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Brasília-DF. Processo de criação do Perfume, análises sensoriais e estabilidade do Produto Elaboração Audrei Conti Pereira Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA ................................................................................................................ 11 CAPÍTULO 1 HISTÓRIA E PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA ................................................................................. 11 CAPÍTULO 2 MATÉRIAS-PRIMAS OLFATIVAS NATURAIS E SINTÉTICAS............................................................... 24 UNIDADE II A FORMULAÇÃO DE PERFUMES ........................................................................................................... 48 CAPÍTULO 1 INGREDIENTES BÁSICOS ......................................................................................................... 48 CAPÍTULO 2 ETAPAS DO PROCESSO DA FORMULAÇÃO DE PERFUMES ........................................................ 56 UNIDADE III PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES .................................................................................................. 77 CAPÍTULO 1 PROCESSO DE PRODUÇÃO EM ESCALAS MAIORES ................................................................ 77 CAPÍTULO 2 ANÁLISE SENSORIAL DE PERFUMES .......................................................................................... 80 CAPÍTULO 3 A ESTABILIDADE DOS PERFUMES .............................................................................................. 87 UNIDADE IV PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS ............................................................................ 94 CAPÍTULO 1 CONTRATIPOS ........................................................................................................................ 94 CAPÍTULO 2 ALGUMAS FORMULAÇÕES ................................................................................................... 102 CAPÍTULO 3 AS NOTAS DE FAMOSOS PERFUMES IMPORTADOS ................................................................. 104 UNIDADE V OS PERFUMES E A MODA .................................................................................................................. 115 CAPÍTULO 1 A INFLUÊNCIA DA MODA NA CONSAGRAÇÃO DOS PERFUMES ............................................. 115 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 125 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Na antiguidade, plantas e animais eram utilizados como matérias-primas para se obter diferentes fragrâncias. Acredita-se que a criação do perfume esteja relacionada a atos religiosos, quando os homens faziam oferendas aos seus deuses através da queima de madeira, folhas e materiais de origem animal. Esta fumaça, de odor característico, originou a palavra perfume, que se originou da palavra parfum, em língua francesa, que por sua vez foi retirada do italiano profumo, que teve origem no latim per fumum – que significa através da fumaça. Desde então, muitas técnicas de extração de óleos essenciais de plantas e animais foram desenvolvidas, de forma a se obter as melhores qualidades e rendimentos das essências. Com o avanço da química e dos métodos de análises, diversas moléculas naturais foram substituídas por versões sintéticas, assim com novas moléculas foram criadas. A perfumaria passou a ser mais acessível devido a maior disponibilidade de matérias-primas. O conhecimento da memória olfativa ofereceu uma oportunidade de alcance do uso de perfumes em um nível psicofisiológio, conectando-se a emoções e desejos dos consumidores e criando necessidades na obtenção do produtos. Uma vez associados à moda, os perfumes foram muito além do simples fato de “se perfumar”, atingindo patamares de status sociocultural, caracterização da personalidade dos consumidores e preenchimento de necessidades pessoais. Neste curso discutiremos os conceitos básicos da perfumaria, bem como as etapas do processo do desenvolvimento e da formulação de perfumes. Em escalas maiores de produção, as etapas de fabricação são apresentadas para o processo de obtenção do produto na qualidade desejada. Ainda são apresentados os princípios da análise sensorial e o seu uso no controle de qualidade dos perfumes. Definiremos o que são contratipos e conheceremos algumas das empresas que os oferecem relacionando seus produtos aos originais importados. Os perfumes mais famosos do mundo são determinados pelas suas principais notas de saída, corpo e de fundo. Em relação à publicidade dos perfumes e a influência da moda sobre eles, discutiremosDali-Pour-Homme-2250.html>. Acesso em: 15/4/2019. 45 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Amadeirado ou Boisée Esta família é predominantemente de perfumes masculinos, com notas opulentas, quentes e secas. As madeiras e outras matérias-primas desta família são normalmente caras e a família é subdividida em outras 8 famílias, que estão apresentadas a seguir. Quadro 6. Subfamílias da família amadeirada. Subfamília Notas Am ad ei ra do Amadeirado Amadeirado conífero cítrico Notas iniciais cítricas harmonizadas com notas amadeiradas de pinho. Amadeirado especiado Pimenta, cravo, noz-moscada, canela e outras especiarias são adicionadas a um amadeirado de santal suave Amadeirado ambreado Notas quentes de fundo tais como cumarina, baunilha etc. Amadeirado aromático Tomilho, alecrim, mirto, sálvia, outras notas aromáticas adicionadas aos acordos amadeirados. Amadeirado especiado couro Harmonização de notas amadeiradas com couro e animais. Amadeirado marinho Harmonização entre notas amadeiradas aromáticas e notas oceânicas. Amadeirado frutado Notas que remetem à natureza, constituídas de madeira e frutas. Fonte: Adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família chipre. Figura 30. Exemplos de perfumes das subfamílias amadeiradas. Amadeirado Amadeirado conífero cítrico Amadeirado especiado Amadeirado ambreado Vetiver (Carven) Bulgari pour homme (Bulgari) Jaipur pour homme (Bougheron) Patou pour homme (Jean Patou) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Amadeirado frutado Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Amadeirado aromático Xeryus (Givenchy) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Amadeirado especiado couro Acteur (Azzaro) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Amadeirado marinho Hugo (Hugo Boss) Dolce Vita (Christian Dior) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 46 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Oriental ou Ambrée O nome ambreado bastante conhecido vem do âmbar, uma substância de odor almiscarado proveniente do intestino das cachalotes. Hoje, somente o âmbar sintético é utilizado. Os perfumes desta família lembram odores orientais, opulentos, suaves e aveludados, tais como a baunilha entre outros. Esta família é subdividida em outras 6 famílias, como é apresentado abaixo. Quadro 7. Subfamílias da família Oriental. Subfamília Notas Or ie nt al Oriental suave Ambreado clássico, suave e quente. Oriental floral especiado Ambreado com notas florais e cravo. Oriental cítrico Ambreado com notas cítricas marcantes. Oriental floral amadeirado Ambreado com notas marcantes amadeiradas e variações florais. Semi oriental floral Ambreado com notas dominantes florais, frescas que referenciam um buquê marcante. Oriental floral frutado Ambreado com florais diversificados e frutas tais como maçã, framboesa, pera, damasco, ameixa e morango. Fonte: Adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família oriental. Figura 31. Exemplos de perfumes das subfamílias orientais. Oriental suave Oriental floral especiado Oriental cítrico Shalimar (Guerlain) Just me (Montana) Sculpture (Nikos) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Oriental floral amadeirado Semi oriental floral Oriental floral frutado Poème (Lancôme) Le Male (Jean-Paul Gautier) Jungle Eléphant (Kenzo) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 47 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Cuir (ou Couro) Esta família tem menos importância em termos olfativos, apresentando somente 3 subfamílias. Seus perfumes tentam reproduzir os odores secos do couro, madeira queimada, tabaco, bétula e fumaça. Um composto sintético importante utilizado como matéria-prima para esta família é isobutilquinoleina ou simplesmente IBQ. Outras matérias primas naturais, como essências de bétula, benjoim e labdanum também são utilizadas. Quadro 8. Subfamílias da família couro. Subfamília Notas Co ur o Couro Couro floral Notas de couro harmonizadas com florais, violeta e outras. Couro tabaco Notas de couro harmonizadas com outras notas amadeiradas, com odor de feno e melado que lembram tabaco. Fonte: Adaptado de http://insumos.com.br/cosmeticoseperfumes/pdf/Olfativas.pdf>. Acesso em: 15/4/2019. Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família couro. Figura 32. Exemplos de perfumes das subfamílias couros. Couro Couro Floral Couro Tabaco Bel Ami (Hermès) Centaure Cuir Etalon (Pierre Cardin) Royal Copenhagen (Swank) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. http://insumos.com.br/cosmeticoseperfumes/pdf/Olfativas.pdf 48 UNIDADE IIA FORMULAÇÃO DE PERFUMES CAPÍTULO 1 Ingredientes básicos Em geral, as fórmulas de perfumes possuem uma composição básica com as seguintes matérias-primas: » Água. » Álcool. » Corantes. » Dipropilenoglicol. » Essências. » Fixadores. Vamos ver abaixo a utilidade de cada um destes ingredientes: A água A água é necessária na fabricação de água de colônia, água de toilette, perfumes e outros. Esta água deve ser destilada ou deionizada, livre de impurezas que possam turvar os perfumes. Segundo Lima (2007): Na ausência da água destilada, pode-se ainda adicionar 21g de bórax em cada litro de água de chuva colhida diretamente da atmosfera sem contato com o telhado. Dissolve-se o bórax, deixa-se depurar, filtra-se e coloca-se num recipiente de vidro bem limpo. 49 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II O álcool Este componente é um dos produtos mais utilizados na fabricação dos perfumes. O álcool utilizado na produção de perfumes finos deve ser da melhor qualidade. O álcool de cereais é bastante recomendado, mas na sua ausência é possível utilizar álcool etílico. O álcool etílico a ser empregado em perfumaria deve ser de primeira qualidade, isto é, deve ser um álcool puro e retificado (isento de fusel), de concentração entre 90º a 95º GL, incolor e inodoro. A etapa de retificação do álcool visa a concentrar o flegma proveniente da destilação de forma a obter um grau alcoólico de 96 ºGL à saída e retirar impurezas como álcoois homólogos superiores, aldeídos, ésteres, aminas, ácidos e bases. Para saber mais sobre o processo de produção e purificação doálcool a partir da cana de açúcar, acesse este link: . Atualmente, o álcool etílico super-refinado é o solvente da perfumaria. Empregado nas misturas com água, este solvente é inerte aos solutos, ajuda a proteger a essência dissolvida e apresenta baixo grau de irritabilidade à pele humana. O odor característico deste álcool é removido por desodorização, através da adição de uma pequena quantidade de goma de benjoim (ou outro fixador resinoso), deixando-se a mistura maturar durante uma ou duas semanas. O resultado é um álcool quase sem odor devido à neutralização do odor do álcool por meio das resinas. Os corantes Muitas vezes, os corantes são utilizados em perfumes líquidos. Neste caso, empregam-se soluções alcoólicas de corantes naturais, tais como clorofila, açafrão, resinas, bálsamos e outros. Anilinas sintéticas também podem ser utilizadas, desde que solúveis em álcool. Sua preparação deve ser feita à parte, anteriormente à produção do perfume. Esta solução deve ser filtrada para emprego na perfumaria. 50 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES O Dipropilenoglicol O dipropilenoglicol é um composto químico utilizado na fabricação da maioria das fragrâncias, usado para unir e carregar os elementos de um perfume, geralmente um ou mais óleos essenciais ou de fragrância. Também tem uma função antialérgica contra os componentes da formulação. A mistura do dipropilenoglicol, da água e do álcool formam a base solvente do perfume, onde os solutos (óleos essenciais e fixadores) serão dissolvidos e estabilizados. Devido a sua natureza de mistura de isômeros estruturais, o dipropilenoglicol é de grande utilidade em diversas aplicações, além de perfumes, já que possui a capacidade de cossolubilizar água, óleos e hidrocarbonetos. As essências A maioria das substâncias odoríferas usadas em perfumarias é representada por: óleos essenciais, substâncias isoladas naturais ou substâncias semissintéticas e sintéticas. Na unidade 1 lemos sobre as matérias-primas odoríferas naturais e sintéticas. Abaixo somente veremos algumas outras considerações gerais. Quadro 9. Características e propriedades dos óleos essenciais. Óleos Essenciais » Podem ser definidos como óleos voláteis, odoríferos, de origem vegetal. » Deve-se distinguir entre os óleos de flores naturais, obtidos por enfleurage ou por extração por solvente, e os óleos essenciais, obtidos por destilação. » Os óleos essenciais destilados podem não ter certos componentes, que não são suficientemente voláteis ou que se perdem durante a destilação. » Dois exemplos notáveis deste efeito são o óleo de rosas, em que o álcool feniletílico é perdido na porção aquosa do destilado, e o óleo de flor de laranja, no qual o óleo destilado contém somente uma pequena proporção do antranilato de metila, enquanto o óleo obtido por extração das flores pode conter até um sexto deste constituinte. » Os óleos essenciais, a princípio, pouco se dissolvem em água, mas são solúveis em solventes orgânicos. Muitas vezes, a solubilidade em água é suficiente para dar um odor intenso à solução, como é o caso da água de flor de laranja. » Estes óleos são muito voláteis para que destilem inalterados na maior parte dos casos, e também são destilados a vapor. » Podem ter coloração que vai do amarelo/castanho até o incolor. » Um óleo essencial, usualmente, é uma mistura de compostos, embora o óleo de gaultéria seja quase o salicitado de metila puro. Os índices de refração dos óleos são elevados, chegando, em média, a 1,5. Os óleos têm uma ampla faixa de atividade ótica, destrogira e levogira. » Nos vegetais vivos, os óleos estão provavelmente relacionados ao metabolismo, com a fertilização ou com a proteção contra inimigos. » Qualquer parte das plantas, ou todas elas, pode conter o óleo. Encontram-se os óleos essenciais nos botões, nas flores, nas folhas, nas cascas, nos ramos, nos frutos, nas sementes, no lenho, nas raízes e nos rizomas em algumas árvores resinosas. Fonte: Collaço et al., 2016. 51 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Os óleos essenciais podem ser classificados segundo a sua estrutura química, conforme é apresentado no quadro a seguir. Quadro 10. Classificação dos óleos essenciais segundo a sua estrutura química. Hidrocarbonetos Cimeno, estireno (fenileteno). Álcoois Linalol, geraniol, citronelol, terpinol, mentol, borneol. Cetonas Carvona, mentona, pulegona, irona, fenchona, tujona, cânfora, metilnonicetona, metilepcetona. Fenóis Eugenol, timol, caracol. Aldeídos Vitral, citronela, Benz aldeído, aldeído, dinâmico, aldeído cumínico, vanilina. Ácidos Benzóico, cinâmico, mirístico, isovalérico em estado livre. Ésteres Principalmente dos ácidos benzóico, acético, salicílico, cinâmico. Éteres Cineol, éter interno (eucaliptol), anetol, safrol. Terpenos Canfeno, pineno, limoneno, felandreno, cedreno. Lactonas Cumarina. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 11. Classificação dos óleos essenciais segundo a sua estrutura química. Substâncias isoladas naturais São substâncias químicas puras. Sua fonte é um óleo essencial ou outro material natural perfumado, tais como: » Eugenol. » Óleo de cravo-da-índia. » Pineno. » Óleo da terembitina. » Anetol. » Óleo de anis. › Linalol. › Óleo da linaloa. › Óleo de pau-rosa. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 12. Substâncias sintéticas e semissintéticas. Substâncias sintéticas/ semissintéticas Mais de 50% das fragrâncias usadas nos perfumes modernos são provenientes de fórmulas contendo substâncias sintéticas mais baratas. Como vimos, algumas substâncias são sintetizadas a partir de matérias-primas naturais, e são chamadas de substâncias semissintéticas. Alguns exemplos são: Vanilina sintetizada a partir do eugenol (extraído do óleo de cravo-da-índia). Ionona sintetizada a partir do citral, extraído do óleo do capim-limão. Terpineóis produzidos a partir da terebintina e do óleo de pinho. Sobre as substâncias sintéticas, diversas são utilizadas na perfumaria moderna, como vimos na unidade I deste módulo. Outras estão apresentadas abaixo, por serem fixadores sintéticos. Fonte: Collaço et al., 2016. 52 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES Os fixadores As substâncias conhecidas como fixadores são compostos de baixa volatilidade, ou seja, de perfumes persistentes. São utilizados nas formulações com a finalidade de “fixar” as substâncias de perfumes mais voláteis. Como vimos, os perfumes são constituídos por notas odoríferas de diferentes volatilidades e o cheiro do perfume é constituído por impressões olfativas em série (sentidas em uma sequência, uma após a outra) e não pelo conjunto de todas elas. Para que isso ocorra, o uso do fixador é fundamental. De acordo com Collaço et al. (2016), fixadores são substâncias de volatilidade mais baixa que os óleos odoríferos, que agem de forma a retardar e uniformizar a velocidade de evaporação dos diversos constituintes olorosos da mistura. Eles podem ou não contribuir para a fragrância do perfume, porém, ao contribuir, devem misturar-se à fragrância principal complementando-a. Abaixo apresentamos os tipos de fixadores usados na produção de perfumes: Fixadores animais Certos aromas naturais são de origem animal, como vimos na Unidade I. Por suas características, estes produtos também apresentam a função de fixadores de fragrâncias e são chamados de fixadores animais dos perfumes. Veja mais detalhes a seguir. Quadro 13. Fixadores aromáticos aninais e suas origens. Castóreo O castóreo é um dos produtos animais empregado em maior quantidade. É um exsudato de coloração castanho-amarelada das glândulas períneas do castor. Entre os componentes odoríferos do óleo volátil do castóreo estão o álcool benzílico, a acetofenona, ol-borneol e a castorina (um componente resinoso volátil de estrutura desconhecida). Agália A agália é uma secreção gordurosa, mole, das glândulas períneasdos gatos-de-algália (civeta). As secreções são recolhidas de 4 em 4 dias, e embaladas em chifres ocos, para exportação. Almíscar O almíscar é a secreção seca das glândulas prepuciais do almiscareiro macho, encontrado nos Himalaias. O cheiro é devido a uma cetona cíclica, a muscona, presente num teor de 0,5 a 2%. O almíscar cru tem um cheiro desagradável, em virtude da presença do escatol. Pela diluição e maturação, o cheiro de escatol desaparece e surge o odor doce e um tanto floral. O almíscar atribui corpo e suavidade a uma formulação odorífera mesmo quando diluído, de modo que seu próprio cheiro fica imperceptível. O seu odor almíscar é usado nos perfumes orientais pesados. 53 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Âmbar Cinzento O âmbar cinzento é o menos usado, mas provavelmente o mais conhecido, entre os fixadores animais. É um cálculo, ou secreção, desenvolvido por certas baleias. O âmbar cinzento tem uma consistência cerosa, amolecendo-se a 60ºC, e pode ser branco, amarelo, castanho, negro, ou ter veios como o mármore. É constituído por 80 a 85% de ambreína (álcool tricíclico triterpênico), e por 12 a 15% de óleo de âmbar cinzento, que é o ingrediente ativo. É empregado na forma de tintura, que deve ser maturada antes do uso. O cheiro da tintura é nitidamente de bolor e seu poder de fixação é grande. Almíscar Zibata O almíscar zibata é o mais novo fixador animal, derivado das glândulas do rato almiscareiro da Louisiana. Somente durante a Segunda Grande Guerra o almíscar zibata foi comercializado. Cerca de 90% dos materiais insaponificáveis das glândulas do rato almiscareiros consistem em álcoois cíclicos, inodoros, de cadeia grande, que se convertem em cetonas, com um aumento de umas 50 vezes no cheiro característico do almíscar. É um substitutivo, ou um complemento, do almíscar asiático. Fonte: Collaço et al., 2016. Fixadores resinosos Outras substâncias utilizadas como fixadores são de origem vegetal. Estas substâncias (apresentadas abaixo) devem ser dissolvidas e maturadas antes da sua utilização nas formulações de perfumes. Quando a solução é feita a frio, a mistura é chamada de tintura. Quando a solução precisa ser aquecida para que a substância se solubilize, a mistura é conhecida por infusão. Quadro 14. Resinas utilizadas como fixadores em perfumes. Substância Tipo de resina Benjoim Resina do tipo dura. Resinas-goma Resina do tipo dura. Mirra Resina um pouco mais mole. Ládano Resina um pouco mais mole. Bálsamo-do-Peru Moderadamente mole. Bálsamo-de-tilú Moderadamente mole. Copiaba Moderadamente mole. Estoraque Moderadamente mole. Terpenos Oleorresinas (materiais oleosos). Extrato de resinas Oleorresinas (materiais oleosos). Ambreína Menos viscosa. Fonte: Collaço et al, 2016. O solvente é o álcool, com adição (se necessário) de benzoato de bezina ou ftalato de dietila, para auxiliar na dissolução. Das resinas mais duras, o benjoim é a de maior uso. O ládano é a substância mais importante entre as gomas moles. Origina-se das folhas da planta Esteva cistus sp 54 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES que cresce na área mediterrânea. O cheiro do extrato desta goma lembra o âmbar cinzento. Este produto é comercializado sob o nome de ambreína e tem um valor fixador muito bom. Óleos Essenciais Fixadores Graças às suas propriedades odoríferas e altos pontos de ebulição (entre 285ºC a 290ºC), alguns óleos essenciais também são usados como fixadores. Os mais importantes são: » óleo de sálvia (Salvia sclarea); » óleo de vetiver (Andropogun squarrosum); » óleo de patchouli (Pogostemum cablin); » óleo de íris europeia (Íris florestina); » óleo de sândalo (Santalum sp.); Fixadores sintéticos Fixadores sintéticos, ou seja, artificiais, são utilizados na substituição de certos fixadores animais importados. Ésteres de ponto de ebulição elevado são utilizados. Alguns possuem odores comparáveis aos naturais, outros não possuem cheiro característico e são utilizados somente para auxiliar na fixação da fragrância do perfume. » Diacetato de glicerila. » Benzoato de benzila. » Ftalato de estila. » Benzo neto de amilha. » Heliotropia. » Almíscar cetona. » Fenilacetato de fenetila. » Hidroxicitronel. 