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1 Unidade 1: Conceitos e elementos básicos de finanças Unidade 2: Apuração dos Resultados de um Negócio Unidade 3: Calculando o fluxo de caixa Unidade 4: Diagnosticando a Situação Financeira Módulo 2 FINANÇAS 2 Módulo II – FINANÇAS Unidade 1 ConCeitos e elementos básiCos de finanças módulo 2 – finanças Olá, sejam bem-vindos ao Módulo 2! Este módulo tratará a respeito dos elementos básicos de finanças para o gerenciamento do negócio. O que é e qual a importância do ponto de equilíbrio. Abordará também a importância do Fluxo de Caixa para o gerenciamento financeiro da empresa, apresentando seus componentes e procedimentos necessários para a compreensão do Fluxo de Caixa e para a previsão de possíveis demandas. Competências do módulo O Módulo Finanças possibilitará a você: • conhecer conceitos e elementos básicos de finanças para o gerenciamento do negócio; • conhecer o significado de Receitas e Despesas; Custos Fixos e Variáveis e Ponto de Equilíbrio; • compreender a importância do ponto de equilíbrio para o gerenciamento financeiro de um negócio; • compreender a importância do Fluxo de Caixa para o gerenciamento financeiro de um negócio; • conhecer procedimentos para entender o controle do Fluxo de Caixa; • conhecer procedimentos para prever a necessidade de Capital de Giro do negócio. Esta unidade apresentará uma introdução à projeção de resultados, mostrando conceitos básicos de finanças. Ao final dessa unidade, você será capaz de: • reconhecer os conceitos e elementos básicos de finanças para o gerenciamento do negócio; • reconhecer o significado de receitas e despesas; Custos Fixos e Variáveis e Ponto de Equilíbrio. 3 Jasmim: Olá, Bartolomeu, como você está? Bartolomeu: Estou indo, Jasmim. Estou indo. Jasmim: Sempre bem-humorado, heim, Bartô? Apresente-se ao nosso(a) colega participante. Bartolomeu: Olá, eu sou o Bartolomeu. Bartolomeu: Olá, eu sou o Bartolomeu. Jasmim: Não, Bartô. É sério, é para dizer quem é você e o que faz. Você ainda não é tão famoso assim a ponto de todos saberem tudo sobre você, mas talvez até o final do curso você seja. jadir Text Box 4 Jasmim: Muito bem, Bartolomeu. Você sabe que eu o recomendo sempre. Aliás, eu o chamei aqui hoje para tirar algumas dúvidas sobre finanças. Bartolomeu: Eu vim preparado para isso, Jasmim. Fique à vontade para perguntar o que quiser. Jasmim: É o seguinte, Bartolomeu, eu me saí muito bem na pesquisa de mercado que fiz para o restaurante, mas a palavra finanças me causa arrepios! Bartolomeu: Você me lembra uma antiga cliente, Jasmim. Jasmim: Então quer dizer que eu não sou a única que realizei uma pesquisa de mercado e que se sente assim? Bartolomeu: Você não está sozinha, Jasmim. Muitos clientes me procuram com essa reclamação, mas, depois de algumas visitas, eles percebem que a coisa é mais fácil do que parece. Veja a Neide, por exemplo! Jasmim: A sua antiga cliente é a Neide? Você a conhece? Que coincidência! Bartolomeu: Você a conhece também? Jasmim: Só de ouvir falar. O Henrique estava contando um pouco da história dela, eu achei bem interessante. Talvez você tenha algo mais para contar. Bartolomeu: Eu conheço Neide e Francisco muito bem. Ela falou a mesma coisa que você sobre finanças. E eu respondi: - Não diga isso, minha amiga! As finanças de uma empresa são bem mais simples do que fazer os quitutes que você faz com muito talento no seu dia a dia. Assim como acontece na sua cozinha, planejar e cuidar das finanças empresariais requer apenas um pouco de prática e dedicação. Jasmim: Falando assim parece fácil, Bartô. Eu estou disposta a me dedicar. Quando decidi abrir o restaurante, disse para mim mesma que assumiria todo o compromisso que isto acarretaria e isso inclui as finanças. Bartolomeu: Você está corretíssima, Jasmim, mas, antes de partirmos para a prática, é preciso que você conheça alguns conceitos e elementos básicos de finanças para o planejamento e gerenciamento de um negócio. Para começar, vamos falar de Receitas, Despesas e Custos. 