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TEORIA DE CONTABILIDADE 
 
 
 
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE. 
 
Origem da Contabilidade. 
 
A contabilidade existe desde o princípio da civilização humana e durante 
muito tempo foi chamada “a arte da escrituração mercantil”. O homem 
observou que era preciso controlar, administrar e preservar seus bens e que 
poderia, através de desse controle, obter lucros e foi através desta 
necessidade que surgiu a contabilidade. 
 
Não é descabido afirmar-se que a contabilidade é tão antiga quanto a origem 
do Homo sapiens. Historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos 
da existência contábil aproximadamente ha 4.000 anos AC. Entretanto, antes 
disto, o homem primitivo ao inventariar o no de instrumentos de caça e pesca 
disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar de suas ânforas de bebidas, 
praticava uma forma rudimentar de Contabilidade. 
 
Com o uso de sua arte, o homem primitivo evendenciava a sua riqueza 
patrimonial, em inscrições em paredes de grutas (pinturas) e também em 
pedaços de ossos. O desenho do animal ou coisa representava a natureza da 
utilidade; os riscos que se seguiam ao desenho, denunciavam a quantidade 
existente. 
 
 Conta 
Qualidade Quantidade 
(desenho) (Risco) 
 
 
É claro que sua evolução foi relativamente lenta até o aparecimento da 
moeda. Na época de troca de mercadorias os negociantes anotavam as 
obrigações, os direitos e os bens. Tratava-se, portanto, de um inventário 
físico, sem avaliação monetária. Como a preocupação com as propriedades e 
a riqueza é uma constante, o homem teve de ir aperfeiçoando seu 
instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades 
foram desenvolvendo-se em dimensão e em complexibilidade. O 
acompanhamento da evolução do P.L. das entidades de qualquer natureza 
constituiu-se no fator mais importante da evolução da disciplina contábil. 
 
Da Arte da Inscrição para a Técnica dos Registros. 
 
Assim nasceram os registros contábeis; porque se quantificava e evidenciava 
a riqueza patrimonial do indivíduo ou da família. Tais registros eram feitos 
em peças de argila. 
O “meu” e o “seu” deram, na época, a origem dos registros de “débito” e 
“crédito”. 
No Egito, o “papiro” deu origem aos livros contábeis, utilizando-se o 
sistema baseados em lógica matemática. 
 
Matematicamente: A = B 
Contabilmente: débito = crédito 
Logicamente: efeito = causa 
 
Com a invenção da escrita, desenvolver-se-ia o sistema de registros e, vários 
estudiosos da questão, acreditam que foi a escrita contábil que deu origem à 
escrita comum e não o inverso. 
 
As Escolas do pensamento contábil. 
 
O grau de desenvolvimento da teoria contábil e suas práticas estão 
diretamente associados, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento 
comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações. É assim, 
fácil de entender, porque a conta teve o seu florescer, como disciplina, nas 
cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, e outras. Estas cidades e 
outras da Europa fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural, a 
partir do século XII, até o inicio do século XVII. Elas representaram o que 
demais avançado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos 
comerciais e industriais. Nesse período, Luca Pacioli (1494) escreveu seu 
famoso Tractatus de Computis et Scripturis, que é a exposição atual da nossa 
contabilidade. Assim iniciou-se o período de domínio da “Escola Italianis”, 
em particular, e européia, em geral, razão pelo qual, o Brasil foi forte e 
inicialmente influenciado pela escola italiana. 
 
A Escola Norte-Americana. 
 
A partir de 1920, com a ascensão econômica e cultural do colosso norte-
americano, com o surgimento das gigantescas corporações, desenvolve-se o 
approach norte americano, favorecido pela ampla estrutura econômica e 
política, mas também por pesquisa e trabalho de vários órgãos associativos. 
Não se pode, também, esquecer, que os Estados Unidos herdaram da 
Inglaterra uma excelente tradição no campo da auditoria, criando lá, sólidas 
raízes. 
 