55 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II » Almíscar ambreta. » Indol. » Benzofenona. » Ésteres do álcool cinâmico. » Ésteres do ácido cinâmico. » Cumarina. » Vanilina Escatol. » Acetofenona. 56 CAPÍTULO 2 Etapas do processo da formulação de perfumes As 5 etapas essenciais do processo Para facilitar a descrição do processo os passos a serem seguidos estão apresentados em etapas. Algumas vezes a ordem das etapas não necessariamente deve ser seguida. O importante é que sejam levadas em conta separadamente para que se obtenha o resultado. Etapa 1 – Tenha os materiais à mão Estes materiais são para a produção em escala de teste/desenvolvimento de um novo perfume. Para a produção em grandes escalas são necessários recipientes maiores (tachos, tanques etc.). » pipetas de 5 a 10 ml; » provetas de 50, 10 e 500ml; » bastão de vidro; » vidro âmbar para maceração; » copo de vidro graduado de 500 ml; » copo de vidro graduado de 50 ml; » filtro de papel; » funil de vidro; » frasco (embalagem). Etapa 2 – Inicie pela solução alcoólica das essências O ponto de partida para a preparação dos diferentes tipos de perfume (perfumes, água de colônia etc.) é a diluição das essências, óleos essenciais, tintura, outras substâncias aromáticas em álcool, de forma a preparar a solução alcoólica na concentração desejada. A partir deste ponto, entenda por essência o conjunto de 57 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II todas as substâncias aromáticas que formarão seu perfume, ou seja, a combinação dos odores que comporão as notas, bem como os fixadores. Também se podem incluir aqui os corantes. Em relação à quantidade, as essências são adicionadas na proporção de 2% a 10%, dependendo do que se deseja alcançar em relação à intensidade do perfume (fracos, suaves, fortes, muito fortes), ao tipo de produto que se deseja preparar (perfumes de toucador, para lenços etc.) e à classe do produto (artigo ordinário, comum ou fino). Os fixadores são utilizados na proporção entre 0,1% e 0,5% e precisam ser totalmente solúveis em álcool e na mistura de essências utilizadas, não devem apresentar odores que prejudiquem a composição aromática e devem ser incolores ou bem pouco coloridos. As quantidades das essências devem ser variadas dentro da receita a fim de se desenvolver as fragrâncias mais harmonizadas e criativas. Para tanto, sugere-se que os testes sejam em quantidades pequenas até que se defina uma formulação. Etapa 3 – Defina a quantidade dos solventes Os solventes devem ser adicionados de modo a completar a proporção de 100% da fórmula do perfume. Como já mencionado, o álcool etílico é utilizado nas condições de alto grau de pureza, isento de fusel, na concentração adequada, quando incolor e inodoro. A água utilizada deve ser destilada ou deionizada. A mistura produzida na etapa 1 deve ser diluída a frio com o álcool na concentração adequada. A solução deve ser agitada, guardada em lugar fresco e meio escuro. Caso esta solução turve, é necessário tratá-la com carbonato de magnésio, filtrá-la em papel filtro comum (LIMA, 2007). Etapa 4 – Procedimento para todas as formulações Segundo Lima (2007), este procedimento definido pelo perfumista Jean Luc Morineau pode ser aplicado a qualquer tipo de perfume que se deseja preparar. Procedimento para soluções contendo água: 1. Em um recipiente de vidro, adicione a essência ao álcool de cereais. 2. Adicione a água. 3. Adicione o fixador, misturando bem lentamente com um bastão de vidro. 58 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES 4. Agora é só macerar para perder o cheiro do álcool e aumentar a fixação da essência. 5. Reserve por 30 dias diretamente em temperatura ambiente e em frasco escuro de vidro,longe da luz solar (outra opção é deixar por dez dias, alternando um dia na geladeira e um dia em temperatura ambiente, sempre protegido do calor e da luz solar. O tempo de maceração pode variar de acordo com os componentes da essência). 6. Filtre a solução nos frascos de suas próprias embalagens e pronto! Procedimento para soluções SEM adição de água: 1. Em um recipiente de vidro, adicione a essência ao álcool de cereais. 2. Adicione o fixador em seguida 3. Misture lentamente com um bastão de vidro 4. Siga os passos da maceração do procedimento anterior. 5. Filtre a solução nos frascos de suas embalagens e pronto! [ ] O que é maceração? Em perfumaria, macerar significa impregnar, intensificar, apurar a fragrância. Conforme é apresentado no documento do Sebrae (2009), assim como os bons vinhos, uísques e cachaças, os perfumes também necessitam obrigatoriamente ficar curtindo (macerando). As essências são compostas por muitos elementos naturais que são extraídos de flores, folhas, caules, frutos, sementes, madeiras etc. Esses elementos deixam micropartículas suspensas na solução e são dessas partículas que se desprendem as notas aromáticas importantes que compõem a fragrância. Durante um período, a dispersão desses aromas continua a acontecer e é por isso que, com a maceração, o odor se intensifica muito mais. Infelizmente, muitas empresas não esperam o tempo necessário da maceração, pois o produto parado muitas vezes representa um custo, e vendem seus perfumes com baixa qualidade. Mesmo em perfumes com notas sintéticas, a maceração é importante, para eliminar o odor do álcool, que com o tempo vai se dissipando, deixando transparecer quase que apenas a essência. 59 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Importante: » Nunca utilize instrumentos metálicos na produção do perfume (colheres, recipientes etc.). » Os frascos e recipientes devem ser de vidro, pois os frascos plásticos podem interferir no cheiro do seu perfume (RENA, 2016). » Sempre siga o tempo de maceração para obter perfumes com melhores qualidades. Etapa 5. Fórmulas dos diferentes tipos de perfumes Como vimos na Unidade I, há diferentes tipos de perfumes, dependendo da concentração da essência nele presente: » Extratos (20% a 40% de essência). » Parfum (15% a 20% de essência). » “Eau de Parfum” (10% a 15% de essência). » “Eau de Toilette” (5% a 10% de essência). » “Eau de Cologne” (3% a 5% de essência). Segundo o perfumista Jean Luc Morineau (LIMA, 2007), os diferentes tipos de perfumes podem ser produzidos a partir da fórmula sugerida abaixo. Ajustando-se primeiramente a concentração das essências do produto que se quer obter, os outros ingredientes seguem a proporção conforme a fórmula abaixo. Fórmula básica para perfumes com concentração de essência a 10% (Eau de Toilette) » álcool: 70%; » essência: 10%; » fixador: 0%; » dipropilenoglicol: 2%; » água deionizada: 8%. No caso da produção de perfumes artesanais, os produtos apresentam uma mistura de aproximadamente 80% de solvente e 10% a 15% de essência (no caso de Eau de parfum, chegando até a 35% no caso de extratos). » álcool: 60% a 70%; » água deionizada: 8% a 12 %; » dipropilenoglicol: 2% a 3%; 60 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES » fixador: 3% a 10%; » essência: 10% a 15%. Seguindo esta proporcionalidade pode-se fazer qualquer quantidade de perfumes. Veja abaixo algumas sugestões de fórmulas para os diferentes tipos de perfumes (LIMA, 2007). Quadro 15. Fórmula sugestiva de água de colônia. “Eau de cologne” (É o mais suave de todos, com concentração de 5% de essência). (São muitas versões deste produto. Aqui está uma variante típica de fórmula) Ingredientes e quantidades Óleo Essencial de Alecrim – 5 gotas. Óleo Essencial de Bergamota – 50 gotas. Óleo Essencial de Lavanda – 25 gotas. Óleo Essencial de Limão – 25 gotas. Óleo Essencial de Néroli – 15 gotas. Álcool de Cereais – 75ml. Modo de Preparo: » Misturar todos os óleos. » Adicionar o álcool de cereais. » Deixar o máximo de tempo possível em geladeira ou freezer » Coar em filtro de papel e envasar. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 16. Fórmula sugestiva de água de colônia com fragrância suave. “Eau de cologne Infantil” (É o mais suave de todos, com concentração de 5% de essência). (São considerados perfumes infantis) Ingredientes e quantidades Essência – 50 ml. Água destilada – 820 ml. Álcool de cereais – 100ml. Tween 20 – 50ml. Dipropilenoglicol – 30ml. Modo de Preparo: » Dissolver a essência no Tween. » Adicionar o álcool de cereais. » Dissolver o dipropilenoglico. » Adicionar a água destilada. » Coar em filtro de papel e envase. Não é necessário macerar. Usar uma essência tipo Mamãe & Bebê ou outra suave de sua preferência. Se quiser, adicione um pouquinho de corante. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. 61 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Quadro 17. Fórmula sugestiva de água de toilette. “Eau de Toilette” Duração na pele: 4h a 6h (Concentração aproximada de 10% de essência) Ingredientes e quantidades Essência de sua preferência – 10 ml. Água destilada – 4 ml. Álcool de cereais – 82ml. Fixador – 2 ml. Dipropilenoglicol – 2 ml. Modo de Preparo: » Misture todos os materiais e coloque em um vidro escuro. » Deixe no mínimo 36 dias na geladeira ou freezer. » Quando retirar, acrescente 4 ml de água destilada. Obs.: Caso você não tenha um vidro escuro, pode usar um vidro claro, mas não se esqueça de enrolá-lo com um jornal. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 18. Fórmula sugestiva de “Eau de Parfum”. “Eau de Parfum” Duração na pele: de 6h a 8h (Quantidade de essência entre 12% e 14%) Ingredientes e quantidades Mistura 1 350 ml de álcool de cereais. 50g de essência para perfume. 10g de fixador. Completagem. 60ml dipropilenoglicol. 120ml essência. 20ml água destilada. Mistura 2 770 ml álcool de cereais. 30ml fixador htx. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 19. Fórmula sugestiva de perfume. Perfume (“parfum”) Duração na pele: 12h a 20 h (20% de essência) Ingredientes e quantidades 660 ml de álcool de cereal. 200 ml de essência. 30 ml de fixador. 30 ml de propilenoglicol. 80 ml de água deionizada. 62 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES Perfume (“parfum”) Duração na pele: 12h a 20 h (20% de essência) Modo de Preparo: » Adicionar os ingredientes na ordem (exceto a água). Mexa bem à medida que são incorporados à mistura. » Acrescente os 80 ml de água deionizada. » Transfira para um vidro âmbar e macere por 10 dias, alternando 5 dias na geladeira e 05 dias em temperatura ambiente. » Passe a mistura por um filtro de papel a fim de eliminar as impurezas » Envase em frascos limpos e secos. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Lembre-se: as quantidades das essências e ingredientes podem ser ajustadas levemente para que a melhor condição olfativa seja alcançada. Você também pode variar o tempo de maceração e até mesmo a maneira de preparo, a fim de criar os seus próprios procedimentos e perfumes. Como as fragrâncias também são aplicadas a outros produtos além dos perfumes, seguem abaixo algumas formulações de óleos e sabonetes líquidos. Quadro 20. Fórmula sugestiva de óleo de banho. Fórmula para Preparo de Óleo de Banho Ingredientes e quantidades Óleo Essencial de Alecrim – 5 gotas. Óleo Essencial de Bergamota – 50 gotas. Óleo Essencial de Lavanda – 25 gotas. Óleo Essencial de Limão – 25 gotas. Óleo Essencial de Néroli – 15 gotas. Óleo de Amêndoas – 50 ml. Modo de Preparo: » Misturar todos os óleos. » Adicionar o óleo de amêndoas. » Deixar o máximo de tempopossível em geladeira ou freezer antes de usar Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 21. Fórmula sugestiva de óleo de banho bifásico. Fórmula para Preparo de Óleo de Banho Bifásico Ingredientes e quantidades Óleo vegetal – 50 ml. Essência para óleo de banho – 10 ml. Óleo Mineral – 15 ml. Água – 25 ml. Corante base água. 63 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Fórmula para Preparo de Óleo de Banho Bifásico Modo de Preparo: » Coloque a água em um recipiente. » Pingue o corante, gota a gota, até atingir a cor desejada. » Adicione o óleo vegetal. » Adicione a essência. » Adicione o óleo mineral. » Identifique o óleo bifásico. Agite o frasco antes de usar. Armazene em local arejado, em temperatura ambiente. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 22. Fórmula sugestiva de sabonete líquido antisséptico. Fórmula para Preparo de Sabonete Líquido Antisséptico Ingredientes e quantidades Água Deionizada – quantidade suficiente. Lauril éter sulfato de sódio – 1000 g. Amida 90 – 100 g. Anfótero betaínico – 100 g. Base perolizada – 150 g. Irgasan pó – 25 g. Propilenoglicol – 225 ml. Cloreto de sódio – quantidade suficiente. Essência para sabonete líquido – 15 ml. Ácido cítrico – quantidade suficiente. Modo de Preparo: » Coloque 2500ml de água deionizada em um recipiente limpo. » Sob agitação moderada adicione o laurel éter sulfato de sódio. » Ainda sob agitação, adicione a amida 90 e agite até homogeneização total. » Sob agitação, adicione o anfótero betaínico e em seguida a base perolizada. » Agite até a homogeneização total. » Separadamente, dissolva o Irgasan no propilenoglicol. Adicione esta mistura aos outros ingredientes acima. » Adicione a essência (sob agitação). » Com uma fita indicadora de pH, verifique se a medição está entre 5,5 a 6,5. » Se estiver acima desta faixa, corrija o pH adicionando ácido cítrico (previamente dissolvido em água) aos poucos. Meça o pH novamente e repita esta correção até atingir o valor de pH dentro da faixa desejada. » Solubilize um pouco de cloreto de sódio em água e adicione um pouco na mistura acima, até observar um espessamento da mistura. Não adicione muito, para que não fique rala. » Pare a agitação e complete o volume até 5000ml com água destilada. » Homogeneíze totalmente. » Após a espuma baixar, envase em frascos apropriados. » Armazene em local arejado, em temperatura ambiente. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. 64 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES Quadro 23. Fórmula sugestiva de desodorante líquido. Fórmula para Preparo de Desodorante Líquido Ingredientes e quantidades Hexaclorofeno – 0,3 g. Propilenoglicol – 3 ml. Álcool – 70 ml. Água destilada – quantidade suficiente. Essência – quantidade suficiente. Modo de Preparo: » Misturar os ingredientes um a um sob agitação lenta. » Envasar em embalagem apropriada. » Armazene o produto em local arejado, em temperatura ambiente. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. A regulamentação da produção e comercialização de perfumes no Brasil No Brasil, os perfumes enquadram-se na mesma legislação de cosméticos. Diversas leis regulam a preparação e a comercialização destes produtos no território nacional. Não vamos discutir a fundo nesta apostila as leis, portarias e órgãos que atuam nesse ramo, pois existe uma apostila inteira dedicada ao assunto neste curso. Abaixo, somente citaremos algumas das leis com uma breve descrição: Lei no 6360/1976, decreto-lei no 79094/1977 e portarias Estas normas são estabelecidas pelo Sistema de Vigilância Sanitária e coordenadas pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) – ambas atendem ao Ministério Público (MS). Entre outras determinações, estas normas obrigam os fabricantes a colocarem informações nos rótulos de seus produtos, tais como: » Orientação aos usuários em relação à forma de utilização do produto. » Número de registro no Ministério da Saúde (MS). » Autorização da Vigilância Sanitária. » Composição dos produtos permitidos em cosméticos: matérias-primas, bioativos, perfumes, conservantes, bactericidas, protetores solares, fungicidas etc. » Informações de precauções. » Informações de contraindicações. 65 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Segundo a definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entende- se por cosméticos produtos de higiene pessoal e perfumes (Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 211/2005): [...] preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unha, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, como objetivo exclusivo ou principal limpá-los, perfumados, alterar sua aparência e/ ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Lei no 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) O Código de defesa do consumidor obriga os fabricantes a colocarem informações nos rótulos dos cosméticos, tais como nomes ou abreviações conhecidas universalmente das substâncias contidas na composição do produto cosmético. A quantidade do princípio ativo, em porcentagem ou em peso, também deve ser mencionada quando sua função específica for informada na embalagem. A data de validade do produto e a data de fabricação também são informações que devem aparecer obrigatoriamente nos rótulos, além do modo de utilização do produto e as devidas precauções que os usuários devem ter ao usá-lo. Resolução da Diretoria Colegiada: RDC no 92, de 9 de dezembro de 2008 Esta resolução é voltada para a comercialização de produtos cosméticos, perfumes e de higiene pessoal no exterior, sendo facilitada pela Anvisa e Mercosul. Ela estabelece as regras para produtos fabricados no Brasil e destinados à exportação, tanto para produtos de grau de risco 1 como para os produtos de grau de risco 2. Entre outras providências, determina que produtos fabricados no Brasil, exclusivamente para exportação, não necessitam de notificação ou registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As empresas que se enquadram nesta situação deverão ter autorização de funcionamento para as atividades de fabricação e exportação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além de alvará ou licença sanitária emitida pela autoridade competente. Sempre que solicitado pela autoridade sanitária, as empresas são obrigadas a fornecer, imediatamente, todas as informações referentes aos produtos destinados exclusivamente à exportação. É de responsabilidade da empresa estar de acordo com a legislação dos países de destino de seus produtos. 66 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES RDC no 211, de 14 de julho de 2005 Esta Resolução da Diretoria Colegiada apresenta a nomenclatura internacional para ingredientes cosméticos – em inglês International Nomenclature of Cosmetic Ingredient – INCI. O objetivo de se ter esta nomenclatura é facilitar a identificação de ingredientes cosméticos provenientes de qualquer país. É uma linguagem universal, adotada mundialmente. Sendo assim, as nomenclaturas de ingredientes apresentadas nos rótulos das embalagens brasileiras de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes devem seguir o INCI. Conforme apresentado por Gomes e Damazio (2017), segue uma lista de Leis, Portarias e Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) que devem ser seguidas para a fabricação e comercialização de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal. É importante salientar que os profissionais desta área devem sempre consultar atualizações e novas regulamentações no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ().Decretos no 79.094/1977 e 3.961/2001 – Regulamentam a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que submete ao sistema de vigilância sanitária os insumos farmacêuticos, medicamentos, produtos de higiene pessoal, cosméticos, drogas, correlatos e outros. Lei no 6.437/1977 – configura as infrações sanitárias, estabelece as sanções respectivas e dá outras providências. Portaria no 348/1997 – Manual de Boas Práticas de Fabricação e Roteiro de Inspeção. Item 11-A: a empresa deverá apresentar documentos comprobatórios no ato da inspeção. Resolução no 481, de 23 de setembro de 1999 – Estabelece parâmetros para o controle microbiológico de produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos. RDC no 38, de 21de março de 2001 – Estabelece critérios e procedimentos necessários para o registro de novas categorias de produtos cosméticos, destinados ao uso infantil. RDC no 13, de 17 de janeiro de 2003 – Determina a obrigatoriedade de inclusão de diretrizes de rotulagem de produtos de higiene oral indicados para hipersensibilidade dentária. RDC no 48, de 16 de março de 2006 – Regulamento Técnico “Lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”. 67 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II RDC no 3, de 18 de janeiro de 2012 – Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as restrições estabelecidas, que consta como anexo e faz parte da presente resolução”. RDC no 29, de 10 de junho de 2012 – Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de substâncias de ação conservantes permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes” e dá outras providências. RDC no 30, de 1 de junho de 2012 – Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre protetores solares em cosméticos e dá outras providências. RDC no 44, de 9 de agosto de 2012 – Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de substâncias corantes permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes” e dá outras providências. RDC no 15, de 26 de março de 2013 – Aprova o Regulamento Técnico sobre “Lista de substâncias de uso cosmético: acetato de chumbo, pirogalol, formaldeído, paraformaldeído” e dá outras providências. RDC no 19, de 10 de abril de 2013 – Dispõe sobre os requisitos técnicos para a concessão de registro de produtos cosméticos repelentes de insetos e dá outras providências. RDC no 17, de 10 de fevereiro de 2015 – Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. RDC no 69, de 23 de março de 2016 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico Mercosul sobre “lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”. RDC no 237, de 15 de setembro de 2018 – Simplificação da regulamentação de cosméticos para crianças. Além das Leis, Portarias e Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC), os fabricantes de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal devem conhecer os órgãos que regulam a preparação e a comercialização de produtos no Brasil: 68 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO) O Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO) possui os regulamentos técnicos relacionados às quantidades especificadas (em massa ou volume) dos produtos em suas embalagens, as quais devem ser informadas de maneira adequada. Este órgão fiscaliza todos os bens comercializados no Brasil, insumos, produtos e outros. Órgãos estaduais de proteção ambiental Os órgãos estaduais de proteção ambiental controlam a poluição causada pelas fábricas. Estes órgãos são vinculados às secretarias do meio ambiente. Câmara técnica de cosméticos (CATEC) A câmara técnica de cosméticos (CATEC) é subordinada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foi instituída pela Portaria no 485, de 7 de julho de 2004 com a finalidade de: » orientar a definição de métodos e procedimentos científicos; » realizar estudos e pesquisas; » emitir recomendações, ajudando a Gerência Geral de Cosméticos nos assuntos relacionados aos perfumes, produtos de higiene pessoal e cosméticos. Gerência geral de cosméticos Por meio da gerência geral de cosméticos, a Agência Nacional de Saúde (ANS) elaborou um guia para a avaliação de segurança de produtos cosméticos com orientações e critérios a serem seguidos para garantir a qualidade e a segurança dos produtos. Esta avaliação deve ser sempre realizada antes da disponibilização dos produtos ao mercado, ou seja, antes de o consumidor ter livre acesso a estes. Boas práticas de fabricação de produtos Atualmente, a norma em vigor que dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Cosméticos, Produtos de Higiene Pessoal e Perfumes é a RDC no 48/2013 (parte harmonizada com a norma do Mercosul). 