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DIREITO ELEITORAL Conceito e fontes PDF

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Aula 00
Direito Eleitoral p/ TRE-PB (Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Professor: Ricardo Torques
00000000000 - DEMO
CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 63 
 
 
 
Aula 00 
Apresentação do Curso 
Cronograma 
Introdução ao Direito 
Eleitoral 
 
Sumário 
Sumário ............................................................................................................... 1 
Apresentação ........................................................................................................ 2 
Cronograma de Aulas ............................................................................................. 7 
1 ± Considerações Iniciais....................................................................................... 9 
2 ± Conceito de Direito Eleitoral .............................................................................. 9 
3 - Fontes ............................................................................................................11 
3.1 ± Conceito de Fontes ....................................................................................11 
3.2 - Classificação .............................................................................................11 
3.3 - Resoluções do TSE.....................................................................................15 
3.4 - Medida Provisória ......................................................................................19 
3.5 - Consultas .................................................................................................19 
4 - Princípios de Direito Eleitoral .............................................................................21 
4.1 - Introdução ................................................................................................21 
4.2 - Princípio da lisura das eleições ....................................................................24 
4.3 - Princípio do aproveitamento do voto ............................................................25 
4.4 - Princípio da celeridade eleitoral ...................................................................26 
4.5 - Princípio da preclusão instantânea ...............................................................28 
4.6 - Princípio da anualidade eleitoral ..................................................................29 
4.7 - Princípio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos ......33 
4.8 - Princípio proporcional e majoritário ..............................................................33 
4.9 - Princípio da moralidade eleitoral ..................................................................34 
4.10 - Princípio da autonomia dos Partidos ...........................................................35 
5 - Questões ........................................................................................................37 
5.1 - Questões sem Comentários ........................................................................37 
5.2 - Gabarito ...................................................................................................43 
5.3 - Questões com Comentários ........................................................................44 
6 - Considerações Finais ........................................................................................63 
 
00000000000
00000000000 - DEMO
CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 63 
 
�’”‡•‡–ƒ­ƒǁ‘�†‘��—”•‘�‡��”‘‘‰”ƒƒ�†‡��—Žƒ• 
Apresentação 
Estamos aqui hoje para apresentar o Curso de Direito Eleitoral em 
teoria e questões voltado para o concurso do Tribunal Regional Eleitoral 
da Paraíba (TRE/PB). Trata-se de um curso pós-edital, com foco na banca 
Fundação Carlos Chagas (FCC), conforme Edital nº 01/2015, 
publicado em 08.09.2015. 
Trata-se de curso voltado para o cargo de Técnico Judiciário, 
notadamente para a área Administrativa (TJAA). 
O concurso anterior foi realizado no ano de 2007. Vencido há mais de ano, 
é grande a expectativa pelo novo concurso, bem como pelo quantitativo de 
servidores a serem nomeados. 
Para que tenhamos ideia em relação aos cargos para a área judiciária 
tivemos: 
ÁREA ÚLTIMO CLASSIFICADO NOMEADO 
Administrativa (TJAA) 61º 
Mecânica 1º 
Operador de Computador 20º (dos quais 16 nomeados e 4 reaproveitados para o 
TRE/PE) 
Programação de 
Sistemas 
16º (dois quais 15 nomeados e 1 reaproveitado para o 
TRE/PE) 
Taquigrafia 2º 
Portanto, ao longo da validade do concurso anterior, 100 técnicos judiciários 
foram nomeados. Considerando que o concurso está vencido desde 2011, 
certamente muitos aprovados serão nomeados no concurso vindouro. O 
Edital prevê apenas 13 vagas mais cadastro de reserva, contudo, como já 
sabemos, isso não é indicativo de que serão chamados poucos aprovados. 
Esperamos que muitos candidatos aprovados sejam convocados. 
Fora a expectativa de nomeados, é de se notar a remuneração e benefícios 
que o cargo oferece. A remuneração do cargo de Técnico Judiciário inicia-
se em R$ 5.425,79, de acordo com o edital, além de benefícios e funções 
de confiança que o servidor em atividade poderá cumular com o salário. 
Registre-se os servidores do Poder Judiciário Federal estão em greve com 
o objetivo de obter recomposição salarial. 
No edital 2015 a FCC exigiu os seguintes assuntos: 
00000000000
00000000000 - DEMO
CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 63 
 
