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Pesquisa sobre gestão e TI na organizações

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
Felipe Mateus da Silva Lago
Noemí Tamar Sanches Galarza
Uso de gestão e Tecnologia da Informação como vantagem competitiva nas organizações
Belém-PA
2015
Resumo. O objetivo desta revisão é abordar o uso da tecnologia da Informação (TI) e do sistema de informação (SI) na gestão empresarial explicando uma melhor compreensão de seu papel dentro das organizações. Nesse caso os investimentos em TI continuam sendo questão estratégica central em empresas que buscam ganhar vantagem competitiva.
Palavras Chaves: Enterprise Resource Planning. Supply Chain Management. Datawarehouse. Business Intelligence. Enterprise Application Integration. Customer Relationship Management.
Abstract. The objective of this review is to address the use of Technology Information (TI) and Information System (SI) in business management explaining a better understanding of their role within organizations. In this case IT investments remain central strategic issue for companies seeking to gain competitive advantage.
Key words: Enterprise Resource Planning. Supply Chain Management. Data warehouse. Business Intelligence. Enterprise Application Integration. Customer Relationship Management.
Introdução
A pesquisa está vinculada ao gerenciamento e Tecnologia da Informação (TI) na competitividade das organizações, buscando a esclarecer os tópicos quem abordam conceitos sobre TI e SI, o porquê das empresas utilizarem esse tipo de gestão e os principais sistemas referentes ao tema. 
Assim, durante os anos 90 e neste início de milênio, houve uma grande mudança no papel da Tecnologia da Informação (TI) nas organizações. De um papel restrito ao suporte administrativo, a TI se tornou um elemento incorporado às atividades-fim das empresas, integrando-se aos serviços e produtos das empresas, tornando-se por vezes o próprio negócio (como no caso das lojas virtuais na Internet onde consumidores podem comprar serviços e produtos).
Entre os movimentos recentes da área de TI nas empresas está à utilização de sistemas de informação adquiridos de terceiros, tais como os sistemas ERP –Enterprise Resource Planning, SCM – Supply Chain Management e CRM –Customer Relationship Management, e o desenvolvimento de sistemas que permitem análises e a tomada de decisão a partir dos dados gerados nesses sistemas, os DW – Data Warehouses e sistemas de BI –Business Intelligence.
SI (Sistemas de Informação) e TI (Tecnologia da Informação)
Sistemas de Informação (SI) podem ser definidos como um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coleta, armazena, processa e distribui dados e informações com a finalidade de dar suporte às atividades de uma organização (planejamento, direção, execução e controle) (Laudon e Laudon, 2001). Já a Tecnologia da Informação (TI) refere-se às tecnologias de computadores e telecomunicações utilizadas nas organizações, incluindo aquelas relacionadas ao processamento e transmissão de dados, voz, gráficos e vídeos (Applegate, McFarlan, e McKenney, 1996).
Muito embora estes dois conceitos estejam estreitamente relacionados, e muitas vezes utilizados como sinônimos, eles não são equivalentes. Pode-se dizer que há uma intersecção entre os domínios abrangidos pelos dois conceitos, que se trata da utilização de TI em sistemas de informação.
Entretanto, existem “partes” de um sistema de informação que não “são TIs”, tais como os procedimentos envolvidos e meios não informatizados de manipulação e transporte de dados. Da mesma maneira, a TI também inclui tecnologias de conexão (redes), comunicação de dados, voz e imagens não diretamente ligados a usos em sistemas de informação.
Neste trabalho, utilizaremos preferencialmente o termo “TI”, por ser de uso mais corrente, representando toda a utilização de tecnologias de informação em empresas, incluindo-se os sistemas de informação informatizados.