69 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Esta norma atenta-se à regularização dos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes comercializados, bem como à fabricação por indústrias habilitadas e regularmente inspecionadas pela autoridade sanitária competente. Essa Resolução estabelece procedimentos e práticas a serem adotados pelos fabricantes de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes com o intuito de assegurar a qualidade destes produtos. São abordados na norma procedimentos e boas práticas em termos de: » processos; » instalações; » métodos; » sistemas de fabricação; » controles adequados. Alguns itens da RDC no 48/2013 que podemos destacar, conforme apresentados no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são: » Os fabricantes de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes devem assegurar que estes produtos são adequados para o uso pretendido e estão de acordo com os requisitos de qualidade pré-estabelecidos. » Os aspectos de segurança para o pessoal envolvido na fabricação e de proteção ambiental estão regulamentados por legislação específica e os estabelecimentos devem cumprir com os requisitos aplicáveis a cada uma das áreas. » O detentor do Registro ou Notificação ou Admissão é responsável pela qualidade do produto de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Como mencionado, mais detalhes sobre legislações e regulamentações brasileiras para perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal estão apresentados em uma apostila específica de assuntos regulatórios e legislação neste curso. Fornecedores de matérias-primas Existem diversas empresas que fornecem matérias-primas para cosméticos no Brasil. Para auxiliar, listamos abaixo alguns fornecedores. É importante ressaltar 70 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES que estas informações foram retiradas da internet, sem avaliação de idoneidade, qualidade etc. Cabe ao empreendedor fazer a análise dos fornecedores que melhor lhe atendem. Ferquima Indústria e Comércio LTDA: » Fabrica e comercializa óleos essenciais para a indústria cosmética e bases hidrossolúveis para cremes e xampus. » Endereço: Estrada Mineração Ouro Branco, 2.017. São Paulo – SP. » Telefone: (+55 11) 4158-3544/ 4159-1784. » Site: . Givaudan Brasil: » Cria e fornece fragrâncias, sabores e ingredientes especiais para cosméticos em geral. » Endereço: Av. Engenheiro Billings, 2.185. São Paulo – SP. » Telefone: (+55 11) 3760-8000. » Site: . Quorum Fragrâncias Indústria e Com. LTDA: » Oferece diversificada linha de essências para uso em cosméticos etc. » Endereço: Via Natalino Verdi, 120. Charqueada SP. » Telefone: (+55 19) 3186-9600/ 3186-9619. » Site: . Rei das Essências: » Insumos e essências naturais para cosméticos. » Endereço: Rua: Tupi 85, Loja 09. Belo Horizonte – MG. Tel: (31) 3224- 1516. » Site: .71 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II African Artesanato: » Fornecedor de matéria-prima. » Loja em São Paulo End: Rua Tiradentes, 804, em frente à ACM, Centro. Guarulhos SP CEP: 07090-000. » Telefone: (+55 11) 6099-2377 / 6099-2371 Fax: (+55 11) 6099-2279. » E-mail: africanart@africanart.com.br. » Site: . Alfanove: » Distribuem produtos para Indústria de Cosmético em Geral. » Telefone: (+55 11) 6352-0095. » E-mail: alfanove@ig.com.br. Arte Feita: » Fornecem essências, bases de glicerina, matérias-primas líquidas e sólidas, além de promover diversos cursos na área de cosmética. » Loja São Bernardo do Campo – SP. » Endereço: Rua São Savino, 20. » Telefone: (+55 11) 4123 1947. » Loja São José dos Campos. » Endereço: Av. Mal Floriano Peixoto, 175, Centro. Cep: 12210-040. » Site: . Beraca Sabará Químico Ingredientes Ltda – Divisão Food/Feed: » Fornecedor de corantes para cosmético, medicamentos e produtos de toucador. » Endereço: Rua Souza Melo, 73/75. São Paulo SP CEP: 03770-000. » Telefone: (+55 11) 6643-5018 Fax: (+55 11) 6643-5115. 72 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES » E-mail: vanice@gruposabara.com.br. » Site: . Brazmo Indústria e Comércio Ltda: » Atua no suprimento químico para as indústrias de cosméticos, alimentícia e outras. » Endereço: Rua Moisés Kahan, 134, Barra Funda. São Paulo – SP. » Telefone/Fax: (+55 11) 3879-5600. » E-mail: brazmo@brazmo.com.br. » Site: . Casa das Essências: » Matéria-prima para fabricação de perfumes e cosméticos em geral. » Endereço: Rua Silveira Martins, 78, Sé. São Paulo SP Cep: 01019-000. » Telefone: (+55 11) 3104-2725. » E-mail: ss@casadasessencias.com.br. » Site: . Chemyunion Química Ltda: » Fabricante de princípios ativos para indústria de cosméticos. » Endereço: Rua José de Oliveira Cassú, 447. Sorocaba SP Cep: 18103-065. 73 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II » Telefone: (+55 15) 2102-2002 DDG: 0800 772-5583 Fax: (+ 55 15) 2102- 2001. » E-mail: vendas@chemyunion.com.br. » Site: . Distribuidora Miraí Ltda: » Fornecedor de corantes para cosméticos, medicamentos e produtos de toucador. » Endereço: Rua Tenente Leopoldino, 416. Mirai – MG Cep: 36790-000. » Telefone: (+55 32) 3426-1809 Fax: (+55 32) 3426-1093. » E-mail: dimirai@interminas.com.br. Duarte Amaral e Cia Ltda: » Comercializam produtos químicos em pequenas e grandes embalagens. Dentre sua linha de produtos encontramos variados tipos de glicerinas e essências. » Telefone/ Fax: (+55 11) 6604-2533 / 6604-3991 São Paulo SP. » Site: . EMFAL: » Especialidades Químicas. » Endereço: Rua K, 105, Jardim Piemonte. Betim – MG. PABX: (+55 31) 3597-1020. » E-mail: emfal@emfal.com.br. » Site: . Franchel Cosméticos Ltda: » Fornecedor de almíscar. » Endereço: Pça. Nossa Sra. de Lourdes s/n, Qd 46, Lt 1/6. Aparecida de Goiânia GO Cep: 74912-390. 74 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES » Telefax (+55 62) 278-0500. » E-mail: ti@gotasuave.com.br. Indústrias de Plásticos Caria Ltda: » Fabricantes de excipientes para remédios e cosméticos. » Endereço: Rua Guaicurus, 760. São Paulo SP. Cep: 05033-001. » Telefone: (+55 11) 3872-3122 Fax: (+55 11) 3864-8833. » E-mail: vendas@caria.com.br. » Site: . MAÍZ Artes & Essências: » Venda de matérias-primas para perfumes e cremes em geral. » Endereço: Rua Carlos Gomes, 143, Centro. Cep: 40060-330. Salvador BA. » Telefone: (+55 71) 3328-9720. » Site: . Natu’s Life Indústria e Comércio Ltda: » Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos: Álcool, lauril, essência e extrato. » Endereço: Rua N1, 275, Jorge Américo. Feira de Santana BA. Cep: 44020- 660. » Telefax: (+55 75) 3226-8354. » E-mail: natus.life@bol.com.br. Primola Fragrâncias Ltda: » Fabricação de essência. » End.: Av Luis Tarquínio Pontes – S/N. Qd 05, Lote 32, Galpão 20, Jd Belo Horizonte. Lauro de Freitas BA. » Tel.: (+55 71) 3379-9962/ 3379-9889/ Fax: (+55 71) 3379-9962. » E-mail: primola@uol.com.br. 75 A FORMULAÇÃO DE PERFUMES │ UNIDADE II Química Bpar Ltda: » Atua na distribuição de produtos químicos para os segmentos alimentício, cosmético e farmacêutico. » Endereço: Alameda dos Maracatins, 992, Conj. 81, Bloco A, Moema. São Paulo – SP. » Telefone/Fax: (11) 5094-2050. » E-mail: bpar@bpar.com.br. » Site: . Royal Marck Indústria Química: » Produtos para lavanderias industrial, hospitalar e doméstica, produção de fragrâncias para vários setores, matérias-primas para fabricação de cosméticos, automotivos etc. » Endereço: Rua Mineira, 281, Cumbica. Guarulhos SP. Cep: 07223-190. » Telefone/Fax: (11) 6412- 8018. » E-mail: royalmarck@royalmarck.com.br. » Site: . Sasil – Distribuidora de Termoplásticos e Produtos Químicos: » Produtos químicos. » Endereço: Alameda Granjas Rurais, Presidente Vargas, Lt 17. Salvador BA CEP: 41297-430. » Telefax: (+55 71) 3293-8500. » E-mail: sasilba@sasil.com.br. » Site: . Sciavicco Comércio e Indústria Ltda: » Endereço: Rua Niquelina, 921, Sta. Efigênia. Belo Horizonte MG. » Tel.: (+55 31) 3463-2272 / Fax: (+55 31) 3467-2819. » Site: . 76 UNIDADE II │ A FORMULAÇÃO DE PERFUMES Via Fiori Perfumaria e Cosmética Ltda: » Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos: álcool de cereais e essências. » Endereço: Rua São Bartolomeu, 31, Amparo. Santo Antônio de Jesus – BA CEP: 44572-630. » Telefax: (75) 3631-2150. » E-mail: viafiori@aceleranet.com.br. 77 UNIDADE IIIPRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES CAPÍTULO 1 Processo de produção em escalas maiores Para estudarmos as etapas do processo de produção de um perfume, até seu transporte para comercialização, vamos considerar a formulação de uma “Eau de toilette”, com 10% de essência, que pode durar de 4h a 6h na pele. A composição básica será álcool etílico, água destilada, fixador, dipropilenoglicol e essência. Sendo assim, podemos escrever uma fórmula do tipo: Quadro 24. Fórmula sugestiva água de toilette. Ingredientes e quantidades Essência – 10%. Água destilada – 7%. Álcool etílico – 80%. Fixador – 1%. Dipropilenoglicol – 2%. Fonte: Collaço et al., 2016. Vejamos agora os passos e equipamentos para uma produção em grande escala: Entrada de matérias-primas Todas as matérias primas devem ser analisadas, por amostragem ou lote a lote (dependendo da empresa fornecedora e do fabricante). É importante que eventuais desconformidades sejam identificadas a fim de se manter a repetitividade do produto em termos de odor, que é a “razão de existir” do seu perfume. Deve-se manter o estoque sob controle, em condições ideais de armazenamento, a fim de se evitar mudanças nos insumos. 78 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES Embalagens e produtos acabados também devem ter atenção especial em relação ao armazenamento. Pesagem ou fracionamento dos ingredientes Após a análise das matérias-primas, elas são devidamente separadas conforme a formulação que será produzida. Neste caso, para a produção de 1000 litros da “Eau de Toilette”, os seguintes produtos deverão ser separados. Quadro 25. Ingredientes e quantidade da água de Toilette. Fórmula em porcentagem Quantidades de cada ingredientepara 1000 litros de Eau de toilette Essência – 10%. Água destilada – 7%. Álcool etílico – 80%. Fixador – 1%. Dipropilenoglicol – 2%. Essência – 100 litros. Água destilada – 70 litros. Álcool etílico – 800 litros. Fixador – 10 litros. Dipropilenoglicol – 20 litros. Fonte: Collaço et al., 2016. Os ingredientes, já fracionados, são levados para a área de produção. Misturadores O procedimento de produção do perfume, em grande escala, sempre deve seguir o procedimento desenvolvido em laboratório (escala de teste). A ordem, a velocidade e a mistura das matérias-primas devem seguir ao que foi definido, a fim de se manter o padrão do produto sempre mais alto possível e totalmente controlado. Após finalizado o processo de mistura, amostras do lote são enviadas para o controle de qualidade em laboratório. É importante para a empresa controlar a água, as matérias-primas, os produtos em processo, o produto acabado e até as embalagens. Nesta etapa do controle de qualidade, análises físico-químicas e microbiológicas são realizadas, conforme definido no desenvolvimento do produto. Vale lembrar que os perfumes estão inclusos na legislação de cosméticos e mais detalhes são estudados neste curso, na disciplina referente às legislações. Uma vez que o lote produzido foi aprovado, ele é encaminhado para a maceração. Caso algum parâmetro não esteja adequado nos resultados dos testes de controle de qualidade, o lote deve se reprocessado, quando possível, a fim de atender às exigências/padrão de qualidade ou, ainda, pode ser reaproveitado na fabricação de outros produtos. 79 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III Maceração O produto, após processado e analisado, fica no processo de maceração por 5 dias. Como vimos, este processo é importante para a intensificação do perfume. Filtração A filtração é realizada para retirar impurezas do produto antes de seu envase. As impurezas devem ser corretamente destinadas para tratamento, conforme sua natureza e procedimento da empresa. Envase O envase é realizado logo após a filtração, em frascos de vidros com dimensões conforme será comercializado. Os frascos, devidamente rotulados, são acondicionados em caixas e armazenados. Armazenagem e transporte Os perfumes acabados são armazenados adequadamente até a ida ao mercado. O transporte também deve ser considerado como parte do processo de controle de qualidade do produto, pois deve manter as condições necessárias para que não haja mudanças no produto final. Figura 33. Fluxograma das etapas de produção do perfume. Fornecedor (matéria-prima) Análise da matéria-prima Fracionamento Misturadores Análise de Qualidade Maceração Filtração Resíduos Envas e Armazenamento Expedição Cliente Fonte: Collaço et al., 2016. 80 CAPÍTULO 2 Análise sensorial de perfumes Fundamentos básicos da análise sensorial A análise sensorial é uma ciência que mede, analisa e interpreta as lembranças e reações das pessoas quando expostas a alimentos e outros materiais que estimulam sua visão, audição, paladar, olfato e/ou tato. Por trazer informações valiosas sobre aceitação, característica e marketing de produtos no mercado, a análise sensorial é essencial para as tomadas de decisões de desenvolvimento de produtos. Na indústria alimentícia, esse tipo de análise se tornou uma regra, assim como na indústria cosmética e de perfumes (AMARAL; SILVA, 2017). A análise sensorial trata diretamente da percepção humana em relação a um produto. Para utilizar de maneira objetiva os dados emocionais e sensoriais de uma pesquisa, métodos científicos específicos foram desenvolvidos, garantindo a medição com precisão, confiabilidade e reprodutibilidade de informação. Assim, esse tipo de análise passou a ser uma ferramenta para: » o desenvolvimento de produtos; » o controle de qualidade; » o desenvolvimento de processos produtivos; » a avaliação do armazenamento na qualidade do produto; » o estudo da estabilidade do produto; » o estudo a variabilidade da embalagem; » a investigação dos benefícios e atributos do produto (comportamento perante os consumidores quando o produto está no mercado). O objetivo da avaliação sensorial é encontrar o melhor custo-benefício de um produto ao correlacionar as informações sensoriais dos consumidores e os seus dados de análises físicas e químicas (PEREIRA, 2013). A análise sensorial é dividida em testes descritivos e testes discriminativos. 81 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III Testes descritivos Os testes descritivos são realizados para avaliar a intensidade dos atributos de um único produto. Para este tipo de avaliação, análises qualitativas e quantitativas são realizadas. Nas análises qualitativas, informações de características (atributos) do produto são obtidas. Nas análises quantitativas, informações da intensidade (quantificação) de cada um dos atributos encontrados na análise qualitativa são obtidas. Os atributos aqui citados são as diferentes experiências sensoriais, seguindo a linguagem do consumidor final. A análise sensorial é realizada por um grupo de pessoas treinadas, que identificam e quantificam as percepções, ou melhor, os atributos dos produtos em análise. Testes discriminativos Os testes discriminativos determinam se duas ou mais amostras são diferentes. Ao avaliar as amostras em paralelo, este tipo de teste é realizado para avaliar se as diferenças entre as amostras são percebidas. Geralmente, avaliam-se amostras que tenham alterações pequenas em suas formulações ou no processo de produção. As fragrâncias são consideradas um dos atributos mais importantes de um produto e sua aceitação no mercado. O desenvolvimento dos aromas se origina na natureza, seja por meio do uso de matérias-primas naturais ou por matérias- primas sintetizadas em laboratório de forma a “copiar um aroma natural”. Sendo assim, as fragrâncias têm influência direta em atributos da imagem do produto em um segmento do mercado. A percepção do odor é o resultado do estímulo químico dos órgãos olfativos, desencadeando efeitos biológicos e psicofisiológicos nos seres vivos. De acordo com Malnic (2007), citado por Pereira (2013), os mamíferos podem diferenciar um grande número de moléculas odoríferas. Como apresentado na apostila de aromas naturais, os odores estão diretamente ligados à memória. Este fenômeno é conhecido como memória olfativa. Segundo Hennemann (2012): 82 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES A “memória olfativa” é um fenômeno que acontece porque o olfato está diretamente ligado aos mecanismos fisiológicos que regem as emoções. Quando sentimos um cheiro, a informação passa pelas narinas e é processada no sistema límbico, parte do cérebro responsável pela memória, sentimentos, reações instintivas e reflexos. Figura 34. Representação da ação das substâncias aromáticas no sistema límbico. Sistema Límbico Células Olfativas Cavidade Nasal Substâncias Aromáticas Neurônios Olfativos Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-sZrW8bgCtOI/T_4wRMID3II/AAAAAAAADA8/OeWvLCHuYTQ/s1600/sistema-limbico.jpg. Acesso em: 28/4/2019. É comum sentirmos um cheiro e imediatamente lembrarmos de um lugar. Ao lembrarmos do lugar, as emoções são despertadas. Quando as lembranças são boas, as emoções também são boas e automaticamente passamos a apreciar este odor e a desejar senti-lo com frequência. Porém, se as lembranças forem ruins, as emoções despertadas pelo odor não agradarão. Sendo assim, o julgamento de um perfume sofre interferência das experiências emocionais, culturais e pessoais de cada indivíduo – e aqui está mais uma razão para que as análises sensoriais sejam realizadas por especialistas e pessoas treinadas para esta função. Para saber mais sobre como as fragrâncias acionam nossos mecanismos de memória acesse o seguinte link: .A quantificação da resposta dos indivíduos em relação ao odor do perfume, ou seja, o desempenho do perfume, é importante na análise sensorial dos perfumes. Segundo Calvin e Jellinek (1994), citado por Pereira (2013), a palavra desempenho refere-se à habilidade de um perfume ser percebido. 83 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III A melhor relação de custo-benefício para um perfume está exatamente ligada ao fator desempenho, pois o que todos procuram é o máximo efeito de percepção do odor utilizando a menor concentração de matéria-prima odorífera na formulação. Diferentes aspectos de desempenho do perfume são avaliados, de acordo com o que é apresentado na quadro a seguir. Quadro 26. Aspectos de desempenho de um perfume. Impacto O impacto é o desempenho (ou a percepção) de um perfume nos primeiros momentos de contato com o produto – ao cheirar um frasco ou logo que é aplicado à pele. Difusão Medida da distância que a fragrância é percebida, assim que é realizada a aplicação. A difusão elevada é desejável. Tenacidade Aderência, durabilidade efetiva da fragrância em um produto perfumado ou em uma superfície que o produto tenha sido aplicado. Substantividade Habilidade de um perfume aplicado interagir com a pele. Volume* Efetividade da fragrância em um determinado substrato, após algum tempo de aplicação. Fonte: Adaptado de Pereira, 2013. A volatilidade das matérias-primas odoríferas determina o poder de interação com a pele. Os materiais mais voláteis são os primeiros a serem percebidos. Como vimos, estes materiais compõe a nota de saída de um perfume. A volatilidade dos materiais é determinada pela medição da pressão de vapor dos mesmos, em temperatura ambiente. Em termos das moléculas odoríferas, os fatores potência e substantividade são os parâmetros que impactam no seu desempenho. A substantividade do odor deve ser desejada. A potência é a medida da intensidade de uma molécula odorífera. A intensidade teórica de uma molécula odorífera é expressa em termos de seu valor odorífero. Calvin e Jellinek (1994) explicam a intensidade pela seguinte função matemática em termos de valor odorífero: OV = a concentração da molécula odorífera no headspace threshold da molécula odorífera no ar Onde: OV = valor odorífero Headspace = ar que está próximo da molécula Threshold = mínima concentração percebida da molécula no ar 84 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES O odor dos perfumes, bem como de quaisquer outros produtos perfumados é afetado pelo odor da base dos produtos, por forças de atração física devido à forma da base e por decomposição química por conta da reação com componentes da base. Figura 35. Importantes aspectos do desempenho de um perfume. Difusão Volume Tenacidade Impacto Distância Tempo 0 Fonte: Carneiro, 2012. Disponível em . Acesso em: 28/4/2019. Difusão de gases A difusão de um gás é calculada pela raiz quadrada de seu peso molecular. Os gases mais leves se propagam mais rapidamente que os gases mais pesados. Sendo assim, quanto mais pesado o gás, menos volatilidade e maior persistência ele possui. As forças de atração entre a base e as moléculas odoríferas de uma fragrância também influenciam na persistência. A interação com o substrato também pode aumentar a persistência. Nos substratos, esta força passa a ser chamada de força de adesão. O grau de adesão no substrato é chamado de substantividade. A adesão sobre um substrato é um importante fator para definir o atributo persistência de uma fragrância. Ao falarmos de perfume, estamos nos referindo à pele como o substrato de adesão. Neste cenário, o principal atributo da persistência de uma fragrância a ser avaliado é a substantividade, que pode ser dividida em: » Substantividade I deposição do perfume (ou do componente odorífero) sobre um substrato durante a aplicação. 