Noções de Direito Eleitoral: Conceito e fontes. Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965 
e alterações posteriores): Introdução; Dos Órgãos da Justiça Eleitoral; Das 
Eleições; Disposições Várias: Dos recursos; Disposições Penais. Lei de 
Inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/1990 e alterações posteriores da Lei da 
Ficha Limpa ± Lei Complementar nº 135/2010). Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 
9.096/1995 e alterações posteriores). Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997 e 
alterações posteriores). Fornecimento Gratuito de Transporte, em Dias de 
Eleição, a Eleitores Residentes nas Zonas Rurais (Lei nº 6.091/1974 e 
alterações posteriores). Resolução TSE nº 21.538/2003 (Alistamento e Serviços 
Eleitorais mediante processamento eletrônico de dados). Súmulas do TSE. 
A banca exigiu exatamente o mesmo conteúdo para os cargos de Analistas 
e Técnicos Judiciários. Acreditamos que a diferença residirá apenas na 
profundidade da cobrança. Vocês, futuros técnicos devem e ater a 
literalidade da lei. 
A disciplina de Direito Eleitoral abrange, certamente, a parte mais 
significativa da prova vindoura, dada a natureza do cargo. Toda preparação 
é pouca para esse certame. 
Vistos esses aspectos iniciais referentes ao cargo, vamos tecer algumas 
observações prévias importantes a respeito do nosso Curso. 
PRIMEIRA, nosso estudo será cadenciado e completo. Teremos tempo 
para analisar os assuntos com tranquilidade, a fim de que tenhamos um 
ótimo desempenho. 
SEGUNDA, a banca escolhida foi a FCC. Na área eleitoral a banca realizou 
diversas provas nos últimos anos. Este ano, inclusive, realizou a prova do 
TRE/RR. Desse modo, temos um portfólio significativo de questões, que 
permitem dirigir nosso estudo para os assuntos mais cobrados em prova. 
Desse modo: 
ª É essencial tratar da legislação eleitoral atualizada. 
ª A grande maioria das questões cobram a literalidade da lei. 
ª Em alguns pontos específicos é importante o conhecimento de 
assuntos teóricose doutrinários. 
ª A jurisprudência dos tribunais superiores ± especialmente STF e TSE ± 
serão mencionados quando relevantes para a nossa prova. 
Desse modo, podemos afirmar que as aulas serão baseadas em várias 
³IRQWHV´� 
 
FONTES
Doutrina quando 
essencial e 
majoritária
Legislação 
Eleitoral (em 
sentido amplo)
Assuntos 
relevantes no 
cenário jurídico
Jurisprudência 
relevante dos 
Tribunais Superiores
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EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
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TERCEIRA, vamos resolver muitas 
questões. Traremos questões das mais 
variadas bancas de concurso público, 
notadamente da FCC. Veremos ainda 
questões da CESPE, CONSULPLAN, FGV 
entre outras bancas. Além disso, traremos 
questões adaptadas e inéditas. Explico. 
Em razão das reformas eleitorais e devido 
ao fato de que nos anos de 2013 e 2014 
tivemos poucos concursos de TRE, muitas 
das questões anteriores estão desatualizadas. Assim, a depender da 
questão, faremos ajustes e, em relação a determinados assuntos, criaremos 
questões inéditas. Isso porque a resolução de questões é fundamental para 
a fixação dos assuntos abordados. Assim, traremos questões de múltipla 
escolha e questões na modalidade de assertivas. 
É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas 
de forma analítica. Sempre explicaremos o porquê da 
assertiva/alternativa estar correta ou incorreta. Isso é relevante, pois o 
aluno poderá analisar cada uma delas, perceber eventuais erros de 
compreensão e revisar os assuntos tratados. 
De nada adiantaria trazemos 100 ou 200 questões por aula, várias delas 
sobre o mesmo assunto, e não explicar detalhadamente como vocês devem 
³SHQVDU´�D�TXHVWmR�QD�KRUD�GD�SURYD��3HJDUHPRV�D�TXHVWmR��DQDOLVDUHPRV�
cada uma das alternativas/assertiva para que, caindo algo semelhante em 
prova, você tenha segurança e tranquilidade para marcá-la. 
QUARTO, este curso NÃO COMPREENDERÁ VÍDEO-AULAS. O foco 
principal dos cursos do Estratégia Concursos é a qualidade dos materiais 
em .pdf. As vídeo-aulas constituem material complementar, que será 
disponibilizado a você se possível. No presente momento estamos 
em processo de gravação de tais aulas, contudo, não podemos 
precisar quanto elas efetivamente estarão disponíveis. 
Esta é a nossa proposta! 
Vistos os aspectos gerais do curso, teçamos algumas considerações acerca 
da metodologia de estudo. 
As aulas em .pdf têm por característica essencial a didática. Vamos 
abordar assuntos doutrinários, legislativos e jurisprudenciais com 
objetividade, priorizando a clareza, para facilitar a absorção. 
Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que 
necessário e importante os assuntos serão aprofundados de acordo com 
o nível de exigência das provas anteriores. 
Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos 
LQIRUPDWLYRV�� UHVXPRV�� ILJXUDV�� WXGR� FRP� R� ILWR� GH� ³FKDPDU�
DWHQomR´� SDUD� RV� FRQWH~GRV� TXH� SRVVXHP� UHOHYkQFLD� SDUD� D�
00000000000
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
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SURYD��6HPSUH�TXH�KRXYHU�XPD�³corujinha´�QR�PDWHULDO redobre a atenção. 
Por fim, é importante registrar que todos os conteúdos, leis e 
informações pertinentes a nossa disciplina constarão do material e 
estarão devidamente explicados ou, ao menos, citados. Assim, não 
será necessário recorrer a nenhum outro material complementar. O nosso 
curso fornecerá uma preparação completa e integral! 
Foco, objetividade e didática conduzirão todo o nosso curso. 
 
Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma 
parte inicial, onde abordaremos os assuntos que serão tratados, 
informações sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, correções 
etc.) e informações sobre os concursos eleitorais e indicação das vídeo-
aulas de revisão. Em seguida, teremos a parte teórica da aula. Após a 
teoria, vamos responder às questões. Num primeiro momento você terá a 
EDWHULD�GH� WHVWHV�QD� IRUPD�³VHFD´�SDUD�TXH�YRFr�SRVVD�VLPXODU�R�GLD�GD�
prova, juntamente com o gabarito. Após, comentaremos de modo analítico, 
explicando cada uma das alternativas. Por fim, faremos o fechamento da 
aula, com sugestões para a revisão e dicas de estudo. 
Vejamos a estrutura das aulas: 
C
A
R
A
C
T
E
R
ÍS
T
IC
A
S
 D
O
 
C
U
R
S
O
Destaque das principais aspectos de cobrança em 
prova.
Utilização de recursos didáticos (esquemas, 
quadros, resumos, gráficos).
Questões comentadas analíticamente.
Material completo.
Foco e objetividade.
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
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Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo 
Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do 
Paraná (UFPR) e pós-graduado em Direito Processual. 
Estou envolvido com concurso público há 08 anos, aproximadamente, 
quando ainda na faculdade. Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo 
de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de São 
José dos Pinhais/PR e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista 
Judiciário nos TRT 4ª, 1º e 9º Regiões. Atualmente, resido em Cascavel/PR 
e sou servidor Público na 2ª Vara do Trabalho de Toledo/PR. 
Já trabalhei em outros cursinhos, presenciais e on-line e, atualmente, em 
parceria com o Estratégia Concursos lançamos diversos cursos, 
notadamente nas áreas de Direito Eleitoral e de Direitos Humanos. 
Além disso, temos diversas parcerias para cursos de discursivas 
com foco jurídico. 
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será 
um prazer orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que se 
inicia hoje. 
E-mail: rst.estrategia@gmail.com.br 
Facebook: https://www.facebook.com/ricardo.s.torques 
‡Assuntos a serem estudados
‡Observações sobre aulas passadas
‡Informações atinentes ao andamento do curso
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
‡Teoria
‡Esquemas e gráficos explicativos
‡Legislação de Aula
‡Doutrina e Jurisprudência quando estritamente necessário
‡Resumo dos principais aspectos do tópico estudado.
AULA
‡Lista das questões sem comentários
‡Gabarito
‡Questões Comentadas analiticamente.
QUESTÕES
‡Sugestões de leituras e considerações quanto à revisão
‡Dicas e sugestões de estudo
‡Informações sobre a próxima aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
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Cronograma de Aulas 
Já havíamos lançado um curso pré-edital há cerca de um mês. Desse curso 
apenas não entrou de forma direta no edital a Aula 01 sobre Direito 
Eleitoral na Constituição. Contudo, tal aula traz os dispositivos 
Constitucionais que revogaram parte do Código Eleitoral e é de suma 
importância para um estudo completo. 
SEGUE CRONOGRAMA REFORMULADO DE ACORDO COM O EDITAL 
DE 08.09. 
AULA CONTEÚDO 
DATA DE 
DISPONIBILIZAÇÃO 
Aula 00 
Apresentação do 
Curso, Cronograma de 
Aulas e Orientações 
Gerais 
Conceito e fontes Já disponível 
Aula 01 
Direito Eleitoral na 
Constituição 
Não cobrado de forma direta no 
edital Já disponível 
Aula 02 
Justiça Eleitoral e 
Ministério Público 
Eleitoral 
Dos Órgãos da JustiçaEleitoral Já disponível 
Aula 03 
Alistamento (parte 01) 
Resolução TSE nº 21.538/2003 
(Alistamento e Serviços 
Eleitorais mediante 
processamento eletrônico de 
dados) 
Já disponível 
Aula 04 
Alistamento (parte 02) 
Resolução TSE nº 21.538/2003 
(Alistamento e Serviços 
Eleitorais mediante 
processamento eletrônico de 
dados) 
Já disponível 
Aula 05 
Inelegibilidades 
Lei de Inelegibilidade (Lei 
Complementar nº 64/1990 e 
alterações posteriores da Lei da 
Ficha Limpa ± Lei Complementar 
nº 135/2010). 
16.09.2015 
Aula 06 
Partidos Políticos 
Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 
9.096/1995 e alterações 
posteriores) 
26.09.2015 
Aula 07 
Eleições (parte 01) 
Lei das Eleições (Lei nº 
9.504/1997 e alterações 
posteriores). 
06.10.2015 
00000000000
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
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Aula 08 
Eleições (parte 02) 
Código Eleitoral (Lei nº 
4.737/1965 e alterações 
posteriores): Das Eleições; 
16.10.2015 
Aula 09 
Ações e Recursos 
Eleitorais 
Código Eleitoral (Lei nº 
4.737/1965 e alterações 
posteriores): Das Ações e 
Recursos Eleitorais 
26.10.2015 
Aula 10 
Processo Penal-
Eleitoral, Crimes 
Eleitorais 
 
