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Direito Processual Civil - Aula 03

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Aula 03
Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Técnico Judiciário - Área
Administrativa)
Professor: Gabriel Borges
053.876.264-03 - Gidalte Lucio da Silva Brito
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF- 3ª Região ± TÉCNICO JUDICIÁRIO ± 
ÁREA ADMINISTRATIVA 
AULA 03: Do Ministério Público. Das Partes e Dos Procurados 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo VI: Do Ministério Público 
02 
2. Capítulo VII: Das Partes e Dos Procuradores: capacidade 
processual e postulatória; deveres e substituição das partes e 
procuradores. 
 
1. Partes 
1.1. Capacidade de ser parte 
1.2. Capacidade Processual 
1.3. Capacidade processual dos cônjuges nas ações reais 
imobiliárias 
1.4. Curatela Especial 
1.5. Representação das pessoas jurídicas e das pessoas 
formais 
1.6. Incapacidade processual e irregularidade de 
representação 
1.7. Capacidade Processual versus Capacidade de ser 
Parte versus Capacidade Postulatória 
1.8. Dos deveres das partes e dos procuradores 
1.8.1. Responsabilidade das partes por dano processual 
1.9. Responsabilidade e direitos do Procurador 
1.10. Honorários Advocatícios 
2. Substituição Processual 
3. Litisconsórcio 
4. Assistência 
4.1. Procedimento da assistência 
4.2. Assistência Litisconsorcial 
5. Intervenção de Terceiros 
5.1. Espécies de Intervenção de Terceiros 
5.1.1. Oposição 
Nomeação à autoria 
5.1.2.1. Procedimento 
5.1.3. Denunciação à lide 
5.1.3.1. Características 
5.1.3.2. Cabimento 
 5.1.4. Chamamento ao processo. 
13 
3. Resumo 51 
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4. Questões comentadas 54 
5. Lista das questões apresentadas 86 
6. Gabarito 97 
 
Atenção! O tópico ³Do Juiz´ será trabalhado na próxima aula. 
 
CAPÍTULO VI: DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
O Ministério Público abrange o Ministério Público da União e o Ministério 
Público dos Estados. Sendo que o MPU ramifica-se em quatro: Ministério Público 
Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Militar e o Ministério 
Público do Distrito Federal e Territórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. NOÇÕES GERAIS 
O Ministério Público exerce, no Processo Civil, o direito de ação nos casos 
previstos em lei, cabendo-lhe os mesmos poderes e ônus que às partes. Ao 
Ministério Público compete intervir nas causas em que há interesses de incapazes; 
nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, 
interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade; nas 
ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas 
Ministério Público 
Ministério Público dos 
Estados 
Ministério Público da 
União 
MPF MPT MPM MPDFT 30462678350
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em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da 
parte. 
Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público tem vista dos autos depois 
das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; pode juntar documentos e 
certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências 
necessárias ao descobrimento da verdade. 
A não intimação do Ministério Público, quando a lei considera obrigatória sua 
intervenção, pode ser causa de nulidade do processo (art. 84, CPC). Ademais, o 
órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no exercício de 
suas funções, proceder com dolo ou fraude. 
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, CF 1988). 
 
 
Por princípio da inércia da jurisdição, determina-se que a justiça 
só agirá quando provocada. Para defesa dos direitos individuais, o 
indivíduo afetado toma as providências para provocar a Justiça. E 
quanto à defesa dos interesses públicos, quem deve agir? Nesses 
casos, é o Ministério Público que atuará. A seu cargo fica a 
responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e coletivos e a 
fiscalização da lei (custus legis). 
 
2. PRINCÍPIOS E GARANTIAS 
Nos termos constitucionais, há três princípios institucionais que regem o 
Ministério Público: o princípio da unidade, em que o Ministério Público possui caráter 
uno, ou seja, é um organismo único que atua de maneira sistêmica; o princípio da 
indivisibilidade, o Ministério Público não se divide internamente em seus membros e 
o último princípio é o da independência funcional. 
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A Constituição Federal também outorgou aos membros do Ministério Público 
algumas garantias: 
a) Autonomia funcional e administrativa; 
b) Estruturação em carreiras; 
c) Ingresso: mediante concurso de provas e títulos, bacharelado em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica; 
d) Vitaliciedade, após dois anos de exercício, só perderá o cargo por 
sentença transitada em julgado; 
e) Inamovibilidade; e 
f) Irredutibilidade de vencimentos. 
 
3. OBJETIVOS 
No Processo Civil, a função processual do MP jamais será a de 
representante da parte material. Ele ocupa a posição jurídica de substituto 
processual. Defende direitos alheios, mas em nome próprio. Isso leva à conclusão 
de que o MP, atuando como parte principal ou substituto processual, será parte 
quando estiver em juízo; não sendo, porém, procurador ou mandatário de terceiros. 
O Ministério Público tem legitimidade, em regra, ativa; contudo, em caráter 
eventual, assume a defesa de terceiros, como na interdição. Por sua vez, quando 
atua como fiscal da lei, deve somente defender a prevalência da ordem jurídica e do 
bem comum. Nesse caso, não tem nenhum compromisso com a parte ativa nem 
passiva da relação processual. 
Em suma, no ambiente cível, a atividade do MP deve ser entendida, quanto 
ao conteúdo estrutural, sob duas óticas: da natureza de atuação, que pode ser 
extrajudicial ou judicial, e em relação à legitimação, em que o Ministério Público se 
manifesta como parte ou como fiscal da lei. 
 
4. ATRIBUIÇÕESEXTRAJUDICIAIS 
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A partir da Constituição de 1988, o Ministério Público passou a se destacar 
não só como titular da ação penal, mas também como guardião da sociedade, em 
especial dos direitos transindividuais ± coletivos, difusos e individuais homogêneos. 
O art. 129 da Constituição Federal enfatiza o papel essencial do Ministério Público 
na tomada de iniciativa para ações, medidas e providências em benefício da 
sociedade. 
 