85 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III » Substantividade II liberação do perfume (ou duração da percepção do odor) no substrato após a aplicação. Tanto a substantividade I como a II estão relacionadas à (Pereira, 1994): » Interação da fragrância com a pele. » Pressão de vapor dos componentes odoríferos. » Percepção do threshold. » Valor odorífero (OV) das matérias-primas das fragrâncias. Avaliação do odor O desafio para a avaliação de odores está na determinação do threshold. Threshold é diferente de ponto de detecção. Limite de detecção é a menor concentração que se pode detectar. Threshold é a menor concentração em que um odor pode ser reconhecido, isto é, a menor concentração que permite se dizer “qual é” ou “o que é”. É o limiar entre a substância inodora e a odorífera. As pessoas avaliam amostras e dizem se a substância olfativa está presente ou não. Este tipo de informação é muito importante para definir que níveis de identificação de um componente em um produto podem ser percebidos quando ele é aplicado sobre a pele. Existem diferentes tipos de escalas sensoriais para a avaliação da percepção da intensidade de um odor. A Lei de Stevens é uma importante relação matemática que auxilia nesta avaliação. Conforme apresentado por Pereira (2013), a Lei de Steves considera que alterações iguais na magnitude de um estímulo ou sensação (S) produzem modificações correspondentes na percepção da intensidade (I). A Lei pode ser apresentada como uma função, pelas equações abaixo: I = cSk e Log I = k Log S + log c Onde: » I = percepção da intensidade » c = concentração do estímulo 86 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES » S = sensação » k = constante Pelas equações percebe-se que o log da intensidade percebida está relacionado diretamente ao log da magnitude do estímulo. Avaliadores de perfumes treinados e especialistas utilizam com precisão de 95% a escala de magnitude por rótulos (LMS), construída por GREEN et al. (1993), que considera o comprimento de uma escala de 20 cm, como apresentado na figura a seguir. Quadro 27. Escada de magnitude por rótulos. Quase não detectável 0,3 cm Fraco 1,2 cm Moderado 3,4 cm Forte 7,1 cm Muito forte 10,7 cm O mais forte possível 20 cm Fonte: Adaptado de Pereira, 2013. Figura 36. Escala de magnitude de Green et al., 1993. O mais forte possível Muito forte Forte Moderado Fraco Quase não detectável 20 cm 10,7 cm 7,1cm 3,4 cm 1,2 cm 0,3 cm Fonte: Adaptado de Pereira, 2013. 87 CAPÍTULO 3 A estabilidade dos perfumes De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), perfumes são produtos enquadrados na legislação de cosméticos. Sendo assim, em termos de controle de qualidade e estabilidade dos perfumes, as exigências são definidas no Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da Gerência-Geral de Cosméticos, elaborou o Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos, que apresenta recomendações para a avaliação da estabilidade de produtos cosméticos, desde a fase de desenvolvimento até, ao menos, o término do prazo de validade estimado. O Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos pode ser encontrado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa ou no seguinte endereço: . Figura 37. Exemplo de análise microbiológica para teste de estabilidade. Fonte: https://kasvi.com.br/wp-content/uploads/2016/03/chamada-3.jpg. Acesso em: 25/4/2019. O conhecimento da estabilidade de produtos cosméticos contribui para o desenvolvimento da formulação pensando no acondicionamento adequado, para a determinação da validade do produto, para o monitoramento da estabilidade microbiológica, organoléptica e físico-química. 88 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES Os fatores que alteram a estabilidade de um produto podem ser extrínsecos, relacionados às condições ambientais, ou intrínsecos, relacionados às formulaçõesdo produto. Abaixo são apresentados alguns fatores de cada tipo. Figura 38. Fatores extrínsecos. •Alterações organolépticas. •Alterações físico-químicas. •Alteraçõesmicrobiológicas. •Alterações toxicológigas. Tempo (envelhecimento do produto) •Altas temperaturas alteram ciscosidade, aspecto, cor e odor do produto. •Baixas temperaturas podem turvar, precipitar e cristalizar componenetes dos produtos. Temperatura •A luz ultravioleta e o oxigênio formam radicais livres que desencadeiam reações de oxi- redução. •Aceleram o processo oxidativo Luz e Oxigênio •Afeta aspecto físico, volume e peso de produtos na forma sólida, tal como talco, sombras, sabonetes em barras, sais etc. •Pode ocasionar contaminação microbiológica Umidade •Materiais tais como plásticos, vidros e papéis podem influenciar a estabilidade. •Devem ser realizados testes de compatibilidade do produto com o material usado para acondicionamento. Material de Acondicionamento •emulsões, suspensões, géis e soluções são mais suscetíveis à contaminação por possuírem água em sua formulação. •cumprir as Boas Práticas de fabricação e uso de conservantes adequados evita este problema. Micro-organismos •Durante o transporte, pode causar separação de fases, alteração de viscosidade e compactação de soluções. •Também altera a temperatura do produto. Vibração Fonte: Adaptado do Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. Disponível em: . Acesso em: 25/4/2019. 89 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III Figura 39. Fatores intrínsecos •Separação de fases. •Cristalização. •Precipítação. •Formação de gretas. Incompatibilidade Física •Afeta a estabilidade de ingredientes. •Afeta a eficácia. •Afeta a segurança do produto. pH •Levam à alteração das características organolépticas e físicas das formulaçõesReações de oxi-redução •Ocorrem na presença de água. •Éster e amidas são mais sensíveis.Reações de hidrólise •Reações indesejáveis entre componentes da formulação. Interação entre Ingredientes da Formulação •Materiais tais como plásticos, vidros e papéis podem influenciar a estabilidade. •Devem ser realizados testes de compatibilidade do produto com o material usado para acondicionamento. Interação entre Ingredientes da Formulação e o material de acondicionamento Fonte: Adaptado do Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. Disponível em: . Acesso em: 25/4/2019. Os procedimentos dos testes de estabilidade não serão contemplados neste módulo. Estão descritos em detalhes no Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos, (Disponível em: ) os procedimentos para o estudo da estabilidade preliminar e a estabilidade acelerada, testes de prateleiras, testes de compatibilidade entre formulação e material de acondicionamento, teste de transporte e de distribuição, ensaios organolépticos, ensaios físico-químicos e ensaios microbiológicos. Os testes de estabilidade devem ser realizados durante o desenvolvimento de novas fórmulas e lotes pilotos; na validação de novo processos e nas mudanças no processo de fabricação já consolidados; quando houver mudanças no material de acondicionamento e nas matérias-primas das formulações. 90 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES Falaremos mais sobre os parâmetros gerais de avaliação da estabilidade, aplicados a quaisquer tipos de produtos – produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes – que são: » Parâmetros Organolépticos – determinam as características de aceitação do produto pelo consumidor em que são avaliados: › Aspecto. › Cor. › Odor. › Sabor. › Sensação ao toque (tato). » Parâmetros Físico-químicos – determinam alterações na formulação, muitas vezes não visíveis, que podem indicar problemas de estabilidade. São sugeridas as avaliações de: › Valor de pH. › Viscosidade. › Teor de água. › Materiais voláteis. › Centrifugação. › Tamanho de partículas. › Granulometria. › Umidade. › Densidade. › Condutividade elétrica. › Teor de ativo, se necessário – Técnicas analíticas quantitativas tais como espectrofotometria, infravermelho, cromatografias e eletroforese podem ser usadas para estas determinações. 91 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III Figura 40. Escala de pH, indicando a faixa de pH da pele. 0 4,2 6,57 9 10 14 Pele Ácido Alcalino Fonte: . Acesso em: 25/4/2019. » Parâmetros Microbiológicos – avaliam se a escolha de conservantes é adequada e a eficácia em termos dos componentes da formulação. Os testes normalmente usados são a contagem microbiana e o teste de desafio do sistema conservante conhecido como challenge test. Figura 41. Exemplo de teste microbiológico. Fonte: . Acesso em: 25/4/2019. A manutenção das características do produto deve considerar a funcionalidade e a segurança do mesmo, de modo a manter os produtos sem alterações quanto ao efeito inicial proposto. Outros aspectos a serem considerados são: » Aspectos Físicos – as propriedades físicas originais devem ser conservadas (aspecto uniforme, odor, cor etc.). » Aspectos Químicos – o teor de ingredientes, a integridade da estrutura química e outros parâmetros devem ser mantidos dentro dos limites especificados. 92 UNIDADE III │ PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES » Aspectos Microbiológicos – as características microbiológicas devem ser conservadas conforme os requisitos especificados. A aprovação de produtos em termos de estabilidade depende de critérios pré-estabelecidos pelo formulador. Normalmente, as amostras são avaliadas em paralelo a uma amostra-padrão, considerada “referência”. Desta forma, os resultados entre o lote avaliado e a referência devem ser similares. Em geral, os critérios considerados são: 1. Aspecto: aspecto inicial do produto deve manter-se o mesmo durante todo o teste, exceto quando submetido a testes de temperaturas altas e/ou baixas. 2. Cor e odor: devem permanecer estáveis por 15 dias de exposição à luz solar. Pequenas alterações são aceitáveis em temperaturas elevadas. 3. Viscosidade: deve estar dentro dos limites definidos pelo formulador, considerando-se que o consumidor final também pode reconhecê-la. 4. Compatibilidade com o material de acondicionamento: deve-se considerar a integridade da embalagem e da formulação, considerando a funcionalidade, o peso e a vedação da embalagem. Ao término do estudo de estabilidade, é necessária a elaboração de um relatório com as seguintes informações: » Identificação do produto. » Material de acondicionamento utilizado no teste. » Condições do estudo (condições de armazenamento das amostras, período do teste e periodicidade das avaliações). » Resultados (poderão ser registrados na forma de tabela relacionando as condições de armazenamento, tempo e periodicidade das análises). » Conclusão (avaliar os resultados obtidos, relatar se o produto foi aprovado ou não, condições em que o teste foi conduzido, e estimar o prazo de validade). » Assinatura do responsável pelo estudo. 93 PRODUÇÃO E ANÁLISE DE PERFUMES │ UNIDADE III Abaixo estão listados os normativos que fundamentam as exigências da estabilidade de produtos cosméticos no Brasil. Consulte sempre que necessário! Resolução 79/2000 – Normas e Procedimentos para Registro de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes e Listas de Corantes Permitidos e de Substâncias de Uso Restrito. Resolução 335/1999 – Normas e Procedimentos para Notificação de Produtos Grau de Risco 1 – Artigo 2o : “O fabricante ou importador deve possuir dados comprobatórios que atestem a qualidade, segurança e eficácia de seus produtos”. Portaria 348/1997 – Manual de Boasbrevemente a importância dos anúncios publicitários nas 9 campanhas de lançamento de perfumes, sua relação direta com a moda e a maneira de despertarem o desejo e a necessidade dos produtos de sucesso. Objetivos » Conhecer a estrutura básica dos perfumes. » Aprender os passos de desenvolvimento de uma fragrância. » Conhecer os tipos de matérias-primas olfativas. » Classificar as famílias olfativas. » Entender as etapas de produção de perfumes em grande escala. » Fundamentar a análise sensorial e sua utilização na perfumaria. » Definir o que são contratipos e conhecer empresas que os fabricam. » Conhecer os contratipos vendidos no mercado brasileiro. » “Formular” alguns perfumes florais (conhecer algumas fórmulas de florais clássicos). » Entender a relação da perfumaria com a moda e seus anúncios publicitários. 10 11 UNIDADE IPRINCÍPIOS DA PERFUMARIA CAPÍTULO 1 História e princípios da perfumaria A história do perfume no mundo Acredita-se que criação do perfume esteja relacionada a atos religiosos, quando os homens faziam oferendas a seus deuses através da queima de madeira, folhas e materiais de origem animal. Esta fumaça, de odor característico, originou a palavra perfume, que veio do Francês parfum, que por sua vez foi retirada do Italiano profumo, e antes, do Latim per fumum – através do fumo, sendo usada a palavra fumo no sentido de fumaça.1 Na história, há diversos relatos da criação e do uso de perfumes. Os mais antigos frascos de perfume noticiados são de 5000 a. C., fabricados na Mesopotâmia e no Egito com alabastro e pedra (RÊGO et al., 2009). Os árabes têm um papel fundamental na história da criação de perfumes. Possuidores de conhecimentos médicos e de higiene avançados para aquela época, criaram métodos para a extração de substâncias odoríferas de animais e plantas. Unguentos passaram a ser produzidos a partir da descoberta de que tais materiais passavam seus odores a óleos e gorduras, após algum tempo de imersão nestes meios. Eram produzidos recipientes específicos chamados de alabastros. Figura 1. Alabastros utilizados de 1300 a 1785 a.C. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 1 “Etimologia de perfume”. Disponível em: . Acesso em: 15/4/2019. 12 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA A crença dos egípcios no uso de perfumes para tornar o espírito e o corpo eternos fazia com que incensos e bálsamos fossem aplicados em corpos durante os rituais religiosos. Os incensos eram obtidos por meio da queima de substâncias odoríferas e os bálsamos e óleos essenciais, geralmente, da maceração e da extração primitiva de flores e raízes. As mulheres egípcias também se perfumavam com óleos para as festas, com incitação ao prazer. O médico e filósofo Avicena (980-1073) descobriu a destilação dos óleos essenciais das rosas e, desta forma, criou a Água de Rosas (século X). Em seguida, há registros da criação da Eau de Toilette, criada para a rainha da Hungria. Conhecida como Água da Rainha da Hungria, este é o primeiro perfume produzido à base de álcool. Os deuses da mitologia grega também estão ligados à história do perfume, uma vez que acreditava-se que, com perfumes, os mortais recebiam a piedade dos Deuses. O perfume teria sido uma criação de Afrodite. Segundo a mitologia, ela – Afrodite – deixou cair uma gota de sangue de um dedo ferido sobre uma rosa. Por sua vez, Eros, Deus do amor, transformou o sangue em perfume, com um beijo na rosa. Os gregos utilizavam plantas aromáticas para tratamento de doenças e também para o prazer. Podemos concluir que, desde os primórdios, os perfumes, aromas e fragrâncias estão correlacionados ao bem-estar, às sensações e aos prazeres. Inicialmente, os odores exalados da fumaça provinda da queima de plantas e animais tinham caracteres religiosos e místicos, em oferenda a deuses. Diversas religiões pelo mundo utilizavam a fumaça em seus altares para a obtenção de seus desejos. Depois, os perfumes ligaram-se ao lado sensorial do prazer e do profano, como ferramenta de sedução na nobreza Europeia. Por conta da dificuldade de se obter e da escassez, os perfumes eram símbolos de status social, sendo ligados aos aristocratas e nobres. Os métodos desenvolvidos para a obtenção dos óleos essenciais necessitavam de muita matéria-prima e o rendimento destes processos era baixíssimo (por exemplo, para se obter 1 litro de óleo de rosas eram necessárias 5000 pétalas!). Os métodos mais comumente utilizados na antiguidade eram a maceração e a enfleurage (desenvolvida no século XVII). 13 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Maceração A extração de óleos essenciais por maceração é talvez a técnica mais antiga de obtenção de óleos. Consiste em macerar a matéria-prima em óleo ou graxa, obtendo uma pomada ou unguento. Essa técnica deu origem a enfleurage, desenvolvida na França, com melhorias na qualidade dos produtos. Figura 2. Roda para Maceração. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Enfleurage Também conhecida como Enfloração, é uma técnica antiga (século XVII) de extração de óleos essenciais de pétalas de flores. As pétalas são colocadas em uma gordura animal, que absorve o óleo odorífero das mesmas. Essas pétalas são substituídas por outras após 24 horas. Este processo se repete até a gordura ficar saturada de óleo, com aspecto de “pomada”. Esta gordura é, então, filtrada e destilada, misturada a um álcool e novamente destilada para obtenção do óleo essencial. Este processo é lento e caro e por isso foi praticamente extinto, porém ele vem sendo reutilizado e adaptado devido à alta qualidade dos óleos assim extraídos. Figura 3. Extração de óleo de lírio por enfleurage. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Muitos séculos depois da origem dos perfumes, Paris tornou-se uma cidade ícone em perfumaria e, há menos de 200 anos, a cidade alemã Colônia especializou-se na produção de águas de colônia (DIAS; SILVA, 1996, p. 3). 14 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA No século XIX a perfumaria tem seu avanço e o uso de fragrâncias tem novas finalidades. O avanço da perfumaria provém do avanço da química, do conhecimento de moléculas, do desenvolvimento dos novos e melhores métodos de extração e do desenvolvimento da química orgânica no campo das sínteses laboratoriais. Foi neste período que a produção das fragrâncias sintéticas, isto é, a produção de moléculas odoríferas em laboratório deu origem à perfumaria moderna. Os estudos e as pesquisas no campo dos aromas naturais e óleos essenciais levaram ao conhecimento das estruturas químicas dos aromas naturais e, consequentemente, proporcionaram a síntese de moléculas odoríferas em laboratório e em escala industrial. Atualmente, apesar de muitos produtos naturais ainda serem indispensáveis na produção de certas fragrâncias conhecidas, os produtos sintéticos apresentam-se cada vez mais promissores na obtenção de fragrâncias idênticas às naturais e de outras fragrâncias totalmente novas. No final do século XX, a perfumaria alinha-se à Indústria Cultural. Paul Poiret (1879 – 1944) foi o primeiro estilista a unir moda e perfumaria. Por meio do uso dos diversos meios de comunicação em massa e das personalidades dos mais variados ramos, um novo conceito foi associado aos perfumes (sem a necessidade inicial de sentir seu próprio odor!). Como aponta Rêgo et al. (2009): Atores, modelos cantores, atletas, qualquer celebridade que se destaque é candidato a ter um perfume com o próprio nome. Antônio Banderas, Britney Spears, David Beckham, Gabriela Sabatini já são grifes de perfumes. “A personalidade da pessoa passa para o perfume”, explica a publicitária Elizabeth Vansan, especializada em marketingPráticas de Fabricação e Roteiro de Inspeção. – Item 12.15: “estudo de estabilidade dos produtos com registros de condições dos testes, resultados, métodos analíticos usados”. Resolução 481/1999 – Parâmetros para Controle Microbiológico de Produtos Cosméticos. Resolução RDC 161/2001 – Lista de Filtros Ultravioleta Permitidos. Resolução RDC 162/2001 – Lista de Conservantes Permitidos. Pareceres Técnicos da Câmara Técnica de Cosméticos – Recomendações Técnicas com requisitos específicos para determinados tipos de produtos ou substâncias. 94 UNIDADE IV PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS CAPÍTULO 1 Contratipos O que são perfumes contratipos? Os contratipos são imitações dos perfumes originais, reproduzindo-os o mais próximo possível em termos de aroma. Na contramão do desenvolvimento dos perfumes, a criação de um contratipo baseia-se na descoberta das matérias-primas (essências) que fazem parte de um perfume original. Com esta informação, fabricam algo muito similar em termos de odor, porém normalmente a quantidade de essências é diminuída em relação ao original, baixando o preço do produto, bem como o seu tempo de duração na pele. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Perfumaria, Higiene e Cosmética (Abiphec), este processo não é ilegal, pois o produto não é vendido como se fosse o original, mas sim como algo similar. Não utilizam nomes nos contratipos, mas números associados aos produtos nacionais e suas referências importadas. Outro fato que barateia o produto contratipo é a embalagem, já que são mais modestas e simples do que as originais. No mercado, os contratipos das seguintes essências importadas são encontrados: Essências contratipo dos perfumes masculinos importados: » Acqua di gio (Giorgio Armani). » After sport (Atkinson) (colônia inglesa). » Alan & delon. » Angel. 95 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV » Azarro tradicional. » Bugari black. » Bulgari tradicional. » Café café. » Carolina herrera tradicional. » Ck one (Calvin Klein). » Dolce & gabanna tradicional. » Drakar noir (Guy Laroche). » Dreams (Versace). » Dune (Cristhian Dior). » Escape (Calvin Klein). » Eternity (Calvin Klein). » Fahrenheit (Cristhian Dior). » Ferrari black. » Ferrari red. » Giorgio Armani tradicional. » Hugo boss número 1. » Jazz (Yves Saint Louren). » Jean Paul Gualtier. » Jopp. » Kouros (Yves Saint Lauren). » Minotaure. » Paco rabane xs. » Polo tradicional. » Polo sport. » Ted Lapidus. 96 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Essências contratipo dos perfumes femininos importados » Acqua di gio (Giorgio Armani). » Allure (Chanel). » Amarige (Givenchy). » Amor amor (Cacharel). » Anais anais (Cacharel). » Angel. » Azarro vivid. » Benetton colors. » Bugari blv. » Carolina Herrera. » Carolina herrera 212 ice. » Chanel 5. » Chanel 19. » Ck be (Calvin Klein). » Dolce & gabanna light blue. » Dune (Cristhian Dior). » Eden (Cacharel). » Eternity (Calvin Klein). » Gabriela sabatini tradicional. » Jean Paul Gualtier. » Ysatis (Givenchy). » J’adore (Cristhian Dior). » Kenzo tradicional. » Lapidus woman (Ted Lapidus). » Le´malle ib2080. » Lou lou (Cacharel). » Miracle (Lancome). 