. Avanço das instituições econômicas e sociais; 
. Informações detalhadas à curto prazo; 
. Pesquisas científicas pelo governo, universidades e corpos associativos de 
contadores; 
. Órgãos contábeis atuantes; etc... 
 
 
Apesar das diferenças de abordagem das várias escolas, reconhecemos que 
somente existe uma contabilidade, baseada em postulados, princípios, 
normas e procedimentos racionalmente deduzidos e testados pelo desafio da 
praticabilidade. 
 
Contabilidade no Brasil. 
 
A primeira escola de Contabilidade brasileira foi a Fundação Escola de 
Comércio Álvares Penteado, em São Paulo, que em 1902, desenvolveu a 
filosofia da Escola Européia de Contabilidade no Brasil. Nessa escola 
formaram-se, entre outros, Francisco D’Auria e Frederico Herrmann Junior, 
considerados dois dos mais importantes professores brasileiros de 
contabilidade em todos os tempos. 
 
Surgimento da profissão e seu futuro. 
 
Ao final do século XIX várias mudanças haviam feito com que o sistema 
contábil estabelecido por Pacioli assumisse uma forma mais adequada à 
necessidade das grandes sociedades anônimas industriais que caracterizavam 
nosso mundo. 
 
1. Formas iniciais de empresa haviam sido inventadas, distinguindo-se de 
seus proprietários. 
2. Tinham sido criados direitos de participação nessa empresas. 
3. Era conhecida a distinção entre capital e lucro. 
4. O conceito de empresa em funcionamento havia sido lançado. 
5. Havia bolsas de valores em atividade. 
6. A indústria e o comércio estavam crescendo. 
 
Com o advento da Revolução Industrial (1800...), começaram a surgir 
especialistas em contabilidade. O caminho foi aberto em Edinburgo, cujo 
anuário municipal de 1773 indicava a existência de sete contadores. No 
início do século XIX, ainda havia menos de 50 contadores públicos nas listas 
das principais cidades da Inglaterra e da Escócia. Esses nºs cresceriam 
rapidamente em conseqüência da aprovação da Lei das Companhias em 
1844, que passou a exigir balanços aprovados por auditores. 
 
 
Nos 500 anos desde que Pacioli escreveu seu livro, a contabilidade tem 
permanecido virtualmente constante. Pacioli se sentiria muito confortável 
com os sistemas contábeis que encontramos hoje. Os autores de livro-textos 
ainda explicam como débitos ficam à esquerda e os créditos à direita, e 
ensinam técnicas contábeis. A partir daí, os programadores procuram refletir 
fielmente essas idéias nas telas dos computadores. A contabilidade ainda está 
para tirar proveito das novas invenções que prometem revolucionar a 
divulgação financeira como hoje a conhecemos. Em lugar de razonetes, 
haverá bases de dados das quais os dados financeiros serão apenas uma parte. 
Os administradores terão acesso imediato a essas bases de dados usando 
rotinas de busca apropriadas por sistemas especialistas. Uma versão 
simplificada dessas bases de dados será transmitida a todos os usuários. Terá 
havido, então, uma verdadeira revolução na contabilidade quando toda a 
informação for acessível a todos os investidores. Tudo o que é necessário 
para transformá-la em realidade é aplicar a tecnologia disponível. 
 
* A primeira sociedade de contadores foi formada em Veneza (1581). 
* Bolsa de Amsterdã ( 1602) Paris ( 1726) Filadélfia ( 1746) 
Londres ( 1773) New York ( 1792) 
 
A Teoria da Contabilidade. 
 
A teoria da contabilidade tem sido definida como um conjunto coerente de 
princípios lógicos que : 
 
1. Oferece uma compreensão melhor das práticas existentes a contadores, 
investidores, administradores, estudantes, enfim, a todos os usuários da 
contabilidade. 
2. Oferece um referencial conceitual para avaliação de práticas contábeis 
existentes. 
3. Orienta o desenvolvimento de novas práticas e novos procedimentos.Enfoque à Teoria da Contabilidade. 
 
Diversos enfoques têm sido adotados num esforço para resolver problemas 
complicados em contabilidade. Podemos visualizar os enfoques: 
 
Fiscal - Qual é a situação fiscal? 
 
