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Direito Processual Civil - Aula 02

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Aula 02
Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Técnico Judiciário - Área
Administrativa)
Professor: Gabriel Borges
053.876.264-03 - Gidalte Lucio da Silva Brito
 Direito Processual Civil ʹ TRF 3ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 02 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF-3ª Região ± TÉCNICO JUDICIÁRIO ± 
ÁREA ADMINISTRATIVA 
 
AULA 02: Dos Auxiliares da Justiça. Dos Atos Processuais 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo IV: Dos Auxiliares de Justiça 
02 
2. Capítulo V: Dos atos Processuais 16 
3. Resumo 54 
4. Questões comentadas 61 
5. Lista das questões apresentadas 90 
6. Gabarito 100 
 
 
 CAPÍTULO IV: DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
O juízo forma-se pelo conjunto de juiz, quem detém o poder jurisdicional, 
com os órgãos auxiliares, que são dirigidos pelo magistrado. Dessa forma, todo juízo 
(de grau superior ou inferior) constitui-se por órgãos principais e auxiliares. O juiz é o 
órgão principal em que se concentra a função jurisdicional. No entanto, a ação 
isolada desse órgão seria insuficiente para a atuação da jurisdição. Assim, essa 
atividade se complementa com a do escrivão, do oficial de justiça e de outros órgãos 
auxiliares ± alguns pertencentes ao próprio quadro judiciário, outros são pessoas ou 
entidades chamadas a prestar serviços. 
Para que a prestação jurisdicional ocorra, há funcionários encarregados da 
documentação dos atos processuais, das diligências fora da sede do juízo, da 
guarda e administração dos bens litigiosos apreendidos. Para cada uma das 
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referidas atribuições, o juiz é socorrido por um auxiliar específico, conforme dispõe o 
CPC: 
Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, 
o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
³VmR� DX[LOLDUHV� GD� -XVWLoD� WRGDV� DTXHODV� SHVVRDV� TXH� GH�
alguma forma participam do processo, sob a autoridade do juiz, 
colaborando com este para tornar possível a prestação 
jurisdicional; considerando que os sujeitos principais do 
processo são necessariamente três (Estado, autor e réu), os 
auxiliares são pessoas que, ao lado do juiz, agem em nome do 
Estado no processo para a prestação do serviço devido às 
SDUWHV�´� (Teoria Geral do Processo, Ed. 27ª, CINTRA, Antonio 
Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, 
Cândido Rangel, pág.222) 
Então podemos conceituar auxiliares da Justiça como as pessoas a quem o 
sistema processual atribui o dever de realizar os serviços complementares à 
jurisdição, sob a autoridade do magistrado. 
São sujeitos secundários do processo, que são legitimados por lei a atuar, 
sendo, como mencionado, subordinados à direção do juiz. Eles têm funções perante 
órgãos judiciários de todos os graus desde as varas, onde os juízes exercem a 
jurisdição inferior, até os tribunais de superposição (Supremo Tribunal Federal e 
Superior Tribunal de Justiça). 
É importante ressaltar que os auxiliares da Justiça não se situam entre os 
sujeitos principais do processo ± são classificados como secundários, não são 
expressamente qualificados, pelo direito positivo, como essenciais à função 
jurisdicional; contudo, têm legitimidade exclusiva em relação aos atos para os quais 
foram instituídos e investidos. 
Pode vir na prova uma pergunta em que ligam auxiliares da justiça a outras 
pessoas, que na verdade não são. Então, vejamos, não são auxiliares da justiça: 
1- As partes ± que são sujeitos autônomos do processo; 
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2- As testemunhas ± fonte de provas; 
3- Os jurados ± integrantes, na condição de juízes do tribunal de júri; 
4- Os tutores, curadores, síndicos. 
A doutrina recente também não considera auxiliares da justiça os órgãos do 
chamado foro extrajudicial: tabelião, oficial de registros públicos, de protestos (e 
outros), pois antes de tudo, suas funções ligam-se à administração pública de 
interesses privados. 
Esses órgãos desfrutam de fé-pública e se subordinam administrativamente 
aos juízes estaduais, por isso tinham sido classificados pela doutrina menos recente 
HQWUH�RV�yUJmRV�DX[LOLDUHV��DR�ODGR�GDTXHOHV�TXH�FRPS}HP�R�FKDPDGR�³IRUR�MXGLFLDO´�� 
Portanto, gravem que a doutrina de hoje não os considera órgãos auxiliares 
da Justiça, pois eles não exercem qualquer função no processo, nem cooperam com 
o juiz quando este exerce a jurisdição. A ilusão de se tratar de serviços auxiliares é, 
como supracitado, o fato de serem supervisionados, orientados e fiscalizados pelo 
Poder Judiciário e, assim gozarem de fé-pública. 
A classificação, regime e funções dos órgãos auxiliares da Justiça 
encontram-se esparsas na própria lei processual, nas de organização judiciária, nos 
provimentos, nos regimes dos tribunais. No entanto, nenhum dos diplomas citados 
apresenta uma sistematização das normas e classificações dos órgãos auxiliares, 
em que se aplique, subsidiariamente, as determinações doutrinárias. 
Verificamos, desse modo, que é heterogênea a lista dos serviços 
complementares a cargo dos auxiliares da Justiça, sendo complicado 
classificá-la, de maneira, completa. 
Existem aqueles serviços que são realizados no próprio processo. 
Estes, podemos dizer que são autênticos atos processuais, quer mediante 
atuação nos autos do processo ou fora. Por outro lado, existem serviços 
materiais de guarda e conservação dos autos do processo que nada têm de 
processuais. 
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Há ainda textos normativos destinados, diretamente, ao status 
processual e às funções de alguns auxiliares do juízo que, de modo indireto, 
são utilizados como fonte legal pertinente às funções dos auxiliares. 
 