4.1. SÃO FUNÇÕES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
a) Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
b) Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as 
medidas necessárias a sua garantia; 
c) O inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
d) A ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de 
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
e) Defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas; 
f) Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da 
lei complementar respectiva; 
g) Exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
h) Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
i) Outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com 
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de 
entidades públicas. 
As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da 
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carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do 
chefe da instituição. O ingresso na carreira do Ministério Público faz-se mediante 
concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito no 
mínimo três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem 
de classificação. 
Aos membros e servidores do MP é fundamental que tenham a preocupação 
de que, além da atuação clássica e histórica no Poder Judiciário, representam e 
defendem a coletividade. Para isso, devem interagir com a sociedade civil por meio 
dos instrumentos democráticos de captação dos anseios do povo, como reuniões, 
audiências públicas. Ademais, devem fiscalizar a implementação de políticas 
públicas, saúde, educação, meio ambiente, assim como a probidade administrativa, 
o controle externo da atividade policial. 
São instrumentos essenciais à atuação ministerial no âmbito extrajudicial: 
ofícios, reuniões, audiências públicas, recomendação administrativa (RA) e termos 
de ajustamento de conduta (TAC). A atuação do MP pode ser classificada em 
demandista, quando busca o poder judiciário, e resolutiva, quando resolve 
internamente determinado problema a partir de seus instrumentos e prerrogativas 
sem a necessidade de provocação de prestação jurisdicional. 
 
5. ATRIBUIÇÕES JUDICIAIS 
5.1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Na tutela dos direitos difusos e coletivos da sociedade, a ação civil pública é 
o principal expediente de atuação do parquet na condição de parte. A ação pública 
sujeita-se a inúmeras variações no seu conteúdo material de acordo com a matéria 
tratada: responsabilidade por ato de improbidade administrativa, defesa do meio 
ambiente, defesa dos hipossuficientes ± idosos, crianças, portadores de deficiência 
física. 
 
5.1.1. RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
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Há três espécies de ato de improbidade administrativa: enriquecimento 
ilícito, dano ao erário e violação de princípios da administração pública. Entre eles, 
existe decrescente ordem de relevância e subsidiariedade de dano ao patrimônio 
público, uma vez que todo enriquecimento ilícito implica dano ao erário, assim como 
todo dano ao erário implica violação dos princípios da administração pública. 
A conduta de improbidade administrativa é um ilícito civil que se forma a 
partir da verificação de situação ou atitude ímproba descrita e individualizada no 
âmbito objetivo (desvio de recursos públicos, nulidade de procedimento licitatório) e 
subjetivo (nexo de imputação a título de dolo ou culpa em relação aos agentes). 
A causa de pedir demanda objetividade, uma vez que deve permitir correta 
compreensão da situação a ser julgada. 
 
5.1.2. EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, que é um 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (art. 225 da CF). 
São instrumentos relevantes para a defesa do meio ambiente: o princípio do 
poluidor-pagador, que consiste em impor ao poluidor a responsabilidade pelos 
custos da reparação do dano ambiental, e o processo de inversão do ônus da prova 
em questões ambientais (por exemplo, o dano ambiental em propriedade particular 
impõe ao proprietário prova de que ele não é responsável pelo dano). 
 
5.1.3. EM DEFESA DO CONSUMIDOR 
Sendo o direito do consumidor fundamental e regido pelo princípio da ordem 
econômica, deve ser tutelado pelo Ministério Público. São princípios do Direito do 
Consumidor: a ideia de hipossuficiência do consumidor ou sua vulnerabilidade e a 
racionalização dos processos de melhoria do serviço público. 
Os direitos básicos do consumidor são a informação clara e adequada; 
proteção contra publicidade enganosa e abusiva; acesso à justiça; prevenção e 
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reparação de danos patrimoniaise morais individuais, coletivos e difusos. 
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público pode 
ajuizar Ação Civil Pública em defesa dos consumidores, mas não pode ajuizar ACP 
em defesa dos contribuintes, para garantir o não pagamento de tributo, pois, nesse 
caso, não há relação de consumo (Lei no 7.347/1985, art. 1o, II, e art. 5o, I). 
 
6. MINISTÉRIO PÚBLICO COMO PARTE 
O Ministério Público, como parte, pode agir nos seguintes casos: na ação de 
nulidade de casamento; na ação de dissolução da sociedade civil; ADIN; no pedido 
de interdição; na ação civil pública, para defesa de interesses difusos, coletivos, 
individuais homogêneos. 
Ao atuar como parte, o Ministério Público utiliza-se da ação civil pública 
(Lei 7.347/1985). Sendo, nesse caso, obrigado a atuar segundo os arts. 127 e 129 
da CF. São assegurados ao Ministério Público, quando age como parte, os 
privilégios de não se sujeitar ao pagamento antecipado de custas ± esse privilégio 
também se aplica ao Ministério Público quando exerce a função de custus legis; e de 
possuir o prazo de recorrer contado em dobro e, para contestar, contado em 
quádruplo. 
Art. 188: Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro 
para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
 
6.1. MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI 
O Ministério Público, como fiscal da lei, age nas causas em que há interesse 
de incapazes, nas causas que se referem ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, 
curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última 
vontade, nas ações de litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais 
causas em que há interesse público. 
Se o interesse em litígio é público, a intervenção do fiscal da lei é de 
conveniência intuitiva. No entanto, há casos de direitos privados em que o processo 
versa sobre bens colocados sobre a tutela especial do Estado. Nesses casos, o 
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litígio passa a atingir, igualmente, interesse público, legitimando a atuação do 
Ministério Público como sujeito especial do processo. 
É uma obrigação legal do Ministério Público atuar como fiscal da lei na ação 
civil pública. O MP tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar 
(art. 5o da Lei 7.347/1985). Ele poderá, ainda, acompanhar a demanda de modo 
remoto e, em alguns casos, assumir a condução da própria demanda. 
Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação 
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa (§3o, 
art. 5o da Lei no 7.347/1985). 
Ainda que atuando somente como fiscal da lei, o Parquet tem legitimidade 
para recorrer. 
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro 
prejudicado e pelo Ministério Público. 
§ 1° Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu 
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial. 
§ 2° O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo 
em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei. 
 