Código Eleitoral (Lei nº 
4.737/1965 e alterações 
posteriores): Disposições Várias: 
Dos recursos; Disposições 
Penais. 
06.11.2015 
Aula 11 
Fornecimento Gratuito 
de Transporte 
 
Súmulas do TSE 
Fornecimento Gratuito de 
Transporte, em Dias de Eleição, 
a Eleitores Residentes nas Zonas 
Rurais (Lei nº 6.091/1974 e 
alterações posteriores). 
Súmulas do TSE. 
13.11.2015 
Aula 12 
Resumo 
Resumo dos principais pontos do 
edital 
20.11.2015 
 
Como vocês podem perceber as aulas são distribuídas de modo que 
possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo 
segurança a vocês para um excelente desempenho em prova. 
Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões 
didáticas e serão sempre informados com antecedência. 
 
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
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1 Ȃ Considerações Iniciais 
Em nossa aula inaugural vamos estudar alguns pontos introdutórios do 
Direito Eleitoral. 
Primeiramente devemos saber o que é Direito Eleitoral, quais os assuntos 
abrangidos, qual o posicionamento da disciplina no ordenamento jurídico. 
Veremos também as fontes e princípios do Direito Eleitoral. 
Boa aula a todos! 
2 Ȃ Conceito de Direito Eleitoral 
O Direito é composto de vários ramos como o Direito Constitucional, Direito 
Administrativo, Direito Civil e o Direito Eleitoral entre outros. Cada um 
desses ramos cuida de um conjunto de assuntos específicos. Por exemplo, 
o Direito Civil cuida essencialmente das relações entre as pessoas contratos, 
casamento etc. São assuntos abordados prioritariamente pelo Direito Civil. 
O Direito Eleitoral cuida, essencialmente, de tudo o que envolve eleições. 
Desse modo, o Direito Eleitoral delimita quando determinada pessoa pode 
votar ou se candidatar a algum cargo político. Estuda também todo o 
processo de escolha dos nossos representantes, desde o registro da 
candidatura até a diplomação, oportunidade em que o candidato escolhido 
será declarado eleito. 
Portanto, o Direito Eleitoral é um ramo do Direito 
que trata de diversos assuntos relacionados às 
eleições. 
Como dissemos no início da aula, usaremos conceitos doutrinários apenas 
quando essencial para compreendermos a matéria. Aqui é um desses 
momentos. Vejamos, então, dois conceitos: 
Segundo Francisco Dirceu Barros1: 
O Direito Eleitoral é ramo do Direito Público que trata dos institutos relacionados com 
os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha 
dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado. 
Para Marcos Ramayana2: 
Ramo do Direito Público que disciplina o alistamento eleitoral, o registro de 
candidatos, a propaganda política eleitoral, a votação, apuração e diplomação, além 
 
1 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 10ª edição. Rio de Janeiro: Editora 
Elsevier, 2011, p. 01. 
2 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., ampl. e atual., Niterói: Editora 
Impetus, 2010, p. 14. 
00000000000
00000000000 - DEMO
CURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 
 
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de organizar os sistemas eleitorais, os direitos políticos ativos e passivos, a 
organização judiciária eleitoral, dos partidos políticos e do Ministério Público dispondo 
de um sistema repressivo penal especial. 
Os conceitos acima são interessantes, pois exemplificam vários assuntos 
que estão abrangidos pelo Direito Eleitoral e que serão estudados em 
nossas aulas. Não vamos, neste momento do curso, estudar cada um 
desses institutos, eles serão estudados naturalmente à medida que 
avançarmos na matéria. 
De todo modo, desde já algumas informações são relevantes! 
(i) O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público. É comum a distinção 
entre ramos do Direito Público e ramos do Direito Privado. O Direito Privado 
envolve as relações entre pessoas físicas e jurídicas no âmbito particular 
(obrigações, indenizações, contratos). Já o Direito Público envolve assuntos 
de interesse da coletividade, ultrapassando a fronteira do mero interesse 
particular. 
As normas de Direito Público tratam de interesses, diretos e indiretos, do 
Estado. Em razão disso possuem uma disciplina específica, que retrata 
temas de caráter político e soberano, assuntos afetos à administração dos 
negócios públicos, defesa da sociedade entre outros assuntos de interesse 
da coletividade. 
O Direito Eleitoral nessa classificação é ramo do Direito Público. 
Por que? Por um simples fato, o Direito Eleitoral disciplina como serão as 
eleições, quem poderá votar, quem poderá se candidatar a determinado 
cargo político. São interesses da coletividade, disciplinados pelo Direito 
eminentemente público. 
(ii) O Direito Eleitoral possui institutos e normatividade próprios. Isso 
denota que a disciplina possui autonomia científica e didática, razão pela 
qual é tratada como matéria autônoma. 
Como veremos, o alistamento, capacidade eleitoral, partidos políticos, 
inelegibilidade são institutos típicos do Direito Eleitoral. Ademais, a 
disciplina é permeada por normas específicas, tais como o Código Eleitoral, 
Lei das Eleições, Lei dos Partidos Políticos, Lei de Inelegibilidade, que 
disciplinam regras e princípios próprios da área eleitoral. 
Embora autônoma, há diversas normas de Direito Eleitoral que estão dentro 
da Constituição, como, por exemplo direitos políticos, nacionalidade, além 
de regras gerais atinentes aos partidos políticos e organização da Justiça 
Eleitoral. Esses assuntos são estudados também em Direito 
Constitucional, numa verdadeira intersecção entre ambas as disciplinas. 
Desse modo, alguns assuntos que veremos aqui também serão estudados 
pelo Professor daquela disciplina. 
(iii) O Direito Eleitoral disciplina os direitos políticos e as eleições de 
modo geral. Esses dois temas são o cerne do Direito Eleitoral. Todos os 
demais institutos jurídicos eleitorais decorrem dos direitos políticos e das 
eleições propriamente. Neste contexto, à disciplina de Direito Eleitoral 
00000000000
00000000000 - DEMOCURSO DE DIREITO ELEITORAL - TRE/PB 
EM TEORIA E QUESTÕES ± TÉCNICO 
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compete tratar do alistamento eleitoral, do registro de candidatos, da 
propaganda política eleitoral, da votação, apuração e diplomação, da 
organização dos sistemas eleitorais, dos direitos políticos ativos e passivos, 
da organização judiciária eleitoral, partidos políticos e crimes eleitorais. 
Portanto, quanto ao conceito de Direito Eleitoral devemos memorizar: 
 
 
Ok? No início é difícil mesmo, parece um monte de informação sem sentido 
e complexa. Com o tempo essas informações são compreendidas com 
naturalidade. Por hora é importante fixar: 
 