1. CLASSIFICAÇÃO 
No intuito de criar uma classificação sistematizada, os órgãos auxiliares 
podem ser classificados: 
a) Órgãos permanentes ± integrando os quadros judiciários como 
servidores públicos. 
Os auxiliares permanentes estão sujeitos a regimes administrativos próprios, 
inclusive regime disciplinar aplicado pelos tribunais,segundo as regras gerais e o 
disposto nos regimentos internos: art. 96 da CF: compete privativamente: I - aos 
tribunais: (...) 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes 
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; (...) 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos 
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados. 
b) Pessoas, que eventualmente, são chamadas a prestar colaboração 
processual. 
Obs.: Em alguns Estados, como em São Paulo, fala-se em auxiliares permanentes e 
auxiliares eventuais da Justiça. Entre estes estão pessoas físicas (avaliador, perito) 
e repartições públicas (Empresa de Correios e Telégrafos). São classificados pela 
doutrina de órgãos auxiliares extravagantes. Classificação relativa à natureza 
jurídica da relação entre o auxiliar e o Estado. 
De acordo com o art. 139 do CPC, são auxiliares do juízo, além de outros, 
cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o 
escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
Além desses, o código também menciona, como auxiliares do juízo, o 
partidor, o contador e o distribuidor. 
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2. AUXILIARES PERMANENTES DA JUSTIÇA E AUXILIARES EVENTUAIS DA 
JUSTIÇA 
Vamos discutir um pouco mais dessa relevante classificação, com fins, 
sobretudo, didáticos. 
As funções complementares destinam-se, de acordo com as leis do 
processo e da organização judiciária, às diversas categorias de auxiliares, sendo 
distribuídas entre eles. Por seu turno, os auxiliares são distribuídos por um critério 
básico: a pertinência ao sistema fixo da Justiça (dividindo-se em: auxiliares 
permanentes e auxiliares eventuais), e, por outro complementar, o regime de 
remuneração pelo Estado ou pelas partes. 
Entre as pessoas que auxiliam o juiz nas demandas processuais, há aquelas 
que ocupam os cargos instituídos por Lei; tais são os auxiliares permanentes da 
Justiça, que serão servidores integrados no quadro do funcionalismo público ou 
serventuários. 
³2� TXH� RV� GLVWLQJXH� p� TXH� RV servidores só recebem 
vencimentos dos cofres públicos e os serventuários (às vezes 
cumulativamente), custas e emolumentos; estes são ligados 
aos cartórios não-oficializados. Nos órgãos superiores 
(tribunais) os serviços auxiliares são prestados exclusivamente 
por servidores. Mas, apesar de suas diferenças perante o 
direito administrativo, as funções processuais desempenhadas 
SRU�VHUYLGRUHV�H�VHUYHQWXiULRV�VmR�DV�PHVPDV�´� (Teoria Geral 
do Processo, Ed. 27ª, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, 
GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel, 
pág.222) 
Entre os auxiliares permanentes da Justiça destacam-se o escrivão e o 
oficial de justiça, pois fazem parte do sistema fixo dos juízos e, por isso, participam 
de todos os processos. 
Já os auxiliares eventuais da Justiça, são aqueles que desempenham 
funções auxiliares, mas que não ocupam nenhum cargo na administração da 
Justiça. São nomeados ad hoc (pelo tempo necessário para cumprir ato específico) 
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pelo magistrado para auxiliá-lo no processo. São eles: o perito, o intérprete, o 
depositário particular, o administrador, o síndico, o comissário e o inventariante. 
Obs.: Para auxiliar o juiz no desempenho das funções jurisdicionais, este necessita 
do auxilio de diversas entidades, como a Empresa de Telégrafos para a expedição 
de precatórias e cartas citatórias. Esses órgãos, também, são chamados de 
auxiliares eventuais da justiça (órgãos extravagantes). Dessarte, esses órgãos, que 
não são auxiliares da Justiça em si, são assim considerados quando cooperam no 
desenvolvimento do processo. 
 
3. DOS SUJEITOS QUE REALIZAM OS SERVIÇOS COMPLEMENTARES 
3.1. ESCRIVÃO 
É o auxiliar do juiz de maior responsabilidade. Incumbe a ele, pelo exposto 
no art. 141 do CPC: 
1 ± Redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais 
atos que pertencem ao seu ofício; 
2 ± Executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem 
como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária; 
3 ± Comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para 
substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; 
4 ± Ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que 
saiam de cartório, exceto: 
a) Quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
b) Com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda 
Pública; 
c) Quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; 
d) Quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro 
juízo; 
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5 ± Dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo 
do processo. 
Há um escrivão junto a cada juízo (nas comarcas de uma só vara, 
ordinariamente, dois ofícios e dois escrivães). Administrativamente, o escrivão é 
considerado chefe da seção (ofício de justiça), sendo responsável pelos 
escreventes. A lei processual permite que o escrivão seja substituído por um 
escrevente na realização de atos de seu ofício. 
 Art. 142, CPC: No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o 
substituto, e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
Anomalamente, os serventuários no cargo de escrivão exercem uma função 
pública em caráter privado, desfrutando de privilégios outorgados pela Carta Magna 
e pela Lei. 
³$�IXQomR�GR�HVFULYmR�IRL�D�SULPHLUD�D�VH�GHVWDFDU�GR�RItFLR�GR�
juiz e sua posição no processo é tão importante que um autor 
antigo, certamente exagerado-a, chegou a dizer que os sujeitos 
processuais básicos não são três, mas quatro: juiz, autor, réu e 
HVFULYmR�´� (Teoria Geral do Processo, Ed. 27ª, CINTRA, 
Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini, 
DINAMARCO, Cândido Rangel, pág.226) 
Obs.: o escrivão também é chamado de: secretário, diretor de secretaria, chefe de 
secretarias (denominação muita usada pelo CPC). 
 
3.2. OFICIAL DE JUSTIÇA 
É aquele que cumpre mandados de diligências fora do cartório ± diligências 
externas. Exemplo: citações, intimações, notificações, imissão de posse. 
Incumbe ao oficial de justiça (art. 143): 
1 ± Fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais 
diligênciaspróprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção 
de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de 
duas testemunhas; 
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2 ± Executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
3 ± Entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido; 
4 ± Estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da 
ordem. 
5 ± Efetuar avaliações. 
 