97 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV » Noa (Cacharel). » Opium (Yves Saint Lauren). » Organza (Givenchy). » Paloma Picasso. » Paris (Yves Saint Lauren). » Poison (Cristhian Dior). » Poeme (Lancome). » Polo Rauph Lauren romance. » Samsara (Guerlain). » Tomy tomy (Tomy Highfinger). » Trésor (Lancome). Muitos perfumes nacionais também possuem contratipos de essências à venda no mercado. Veja a seguir. Essências contratipo de perfumes NACIONAIS femininos, masculinos e infantis » Absinto (água de cheiro) (feminino). » Acqua fresca (feminino) (natura). » Biografia (natura) (feminino). » Biografia (natura) (masculino). » Enamorata (feminino) (O Boticário). » Florata (boticario) (feminino). » Giovana baby (feminino). » Hoje (natura) (feminino). » Kaiak (natura) (masculino). » Kaiak (natura) (feminino). » Kriska (natura) (feminino). » Mamãe bebê (natura). » Musk (masculino) (Avon). 98 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS » Musk (feminino) (O Boticário). » Quasar (masculino) (O Boticário). » Sr. N (masculino) (natura). » Styleto (masculino) (O Boticário). » Tabú (avon) (masculino). » Talco pom pom. » Thaty (O Boticário) (feminino). » Uomini (masculino) (O Boticário). Muitas empresas brasileiras produzem e vendem no mercado os seus contratipos. Parys Elysées, Contém 1g, Nuancie, La Rive, Fator 5, THIPOS e Hinode são algumas das empresas que fabricam contratipos de perfumes importados com qualidade alta (algumas com até 90% dos originais). Estes contratipos são vendidos com números ou diferentes nomes em seus rótulos, porém são indicadas as referências de suas fragrâncias em tabelas. Quadro 28. Perfumes masculinos da Hinode e a indicação das referências importadas. Gold 1 = Azzaro Gold 2 = Kouoros Gold 3 = Polo Gold 4 = Dolce & Gabbana Gold 6 = Le Male Gold 17 = Polo Black Gold 18 = Abercrombie Gold 19 = CH 212 for men Gold 28 = 1 Million Gold 29 = Ferrari Black Gold 30 = Polo Blue Gold 31 = Diesel Fuel Gold 32 = Lapidus Gold 42 = Animale for men Gold 43 = Cool water Gold 45 = Joop! Homme Gold 47 = Fahrenheit Gold 53 = Azzaro Silver Black Gold 57 = Fahernheit Summer Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. 99 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 42. Exemplo de embalagem da Hinode – Perfume GOLD 4. (contratipo do Dolce & Gabbana) Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Quadro 29. Perfumes femininos da Hinode e a indicação das referências importadas. Gold 5 = Chanel 5 Gold 8 = dolce & Gabbana Gold 9 = Gabriela Sabatini Gold 10 = Angel Gold 12 = 212 Carolina Herrera Gold 13 = Fantasy Gold 14 = Lady Million Gold 16 = Bombshell Gold 20 = Flower By Kenzo Gold 21 = Hypnose Gold 22 = Very Irrésistible Gold 23 = JPG Classique Gold 24 = J’adore Gold 26 = Angel or Demon Gold 33 = Dior Addict Gold 35 = L’eau D’Issey Gold 37 = Tresor Gold 46 = CH 212 Sexy Gold 51 = Euphoria Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Figura 43. Exemplo de embalagem da Hinode – Perfume GOLD 26. (contratipo do Angel or Demon da Givenchy) Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. 100 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS A empresa Parys Elysees é considerada como a empresa de contratipos de melhor custo benefício, com os produtos de ótima qualidade. Seus perfumes têm nomes próprios e são vendidos como similares a outros perfumes internacionais. Quadro 30. Perfumes Contratipos da Parys Elysees de fragrâncias MASCULINAS e as indicações dos originais. Fragrância Paris Elysées Nome do perfume importado Marca Nyse 212 Carolina herrera Y2k 212 sexy Carolina herrera Adagio Acqua di gio Giorgio armani Adventure Allure sport Chanel Black caviar Armani code Giorgio armani Attimo Azzaro Azzaro No hazar Azzaro Azzaro Black shark Black xs Paco rabanne Klass Chic Carolina herrera Ice Ck one Calvin klein Number one Ck one Calvin klein High water Cool water Davidolf Ovation Cool water Davidolf Euro Couros Yves saint loren Pure caviar Couros Yves saint loren Sporting man Dior homme Dior Dragoon Drakkar noir masculino Guy laroche Identity Eternity Calvin klein Pepper Fahrenheit Dior Vodka extreme Ferrari black Ferrari Hacker Higer Dior Spell Hypnôse Lancôme Monsieur elysees Issey miake Issey miake Man is man La nuit de l’homme Ysl Grey caviar Lapidus Ted lapidus MaxLe male Jean paul galtier Blue lazer Light blue Dolce & gabanna Montecristo Paco rabanne Paco rabanne Omyn Paco rabanne Paco rabanne Handsome Polo Ralph lauren Handsome black Polo black Ralph lauren Handsome black Polo black Ralph lauren Unik for man The one Dolce & gabanna Night life Ysl Yves saint loren Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. 101 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Quadro 31. Perfumes Contratipos da Parys Elysees de fragrâncias FEMININAS e as indicações dos originais. Fragrância Paris Elysées Nome do perfume importado Marca Scent of a woman 212 Sexy woman 212 sexy Triomphe avenue 5th avenue Elizabeth arden Blue feeling Amarige Givenchy Image Amarige Givenchy Amour toujours Amor amor Cacharel Black caviar woman Armani code Giorgio Armani Black purple Black xs Paco rabanne Lass Ch Carolina Herrera Dulce amore Dolce & gabanna Dolce & gabanna Extasia Euphoria Calvin klein It’s life Fantasy Britney spears Bloom Femme individuelle Montblanc Je vs aime Flower by kenzo Kenzo Daniela sabrini Gabriela sabatine Gabriela sabatine Clethra Hypnôse Lancôme I love J’adore Dior I love J’adore Dior Royal flower Laguna Salvador dali Blue lazer Light blue Dolce & gabanna Pink Light blue Dolce & gabanna Petits bisoux Lou lou Cacharel Rouge amor Nina Nina ricci Miss elysées No v Chanel French touch Paris Yves saint loren Destineé Pleasures Lauder Unik The one Dolce & gabanna Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. 102 CAPÍTULO 2 Algumas formulações Diversas fórmulas são encontradas na internet para a produção de perfumes. Algumas serão apresentadas nesta unidade. Quadro 32. Fórmula sugestiva para um Perfume “Chipre” Clássico. Ingredientes Quantidades (partes em volume) Essência de pau-rosa Essência de bergamota Essência de violeta Essência de limão Essência de crisântemo Essência de ylang-ylang Essência de rosa Essência de cravo Acetato de linalila Essência de heliotrópio Solução de musc cetônico a 20% Solução de vanilina a 10 Solução de bálsamo de Tolu Tintura de fava cumaru Tintura de benjoim Álcool inodoro 40 28 10 5 5 5 5 5 5 5 70 50 50 200 80 50 Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. Quadro 33. Fórmula sugestiva para um Perfume “Bouquet de France”. Ingredientes Quantidades (partes em volume) Essência de bergamota Essência de âmbar Essência de rosa Essência de néroli Essência de jasmim Essência de cássia Essência de íris Essência de verbena Essência de lavanda Essência de cravo Essência de cedro Solução de musk ambreta a 20% Solução de vanilina a 10% Tintura de benjoim Álcool inodoro 30 20 15 10 10 10 6 5 5 3 2 60 40 100 300 Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. 103 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Quadro 34. Fórmula sugestiva para um Perfume “Bouquet Classique”. Ingredientes Quantidades (partes em volume) Essência de rosa Essência de néroli Essência de bergamota Essência de cedro Essência de pau-rosa Essência de âmbar Essência de gerânio Solução de musc ambreta a 20% Solução de musk cetônico a 20% Tintura de benjoim Tintura de rosa Tintura de néroli Álcool inodoro 30 20 15 10 10 8 8 30 30 80 50 50 260 Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. Quadro 35. Fórmula sugestiva para um Perfume “Flor de Primavera”. Ingredientes Quantidades (partes em volume) Óleo de rosa Tintura de violeta Tintura cássia Óleo de Bergamota Tintura de âmbar 5 25 25 8 50 Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. 104 CAPÍTULO 3 As notas de famosos perfumes importados Como já estudamos, a estrutura de um perfume é composta por 3 notas, que se volatilizam em diferentes momentos, fazendo com que o perfume tenha diferentes aromas, durabilidade, tempo de percepção, “fixação”, qualidade, atributos etc. Cada nota – nota de saída, nota de corpo e nota de fundo – é formada por uma mistura de inúmeros ingredientes, harmonizados entre si. Abaixo, vamos ver algumas composições dos perfumes mais famosos do mundo, incluindo alguns brasileiros de importância histórica na perfumaria nacional. As notas descritas em cada perfume são as mais características. Nem todos os componentes de cada perfume estão listados, porque as fórmulas são desconhecidas. As notas citadas são as descritas em artigos e fontes de informação, baseados nos aromas identificados por especialistas em perfumes. Para facilitar, os perfumes estão apresentados em pequenas fichas técnicas, com informações históricas, curiosidades, notas principais de sua fragrância, tipo de produto comercializado e foto do produto para ajudar na sua identificação. Figura 44. Informações sobre o perfume Chanel No 5. CHANEL N. 5 Notas Notas » Jasmim » Rosa » Aldeídos Sintéticos » Outros muitos ingredientes Tipo: Eau de Parfum, Eau de Toilette, Eau Premiére. Eau de Toilette notas de sândalo e florais sutis. Eau de Parfum notas cítricas e baunilha. Eau de Premiére reforço nas notas florais. História: É o perfume mais famoso do mundo. Criado em 1921 por Ernest Beaux, após um pedido de Coco Bambu para a criação de um perfume com cheiro de mulher. Tem fragrância floral intensa. Foi o pioneiro no uso de aldeídos sintéticos, fato que mudou o rumo da perfumaria mundial. Fonte:. Acesso em: 29/4/2019. 105 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 45. Informações sobre o perfume N. 4711. N. 4711 Fonte: Notas Notas » Sândalo » Groselha preta » Peônia » Evódia (planta Chinesa associada ao equilíbrio) Tipo: água de Colônia Recentemente ganhou nova edição e é comercializado como colônia, Body Sorbet Lotion e Desodorantes Spray. História: Criada no século 18 na cidade de Colônia (Alemanha), por Wilhelm Muelhens, que morava na casa de N. 4711 e desenvolvia fragrâncias. Famosa por ter poder de cura quando bebida pura ou misturada ao vinho, caiu no gosto de Napoleão Bonaparte em 1810, que fez com que o produto fosse conhecido no mundo todo Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 46. Informações sobre o perfume Acqua Fresca. Acqua Fresca (O Boticário) Notas Notas de saída » Bergamota » Limão » Agulhas de pinho Notas de corpo » Flor de Laranjeira » Jasmim » Lavanda » Alecrim Notas de Fundo » Musgo de carvalho » Cedro » Âmbar » Patchouli Tipo: água de Colônia Também pode ser encontrado nas versões: Loção hidratante perfumada, desodorante Spray e Sabonete perfumado. História: Acqua Fresca é um dos perfumes mais bem-sucedidos da perfumaria brasileira. De fragrância cítrica, lembra o aroma de folhas recém cortadas. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 106 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Figura 47. Informações sobre o perfume Anais Anais. Anais Anais (Cacharel) Notas Notas de saída » Flor de Laranjeira » Verde Notas de corpo » Ylang-Ylang tuberosa » Jacinto » Íris Notas de Fundo » Incenso » Cedro » Âmbar » Sândalo Tipo: Água de ToiletteHistória: Primeiro perfume da marca, lançado em 1978. É um dos perfumes mais marcantes de todos os tempos, de aroma floral intenso. Até hoje, sua fragrância é idêntica à criação. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 48. Informações sobre o perfume Angel. Angel (Thierry Mugler) Notas Notas de saída » Melão » Coco » Laranja » Cassis » Jasmim » Bergamota » Algodão Doce Notas de corpo » Mel » Pêssego » Cereja » Ameixa » Orquídea » Jasmim » Damasco » Lírio » Framboesa » Rosa Notas de Fundo » Cumaru » Patchouli » Almíscar » Âmbar » Baunilha » Chocolate » Caramelo Tipo: Eau de Parfum e Eau de Toilette História: Lançado em 1992, esse perfume marcou a história da perfumaria, por usar pela primeira vez alimentos como ingredientes. Foi o primeiro perfume com toque gourmand. É uma das fragrâncias mais facilmente reconhecidas, com forte aroma doce. Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/beleza/perfumes/confira-historia-e-composicao-dos-20-perfumes-mais-famosos,3 45bde703b07a310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html. Acesso em: 29/4/2019. 107 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 49. Informações sobre o perfume Aromatics Elixir. Aromatics Elixir (Clinique) Notas Notas de saída » Verbena » Sálvia » Camomila » Gerânio » Rosa » Flores brancas Notas de corpo » Ylang-Ylang » Jasmim Notas de Fundo » Incenso » Musgo de carvalho » Almíscar » Patchouli » Vetiver » Sândalo Tipo: Eau de Parfum História: Primeiro perfume da marca, lançado em 1971 por Bernard Chant. É um Chipre marcante, com notas de musgo e floral. Foi lançada versão limitada em 2007 com vaporizador estilo retrô. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 50. Informações sobre o perfume Azzaro Pour Homme. Azzaro Pour Homme Notas Notas de saída » Alcarávia » Íris » Lavanda » Sálvia » Manjericão » Limão » Anis Notas de corpo » Patchouli » Vetiver » Sândalo » Cedro » Cardamomo Notas de Fundo » Couro » Almíscar » Âmbar » Fava » Musgo de Carvalho Tipo: Eau de Parfum História: lançado há 34 anos, ainda é um dos perfumes mais vendidos em todo o mundo. No Brasil, é o masculino campeão de vendas desde 2007, segundo a Puig, detentora da marca. Além do Azzaro pour Homme, há outras três versões, Elixir, L'Eau de Azzaro e Azzaro Night Time. Em todas elas, destaca-se o perfume da fava do cumaru, que batiza uma família olfativa na perfumaria, a Fougère. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 108 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Figura 51. Informações sobre o perfume CK One. CK One (Calvin Klein) Notas Notas de saída » Abacaxi » Verdes » Tangerina » Cardamomo » Limão » Bergamota Notas de corpo » Noz moscada » Violeta » Jasmim » Rosa » Frésia Notas de Fundo » Sândalo » Almíscar » Âmbar » Cedro » Musgo de Carvalho » Chá verde Tipo: Eau de Toilette História: O primeiro unissex da grife, com perfume fresco e cítrico. Lançado em 1994, logo se transformou em sucesso de vendas. É uma das fragrâncias mais copiadas do mundo. Âmbar marca as notas de fundo; chá-verde, as de coração; e bergamota, as de saída. O frasco com vidro leitoso reforçava o frescor e a liberdade de gêneros. As campanhas do perfume também ajudaram a consolidar o sucesso do produto, trazendo jovens em momentos irreverentes, com roupas ajustadas ou seminus, como é marca registrada na história da grife. A empresa transformou o perfume em uma etiqueta, que inclui também jeans e underwear. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 52. Informações sobre o perfume Classique. Classique (Jean Paul Gaultier) Notas Notas de saída » Rosa » Anis Notas de corpo » Flor de Laranjeira » Gengibre Notas de Fundo » Baunilha » Âmbar Tipo: Eau de Parfum, Eau de Toilette História: Lançado 1993, foi criado para ser marcante e reconhecido sem dúvidas. O frasco é um dos mais famosos do mundo, reproduzindo um dorso feminino usando um corpete. O corpo da modelo brasileira Shirley Mallmann serviu de inspiração para o formato do frasco. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 109 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 53. Informações sobre o perfume Armani Eau Pour Homme. Armani Eau Pour Homme Notas Notas de saída » Mandarina » Bergamota » Neroli Notas de corpo » Noz-Moscada » Canela » Lavanda Notas de Fundo » Patchouli » Vetiver » Musgo de carvalho Tipo: Eau de Toilette História: Giorgio Armani: em 1982, o estilista lança um perfume forte, em sintonia com a afirmação das mulheres no mercado de trabalho. O produto acompanhou a proposta de outros, como Poison, da Christian Dior, e o Opium, da Yves Saint Laurent. A fragrância não é mais vendida. A que ainda está no mercado é a primeira fragrância masculina lançada sob a grife do estilista italiano, em 1984. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 54. Informações sobre o perfume Happy Clinique. Happy (Clinique) Notas Notas de saída » Maçã » Ameixa » Bergamota Notas de corpo » Frésia » Lírio » Orquídea Notas de Fundo » Sândalo » Âmbar Tipo: Eau de Toilette História: Happy, Clinique: é o perfume feminino mais vendido da marca. Criado em 1997, tem notas frescas para remeter a uma manhã ensolarada e feliz. Há também uma versão masculina e outra com notas mais amadeiradas, batizada de Happy Heart. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 110 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Figura 55. Informações sobre o perfume Miss Dior. Miss Dior Notas Notas de saída » Gálbano Notas de corpo » Jasmim Sambac Notas de Fundo » Patchouli ou Oriza Tipo: Eau de Toilette História: Miss Dior, Christian Dior: em 1947, o estilista Christian Dior apresentava ao mundo uma nova silhueta que ficou conhecida como New Look e que se transformou em um dos momentos mais importantes da história da moda. No mesmo ano, foi criado o perfume Miss Dior, que se propunha ser uma tradução desse estilo na perfumaria. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 56. Informações sobre o perfume Loulou. Loulou (Cacharel) Notas Notas de saída » Flor de Tiaré Notas de corpo » Ylang-Ylang Notas de Fundo » Cumaru » Incenso Tipo: Eau de Parfum História: Loulou, Cacharel: é uma das fragrâncias mais marcantes de todos os tempos e que fez grande sucesso na década de 1980. Foi lançada em 1987 e traz flor de tiaré, usadas nos colares de boas- vindas no Taiti, nas notas de cabeça; ylang-ylang, no coração; cumaru e incenso nas notas de fundo,resultando num aroma forte, marcante e que gerou fãs incondicionais e também os que o detestam. Loulou é daqueles perfumes que deixam rastros por onde a mulher passa. O frasco azul foi originalmente inspirado na lâmpada mágica de Aladim. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 111 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 57. Informações sobre o perfume Opium. Opium (Yves Saint Laurent) Notas Notas de saída » Cravo » Coentro » Ameixa » Laranja » Pimenta » Jasmim » Manjericão » Bergamota Notas de corpo » Sândalo » Patchouli » Canela » Raiz de lírios » Pêssego » Rosa Notas de Fundo » Labdanum » Bálsamo de Tolu » Sândalo » Âmbar » Vetiver » Incenso » Cedro » Mirra Tipo: Eau de Parfum História: O estilista Yves Saint Laurent posou nu para a campanha do primeiro perfume masculino da sua grife, em 1971. Apesar de a imagem ter atravessado décadas, foi o perfume feminino lançado em 1977 que alcançou status de ícone. Opium é classificada com fragrância oriental apimentada. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 112 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Figura 58. Informações sobre o perfume Poison. Poison (Dior) Notas Notas de saída » Coentro » Ameixa » Bagas Silvestres » Anis » Pau-brasil Notas de corpo » Cravo » Jasmim » Flor de Laranjeira » Tuberosa » Opoponax » Canela » Incenso » Rosa Notas de Fundo » Sândalo » Âmbar » Vetiver » Almíscar » Cedro da Virgínia » Baunilha » Heliotrópio Tipo: Eau de Parfum História: Poison, Christian Dior: a palavra quer dizer veneno em francês, e marca um perfume de fragrância muito marcante, que é citado sempre que perfumes fortes são o assunto. Lançado em 1985, com notas apimentadas, coentro, cereja silvestre, mel de laranja e opponax entre outras. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 59. Informações sobre o perfume Rastro. Rastro (Aparecido Basílio) Notas Notas » Lavanda » Flores Tipo: Colônia e Desodorante Spray História: Rastro: criado em 1965 por Aparício Basílio, foi o primeiro perfume de luxo do Brasil, segundo a especialista em perfumes Renata Ashcar. Estilista e artista plástico que foi também presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Aparício tinha uma loja chamada Rastro, na rua Augusta, que vendia roupas e objetos de decoração. Começou a criar a própria fragrância, que tivesse a mesma qualidade dos produtos importados. O perfume era feito artesanalmente, incluindo o frasco, de vidro, o que gerava longas filas de espera, transformando a marca em símbolo de status, modernidade e elegância. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 113 PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS │ UNIDADE IV Figura 60. Informações sobre o perfume Seiva de Alfazema. Seiva de Alfazema (Phebo) Notas Notas » Extrato de lavanda » Notas amadeiradas » Almíscar Tipo: Colônia História: Seiva de Alfazema: a verdadeira Seiva de Alfazema, fabricada pela Procter & Gamble, foi lançada em 1943, inspirada nos Alpes Suíços. Inicialmente, a colônia era produzida na fábrica de Belém e comercializada em garrafas de meio litro. Em 1960, sua produção foi transferida para a fábrica de São Paulo e sua embalagem adaptada para competir em um mercado de massa. Hoje, 65% de suas vendas ocorrem na Região Nordeste do país. Isso se dá devido à sua credibilidade, cheiro característico e por ser a mais utilizada em oferendas religiosas. A colônia Seiva de Alfazema Extra é feita da flor de alfazema, sendo sua fragrância predominante de lavanda fresca, amadeirada e almiscarada. Fonte: . Acesso em: 29 abr. 2019. Figura 61. Informações sobre o perfume Shiraz. Shiraz (Natura) Notas Notas de saída » Bergamota » Cassis » Mandarina » Pêssego » Ameixa » Sálvia Notas de corpo » Jasmim » Rosa » Noz-moscada » Cravo » Canela » Cardamomo Notas de Fundo » Sândalo » Musgo de carvalho » Cedro » Baunilha » Patchouli Tipo: Perfume História: Shiraz, Natura: lançado em 1993, marcou o desenvolvimento do segmento no Brasil, que data dessa década, segundo a especialista em perfumes Renata Ashcar. Reunia algumas das mais raras essências do mundo e marcou o desenvolvimento da perfumaria brasileira. Sua fragrância é inspirada no Oriente. A fragrância voltou ao portfólio em 2009 quando a Natura completou 40 anos em um projeto especial chamado Oscar Freire (uma homenagem ao início da trajetória da Natura, que começou com uma loja na Rua Oscar Freire). Fonte: . .Acesso em: 29/4/2019. 