A evolução do uso de TI nas empresas
Embora a TI esteja ocupando uma parte da agenda estratégica das empresas atualmente, este é um fato recente. Durante os anos 60, a “Era do Processamento de Dados” (Grover, Teng, e Fiedler, 1998), a utilização da TI era caracterizada por sistemas centralizados cujo principal objetivo era o de automatizar funções operacionais em larga escala com a finalidade de aumentar a eficiência das operações, sendo utilizados basicamente para automatizar processos como contabilidade e folha de pagamentos. No início dos anos 70, com a redução no custo e aumento da velocidade de processamento, foi possível utilizar os computadores para fornecer relatórios gerenciais. Iniciou-se o uso dos dados (de pedidos, clientes, estoques, etc.) pelos gerentes de nível médio envolvidos em relatar as exceções, resumir as informações e controlar os recursos monetários e estoques. Neste momento, a “Era dos Sistemas de Informação”, a TI começou a aumentar sua importância nos níveis intermediários da organização, embora a alta gerência ainda visse a TI como despesa ou como mera utilidade.
Com advento dos microcomputadores no início dos anos 80 houve uma mudança de paradigma na computação empresarial. Os dados, antes centralizados nos mainframes, passaram a ser colocados nas mesas dos usuários e gerentes. Embora a expertise continuasse no departamento de TI, o controle moveu-se, mesmo que marginalmente, em direção aos usuários. Ainda que a TI atingisse os níveis mais altos da organização, seu foco estava no aumento da eficiência interna e no aumento da produtividade pessoal. A partir do meio da década de 80, muitos sistemas de informação desenvolvidos em empresas foram reconhecidos como estratégicos por terem apresentado impactos na competitividade de empresas. Esse é notadamente o caso do SABRE –sistema de reserva de passagens desenvolvido pela American Airlines, que lhe permitiu a obtenção de vantagens competitivas. (Applegate, McFarlan e McKenney, 1996).
Nos anos 90, a TI tomou conta das corporações, e aspectos como o alinhamento da TI aos negócios e a convergência da informática com as telecomunicações tornaram-se prementes para as empresas. Iniciou-se então a “Era da Tecnologia da Informação”. A importância estratégica da TI foi definitivamente incorporada nas empresas, que procuraram novas maneiras de administra-la a fim de obter plenamente seus benefícios, com a terceirização como uma das alternativas. No final da década, a Internet reforçou essa tendência, e presenciou-se o nascimento do e-business, que sem dúvida marca o início de nova era na computação empresarial.
Dois grandes fatores poderiam ser utilizados para representar momento atual da TI em empresas: a Internet e a computação móvel, representada pelo crescente uso de dispositivos móveis com acesso a dados, tais como celulares e palmtops. Por conta dessas tecnologias, as informações podem ser acessadas e utilizadas em qualquer momento ou local. Além da disponibilização das informações aos membros das organizações, a Internet vem permitindo que estas também sejam disponibilizadas, em qualquer local, para parceiros, clientes e consumidores. Daí ideia de ubiquidade, ou onipresença, da TI, o que permitira classificar o momento atual como o início da “Era da Computação Ubíqua” (Applegate, McFarlan, McKenney, 1996). Esta tendência já está se verificando, e no momento atual as empresas buscam auferir suas vantagens competitivas por meio da utilização de sistemas de informação que permitam entregar a informação correta, no momento adequado em qualquer local onde ela seja necessária, combinados a uma verdadeira “abertura” controlada e integração desses sistemas com os sistemas de seus fornecedores, clientes e consumidores.
Por que as empresas usam a TI?
A partir do histórico de utilização exposto pode-se afirmar que o principal motivo pelo qual as empresas utilizam a TI é a busca de vantagens competitivas para a empresa. Desde o princípio de sua utilização buscava-se obter essa vantagem pela redução de custos através da automação e aumento da eficiênciade processos. Posteriormente, buscou-se a melhoria da qualidade das informações disponíveis para os gerentes médios de maneira que pudessem controlar melhor as operações.