O escrivão e o oficial de justiça são civilmente 
responsáveis: 
a) Quando, sem justo motivo, se recusarem a 
cumprir, dentro do prazo, os atos que lhes impõe a lei, ou 
os que o juiz, a que estão subordinados, lhes comete; 
b) Quando praticarem ato nulo com dolo ou 
culpa. 
O oficial de justiça tem o dever de cumprir, estritamente, as ordens do juiz, 
não sendo sua função entender-se diretamente com os sujeitos processuais 
interessados no desempenho de suas atribuições. 
Ok! Depois de destacar as responsabilidades e funções do escrivão e do 
oficial de justiça, vamos, de modo conciso, mencionar alguns pontos acerca dos 
seguintes auxiliares do juízo: o distribuidor, o contador e o partidor. 
a) Distribuidor: possui funções estritamente ligadas à existência de mais 
de um escrivão no mesmo foro, cabendo a ele, distribuir os feitos entre 
estes, segundo o critério legalmente instituído: art. 251 do CPC: todos os 
processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver 
mais de um juiz ou mais de um escrivão. 
b) Contador: tem a função de realizar cálculos em geral, como a de custas 
do processo. 
c) Partidor: responsável pela realização das partilhas, que têm 
oportunidade, precipuamente, nos inventários. 
 
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3.3. PERITO 
Auxiliar ocasional do juízo atua quando a produção da prova depende de 
conhecimento técnico ou cientifico. O juiz o escolhe para atuar num determinado 
processo em virtude de seus conhecimentos técnicos se enquadrarem no que exige 
o litígio. 
Tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando 
toda a sua diligência. Ele pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo 
legítimo (art. 146, CPC). A escusa será apresentada dentro de 5 dias, contados da 
intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o 
direito a alegá-la (art. 423). 
Mas, o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, 
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficando inabilitado, por 2 anos, a 
funcionar em outras perícias e incorrendo na sanção que a lei penal estabelecer (art. 
147, CPC). 
 
3.4. DEPOSITÁRIO E ADMINISTRADOR 
O depositário é o auxiliar de justiça que tem como função a guarda e 
conservação dos bens colocados às ordens do juízo. Quando, além da guarda e 
conservação, for atribuído ao auxiliar poderes para praticar atos de gestão, em 
decorrência da natureza dos bens, a função será exercida pelo administrador, que 
será nomeado pelo juiz. 
Assim, o administrador é o depositário com funções de gestor. Os dois ± 
depositário e administrador fazem parte da classe de auxiliares da justiça por uma 
questão de economicidade. O depositário ou administrador receberá por seu 
trabalho, a remuneração fixada pelo juiz, atendendo à situação dos bens, ao tempo 
do serviço e às dificuldades de sua execução. 
Além disso, o depositário ou o administrador respondem pelos prejuízos que, 
por dolo ou culpa, causarem à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada. 
Contudo, tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do 
encargo. 
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3.5. INTÉRPRETE 
É a pessoa encarregada de traduzir para a língua portuguesa os atos 
expressos em língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-mudos. É um 
auxiliar da justiça por necessidades técnicas, assim como o perito. O juiz nomeará 
intérprete toda vez que o repute necessário para (art. 151, CPC): 
I - analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em língua 
estrangeira; 
II - verter em português as declarações das partes e das testemunhas que 
não conhecerem o idioma nacional; 
III - traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos, que não puderem 
transmitir a sua vontade por escrito. 
Fica impedido de ser intérprete quem (art. 152, CPC): 
I - não tiver a livre administração dos seus bens; 
II - for arrolado como testemunha ou serve como perito no processo; 
III - estiver inabilitado ao exercício da profissão por sentença penal 
condenatória, enquanto durar o seu efeito. 
 
3.6. O SÍNDICO, O COMISSÁRIO E O INVENTARIANTE 
O síndico, o comissário e o inventariante são administradores nomeados 
pelo juiz nos casos de falência, concordata ou inventário. 
 
4. FÉ-PÚBLICA 
Gozam de fé-pública quanto ao que certificam no exercício de suas funções, 
o escrivão e os escreventes. No CPC, o art. 364 dispõe a respeito da fé-pública, de 
maneira indireta: o documento público faz prova não só da sua formação, mas 
também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que 
ocorreram em sua presença. 
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No entanto, as leis de organização judiciária costumam outorgar aos demais 
auxiliares a característica de seus atos possuírem fé-pública. É uma característica 
inerente a toda função estatal certificadora, que, sem o caráter de presunção de 
veracidade, não teria valor. 
 
5. FONTES LEGISLATIVAS 
&RPR�YLPRV��QR�LWHP�³���&ODVVLILFDomR´��R�DUW������LQF��,��OHWUD�E��GD�&)�DGX]�
que compete aos tribunais: "organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos 
juízos que lhes sejam vinculados, velando pelo exercício da atividade correcional 
resSHFWLYD��� H� QD� OHWUD� I� GR� PHVPR� GLVSRVLWLYR� GLVS}H� TXH�� ³DV� IpULDV�� OLFHQoDV� H�
outros afastamentos de seus próprios servidores serão também concedidos pelos 
WULEXQDLV�´�1DGD�PDLV�GLVS}H�D�&)�D�UHVSHLWR�GRV�VHUYLoRV�SUHVWDGRV�SHORV�DX[LOLDUHV��
além dessas menções.Artigos do CPC 
CAPÍTULO V 
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de 
justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
Seção I 
Do Serventuário e do Oficial de Justiça 
Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições 
são determinadas pelas normas de organização judiciária. 
Art. 141. Incumbe ao escrivão: 
I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos 
que pertencem ao seu ofício; 
II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como 
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praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária; 
III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para 
substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; 
IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que 
saiam de cartório, exceto: 
a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; 
d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo; 
V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do 
processo, observado o disposto no art. 155. 
Art. 142. No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não 
o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
Art. 143. Incumbe ao oficial de justiça: 
I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais 
diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção 
de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de 
duas testemunhas; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido; 
IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem. 
V - efetuar avaliações. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis: 
I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos 
que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes comete; 
II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
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Seção II 
Do Perito 
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. 
§ 1° Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, 
devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no 
Capítulo VI, seção VII, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984) 
§ 2° Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão 
opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído 
pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984) 
§ 3° Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que 
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de 
livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984) 
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, 
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando 
motivo legítimo. 
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados 
da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado 
o direito a alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992) 
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, 
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, 
a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. 
Seção III 
Do Depositário e do Administrador 
Art. 148. A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, 
sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não 
dispondo a lei de outro modo. 
Art. 149. O depositário ou administrador perceberá, por seu trabalho, 
remuneração que o juiz fixará, atendendo à situação dos bens, ao tempo do serviço 
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e às dificuldades de sua execução. 
Parágrafo único. O juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do 
administrador, um ou mais prepostos. 
Art. 150. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por 
dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada; mas 
tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
Seção IV 
Do Intérprete 
Art. 151. O juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário para: 
I - analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em língua 
estrangeira; 
II - verter em português as declarações das partes e das testemunhas que não 
conhecerem o idioma nacional; 
III - traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos, que não puderem 
transmitir a sua vontade por escrito. 
Art. 152. Não pode ser intérprete quem: 
I - não tiver a livre administração dos seus bens; 
II - for arrolado como testemunha ou serve como perito no processo; 
III - estiver inabilitado ao exercício da profissão por sentença penal 
condenatória, enquanto durar o seu efeito. 
Art. 153. O intérprete, oficial ou não, é obrigado a prestar o seu ofício, 
aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 146 e 147. 
 