5 Receita É toda entrada de recursos provenientes da venda de mercadorias ou prestação de serviços despesas e Custos Custos fixos (Cf): gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira indireta para a produção de seu produto ou serviço. De modo geral, não dependem de quanto essa empresa vende ou produz. Custos Variáveis (CV): gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira direta para a produção de seu produto ou serviço. Os Custos Variáveis dependem diretamente de quanto uma empresa vende ou produz. Jasmim: Então, Bartô, quer dizer que aluguel, material de cozinha, salários dos funcionários, contador, IPTU, luz, água, telefone, tudo isso é Custo Fixo? Bartolomeu: Exatamente, Jasmim! Em geral são contas mensais, gastos que se repetem com bastante regularidade. Mesmo que o negócio não vá lá muito bem em algum mês, ou, ao contrário, tenha um resultado excepcional, esses custos não vão deixar de existir, por isso mesmo são chamados de Custos Fixos. Jasmim: E Custos Variáveis são, por exemplo, quanto mais se produz, mais matéria-prima se gasta? Quanto mais pratos o restaurante serve, mais alimentos e condimentos necessito para prepará-los. Bartolomeu: Muito bem, Jasmim, você está compreendendo perfeitamente. Os impostos, as comissões para os vendedores, uma mercadoria para revenda, dentre outras despesas, também fazem parte do seu Custo Variável, pois aumentam e diminuem em função do quanto você vende. Jasmim: Estou adorando, por enquanto. Estou compreendendo tudo. Bartolomeu: Viu, só? Não é nenhum mistério. Além desses dois conceitos, há outros dois que são muito importantes: Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio. margem de Contribuição Margem de Contribuição é a diferença do preço de venda e o Custo Variável de um produ- to ou serviço. Podemos dizer que é o mesmo que lucro bruto. Chama-se Margem de Con- tribuição porque esse valor contribui para o pagamento do Custo Fixo da empresa. Ao calcular margem por cada produto e a somas das margens de todos os produtos obte- mos a margem geral da empresa. 6 Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio é a quantidade de um determinado produto ou serviço que uma FNpresa precisa vender para cobrir seus Custos Fixos�F�7BSJÈWFJT. Jasmim: Bom, Bartô, deixe-me ver se entendi. Se você desconta do preço do seu produto seus gastos com matéria-prima, comissão, impostos, ou seja, seus Custos Variáveis, você terá o valor da Margem de Contribuição. É isso? Bartolomeu: Isso mesmo, Jasmim. É importante ressaltar que a Margem de Contribuição deve ser sempre um valor positivo, pois é com ela que a empresa cobrirá seus Custos Fixos. Jasmim: Mas como a Flora, por exemplo, pode pagar os Custos Fixos mensais do Horto, vendendo folhas e verduras que têm uma Margem de Contribuição tão pequena? Bartolomeu: Excelente pergunta, Jasmim. Para respondê-la, é preciso antes ter uma noção clara do que é Ponto de Equilíbrio. Suponhamos que a Margem de Contribuição de um molho de rúcula seja igual a R$ 1,50 e os Custos Fixos do Horto sejam de R$ 600,00. Digamos que a Flora vendesse apenas rúcula. Para saber quantos molhos de rúcula o Horto precisaria vender para pagar os Custos Fixos, basta dividir o Custo Fixo pela Margem de Contribuição. Custos Fixos = Ponto de Equilíbrio Margem de contribuição R$ 600,00 = 400 unidades R$ 1,50 Jasmim: Ok, Bartô, nesse caso o Ponto de Equilíbrio será de 400 molhos de rúcula. Ela precisaria vender 400 molhos de rúcula por mês, de modo que a soma da Margem de Contribuição de cada um correspondaao valor total dos Custos Fixos. Mas, e o lucro? Onde entra o lucro nessa história? Bartolomeu: Veja, Jasmim. 400 molhos de rúcula é a quantidade de equilíbrio. Nesse momento, a empresa não tem lucro, nem prejuízo. Por isso dizemos que a empresa está em Ponto de Equilíbrio. A empresa só terá lucro quando suas vendas forem superiores ao Ponto de Equilíbrio. Jasmim: Nossa! Como esse tal de Ponto de Equilíbrio é importante! Como poderia saber se meu negócio iria dar lucro sem calcular o Ponto de Equilíbrio? Agora, as finanças começam a ficar bem mais claras pra mim, não é esse bicho de sete cabeças que eu achava. Bartolomeu: Veja só, Jasmim, basta dedicar um pouquinho de atenção e tentar aplicar a teoria dentro da sua realidade, isso facilita o entendimento. 