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Leis_Penais_Especiais__crimes_hediondos_[1]

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Leis Penais Especiais – Crimes Hediondos e 
Assemelhados (Lei 8.072/90 c/c Lei 8.930/94 e Lei 
9.269/96). 
 
CF/88, Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem; 
 
Obs: norma constitucional de eficácia limitada => 
logo, embora a CF denote alguns efeitos penais e 
processuais penais, a lei infraconstitucional deverá 
definir quais são os crimes dessa natureza. 
 
� Embora modernamente definidos na lei quais 
sejam os crimes hediondos, a doutrina tem seus 
próprios critérios: legal (taxativo), judicial (ato 
discricionário do juiz, mas em virtude da gravidade 
objetiva do fato) e eclético (a lei passa a ser 
exemplificativa). 
 
Art. 1º São considerados hediondos os crimes de 
latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), extorsão qualificada 
pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante 
seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e 
seus §§ 1º, 2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), 
atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação 
com o art. 223, caput e parágrafo único), epidemia 
com resultado morte (art. 267, § 1º), envenenamento 
de água potável ou de substância alimentícia ou 
medicinal, qualificado pela morte (art. 270, combinado 
com o art. 285), todos do Código Penal (Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio 
(arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 
1956), tentados ou consumados. 
 Art. 1o São considerados hediondos os 
seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 
8.930, de 6.9.1994) 
 I - homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei 
nº 8.930, de 6.9.1994) 
 II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 
2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 IV - extorsão mediante seqüestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 
223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei 
nº 8.930, de 6.9.1994) 
 VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); 
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 
1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 
9.695, de 20.8.1998) 
 VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com 
a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998) 
 Parágrafo único. Considera-se também 
hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 
1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 
1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído 
pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
Divergência Doutrinária: 
 
O Estupro e o Atentado Violento ao pudor simples 
(não qualificados pelo resultado lesão corporal ou 
morte) são hediondos? 
 
Inicialmente, deve-se observar o que dispõe 
taxativamente a Lei 8.072/90, art. 1º, V: art. 213 e 
sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo 
único: 
 
Estupro 
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, 
mediante violência ou grave ameaça: 
(Revogado pela Lei n.º 9.281, de 4.6.1996) 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada 
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
 
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: 
Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Revogado pela Lei n.º 
9.281, de 4.6.1996 Pena - reclusão, de seis a dez 
anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
Formas qualificadas Art. 223 - Se da violência 
resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 
8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de oito a doze 
anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
Parágrafo único - Se do fato resulta a morte:Pena - 
reclusão, de doze a vinte e cinco anos. (Redação 
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
 
Pela sua interpretação literal, parece que a conjunção 
aditiva e (e sua com combinação com...) leva a crer 
que tanto o estupro simples, quanto o qualificado pelo 
resultado são crimes hediondos. Porém, não tem sido 
este o entendimento do STF, pela leitura de seus 
informativos. 
� Não é mais considerado crime hediondo o 
envenenamento de água potável ou de substância 
alimentícia ou medicinal qualificado com 
resultado morte (art. 270 e 285 do CP). Não se trata 
de abolitio criminis desses dois crimes, uma vez que 
ambos continuam previstos no CP; apenas não são 
mais hediondos. O que se tem é a retroatividade da lei 
penal mais benéfica (lex mitior), prevalecendo sobre 
a eficácia da coisa julgada. 
 
� Acrescentou-se à lista de crimes hediondos: 
1º) homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado. 
Curiosamente, o homicídio qualificado não era 
hediondo até a vigência desta lei em 1994 (A lei 
8.930/94); Hoje, até o homicídio simples é hediondo, 
quando praticado em atividade de extermínio. 
2º) falsificação, corrupção, adulteração ou alteração 
de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (Lei 9.695/98). 
Obs: Tentou-se incluir neste rol o art. 272 do CP, 
mas, pela abertura (subjetivismo) deste tipo penal, 
poderia haver excesso de discrição por parte do 
intérprete, podendo banalizar a lei de crimes 
hediondos. Isto lesaria a razoabilidade e 
proporcionalidade que devem estar sempre previstas 
no princípio do devido processo legal. 
 
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração 
de substância ou produtos alimentícios (Redação 
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 272 - 
Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou 
produto alimentício destinado a consumo, tornando-o 
nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: 
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Pena - 
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Análise dos tipos penais hediondos: 
1 - homicídio simples (art. 121), quando praticado 
em atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que cometido por um só agente (art. 121, § 2o, I, II, 
III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 
6.9.1994) 
� Trata-se de crime condicionado ao 
pressuposto atividade típica de grupo de extermínio. 
� Segundo a doutrina, a atividade de grupo de 
extermínio não pode ser confundida com a quadrilha, 
bando e até a co-autoria, por falta de previsão 
expressa da lei. 
� Para a doutrina, a expressão extermínio deve 
possuir um fim especial: político, social, religiosa, 
racial, étnica. 
 
2. Homicídio qualificado 
� Deve ser considerado em todas as suas 
formas; logo, não está condicionado a qualquer tipo 
de atividade, por exemplo, de extermínio. 
� Embora a lei exclua do rol de hediondos o 
homicídio privilegiado, surgem dúvidas quando o 
homicídio é, ao mesmo tempo, qualificado e 
privilegiado. Nesse, a sugestão é observar a velha 
lição de Mirabete.Para ele, é possível formular 4 
correntes: 
 
1ª) Não há homicídio privilegiado (mera causa de 
diminuição de pena) e qualificado (objetiva ou 
subjetiva) ao mesmo tempo, pelo simples fato de 
serem circunstâncias que não se misturam. 
 
2ª) Coexistência de uma qualificadora objetiva com o 
privilégio (envenenou com um fim moral) => posição 
mais justa; 
 
3ª) No embate entre as circunstancias qualificadoras 
objetivas e o privilégio => prevalece o privilégio 
⇓motivo 
Esta corrente entende o privilégio como atenuante 
(art. 67, do CP). 
Logo, quando agrava ou atenua, não pode, ao mesmo 
tempo, qualificar pelo non bis in idem. Esta teoria 
traz um erro grave, pois o privilégio é, na verdade, 
causa de diminuição de pena. 
 
4ª) Não convivem os privilégios (todos de natureza 
pessoal) com as qualificadoras subjetivas (pessoais) 
Ex: homicídio com violenta emoção de motivo fútil.

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