Em uma etapa seguinte, buscava-se utilizar a TI para gerar uma diferenciação competitiva, tais como a criação de barreiras de entrada ou elevação dos custos de substituição através dos então chamados sistemas estratégicos. A redução de custos, a melhoria no controle dos processos e a utilização de sistemas estratégicos estão diretamente ligadas à busca pela melhoria da competitividade da empresa. Mais recentemente, a integração das atividades da empresa por meio da chamada “computação em rede” busca melhorias na competitividade beneficiando-se da melhor coordenação entre as diversas atividades da empresa. Finalmente, em um cenário atual em que a globalização, o aumento da competitividade e a interligação de clientes e fornecedores em cadeias de suprimento são preponderantes, a utilização de TI de informação pode ser considerada praticamente como um fator de sobrevivência.
Embora a eficiência continue a ser um dos fatores em mente quando se trata da utilização de sistemas de informação, outros motivos para a implementação de sistemas de informação podem ser citados, tais como a ação política de grupos internos que podem ver a implementação de sistemas como solução para conflitos (Laudon e Laudon, 2001). As diferentes estruturas que as organizações podem utilizar também influenciam tipo de sistemas de informação. A máquina burocrática exige sistemas rígidos e centralizados, a adhocracia exige sistemas flexíveis que possam se adaptar às necessidades do momento, as empresas de conhecimento exigem sistemas que permitam a colaboração entre os trabalhadores, e assim por diante.
TI e Vantagem Competitiva: Modelo da Cadeia de Valor
A partir de meados da década de 80, começou-se a perceber que a TI poderia ter um papel mais decisivo na vida das organizações, contribuindo efetivamente para o aumento da competitividade da empresa. Para justificar esta importância, Porter e Millar (1985) utilizaram o conceito de cadeia de valor (value chain) e sistema de valor (value system). A cadeia de valor representa o conjunto de atividades realizadas em uma empresa, divididos em duas categorias: as atividades primárias, que colaboram para agregar valor ao produto, e as atividades secundárias, ou de apoio. As atividades primárias são divididas em atividades de logística de entrada (recebimento e estocagem de m.p.), produção, logística de saída (distribuição), marketing e vendas e pós-venda. O sistema de valores, também conhecido como cadeia de suprimento (supply chain), é composto pela união das cadeias de valor de diversas empresas clientes e fornecedores formando uma cadeia completa da matéria-prima até o consumidor final em uma dada indústria. 
A TI adquire importância estratégica para uma empresa a partir do momento em que esta possibilita mudanças na maneira de realizar cada uma das atividades da cadeia de valor, aumentando a sua eficiência individual e principalmente por possibilitar a alteração da natureza dos “elos” (ligações) entre as atividades. Porter (1989) afirma que a administração cuidadosa dos elos pode ser uma fonte decisiva de vantagem competitiva quando existe uma coordenação das atividades reduzindo custos de transação, permitindo melhor informação para finalidades de controle e substituindo operações mais caras por outras menos custosas.
Segundo o autor, isso implica na administração da cadeia de valores de uma empresa como um sistema, e não como uma coleção de partes separadas. Assim, a vantagem competitiva é função da competência com que uma empresa pode administrar todo esse sistema. Além disso, os elos não só conectam as atividades dentro de uma companhia como também criam interdependências entre uma empresa e os seus fornecedores e canais. Esclarecendo essa questão, Porter e Millar (1985, p.152) afirmam que “a TI não somente afeta a maneira como cada atividade individual é realizada, mas, através de novos fluxos de informação, a TI está aumentando a habilidade das empresas para explorar os elos entre as atividades, tanto interna como externamente à empresa. A tecnologia está criando novas ligações entre as atividades e agora as empresas podem coordenar suas atividades em conjunto com as atividades de seus clientes e fornecedores”. Com a consolidação da utilização comercial da Internet, estas questões de integração entre diferentes empresas e coordenação de suas atividades com a finalidade de otimizar a cadeia de fornecimento como um todo, tem ocupado um lugar importante no planejamento da TI das organizações.
Sistemas de Informação e Níveis de Decisão
Para melhor compreender o papel dos sistemas de informação nas empresas, é interessante classificá-los de acordo com uma tipologia que represente suas diferentes possibilidades de uso. Uma classificação, apresentada por Laudon e Laudon (2001) é feita por meio do nível hierárquico a que os sistemas de informação dão suporte: operacional, gerencial ou estratégico.