7 Por último, quero apenas lembrá-la de que o Demonstrativo de Resultado é um resumo ordenado das receitas e dos custos totais de uma empresa, dentro de um determinado período e que serve para apurar o lucro ou prejuízo de um negócio. Receitas = todas as entradas de recursos provenientes da venda de mercadorias ou prestação de serviços R = PV x Q R: Receita PV: Preço de Venda Q: Quantidade Vendida Recapitulando... Despesas e Custos - gastos decorrentes da aquisição de mercadorias para revenda, matéria- prima e serviços consumidos pela empresa de forma direta ou indireta. Custos fixos (Cf) – gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira indireta para a produção de seu produto ou serviço. De modo geral, não dependem de quanto ela vende ou produz. Ex.: aluguel, salários, contador, IPTU, luz, água, telefone etc. Custos Variáveis (CV) – gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira dire- ta para a produção (e/ou comercialização) de seu produto ou serviço. Os Custos Variáveis dependem diretamente de quanto uma empresa compra para revenda, vende ou produz. Ex.: comissões, impostos etc. margem de Contribuição (mC): diferença entre o Preço de Venda e o Custo Variável de um produto ou serviço. mC = PV - CV MC: Margem de Contribuição PV: Preço de Venda CV: Custo Variável Veja um exemplo de cálculo da Margem de Contribuição: Maria é artesã e vende os produtos que cria. Atualmente, ela vende uma média de 50 unidades de cada produto por mês e sua receita total é de R$ 400,00. Ela fez uma boa divulgação de seu trabalho e quer vender bem mais que o de costume. Acompanhe no quadro abaixo seu Preço de Venda, seus Custos e Margem de Contribuição. 8 Velas Perfumadas e nfeite de Resina s ab onetes Preço de Venda R$ 5,00 R$ 2,00 R$ 1,00 Custo Variável R$ 2,50 R$ 0,80 R$ 0,40 Margem de Contribuição R$ 2,50 R$ 1,20 R$ 0,60 O cálculo da Margem de Contribuição ficaria da seguinte forma: Receita total R$ 400,00 (-) Custo Variáveis R$ 185,00 50 x R$ 5,00 – Velas = R$ 250,00 50 x R$ 2,00 – Enfeitas = R$ 100,00 50 x R$ 1,00 – Sabonetes = R$ 50,00 50 x R$ 2,50 – Velas = R$ 125,00 50 x R$ 0,80 – Enfeitas = R$ 40,00 50 x R$ 0,40 – Sabonetes = R$ 20,00 (=) Margem de Contribuição R$ 215,00 Depois de ter feito a divulgação, Maria pretende vender: 200 unidades de velas perfumadas; 100 unidades de enfeites de resina; 300 unidades de sabonetes. Receita total R$ 1.500,00 (-) Custo Variáveis R$ 700,00 200 x R$ 5,00 – Velas = R$ 1.000,00 100 x R$ 2,00 – Enfeitas = R$ 200,00 300 x R$ 1,00 – Sabonetes = R$ 300,00 200 x R$ 2,50 – Velas = R$ 500,00 100 x R$ 0,80 – Enfeitas = R$ 80,00 300 x R$ 0,40 – Sabonetes = R$ 120,00 (=) Margem de Contribuição R$ 800,00 Ponto de equilíbrio (Pe): momento em que a empresa não tem lucro nem prejuízo. Uma empresa só passa a ter lucro quando supera o Ponto de Equilíbrio. P mC PE: Ponto de Equilíbrio CF: Custo Fixo MC: Margem de Contribuição importância do Ponto de equilíbrio: • Permite programar as compras de mercadorias e evitar estoques desnecessários; • Possibilita a definição das metas e planos de atuação para a equipe de vendas; • Permite o controle da evolução das vendas e a adoção de medidas corretivas, quando necessário. 