Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Laboratório de Animais Peçonhentos e Toxinas Míriam Camargo Guarnieri Ogata 2015 0 Envenenamentos ofídicos 1 1 Crotalus (1) Leptomicrurus (2) Serpentes (381) Scolecophidia (29) Aletinophidia (352) Amerophidia (2) Anomalepipidae (7) Typhlopidae (6) Leptotyphlopidae (16) Aniliidae (1) Tropidophiiidae (1) Viperidae (30) Elapidae (30) Colubridae (34) Dipsadidae (244) Afrophidia (350) Bothrocophias (2) Bothrops (26) Lachesis (1) Micrurus (28) Henophidia (12) Caenophidia (338) Boidae (12) A) Aparato – glândulas maxilares de peçonha. B) Função das toxinas 1º. Captura de alimento 2º. defesa contra predadores Serpentes – CAENOPHIDIA • Proteínas e Peptídeos Mais de 90% • Componentes orgânicos com baixa massa • Componentes inorgânicos Muitas classes diferentes de Enzimas e Não enzimas Inibidores enzimáticos Aminas biogênicas Carboidratos Lipídeos CITRATO Cálcio Ferro Fósforo Zinco Acidentes ofídicos no mundo Epidemiologia dos Acidentes Ofídicos- OMS Acidentes Ofídicos no Mundo Acidentes ofídicos Doença negligenciada – OMS- pobreza Acidentes ofídicos no Brasil Serpentes de pouca importância médica DIPSADÍDEOS de acidentes de importância médica Philodryas olfersii (cobra verde) Philodryas patagoniensis (parelheira) Clelia clelia (muçurana). • Acidente por Boiruna maculata Acidentes por Philodryas olfersii • Edema extenso e equimoses em paciente picado no punho há 2 dias. Quadro clínico: Edema local importante, equimose e dor, semelhantes aos observados nos acidentes botrópicos, porém sem alteração na coagulação. Para ter um diagnóstico diferencial com os envenenamentos botrópicos e laquéticos, a determinação do TC é importante TRATAMENTO: sintomático O uso de soro antibotrópico no caso de acidentes por Dipsadídeos é controverso! Peçonha com atividades hemorrágica, proteolítica e fibrinogenolítica Quadro clínico e Tratamento Serpentes Opistóglifas no Brasil Acidentes ofídicos no Brasil Serpentes de muita importância médica Distribuição de acidentes ofídicos no Brasil em 2012 23.489 casos- Frequência por região Distribuição de acidentes ofídicos no Brasil em 2012 23.489 casos- Letalidade por região Fonte: FNS/CCZAP, 1990-93 1,85 0,95 0,36 0,31 0,45 Crotalus Lachesis Micrurus “ Bothrops” Total 0 0,5 1 1,5 2 letalidade (%) Acidentes ofídicos em Pernambuco Serpentes de muita importância médica Figura 10: Percentual de acidentes ofídicos ocorridos no Estado de Pernambuco segundo o gênero causador, no período de 2007 a 2012. Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco/SINAN 2013. 1.874 casos 2007 a 2012 n =3 4 0 n =1 1 2 n =2 5 n =7 n =2 9 3 n =1 1 7 n =1 7 n =7 n =3 7 0 n =1 1 2 n =1 9 n =1 n =3 3 3 n =8 7 n =1 7 n =4 n =3 1 2 n =1 2 3 n =2 7 n =5 n =2 2 6 n =6 5 n =3 4 n =4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fí d ic o s Gênero/ Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Figura 11: Distribuição percentual dos acidentes ofídicos segundo o gênero e o ano, durante o período de 2007 a 2012, no estado de Pernambuco. Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco/SINAN 2013 80% (2.126) – Zona rural Figura 12: Percentual de acidentes ofídicos por mesorregião e gênero, durante o período de 2007 a 2012, Pernambuco. Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco/SINAN 2013. *A Região Metropolitana do Recife (RMR) e a Mata compreendem a Zona da Mata do Estado. n=19 n=18 n=35 n=44 n=38 n=28 n=28 n=21 n=29 n=30 n=21 n=18 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 % A ci d en te s o fí d ic o s/ P lu vi o si d ad e Zo n a d a M at a Acidentes Pluviometria n= 59 n=59 n=101 n=107 n= 105 n=85 n=74 n= 98 n= 72 n= 54 n= 84 n= 31 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 % A ci d en te s o fí d ic o s/ P lu vi o si d ad e A gr es te Acidentes Pluviometria n=123 n=153 n=156 n=152 n=158 n=136 n=136 n=102 n=85 n=87 n=86 n=61 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 % A ci d en te s o fí d ic o s/ P lu vi o m et ri a Acidentes Pluviometria n = 2 0 1 n = 1 2 5 n = 3 8 n = 2 n = 6 4 7 n = 1 9 2 n = 4 8 n = 1 0 n = 4 1 9 n = 1 0 5 n = 2 6 n = 1 1 n = 1 2 9 n = 4 5 n = 4 n = 2 n = 8 4 n = 4 8 n = 2 n = 1 n = 9 9 n = 3 3 n = 2 n = 1 n = 2 9 5 n = 6 8 n = 1 9 n = 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fí d ic o s Gênero/ Intervalo de tempo 0-1 H 1-3 H 3-6 H 6-12 H 12-24 H > de 24H Ignorado 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fi d ic o s Gênero/ Faixa etária 0 -10 Anos 11 - 20 Anos 21 - 30 31 - 40 41 - 50 51 -60 61 -70 > de 70 Ignorado Cerca de 74% são do sexo masculino 0 10 20 30 40 50 60 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fí d ic o s Cabeça Braço Antebraço Mão Dedo da mão Tronco Coxa Perna Pé Dedo do pé Ignorado Adoção de botas n= 1.668 n= 504 n= 98 n= 22 n= 152 n= 82 n= 36 n= 5 n= 54 n=30 n= 5 n= 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d n te s o fí d ic o s Gênero/ Soroterapia Sim Não Ignorado n= 769 n= 266 n=70 n=9 n= 634 n= 200 n=30 n= 9 n= 181 n=119 n=31 n= 5 0 10 20 30 40 50 60 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fí d ic o s Gênero/ Classificação dos casos Leve Moderado Grave n= 1.670 n= 548 n= 115 n= 25 n= 17 n= 11 n= 0 n= 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Bothrops Crotalus Micrurus Lachesis % A ci d en te s o fí d ic o s Gênero/ Evolução do Caso Cura Óbito 1% 2% ENVENENAMENTO BOTRÓPICO EM PERNAMBUCO ENVENENAMENTO CROTÁLICO EM PERNAMBUCO ENVENENAMENTO ELAPÍDICO EM PERNAMBUCOReação Local Hemorragia Sangue incoagulável Fáscies neurotóxica Insuficiência respiratória Insuficiência renal X jararacas Cascaveis Surucucus Corais X X X X X X X X X X Fonte: Hospital Vital Brazil Complicações Locais a) Síndrome Compartimental (1,4% dos casos HVB) É rara, caracteriza casos graves, sendo de difícil manejo. Decorre da compressão do feixe vásculo-nervoso conseqüente ao grande edema que se desenvolve no membro atingido, produzindo isquemia de extremidades. b) Abscessos: Sua ocorrência tem variado de 10 a 20%. A ação “proteolítica” do veneno botrópico e a presença de bactérias na boca da serpente favorece o aparecimento de infecções locais. Morganela morgani - Strepto grupo D - anaeróbios c) Necrose É devida principalmente à ação “proteolítica” do veneno, associada à isquemia local decorrente de lesão vascular e de outros fatores como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos) podendo evoluir para gangrena. Amputação – 0,1% Choque: É raro e aparece nos casos graves. Insuficiência Renal Aguda (IRA), devido a: 1. Ação direta da peçonha sobre os rins 2. Isquemia renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares 3. Hipotensão arterial 4. Choque. Eritema no local da picada Edema