De acordo com essa classificação, os sistemas que atendem às necessidades operacionais são denominados sistemas de processamento transacional (SPT). Os SPT estão ligados às transações e operações do dia-a-dia que dão suporte aos negócios da empresa, tais como entrada de pedidos de vendas, emissão de notas fiscais, liberação de crédito, requisições de materiais e lançamentos de produção. São sistemas altamente estruturados, pois tanto os dados que serão entrados no sistema como as regras pelas quais serão processados são previamente conhecidas. Duas características dos TPS se destacam: eles são à base de fornecimento de informação para os demais sistemas, e são chamados de sistemas de missão-crítica, pois uma interrupção em seu funcionamento pode prejudicar a operação da empresa.
No nível gerencial das empresas estão as atividades realizadas pelas gerências médias relacionadas à monitoração e ao controle das atividades realizadas no nível operacional. Podem-se apresentar dois tipos de sistemas desenhados para dar suporte a estas atividades: os sistemas de informações gerenciais (SIG) e os sistemas de apoio à decisão (SAD, ou DSS – Decision Support Systems). Os SIG fornecem resumos das transações operacionais realizadas nos SPT, permitindo aos gerentes acompanhar o seu andamento e comparar o seu desempenho com padrões estabelecidos ou com comportamento do mês ao ano anterior. Os DSS dão suporte a decisões menos rotineiras e estruturadas, mais dificilmente conhecidas de antemão. Eles incluem ferramentas analíticas mais avançadas, tais como simulação de cenários e a possibilidade de incluir filtros e reordenar as informações apresentadas. No nível estratégico as decisões são bem menos estruturadas e referem-se ao posicionamento da organização frente a mudanças em seu ambiente e ao planejamento das consequências internas deste posicionamento. Laudon e Laudon (2001) os classificam como sistemas de apoio aos executivos (ESS –Executive Support Systems).
Além dos três níveis da clássica divisão da empresa (operacional, tático e estratégico), os autores consideram ainda uma camada adicional entre o nível operacional e o tático, denominada nível de conhecimento (knowledge level) em que estariam engenheiros, advogados, cientistas, analistas de marketing, analistas financeiros e de controladoria, cujo trabalho consiste principalmente na criação de novas informações e de conhecimento. Nesse nível atuam sistemas que auxiliam no processo de criação da informação, tais como sistemas de automação de engenharia (CAD/CAM – computer-aided design /computer-aided manufacturing), ou ainda sistemas de automação de escritórios.
Evolução dos Sistemas de Informação “Comprados Prontos” nas Empresas
Além da mudança do foco da TI nas organizações, outra mudança tomou lugar na década de 90, referente à maneira como as organizações obtêm os sistemas de informação necessários para a sua operação. Se no início da utilização,as empresas contavam com  equipes de analistas e programadores para desenvolver programas específicos para suas necessidades, com desenvolvimento da tecnologia, novas ferramentas e aplicativos, surgiram mudanças na relação entre as empresas e as ferramentas de TI e a ideia de substituição de sistemas desenvolvidos por programadores da própria empresa por sistemas comprados prontos, também denominados “pacotes”, passou a ser considerada como uma possibilidade válida. Por meio da utilização de pacotes prontos, as empresas buscam reduzir tanto o tempo para o seu desenvolvimento como o seu custo, uma vez que se espera que os custos de desenvolvimento dos sistemas sejam diluídos entre os diversos clientes. Pode-se atribuir tal tendência às necessidades de velocidade nas decisões e de estar participando com novas tecnologias do mercado. Outra possível explicação foi o surgimento de empresas fornecedoras de pacotes no início da década de 90, mais especificamente de sistemas ERP, que puderam mostrar histórias de sucesso e consolidaram dessa maneira esta tendência.