Foi cobrado em 2012. 
(TRT 11ª Região ± FCC 2012) É correto afirmar que o Ministério Público 
a) não pode atuar num mesmo processo como parte e como fiscal da lei. 
b) deve estar presente como fiscal da lei em todos os processos em que o 
Estado estiver presente na relação processual. 
c) pode recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, mesmo que 
não haja recurso da parte. 
d) só pode juntar documentos e certidões quando estiver atuando como parte, 
não podendo fazê-lo como fiscal da lei. 
e) pode, como fiscal da lei, ampliar os limites da lide, suscitando questões a 
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respeito das quais a lei exige a iniciativa da parte. 
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Agora, façam a leitura do dispositivo a baixo e vejam como foi cobrado em 
prova: 
Art. 83. Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público: 
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos 
do processo; 
II - poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e 
requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade. 
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como fiscal da Lei. Neste caso, 
a) poderá juntar documentos e certidões, bem como produzir prova em 
audiência, mas não poderá requerer outras diligências uma vez que estas 
competem especificamente às partes. 
b) poderá juntar documentos e certidões, mas não poderá produzir prova em 
audiência. 
c) o Ministério Público terá vista dos autos antes das partes, sendo intimado 
apenas dos principais atos processuais previstos no Código de Processo 
Civil. 
d) não poderá juntar documentos e certidões, mas poderá produzir prova em 
audiência. 
e) o Ministério Público terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado 
de todos os atos do processo. 
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Percebam que bastante do conhecimento do Processo Civil vem da leitura 
continuada dos dispositivos do CPC e de leis esparsas relacionados à matéria de 
prova. 
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A ausência de intimação para acompanhar o feito causará nulidade do 
processo, nos casos em que a lei determina a obrigatoriedade da participação do 
Ministério Público. Essa anulação afetará todos os atos, a partir da intimação 
omitida. 
Por conta disso, ainda é conferido ao Ministério Público a prerrogativa de 
propor ação rescisória de sentença, nos casos em que não foi ouvido no processo 
de intervenção de custus legis obrigatória. 
x O art. 81 atribui ao Ministério Público os mesmos poderes e ônus das 
partes quando este exercer o direito de ação. 
x O art. 82 do CPC versa sobre os casos de intervenção obrigatória do 
Ministério Público: 
a) Interesses de incapazes (hipossuficientes). 
b) Ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, 
casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade. 
c) Em litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em 
que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. 
 
Vejam como o tema foi abordado. 
(MPE AP ± FCC 2012) No processo civil, compete ao Ministério Público 
a) exercer o direito de ação nos casos legalmente previstos, com inversão doônus probatório a seu favor, gozando, também, de prazo em dobro para 
oferecimento de contestação nos autos. 
b) pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do seguro 
obrigatório por acidentes de veículos (DPVAT) em benefício do segurado. 
c) intervir na ações possessórias em geral, bem como nas demandas relativas 
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a dano social e estético. 
 d) intervir nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural 
e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza 
da lide ou qualidade da parte. 
e) ter vista dos autos, para manifestação, antes das partes, com eventual novo 
pedido de vista após estas se manifestarem, a fim de ratificar ou apresentar 
acréscimos às formulações anteriores. 
Gabarito: D 
 
 
CAPÍTULO VII: DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
 
1. PARTES 
A partir da identificação das partes do processo, será possível definir as 
pessoas que podem ser alcançadas pelo pronunciamento judicial ± quem poderá 
exigir o cumprimento da obrigação imposta na sentença e perante quem ela se 
dirigirá. A definição das partes no processo vai delimitar os limites subjetivos da 
coisa julgada. As partes do processo são, em regra, o autor, que solicita o término 
do conflito que originou o processo; o réu, perante quem a providência jurisdicional 
foi demandada. 
A relação jurídica é formada, ao menos, com dois sujeitos: demandante e 
demandado. As partes devem agir com lealdade e boa-fé, estando sujeitos, na 
ausência da observância dos deveres legais, à multa conforme o art. 14 do CPC: em 
montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte 
por cento do valor da causa. 
A definição apresentada acima se refere ao conceito clássico de partes, no 
entanto, podem envolver-se no processo, além do autor e réu, outras pessoas que 
queiram defender interesse jurídico de sua titularidade. Contudo, deve-se salientar a 
distinção entre sujeito da lide ou do negócio jurídico material deduzido em juízo e 
sujeito do processo. 
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Um exemplo que nem sempre os sujeitos da lide coincidem com as partes 
do processo ocorre quando, após a investigação das circunstâncias fáticas da 
controvérsia de um acidente de trânsito entre Alberto e Balzac ± os condutores dos 
veículos e responsáveis pela materialização do conflito de interesses, Alberto decide 
demandar contra Carlos, ao invés de dirigir sua pretensão contra Balzac, mero 
condutor do veículo, sendo o carro de propriedade de Carlos. Percebe-se que 
Alberto e Balzac são sujeitos da lide, sendo que Alberto e Carlos são sujeitos do 
processo. 
Desse modo, pode-se definir parte de dois modos: parte como sujeito da 
lide, em sentido material, e parte como sujeito do processo, em sentido processual. 
Parte, para o direito processual, é a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em 
nome próprio, a tutela jurisdicional. 
O conceito de parte pode ser dado de modo mais abrangente, como coloca 
/LHEPDQ�� ³VmR� SDUWHV� GR� SURFHVVR� RV� VXMHLWRV� GR� FRQWUDGLWyULR� LQVWLWXtGR� SHUDQWH� R�
juiz´ (os sujeitos do processo diversos do juiz, para as quais este deve proferir o seu 
provimento). 
Formação clássica do processo O processo envolve apenas o autor, o 
réu (como partes) e o juiz. 
Extensão das partes no processo Ingresso de terceiros: para apoiar uma 
das partes principais ou defender 
interesse próprio: autor, réu e terceiros. 
 
 
De acordo com o tipo de ação, fase processual ou 
procedimento, as terminologias das partes mudam. 
1. Processo de conhecimento geral: 
a) Autor e réu. 
2. Processo de conhecimento: 
b) Nas exceções: o promovente é excipiente e o 
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promovido, exceto. 
c) Na reconvenção: reconvinte e reconvindo. 
d) Nos recursos em geral: recorrente e recorrido. 
e) Na apelação: apelante e apelado. 
f) No agravo: agravante e agravado. 
g) Nos embargos de terceiros: embargante e 
embargado. 
h) Nas intervenções de terceiros: denunciado, 
chamado, assistente ou interveniente. 
3. Processo de execução: 
a) As partes da execução forçada: credor e devedor. 
b) Nos embargos do devedor ou de terceiros: 
embargante ou embargado. 
4. Processo Cautelar: 
a) As partes no CPC: requerente e requerido. 
5. Nos procedimentos de jurisdição voluntária: 
a) Não há partes, mas apenas interessados. 
 
1.1. CAPACIDADE DE SER PARTE 
A capacidade de ser parte é um direito (art. 7o, do CPC); diz respeito à 
personalidade tanto da pessoa física quanto da pessoa jurídica. Essa capacidade é 
estendida para os entes despersonalizados ± a massa falida, o condomínio. 
Dessarte, a capacidade de ser parte é a possibilidade de o indivíduo apresentar-se 
em juízo como autor ou réu no processo. Para a validade da capacidade de ser 
parte, é necessária a personalidade civil. 
Para as pessoas físicas, a personalidade civil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
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nascituro (art. 2o do CC). Para as pessoas jurídicas, a personalidade civil é obtida a 
partir da inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, como Junta Comercial, 
Órgão de Classe. 
Após adquirir a capacidade de ser parte, verifica-se se o autor e o réu 
podem realizar os atos do processo sem a necessidade de acompanhamento ou 
apoio de outrem, ou seja, deve-se verificar se as partes detêm todas as condições 
de se manterem na relação processual sem serem amparadas por outra pessoa. 
 