9 Como apurar o resultado – Lucro ou Prejuízo? demonstrativo de Resultados Receitas Totais (PV x Q) (–) Custos Variáveis Totais (CV x Q) (=) Margem de Contribuição (MC) (–) Custos Fixos (CF) Resultado – Lucro/Prejuíso exemplo Receita Totais (PV x Q) = (15,00 x 100 un.) R$ 1.500,00 (–) Custos Variáveis Totais (CV x Q) = (9,00 x 100 un.) RS 900,00 (=) Margem de Contribuição (MC) R$ 600,00 (–) Custos Fixos (CF) R$ 450,00 (=) Resultado – Lucro/Prejuízo R$ 150,00 Jasmim: Bartô, eu ainda não entendi muito bem o que é Demonstrativo de Resultado. Bartolomeu: Verei se consigo ser mais claro. O DRE é o procedimento para a apuração de resultados de um negócio, um resumo ordenado das receitas e depesas totais da empresa, dentro de um determinado período. Ele é apresentado de forma dedutiva (vertical, conforme mostrou o quadro anterior), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Jasmim: Acredito que agora ficou mais compreensível. Refletirei um pouco mais sobre isso com meus colegas na Sala de Aula Virtual do curso Aprender a Empreender do Sebrae. Bartolomeu: Nesta unidade surgiram muitos conceitos novos. Revise-os, caso tenha dúvidas sobre o tema. Jasmim: Bom, Bartô, muito obrigada pelos esclarecimentos. Agora tenho de ir ali trabalhar para garantir, pelo menos, o meu Ponto de Equilíbrio. Mandarei-lhe servir um prato delicioso. Bartolomeu: Muito bem, Jasmim, não deixe para depois o que se pode fazer agora. Até a próxima! Resumo Essa primeira unidade lhe ofereceu alguns conceitos iniciais sobre finanças, de modo a introduzi-lo(a) e subsidiá-lo(a) para o restante do módulo, como: Receita, Margem de Contribuição (MC) e Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). No decorrer das demais unidades, você verá de que forma esses conceitos estão relacionados a outros cálculos financeiros de sua empresa. jadir Text Box jadir Text Box jadir Text Box 10 Módulo II – FINANÇAS Unidade 2 aPURação dos ResUltados de Um negóCio Os resultados são importantes para sabermos como anda o nosso negócio. Por meio deles podemos saber se estamos crescendo e lucrando ou se estamos perdendo dinheiro. Nesta unidade trabalharemos com as fórmulas e os cálculos necessários à apuração dos resultados de um negócio e os seus impactos no comportamento do empreendedor. ao final dessa unidade, você será capaz de: • calcular receitas e despesas de um negócio; • calcular Custos Fixos e variáveis de um negócio; • calcular a Margem de Contribuição de um negócio; • calcular o resultado (lucro ou prejuízo) de um negócio; • calcular o Ponto de Equilíbrio de um negócio. Henrique: Grande, Bartolomeu! Que alegria recebê-lo em meu estabelecimento. Nossos encontros são sempre um riquíssimo aprendizado. Bartolomeu: Que gentileza, Henrique. Você sempre muito receptivo. Como vão as finanças? 11 Henrique: Olha, Bartolomeu, acho até que estão bem, viu? Tenho conseguido atingir o Ponto de Equilíbrio com boa sobra, se não me enganei nos cálculos. Bartolomeu: Acho muito difícil que isso tenha acontecido. Você é um dos meus clientes mais perspicazes. Henrique: Mas eu sou humano, não é? Posso cometer um erro como qualquer outra pessoa. Não me surpreenderia se encontrasse um erro, acho até que seria interessante revermos alguns cálculos, que tal? Bartolomeu: Bom, acho que pode ser útil para refrescar a memória. Tenho aqui um exemplo de um cliente que atendi hoje cedo, o Osvaldo, ele vende sanduíches de pernil no parque da cidade. Veja a baixo os Custos do Negócio do Osvaldo: Locação do ponto no parque R$ 90,00 Salário dofuncionário R$ 220,00 ingrediente por unidade (pernil, pão, sal, cheiro verde, óleo) R$ 0,80 Saquinho plástico R$ 0,05 Guardanapo R$ 0,05 Preço de venda do sanduíche R$ 2,00 Condimentos R$ 0,15 Conheça os cálculos efetuados por Osvaldo: Valor total dos Custos Fixos(CF) Custos fixos (Cf) Locação do ponto no parque R$ 90,00 Sálario do funcionário RS 220,00 Resultado R$ 310,00 Custo variável de um sanduíche (CV) Custo Variável Ingradiente por unidade (pernil, pão, sal, cheiro verde, óleo) R$ 0,80 Saquinho plástico R$ 0,05 Guardanapo R$ 0,05 Condimentos R$ 0,15 Resultado R$ 1,05 12 Margem de contribuição do sanduíche (MC) margem de Contribuição (mC) MC = PV – CV MC = R$ 2,00 – R$ 1,05 Resultado = R$ 0,95 Ponto de equilíbrio do negócio de Osvaldo (PE) Ponto de equilíbrio (Pe) PE = CF/MC PE = R$ 310,00/R$ 0,95 Resultado = R$ 326,32 sanduíches, arredondando , 327 sanduíches Apure o resultado do negócio de Osvaldo (DRE) demonstrativo de Resultados (dRe) Receitas Totais (PV x Q) = R$ 2,00 x 400 R$ 800,00 (–) Custos Variáveis Totais (CV x Q) = R$ 1,05 x 400 R$ 420,00 (=) Margem de Contribuição R$ 380,00 (–) Custos Fixos R$ 310,00 Resultado R$ 70,00 Henrique: Não são cálculos difíceis, Bartô! Utilizam-se apenas as quatro operações básicas da matemática: soma, subtração, multiplicação e divisão. Bartolomeu: É verdade, Henrique, porém são cálculos trabalhosos, demandam tempo e exigem que o empregador tenha os registros organizados e atualizados sobre as finanças. Henrique: Você tem razão, Bartô, mas nós empreendedores somos pessoas PERSISTENTES e NÃO desanimamos diante de atividades trabalhosas. Sei que para manter o meu negócio, tenho que enfrentar vários obstáculos, dentre eles estão estes tipos de atividades matemáticas. Bartolomeu: Concluir atividades trabalhosas, como esta, tornam o empreendedor mais independente e autoconfiante. 13 Bartolomeu: Henrique, veja só o exemplo de outra antiga cliente minha, a Neide. Ela fez a projeção de vendas do seu futuro negócio: serão 8.260 salgados e, também, 8.260 sucos por mês. Para fabricar e vender essa quantidade, a empresa de Neide terá os seguintes custos: Custos fixos Salários e encargos R$ 1.200,00 Pró-labore R$ 2.000,00 Água , luz e telefone R$ 200,00 Assinaturas-Internet R$ 50,00 Materiais de escritório R$ 50,00 Manutenção de máquinas e equipamentos R$ 41,67 Custos fixos (Cont.) Horários Contábeis R$ 300,00 Depreciação de máquinas/móveis/equipamentos R$ 63,79 Provisões R$ 100,00 Outras despesas R$ 40,18 total R$ 4.045,64 14 Para fabricar e vender essa quantidade, a empresa de Neide terá os seguintes custos: esfirra Coxinha Kibe Pão pizza sucos Quantidade mensal de Vendas 2.270,00 2.490,00 1.630,00 1.870,00 8.260,00 Custo Variáveis R$ 0,85 R$ 0,75 R$ 1,20 R$ 1,35 R$0,45 Preço de vendas R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 0,75 Veja como calcular: 1) O Demonstrativo de Resultado para a quantidade de 8.260 salgados e sucos. demonstrativo de Resultados Receita Total R$ 18.585,00 (–) Custos Variáveis R$ 11.994,50 (=) Margem de Contribuição R$ 6.590,50 (–) Custos Fixos R$ 4.045,64 Resultado/lucro R$ 2.544,86 Henrique: Nossa, Bartolomeu, o negócio de Neide está indo bem. Com R$ 2.544,86 de lucro, logo ela poderá crescer. O cálculo do DRE ficou mais claro, agora, com esse exemplo. Sinto-me mais seguro. Bartolomeu: Sim, Henrique, com o tempo você desenvolverá uma prática e esta atividade não se tornará muito trabalhosa. Henrique: Bom, Bartolomeu, acho que podemos aproveitar este momento para conferirmos o Demonstrativo de Resultado da fábrica, o que acha? Bartolomeu: Acho a sua ideia muito boa, Henrique! Vamos aproveitar que estamos com os conceitos frescos na memória e discutir sobre isso. Resumo Nessa unidade, você aprendeu a calcular o Demonstrativo de Resultados (DRE) de sua empresa, bem como os componentes fundamentais que o compõem. Você pode ver também um pouco mais sobre o perfil do empreendedor perante as finanças. Na próxima unidade continuaremos os estudos do Fluxo de Caixa. 15 Módulo II – FINANÇAS Unidade 3 CalCUlando o flUxo de Caixa Calcular o fluxo de caixa não é um bicho de sete cabeças como a maioria pensa. É muito mais simples do que você possa imaginar. Nesta unidade, você conhecerá os elementos básicos do fluxo de caixa, de forma que possa calculá-lo com segurança, conhecendo sua importância para uma boa gestão dos negócios. ao final desta Unidade, você será capaz de: • reconhecer os elementos que compõem o fluxo de caixa; • compreender a importância do fluxo de caixa; • reconhecer procedimentos para entender o controle do fluxo de caixa. Henrique: Olá, seja bem-vindo(a) à Brinqueduc. Estava aqui conferindo o Demonstrativo de Resultado (DRE) da minha fábrica com o Bartô, quando fui interrompido por um telefonema de Jasmim. Ela está a caminho e acho que será um encontro muito rico para todos nós. Vamos começar! Bartolomeu, agora que finalizamos a análise do Demonstrativo de Resultado (DRE) da fábrica, acho que podemos avançar para o Fluxo de Caixa, o que você acha? Bartolomeu: Acho uma excelente ideia, Henrique. Vamos otimizar o nosso tempo e aproveitar ao máximo. Jasmim: Olá! Vim fazer-lhes uma visitinha, Henrique. Bartolomeu me disse que estaria aqui dando uma olhada nas suas finanças e achei que seria interessante que eu acompanhasse. 