Legal - O que é exigido por lei? Há regulamento específico? 
Ético - O que é correto? É uma apresentação justa? 
 
Econômico - Que efeito produzirá o procedimento contábil na economia? 
 
Comportamental - Por que a administração deseja fazer esta escolha? 
 
Estrutural - Há alguma regra específica relativamente a esta situação? 
 Qual o princípio geralmente aceito? 
 O que fazem os outros que operam neste setor? 
 
Cada um dos enfoques possuem méritos no que diz respeito ao 
estabelecimento e à avaliação de princípios e procedimentos contábeis. Os 
enfoques econômicos e comportamentais ajudam a preparar o terreno para 
explicar o ambiente no qual opera a contabilidade e selecionar os dados que 
devem ser divulgados. O enfoque Ético propõe objetivos fundamentais para 
o estabelecimento de padrões de contabilidade. 
 
Teoria da contabilidade é um conjunto coerente de princípios hipotéticos, 
conceituais e programáticos que formam um quadro geral de referência para 
a investigação da natureza da contabilidade. 
 
A Teoria é o conjunto de conhecimentos que dão a explicação completa de 
uma arte ou ciência. A Prática é a execução das regras e dos princípios de 
uma arte ou ciência, ou simplesmente, a aplicação da teoria. 
 
Do objetivo da Teoria. 
 
A finalidade da teoria, no ensino da contabilidade, é estudar, sob a orientação 
de um método próprio, a natureza do patrimônio, a função do organismo de 
uma empresa, contrôle do movimento, a criação de uma terminologia própria 
e adequada, a elaboração de um plano de contas, de forma que da sua 
aplicação a qualquer momento se possa analisar a evolução do patrimônio.
 
MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS 
 
 
Processo de Mensuração: Em contabilidade, mensuração é o processo de 
atribuir valores monetários significativos a objetos ou eventos associados 
a uma empresa, e obtidos d modo a permitir agregação ou desagregação, 
quando exigidas em situações específicas. Geralmente, a mensuração é 
imaginada em termos monetários, entretanto, não deve ser esquecido que 
dados não monetários podem ser relevantes para a tomada de decisão. 
 
 
Bases de Mensuração dos Ativos 
 Valores de Entrada Valores de Saída 
Passado Custos Históricos Preços de venda 
Passados 
Correntes Custos de Reposição Preço corrente de 
Venda 
Futuros Custos 
esperados 
Valor realizável 
esperado 
 
 
Medidas de Entrada: representam os custos de aquisição de ativos em 
mercados organizados. Podem ser extraídas de mercados passados, correntes 
ou futuros. Existe concordância geral quanto ao lançamento de ativos a seu 
preço de aquisição (entrada) e à baixa a seu preço de venda (saída). 
 
Medidas de Saída: representam os valores de venda de ativos em mercados 
organizados . Podem ser extraídas de mercados passados, correntes ou 
futuros. 
 
Medidas de Custo ou Mercado, o que for menor: A regra de Mensuração à 
custo ou mercado, o que for menor, não cria medidas de entrada ou saída, 
mas possui uma longa história, o que, presumivelmente, indica que possui 
utilidade para os usuários. 
 
Objetivos da Mensuração: A escolha de medidas de ativos deve ser 
orientada pelos objetivos de divulgação financeira decorrentes da estrutura 
da contabilidade, do desejo de ser capaz de interpretar demonstrações 
financeiras em termos econômicos ou de seu valor para usuários. 
 
O Passivo e sua Mensuração 
 
O problema principal do passivo não reside em sua avaliação, mas em 
quando reconhecê-lo e registrá-lo. 
 
Natureza dos Passivos: Passivos são sacrifícios futuros prováveis de 
benefícios econômicos resultantes de obrigações presentes. O patrimônio dos 
acionistas é o que sobra após subtrair passivos de ativos. 
 