1.2. CAPACIDADE PROCESSUAL 
A capacidade processual é pressuposto de validade do processo. As partes 
precisam dela para a prática dos atos processuais. A parte que não tem capacidade 
processual deverá ser representada ou assistida em juízo. Quando representada 
não participará dos atos, quando assistida participará de sua realização em conjunto 
com quem assiste. 
Não tem capacidadeprocessual quem não tem capacidade civil para a 
prática plena dos atos jurídicos materiais, como o exemplo dos menores de idade 
(na forma dos artigos, artigos 1º a 10 do Código Civil). A incapacidade processual 
pode ser superada por meio da figura jurídica da representação. Por conseguinte, 
quando os incapazes fizerem parte da lide, serão representados por seus pais, 
tutores ou curadores, de acordo com a lei. 
Art. 8o: Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, 
tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
Quando uma das partes ou as partes são absolutamente incapazes, deverão 
ser representadas; quando a incapacidade for relativa, deverão ser assistidas. 
Ocorrendo qualquer das duas hipóteses, haverá a necessidade da intervenção do 
Ministério Público, sob pena de nulidade do processo. Os incapazes detêm a 
capacidade de ser parte, mas não possuem a capacidade de estar em juízo nem a 
capacidade postulatória, uma vez que não possuem capacidade para a prática dos 
atos civis. 
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O advogado, em regra, de modo exclusivo, tem capacidade postulatória. 
Exceto nos casos previstos em lei, por exemplo, nos Juizados Especiais, Justiça 
Trabalhista, ADIN e ADECON. 
 
 
Art. 3o: São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil: 
I ± os menores de dezesseis anos; 
II ± os que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tiverem o necessário discernimento para a prática desses 
atos; 
III ± os que, mesmo por causa transitória, não 
puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4o: São incapazes, relativamente a certos atos, 
ou à maneira de os exercer: 
I ± os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II ± os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os 
que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III ± os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo; 
IV ± os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será 
regulada por legislação especial. 
 
 
1.3. CAPACIDADE PROCESSUAL DOS CÔNJUGES NAS AÇÕES REAIS 
IMOBILIÁRIAS 
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Art. 10: O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para 
propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
Não há dependência entre os cônjuges para estar em juízo nas ações em 
geral; a exceção diz respeito às ações que tratem sobre os direitos reais imobiliários, 
pois nesse caso o cônjuge (marido ou mulher) dependerá da anuência do consorte 
para ingressar em juízo. Essa restrição visa a proteger o patrimônio imobiliário 
familiar. 
O artigo 1.647, CC, trata da capacidade processual das pessoas casadas, 
no polo ativo, e da exigência de litisconsórcio passivo, nas causas que versam sobre 
direitos reais imobiliários. 
Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime 
da separação absoluta: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; pleitear, 
como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou aval; fazer 
doação, não sendo remuneratória, de bens comuns ou dos que possam integrar 
futura meação. Mas são válidas as doações nupciais feitas aos filhos, quando 
casarem ou estabelecerem economia separada (art. 1.647, CC). 
'H�DFRUGR�FRP�R�GLVSRVWR�QR�³FDSXW´�GR�DUW��������GR CC, não se aplica a 
exigência de participação do consorte quando o casamento ocorrer em regime de 
separação absoluta de bens. A participação do consorte é necessária nos regimes 
de bens de comunhão parcial, universal e de participação final de aquestos. Nesse 
último, caso não haja acordo pré-nupcial estabelecido. 
Contudo, o art. 1.648 do CC determina: cabe ao juiz, nos casos do artigo 
antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo 
justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
 
1.4. CURATELA ESPECIAL 
Em algumas hipóteses, o magistrado dará à parte um representante especial 
para atuar em seu nome no curso do processo. A esse representante dá-se o nome 
de curador especial ou curador à lide. 
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O CPC traz em seu art. 9o a determinação de que o juiz dará curador 
especial ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste 
colidirem com os daquele; ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com 
hora certa. Nas comarcas em que houver representante judicial de incapazes ou de 
ausentes, competirá a este a função de curador especial. 
O curador especial terá o dever de proteger o interesse da parte tutelada, 
tendo ampla defesa dos direitos da parte representada, podendo produzir a 
contestação, a exceção e a reconvenção. No entanto, o curador não pode 
transacionar, uma vez que a representação é somente da tutela e não de 
disposição. 
A curatela à lide é um múnus (dever) processual que não permite a 
exigência de honorários da parte representada, mas os serviços do advogado 
podem ser reclamados da parte contrária, quando ocorrer sucumbência. 
 
1.5. REPRESENTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS E DAS PESSOAS FORMAIS 
Serão representadas em juízo, ativa e passivamente, as seguintes pessoas 
jurídicas publicas e privadas, bem como as pessoas formais (art. 12 do CPC): a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores; o 
Município, por seu prefeito ou procurador; a massa falida, pelo síndico; a herança 
jacente ou vacante, por seu curador; o espólio, pelo inventariante; as pessoas 
jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem ou, não os designando, por 
seus diretores; as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem 
couber a administração dos seus bens; a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada 
no Brasil (art. 88, parágrafo único); o condomínio, pelo administrador ou pelo 
síndico. 
Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do 
falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte (§ 1o). 
As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não 
poderão opor a irregularidade de sua constituição (§ 2o). 
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O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica 
estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de 
execução, cautelar e especial (§ 3o). 
 
Para pessoa jurídica que mantenha filiais, é importante 
distinguir duas circunstâncias: 
a) Regra geral, a citação do gerente dependerá de 
poderes especiais, ou seja, quando os atos não forem praticados 
pelo citando, não basta ter a qualidade de gerente, é necessário 
que se tenha poderes adequados para o ato. 
b) Quando os atos forem praticados pelo gerente da 
filial, a citação do gerente terá eficácia, mesmo que o gerente não 
tenha poderes especiais para recebê-la. Essa circunstância só terá 
validade caso não haja no foro competente outro representante 
com poderes especiais. 
 
