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Aula_02

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Língua e variação linguística
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A língua é variável
Línguas existem porque os seres humanos as utilizam na sociedade.
A língua molda-se às necessidades comunicativas dos falantes e ao contexto.
Dreamstime.com
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A língua varia com o tempo
ANTIGAMENTE (Carlos Drummond de Andrade)
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era de tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. (...)
http://intervox.nce.ufrj.br
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A língua e a variação linguística
A língua varia: propósitos; características individuais do falante; fatores sociais etc.
Estrangeirismos; neologismos; jargões etc.
“Você tem tuitado muito?”; 
“Ele me deletou de sua vida...”;
“Esse android é ótimo!”
http://4.bp.blogspot.com
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A variação linguística decorrente de características sociais
“Não tenho sabença, pois nunca estudei Apenas eu sei o meu nome assiná Meu pai, coitadinho! 
Vivia sem cobre E o fio do pobre não 
pode estudá (...)”
http://letras.mus.br http://pt.wikipedia.org
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Propósitos da língua e a modalização
Recursos da língua para expressar a atitude do locutor, nos conteúdos, em relação ao interlocutor (informar, contar, ordenar, descrever etc.)
Verbos modais: dever, poder, ter que etc.
Tipos de modalidades: epistêmica e deôntica.
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Modalidade epistêmica:
Falante expressa sua atitude em relação à verdade ou à falsidade do conteúdo de seu enunciado.
O juiz absolveu o réu (certeza).
O juiz deve ter absolvido o réu (probabilidade).
O réu pode ter sido absolvido 
 (possibilidade).
http://leticiacalderaro.blogspot.com.br
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Modalidade deôntica:
Falante (locutor) exprime juízo; 
Procura agir sobre o interlocutor, impondo, proibindo ou autorizando a realização de algo posterior ao discurso.
Valores de obrigação e de permissão.
“Saia daqui agora!” 
“Agora, você não vai sair.”
“Se terminar, você pode sair.”
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A modalização na comunicação organizacional
Gestor apresenta sua discordância em relação à opinião de outro colaborador da empresa:
_ “Você está completamente errado, não
 aceito sua opinião!”
_ “Talvez você esteja equivocado, tenho 
 dificuldades em concordar com você”. 
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A modalização e as relações interpessoais
O contexto e o interlocutor precisam ser considerados no uso da língua.
Linguagem: experiência de interação que depende de quem fala e quem ouve.
Por ser interação, o modo como falamos provoca reações em nosso interlocutor.
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A língua é interação
Por ser interação, é possível agir sobre o locutor, controlá-lo pela linguagem!
http://raffageo.blogspot.com.br
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Variação linguística: duas ou mais maneiras de se expressar
Variação linguística: duas ou mais maneiras de se expressar: “Nós fomos”; “A gente foi”; “A gente fomos”...
Favela: bairros de lata (Portugal); musseque (Angola).
“sabença, assiná” (sabedoria, assinar).
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Adaptação da língua causa variação e mudança
Mudança linguística: transformações sofridas pelas línguas ao longo do tempo. 
PORTUGUÊS COLONIAL
PORTUGUÊS ATUAL
Vossa Mercê
Vosmecê
Mecê
Cê
Você
Ocê
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O uso e a norma linguística
Uso:
Eu vi ele no shopping.
Eu vou te dar um presente.
Me empresta o lápis?
Assisti um filme lindo!
Norma:
Eu o vi no shopping. 
Dar-lhe-ei um presente. 
Empreste-me o lápis?
Assisti a um filme lindo!
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O uso e a norma linguística
Importante: adequação da linguagem ao contexto!
http://rotadosconcursos.com.br http://www.planalto.gov.br
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Certo ou errado? Adequado ao contexto
_Cara, como foi o trem?
_Prezado, qual foi o resultado da reunião?
_Mano, tô trampando muito!
_Senhor, tenho trabalhado excessivamente.
Situações formais: norma padrão.
Situações informais: norma coloquial.
Vídeo: Variações Linguísticas.
http://www.canstockphoto.com.br
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Referências bibliográficas
BAGNO, M. Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2009.
BORTONI-RICARDO,S.M. educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2009.
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1991.
FARACO, C.A. Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2009.
GONÇALVES, S.C.L. Gramaticalização, modalidade epistêmica e evidencialidade: um estudo de caso no português do Brasil. Campinas (IEL), 2003 Tese (doutorado).
LYONS, J. Linguagem e linguística: uma introdução. RJ: Jorge Zahar Editor, 1981.
MARTINS, A. Evidencialidade no discurso dos media. In: Linguísticos/ Linguistics Studies. Lisboa: Colibri, 2010.
MOLLICA, C. A influência da fala na alfabetização. RJ: Tempo Brasileiro, 1998.
OLIVEIRA, M. R. Preconceito linguístico. In; PERES, D. (ORG.) 1º SELES. Seminário sobre Leitura e Escrita. Avaliação da redação no vestibular da UFF: Niterói: EDUFF, 2006.
SCHERRE, M. M.P. Doa-se lindos filhotes de poodle: variação linguística, mídia e preconceito. São Paulo: Parábola, 2005.
TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2003.
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A língua e a variação linguística
http://seliguenasidea.blogspot.com.br/2013/08/adequacao-e-inadequacao-linguistica.html
Analise a variação linguística presente na tirinha.
Explique por que não houve adequação da linguagem.
Aborde a noção de “certo” e “errado”.

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