16 Henrique: Com certeza, Jasmim. Você chegou em boa hora. Acho que você poderá contribuir bastante neste encontro. Jasmim: Henrique, vejo no seu semblante uma expressão digna de futuros empreendedores de sucesso. Olhar firme, postura confiante e um certo ar de independência. Gostei de ver! Bartolomeu: Ah, isso é porque ele acabou de calcular o Demonstrativo de Resultado (DRE) da empresa e chegou à conclusão de que empreendedores têm que ser persistentes e confiantes. Henrique: É verdade, Jasmim. Após calcular o Demonstrativo de Resultado (DRE), adotei um certo ar de independência, como você disse. E, para aproveitar o embalo, propus ao Bartolomeu que iniciássemos o estudo do Fluxo de Caixa. Jasmim: Bom, se uma empresa sabe quanto poderá ter de receitas e quanto poderá ter de gastos, ela também pode projetar quando esses recebimentos e desembolsos irão acontecer, certo? Bartolomeu: Certíssimo, Jasmim, porém é mais simples do que pensam. Existe uma ferramenta muito importante para o gerenciamento financeiro de um negócio. É uma ferramenta de planejamento que se chama Fluxo de Caixa. Henrique: Uma vez vi um desenho muito engraçado em uma revista que falava sobre Fluxo de Caixa. Era um menino bebendo água na mangueira e fazendo “xixi” ao mesmo tempo. 17 Bartolomeu: Além disso, o Fluxo de Caixa pode ser diário, semanal, mensal ou mesmo anual. Tudo vai depender da frequência de entradas e saídas de dinheiro da empresa. Se for uma frequência diária, será preciso controlar o fluxo diariamente. Se for uma frequência mais espaçada,o empreendedor decidirá com qual frequência fará o controle. Jasmim: O Fluxo de Caixa serve basicamente para planejarmos quanto vamos gastar e quanto vamos receber a cada dia ou semana. É uma ferramenta de planejamento. Capital de giro é o valor que a empresa necessita para cobrir seus gastos, antes da entrada dos recursos provenientes das vendas. Henrique: Pessoal, o Fluxo de Caixa é muito importante. Sem ele, nós tocaríamos nossos negócios às cegas. Bartolomeu: Meus caros, percebo que vocês já compreenderam quanto é importante o Fluxo de Caixa e para que serve, mas isso não basta, é preciso entender como funciona na prática. Para isso, vou lhes mostrar a sua estrutura e os elementos que fazem parte dela. Jasmim: Ai, Bartô! Vai complicar? Estava indo tão bem. Henrique: Não se preocupe, Jasmim. Se forem como os cálculos da Demonstraçãode Resultados, é fácil, fácil! Bartolomeu: Muito bem lembrado, Henrique. O Fluxo de Caixa é até mais simples. Se vocês já têm todos os valores de entradas e saídas de dinheiro do mês, terão apenas o trabalho de distribuir esses valores ao longo dos dias, dentro do Fluxo de Caixa. Jasmim: Então, resumindo: é uma ferramenta de planejamento financeiro que serve para o registro de entradas e saídas de dinheiro na empresa, cuja análise indica as decisões a serem tomadas na sobra ou falta de recursos. Agora entendi. Bartolomeu: Vejam a estrutura de um Fluxo de Caixa diário dentro de um mês. Neste exemplo, foram utilizados apenas cinco dias; porém, na montagem da planilha, vocês podem acrescentar os 30/31 dias do mês. 18 Estrutura do fluxo de caixa mês______________ dia 1 dia 2 dia 3 dia 4 dia 5 Saldo inicial (SI) ( ) Entradas (E) (–) Saídas (S) (=) Saldo final (SF) saldo inicial (si) – Valores em moeda corrente disponíveis no caixa + valores em moeda corrente disponíveis no(s) bancos(s), apurados no primeiro dia do fluxo. entradas (e) – Valores monetários previstos para recebimentos em cada dia do período. Obs.: Se a empresa tiver mais de uma conta bancária, apura as disponibilidades em cada conta a somar ao caixa. saídas (s) – Valores monetários previstos para pagamentos em cada dia do