Sistemas de Informação nas Empresas: Um modelo para a Empresa Digital
Entre os sistemas que têm recebido destaque e atenção por parte das empresas na busca soluções de mercado para construir sua arquitetura de sistemas de informação estão os sistemas ERP –Enterprise Resource Planning, os sistemas SCM – Supply Chain Manageme nt e os sistemas CRM – ustomer Relationship Management. Além disso, também têm recebido destaque ferramentas que permitem análises e a tomada de decisão a partir dos dados gerados pelos sistemas citados, os DW – Data Warehouses e BI –Business Intelligence.
Para melhor esclarecer a relação entre estes sistemas, será utilizado um modelo que combina a classificação dos sistemas de informação em relação ao nível decisório que atende com conceito de cadeia de valor, apresentados nos itens anteriores. Uma vez que cada um dos diferentes sistemas atende a diferentes atividades dentro da cadeia de valor (com superposições, por vezes) e ao mesmo tempo têm diferentes naturezas quanto ao seu horizonte de planejamento (uns são voltados a decisões operacionais, outros a decisões táticas ou estratégicas), podemos “distribuir ”os sistemas dentro de uma representação de empresa, dividida verticalmente entre os níveis de decisão operacional versus gerencial e estratégico e horizontalmente de acordo com as divisões da cadeia de valor de Porter. 
A idéia do conceito de Empresa Digital é justamente a total utilização dos sistemas de informação para a realização de seus negócios. Para Laudon e Laudon (2001, p.06), a “Empresa Digital” seria aquela onde “praticamente todos os processos de negócio e relacionamentos com parceiros, clientes, funcionários são realizados por meios digitais”. Na base da Empresa Digital estão os sistemas ERP, que são basicamente SPTs que permitem a integração entre os diversos processos em uma empresa. A partir desta base transacional estabelecida a partir de um sistema ERP, e inter-relacionada a ela, estão outros sistemas que visam atender atividades não cobertas pelos sistemas ERP ou dar suporte a atividades relacionadas a níveis mais altos de decisão.
Os sistemas CRM visam auxiliar no contato e relacionamento com cliente, atividades relacionadas ao marketing e vendas e aos serviços de pós-venda. Os sistemas CRM também dão apoio a processos tipicamente transacionais, como recepção de pedidos e atendimento a clientes. Os sistemas SCM são voltados ao planejamento da atividade produtiva e da cadeia de suprimento como um todo, englobando aspectos como previsão e gerenciamento de demanda e de alocação de capacidade produtiva. Os sistemas SCM têm um horizonte de planejamento e decisões um pouco mais elevado que os sistemas ERPs, estando portanto, representados no diagrama ligeiramente acima dos sistemas ERP.
Com a finalidade de unificar os dados dos sistemas transacionais e permitir a sua utilização para a tomada de decisão, a empresa pode optar pelo desenvolvimento de DWs, que são bancos de dados que consolidam e organizam dados sobre toda a empresa. A partir dos dados ali armazenados, os sistemas BI surgem como facilitadores para os executivos, para que utilizem as informações que estão sendo trazidas de todos os pontos da empresa.
Há ainda outro ponto a ser considerado. Para que esses vários sistemas possam estar realmente integrados, evitando-se incompatibilidades na comunicação entre eles, são necessários muitas vezes softwares que estabeleçam a integração entre estes aplicativos. Esse tipo de software recebeu a denominação de EAI –Enterprise Application Integration.
Temos como exemplos dois casos de empresas retirados de artigo cujo é sobre o “Impacto da tecnologia da informação na gestão das cadeias de suprimentos – um estudo de casos múltiplos”, que utilizam esse tipo de gestão. Foram selecionadas duas empresas nesta do setor metal-mecânico, que chamaremos de METAL 1 e METAL 2.
Caso METAL 1
A empresa METAL 1 é de capital nacional atuando também no exterior no setor metalúrgico. A empresa emprega mais de 6000 funcionários no País e tem um faturamento de mais de 15 bilhões de Reais no ano de 2003.
A coleta de dados para esse caso foi feita pela análise de documentos corporativos, observação durante visita à empresa e entrevista com gerente de suprimentos da empresa no Brasil.