114 UNIDADE IV │ PERFUMES CONTRATIPOS E PERFUMES IMPORTADOS Figura 62. Informações sobre o perfume Trèsor. Trèsor (Lancôme) Notas Notas de saída » Broto de groselha » Buquê de rosas » Damasco Notas de corpo » Lilás » Pétalas de magnólia Notas de Fundo » Sândalo » Baunilha Tipo: Colônia História: Trèsor, Lancôme: o perfume lançado em 1990 é um dos carro-chefe da empresa francesa de perfumaria e cosméticos. A fragrância que traz nas notas de cabeça brotos de groselha preta, buquê fresco de rosas e de damasco; notas de coração de lilás e pétalas de magnólia; e sândalo e baunilha nas notas de fundo. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. Figura 63. Informações sobre o perfume Diavolo For Men. Diavolo for Men (Antônio Banderas) Notas Notas de saída » Tangerina » Folhas verdes » Bergamota Notas de corpo » Patchouli » Pimenta » Gerânio Notas de Fundo » Couro » Sândalo » Almíscar Tipo: Eau de Toilette História: Perfumes de celebridades: Sophia Loren lançou seu perfume em 1981. E outras personalidades seguiram o mesmo caminho. Mas foi no fim dos anos 1990 que o segmento ganhou corpo. A fragrância apontada por especialistas como uma das que alavancou os perfumes de celebridades foi o Glow, da cantora e atriz Jennifer Lopez, lançado em 2002. Atualmente ela assina 19 perfumes e estima-se que ganhe mais dinheiro com os produtos do que com a carreira de cantora. Para os homens, o ator Antônio Banderas lançou o primeiro perfume em 1997, o Diavolo for Men, com notas verdes refrescantes e couro amadeirado. Em novembro de 2019, o ator lançará a 12ª fragrância. No Brasil, um dos perfumes mais vendidos é o da ex-jogadora argentina de tênis Gabriela Sabatini, criado em 1989. Fonte: . Acesso em: 29/4/2019. 115 UNIDADE VOS PERFUMES E A MODA CAPÍTULO 1 A influência da moda na consagração dos perfumes Os perfumes estão cada vez mais inseridos no universo da moda, onde o contexto cultural ditará a escolha de imagens e conceitos, design dos frascose embalagens e processos produtivos. A moda e sua publicidade determinam como os indivíduos, ou seja, o público consumidor, perceberá o valor do produto – o universo criado pelas marcas das indústrias de perfumes. A publicidade, na indústria da moda, comunica a essência da uma marca através de imagens que moldam os valores, identidades e subjetividades dos consumidores dessas marcas. As subjetividades estão relacionadas à satisfação pessoal dos indivíduos de pertencerem a um grupo. Ao se identificar com a marca (valores que seus produtos trazem como “presentes” ao serem utilizados), a publicidade cria um desejo de compra do produto, o desejo do valor de se obter uma identidade, de se obter o significado simbólico ou “estado de alma” que este produto representa. Como explicam Castilho e Martins (2005), citado por Vieira-Sena (2016): Nos mundos ilusórios criados pela moda, o sujeito entra em conjunção com determinados produtos aos quais são agregados valores subjetivos. São esses, por sua vez, que promovem a satisfação do sujeito em relação à sua identidade construída. O ato da compra acontece quando um consumidor quer poder se reconhecer inserido a um grupo dentro de um contexto aproado por ele. Os perfumes agem, segundo Landowski (2002): como uma força irresistível que se apodera inteiramente do sujeito, ou como involucro transparente que recobre o corpo e parece transfigurá-lo como o faria uma segunda pele, mais perfeita, mais sensível. 116 UNIDADE V │ OS PERFUMES E A MODA Uma vez vestidos com essa pele mais perfeita, temos um indivíduo mais poderoso, de maior auto aceitação, mais seguro e desejado, bem-sucedido, e outras coisas mais que são traduzidas pelo inconsciente do próprio usuário. Seu modo de ser e de estar no meio social são, então, totalmente guiados pela publicidade que o fez comprar ou desejar aquele produto. Desta forma, a publicidade, associada à criação de bons perfumes, é o diferencial entre os perfumes de sucesso e os outros. No estudo de anúncios de perfumes, segundo Vieira-Sena (2016), as escolhas feitas por uma marca em seus anúncios publicitários produzem no público uma disposição para “sentir afeto” a partir da imaginação sobre o que está figurativizado na propaganda do objeto (neste caso, ao frasco do perfume). É de impressionar como as qualidades atribuídas aos perfumes durante a comunicação em um anúncio publicitário são fortes, pois estruturam os valores abstratos que mostram a sociedade atual de forma que não seja necessário sentir a fragrância de um produtos (pois o que é apresentado não são as fragrâncias, mas os valores e sentidos que são nelas investidos com o propósito de conferir a identidade do perfume, da marca e também a identidade de quem os possui). Nas propagandas de perfumes, é bastante comum observar a sensualidade e o desejo de quem os utiliza. Sobre este modo de anúncio, Landowski (2006) afirma que para a publicidade fazer a mediação e instalar o desejo pelo produto é necessário que entre “ela” (por exemplo, uma mulher assistindo a uma propaganda de perfume) e “ele” (pessoa a quem se deseja), o produto anunciado se coloque como um estranho intermediador, resultando na tríade: ela, o produto e o ele (ou, nos casos que serão apresentados abaixo: o feminino, o perfume e o masculino). Assim, o perfume toma o significa de emoção e desejo, sendo o mediador entre os corpos e servindo de fator de união entre eles. Como descrito por Vieira-Sena (2016), nessa mediação, o objeto perfume transfigura-se em algo que substitui ou ainda, que efetiva a presença do outro – o perfume é uma parte do masculino com a qual o feminino se relaciona (quer como espera, ausência sentida, presença carnal, presença projetada etc.). Nos anúncios publicitários de perfumes veem-se cenas narrativas com interlocutores diretos das personagens das publicidades, que se atraem pelo olhar. A maneira intensa como esta comunicação é realizada faz com que o observador (aquele que está assistindo ao anúncio) passe a participar da cena de modo a “sentir junto” o que está sendo apresentado. As sensações despertadas pelos anúncios de perfumes sobre seu público fazem com que os mesmos projetem sobre a marca uma posição social (de possuir tal perfume) e o pertencimento a uma classe social diferenciada. Assim como na moda a personalidade está associada ao jeito de vestir, aqui, esta personalidade associa-se ao jeito de se perfumar e no jeito de ser. 117 Os Perfumes e a Moda │ UNIDADE V Os anúncios publicitários de perfumes mostram o “estado de alma” como objetivo, onde os personagens são humanos com corpos considerados muito bonitos, em um ambiente quase irreal, mágico, poderoso, que cria expectativas de novas possibilidades aos consumidores ao adquirirem o produto. Os estudos sobre anúncios publicitários da moda identificam 4 maneiras de se vestir: 1. Indivíduos que se vestem para si mesmos (subjetal). 2. Indivíduos que se vestem pelos atributos da roupa (objetal). 3. Indivíduos que vestem suas roupas pelos seus fins práticos (pragmático). 4. Indivíduos que se vestem para obter status por meio da roupa (simbólico). Através das mesmas relações que se pode inferir ao corpo vestido e ao corpo perfumado, os perfumes são anunciados de forma similar às roupas. Sendo assim, temos as analogias: 1. Corpo perfumado subjetal: aqui estão dispostos os indivíduos que se perfumam primeiro para si, sentindo prazer nos aromas e nos valores propostos remetidos pelo perfume. O perfume leva o indivíduo ao encontro de si mesmo. Diz-se que, nesta relação, o indivíduo se ajusta ao perfume e o perfume se ajusta ao indivíduo. O indivíduo e o perfume são continuação um do outro – um não anula o outro. A vitalidade do corpo é recuperada na vitalidade do perfume, todas as qualidades de um e de outro são sentidas. Os tipos de perfumes usados por esses sujeitos são de formulação basicamente floral, sintética (aldeídos) e frutal. Como descrito por Vieira-Sena (2016), um exemplo deste tipo de anúncio é visto nos perfumes Chanel No5, Moschino, The one. [...] publicidade de Chanel No 5, na qual a figura feminina está em um encontro com ela mesma e é atualizada pelo perfume, mostrando-se segura e pronta para atuar no mundo; no anúncio do perfume da marca italiana Moschino, no qual vemos uma mulher que se apraz em sentir, cheirar a si própria e que em última instância cheira todo glamour proporcionado pelo perfume; no anúncio do perfume “The one”, em que o sujeito experimenta a si próprio em outra dimensão, a memória. Cavalieri (2010) afirma que o olfato é o sentido que ativa de forma mais rápida e quase incontrolável a nossa memória. O perfume ativa sua memória de forma a levá-la a reviver, reexperienciar um momento único. 118 UNIDADE V │ OS PERFUMES E A MODA Figura 64. Anúncio publicitário do Chanel No 5 em 2009. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. Figura 65. Anúncio publicitário Moschino. Fonte: Vieira-Sena, 2016. Figura 66. Anúncio publicitário da Dolce & Gabbana para o lançamento do perfume The One. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 119 Os Perfumes e a Moda │ UNIDADE V 2. Corpo perfumado objetal: estes indivíduos opõem-se ao corpo perfumado subjetal. Na visão objetal o sujeito tem por base o predomínio do “parecer” feminina ou sedutora para o outro, em oposição ao sujeito subjetal, para o qual a relação consigo mesmo de “ser” ou se sentir da mesma forma era suficiente. Os indivíduos aqui classificados perfumam-se para marcar a sua presença no parecer para o outro, utilizando-se dos atributos oferecidos pelo perfume e sua marca. Os indivíduos são remodelados por aquilo que é proposto pelo perfume. O perfume é o objetode valor e o usuário é visto a partir de repercussões dos valores do perfume pelo simples fato de estar assim perfumado. A fragrância tem um estado secundário e o primário passa a ser “o que” perfuma o indivíduo, ou seja, a marca. Segundo Vieira-Sena (2016). [...] o perfume reconstrói o sujeito que se faz ser admirado por sua aparência olfativa, segundo um domínio do parecer positivado no social. [...]Temos aqui um sujeito em relação de descontinuidade com sua real aparência olfativa. São sujeitos que constroem o parecer pela ação do perfume. Exemplos de publicidade são apresentadas nos perfumes J’adore, Chance, Gucci Guilty e Armani Code. A publicidade do perfume J’adore, mostra o perfume sendo o responsável por tornar a mulher absolutamente feminina – a mulher feminina nasce do perfume. Figura 67. Anúncio publicitário da Dior para o perfume J’adore. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. 120 UNIDADE V │ OS PERFUMES E A MODA Na publicidade de Chance o perfume torna a mulher mais impulsiva, atualizada e capaz de aproveitar as oportunidades que aparecem, inclusive as sexuais. Figura 68. Publicidade da Chanel, perfume Chance. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. Nos anúncios de Gucci Guilty e Armani Code o perfume atualiza as mulheres como sujeitos irresistíveis, extremamente competentes a seduzir, Gucci é culpado pela sedução e Armani dá o código secreto que habilita essa mulher a tomar atitude e dominar a cena da sedução. Figura 69. Anúncio publicitário do perfume Gucci Guilty. Fonte: Vieira-Sena, 2016. 121 Os Perfumes e a Moda │ UNIDADE V Figura 70. Anúncio do perfume Armani Code. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. Os perfumes escolhidos para esta categoria têm intensidade marcante, tais como formulações de floral, frutal e floral oriental intensos. A intensidade dos perfumes encobre qualquer aroma natural do usuário e se diz que o perfume “esconde” o indivíduo. 3. Os pragmáticos estão no mesmo eixo dos indivíduos que perfumam para si, porém com a intensão de serem fins práticos. O perfume está associado ao fator de proteção do corpo de forma a não cheirar mal. que dá a ele possibilidade de se aventurar e ainda assim ter uma aparência olfativa desejável. Indivíduos que buscam a praticidade e a funcionalidade do perfume. O traço da funcionalidade prevalece assim como a relação de continuidade entre o usuário e o perfume. OS perfumes com estas características são os constituídos por notas ozônicas, aquáticas e refrescantes. Nas publicidades de Burberry Sport e Chrome Sport, os indivíduos sentem-se capaz de aproveitar as atividades esportivas, seja no ar ou no mar, em harmonia com os odores que exalam (os perfumes em si). Figura 71. Campanha do perfume Burberry Sport. Fonte: Vieira-Sena, 2016. 122 UNIDADE V │ OS PERFUMES E A MODA Figura 72. Publicidade do perfume Chrome Sport. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. 4. Nesta outra categoria e em oposição aos indivíduos que se perfumam de forma prática, estão aqueles que se perfumam em busca de obter posição social ou status de visibilidade. Aqui estão os indivíduos que se perfumam com o fim simbólico, onde acreditam que o perfume valoriza os consumidores usuário e que se conforma com o simbolismo que o perfume lhes transfere. Segundo Vieira-Sena (2016): A aparência perfumada do sujeito impera sobre a aparência do seu corpo, e é o perfume que faz o sujeito ser para o outro e para si mesmo, subjugado pelo simbólico. O indivíduo quer recobrir-se com o valor agregado ao perfume, mascarar-se com seus atributos, assegurando seu próprio valor e status – o perfume proporciona inserção social. Os perfumes que se enquadram nesta categoria apresentam formulação de base floral ou frutal, e o nome dos perfumes remete às condições simbólicas de status e visibilidade aos usuários. Exemplos são vistos nos perfumes 212 VIP, Lady Million, Parisienne, Infusion D’Iris. O anúncio publicitário do perfume 212 VIP apresenta a promessa de inserir o indivíduo em um mundo “VIP”, de valores exclusivos voltados a poucos – “os merecedores”. Figura 73. Anúncio publicitário do perfume 212 VIP. Fonte: . Acesso em: 28 abr. 2019. 123 Os Perfumes e a Moda │ UNIDADE V O anúncio publicitário de Lady Million apresenta uma mulher em conjunção com os valores de riqueza e poder. Figura 74. Anúncio publicitário do perfume Lady Million do Paco Rabanne. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. A campanha da Parisienne promete transformar qualquer mulher em uma parisiense. Figura 75. Anúncio publicitário do perfume Parisienne. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019 A publicidade de Infusion D’Iris remete o uso do perfume a valores de tradição e sofisticação da marca Prada. Figura 76. Anúncio publicitário do perfume Infusion D’Iris. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. 124 UNIDADE V │ OS PERFUMES E A MODA Os diferentes casos publicitários apresentados acima mostram que a construção dos valores de uma marca propaga-se ao usuário dos perfumes através do olfato, despertando o desejo dos consumidores sobre todos os atributos que a marca lhe oferece por meio de anúncios publicitários em harmonia com as fragrâncias dos perfumes e o impacto de seus frascos. 125 Referências AGUILAR, J. H.; FILHO, C. G. Impacto dos Estímulos Sensoriais na Compra de Perfumes Femininos: a Construção do Brand Equity pelos Sentidos e Emoções. XXXVIII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: . Acesso em: 15/4/2019. ALCÂNTARA, D. Aldeídos: o que são? São Paulo, 2013. Disponível em: . Acesso em: 15/4/2019. AMARAL, A. G.; SANTOS, E. N. F. Análise Sensorial: Testes Discriminativos, Descritivos e Afetivos. 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Fonte: Adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. Quadro 8. Fonte: Adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. Quadro 9. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 10. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 11. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 12. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 13. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 14. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 15. Fonte: http://claudiaroma.blogspot.com/2011/02/formula-da-agua-de- colonia.html>. Acesso em: 6/5/2019. Quadro 16. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 17. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 18. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 19. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 22. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. Quadro 23. Fonte: . Acesso em: 6/5/2019. 137 REFERÊNCIAS Quadro 24. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 25. Fonte: Collaço et al., 2016. Quadro 26. Fonte: Adaptado de Pereira, 2013. Quadro 27. Fonte: Adaptado de Pereira, 2013. Quadro 28. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Quadro 29. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Quadro 30. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. Quadro 31. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. Quadro 32. Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. Quadro 33. Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. Quadro 34. Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. Quadro 35. Fonte: . Acesso em: 20/4/2019. _Hlk7699261 _Hlk11752218 Apresentação Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Introdução Unidade I Princípios da Perfumaria Capítulo 1 História e princípios da perfumaria Capítulo 2 Matérias-primas olfativas naturais e sintéticas Unidade II A Formulação de Perfumes Capítulo 1 Ingredientes básicos Capítulo 2 Etapas do processo da formulação de perfumes Unidade III Produção e Análise de Perfumes Capítulo 1 Processo de produção em escalas maiores Capítulo 2 Análise sensorial de perfumes Capítulo 3 A estabilidade dos perfumes Unidade IV Perfumes Contratipos e Perfumes Importados Capítulo 1 Contratipos Capítulo 2 Algumas formulações Capítulo 3 As notas de famosos perfumes importados Unidade V Os Perfumes e a Moda Capítulo 1 A influência da moda na consagração dos perfumes Referênciasde mercado. A fama funciona como uma publicidade prévia do produto e os atributos que teriam de ser mostrados na campanha já são conhecidos do consumidor, que se identifica com o famoso. Ao longo desta trajetória, o perfume deixa de ser um privilégio da nobre burguesia e torna-se acessível a todos. Perfume continua sendo sinônimo de encanto e sedução. Assim, a história da perfumaria tem seu status atual de uma grande indústria dos cheiros, onde também se encontram intimamente unidos a publicidade, o marketing com suas várias formas de apelo racional e emocional. A história da perfumaria no Brasil Os nativos, antes da descoberta do Brasil, já utilizavam diversos elementos da natureza, tais como plantas, flores, partes de animais e outros materiais como 15 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I matérias-primas aromáticas e adornos de embelezamento. Foi com um cenário de uso das fragrâncias em rituais indígenas religiosos e culturais, bem como em seus asseios pessoais e fins curandeiros que os portugueses se depararam ao entrarem em contato com os nativos. Segundo Gonçalves (2017), os índios tinham o costume de tomar banhos com aromas que serviam também como cura e proteção espiritual, saúde e bem-estar. As cartas de Pedro Vaz Caminha e os relatos portugueses sobre a esplêndida aparência dos nativos afirmam que os índios eram muito limpos, depilados, de uma formosura ímpar e agradável ao olhar do português. Com isso, a herança genética dos povos brasileiros, de influências de brancos, índios e negros instaurou uma forma amistosa do Brasileiro expressar sua relação com os cheiros e norteou a História da perfumaria no país, no qual a fragrância sempre foi mais do que um mero produto de beleza e de perfumação, mas um código de comunicação com as emoções, com o zelo da alma, do corpo e do espírito, de expressar a essência humana do Brasileiro, que é naturalmente de bem-estar, prazer e cultivo da autoestima. Os europeus somente utilizavam as fragrâncias para disfarçar maus odores, já que não tinham o hábito de se banharem constantemente por medo de contrair doenças (somente lavavam as mãos e o rosto, pois pensavam ser suficiente). No entanto, aqui, o hábito dos banhos era frequente e estar limpo e perfumado, tanto fisicamente quanto espiritualmente, era sinônimo de livrar-se das impurezas físicas e espirituais, estando mais próximo da Divindade. Estar limpo, cheiroso, com cabelos brilhantes e dentes brancos era o estilo de vida do nativo brasileiro, que mantém sua cultura de vaidade pessoal até os dias atuais. As índias exalavam aromas inebriantes e sedutores que aguçavam os sentidos dos portugueses e, dessa mistura, acrescentando-se os negros mais tarde, gerou-se uma nação de combinações de etnias. O Brasil, com uma abundância de rios, florestas e espécies naturais sempre teve uma relação muito forte com a água. O clima quente e úmido na região Norte e Nordeste ajudava na questão cultural das populações mais primitivas já desfrutarem de banhos de cheiros. A água de lavanda, valorizada pelo seu frescor, é um legado da cultura do perfume, assim como outras misturas de flores e ervas, óleos naturais de urucum, andiroba, coco, pitanga, entre outros elixires de beleza para pele e cabelo, usados pelos indígenas. Outros aromas foram somados aos brasileiros quando os 16 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA portugueses, durante a exploração das especiarias da Índia, trouxeram para o Brasil outras matérias-primas aromáticas, tais como o cravo e a canela. Assim, formaram-se os “aromas do Brasil”, tão diversificados nas variedades de flores, madeiras, frutos, resinas, raízes, plantas etc. Apesar de toda a fartura de matérias-primas, nem sempre o Brasil teve uma cultura de bons cheiros. No período do Brasil Colonial, as embarcações Portuguesas, muito precárias em higiene, espalhavam doenças e dizimavam a população. Avessos a banhos, instaurou-se um período de mau odor e mau hálito, pela falta de higiene pessoal. Lentamente, os portugueses aderiram à cultura de banhos e ao uso de plantas e flores perfumadas de maneira limitada, pois mantinham os hábitos de pouco asseio europeu por acreditar estarem mais suscetíveis a doenças quando a pele está lavada. No Século XVI, a povoação do país aconteceu em péssimas condições de saneamento, as casas não tinham banheiros, as fezes e urinas de animais estavam por toda a parte e os escravos trazidos para cá estavam maltratados em questão de asseio pessoal. As cidades fediam. A família real instalada no Rio de Janeiro em 1808 (Brasil Imperial) manteve os pobres hábitos europeus de higiene, os poucos banhos, a falta total de saneamento básico (os dejetos humanos eram jogados na rua) e as raras trocas de roupas. Apesar de toda imundice, as famílias nobres e ricas eram as grandes usuárias de perfumes franceses, para encobrir os maus cheiros da falta de higiene de uma pele pouco lavada, coberta de vestimentas pesadas em um local de clima quente e úmido como o nosso. Nos séculos XIX e XX, os avanços fizeram os bons aromas renascerem no Brasil. Como explica Gonçalves (2017), o crescimento da perfumaria está muito relacionado ao crescimento da indústria de higiene pessoal e às influências europeias e americanas com os seus perfumes importados e seus hábitos. Iniciou-se a tomada de medidas de saneamento básico para conter as doenças; o interesse por higiene pessoal cresceu quando os primeiros produtos perfumados locais foram criados; com a criação de casas de banho no Rio de Janeiro, os banhos passaram a ser mais constantes; a sensação de limpeza e o “estar cheiroso” trouxe um bem-estar que passou a ser apreciado. Após o período do império, empreendedores europeus passaram a desenvolver produtos locais ao se alojarem no Rio de Janeiro e em São Paulo. A abolição da escravatura, a diversificação da mão de obra pelos imigrantes europeus, o crescimento das populações burguesas e proletárias e a diminuição das importações pelas políticas aduaneiras incentivando a industrialização local foram fatores decisivos para os investimentos na perfumaria local. 