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CAPÍTULO VIII: DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
Ato, de modo geral, e sem alongamento na realidade 
processual, refere-se a uma ação, a algo que está sendo feito 
ou pode ser feito por uma pessoa. Transpondo a premissa para 
a realidade da ciência jurídica, podemos definir o ato 
processualcomo o comportamento das partes, do magistrado e 
de todos os auxiliares da justiça no sentido de criar, de 
modificar ou de extinguir um direito dentro do outro. 
(Montenegro Filho, Misael. Curso de Direito Processual Civil, 
v1) 
Assim, são atos processuais aqueles que podem criar, modificar ou extinguir 
direitos no curso do processo, procedentes das partes, dos agentes da jurisdição, 
ou, até mesmo, de terceiros. 
Praticam atos processuais as partes, o juiz, os auxiliares. São eles que 
iniciam, desenvolvem e encerram o processo. 
Não são esses atos, contudo, os únicos a produzirem efeitos processuais. 
Temos aqui uma primeira distinção, entre atos processuais, que são fruto 
de ação destinada a produzir efeitos no processo (a petição inicial e a sentença são 
exemplos de atos processuais) e fatos processuais, decorrentes de eventos que 
acabam por produzir efeitos no processo, ainda que de maneira não intencional (a 
morte da parte e o decurso do tempo são exemplos de fatos processuais). Assim, 
tanto os atos como os fatos processuais influenciam o processo, contudo os atos 
decorrem da manifestação do ser humano e os fatos independem da vontade da 
pessoa humana. 
Não se fala em atos processuais quando praticados fora do processo, nem 
são todos os praticados dentro dele classificados como atos processuais. 
 
 
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1. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 Podem ser classificados de duas formas: 
1. OBJETIVA (relativa ao objeto), os atos poderão ser: 
a) de iniciativa: pretendem iniciar a relação processual ± petição inicial. 
b) de desenvolvimento: pretendem movimentar o processo. São os atos de 
instrução ± provas e alegações ± e de ordenação ± impulso, formação, direção. 
c) de conclusão: são os decisórios do juiz ou dispositivos das partes ± a 
desistência, a renúncia, a sentença. 
2. SUBJETIVA (relativa às pessoas). Classificação adotada pelo CPC. 
a) Atos das partes (autor e réu): 
Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou 
bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a 
extinção de direitos processuais. 
São praticados pelas próprias partes ou pelos seus advogados, de modo 
excepcional. Produzem efeitos imediatos, em geral, e em alguns casos necessitam 
de homologação para externalizarem seus efeitos. 
Exemplo: A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada 
por sentença (Parágrafo único, art.158 do CPC). 
b) Atos do juiz: 
Classificam-se como atos do juiz: a sentença, o despacho, as decisões 
interlocutórias. 
c) Atos dos auxiliares da justiça: 
Podemos destacar o escrivão ou chefe de secretária como a espécie, do 
gênero auxiliares da justiça, mais importante, pois responsabiliza-se pela guarda dos 
autos e cumprimento das ordens do magistrado, como a expedição de mandados 
judiciais. Seus atos podem ser classificados em atos de documentação e de 
comunicação. 
 
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OBJETIVA (objeto) Iniciativa, desenvolvimento e conclusão. 
SUBJETIVA (pessoas) Das partes, do juiz e dos auxiliares da 
justiça. 
 
 
A inobservância dos prazos estabelecidos no CPC para o 
cumprimento dos atos do escrivão, não acarretará 
penalidades processuais ao auxiliar. No entanto, o escrivão 
poderá ser punido administrativamente ou ter que reparar a 
parte que se sente prejudicada por perdas e danos. 
 
2. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS 
O CPC prevê o modo como devem ser praticados os atos. Quando há a 
exigência de que cumpram forma específica como condição de validade, falamos 
dos atos solenes. Quando não se exige uma forma pré-determinada para cumpri-
los, falamos em atos não solenes. 
Mas, reparem que o legislador tratou de combater o formalismo excessivo, 
como apontam os seguintes artigos: 
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os 
que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. 
 
Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de 
nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a 
finalidade. 
Ou ainda: 
Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos 
atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem 
necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais. 
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que 
não resulte prejuízo à defesa. 
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Vimos que no CPC vale o entendimento de que a forma é relevante, mas 
seu descumprimento não deve invalidar o ato, a menos que haja expressa previsão 
legal. 
Contempla, assim, o princípio da instrumentalidade da forma. 
Vejam com esse conhecimento já foi cobrado em prova: 
(TRT 5ª Região ± FCC 2012/Adaptada) É correto afirmar que os atos e termos 
processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir, tendo-se por válidos aqueles que, realizados de modo 
diverso, lhe preencham a finalidade essencial. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: A 
 
Sobre a forma dos atos, também é importante sabermos que em 2006 foi 
inserido parágrafo único ao art. 154, possibilitando a comunicação oficial dos atos 
processuais por meios eletrônicos. 
Para que isso ocorra, devem ser atendidos os requisitos de autenticidade, 
integridade, validade jurídica e Interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves 
Públicas Brasileira ± ICP-Brasil. 
Que nome feio! O que é o ICP-Brasil? Não se preocupem em entender isso 
para a prova, mas é o sistema brasileiro de certificação digital. 
No mesmo ano, inseriu-se o § 2º D�HVVH�DUWLJR��³7RGRV�RV�DWRV�H�WHUPRV�GR�
processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio 
HOHWU{QLFR��QD�IRUPD�GD�OHL�´� 
 
2.1 ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS POR MEIO ELETRÔNICO 
Como vimos, a regra no processo civil brasileiro é o registro escrito dos atos 
e termos do processo, formando autos ou caderno processual. Em 2006, com a Lei 
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n° 11.419/06 o processo eletrônico espalhou-se para todos os órgãos e 
procedimentos do Judiciário. 
Antes de fazer mais considerações acerca do tema, devemos saber o 
conceito de meio eletrônico expresso pela referida Lei: qualquer forma de 
armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais. 
Essa mesma Lei ainda define o que é transmissão eletrônica, dizendo: é 
toda forma de comunicação à distância com a utilização de redes de comunicação, 
preferencialmente a rede mundial de comunicação. 
Essa Lei amplia o uso de meios eletrônicos nos processos judiciais; no 
entanto, para que isso de fato ocorra, cabe aos Tribunais regulamentar, conforme o 
art. 154, CPC: os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a 
prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, 
atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e 
interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP ± Brasil. 
Cumprida essa etapa, devemos esclarecer os aspectos da assinatura, 
manuscrita ou eletrônica, é o meio que atribui a autenticidade e validade a qualquer 
declaração, e a ato jurídico, inclusive, ao ato processual. 
Vejamos o art. 219, CC e o art. 10, §1° da MP 2.200-2/2001: 
As declarações constantes de documentos assinados presumem-se 
verdadeiras em relação aos signatários (art. 219). 
Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os fins 
legais, os documentos eletrônicos de que trata esta Medida Provisória (art. 10). 
As declarações constantes dos documentos em forma eletrônica produzidos 
com a utilização de processo de certificação disponibilizado pela ICP-Brasil 
presumem-se verdadeiros em relação aos signatários, na forma do art. 131 da Lei 
no 3.071, de 1° de janeiro de 1916 - Código Civil (§ 1°). 
Vale ressaltar que a admissão de assinatura eletrônica também é definida na 
Lei n° 11.419/06. Assinatura eletrônica é reconhecida como as seguintes formas de 
identificação inequívocas do signatário: a) assinatura digital baseada em certificado 
digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica; 
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b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos 
órgãos respectivos. 
Nesse último caso (b), o credenciamento no Poder Judiciário será realizado 
por procedimento no qual esteja assegurada a adequada identificação presencial do 
interessado. A Lei também permite a criação de um cadastro único para o 
credenciamento, ou seja, para o reconhecimento das assinaturas eletrônicas. 
Uma vez realizado o cadastro do signatário junto ao órgão do Poder 
Judiciário, qualquer ato processual poderá ser realizado por meio eletrônico. Os atos 
processuais eletrônicos consideram-se feitos no dia e hora do seu envio ao sistema 
do Poder Judiciário, devendo este fornecer o protocolo eletrônico. 
Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, 
serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do 
seu último dia. Se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por motivo 
técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à 
resolução do problema. 
Essa mesma lei (n° 11.419/06) regula a comunicação eletrônica dos atos 
processuais. Citações e intimações poderão ser realizadas por meio eletrônico, 
assim como as cartas, meio de comunicação entre os juízos. 
As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as 
comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como 
entre os deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio 
eletrônico (art. 7°). 
A lei dispõe, ainda, que os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver 
sistemas eletrônicos de processamento de ações judiciais por meio de autos total ou 
parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores 
e acesso por meio de redes internas e externas. 
Ressalte-VH�TXH�R� OHJLVODGRU�GL]�³Do}HV� MXGLFLDLV´�TXDQGR�GHYHULD�UHIHULU-se, 
em verdade, aos processos judiciais, já que os institutos são distintos. 
Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados 
eletronicamente e todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda 
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Pública, serão feitas por meio eletrônico. Essas juntamente com as remessas que 
viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão consideradas para 
todos os efeitos legais. 
Quando, por motivo técnico, for inviável o uso do meio eletrônico para a 
realização de citação, intimação ou notificação, esses atos processuais poderão ser 
praticados segundo as regras ordinárias, digitalizando-se o documento físico (papel), 
que deverá ser posteriormente destruído. 
A distribuição da petição inicial e a juntada de outras petições, como a 
contestação e os recursos, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos 
e privados, sem necessidade da intervenção de órgãos estatais (ex. o cartório), caso 
em que a autuação deverá ocorrer de forma automática, fornecendo-se recibo 
eletrônico de protocolo. 
Estabelece a Lei que os documentos produzidos por meio eletrônico são 
considerados originais. Do mesmo modo, os extratos digitais e os documentos 
digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça, Ministério Público, 
procuradorias, autoridades policiais, repartições públicas em geral e por advogados 
públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a 
alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de 
digitalização. 
A arguição de falsidade do documento será processada eletronicamente, 
desse modo, será necessário guardar os documentos originais que foram 
digitalizados até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o fim do 
prazo para o ajuizamento da ação rescisória. 
Se, por ventura, os documentos, cuja digitalização seja tecnicamente 
inviável (devido ao grande volume ou por serem ilegíveis), deverão ser apresentados 
ao cartório ou secretaria no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição 
eletrônica comunicando o fato. Os documentos serão devolvidos à parte após o 
trânsito em julgado. 
Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente 
estarão disponíveis para acesso por meio da rede externa para suas respectivas 
partes processuais e para o Ministério Público, respeitando o sigilo e o segredo de 
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justiça. Assim, os processos que não tramitam em segredo de justiça poderão ficar 
disponíveis para leitura. No entanto, os documentos devem ser protegidos para 
evitar que o sistema sofra qualquer ataque de hackers que prejudique o andamento 
do processo e a segurança jurídica das partes. 
Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro 
juízo ou instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser 
impressos, cabendo, nesse caso, ao escrivão certificar os autores ou a origem dos 
documentos produzidos nos autos. Além disso, o juiz poderá determinar que sejam 
realizados por meio eletrônico a exibição e o envio de dados e de documentos 
necessários à instrução do processo. 
Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos 
processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados 
de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, 
mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão 
ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. Acrescenta-se que, 
conforme previsão do art. 169 do CPC, eventuais contradições na transcrição 
deverão ser questionadas oralmente, no momento da realização do ato, sob pena de 
preclusão: 
Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com 
tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando 
estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a 
ocorrência. 
[...] 
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, eventuais contradições na transcrição 
deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de 
preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no 
termo. 
Caiu em prova: 
(TRF 1º Região ± FCC 2011) Quando se tratar de processo total ou 
parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz 
poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em 
arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que 
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será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, 
bem como pelos advogados das partes. Eventuais contradições na transcrição 
deverão ser suscitadas 
a) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, 
devendo o juiz decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta 
decisão. 
b) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, 
devendo o juiz decidir no prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes 
intimadas desta decisão. 
c) oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, 
devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no 
termo. 
d) oralmente no momento da realização do ato, devendo ser as razões da 
contradição feitas por escrito no prazo de cinco dias e o juiz decidir no prazo 
de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadas desta decisão. 
e) por escrito no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de preclusão, 
devendo o juiz decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta 
decisão. 
Gabarito: C 
 