1.6. INCAPACIDADE PROCESSUAL E IRREGULARIDADE DE 
REPRESENTAÇÃO 
A capacidade das partes e a regularidade de sua representação, por serem 
requisitos de validade da relação processual, devem ser verificadas, ex officio, pelo 
magistrado. Uma vez verificada a incapacidade processual ou irregularidade, o juiz 
suspende o processo e determina um prazo para que seja sanado o defeito. 
Caso não seja cumprido o despacho no prazo estabelecido, que não poderá 
ser superior a 30 dias, o magistrado poderá adotar as seguintes medidas (art. 13 do 
CPC): ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo; ao réu, reputar-se-á revel; 
ao terceiro, será excluído do processo. 
Vejam uma questão de 2012: 
(TRF 5° Região ± FCC 2012) Com relação à capacidade processual é correto 
afirmar: 
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a) No atual sistema jurídico pátrio, os cônjuges não necessitam do 
consentimento do outro para a propositura de ação de qualquer natureza. 
b) Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, em nenhuma 
hipótese. 
c) A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes e pelos 
integrantes do Ministério Público, nos termos da lei. 
d) O juiz dará curador especial ao réu preso, bem como ao revel citado por 
edital ou com hora certa. 
e) Ambos os cônjuges serão citados, necessariamente, para as ações que 
versem sobre direitos pessoais mobiliários. 
COMENTÁRIOS: 
a) Acabamos de ver que o cônjuge necessitará do consentimento do outro para 
propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Lembrem-se que não há 
dependência entre os cônjuges para estar em juízo nas ações em geral; a exceção 
diz respeito às ações que tratem sobre os direitos reais imobiliários. Essa restrição 
visa a proteger o patrimônio imobiliário familiar. 
E��0XLWR�FXLGDGR�FRP�DV�JHQHUDOL]Do}HV��$R�GL]HU�³HP�QHQKXPD�KLSyWHVH´�D�EDQFD�
invalidou a questão, pois nos casos em que a Lei autorizar será possível pleitear, 
em nome próprio direito alheio (art. 6°, CPC). 
c) O erro da questão está em incluir o Ministério Público. De acordo com o art. 1° do 
CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o 
território nacional, conforme as disposições que este Código [CPC] estabelece. 
d) É a alternativa correta. O juiz determinará curador especial ao incapaz, se não 
tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; ao 
réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa. 
e) Atenção à leitura, o correto seria dizer que o cônjuge necessitará do 
consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais 
imobiliários. 
Gabarito: D 
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1.7. CAPACIDADE PROCESSUAL VERSUS CAPACIDADE DE SER PARTE 
VERSUS CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
A capacidade processual relaciona-se com a capacidade de fato ou de 
exercício; é a qualidade legal para participar da relação processual, em nome 
próprio ou alheio. Por seu turno, a capacidade de ser parte, relaciona-se com a 
capacidade de exercer o direito. As pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou 
privado, e as pessoas formais possuem capacidade de ser parte. 
Na capacidade postulatória, regra geral, têm capacidade postulatória os 
advogados inscritos na OAB e o Ministério Público. Existem casos em que não se 
faz necessária a capacidade postulatória para atuar em juízo, como nos Juizados 
Especiais Cíveis, quando o valor da causa não ultrapassar 20 salários mínimos. 
 
O nascituro tem capacidade de ser parte. Será representado 
pela mãe ou pelo Ministério Público. Assim, a mãe, como 
representante do nascituro, poderá oferecer a ação e, caso venha a 
nascer com vida, poderá ser investido da titularidade do direito 
material. 
 
(TRF 2° Região ± FCC 2012) Roberval é maior, capaz, técnico em computação, 
reside da cidade do Rio de Janeiro, se acha em pleno exercício de seus direitos e 
habilitado a todos os atos da vida civil. 
Nesse caso, Roberval 
a) tem capacidade postulatória e capacidade para estar em juízo. 
b) tem capacidade postulatória, mas não tem capacidade para estar em juízo. 
c) tem capacidade para estar em juízo, mas não tem capacidade postulatória. 
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d) não tem capacidade postulatória, nem capacidade para estar em juízo. 
e) só tem capacidade para estar em juízo e capacidade postulatória se estiver 
assistido por curador especial. 
Gabarito: C 
Percebam que Roberval é técnico em computação, não se mencionou na 
questão se ele era advogado inscrito nos quadros da OAB, de maneira que não tem, 
em regra, capacidade postulatória. 
 
1.8. DOS DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
Não se justificaria a intervenção estatal se não houvesse um conflito de 
interesses. Uma vez existente o conflito, busca-se uma decisão pacificadora que só 
será alcançada por meio da cooperação das partes, devendo ser respeitadas as 
normas e regras processuais e as determinações do juiz. 
Desse modo, são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer 
forma participam do processo (arts. 14 e 15 do CPC): 
a) Expor os fatos em juízo conforme a verdade. 
b) Proceder com lealdade e boa-fé. 
c) Não formular pretensões nem alegar defesa, ciente de que são 
destituídas de fundamento. 
d) Não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou defesa do direito. 
e) Cumprir com exatidão os provimentos mandamentaise não criar 
embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. 
No processo civil, as partes estão livres para escolher os meios necessários 
à consecução dos objetivos, desde que esses sejam idôneos, respeitando a 
celeridade do processo. As partes devem respeitar os princípios da lealdade e da 
probidade. Reforça-se que, além das partes, os deveres elencados nos arts. 14 e 15 
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do CPC [acima] devem ser respeitados pelos terceiros intervenientes e pelos 
advogados que representam as partes no processo. 
Vejam esta questão: 
(TRE ES) A respeito dos auxiliares da justiça e das partes do processo, julgue 
o item abaixo. 
No exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório, o réu pode alegar, 
em contestação, defesa destituída de fundamento. 
a) Certo 
b) Errado 
$FDEDPRV� GH� YHU� QD� OHWUD� ³F´� TXH� VmR� GHYHUHV� GDV� SDUWHV� H� GH� WRGRV�
aqueles que de qualquer forma participam do processo não formular pretensões 
nem alegar defesa, ciente de que são destituídas de fundamento. 
Gabarito: Errado 
 
Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria: 
a) Declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que 
receberá intimação; 
b) Comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço. 
6H� R� DGYRJDGR� QmR� FXPSULU� R� GLVSRVWR� QD� OHWUD� ³D´�� R� MXL]�� DQWHV� GH�
determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48 horas, 
sob pena de indeferimento da petição. Se inIULQJLU� R� SUHYLVWR� QD� OHWUD� ³E´�� VHUmR�
consideradas válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço 
constante dos autos. 
 