17 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I As empresas Granado, Gessy Lever (atual Unilever), Phebo e Myrta produziram seus primeiros produtos perfumados, voltados à higiene, tais como águas de colônia, loções, talcos e sabonetes e seguiam as boas práticas europeias para produtos de regiões quentes e úmidas como a nossa; os famosos sabonetes franceses e ingleses, como o Pear’s Soap e as águas de colônias italianas eram usados como referência. No século XX, a influência americana e a urbanização crescente apresentaram um cenário próspero em relação à higiene pessoal e aos hábitos de se perfumar, nas classes elitizadas. Os produtos aqui fabricados tinham a mesma qualidade dos importados, eram desejados e bem aceitos. Uma evolução ocorreu ao adicionar boas fragrâncias aos próprios produtos de higiene pessoal, tais como sabonete, loções, desodorantes, brilhantina para os cabelos, pó de arroz etc. Assim, os perfumes podiam até mesmo ser substituídos. Já nesta época, usar bons produtos e perfumes era sinônimo de estar socialmente impecável, ter melhor aceitação e ascensão social. Em relação aos produtos, eram todos de fabricação artesanal, inspirados pelas Boticas e farmácias, assim como ocorria na Itália – prática que foi trazida para cá pelos inúmeros imigrantes italianos. Nos anos 1930 e 1940, alguns produtos desenvolvidos e de grande fama foram: » Colônia de Lavanda Phebo, criada pela farmácia Granado. » Água de Hungria, criada pela Perfumaria Kanitz, de origem Húngara. » Água de Colônia Parisiana, da Perfumaria Myrta. » Água de Cheiro, da Gessy. » Produtos multifuncionais (que limpam e perfumam), tais como os Leites de Colônia e de Rosas. Os sabonetes eram muito valorizados e famosos, tal como o sabonete Gessy, criado pela empresa José Milani & Cia. Em 1960, esta empresa se uniu à Lever(empresa inglesa que já produzia o icônico sabonete Lux), formando o império Gessy Lever. A Granado fabricava o seu tradicional sabonete glicerinado (um clássico até hoje) e a Myrta lançou o Eucalol, muito divulgado na época. A Colgate também competia no mercado de sabonetes com a linha Cashmere Bouquet (criada em 1946) e havia outros concorrentes internacionais – Lifebuoy (década de 1940). Os perfumes importados atingiam somente uma minoria rica e ligada à moda. Os lançamentos da época, voltados às mulheres emancipadas e independentes, eram: 18 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA » No 5 da Chanel. » Shalimar da Guerlain. » Joy da Coty. A era do Rádio e a época de Ouro do Cinema influenciaram mais mulheres a cuidar da sua autoestima e beleza, apresentando-se mais sedutoras como aquelas dos filmes. Perfumes menos florais e mais orientais e chypres foram lançados, impregnados de uma personificação de mulheres fatais. Foi nessa época (ainda anos 1930 e 1940) que as empresas de beleza Lâncome, Helena Rubinstein e Elizabeth Arden se instalariam no Brasil e trouxeram os conceitos internacionais da beleza feminina. Estar limpo e perfumado eram exigências àqueles que queriam ser socialmente aceitos e estarem de acordo com os padrões de beleza e cuidados pessoais da época (impostos pelos americanos e suas propagandas de país bem desenvolvido). Mesmo durante a segunda guerra mundial notava-se a preocupação com a beleza e a autoestima, principalmente por parte das mulheres. Nessa época, os perfumes importados ainda eram para uma minoria (e já provocavam desejos por se associarem a ideia de status, riqueza e poder). Os produtos nacionais que faziam sucesso eram: linha Cashmere Bouquet, a Seiva de Alfazema (lançada em 1943), a Menphis e a Herbíssimo Alfazema. Entre os anos 1930 e 1960, o avanço da perfumaria e do uso de fragrâncias em produtos cosméticos foram impulsionados pelas empresas Johnson & Johnson, L’oréal, Colgate, Avon, Coty, e Christian Gray, que se instalariam no Brasil. Nestes anos também surgiram as grandes casas de fragrâncias IFF, Givaudan e Firmenich. O aumento da industrialização no Brasil nos anos 1950 e a emancipação feminina colocaram as mulheres como as principais consumidoras no mercado de perfumes. Assim, foram criadas as fragrâncias Phebo, Tabu e Atkinsons, que alcançaram grandes posições no mercado. A Avon instalou a sua fábrica em no Brasil em 1970 e revolucionou a indústria de cosméticos e perfumes pelo seu método de vendas diretas, colocando a mulher ativamente no mercado de trabalho, dando força à independência e ao empreendedorismo feminino. Lançou os sucessos Toque de Amor e Topaze. A partir dos anos 1970, após o final da ditadura, as famílias brasileiras começavam a crescer dando espaço para os “cheirinhos de bebê” da Johnson e Johnson, da Procter & Gamble e da Kimberly-Clark. Perfumes clássicos, tais com o Wild Musk da Coty e o Lancaster Argentino da Niasi, foram lançados, assim como as fragrâncias icônicas Chanel no 19 e Yves Saint Laurent Opium, para mulheres sensuais, misteriosas, que enfatizavam o poder feminino. As indústrias Natura e Boticário 19 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I iniciaram as suas operações, seguindo o espírito visionário de seus fundadores, estas gigantes fizeram sucesso. Dos anos 1960 para frente, a perfumaria fina começou a crescer entre a elite paulistana. As fragrâncias Rastro (1965) e Giovanna Baby (1974) foram lançadas e a Natura se estabeleceu na Oscar Freire. Empreendedores como Aparício Basílio da Silva da Rastro relaciona a perfumaria ao “prestígio e moderno (fashion)” pela primeira vez. Algumas das indústrias responsáveis pelo reconhecimento da perfumaria brasileira de qualidade e de inovação são: » Natura criada por Antônio Luiz da Cunha Seabra em 1969 (1969). » Água de Cheiro de Elizabeth Pimenta (1976). » O Boticário criado por Miguel Krigsner (1977). » L’acqua di Fiori de Marlene e Leopoldo Mesquita (1980). Estas empresas, juntamente a outras empresas e empreendedores pequenos da época, movimentaram a produção de fragrâncias com “a cara do Brasil” e fomentaram a indústria local pós-ditadura, mesmo nos anos 1980, período de inflações, falências e recessões. Em meio às dificuldades econômicas, as indústrias conseguiram desenvolver novos produtos e mercados, como fizeram a Natura e o Boticário. A Natura criou o conceito do bem-estar com biodiversidade e sustentabilidade. Fez uma ligação intima entre o ser humano e os princípios ativos extraídos da natureza brasileira. O Boticário, por sua vez, investiu em design e em novas matérias-primas, colocando-se como perfumaria internacional sem se distanciar da essência, da identidade e do frescor dos produtos locais. O perfume Acqua Fresca, lançado em 1979, é o primeiro desta geração, sendo considerado um clássico. O sistema de franquias na distribuição e nas vendas dos perfumes da Água de Cheiro, L’acqua di Fiori e O Boticário auxiliaram na evolução e no sucesso da perfumaria no Brasil por democratizarem as vendas, que até então estavam nas mãos da Mesbla, Sears e Mappin. Neste momento, os perfumes que se destacaram foram: o Absinto, da Água de Cheiro e o Musk Almíscar, da Cabeça Feita. Na década de 1990, a recuperação da economia do nosso país facilitou o crescimento industrial, as importações e a valorização do Real. Com isso, famosos perfumes internacionais se popularizaram no nosso meio, forçando as indústrias nacionais a lançarem novas fragrâncias. A Natura lançou o Shiraz, 20 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Biografia, Kriska e Kaiak. O Boticário lançou Thaty, Floratta e Quasar. L’acqua di Fiori lança o Inizzio e Ozone. A empresa Contém 1g é criada (em 1994) e suas fragrâncias aparecem no mercado. Nos anos 2000, a Natura cria a linha de produtos Ekos, com conceito autossustentável. Novas empresas são criadas, tais como a Jequiti (2006) e a Eudora (2011). Natura e O Boticário estabelecem suas operações internacionais. De acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), em 2009 o market share do Brasil era de 13,6% no mercado mundial de perfumes, crescimento de cerca de 12% em relação a 2008. Atualmente, o Brasil é líder global em perfumaria. A estrutura dos perfumes Os perfumes são produzidos por uma mistura de fragrâncias. Esta mistura não é algo aleatório ou ocasional, mas sim, derivada de um estudo da composição química (moléculas) das matérias-primas odoríferas, bem como da maneira que estes odores afetam a emoção das pessoas, trazendo sensações que possam remeter ao passado, a uma ocasião específica, a uma percepção prazerosa etc. A perfumaria é a arte de juntar o maior número de matérias-primas diferentes de forma harmoniosa de modo a trazer as emoções que se deseja por meio do odor. São muitos os produtos naturais e sintéticos utilizados nas mais diversas formulações de perfumes. A composição de um perfume, estruturalmente falando, é dada pela mistura de fragrâncias de diferentes volatilidades, chamadas notas de um perfume. Um bom perfume é formado por três notas em harmonia entre si, sendo: Nota de saída ou cabeça do perfume A nota de saída (ou também conhecida como cabeça de um perfume) representa 15% a 20% da composição do perfume. Esta nota é composta pelas substâncias mais voláteis da mistura e é responsável pelos primeiros odores da fragrância, sentidos logo que aplicamos um perfume, abrimos um amaciante ou um produto de limpeza etc. O odor desta nota (isto é, a volatilidade dos componentes desta nota) tem uma duração de aproximadamente 30 minutos. 21 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Nota de corpo ou coração do perfume A nota de corpo (chamada também de corpo do perfume) corresponde a 50% – 60% da composição da fragrância. Seu odor é sentido após a nota de saída ter se volatilizado completamente. Esta nota define a personalidade do perfume e o seu sucesso,pois tem duração de até 8 horas (tempo do processo de volatilização dos seus componentes), fazendo uma ligação com a nota de fundo. Nota de fundo ou base do perfume A nota de fundo (ou base do perfume) representa de 20% a 30% da composição da fragrância. É composta por notas pesadas, pelos componentes menos voláteis da mistura. Sua fragrância permanece na região aplicada por horas. Esta nota é chamada de “fixador” do perfume. Diferentes nomes estão associados às notas, devido aos odores e sensações que elas remetem. Na figura da pirâmide olfativa abaixo podemos observar algumas nomenclaturas das fragrâncias utilizadas em cada nota. Figura 4. Notas de um perfume e nomenclaturas. CÍTRICO NOVO FRESCOR AROMÁTICO VERDE ALDEÍDO FLORAL FRUTAL MARINHO ESPECIADO AMADEIRADO FOUGÈRE POLVOROSO ORIENTAL GOURMAND AMBAR CHIPRE COURO MUSK Notas de Saída Notas de Corpo Notas de Fundo Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 22 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Para melhor entender as diferentes volatilidades entre as moléculas odoríferas e os seus usos nas referentes notas de saída, corpo e fundo de um perfume, observe a figura abaixo. Figura 5. Comparação de volatilidade entre os grupos de fragrâncias e as divisões de usos nas notas de perfumes. Nota Superior Nota Intermediária Nota De Fundo C Í T R I C A L A V A N D A E R V A S A L D E Í D I C A V E R D E F R U T A S F L O R A L E S P E C I A R I A M A D E I R A C O U R O A N I M A L A L M Í S C A R Â M B A R B A U N I L H A Tempo de volatilidade VO LA TI LI D AD E Volatilidade Das Classes de Fragrâncias Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Tipos de perfumes A intensidade de um perfume é determinada pela quantidade de essências na sua composição. As essências são os componentes odoríferos, que combinados ditarão as notas do perfume. Elas são também os componentes mais caros da fórmula e, portanto, determinarão o preço do produto. Diferentes quantidades de essências em um perfume resultam nos diferentes produtos classificados como na figura abaixo. 23 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Figura 6. Tipos de perfumes ordenados pela quantidade de óleo essencial em sua composição. “Eua de cologne” A base perfumada é simplificada e as notas de cabeça são acentuadas, o que dá uma sensação de maior frescor. Neste caso, a concentração é de 3 a 5%. Duração na pele: efêmero. Ideal após o banho. “Eau de Toilette” A base perfumada é modificada para ressaltar as notas frescas e sua concentração pode variar de 5 a 10%. Duração na pele: 4 a 6 horas. “Eau de Parfum” Permite um perfumar mais sutil e marcante ao mesmo tempo. A base perfumada é ligeiramente modificada e sua concentração se situa entre 10 e 15% de óleos essenciais. Duração na pele: 6 a 8 horas. Parfums Produtos mais envolventes da linha, os mais nobres e de maior valor, com concentração de óleos essenciais entre 15% e 20%. A duração estimada deste produto na pele é de 12h a 20h. Extraits produtos com quantidade de essências entre 20% e 40%. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. 24 CAPÍTULO 2 Matérias-primas olfativas naturais e sintéticas As matérias-primas naturais Os aromas naturais podem ser de origem animal ou vegetal. Pode parecer estranho, mas há séculos, os aromas animais são utilizados na composição das essências de perfumes. Por serem substâncias de baixa volatilidade e de odores fortes, estas essências são utilizadas como fixadores em perfumes, completando a fragrância principal. Veja abaixo aromas animais bastante conhecidos (ASHCAR, 2001): » Musk ou Almíscar – a palavra almíscar vem do sânscrito muská, que significa “testículo”. É desta glândula do veado almiscarado macho (Moschus moschiferus) que se obtém o produto almíscar, de odor peculiar e grande valor agregado. O cheiro desta substância, após 48 horas, passa de um odor animal para um odor bom, quente, sensual e doce (assim descrito por perfumistas). Figura 7. Cervo Almiscarado. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. » Civette (algália) – secreção retirada de uma glândula genital do gato selvagem. Figura 8. Civeta Africana. 25 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. » Âmbar gris – excreção sólida e agregada, excreto do estômago (“vômito”) da baleia cachalote, encontrada flutuando nos mares ou depositado nas praias. Figura 9. Ambergris. Crédito da Foto: K De Lapp of The Rising Phoenix Group Photo of Ambergris on the Beach Bahamas. Fonte . Acesso em: 28/4/2019. » Castóreo – secreção retirada de glândulas internas de gordura para proteção da pele do castor. Figura 10. Castor. Fonte: . Acesso em: 28/4/2019. A extração destas secreções envolve remoção cirúrgica das glândulas e morte destes animais. Grupos ativistas, consumidores simpatizantes, as agências reguladoras tais como a IFRA (Associação Internacional de Fragrâncias) ou ABIFRA no Brasil e o desenvolvimento da tecnologia na química com os anos agiram (e agem) para a substituição de 100% destes produtos naturais pelos equivalentes sintéticos, de maneira segura ao consumidor. As fragrâncias naturais de origem vegetal são providas de diferentes fontes, tais como: 26 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA » Fragrância floral óleos obtidos de flores (rosa, jasmim etc.). » Fragrância verde óleos extraídos de árvores e arbustos (pinho, cânfora etc.). » Fragrância animal óleos de origem animal (castóreo, almíscar etc.). » Fragrância amadeirada óleos de raízes e casca de árvores (cedro, sândalo etc.). O quadro a seguir apresenta a algumas matérias-primas vegetais, segundo a origem de sua extração. Quadro 1. Matérias-primas naturais de acordo com a origem da extração de sua fragrância. Origem Nome em português Nome Botânico Origem Nome em português Nome Botânico FLORES BOGARI Jasminun sambac ESPECIARIAS, CONDIMENTOS E ERVAS ALECRIM Rosmarinus officialis CALÊNDULA Calendula officinalis ANIS Pimpinella ansium FLOR DE LARANJEIRA (Neroli) Citrus aurantium amara BAUNILHA Vanilla planifólia FRÉSIA Freesia odorata CANELA-DA-CHINA Cinammomum cassia GARDÊNIA (Jasmin-do- cabo) Gardenia jasminoides CANELA-DO-CEILÃO Cinammomum ceylanicum GERÂNIO Pelargonium graveolens CITRONELA Cymbopogon nardus ÍRIS Iris germanica COMINHO Cuminum cyminum JACINTO Hyacinthus orientalis CRAVO-DA-ÍNDIA Eugenia caryophillata JASMIM Jasminum grandiflorum ou officinale ENDRO Anethum graveolens JASMIM-DO-IMPERADOR Osmanthus fragrans ERVA-CIDREIRA Cymbopogon citratus JUNQUILHO Narcissus jonquilla ESTRAGÃO Artemisia dracunculus LAVANDA Lavandula Officinalis, Lavandula vera LOURO Laurus nobilis LILÁS Syringa vulgaris MANJERICÃO Ocimum basilicum LÍRIO Lilium candidum MANJERONA Majorana hortensis LÍRIO-DO-VALE Convallaria Majalis MENTA Mentha spicata, piperita MADRESSILVA Lonicera caprifolium NOZ-MOSCADA Myristica fragrans MIMOSA Acacia decurrens ORÉGANO Origanum vulgare NARCISO Narcissus poeticus PIMENTA Piper nigrum ROSA Rosa centifolia, Rosa damascena SÁLVIA ESCLAREA Salvia sclarea TUBEROSA Polianthes tuberosa TOMILHOThymus vulgaris, Thymus serpyllum VIOLETA Viola odorata VERBENA Lippia citriodora ILANGUE-ILANGE Cananga odorata ZIMBO JUNÍPERO Juniperus communis 27 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Origem Nome em português Nome Botânico Origem Nome em português Nome Botânico RAÍZES E RIZOMAS GENGIBRE Zingiber officinalis FRUTAS ABACAXI Ananas comosus ou sativus ÍRIS Iris pallida, Iris florentina AMEIXA Prunus domestica VALERIANA Valeriana officinalis AMÊNDOA AMARGA Prunus amara VETIVER Vetiveria zizanoides AMÊNDOA DOCE Prunus dulcis FOLHAS E CAULES CÁLAMO Aconis calamus BERGAMOTA/ TANGERINA Citrus bergamia CIPRESTE Cypressus sempervirens CEREJA SILVESTRE Prunus cerasus EUCALIPTO Eucalyptus globulus COCO Cocos nucifera FIGO Ficus carica DAMASCO Prunus americana FOLHA D ECEDRO Thuja occidentalis LARANJA AMARGA Citrus aurantium amara GERÂNIO Pelargonium graveolens LARANJA DOCE Citrus aurantium dulcis MURTA Myrthus communis LARANJA PÊRA Citrus aurantium PATCHULI Pogostemon cabin LIMÃO Citrus aurantifolia PETITGRAIN Citrus aurantium amara MANGA Mangifera indica TABACO Nicotina tabacum MEXERICA Citrus reticulata VIOLETA Viola odorata PEÊSSEGO Prunus pérsica MUSGOS, MADEIRA E CASCA DE ÁRVORES CABREÚVA Myrocarpus froridosus TORANJA (Pomelo) Citrus decumana ou paradisi CEDRO Juniperus virginiana RESINAS, GOMAS E BÁLSAMOS BENJOIN Styrax tonkinensis MUSGO Evenia furfuracea ESTORAQUE Liquidambar orientalis MUSGO DE CARVALHO Evernia prunastri GÁLBANO Ferula galbaniflua PAU-ROSA Aniba roseadora INCENSO/OLÍBANO Boswellia carterii PAU-SANTO (Guaiaco) Bulnesia sarmienti LABDANUM Cistus ladaniferus PINHO Pinus sylvestris MIRRA Commiphora myrrha SÂNDALO Santalum álbum OPOPÂNACE Commiphora erythaea SEMENTES E GRÃOS CARDAMOMO Elletaria cardamomum TEREBINTINA Pinus palustres COMINHO Cuminum cyminum COENTRO Coriandrum sativum FAVA-TONGA Dipteryx odorata FENO-GREGO Trigonella foenum graecum Fonte: adaptada de Ashcar, 2001. As matérias-primas sintéticas A produção das fragrâncias sintéticas, isto é, a produção de moléculas odoríferas em laboratório, iniciou-se por volta do final do século XIX, dando origem a perfumaria moderna. Os estudos e as pesquisas no campo dos aromas naturais e óleos essenciais levaram ao conhecimento das estruturas químicas dos aromas naturais e consequentemente proporcionaram a síntese de moléculas odoríferas em laboratório e em escala industrial. Apesar de muitos produtos naturais ainda serem indispensáveis na produção de certas fragrâncias conhecidas, os produtos sintéticos apresentam-se cada vez mais 28 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA promissores na obtenção de fragrâncias idênticas às naturais e de outras fragrâncias totalmente novas. As chamadas fragrâncias sintéticas são consideradas um marco na história da perfumaria, pois apresentarem diversas vantagens em relação aos extratos vegetais ou animais: » Os materiais sintéticos quase sempre são mais baratos de serem produzidos, em comparação com as matérias-primas naturais. » Por serem mais baratos, possibilitam o uso em uma gama maior de produtos – desde a perfumaria fina (perfumes e colônias), cosméticos, artigos de higiene pessoal até os mais variados produtos de limpeza. » As reações de produção de fragrâncias em laboratório são controladas de modo a terem sempre a maior eficiência possível do processo de síntese. Sendo assim, maiores rendimentos são obtidos, diminuindo o preço do produto. » A pureza das substâncias sintéticas também é, muitas vezes, maior em comparação aos óleos essenciais, sendo necessária uma menor quantidade da matéria-prima para conseguir o mesmo odor. » Também é possível fazer moléculas sintéticas mais estáveis do ponto de vista químico, que não se degradam em meios oxidantes, ácidos e básicos. Isto permite sua utilização em um maior número de produtos. » A não degradação das moléculas (devido a sua maior estabilidade, conforme comentado acima) permite um maior controle de qualidade em termos de odor, coloração, estabilidade do produto, entre outras. » Para moléculas sintéticas mais reativas ainda há a possibilidade de aumentar a vida útil e a validade dos produtos ao estabilizá-las pela adição de agentes estabilizantes, conservantes, fotoprotetores, antioxidantes, filtros UV, entre outros. » A produção sintética das fragrâncias auxilia muito na preservação de certas espécies animais e vegetais devido à extração desmedida dos seus óleos essenciais. Abaixo, seguem estruturas de fragrâncias sintéticas utilizadas na perfumaria em substituição do odor naturas 29 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Ambergris, derivado de excreto de baleias cachalotes, como apresentado no início deste módulo. Algumas fragrâncias são classificadas como semissintéticas. As moléculas de fragrâncias consideradas semissintéticas são obtidas em laboratório, utilizando-se como materiais de partidas algumas matérias-primas naturais. Estas matérias primas são quimicamente modificadas, resultando em produtos mais próximos aos naturais, reduzindo a toxicidade e mantendo parte de suas propriedades. As fragrâncias sintéticas, por sua vez, são obtidas a partir de reações químicas, utilizando como materiais de partida somente produtos químicos (não são utilizados extratos naturais). São diversos os aromas sintéticos utilizados em cosméticos e perfumes pela indústria moderna. Considerando os Almíscares mais utilizados, temos: Nitroalmíscar Como aprendemos, o almíscar natural é retirado de uma glândula do veado almiscarado, incentivando a caça e a iminência da extinção destes animais. Com o aumento da procura deste produto e as leis de proteção aos animais, estudos foram desenvolvidos para a obtenção de musk sintético. Em 1888, o químico alemão Albert Baur descobriu acidentalmente o primeiro almíscar sintético enquanto procurava maneiras mais eficientes de produção de trinitrotolueno (TNT). O produto era o simtrinitro-butil tolueno, um produto nitrogenado resultante da condensação do tolueno com brometo de isobutila em meio a cloreto de alumínio. Este foi o primeiro almíscar sintético utilizado em perfumes, substituindo o almíscar natural, porém seu uso foi proibido devido a sua toxicidade e instabilidade (MARTINS, 2014). Segundo Sergei (2014), Albert Baur ainda criou o Cetona Almíscar, o Xylene Almíscar e o Ambrette de Almíscar. A Givaudan criou o Almíscar Tibetene, o Almíscar Alpha e o Moskene. Cetona Almíscar A Cetona Almíscar foi usada no Chanel no 5, construindo o imenso sucesso desta fragrância. 