Mensuração dos Passivos: Os passivos são reconhecidos quando 
satisfazem sua definição. São mensuráveis, relevantes e precisos. Em geral, 
são medidos pelo valor presente das saídas de caixa futuras esperadas. 
Assim, o reconhecimento de uma exigibilidade depende do reconhecimento 
do outro lado da transação. 
As exigibilidade decorrentes de venda de produtores e serviços com garantia 
não registradas se não existisse interesse em reconhecer a despesa no mesmo 
período em que a receita foi reconhecida. 
 
No caso da maioria dos passivos, no momento em que o reconhecimento 
ocorre é bastante definida, porque a obrigação resulta de um contrato em que 
o valor e a data de pagamento da obrigação acham-se especificados ou são 
determináveis em função das condições do contrato. Entretanto, em alguns 
casos, o valor a ser pago depende de eventos futuros, tais como o nível de 
faturamento bruto com o uso de bens arrendados. 
 
Resumidamente, a obrigação precisa existir no momento atual, isto é, surgem 
de alguma transação ou evento passado. Pode derivar da aquisição de bens e 
serviços, perdas incorridas pelas quais a empresa assume obrigações ou de 
expectativas de perdas pelas quais a empresa se obrigou. Obrigações 
dependentes exclusivamente de eventos futuros não deveriam ser incluídas. 
São mensuradas à medida que existir uma boa probabilidade de que tais 
eventos ocorrerão e desde que o fato gerador esteja relacionado, de alguma 
forma, com o passado e o presente. Se estiver relacionado apenas com o 
futuro, poderemos constituir uma reserva para contingências e não uma 
provisão. 
 
Encerramento de Passivos: Os passivos podem ser encerrados, por 
extinção, por exemplo, por meio de um pagamento; por reestruturação, ou 
seja, pela substituição de uma dívida por outra; ou por conversão, ou seja, 
pela troca de dívidas por ações. 
 
 RECEITAS, DESPESAS, GANHOS E PERDAS. 
 
 
Receitas e Ganhos: 
 
 
As Receitas podem definidas, em termos gerais, como o produto gerado por 
uma empresa. Tipicamente, são medidas em termos de preço correntes de 
troca. 
 
Devem ser reconhecidas após um evento crítico, ou assim que o processo de 
venda tenha sido cumprido em termos substanciais. Na prática, isto 
normalmente significa que as receitas são reconhecidas no momento da 
venda. Os ganhos distinguem-se das receitas por serem periféricos 
(instrumentos) às atividades básicas da empresa. 
 
As receitas são o fluído vital da empresa. Sem receitas, não haveria lucros. 
Sem lucros, não haveria empresa. 
 
 
Despesas e Perdas 
 
 
Despesas são os custos assumidos para gerar receitas. Devem ser 
reconhecidas no mesmo momento em que as receitas que geram. É 
freqüentemente difícil determinar uma associação entre receitas e despesas, 
de modo que diversas regras relativamente arbitrárias são utilizadas para o 
reconhecimento de despesas. As despesas são medidas tanto em termos 
históricos quanto de preços correntes de troca. As perdas são periféricas às 
atividades básicas da empresa. Seu reconhecimento e sua mensuração, 
porém, são idênticos aos de despesas. 
 
O termo despesa também é um conceito de fluxo. Elas representam as 
variações desfavoráveis dos recursos da empresa, ou seja, são reduções de 
lucro. Entretanto, nem todas as variações desfavoráveis de recursos são 
despesas. Definidas mais precisamente, as despesas constituem o uso ou 
consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas. 
 
 
 
 
 POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS 
 
POSTULDADOS CONTÁBEIS: São premissas ou constatações básicas, 
não sujeitas a verificação, que formam o arcabouço sobre o qual repousa o 
desenvolvimento subseqüente da teoria de Contabilidade. Pode ser definido, 
também, como uma proposição ou observação de certa realidade não sujeitasa verificação, ou axiomática (axiomas – proposição que não carece de 
demonstrações). Os postulados ambientais enumeram condições sociais, 
econômicas e institucionais que marcam a atuação da ciência contábil. São 
eles: O postulado da entidade e o postulado da continuidade. 
 