1.8.1. RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL 
Caso uma das partes haja com má-fé, deverá indenizar as perdas e danos 
causados à parte prejudicada (art. 16 do CPC). Essa responsabilidade alcança tanto 
o autor e o réu como os intervenientes no processo. 
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É litigante de má-fé aquele que: deduzir pretensão ou defesa contra texto 
expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo 
para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do 
processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
provocar incidentes manifestamente infundados; interpuser recurso com intuito 
manifestamente protelatório. 
Caso seja classificado como litigante de má-fé, a indenização 
compreenderá: os prejuízos das partes; os honorários advocatícios, as despesas 
efetuadas pelo lesado, sendo que a reparação do ato ilícito será devida qualquer 
que seja o resultado da lide, mesmo que a decisão seja favorável ao litigante de má-
fé. Há a possibilidade de aplicar a penalidade de quantia pecuniária igual ou inferior 
a um por cento sobre o valor da causa, o que é, pelo baixo percentual, praticamente 
um estímulo à litigância de má-fé. 
Art. 18 do CPC: O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o 
litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da 
causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os 
honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. 
Todavia, a multa pode ser acompanhada do arbitramento de indenização 
pelos danos suportados pela parte prejudicada, representando valor pecuniário não 
superior a 20 por cento do valor da causa a ser fixado pelo juiz, ou liquidado por 
arbitramento (art. 18, § 2o, CPC). Portanto, a multa é de um por cento e a 
indenização pode chegar a 20 por cento do valor da causa, com imposição imediata 
ou deslocada para a liquidação por arbitramento. 
Caiu em prova: 
(TRE SP ± FCC 2012) Beatriz está sendo executada judicialmente pelo 
descumprimento de obrigação contratual, cujo valor da causa é R$ 62.000,00. 
Na referida execução, Beatriz foi considerada litigante de má-fé porque 
interpôs recurso com o intuito manifestamente protelatório. De acordo com o 
Código de Processo Civil brasileiro, a multa pela litigância de má-fé NÃO 
excederá 
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a) R$ 620,00. 
b) R$ 1.240,00. 
c) R$ 3.100,00. 
d) R$ 6.200,00 
e) R$ 9.300,00. 
Gabarito: A 
 
1.9. RESPONSABILIDADE E DIREITOS DO PROCURADOR 
A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. No 
entanto, ela poderá postular em causa própria em duas situações: 
a) Quando tiver habilitação legal; ou seja, em regra, ser advogado; 
b) Quando não tiver habilitação, faltar advogado no lugar, ou aqueles que 
houver se recusarem ou forem impedidos. 
Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em 
juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência 
ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados 
urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a 
exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período. 
Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o 
advogado por despesas e perdas e danos. 
A procuração para o foro mencionada no parágrafo anterior é conferida por 
instrumento público, ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar 
todos os atos do processo, salvo: receber citação inicial, confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a 
ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. Estes últimos, portanto, são 
poderes não conferidos ao advogado por procuração geral para o foro. 
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Percebam que há uma lógica para não se conferir ao advogado algum 
desses poderes. Seria irracional permitir ao advogado dispor de direitos da parte ou 
negociar o bem da vida (o objeto em discussão). 
É possível que o procurador recorra de decisão do juiz, isso é razoável, já 
que o faz perseguindo o que é de desejo da parte,mas não é razoável que, por 
exemplo, possa firmar compromissos em nome da parte ou transija em nome dela. 
 
Caiu em prova: 
(TRF 2° Região ± FCC 2012) A procuração geral para o foro conferida por 
instrumento público ou particular, assinado pela parte, habilita o advogado a 
praticar todos os atos do processo, inclusive 
a) transigir. 
b) receber e dar quitação. 
c) firmar compromissos. 
d) recorrer. 
e) desistir. 
 Relembrando: entre os poderes conferidos por procuração geral por foro não 
se encontram: 1) receber citação inicial, 2) confessar, 3) reconhecer a procedência 
do pedido, 4) transigir, 5) desistir, 6) renunciar ao direito sobre que se funda a ação, 
7) receber, 8) dar quitação e 9) firmar compromisso (disposição do art. 38 do CPC). 
 Percebam que a possibilidade de recorrer não está no rol de exceções à 
procuração geral de foro, de maneira que a resposta corUHWD�HVWi�QD�OHWUD�³G´� 
Gabarito: D 
Uma vez outorgada ao advogado procuração especial com poder de ser 
citado em nome da parte, o advogado poderá ser citado na forma legal, artigos 213 
e seguintes do CPC. 
O artigo 215 discorre sobre a citação de quem detém procuração para tanto: 
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Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal 
ou ao procurador legalmente autorizado. 
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu 
mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por 
eles praticados. 
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que 
deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para 
receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do 
recebimento dos aluguéis. 
(TJDFT) Mauro, advogado, tem domicílio em Brasília e exerce suas atividades 
de advocacia em seu único escritório, situado em Taguatinga. Trata-se de 
causídico que ostenta procuração por instrumento público com poderes 
especiais para receber citações em nome de François, seu cliente estrangeiro 
domiciliado em Paris. 
A partir da situação hipotética acima, julgue os seguintes itens. 
Eventual citação de François feita na pessoa de Mauro no seu domicílio em 
Brasília seria nula, pois, por se tratar de relações concernentes à sua 
profissão, deveria ser realizada em Taguatinga. 
Gabarito: E 
São direitos do advogado no curso do processo: 
a) Examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, autos de 
qualquer processo, observado o disposto no art. 155 ± elenca as situações em que 
os processos correm em segredo de justiça. São elas: 
1 ± Em que o interesse público exige; 
2 ± Que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, 
conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às 
partes e a seus procuradores. 
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b) Requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo 
prazo de 5 dias; 
c) Retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que 
lhe competir falar neles por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. 
Ao receber os autos, o advogado assinará carga no livro competente. 
Quanto à responsabilidade do procurador, o STJ tem entendido que se ele 
(o procurador) é responsável por eventuais ofensas à outra parte, não é o procurado 
responsável. Eventuais ofensas feitas no processo pelo advogado, ainda que tenha 
relação de emprego com quem representa em juízo, é de sua inteira 
responsabilidade. Assim, o STJ garantiu a independência do advogado, ainda que 
ele seja funcionário de quem representa. Em contrapartida, é ele que tem de arcar 
com abusos que cometer em juízo. (Recurso Especial N° 1.048.970-MA 
(2008/0084652-9), Relator: Min. FERNANDO GONÇALVES, Data de Julgamento: 
15/4/2010) 
 
1.10. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Esse tema, além de constar no CPC, está no estatuto da OAB. Existem 3 
tipos de honorários advocatícios: convencionados. arbitrados judicialmente e de 
sucumbência. 
Art. 22 da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da OAB): a prestação de serviço 
profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, 
aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. 
a) Convencional: acordado entre advogado e cliente. Poderá ser o fixado 
na tabela de honorários ou maior. 
b) Arbitrados judicialmente: por meio de ação própria do advogado, 
direcionada ao juiz da causa, que, por sua vez, não fixará valor menor ao definido na 
tabela de honorários. 
c) De sucumbência: o que a parte vencida deve pagar a outra parte. O 
art. 20, caput, do CPC determina que: a sentença condenará o vencido a pagar ao 
vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Essa verba 
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honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa 
própria. 
Dúvida: O art. 3º da Lei 1.060/50 prescreve que os honorários advocatícios 
são isentos a quem comprove a insuficiência de recursos. No entanto, se o autor da 
ação for legalmente pobre e ao mesmo tempo ganhar a ação, o réu pagará os 
honorários advocatícios? O art. 20, caput, do CPC, dispõe que: a sentença 
condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os 
honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em 
que o advogado funcionar em causa própria. 
Desse modo, o vencido é quem arcará com os honorários advocatícios. Se o 
réu vencer a causa, o autor manterá seu benefício da gratuidade. Se o réu for 
vencido, deverá arcar com as despesas e honorários advocatícios. 
Importante ressaltar que a parte beneficiada pela isenção do pagamento das 
custas ficará obrigada a pagá-las, desde que possa fazê-lo, sem prejuízo do 
sustento próprio ou da família. Se dentro de cinco anos, a contar da sentença final, o 
assistido não puder satisfazer tal pagamento, a obrigação ficará prescrita. 
Assim, de acordo com o art. 3º, inciso V, da Lei 1.060/50: a assistência 
judiciária compreende as seguintes isenções: [...] V - dos honorários de advogado e 
peritos. No entanto, essa regra não se aplica nos casos em que o beneficiário foi 
vencido na contenda jurídica, ou seja, nos casos de honorários de sucumbência. 
Vejamos seguinte julgado: 
JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.A parte beneficiada pela Justiça gratuita, quando sucumbente, pode ser condenada 
ao pagamento dos honorários advocatícios, mas lhe é assegurada a suspensão do 
pagamento pelo prazo de cinco anos, se persistir a situação de pobreza, quando, 
então, a obrigação estará prescrita, se não houver, nesse período, a reversão (Lei n. 
1.060/1950). Precedentes citados: REsp 743.149-MS, DJ 24/10/2005; REsp 
874.681-BA, DJ 12/6/2008; REsp 728.133-BA, DJ 30/10/2006; AgRg no Ag 
725.605-RJ, DJ 27/3/2006, e REsp 594.131-SP, DJ 9/8/2004. REsp 1.082.376-RN, 
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/2/2009. (1ª Turma) (INF. 384) 
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x Outro julgado: 
O silêncio do CPC em relação aos honorários, quando o processo é extinto 
por desistência de ambas as partes, levou o STJ a decidir que esses honorários não 
devem ser fixados. Quando a desistência do processo é unilateral, caberá à parte 
autora pagar os honorários do advogado da outra parte. O importante dessa decisão 
é não envolver a justiça no pagamento dos advogados quando as duas partes 
desistem do processo, ou seja, decidiu-se que a Justiça não deve interferir nesse 
caso. (REsp 435.681/ES, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, 
Terceira Turma, Data do Julgado em 19/10/2010, DJe 26/10/2010) 
ATENÇÃO! 
Súmula 481 - 67-��³)D]�MXV�DR�EHQHItFLR�GD�MXVWLoD�JUDWXLWD�D�SHVVRD�MXUtGLFD�FRP�RX�
sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos 
SURFHVVXDLV�´ 
Dessa maneira, o STJ tem sumulado o entendimento de que as pessoas 
jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que demonstrem sua impossibilidade de arcar 
com os encargos processuais terão direito ao beneficio da justiça gratuita ± 
assistência jurídica. Vejam essa questão. 
(DPU/Adaptada) O benefício da assistência judiciária pode ser concedido às 
pessoas jurídicas com ou sem finalidade lucrativa. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Certo 
 
2. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL 
A parte é dividida, doutrinariamente, em duas espécies: a parte principal, 
que ingressa no processo para pleitear em nome e direito próprio; e a parte 
acessória, que intervém no processo em direito de terceiros. 
Na substituição processual, a parte recebe autorização para pleitear em 
nome próprio direito alheio. Esse fenômeno é frequente nas ações do Ministério 
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Público, quando tutela direito difuso, coletivo ou individual homogêneo. Nesse caso, 
o Ministério Público atua de modo amplo, instaurando a relação jurídico-processual e 
exercendo o direito de ação. 
A substituição processual, vale mencionar, não é uma prerrogativa exclusiva 
do Ministério Público, podendo ser atribuída, por exemplo, aos sindicatos e às 
associações civis. Além disso, ressalte-se que o substituto tem o direito de praticar 
todos os atos processuais, não lhe sendo facultado, contudo, o direito de transigir, 
de renunciar ou de reconhecer a procedência do pedido. Isso porque o direito 
material pertence aos substituídos. 
x Na substituição processual, a parte reivindica em seu nome direito do 
outro (de terceiro); enquanto na representação processual, a parte reivindica em 
nome do outro, direito também do outro, uma vez que o titular do direito material não 
pode postular. Mas o representante não é parte do processo. 
 
 Litisconsórcio e assistência. Intervenção de terceiros. 
 