30 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Figura 11. Estrutura da cetona almíscar e imagem do perfume Chanel no 5. Cetona Almíscar Perfume Chanel nº5 Fonte: . Acesso em: 5/4/2019. Xylene Almíscar O Xylene Almíscar, mais barato e com um odor mais “duro” que a cetona almíscar, foi bastante usado em produtos de higiene e limpeza. Ambrette Almíscar O Ambrette de Almíscar tinha uma nota floral de frésia no seu odor, diferentemente dos outros nitroalmíscar. Moskene O Moskene, criado pela Givaudan, também é um nitro composto com odor almíscar e assim como todos os outros nitromusks (ou nitroalmíscar), teve seu uso banido em 1970. Esta classe de produtos nitrogenados apresenta alta toxicidade, atingindo o nosso sistema neurológico, e também são instáveis à luz, alterando a cor dos perfumes que os contém. Almíscar Policíclico Com todo o sucesso do odor almíscar na perfumaria, os estudos continuaram no sentido de encontrar novas opções sintéticas para a utilização em perfumes. De acordo com Borisov (2014), Heinrich Walbaum descobriu que o odor natural extraído do animal Almíscar Tonkin era de uma cetona. Dando-lhe o nome de Muscona, Heinrich estabeleceu a fórmula empírica desta molécula. 31 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Entre 1922-1926, o professor Leopold Ruzicka descobriu a estrutura químicado Muscona, uma cetona com um grande anel de 15 átomos de carbono. Este trabalho lhe conferiu o Prêmio Nobel da Química em 1939, pela contribuição no campo de estudo de cetonas macrocíclicas e a busca de novas estruturas similares com odores sintéticos parecidos aos naturais. Além da muscona, outras moléculas policíclicas de odor almíscar foram produzidas em laboratório, como, por exemplo: Galaxolídeo Descoberta em 1965, foi utilizada em amaciantes de roupas. Produto descontinuado nos anos 1990 por não ser biodegradável. Exaltolídeo, ou 15-ciclopentadecanolida Lactona macrocíclica com odor muito semelhante ao composto natural, biodegradável. Ambretolida Lactona encontrada nas sementes da planta Ambretta. É importante ressaltar que o ambrette encontrado na planta não tem similaridade química com a Cetona de Ambrette acima estudada, que é da classe do nitroalmíscar, banida por sua toxicidade. Globanona, Velviona, Cosmona, Muscenona, Nivanolina e Globalida são outras moléculas policíclicas com aroma almíscar utilizadas na perfumaria. Para saber mais, acesse: . Almíscar Alicíclico Outras moléculas alicíclicas, ou com grande parte linear, foram descobertas. Exemplos são o Appelide, o Serenolide, o Sylkolide (nota de cabeça almiscarada), o Helvetolide, criado em 1990 tinha cheiro almiscarado frutado com amoras e o Romandolide, criado em 2000, de odor almiscarado fresco com tons de cânfora. Veja abaixo as estruturas químicas do Helvetolide e do Romandolide. Observe a similaridade das moléculas. A síntese destes produtos em laboratório, que resultará em uma ou outra molécula como produto, é um belo exemplo da importância da química orgânica para o mundo. 32 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Figura 12. Estruturas do helvetolide e romandolide. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Almíscar Branco Almíscar branco é a mistura de almíscares policíclicos e alicíclicos, resultando em uma fragrância de algodão fresco, linho, pura e com ar de limpeza. Segundo Borisov (2014), o perfume Empório Armani White for Her foi o pioneiro na criação do almíscar branco, em 2001. Ele era uma mistura do almíscar linear Helvetolide e do almíscar macrocíclico Habanolide. Outros exemplos de almíscar branco são: Cologne Thierry Mugler (2002) e Glow J. Lo (2002). Figura 13. Fragrâncias que utilizam o almíscar branco em sua composição. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Outras fragrâncias sintéticas muito utilizadas Além dos compostos sintéticos de odor almíscar, muitos outros são utilizados com frequência em cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, aromatizantes entre outros. A seguir vamos listar alguns deles, detalhando a sua importância para que você possa conhecer, compreender e associar a química dos odores. 33 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I » Cumarina (ou benzo-a-pirona): possuei odor de baunilha e é muito utilizada como aromatizante e nota de fundo de perfumes. » Heliotropina (ou piperonal): é uma derivada artificial do óleo de sassafrás, usado há décadas para aromatizar perfumes. Usada tanto para produzir um aroma de cereja nos florais frutados como para dar um toque quente e sensual a fragrâncias orientais. » Vanilina: este sintético é de grande sucesso, pois substitui o óleo essencial de baunilha, caro e de difícil extração. De aspecto quente, ambarado e doce, possibilitou o aparecimento do gênero oriental de perfumes opulentos com grande fixação (BARROS, 2015). » Quinolinas: foram criadas para conferir odores animalescos e de couro aos perfumes. » Iononas: de odor próximo ao da violeta, são responsáveis pelos traços frescos, frutados, amadeirados e atalcados das fragrâncias. Lembram as notas íris e lilás. » Evernyl: possui o cheiro de grama úmida após a chuva. O evernyl tenta reproduzir esse odor suave e amadeirado, porém este composto sintético pode causar dermatite de contato e por isso não é muito usado (BARROS, 2015). » Salicilatos: dependendo do tipo, podem proporcionar odores florais, herbáceos, adocicados e canforados. » Aldeídos: em termos odoríferos, são revolucionários, com cheiro distante dos odores naturais, mas ainda assim bastante agradáveis. Os aldeídos trazem vida às notas delicadas nos perfumes. Foram utilizados no famoso perfume Chanel no. 5 os aldeídos C10, C11 e C12, conferindo- lhe parte do sucesso de sua existência. Segundo Alcântara (2013), os odores dos aldeídos podem ser florais (como a impressão de brisas frescas e flores como jasmim, rosa, íris e lírio do vale), frutados ou cítricos (em sabonetes dão a sensação do frescor do limão). Aldeídos florais verdes trazem sensações de aromas do ar livre. O resultado é uma fragrância com o cheiro da grama verde e de plantas. Ainda há os aldeídos amadeirados, com aromas de cedro, patchouli, carvalho e outros tons de madeira que sugerem calor. Os aldeídos mais utilizados na produção de perfumes estão apresentados abaixo. 34 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Aldeídos C7 – possuem odor herbáceo verde. Figura 14. Exemplo de aldeído C7. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeídos C8 – também é chamado de octanal, possui odor de laranja. Figura 15. Exemplo de aldeído C8. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeídos C9 – possuem odor de rosas. Figura 16. Exemplo de aldeído C9. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeídos C10 – também são chamados de decanal, possuem odor de casca de laranja, enquanto o citral possui odor de limão. Figura 17. Exemplo de aldeído C10. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeídos C11 – nome IUPAC undecanal, existente no óleo das folhas de coentro, responsabilizando-se por este odor característico. 35 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Figura 18. Exemplo de aldeído C11. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeído C12 – possui odor de lilás ou violetas. Figura 19. Exemplo de aldeído C12. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeído C13 – possui odor da cerosa, com tom grapefruit. Figura 20. Exemplo de aldeído C13. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. Aldeído C14 – lembra o odor da pele de pêssego. Também conhecido como Gamma undecalactona possui um cheiro frutado de pêssego ou damasco, conferindo assim as notas frutadas aos perfumes. Figura 21. Exemplo de aldeído C14. Fonte: . Acesso em: 26/4/2019. » Hidroxicitronelal: possui odor característico de lírio-de-vale. Ao ser combinado com aldeídos, cria-se um aroma de radiante buquê de flores. O cheiro remete às energizantes manhãs frescas da primavera e tem um tom romântico. 36 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA » Ambroxan: fragrância sintética de grande sucesso. Seu cheiro está presente em produtos de limpeza e aromatizadores de ambiente. Foi inicialmente sintetizado como substituinte do âmbar gris (caríssimo produto natural extraído do excreto de baleias). Sua síntese pode ser feita por diferentes precursores. » Dihidromircenol: utilizado em perfumes masculinos, confere a sensação de frescor e limpeza e odor de lavanda, cítrico, cedro, cumarina e musgo de carvalho. Este composto está presente nas fragrâncias sport. » Hedione: conhecido como o componente afrodisíaco da perfumaria. Confere o odor radiante da flor do jasmim. É considerado um transportador de aroma para os cítricos. Graças a ele, Edmond Roudnitska criouo primeiro perfume cítrico potente da história – Eau Sauvage. (BARROS, 2015) Figura 22. Estrutura do hedione, usado no perfume Eau Sauvage da Dior. Fontes: e . Acesso em: 4/4/2019. » Etil maltol: este componente tem um odor de caramelo com nuances de frutas vermelhas e remete à infância. Thierry Mugler foi o pioneiro no uso. A princípio, fragrâncias deste tipo foram rejeitadas na perfumaria, porém hoje em dia são febre e são conhecidas como gourmands. Figura 23. Estrutura do etil maltol, usado em diversos perfumes da classe gourmands. Fonte: e https://www.punmiris.com/himg/o.48479.jpg>. Acesso em: 4/4/2019. 37 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I » Iso E Super: esta é a molécula que mais aparece nas fragrâncias modernas. É definida como nota quente, seca e confortável, remetendo a cedro. Apesar de ter um cheiro suave, ela é versátil, densa e bastante agradável. Muito utilizada em fragrâncias masculinas e considerada um feromônio. Também é utilizada em produtos de higiene pessoal e de limpeza. Figura 24. Estrutura do Iso E Super. Fonte: . Acesso em: 4/4/2019. De acordo com Yudov (2016), em 1973, John B. Hall e James M. Sanders, da empresa América International Flavors & Fragrances deram o nome de Isocyclemone E a um novo composto químico descoberto. O aprimoramento deste composto resultou no atual Iso E Super. O sucesso deste composto veio com o lançamento do Christian Dior Fahrenheit, um perfume masculino revolucionário, sem referências aos aromas dos anos 1970 e 1980. Neste perfume, altas doses de Iso E Super foram utilizadas, sendo o principal ingrediente ativo da fragrância. » Cashmeran: com aroma de madeira de caxemira (árvore que não existe), esta molécula foi sintetizada por John Hall, o mesmo químico que sintetizou a Iso E Super. A Cashmeran é considerada um musk policíclico, pois possui estrutura muito próxima ao galaxolide – musk mais popular. Considerando seu cheiro, ela é mais amadeirada do que almíscar. Seu odor é complexo, remete ao odor da pele banhada ao sol, com efeito salino e animálico, mas também apresenta notas frutada, chipre, balsâmica e resinada. Por ser insolúvel em água, este componente é utilizado também em cosméticos, produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza. Algumas outras substâncias têm estruturas similares a da cashmeran, com diferenças nas nuances dos odores. São elas: » Nebulone – odor mais almiscarado que a cashmeran. » Trisamber ou furano amadeirado – com odor mais amadeirado e ambarado. 38 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA » Amber Xtreme – utilizado no Paco Rabanne Invictus. » Calone: o calone foi o precursor de uma família de compostos com aromas aquáticos. Criado por químicos da Pfizer, enquanto pesquisavam benzodiazepinas como tranquilizantes, sintetizando e vendendo o diazepam benzodiazepina com nome comercial Vallium. O Calone, ou melhor, o metil benzodiazepina tinha um forte cheiro de melancia. Ao terminar sua patente, começou a ser utilizado por em perfumes com tendências a odores aquáticos, e agora ele é conhecido por Aquamore, Watermelon, Ketone, Ozonor e Calone. O Calone foi o único da sua família odorífera por um bom tempo, porém pesquisas no campo da química das fragrâncias resultaram na descoberta de outras moléculas de odores mais potentes. O Transluzone foi o primeiro composto a ser descoberto após o Calone, com odor mais floral e menos marinho. Pode ser encontrado em Replica – Beach Walk e no Biotherm Eau Ocean. O Cascalone e o Aldolone, com odor ozônico, mais intenso que o Calone, e sem a parte desagradável deste último, que remete a ostras, foram sintetizados pela Firmenich. O Azurone, criado pela Givaudan, é mais forte que o Calone. Seu uso é encontrado nas fragrâncias Secretions Magnifiques e Oscar Marine Spirit, em quantidades bem pequenas – 0,025% e 0,06% respectivamente, porém com efeitos únicos e marcantes nestas fragrâncias. Figura 25. Estrutura do Calone 1951 e similares. Fonte . Acesso em: 4/4/2019. 39 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I » Damasconas: com um cheiro de rosa e damasco misturados, foram usadas nos anos 80 para criar um efeito de floral à base de rosas com um lado frutado. Um exemplo de fragrância famosa com grande quantidade de damasconas é Paris, referindo-se a um buquê de rosas. Hoje as damasconas estão em desuso pela descoberta de sua foto-sensibilidade. Muitos outros compostos sintéticos comuns na perfumaria são: » Adoxal (floral fresco). » Fructone (polpa de fruta). » Isobutavan (frutado vanílico). » Linalool (picante fresco). » Amilo alilo glicolato (picante frutado). » Melonal (melão/pepino). » Floralozone (aquático floral). » Rhubofix (ruibarbo). » Stemone (folhas/figo). » Acetato de vetiveryl (vetiver). » Helional (feno). » Saffraleine (couro suave). » Castoreum (couro oleoso). » Kephalis (tabaco ambarado). » Civetone (animálico). » Derivados de ciclopentadionas (aroma mentolado). Alguns destes sintéticos são patenteados e somente podem ser usados pelas indústrias que os sintetizaram. 40 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Conheça a interessante história dos almíscares, que complementará seu aprendizado em relação à química dos compostos sintéticos. Acesse o site: . Classificação das famílias olfativas segundo a Comissão Técnica da Sociedade Francesa dos Perfumistas Os perfumes também são classificados em relação ao seu aroma, contudo esta classificação é muito controversa. A classificação considerada oficial é a realizada pela Sociedade Francesa dos Perfumistas (Societé Française des Parfumeurs – SFP). Atualmente, as famílias são 7: Hespéridée, Florale, Fougère, Chypre, Boisée, Ambrée e Cuir. Essas famílias são divididas internamente, totalizando 46 subfamílias. Veremos, a seguir, as características e os detalhes de cada família. Hespéridée Esta palavra francesa tem a sua origem no latim científico hesperidium, que por sua vez faz alusão à mitologia grega, onde as Hesperídes habitavam ilhas com jardins de pomos de ouro, as laranjas. Em português esta família é conhecida como cítricos e as fragrâncias que fazem parte dela são os óleos essenciais de produtos da família da laranjeira (limão, laranja, tangerina e bergamota). As subfamílias são apresentadas no quadro abaixo. Quadro 2. Subfamílias da família Cítricos. Subfamília Notas He sp ér id ée s ou cí tr ic os Cítrico Cítrico especiado Adição de notas especiadas ao cítrico (cravo, canela, pimenta, noz-moscada). Cítrico aromático Notas aromáticas adicionadas ao cítrico (tomilho, alecrim, menta, orégano). Cítrico floral cíprio Outras notas frescas junto ao cítrico (jasmim, musgos e fundo amadeirado). Nova geração da Água de Colônia. Cítrico amadeirado Nota floral e fundo amadeirado com mais intensidade que o cítrico. Cítrico floral amadeirado Notas florais em conjunto com amadeirado. Fonte: Adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. A seguir, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família Cítricos. 41 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Figura 26. Exemplos de perfumes das subfamílias cítricas. Cítrico Cítrico Especiado Cítrico aromático Eau de Patou (Jean Patou) Cacharel pour homme (Cacharel) Eau de Dali (Salvador Dali Fonte: . Acessoem: 15/ 4/2019. Cítrico floral amadeirado Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Cítrico floral cíprio Ô de Lancôme (Lancôme) Fonte: . Acesso em: 15/ 4/2019. Cítrico amadeirado Drakkar (Guy Laroche) CK One (Calvin Klein) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fougère Esta fragrância é constituída por notas de lavanda e cumarina, associadas a outras notas cítricas, amadeiradas, especiadas e aromáticas. Os perfumes desta família são masculinos. As subfamílias estão apresentadas no quadro abaixo. Quadro 3. Subfamílias da família Fougère. Subfamília Notas Fo ug èr e Fougère Fougère floral ambreada Nota fougère harmonizada com um floral e sustentada por uma nota ambreada de fundo. Fougère ambreada doce Notas clássicas de fougère, fundo ambreado e notas de baunilha. Fougère especiada Fougères clássicas, notas florais e adição de notas especiadas (pimenta, cravo, caneta etc.). Fougère aromática Fougère harmonizado com notas de tomilho, alecrim e, às vezes, também especiado. Fougère frutada Além da fougère, notas frutadas e florais frutadas são percebidas. Fonte: adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família Fougère. 42 UNIDADE I │ PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA Figura 27. Exemplos de perfumes das subfamílias fougère. Fougère Fougère floral ambreada Fougère ambreada doce Jicky (Guerlain) Para Hombre (Loewe) The dreamer (Versace) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fougère especiada Fougère aromática Fougère frutada Polo Sport Extrème (Ralph Lauren) Egoiste platinum (Chanel) Escape for Men (Calvin Klein) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/ 4/2019. Floral Esta família inspira-se diretamente na natureza, com fragrâncias chamadas de soliflor, constituídas por somente uma flor. Outras fragrâncias mais complexas desta família são constituídas por outras flores, conhecidas como “buquês florais”. A família representa mais de 60% dos perfumes, sendo estes predominantemente femininos. Quadro 4. Subfamílias da família Florais. Subfamília Notas Fl or ai s Soliflor A perfumaria moderna começou com este tipo de perfume, inspirados na natureza, nas rodas, violeta, jasmim etc. Soliflor lavanda Perfume masculino de referência, forte (com óleo de lavanda de 50%). Inconfundível. Buquê floral Notas inspiradas na natureza, associadas a florais. Maior número de matérias-primas, lembrando um buquê de flores. Floral aldeidado Início do uso de aldeídos e importante família de perfume. Composto por um buquê floral com notas ligeiramente amadeiradas, acetinadas e animais. Floral verde Notas frescas, verdes e de ervas adicionadas a um buquê floral. Floral amadeirado frutado Notas frutadas de pêssego, ameixa, damasco e maçã adicionadas a um perfume “buquê floral” amadeirado. Floral amadeirado Nota floral dominante de rosa, violeta, jasmim e outras. Notas cítricas e herbáceas de cabeça e notas amadeiradas, acetinadas e avaniladas no prolongamento. Floral marinho Buquê floral clássico acompanhado por notas marinhas. Floral frutado Notas novas tais como damasco, melão, framboesa, lichia, pera. Fonte: adaptado de . Acesso em: 15/4/2019. 43 PRINCÍPIOS DA PERFUMARIA │ UNIDADE I Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família Floral. Figura 28. Exemplos de perfumes das subfamílias florais. Soliflor Soliflor Lavanda Buquê Floral Diorissimo (Christian Dior) Pour un homme (Caron) Joy (Patou) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral aldeidado Chanel n. 5 (Chanel) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral verde Vent-Vert (Balmain) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral amadeirado frutado Aimez-moi (Caron) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral amadeirado Farenheit (Dior) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral marinho Escape (Calvin Klein) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Floral frutado So de la Renta (Oscar de la Renta) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/ 4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Abaixo, veja alguns famosos perfumes pertencentes às subfamílias apresentadas para a família chipre. Figura 29. Exemplos de perfumes das subfamílias Chipre. Chipre Chipre frutado Chipre floral aldeidado Chipre couro Pour Monsieur (Chanel) Yvresse (Yves Saint Laurent) Antilope (Weil) La Nuit (Paco Rabanne) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Chipre aromático Chipre verde Chipre floral Jules (Christian Dior) Miss Dior (Christian Dior) Dali pour homme (Salvador Dali) Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: . Acesso em: 15/4/2019. Fonte: