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19/07/2013 1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME TRANSIENTE Prof. Drª Joyce Maria Gomes da Costa • Em processos de aquecimento ou resfriamento em equipamentos com operação em batelada, assim como na colocação em marcha ou na parada de equipamentos com operação contínua, a TC ocorre em REGIME TRANSIENTE. TC/ Regime Transiente • Na TC em Regime Transiente, a temperatura muda não só com a posição no interior do corpo, ela também muda com o tempo em uma mesma posição; tanto a taxa de TC através do corpo, como a energia interna do corpo mudam com o tempo. O corpo acumula ou desacumula energia interna. TC/ Regime Transiente • Exemplos: tratamento térmico de enlatados em equipamentos em batelada, aquecimento e resfriamento de equipamentos contínuos. TC/ Regime Transiente • Operação normal: enquanto a estufa estiver ligada a temperatura na superfície interna da parede não varia. Se a temperatura ambiente externa não varia significativamente, a temperatura da superfície externa também é constante. Sob estas condições a quantidade de calor transferida para fora é constante e o perfil de temperatura ao longo da parede não varia. Regime permanente 19/07/2013 2 TC/ Regime Transiente • Desligamento: Quando a estufa é desligada a temperatura na superfície interna diminui gradativamente, de modo que o perfil de temperatura varia com o tempo. Como consequência, a quantidade de calor transferida para fora é cada vez menor. REGIME TRANSIENTE • Portanto, a temperatura em cada ponto da parede varia. TC/ Regime Transiente Método da Capacitância Global ou Concentrada • Gradiente de temperatura no interior do sólido podem ser desprezados Método das diferenças finitas ou elementos finitos • Gradientes de temperatura não são desprezíveis MÉTODOSMÉTODOS TC/ Regime Transiente Método da Capacitância Concentrada • Um problema de condução transiente simples: Um sólido experimenta uma mudança repentina em seu ambiente térmico. Considere um metal quente que se encontra inicialmente a uma temperatura uniforme Ti e é temperado ao ser imerso em um líquido de menor temperatura T∞ < Ti. qconv Resfriamento de um metal quente TC/ Regime Transiente Método da Capacitância Concentrada • Se o resfriamento foi inicialmente em um tempo t = 0, a temperatura do sólido irá diminuir para um tempo t > 0, até que alcance a temperatura do fluido. • Essa redução de temperatura é devida à TC por convecção na interface sólido-líquido. A essência desse método é a consideração de que a temperatura do sólido é espacialmente uniforme em qualquer instante durante a TC. Essa consideração implica que gradientes de temperatura no interior do sólido sejam desprezíveis. 19/07/2013 3 TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente 19/07/2013 4 TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente • A situação descrita anteriormente, de sistemas concentrados, ocorre somente para sólidos metálicos (elevada condutividade térmica) com pequena dimensão característica (pequeno raio ou pequena ½ espessura). • Tal situação NUNCA OCORRE para sólidos alimentícios pois sua condutividade térmica é baixa e a resistência interna NUNCA É DESPREZÍVEL. TC/ Regime Transiente • Mas uma SITUAÇÃO SIMILAR pode ocorrer para recipientes contendo alimentos sob forte agitação. Esta é a situação de um tacho agitado contendo um fluido alimentício; considerado como um leito PERFEITAMENTE MISTURADO. • IMPORTANTE: a transferência de calor no alimento sob agitação ocorre por CONVECÇÃO. 19/07/2013 5 TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente OBSERVAÇÕES: • O cálculo de U leva em consideração a resistência à TC no meio de aquecimento (ou resfriamento), na parede do tacho e na fina película de alimento bem próxima a parede do tacho, a qual não é atingida pela agitação. • Observe também que foi desprezada a mudança de energia da parede do tacho (ela também é aquecida ou resfriada), tendo sido considerada só a mudança de energia interna do fluido sob agitação. TC/ Regime Transiente Percebe-se que a variação da temperatura se dá de uma forma exponencial com o tempo: Qual o efeito de se aumentar o valor da constante de tempo? O processo fica mais rápido ou mais lento? Por quê? TC/ Regime Transiente Verifica-se que a diferença entre as temperaturas do sólido e do fluido deve decair exponencialmente para zero conforme t se aproxima do infinito. 19/07/2013 6 Da mesma forma, se a taxa de aumento da energia sendo transferida da peça para o ambiente aumentar (pelo aumento da área de troca térmica (As) ou pelo aumento do coeficiente de película (h)), esse tempo diminuirá: Assim, não é por acaso que para resfriar mais rapidamente costumamos agitar a sopa no prato ou usar um prato mais raso com área maior. TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente Onde: Rt é a resistência à TC por convecção Ct é a capacidade térmica concentrada do sólido Portanto, qualquer aumento em Rt ou em Ct fará com que o sólido responda mais lentamente a variações em seu ambiente térmico e irá aumentar o tempo necessário para alcançar o equilíbrio térmico (θ = 0). Constante de tempo térmico: TC/ Regime Transiente Uma junção termopar, que pode ser aproximada como uma esfera, deve ser utilizada para a medida de temperatura em uma corrente de gás. O coeficiente de convecção entre as superfícies da junção e o gás é h = 400 W/m2.K, e as propriedades termofísicas da junção são k = 20 W/m.K, cp = 400 J/kg.K e ρ = 8500 kg/m3. • Determine o diâmetro da junção necessário para que o termopar tenha uma constante de tempo de 1 s. • Se a junção encontra-se a 25ºC e é colocada em uma corrente de gás a 200ºC, quanto tempo levará para que a junção alcance 199ºC? TC/ Regime Transiente SOLUÇÃOSOLUÇÃO Validade do método da capitância Diâmetro = ??? 19/07/2013 7 TC/ Regime Transiente Análise Geral da Capacidade ConcentradaAnálise Geral da Capacidade Concentrada Embora a condução transiente em um sólido seja comumente iniciada pela TC por convecção para ou a partir de um fluido em contato, outros processos podem induzir condições térmicas transientes no interior de um sólido. Ex: se as temperaturas do sólido e da vizinhança diferirem, a troca por radiação poderia causar uma energia térmica interna e, assim, uma variação da temperatura no sólido. Procedimento de resolução: Aplicação do balanço de energia pertinente e cálculo o número de Biot (em termos do coeficiente global de troca térmica) para checar a validade do modelo. TC/ Regime Transiente 2) RESISTÊNCIA INTERNA NÃO DESPREZÍVEL TC/ Regime Transiente TC em regime transiente em placa plana infinita de espessura 2L • T0= temperatura inicial do corpo, considerada uniforme; • T∞ = temperatura do fluido que envolve o corpo, considerada constante ao longo de todo o processo. TC/ Regime Transiente TC em regime transiente em placa plana infinita de espessura 2L • T0= temperatura inicial do corpo, considerada uniforme; • T∞ = temperatura do fluido que envolve o corpo, considerada constante ao longo de todo o processo. 19/07/2013 8 TC/ Regime Transiente T(x,t) = temperatura do corpo ao longo do processo, varia com o tempo e a posição considerada; T(±L,t) = temperatura na superfície do corpo (posições +L e –L), varia com o tempo; q(t) = taxa de calor transferido, varia com o tempo; h = coeficiente convectivo de TC, considerado constante ao longo de todo o processo; A = área de TC, área da superfície do sólido através da qual se estabelece o contato térmico com o fluido; esta área é suposta constante ao longo de todo o processo (o sólido NÃO se contrai ou encolhe durante o processo). TC em regime transiente em placa plana infinita de espessura 2L TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente 19/07/2013 9 TC/ Regime Transiente TC/ Regime Transiente Cartas de Heisler Conjunto de duas cartas (gráficos) de geometria interna introduzidousadas para prover uma ferramenta de análise gráfica para a avaliação de temperatura central para condução de calor transiente através de uma parede infinitamente longa de espessura 2L, um cilindro infinitamente longo de raio r0, e uma esfera de raio r0. Limitações: • O corpo deve estar a uma temperatura inicialmente uniforme; • A temperatura dos arredores e o coeficiente de TC convectivo (h) deve permanecer constante e uniforme; • Não deve haver geração de calor no próprio objeto. TC/ Regime Transiente Cartas de Heisler Para a TC em algumas geometrias simples com