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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA DISCIPLINA DE ECOFISIOLOGIA AULA 3 Fisiologia estomática e Translocação pelo floema Marcelo Francisco Pompelli Transpiração: Necessária ou desperdício de água? O Estômato • O poro estomático é flanqueado por duas células guarda – as quais controlam o diâmetro do poro através da mudança na forma células túrgidas / Estômato aberto Células flácidas / Estômato fechado microfibrilas de celulose arranjadas radialmente parede celular vacúolo células-guarda A disposição radial das microfibrilas de celulose na parede celular promove uma maior resistência e compressão na direção paralela as microfibrilas. Assim, a orientação radial das microf- ibrilas fazem com que as células, ao tornarem-se túrgidas, se distanciem horizontalmente, abrindo o poro O Estômato O Estômato • Funções: – Influxo de CO2 para a fotossíntese – Liberação de água para a transpiração e controle da temperatura 20 µm CO2 H2O Aproximadamente 90% da água é perdida dirariamente através do estômato Força motriz da ascensão xilemática 2 Saciar a fome?Morrer de sede? Células-guarda: decisão do dilema fome x sede H2O, calor latente CO2 Estômato Interior da folha Atmosfera Água do solo fotossíntese Resistência estomática Os estômatos se abrem e se fecham de forma a regular a entrada de CO2 associada com a perda de água COM OS ESTÔMATOS ABERTOS Câmara subestomática ESTÔMATOS EM ABERTURA MÁXIMA E ÁGUA EM ABUNDÂNCIA Os estômatos se abrem e se fecham de forma a regular a entrada de CO2 associada com a perda de água Resistência estomática H2O, calor latente CO2 Estômato Interior da folha Atmosfera Água do solo fotossíntese Câmara subestomática Os estômatos se abrem e se fecham de forma a regular a entrada de CO2 associada com a perda de água QUANDO A ÁGUA DIMINUI NO SOLO Resistência estomática H2O, calor latente CO2 Estômato Interior da folha Atmosfera Água do solo fotossíntese Câmara subestomática Os estômatos se abrem e se fecham de forma a regular a entrada de CO2 associada com a perda de água MENOS ÁGUA NO SOLO Resistência estomática H2O, calor latente CO2 Estômato Interior da folha Atmosfera Água do solo fotossíntese Câmara subestomática Os estômatos se abrem e se fecham de forma a regular a entrada de CO2 associada com a perda de água O estômato se fecha completamente para reduzir a perda de água, com isso a fotossíntese tbem diminui Resistência estomática H2O, calor latente CO2 Estômato Interior da folha Atmosfera Água do solo fotossíntese Câmara subestomática 3 E a noite, como fica? • A pressão da raiz as vezes resulta em perda líquida de água pela folha – a glutação. Isso acontece em pequenas plantas herbáceas e em algumas gramíneas Tempo (hora) Abertura estomática ao longo do dia Mecanismo de abertura e fechamento estomático • Mudanças na pressão de turgor fazem os estômatos abrir e fechar – resultado reversível advindo, principalmente da captação e perda de ions potássio e cloro pelas células-guarda Papel dos íons potássio e cloro na abertura e fechamento O transporte de K+ (potássio, simbolizado por pontos vermelhos) cruzam a membrana plasmática e a membrana vacuolar, causando mudanças da pressão de turgor das células-guarda H2O H2O H2OH2O H2O K+ H2O H2O H2O H2O H2O Papel dos íons K+ e Cl- no mecanismo de abertura e fechamento estomático Efeito da luz na abertura estomática Papel da luz azul na abertura estomática 4 Papel da sacarose e do K+ na abertura estomática Adaptação das xerófitas para reduzir a transpiração • Xerófitas – são plantas adaptadas a ambientes áridos – apresentam várias modificações que reduzem a taxa de transpiração epiderme inferior tricomas (“pêlos” absorventes) cutícula epiderme superior estômatos 100 µm EstômatoEstômato Cera Cera epicuticularepicuticular Outras adaptações para reduzir a transpiração Plantas vasculares tolerantes a seca cutícula espessa Estômato células-guarda Fatores que afetam a perda de vapor de água Taxa de transpiração 5 Quanto mais fechado for um ecossistema (mais desacoplado) menor será a taxa de transpiração, pois menor será a elocidade do vento Taxa de transpiração Fonte: Pandey R, et al. Scientia Agricola 113: 74-81, 2007 Fatores de afetam a densidade estomática: temperatura de cultivo Fatores de afetam a densidade estomática: irradiância Fatores de afetam a densidade estomática: [CO2] Fonte: Royer DL. Review of Paleobotany and Palynology 114: 1-28, 2001 Translocação no Floema Floema - Contextualização • Os nutrientes orgânicos são translocados por meio do floema • Translocação – é o transporte de nutrientes orgânicos através da planta • Seiva Floemática – é uma colução aquosa composta basicamente de sacarose – é transportada de uma região fonte para uma região dreno 6 Fonte e Dreno: Conceitos • Um órgão fonte: – é todo e qualquer tecido onde sua taxa de