As TIs aplicadas na gestão da cadeia de suprimentos são o Sistema Integrado de Gestão (SIG - tradução e adaptação do inglês, Enterprise Resource Planning – ERP), que foi implantado em 99 e recebeu uma atualização em 2002 e um sistema de compras eletrônicas (do inglês, e-procurement) que funciona integrado com o SIG. Outras ferramentas específicas são utilizadas em atividades como importações e compras técnicas.
Para o executivo entrevistado, a TI aplicada à gestão da cadeia de suprimentos tem uma relação fundamental na estratégia do negócio porque é uma ferramenta que possibilita maior eficiência e flexibilidade dos processos. Ela atua na cadeia aproximando tanto fornecedores como clientes além de agilizar as relações de necessidades e expectativas do mercado.
O executivo afirmou que a empresa é constantemente consultada por outras organizações no sentido de conhecer as práticas da empresa no setor de compras trabalhar. Sabe-se que isso ocorre devido ao fato de que as ferramentas de compra eletrônica utilizadas são diferenciadas no mercado no qual a empresa atua. A percepção do gestor indica que as características dos sistemas empregados resultam em vantagem competitiva, porém não possui métricas que possam informar de forma mais precisa essa vantagem, mesmo sabendo que esse sentimento pode ser percebido no mercado em que atua.
A infra-estrutura de TI é compartilhada com os parceiros da cadeia, gerando uma interação muito forte com os fornecedores. Pelos sistemas de informação, os fornecedores podem acessar, com senha própria, a sua carteira de compras, acessar o agendamento de pagamentos, seu nível de pontualidade, os atrasos, etc. Pedidos de compras fluem automaticamente das unidades produtivas e dos funcionários para os fornecedores.
Sobre os impactos do uso da TI na gestão das cadeias de suprimentos o executivo citou os seguintes impactos nas variáveis selecionadas para o estudo:
impacto forte sobre os custos, com aumento no poder de negociação com fornecedores, redução de custos administrativos e de comunicação;
aumento da velocidade dos processos e da rotação de estoque;
aumento da integração, com um intercâmbio muito grande de informações entre os parceiros da cadeia;
as relações com fornecedores e clientes ganharam muito com as realizações de alianças de longo prazo, melhorando a credibilidade e confiança nos processos de compras; e
aumento da flexibilidade derivado da certeza da disponibilidade de matéria-prima.
Caso METAL 2
A empresa METAL 2 é uma organização multinacional de capital privado, cujo maior país acionário é o Estados Unidos. A firma produz implementos agrícolas, sendoque, a filial brasileira possui mais de 1000 funcionários e faturamento de aproximadamente 300 milhões de reais ao ano.
A coleta de dados para esse caso foi feita por análise de documentos corporativos, observação durante visita à empresa e entrevista com o coordenador da equipe de compras da empresa, que acompanhou os processos de implementação de ferramentas de TI aplicadas aos processos de compras.
Os principais sistemas de informação utilizados na gestão dos processos de compras são o Sistema integrado de Gestão (SIG) e um sistema de compras eletrônicas (do inglês, e-procurement).
O SIG auxilia no gerenciamento de todo o fluxo de informações referentes aos produtos que circulam na empresa, desde a compra e recebimento dos materiais, até a utilização dos materiais na produção e a expedição dos produtos acabados, tudo isso acompanhado das movimentações financeiras atreladas a cada um dos processos.
O sistema de compras eletrônicas é utilizado nas aquisições dos materiais produtivos e não produtivos. O sistema possui controle e cadastramento de todos os fornecedores, sistema de compras internas através de Intranet, apoio ao desenvolvimento de produtos, sistemas para realização de cotações e leilão reverso.