1. LITISCONSÓRCIO 
Quando se tem várias pessoas em um polo do processo, configura-se o 
litisconsórcio (lide+consórcio) ± que é litigar em consórcio. O litisconsórcio é 
fenômeno processual em que mais de um sujeito atua em um dos polos da causa. 
Quanto ao polo em que ocorre, o litisconsorte classifica-se em ativo, que 
ocorre no polo ativo (autoria); passivo, que ocorre no polo passivo (réu), e misto, em 
que há várias pessoas no polo passivo e no ativo. 
Em relação ao momento, o litisconsórcio pode ser dividido em inicial, ocorre 
no momento da propositura da ação, e incidental, acontece durante o processo, no 
curso do processo. 
Igualmente importantes são outras duas classificações que se referem à 
relação do litisconsórcio com o próprio processo. A classificação quanto ao 
relacionamento do litisconsórcio com o processo necessário (obrigatório) ou 
facultativo. O primeiro impõe-se pela lei, não pode ser dispensado, nem por vontade 
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das partes. O segundo, facultativo, dá-se por vontade das partes. Em regra, o 
litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de lei. 
Esse conhecimento já foi cobrado em prova: 
(MPE PI ) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsórcio. 
A formação do litisconsórcio decorre estritamente da lei e o seu princípio 
básico é o da não facultatividade, ou seja, no caso de litisconsórcio ativo, há 
um verdadeiro dever de demandar que recai sobre todos os litisconsortes. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: Errado 
Na classificação quanto à igualdade da decisão, o litisconsórcio pode ser 
unitário, em que a decisão da causa deve ser idêntica para todos os litisconsortes, e 
o não unitário (simples), em que a decisão da causa pode ser diferente para cada 
litisconsorte. 
O CPC trabalha com as classificações de litisconsórcio necessário e 
facultativo; no entanto, peca na definição do litisconsórcio necessário, tratando-o de 
um modo que a doutrina considera inapropriado, já que dá ao litisconsórcio 
necessário o conceito do unitário ± aquele em que a sentença deve ser idêntica a 
todos os litigantes. 
Art. 46: Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
Art. 47: Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela 
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para 
todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos 
os litisconsortes no processo. 
Em regra, o litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de 
lei. Por que a lei determinaria que pode e, até mesmo, que deve haver 
litisconsórcio? Dois importantes objetivos do litisconsórcio são a economia 
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processual e o combate à contradição no julgamento (que pode ocorrer se causas 
iguais ou afins são julgadas de modo diferente). 
Isso não quer dizer que no litisconsórcio (necessário ou facultativo) a 
sentença deva ser idêntica para todas as pessoas da mesma parte. Aliás, essa 
obrigação configura o litisconsórcio unitário, como visto. A doutrina entende que o 
legislador foi impreciso ao atribuir ao litisconsórcio necessário os efeitos do unitário, 
quando dispôs, no art. 47 que a decisão será uniforme para todos. 
³O conceito legal, no entanto, é falho, pois o código definiu o litisconsórcio 
necessário conforme apenas as características do litisconsórcio unitário´��7KHRGRUR�
Jr., 1999a, p. 127). Dessa forma, é possível a formação do litisconsórcio tanto no 
caso de os pedidos serem iguais ou semelhantes quanto nos casos em que as 
causas de pedir são iguais ou semelhantes. Exemplo clássico de litisconsórcio 
necessário é o disposto no artigo 10 do CPC: 
Art. 10: O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para 
propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: 
I ± que versem sobre direitos reais imobiliários; 
II ± resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos 
praticados por eles; 
III ± fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja 
execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens 
reservados; 
IV ± que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção 
de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. 
Art. 46: [...] 
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao 
número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou 
dificultar a defesa [...] 
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A hipótese mencionada no dispositivo é possível somente para a modalidade 
de litisconsórcio facultativo. Fala-se, nessa circunstância, do famoso litisconsórcio 
multitudinário, que pode ser descrito como o litisconsórcio facultativo com número 
excessivo de litisconsortes. Para evitar prejuízos à defesa processual e à agilidade 
do processo, permite-se sua divisão em outros processos. Na modalidade de 
litisconsórcio necessário, o juiz não poderá prolatar decisão sem que tenham sido 
citados todos os litisconsortes. 
Relativamente aos prazos, vale menção ao art. 191 do CPC, no qual se 
prevê a contagem de prazos em dobro, no litisconsórcio, quando houver diferentes 
SURFXUDGRUHV� SDUD� FRQWHVWDU�� UHFRUUHU� H� IDODU� QRV� DXWRV�� ³Quando os litisconsortes 
tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para 
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos´. 
(TJ RR) De acordo com o CPC, quando os litisconsortes tiverem diferentes 
procuradores, os prazos para contestar e recorrer serão contados em dobro, 
prerrogativa esta que não se estende às demais manifestações nos autos. 
a) Certo 
b) Errado 
 Percebam que o erro da questão está em restringir a prerrogativa de 
contagem dos prazos em dobro às situações de recursos e contestação, quando a 
regra se estende para manifestações nos autos em geral. 
Gabarito: Errado 
2. ASSISTÊNCIA 
A assistência, apesar de não estar elencada junto com as demais espécies 
de intervenção de terceiros, tem a mesma natureza jurídica destas. 
Art. 50: Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que 
tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá 
intervir no processo para assisti-la. 
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A assistência, em suma, consiste no ingresso de terceiro no processo para 
auxiliar uma das partes litigantes a obter decisão judicial favorável. 
Independentemente de o terceiro ingressar de maneira voluntária ou haver a 
existência da demanda, a assistência será sempre voluntária. Logo, o terceiro só 
participará do processo por livre e espontânea vontade. O assistente não é parte 
relevante do processo como o são autor e réu, pois a lide não diz respeito ao seu 
direito, a lei o trata por parte não-principal (art. 52). 
O único pressuposto de validade da assistência é o interesse jurídico do 
sujeito alheio ao processo. Também aqui há um ponto importante: para ser 
assistente, o terceiro deve demonstrar a possibilidade de ser afetado, juridicamente, 
pela decisão judicial. 
Grifou-se a expressão interesse jurídico, porque o interesse tem que ser 
nesse campo, ainda que tenha efeito em outras áreas. Não se justifica, portanto, o 
interesse exclusivamente econômico ou de fato. De modo que, a alegação de que o 
interessado poderá sofrer grande prejuízo financeiro não é suficiente para recorrer-
se à assistência. 
A ocorrência do interesse jurídico é analisada pela influência que a sentença 
exerceria sobre a esfera de direitos de quem pretende ser assistente. Ou seja, há 
interesse jurídico quando a sentença pode alterar direito do assistente. 
Como se disse, o interesse para o cabimento da assistência deve ser 
jurídico. No entanto, o art. 5o, parágrafo único, da Lei Federal no 9.469/1997, admite 
a assistência em caso de interesse econômico de pessoas jurídicas de direito 
público: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações 
Públicas. Nesse caso, ocorrerá a assistência atípica. 
Art. 5o: A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras 
ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas 
cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, 
independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer 
questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados 
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úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de 
deslocamento de competência, serão consideradas partes. 
 
 
2.1. PROCEDIMENTO DA ASSISTÊNCIA 
O terceiro solicita participação no processo por petição fundamentada, não 
havendo necessidade de preencher os requisitos para petição inicial, no art. 282 do 
CPC. No parágrafo único do art. 50 do CPC,

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