período. Obs.: Cheques pré datados só são considerados recebimentos ou desembolsos quando descontados. saldo final (sf) – Resultado líquido do período de apuração do fluxo SF = SI (E – S) Jasmim: Estou mais convencida da importância do Fluxo de Caixa e de quão útil ele é. As coisas ficaram bem mais claras após visualizar a sua estrutura, você concorda, Henrique? Henrique: Concordo plenamente, Jasmim. Vou agora mesmo conferir a tabela de Fluxo de Caixa da minha fábrica. Após essas explicações, poderei extrair o máximo desses valores que lá estão. Bartolomeu: Essa troca de figurinhas entre vocês empresários é muito importante, aprende-se muito com isso. Henrique: No próximo encontro, estaremos aptos a ver o Cálculo do Fluxo de Caixa, certo, Bartô? Bartilomeu: Certamente, Henrique. Mantenham em mente tudo que foi visto até agora, no próximo encontro daremos sequência. Até logo! Nesse unidade, você viu o conceito de Fluxo de Caixa, bem como a sua importância para os negócios. Além disso, foi lhe apresentado o conceito de Capital de Giro, que, relembrando, é o valor que a empresa necessita para cobrir seus gastos, antes da entrada dos recursos proveniente das vandas. Na próxima unidade, veremos o cálculo do Fluxo de Caixa, até lá! Módulo II – FINANÇAS Nesta unidade, serão dados subsídios para que você mesmo possa diagnosticar a situação financeira de sua empresa, calculando os indicadores de eficiência de um negócio. Competências da Unidade 4 Ao final desta unidade, você será capaz de: Estruturar de forma básica o movimento de entradas e saídas de recursos do caixa (Fluxo de Caixa) de um negócio; Calcular os indicadores de eficiência de um negócio. Conheça cinco motivos da importância do Fluxo de Caixa para o gerenciamento financeiro de um negócio: FLUXO DE CAIXA 1 – Permite a projeção das necessidades de Capital de Giro de um negócio. 2 – Possibilita ao empreendedor se antecipar a qualquer falta de recursos. 3 – Permite a antecipação de pagamentos, obtendo descontos e condições favoráveis. 4 – Favorece ações estratégicas nas vendas. Ex.: aumento de estoques, concessão de descontos etc. 5 – Fornece os dados financeiros para o cálculo dos Indicadores de Eficiência econômica de um negócio: lucratividade, rentabilidade e Ponto de Equilíbrio. 19 Jasmim: Nossa Bartô, falou tudo agora. Acabando aqui, iremos todos almoçar lá no restaurante. Henrique: Apoiado! Jasmim: Vamos voltar, pessoal. Bartô, eu estava pensando: antecipar-se à falta de recursos é tomar medidas como um administrador de negócios, certo? Bartolomeu: Isso mesmo, Jasmim. Por exemplo: um empreendedor analisa o Fluxo de Caixa e detecta que no prazo de 20 dias o saldo ficará negativo. Ele liga para um fornecedor e negocia uma nova data para um boleto que vencerá naquela data. Henrique: Fazendo isso antecipadamente, ele será mais bem recebido pelo fornecedor, que também poderá se reprogramar diante daquele novo fato. Bartolomeu: Antecipar-se aos pagamentos é aproveitar uma futura sobra de caixa e negociar descontos, reduzindo os compromissos de curto prazo e aumentando o lucro da empresa. Jasmim: Meus amigos, isso é muito interessante! 20 Dica do tutor As ações estratégicas de vendas normalmente são planejadas com antecedência. O aumento estratégico de estoques é precedido de estudos de caixa. Aumentar o estoque significa trocar dinheiro líquido por mercadorias cuja liquidez é baixa, se comparada com o dinheiro. Branca: Olá a todos! Henrique: Branquinha! Que surpresa agradável. Havia me esquecido que hoje era dia de você vir aqui. Junte-se a nós. Jasmim: É, Branca. Estamos conversando sobre Fluxo de Caixa. O Bartô está nos ajudando muito. Acho que você poderá contribuir também. Branca: Que sorte a minha vir aqui logo hoje, eu adoro falar sobre finanças. Por exemplo, eu conheço cinco causas de desequilíbrio de caixa! 