
Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, as 
regras por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais. 
Dúvida: Por que não há violação ao princípio do juiz natural nos casos 
citados? Porque nos três casos acima são situações em que as regras são gerais, 
abstratas e impessoais. 
 
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- Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
(...) XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
 
x Comentários: 
Aos Tribunais de exceção (juízo extraordinário) contrapõe-se 
o juiz natural, pré-constituído pela Constituição Federal e por 
Lei. 
Em uma primeira acepção, o princípio do juiz natural 
apresenta duplo significado: 
1) Somente o juiz é o órgão investido de jurisdição; 
2) Impede a criação de Tribunais de Exceção e ad hoc, 
para o julgamento de causas penais e civis. 
Modernamente, porém, este princípio passa a englobar a 
proibição de subtrair o juiz competente. Assim, a garantia 
desdobra-se em três conceitos: 
1) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF; 
2) Ninguém pode ser julgado por tribunal constituído 
após a ocorrência do fato; 
3) Entre os juízes pré-constituídos vigora a ordem 
taxativa de competências que exclui qualquer 
alternativa deferida à discricionariedade de quem 
quer que seja. 
Vejamos: 
O tribunal (ou juízo) de exceção é aquele formado 
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temporariamente para julgar: 
a) Um caso específico ± Tribunal ad hoc; 
b) Após o delito ter sido cometido designa o juízo ± ex 
post facto; 
c) Para um indivíduo específico ± ad personam. 
Exemplo de Tribunal de exceção: Tribunal de Nuremberg 
criado pelos aliados para julgar os nazistas pelos crimes 
cometidos na 2° Guerra Mundial. 
É constituído ao oposto dos princípios constitucionais do 
direito processual civil ± do contraditório e da ampla defesa, 
do juiz natural. 
E qual o problema dos tribunais de exceção? O primeiro é 
que eles invariavelmente não são imparciais. O segundo é 
que a pessoa, ao ser julgada por um tribunal de exceção, 
perde algumas das garantias do processo, como a do duplo 
grau de jurisdição e do juiz natural. 
Terceiro, o Tribunal de exceção não necessariamente é 
formado por juristas, podendo ser composto por qualquer 
pessoa, ferindo, dessa forma a garantia constitucional do 
juiz competente: 
 (...) LIII - ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente (art. 5°). 
 
Veja como o tema é abordado. 
A jurisdição, em todos os países, é informada por alguns princípios 
fundamentais universalmente reconhecidos, como: 
A) aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural 
B) investidura, indelegabilidade, juiz natural 
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C) competência, investidura, aderência ao território, indelegabilidade, 
inafastabilidade, juiz natural, inércia 
D) aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural, 
inércia 
E) investidura, aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz 
natural, inércia 
Percebam que a banca considerou correto o item que expôs os princípios 
FRUUHWDPHQWH� H� GH� PRGR� PDLV� FRPSOHWR�� OHWUD� (�� 2� HUUR� GD� OHWUD� ³F´� HVWi� HP�
considerar a competência um princípio, quando na verdade é um limite à jurisdição. 
Gabarito: E 
 
 
RESUMO 
 
- Conceito de jurisdição: a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por 
meio dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que 
não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da 
intervenção do estado para que a pendenga estabelecida seja solucionada. 
 
Conceitos clássicos 
A substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao 
solucionar a lide, estaria substituindo a vontade das partes, proibidas que elas estariam de, 
em regra, fazer valer a justiça do mais forte (característica do conceito de jurisdição 
tradicional). 
A definitividade diz respeito ao caráter de imutabilidade da sentença, que faz 
coisa julgada material (característica do conceito moderno de jurisdição). 
 
- Equivalentes jurisdicionais: o Estado não detém exclusividade na solução de 
conflitos. Existem as conhecidas formas alternativas: autotutela, autocomposição e 
arbitragem. 
 
 Forma mais antiga de resolver conflitos. Ocorre o sacrifício integral do 
interesse de uma das partes, pelo uso da força da outra parte. O 
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Autotutela 
(Autodefesa) 
Código Civil prevê casos excepcionais em que pode ser empregada. 
Exemplos: legítima defesa (art. 188, I, do CC) e desforço imediato no 
esbulho (art. 1.210, parágrafo 1º do CC). 
Essa forma de solução de controvérsia pode ser totalmente revista 
pelo poder judiciário. Essa característica é um elemento marcante da 
autotutela. 
 
 
Autocomposição 
Consiste no comum acordo entre as partes envolvidas no conflito 
para chegar a uma solução. Classifica-se em unilateral, quando há 
renúncia ou submissão de uma das partes. 
E bilateral, o que é mais comum, ambas as partes abrem mão de 
uma parcela de sua pretensão em favor da outra ± é a transação. 
 
 
Arbitragem 
Viabiliza-se quando há concordância entre as partes de submeter o 
conflito, ou a questão, ao árbitro (terceiro imparcial, que, por acordo 
das partes litigantes, resolve uma questão). Os motivos que levam os 
contratantes a optarem pela arbitragem em detrimento da jurisdição 
são, principalmente, rapidez e economia. 
Os árbitros não são condicionados a muitos formalismos, podem ser 
autorizados pelas partes a, até mesmo, decidirempor equidade ou 
utilizarem leis específicas. 
 
- Classificação da jurisdição: civil ou penal; inferior ou superior; especial ou comum; 
contenciosa ou voluntária. 
- Contenciosa é a rotineira, a tradicional; enquanto na voluntária não há conflito de 
interesses. 
- Princípios inerentes à jurisdição: investidura, territorialidade, 
indelegabilidade, inevitabilidade e do juiz natural. 
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA RESUMIDAMENTE 
De acordo com o art. 1° do CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, 
é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este 
Código estabelece. 
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- O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada 
ao órgão jurisdicional e a segunda coma pessoa do juiz ± a imparcialidade 
do magistrado. 
- Juiz Natural possui competência constitucional e foi investido de maneira 
regular na jurisdição. 
 