Linguagem dos Atos Processuais 
O ato jurídico é exteriorizado por linguagem oral ou escrita. O ato oral precisa ser 
reduzido a termo pelo chefe de secretaria. 
O documento em língua estrangeira deve ser acompanhado por tradução, realizada 
por tradutor juramentado ou indicado pelo juiz. Para os atos orais em língua estrangeira, 
faz-se necessário um intérprete. O mesmo valerá à linguagem mímica dos surdos-mudos, 
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 
Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo. (erros 
gramaticais, desde que não prejudiquem a compreensão, são toleráveis). 
 
3. PUBLICIDADE 
Nosso código contempla o princípio da publicidade, ao determinar que os 
atos processuais são públicos (art. 150). Todavia, prevê que correrão em 
segredo de justiça (art. 155), os processos: 
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1. quando o interesse público o exigir; 
2. que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, 
conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
 
4. QUEM PRATICA ATOS PROCESSUAIS 
4.1. ATOS DAS PARTES 
São praticados por: autor, réu, terceiros intervenientes ou ministério público. 
x Esses atos, em regra, produzem efeitos imediatos (vejam o art. 
158, CPC). 
Devido ao princípio dispositivo, os atos praticados pelas partes são 
fundamentais na dinâmica dos processos. São eles que estimulam os atos judiciais 
e os atos dos auxiliares. 
A petição inicial constitui o ato de maior relevância praticado pelo autor, 
pois, além de expor o objeto, a causa de pedir e o réu, ela limita a atuação do 
magistrado em respeito ao princípio da congruência. 
Da parte do réu, a contestação é o ato de maior importância, pois questiona 
os argumentos apresentados na petição inicial. 
As partes praticam uma série de outros atos no curso do processo. A grande 
maioria deles exercida por seus advogados. 
Todavia, a parte poderá postular em causa própria, quando tiver 
habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado na localidade, 
recusa ou impedimento dos que lá houver (art. 36 CPC). 
Há também aqueles atos que devem ser praticados pela própria pessoa e 
não por seu procurador. São os de caráter personalíssimo, cujo exemplo seria o 
do depoimento pessoal. 
Porém, também nesse caso, há exceção. Quando se tratar de depoimento 
pessoal de pessoa jurídica, será realizado por representante legal ou por mandatário 
com poderes especiais. 
Ainda sobre atos das partes, devemos ter em mente que: 
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± se não houver disposição em contrário, os atos das partes produzem de 
modo imediato a constituição, a modificação ou a extinção de direitos 
processuais. Mas, a desistência da ação somente produzirá efeito depois de 
homologada por sentença. Ocorre o mesmo com a conciliação (art. 449) e com a 
transação (art.475-N, III). 
± com o objetivo deque sejam formados autos suplementares, o CPC 
determinou que as petições e documentos que instruírem o processo serão sempre 
acompanhados de cópia, datada e assinada por quem os oferecer, sempre que não 
forem constantes de registro público. 
± os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na 
falta dos autos originais. 
 
4.2. ATOS DO JUIZ 
O juiz praticará atos decisórios e não-decisórios. Enquanto naqueles há 
conteúdo de comando, nestes há função administrativa somente. 
Os atos decisórios, por sua vez, são subdivididos em propriamente ditos e 
executivos, de acordo com a natureza do processo ± cognição ou execução. 
Com os atos decisórios propriamente ditos, pretende-se declarar a 
vontade da lei para o caso em questão. Nos atos executivos, pretende-se também 
aplicar a vontade da lei, só que para satisfazer direito do credor, por meio de 
providências concretas sobre o patrimônio do devedor. Exemplos do último: atos que 
determinam a penhora, adjudicação, arrematação. 
De modo não exaustivo, o CPC nomeou no art. 162 os atos do juiz. 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos 
arts. 267 e 269 desta Lei. 
§ 2º Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, 
resolve questão incidente. 
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§ 3º São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. 
As decisões interlocutórias resolvem questão pendente no processo, sem 
que ele (o processo) venha a acabar. 
São exemplos da decisão interlocutória: antecipação de tutela, deferimento 
de liminar, deferimento ou não da oitiva de testemunhas, entre muitos outros. 
Caberá agravo ± retido ou de instrumento ± para questionar a decisão 
interlocutória. E ela deve ser fundamentada. 
O artigo 93 da CF, em seu inciso IX, dispõe, entre outras coisas, que serão 
fundamentadas todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário, sob pena de 
nulidade. 
Os despachos não causam gravame a uma das partes, somente dão 
andamento ao processo. Podem ser proferidos ex officio ou por requerimento das 
partes. 
Em regra, não cabe recurso aos despachos (art. 504, CPC). Contudo, se 
causam algum dano ou afetam direito, não são de mero expediente (ordinatórios), e 
poderão ser recorridos. 
Vamos lá! Não dispersem a atenção! 
Deixamos de ler acima o § 4º do art. 162, para lê-lo agora: 
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos 
pelo juiz quando necessários. 
 