utilização ou estocagem de fotoassimilados é menor que sua taxa se síntese • Ex.: folhas, tecidos clorofilados, sementes em germinação, etc • Um órgão dreno – é todo e qualquer tecido onde sua taxa de utilização ou estocagem de fotoassimilados é maior que sua taxa se síntese • Ex.: frutos e sementes em desenvolvimento, tubérculos, caules de reserva Floema: Ultraestrutura Floema: Ultraestrutura A B A) Floema em seção transversal, mostrando o elemento de tubo crivado, sua célula companheira. B) Elementos de tubo crivado abertos em seção longitudinal, demonstrando a placa crivada desobstruída de calose Translocação por fluxo de pressão no floema • Na maioria das angiospermas – pesquisadores concluíram que a seiva de move pelo floema seguindo uma força positiva de pressão Transporte em massa no floema C o r r e n t e t r a n s p i r a t ó r i a F l u x o d e m a s s a Fonte: Purves et al. 2005. Life: The Science of Biology Transporte em massa no floema Fonte: Taiz & Zeiger, 2009 7 células do mesofilo parede celular do apoplasto membrana plasmática plasmodesmos célula companheira ordinária elementos crivados Célula do Mesofilo Célula do Parênquima do FlomaCélulas da bainha do feixe Sacarose produzida na fotossíntese são carregadas, através do simplasto (setas azuis) para o floema. Em algumas espécies, a sacarose do simplasto são ativamente carregadas no apoplasto Carregamento do floema: rota simplástica • Açúcares são carregados das células fonte para os tubos do floema Fonte: Purves et al. 2005. Life: The Science of Biology O mecanismo quimiosmótico é responsável pelo transporte ativo de sacarose das c´´elulas do parênquima do floema para as células companheiras. A H+- ATPase gera um gradiente de H+ que dirige o acúmulo de sacarose contra um gradiente de concentração alta [H+] Co-transporte H+-ATPase ATP Sacarose H+H+ H+ S • Em muitas plantas – o floema é carregado ativamente – ocorre um transporte antiporte sacarose x H+ Carregamento do floema: rota apoplástica Apoplasto Simplasto baixa [H+] S Fonte: Purves et al. 2005. Life: The Science of Biology Carregamento simplástico x gradiente de concentração • Modelo de aprisionamento de polímeros – nenhum açúcar redutor é transportados pelo floema Fonte: Taiz & Zeiger, 2009 Estrutura de alguns compostos presentes no floema Açúcar redutor componente dos diferentes oligossacarídeosEstrutura de alguns compostos presentes no floema Açúcar Aminoácido Amida Ureídas O Ácido glutâmico, um aminoácido, e a glutamina, sua amida, são importantes compostos nitrogenados translocados no floema, além destes inclui-se também o aspastado e a asparagina Espécies que fixam nitrogênio atmosférico utilizam as ureídas como forma de transporte de nitrogênio Estudo da composição da seiva floemática Afídeo da ordem Hemiptera 8 Padrões de carregamento apoplástico e simplástico g r a d i e n t e d e c o n c e n t r a ç ã o n o f l o e m a Transporte em massa no floema Descarregamento do floema Beterraba Tabaco Meristemas comum em sementes e frutos em desenvolvi- mento apoplástico simplástico Auto-radiografias de folhas de abobrinha (Cucurbita pepo) Cada folha importou 14C da folha-fonte por 2 horas Fonte Dreno À medida que a extremidade da folha perde a capacidade de descarregar e deixa de importar açúcar, ela adquire a capacidade de exportar açúcar A transição folha fonte, folha dreno é gradual FOLHA FONTE FOLHA DRENO Coloração GFP em associação com o transportador SUC2 de A. thaliana. Percebe-se que na folha fonte o transportador é sintetizado e carregado para dentro dos vasos floemáticos, já na folha dreno ele sai dos vasos floemáticos para o mesofilo. Verificar a escala... 2 mm 0,1 mm A transição folha fonte, folha dreno é gradual Maior força dreno Fotossíntese Força dreno x atividade fotossintética Menor força dreno Fotossíntese 9 Experimento de enxertia recíproca Força dreno x atividade fotossintética Menor força dreno diminuição da fotossíntese Maior força dreno elevação da fotossíntese nível de descarregamento + Atividade metabólica do órgão dreno atividade do órgão dreno = nível de descarregamento = + - Atividade da invertase apoplástica Atividade metabólica do órgão dreno = Capacidade de sintetizar polímeros de reserva Ex: [Amido no órgão dreno] Força dreno x atividade do órgão dreno Atividade dos transportadores de sacarose Experimento Questão: Os solutos orgânicos são translocados no floema ou no xilema? Resultado Os solutos orgânicos se acumulam no floema logo abaixo do anelamento, causando uma espécie de inchaço Método Remoção da casca (floema) das árvores em forma de anel Floema (casca) lenho Conclusões: Os solutos orgânicos são translocados pelo floema, não pelo xilema, pois a translocação paralisa acima do anelamento. A translocação é inibida por compostos que inibem a respiração. Por que?
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