Jurisdição Contenciosa: Pressupõe conflito 
entre as partes a ser solucionado pelo 
magistrado. É por meio da jurisdição contenciosa 
que se alcança uma solução para a lide. 
x Formação de litígio, sujeitos com interesses 
opostos e jurisdição compondo e solucionando o 
conflito. 
x 
x - Características: 
x Unidade, imparcialidade, secundariedade, 
substitutividade, instrumentalidade. 
x - Princípios: 
x Improrrogabilidade, indeclinabilidade, juiz natural. 
 
Relação Processual Triangular da Jurisdição 
Contenciosa: 
 JUIZ 
 
 
 
 
 AUTOR RÉU 
 
Jurisdição Voluntária: Não existe litígio 
entre as partes. Nesse caso, há 
homologação de pedidos que não 
impliquem litígio, ou seja, não se resolve 
conflitos, mas apenas tutela interesses. 
x Participação do Estado, requerentes com 
interesses comuns e jurisdição integrando 
e validando o negócio jurídico. 
 
 
 
 
 
 
Relação Processual Não-Triangular da 
Jurisdição Voluntária: 
 
 
INTERESSADOS JUIZ 
 
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Juiz Natural em sentido Formal 
 
1) Garantia da proibição da 
existência de Tribunais 
de exceção. 
2) Respeito às regras de 
competência: (...) LIII - 
ninguém será 
processado nem 
sentenciado senão pela 
autoridade competente 
(art. 5°, CF). 
Juiz Natural em sentido Material 
 
1) Imparcialidade do juiz ± ver 
comentários da pág. 25 dessa 
aula. 
 
 
QUESTÔES COMENTADAS 
 
01. (TJ PE Juiz ± FCC) Em relação à jurisdição e à competência, é correto 
afirmar que 
a) a jurisdição tem por objetivo solucionar casos litigiosos, pois os não 
litigiosos são resolvidos administrativamente. 
b) a arbitragem é modo qualificado e específico de exercício da jurisdição por 
particulares escolhidos pelas partes. 
c) em nenhuma hipótese poderá o juiz exercer a jurisdição de ofício, sendo 
preciso a manifestação do interesse da parte nesse sentido. 
d) a jurisdição é deferida aos juízes e membros do Ministério Público em todo 
território nacional. 
e) a jurisdição é una e não fracionável; o que se reparte é a competência, que 
com a jurisdição não se confunde, por tratar, a competência, da capacidade de 
exercer poder outorgada pela Constituição e pela legislação 
infraconstitucional. 
COMENTÁRIO: 
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2� HUUR� GD� OHWUD� ³D´� HVWi� HP� GHVFRQVLGHUDU� D� H[LVWrQFLD� GD� MXULVGLomR�
voluntária, que ao contrário da contenciosa, não apresenta, em regra, litígio a ser 
resolvido. 
(UUD�D�OHWUD�³E´�SRUTXH�D�DUELWUDJHP�QmR�p�PRGR�GH�H[HUFtFLR�GD�MXULVGLomR��2�
árbitro não é investido de jurisdição, essa é uma característica exclusiva do juiz. 
Arbitragem é uma técnica de solução de conflitos em que as partes buscam 
em uma terceira pessoa a solução do litígio. Ocorre quando a fixação da solução da 
lide entre as parte é entregue a um terceiro, denominado árbitro, em geral escolhido 
pelas partes. 
$�OHWUD�³F´�Hrra por considerar absoluto o princípio do dispositivo (segundo o 
qual o juiz deve ser provocado para exercer seu poder jurisdicional). Contudo, a 
regra não é absoluta, há situações em que o juiz decide independentemente de 
provocação, de ofício. Exemplo: apreciação e determinação de produzir mais provas 
(artigos 130 e 131 do CPC). 
2�HUUR�GD�OHWUD�³G´�p�FRQVLGHUDU�TXH�RV�PHPEURV�GR�0LQLVWpULR�3~EOLFR�sejam 
investidos de jurisdição. 
$�OHWUD�³(´�HVWi�FRUUHWD��2�SRGHU�MXULVGLFLRQDO�p�FRQIHULGR�SHOD�&RQVWLWXLoão e 
por leis que regulamentam a atividade jurisdicional. 
Gabarito: E 
 
02. (TRT 22ª Região ± FCC 2010) A indeclinabilidade é uma característica 
a) da ação. 
b) da jurisdição. 
c) do processo. 
d) da lide. 
e) do procedimento. 
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COMENTÁRIO: 
A banca cobrou os princípios da jurisdição. Sabemos que a indeclinabilidade 
p�XP�GRV�SULQFtSLRV�TXH�QRUWHLD�D�MXULVGLomR�H�DGX]�TXH�R�MXL]�QmR�SRGHUi�³DEULU�PmR´�
do poder jurisdicional. Podemos ainda resguardar esse princípio invocando outro: à 
inafastabilidade da apreciação pelo poder judiciário: art. 5º, XXXV, da CF: "a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito." 
Vejamos também o art. 126 do CPC: O juiz não se exime de sentenciar ou 
despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á 
aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos 
princípios gerais de direito. 
Gabarito: B 
 
03. (TRT 19ª Região ± FCC 2008) A respeito da jurisdição e da ação, considere: 
I. Nenhum juiz prestará tutela jurisdicional, senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e formas legais. 
II. O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da 
existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. 
III. Na jurisdição voluntária, não há lide, tratando-se de forma de administração 
pública de interesses privados. 
É

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