Vamos combinar esse parágrafo com o inciso XIV do art. 93 da CF: 
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. 
Legal! Não é mesmo? Para diminuir a carga de trabalho do juiz, o CPC e a 
CF permitem que o escrivão ou o secretário, de ofício, pratiquem os atos 
ordinatórios, podendo ser revistos pelo juiz. 
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O legislador quis que todos os atos do juiz, não classificados como sentença 
ou decisão interlocutória, fossem considerados despacho. Mas, o conceito de 
despacho não alcança todos os atos possíveis de serem praticados pelo juiz, há 
também os atos administrativos do processo, sem caráter decisório. 
A exemplo dos incisos I e II do art. 446: Compete ao juiz em especial: 
I - dirigir os trabalhos da audiência; 
II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas. 
Sobre a forma dos atos do juiz, façam a leitura do seguinte arquivo: 
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, 
datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o 
taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e 
assinatura. 
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, 
pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. 
Esse conhecimento já foi cobrado em prova: 
(TRF ± FCC 2012) O ato de juntada de petições aos autos 
a) depende de decisão interlocutória do juiz, resolvendo pedido da parte no 
curso do processo. 
b) depende de prévio despacho do juiz, ordenando que o servidor assim o 
proceda. 
c) pode ser feito pelos advogados de quaisquer das partes, 
independentemente de ordem judicial. 
d) independe de despacho, devendo ser praticado de ofício por servidor e 
revisto pelo juiz quando necessário. 
e) só pode ser feito em decorrência de sentença pelo juiz, ao apreciar 
requerimento formulado pela parte. 
 Gabarito: D 
 
 
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Conceitos 
Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos 
arts. 267 e 269 do CPC (§1° do art. 162, CPC). 
Acórdão: é o julgamento proferido por câmara, grupo de câmara, turma, 
órgão especial, seção, plenário, ou seja, pelos órgãos colegiados dos tribunais. 
Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais (art. 163, 
CPC) 
Decisão Interlocutória: consiste no ato em que o juiz resolve questão 
incidente, portanto, no curso do processo (§2° do art. 162, CPC). 
Despachos: todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício 
ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. (art. 
162, §3°, CPC). 
 
4.3. ATOS DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
Além do escrivão ou chefe de secretaria, são auxiliares da justiça o perito, o 
intérprete, o oficial de justiça, o administrador, o depositário e outros cujas 
atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária (art. 239). 
Assim, o CPC assegura ao sistema o impulso oficial, de modo que, mesmo 
as partes estando inertes, os agentes do órgão judicial dão andamento ao processo. 
Para cumprir esse objetivo, há o principal órgão auxiliar do juiz: o escrivão 
ou o chefe de secretaria. Suas funções estão definidas no CPC: 
Art. 141. Incumbe ao escrivão: 
I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais 
atos que pertencem ao seu ofício; 
II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem 
como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária; 
III - comparecer às audiências,ou, não podendo fazê-lo, designar para 
substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; 
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IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que 
saiam de cartório, exceto: 
a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; 
d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo; 
V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo 
do processo (...) 
 
 
Atos de documentação representam por escrito a 
vontade das partes, terceiros que participam do processo e 
membros do órgão jurisdicional. 
Os atos ocorrem e depois são documentados. A 
sentença do juiz, por exemplo, somente terá existência jurídica 
depois de ter sido publicada e documentada nos autos. 
A autuação é o primeiro ato de documentação do 
processo. Consiste em lavrar um termo à PI (petição inicial), 
indicando a natureza do feito, o número de registro, assentos 
do cartório, nome das partes e a data de início (art. 166, CPC). 
No curso do procedimento, o escrivão irá realizar: 
± Juntada (certifica ingresso de documento nos 
autos), vista (dá à parte acesso aos autos), 
± Conclusão: certifica encaminhamento dos autos 
para deliberação do juiz e 
± Recebimento: documenta retorno dos autos, que 
voltam a cartório, após vista ou conclusão. 
O escrivão ou chefe de secretaria pratica, além dos 
atos de documentação, atos de comunicação ± os principais: 
citação e intimação. 
 
 
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CONCEITOS 
- Escrivão: é o auxiliar do juiz de maior relevância. 
- Oficial de Justiça: cumpre mandados de diligências fora do cartório. Exemplo: 
citações, intimações, notificações, imissão de posse. 
- Perito: auxiliar ocasional do juízo e atua quando a produção da prova depende de 
conhecimento técnico ou cientifico. 
- Depositário: é o auxiliar de justiça que tem como função a guarda e conservação 
dos bens colocados às ordens do juízo. 
- Administrador: é o depositário com funções de gestor. 
- Intérprete: é a pessoa encarregada de traduzir para a língua portuguesa os atos 
expressos em língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-mudos. É um 
auxiliar da justiça por necessidades técnicas, assim como o perito. 
 