Segundo o executivo entrevistado, a TI exerce um papel estratégico na gestão da cadeia de suprimentos porque possibilita um controle maior dos processos e total rastreabilidade das informações. A automação de processos resulta em velocidade e agilidade possibilitando que os compradores tenham mais tempo para agir estrategicamente no relacionamento com os fornecedores. Além disso, o uso dos Sistemas de Informação leva à centralização de todos os dados em apenas uma frente (datawarehouse), disponibilizando informações a qualquer usuário do sistema, melhorando o controle sobre os processos de gestão da cadeia de suprimentos.
O executivo ainda afirma que a TI aplicada na gestão da cadeia de suprimentos resulta em vantagem competitiva devido ao ganho de velocidade nos processos e o maior compartilhamento de informação com os parceiros da cadeia.
O rápido compartilhamento de informações com seus fornecedores é possibilitado pelo emprego do sistema de compras eletrônicas, o que gera vantagem competitiva na aquisição de matéria-prima. Embora os SIGs e os Sistemas de Gestão de Armazéns (do inglês, Warehouse Management Systems – WMS) sejam importantes na gestão de suprimentos, na opinião do executivo, o fundamental é que no mundo de hoje as soluções de TI tornaram-se grandes aliados da gestão de processos e o seu uso é, sem dúvida, um diferencial competitivo.
É importante diferenciar a simples adoção do uso efetivo da TI. Com sua grande popularização no cenário empresarial, a obtenção de diferencial competitivo não reside na simples adoção de soluções de TI, mas sim na maneira como a empresa utiliza essa solução. Muitas organizações adquirem as soluções de TI disponíveis no mercado, entretanto, nem todas as utilizam da maneira mais eficiente.
O executivo destaca que a vantagem competitiva ocorre na empresa porque junto com a sua implantação houve um redesenho dos processos do setor de compras. Isto evidencia a necessidade de análise e mudança em todos os aspectos sócio-técnicos que envolvem as soluções tecnológicas.
A estrutura de TI da empresa é compartilhada com os parceiros da cadeia de forma intensa. Por meio do sistema de compras eletrônicas, fornecedores acompanham diversos processos do setor de compras e também podem atuar conjuntamente com a empresa na formação de consórcios para compra de materiais.
Sobre os impactos do uso da TI na gestão das cadeias de suprimentos, o executivo citou os seguintes efeitos nas variáveis selecionadas para o estudo:
redução de custos de comunicação e pessoal maiores que o aumento nos custos de infraestrutura de TI;
aumento de velocidade com redução de tempos de resposta (do inglês, lead-times);
integração aumentada dos sistemas, com total integração dos sistemas legados com o SIG;
aumento da Coordenação Interorganizacional, com o compartilhamento de informações pertinentes, possibilitando a ação em conjunto de maneira estratégica; e
aumento da flexibilidade do processo de gestão, com possibilidade de customização e parametrização dos sistemas de gestão e adaptação dos processos de acordo com as necessidades.
Conclusão 
Concluímos que a TI é de uma importância grandiosa, principalmente dentro de pequenas empresas, pois é ela quem trata de assuntos rotineiros, deixando-os mais automatizados, permitindo com que o dirigente possa voltar sua atenção a um possível avanço da empresa, elaboração de mais estratégias, etc. 
Fazendo assim com que o mesmo possa obter uma importantíssima vantagem competitiva.
A TI, atua na área da gestão de informação de uma empresa para tomadas de decisões, e pode reconhecer com antecedência possíveis problemas que venham a acontecer.
REFERÊNCIAS:
Szafir-Goldstei, Cláudia; Alexandre de Souza, Cesar. Tecnologia da Informação aplicada à Gestão Empresarial: Um Modelo para a Empresa Digital. CYTA, junho 2005. Disponível em: http://www.cyta.com.ar/ta0404/v4n4a1.htm. Acesso em: 15 de setembro de 2015.
Maçada, Antonio Carlos Gastaud; Feldens, Luis Felipe; Moraes dos Santos, André. Impacto da tecnologia da informação na gestão das cadeias de suprimentos – um estudo de casos múltiplos, SCIELO, 10 de agosto de 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-530X2007000100002&script=sci_arttext. Acesso em: 21 de setembro de 2015.