local discreto Quadro clínico Fáscies miastênica Ptose palpebral Rabdomiólise - Mioglobinúria Fácies miastênica Atividade Efeitos Jararaca surucucu cascavel coral Local Inflamatória aguda Edema Dor Bolhas Necrose Sistêmica Hemorrágica Sangramentos Coagulante Sangue incoagulável Parassimpato mimética Vômitos, diarréia, bradicardia, Hipotensão Neurotóxica Pré-sinaptica Paralisia muscular Turvação Visual Neurotóxica Pós-sinaptica Insuficiência respiratória Miotóxica Dores musculares Urina escura, IRA ++++ +++ ++ +++ ++++ - - +/- ++++ ++++ +++ +++ ++++ ++ - -/+ +/- +/- - - ++ - - ++++ - - - - - ++++ - - - +++ ++++ - Quadro clínico em humanos Jararaca Surucucu Cascavel coral TIPO DE SORO Anti-botrópico Anti-laquético Anti-crotálico Anti-elapídico Leve 4 ampolas -------------------- 4 ampolas -------------------- Moderado 8 ampolas 10 ampolas 8 ampolas ------------------- Grave 12 ampolas 20 ampolas 12 ampolas 10 ampolas Tratamento em humanos via de administração – endovenosa apresentação do produto – ampolas de 10 ml ACIDENTE POR SERPENTES PEÇONHENTAS MEDIDAS GERAIS Primeiros socorros O que fazer? • Lavar o local da picada com água ou com água e sabão • Manter o acidentado deitado com o membro ferido em uma posição mais elevada que o restante do corpo • Manter o acidentado hidratado (água). Primeiros socorros O que fazer? • Retirar anéis e alianças dos dedos • Conduzir com agilidade o acidentado ao atendimento médico para o hospital público mais próximo que disponha de soro. • Se possível levar o animal para facilitar identificar e facilitar o tratamento. “A precocidade do atendimento médico é fator fundamental na evolução e no prognóstico do doente” PARA TODAS AS ESPÉCIES DE SERPENTES – no HOSPITAL -Internar sempre o doente para avaliação tardia - Limpar o local - Fazer imunoprofilaxia contra tétano -Realizar o Tempo de Coagulação antes e 12 horas após o início da soroterapia -Hidratar adequadamente - Apenas botrópico e laquético: Fazer analgesia e aplicar antibióticos se necessário Medidas hospitalares contra-indicadas -Fazer perfurações ou cortes no local da picada -Realizar fasciotomia na presença de sangue incoagulável -Realizar teste intradérmico antes de aplicar o soro Prevenção Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos • Ter cuidado ao mexer em lenha, palhas de feijão, milho ou cana e em cupinzeiros, pois as serpentes abrigam- se em locais quentes, escuros e úmidos. • Em áreas de contato,deve-se usar botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes Prevenção • Não amontoar o lixo e mantê-lo sempre bem fechado para evitar que ratos possam aparecer pois as serpentes alimentam-se deles. • Fechar buracos de muros e frestas de portas. • Cortar galhos de árvores que encostam ou encobrem os telhados das casas. • Manter afastado das casas todo tipo de entulho como pedras, tijolos, entre outros e ainda vegetação alta pois atraem e abrigam as presas das serpentes. Primeiros socorros O que não fazer? • Não fazer torniquete ou garrote • Não cortar e perfurar o local da picada • Não sugar o sangue da picada na tentativa de retirar o veneno Primeiros socorros O que não fazer? • Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes • Não oferecer querosene, chás e ou bebidas alcoólicas • Último • Não oferecer querosene, chás e ou bebidas alcoólicas O B R I G A D A !
Compartilhar