cartas com condições de contorno, as equações que descrevem as distribuições de temperatura foram desenvolvidas e apresentadas na forma das cartas de temperatura. TC/ Regime TransienteCartas de Heisler 1. Temperatura Adimensionais: 2. Nº de Fourier: 3. Posição Relativa: 4. Resistência Relativa: Os resultados podem ser obtidos em função de quatro parâmetros: 19/07/2013 10 TC/ Regime Transiente CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES MÉTODO DA CAPACITÂNCIA (Ri < 0,1) MÉTODO DAS CARTAS (Ri > 0,1) Fo TC/ Regime Transiente CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES L X = 0 X = ponto mais distante da fonte de calor X1 = L/2 L T = ? 1. Temperatura no centro da placa 2. Temperatura na superfície da placa X = 1 T = ? X1 = L/2 TC/ Regime Transiente CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES L X = 0,5 X = ponto mais distante da fonte de calor X1 = L/2 L T = ? 3. Temperatura em qualquer ponto 4. Temperatura com isolamento de uma face X = 0 X1 = L X = 1/2 T = ? TC/ Regime Transiente CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES X = ponto mais distante da fonte de calor X1 = raio D 1. Temperatura no centro da esfera X1 = raio D 2. Temperatura na superfície da esfera X = 0 T = ? X = 1 T = ? 19/07/2013 11 TC/ Regime Transiente CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES X = ponto mais distante da fonte de calor X1 = raio D 1. Temperatura no centro do cilindro 2. Temperatura na superfície do cilindro X1 = raio D X = 0 T = ? X = 1 T = ? TC/ Regime Transiente Placa InfinitaPlaca Infinita TC/ Regime Transiente Cilindro infinitoCilindro infinito TC/ Regime Transiente EsferaEsfera 19/07/2013 12 TC/ Regime Transiente Placa Plana TC/ Regime Transiente Cilindro TC/ Regime Transiente Esfera TC/ Regime Transiente EXERCÍCIO 1EXERCÍCIO 1 Uma pessoa coloca maçãs em um freezer que está a -15 ºC de forma a resfriá-las rapidamente para visitantes que devem chegar logo. Inicialmente, as maçãs estão a 20 ºC, temperatura uniforme, e o coeficiente de troca de calor por convecção na superfície das maçãs é de 8 W/m2.K. Modelando as maçãs como esferas de 9 cm de diâmetro e considerando que suas propriedades sejam massa específica = 840 kg/m3, calor específico = 3,81 kJ/kg.K e k = 0,418 W/m.ºC, a) determine as temperaturas no centro. 19/07/2013 13 TC/ Regime Transiente SOLUÇÃOSOLUÇÃO É evidente que a modelagem de parâmetros concentrados é mais rápida que a modelagem de parâmetros distribuídos. A primeira questão a ser resolvida diz respeito à pertinência da modelagem. Isto é feito através do número de Biot da peça como um todo: Bi = 0,2871 > 0,1 TC/ Regime Transiente Cartas de Heisler Fo (0,23); n (0); m(1,16) TC/ Regime Transiente Esfera TC/ Regime Transiente 2. Em um processo para escaldar ervilhas (k = 0,566 W/m.ºC; cp = 3,605 kJ/kg.K; ρ = 1,07 g/cm3), fez-se a imersão das mesmas em água quente a 90 ºC. O raio médio das ervilhas é 4,8 mm. O coeficiente de película é estimado em 600 W/m2.K. o produto entra a 25 ºC no processo. Encontre: a) O tempo necessário para que o centro das ervilhas esteja a 70 ºC. b) Se o raio da maior ervilha é 6,3 mm, qual a temperatura superficial de saída das ervilhas após decorrido o tempo calculado no item “a”. EXERCÍCIO 2EXERCÍCIO 2 19/07/2013 14 TC/ Regime Transiente Esfera Fo = 0,26 Centro Superfície TC/ Regime Transiente EXERCÍCIO 3EXERCÍCIO 3 3. Um bloco (k = 1,125 W/m.K; cp = 919 J/kg.K; ρ = 2310 kg/m3), com espessura de 50 cm e originalmente a 200 K, tem uma de suas faces repentinamente exposta a um gás quente a 1200 K. Se o coeficiente de película sobre o lado quente é de 7,38 W/m2.K e a outra face do bloco é isolada de tal forma que nenhum calor passe por esta face, determine: a) O tempo necessário para que o centro do bloco esteja a 600 K. b) A temperatura da face isolada no tempo encontrado em “a”. Livro: Fundamentals of Momentum, Heat, and Mass Transfer [Welty (pág. 273)] TC/ Regime Transiente q 0,5 m T0 = 200 K T∞ = 1200 K T = 600 K (no centro) h= 7,38 W/m2.K k = 1,125 W/m.K; cp = 919 J/kg.K; ρ = 2310 kg/m3 X1 = L t = ? T = 600 K a) No centro: x = ½ b) Na superfície do isolamento: x = 0 com X = ponto mais distante da fonte de calor
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