O postulado da entidade considera que as transações econômicas são 
levadas a termo por entidades e a Contabilidade é mantida como distinta das 
entidades dos sócios que a compõem. 
 
O postulado da continuidade observa a entidade como “algo em 
continuidade”, cuja principal finalidade é gerir e utilizar ativos não para 
serem vendidos no estado em que se encontram, mas para servirem à 
entidade no esforço de produzir receita. 
 
Na verdade, os dois postulados constituem o pilar sobre o qual se baseia todo 
o edifício dos conceitos contábeis. De forma combinada poderíamos 
afirmar: a Contabilidade é mantida para entidades, como pessoas distintas 
dos sócios que as integram e que, se supõe, continuarão operando por um 
período indefinido de tempo. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE: Eles 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da 
Contabilidade consoante o entendimento predominante nos universos 
científico profissional de nosso País. Eles constituem o núcleo central da 
estrutura contábil. 
 
A Resolução CFC nº 759/93, de 29 de dezembro, dispõe sobre os PFC, cuja 
observância é obrigatória no exercício da profissão contábil e constitui 
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
 
Princípio da Entidade: Reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade de 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, 
com ou sem fins lucrativos. Assim, nessa acepção, o patrimônio não se 
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade 
ou instituição.(Art. 4º) 
 
Princípio da Continuidade: A continuidade ou não da entidade, bem como 
sua vida estabelecida ou provável, devem ser consideradas quando da 
classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e 
qualitativas. (Art. 5º) 
 
Princípio da Oportunidade: Refere-se, simultaneamente a tempestividade, 
à integridade do registro das mutações patrimoniais, determinando que este 
seja feito no tempo certo e com a extensão correta. (Art. 6) 
 
Princípio do Registro pelo Valor Original: Os componentes do patrimônio 
devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo 
exterior, expressos a valor presente da moeda do País, que serão mantidos na 
avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando 
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade. (Art. 7º) 
 
Princípio da Atualização Monetária: Os efeitos da alteração do poder 
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis 
através do ajustamento da expressão formal dos valores componentes 
patrimoniais. (Art. 8º) 
 
Princípio da Competência: As receitas e despesas devem ser incluídas na 
apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre 
simultaneamente quando as correlacionarem independentemente de 
recebimento ou pagamento. (Art. 9º) 
 
Usualmente, uma grande parte de textos e autores, ao reunir Receita e 
Despesa num princípio geral só, o da COMPETÊNCIA, limita-se a enunciar 
que receitas e despesas são atribuídas aos períodos contábeis de acordo com 
a incorrência do fato gerador de ambos e não com o recebimento e 
pagamento de caixa. Esses autores consideram como sendo o princípio da 
realização da receita e da confrontação das despesas. 
 
Princípio da Prudência: Determina a adoção do menor valor para os 
componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se 
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das 
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. (Art. 10º) 
 
CONVENÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
As restrições aos princípios, chamadas de convenções, representam o 
complemento dos Postulados e Princípios, no sentido de demilitar–lhes, 
conceitos, atribuições e direções a seguir e de sedimentar toda a experiência 
e bom–senso da profissão no trato de problemas contábeis. 
 
Objetividade: 
 
A ciência contábil procura enfatizar a importância de se adotar em 
critérios de avaliação claros, precisos, baseados em elementos concretos e 
objetivos que não despertem dúvidas, polemicas, nem sejam influenciados 
por aspectos tendenciosos. 
Enunciado: Para procedimentos igualmente relevante, resultante da 
aplicação dos princípios, preferir-se-ão, em ordem decrescente : a) os que 
puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que 
puderem ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, 
reunidas em comitês de pesquisa ou entidades que tenham autoridade a 
respeito de princípios contábeis. 
 
Materialidade: 
 
Enunciado: O contador deverá, sempre, avaliar a influência e 
materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da 
relação custo-benefício, levando em conta aspectos internos do sistema 
contábil. 
O nível de detalhamento deve ser decidido em função da importância 
relativa dos fatos a serem registrados. O objetivo dessa convenção é evitar 
desperdícios de tempo e dinheiro para controlar elementos e mutações 
patrimoniais de pequena expressão em relação ao conjunto de patrimônio. 
 