21 Jasmim: É verdade, Bartô. Para identificar com precisão as causas de desequilíbrio de caixa de uma empresa, o empreendedor precisa de conhecimentos específicos ou de apoio. Conheça cinco benefícios do uso do Fluxo de Caixa, que fazem essa ferramenta ser tão importante para o gerenciamento de um negócio: 1 - Permite a projeção das necessidades de Capital de Giro de um negócio. Para pagar essas contas, a empresa precisa de uma quantia inicial até que o saldo das vendas comece a contribuir efetivamente com as finanças do negócio. 2 - Possibilita ao empreendedor se antecipar a qualquer falta de recursos. Agindo antecipadamente, o empreendedor negocia uma nova data para um boleto que vencerá naquela data. 3 - Permite a antecipação de pagamentos obtendo descontos e condições favoráveis. Antecipando pagamentos, o empreendedor reduz os compromissos de curto prazo e aumenta o lucro da empresa. 4 - Favorece ações estratégicas nas vendas. As ações estratégicas, como o aumento de estoques ou descontos promocionais, devem ser precedidas de estudos do Fluxo de Caixa. 5 - Fornece os dados financeiros para o cálculo dos indicadores de eficiência econômica de um negócio: lucratividade, rentabilidade e ponto de equilíbrio. De posse desses indicadores, o empreendedor pode se decidir por manter ou mudar os rumos de um negócio ou mesmo desistir da implantação de um negócio. 22 Dica do tutor Após ter aprendido a fazer projeções de vendas, apurar os custos, calcular Margem de Contribuição, elaborar Demonstração do Resultado do Exercício e a estruturar, de forma básica, o movimento de entradas e saídas de recursos do caixa (Fluxo de Caixa) de um negócio, você, como empreendedor, deve calcular os Indicadores de Eficiência de um Negócio. * Os Indicadores de Eficiência de um Negócio servem para que o empreendedor saiba se o negócio possui parâmetros de eficiência adequados ao mercado ou não. Branca: O cálculo dos Indicadores de Eficiência é muito importante para podermos posicionar nosso negócio no mercado. Com isso, teremos uma noção se estamos vendendo aquém, além ou igual aos concorrentes. Jasmim: Este é um ponto importante, Branca. Procuro sempre posicionar o meu restaurante em relação ao mercado, e nisso o cálculo dos Indicadores de Eficiência é muito útil para mim. Bartolomeu: Muito bem, acredito que, após receber todas essas informações financeiras, vocês não terão problemas ao gerir o negócio, pois, como vimos, os cálculos não são complexos. Henrique:Puxa, Bartô, eu não sei como agradecê-lo. Foram muito enriquecedoras essas dicas. Mas não se preocupe, não deixaremos de procurá-lo para consultorias. Jasmin: Eu também adorei ter participado desta conversa sobre finanças. Confesso que tinha um pouco de preconceito com o tema, mas agora ele já foi totalmente desmistificado e me sinto bem mais segura. 23 Branca: Consegui aproveitar a parte final do debate e, para mim, foi muito produtivo. Não esqueçam de me convidar nas próximas vezes. Bartolomeu: Pode deixar, Branca. Pessoal, eu que agradeço, foram muito satisfatórios esses encontros que tivemos, também saio daqui contente. Muito bem, você chegou ao fim do Módulo Finanças! Você deve ter notado a importância das finanças para o empreendedor e para o empreendimento. Um descuido com as finanças e seu negócio pode ir por água abaixo. Portanto, mantenha-se sempre atento(a) ao Fluxo de Caixa, Capital de Giro e aos Indicadores de Eficiência de um Negócio. Todas essas são ferramentas simples, como vimos durante o módulo, porém fundamentais para a manutenção e equilíbrio de seu negócio, conhecê-las e aplicá-las é papel do empreendedor. Resumo Fluxo de Caixa Permite a projeção das necessidades de capital de giro de um negócio. Possibilita ao empreendedor se antecipar a qualquer falta de recursos. Permite a antecipação de pagamentos, obtendo descontos e condições favoráveis. Favorece ações estratégicas nas vendas. Ex.: aumento de estoques, concessão de descontos etc. Os Indicadores de Eficiência de um Negócio servem para que o empreendedor saiba se o negócio possui parâmetros de eficiência adequados ao mercado ou não. Até o próximo Módulo. 24
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