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São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas 
normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o 
depositário, o administrador e o intérprete. 
 
x Do Serventuário e do Oficial de Justiça 
 Em cada juízo haverá um ou mais oficiais de justiça, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária. 
1) Incumbe ao escrivão: 
 I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais 
atos que pertencem ao seu ofício; 
 II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem 
como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária; 
 III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para 
substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; 
 IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que 
saiam de cartório, exceto: 
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 a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
 b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; 
 c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; 
 d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo; 
 V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo 
do processo, observado o disposto no art. 155. 
No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o havendo, 
nomeará pessoa idônea para o ato. 
2) Incumbe ao oficial de justiça: 
 I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais 
diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com 
menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na 
presença de duas testemunhas; 
 II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
 III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido; 
 IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem. 
 V - efetuar avaliações. 
O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis: 
 I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os 
atos que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes 
comete; 
 II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
 
x Do Perito 
 Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o juiz será assistido por perito. 
x Requisitos: 
1) Nível universitário; devidamente inscritos no órgão de classe 
competente; 
2) Comprovar sua especialidade, mediante certidão do órgão 
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profissional em que estiverem inscritos. 
Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que 
preencham os requisitos, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. 
Pode escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. A escusa 
será apresentada dentro de 5 dias, contados da intimação ou do impedimento 
superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la. 
x Informações inverídicas (dolo ou culpa): 
1) Responderá pelos prejuízos que causar à parte; 
2) Inabilitado, por 2 anos, a funcionar em outras perícias; 
3) Sanção que a lei penal estabelecer. 
x Do Depositário e do Administrador 
A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou 
arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador.x Remuneração: o juiz fixará, atendendo à situação dos bens, ao tempo do 
serviço e às dificuldades de sua execução. 
 O juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do administrador, um ou 
mais prepostos. 
x Prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte: perde a remuneração que 
lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu 
no exercício do encargo. 
x Do Intérprete 
 O juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário para: 
1) Analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em língua 
estrangeira; 
2) Verter em português as declarações das partes e das testemunhas; 
3) Traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos 
Não pode ser intérprete quem: não tiver a livre administração dos seus bens; for 
arrolado como testemunha ou serve como perito no processo; estiver inabilitado ao 
exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto durar o seu 
efeito. 
 
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5. COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
5.1. INTIMAÇÃO 
Na definição do código: ³p�R�DWR�SHOR�TXDO�VH�Gi�FLrQFLD�D�DOJXpP�GRV�DWRV�H�
WHUPRV�GR�SURFHVVR��SDUD�TXH�IDoD�RX�GHL[H�GH�ID]HU�DOJXPD�FRLVD´ (art. 234). 
A partir da intimação, os prazos começam a correr. Salvo disposição em 
contrário, a intimação ocorre de ofício, não precisando ser provocada (art. 235). 
Pode ser realizada pelo escrivão ou pelo oficial de justiça, ou pode ser publicada na 
imprensa. 
Em 2006, ocorreu relevante alteração na seção do código que trata das 
intimações, sendo incluídos dois parágrafos únicos: 
As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em 
lei própria (parágrafo único, art. 237). 
Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço 
residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo 
às partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação 
temporária ou definitiva (parágrafo único 238). 
Há também a possibilidade de a intimação ser realizada na própria 
audiência. Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão 
ou a sentença (§1º, art. 242). 
 
x Mais alguns pontos: 
No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, 
consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial (art. 
236). 
§ 1º É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os 
nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação. 
§ 2º A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita 
pessoalmente. 
 
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5.2. CITAÇÃO 
É o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se 
defender (art. 213). Sem a citação a relação processual não se completará e a 
sentença será inútil. 
Em qualquer momento, o réu poderá alegar independentemente de ação 
rescisória, nulidade da decisão do juiz pela falta de citação. 
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do 
réu. 
A citação é instituto tão indispensável ao princípio do contraditório no 
processo, que seu vício (se existir) o contamina por inteiro, sendo, inclusive, causa 
de nulidade irreparável. Assim, além de ser necessária, a citação tem que ser válida. 
Mas, imaginemos uma situação em que a citação eivada de vícios produza 
seus efeitos ± ocorrerá nulidade? 
Resposta: não! 
O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação 
(§1º, art. 214). 
Nesse parágrafo o legislador foi como Neymar, Ronaldo ± nos bons tempos 
± marcou um golaço! Se o objetivo da citação é estabelecer o contraditório mediante 
comparecimento do réu e, apesar de ela ter sido viciada ou mesmo ausente, o 
objetivo foi alcançado, bola pra frente! 
A citação será, em regra, dirigida ao réu em pessoa, ao seu representante 
legal ou ao procurador legalmente autorizado (art. 215). 
Se o réu estiver ausente, poderá ser feita na pessoa de seu mandatário, 
administrador, feitor ou gerente, quando a ação tiver origem em atos que eles 
praticaram (§1º, art. 215). 
Art. 216 A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu. 
Mas, reparem que há situações em que o legislador quis preservar a 
intimidade do réu, ao determinar que (salvo para evitar perecimento de direito) não 
se fará a citação (art. 217): 
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I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso; 
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em 
linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 dias 
seguintes; 
III - aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas; 
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado. 
 
A citação poderá ser classificada como pessoal ou ficta. A 
primeira, de regra, é realizada na própria pessoa do réu, como a 
citação por correio. A segunda, ficta, ocorre quando o réu não é 
encontrado pessoalmente, como a citação por edital. 
x Há casos em que a citação não é entregue ao 
réu ou ao seu representante pessoalmente e, ainda sim, será 
considerada uma citação pessoal. Exemplo clássico é a 
citação da pessoa jurídica. 
 
x Modos de realizar a citação 
 
 
 
Pelo Correio 
1- É a mais utilizada. Carta do escrivão enviada ao 
réu pelo Correio. Há faculdade do autor em afastá-la. 
 
2- Estará frustrada se o destinatário recusar-se a 
assinar o recibo, uma vez que o carteiro não tem fé pública. 
 
 
 
 
 
 
Por Oficial de 
Justiça 
1- Prevalecem nos casos do art. 222 (em que não se 
aceita citação por Correio): a) nas ações de estado; b) 
quando for ré pessoa incapaz; c) quando for ré pessoa de 
direito público; d) nos processos de execução; e) quando o 
réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de 
correspondência; f) quando o autor a requerer de outra forma. 
2- Quando frustrada a citação pelo correio (art. 224) 
3- Citação com hora certa: Quando, por três vezes, 
o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio 
ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita 
de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em 
sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a 
fim de efetuar a citação, na hora que designar. (art. 227) É 
citação ficta, presumida. 
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