Conservadorismo: 
 
Enunciado: Entre conjuntos alternativos de avaliação para, o 
Patrimônio, igualmente válidos, segundo os princípios contábeis, a 
Contabilidade escolherá o que apresenta menos valor atual para o Ativo e 
maior para as obrigações. 
 
O conservadorismo, também denominado Prudência, pode ser entendido 
por 2 aspectos principais :1º) Vocacional e histórico da profissão, pelo qual, 
entre as várias disciplinais que avaliam, pelo menos em parte, o valor da 
Entidade, seria a Contabilidade que tenderia para apresentar o menor valor 
para entidade como um todo. O 2º) mais operacional, a contabilidade tende, 
dentro dos amplos graus de julgamento que a utilização dos Princípios nos 
permite empregar, a escolher a menor das avaliações igualmente relevantes 
para o Ativo e o maior para as obrigações. Convém, esclarecer que esse 
entendimento não deve ser confundido e nem desvirtuado com os efeitos da 
manipulação de resultados contábeis, mas encarados à luz da vocação de 
resguardo, cuidado e neutralidade que a Contabilidade precisa ter, mormente, 
perante os excessos de entusiasmo e de valorizações por parte da 
administração e dos proprietários da entidade. 
 
 
Consistência: (Uniformidade) 
 
Enunciado: A Contabilidade de uma empresa deveria ser mantida de 
forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade 
de delinear a tendência da mesma, com menor grau de dificuldade possível. 
Adotar procedimentos Consistentes significa utilizar métodos e critérios 
uniformes ao longo do tempo, para o registro dos fatos contábeis e 
elaboração das demonstrações Financeiras. Se a cada período de apuração 
contábil uma empresa e as entidades pudessem modificar seus critérios de 
avaliação patrimonial, seria impossível comparar, analisar e tirar conclusões 
válidas sobre os resultados econômicos obtidos ao longo do tempo e sobre a 
evolução da riqueza patrimonial. Assim, alterar critérios contábeis acarreta 
prejuízo à comparabilidade dos relatórios financeiros, embora não signifique 
que uma vez adotada esta deva ser mantida indefinidamente. 
 
 
Obs.: Convenções: (corolários) – proposições que se deduz imediatamente de 
outra já conhecida. Consequência necessária e evidente. 
 
PATRIMONIO LÍQUIDOUm resumo sobre as abordagens do Patrimônio Líquido 
 
A mais antiga abordagem do Patrimônio Líquido é sem dúvida alguma, a da 
Teoria do Proprietário, que foi a maneira imaginada para revestir o método 
das Partidas Dobradas de sua lógica formal. 
 
 ATIVO - PASSIVO = PROPRIETÁRIO 
 
De acordo com a Teoria da Entidade, é preciso, primeiramente, esclarecer 
que a entidade tem uma vida distinta das atividades e dos interesses pessoais 
dos proprietários de parcelas de seu capital. A Entidade, como já estudamos 
anteriormente, tem personalidade própria e se baseia na equação: 
 
 ATIVO = PASSIVO (CT) + PATRIMÔNIO LÍQUIDO (CP) 
 
ou, simplesmente: 
 
 ATIVO (TOTAL) = PASSIVO (TOTAL) 
 
Existe, ainda, a Teoria do Empreendimento, que é uma extensão do 
conceito da Teoria da Entidade, no sentido de que a sociedade é uma 
instituição social mantida para benefício de muitos grupos interessados. A 
equação baseada nessa teoria poderia ser completada em seus detalhes e 
estaria assim expressa: 
 
 ATIVO + DESPESAS = PASSIVO + PL + RECEITAS 
 
Enfim, qualquer que seja, a teoria estudada e utilizada, na verdade, todas nos 
levam a Equação Patrimonial da Contabilidade, uma vez, que a diferença 
entre as receitas e despesas, ocasionam as variações patrimoniais (lucros ou 
prejuízos) das entidades em um determinado período.

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