Sigamos! 
3 - Fontes 
3.1 Ȃ Conceito de Fontes 
Em termos simples, a expressão fontes refere-se aos modos de 
elaboração e revelação da norma jurídica. A palavra fonte remete à 
ideia de origem, nascedouro, surgimento. É justamente esse o conceito de 
fonte para o direito: 
Fonte é aquilo que dá origem ao direito ou, mais especificamente, 
às normas jurídicas. 
3.2 - Classificação 
As fontes podem assumir diversas classificações. Para fins de Direito 
Eleitoral interessam três classificações. São elas: 
Ö fontes materiais versus fontes formais; 
Ö fontes primárias versus fontes secundárias; e 
Ö fontes diretas versus fontes indiretas. 
Nos tópicos seguintes nós analisaremos essas classificações de forma 
minuciosa. 
DIREITO 
ELEITORAL
ramo do Direito 
Público
possui institutos e 
princípios próprios
disciplina direitos 
políticos e eleições
DIREITO 
ELEITORAL
ramo do direito que estuda as regras relativas aos 
direitos políticos e às eleições.
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Fontes materiais versus fontes formais 
Essa primeira distinção é bastante simples. Contudo, a correta 
compreensão da distinção exige algum esforço de abstração. 
As fontes materiais representam o conjunto de fatores que levam ao 
surgimento da norma jurídica. Movimentos sociais e políticos pela 
aprovação de leis eleitorais é um claro exemplo de fontes materiais. As 
consultas, que constitui um procedimento específico pelo qual os 
interessados no processo eleitoral questionam os órgãos eleitorais sobre a 
aplicabilidade ou interpretação de determinada lei eleitoral, também 
constituem um exemplo de fonte material. A doutrina, segundo alguns, 
constitui verdadeira fonte material, pois inspira os legisladores a adotarem, 
em forma de regra, os pensamentos dos juristas. 
As fontes formais, por sua vez, constituem o produto da fonte material. As 
fontes formais são, portanto, as normas jurídicas. Todas as normas 
produzidas em nosso ordenamento são incitadas por fontes matérias e, 
após discussão e votação pelos órgãos legislativos, tornam-se fontes 
formais. Entre os principais exemplos de fontes formais, destaca-se o 
Código Eleitoral, a Lei das Eleições, a Lei dos Partidos Políticos, as 
Resoluções do TSE/TRE, entre outras. 
Desse modo, para fins de prova, temos: 
 
Ao contrário das fontes formais, as fontes materiais não possuem caráter 
vinculativo e funcionam como substrato teórico para a edição posterior de 
fontes formais pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário eleitoral no 
exercício da função normativa. 
Fontes primárias versus fontes secundárias 
Tradicionalmente a doutrina distingue fontes primárias de fontes 
secundárias de Direito Eleitoral. 
As fontes primárias são aquelas decorrentes do Poder Constituinte 
Originário ou do exercício da função típica do Poder Legislativo 
(Poder Constituído). Devemos lembrar que cada um dos poderes reserva 
funções típicas: ao Executivo administrar, ao Judiciário julgar e ao 
Legislativo legislar e fiscalizar. Assim, compete ao Poder Legislativo editar 
leis eleitorais, verdadeiras fontes primárias eleitorais. 
A principal fonte primária é a Constituição Federal, fruto do Poder 
Constituinte Originário e, por isso, manifestação direta da soberania 
FONTE 
MATERIAL
Fatores que influenciam no 
surgimento da norma.
FONTE 
FORMAL Norma jurídica
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popular. Dela emanam todas as demais normas primárias do nosso 
ordenamento jurídico, em razão da superioridade hierárquica da 
Constituição Federal. O Texto Constitucional traz diversas regras de direito 
eleitoral, havendo, inclusive, um capítulo próprio sobre os direitos políticos 
(art. 14 a 16) e sobre os partidos políticos (art. 17). 
Em razão da superioridade hierárquica conferida à Constituição, é o seu 
Texto que prevê a competência para que o Poder Legislativo discipline 
normas de Direito Eleitoral. Assim, confere-se à União a competência 
legislar privativamente sobre Direito Eleitoral. Logo, todas as demais 
normas decorrentes do exercício da função legislativa são primárias. 
Podemos destacar que tais normas retiram o fundamento de validade 
direto do texto constitucional e estão sujeitas ao controle de 
constitucionalidade. 
O fundamento da competência legislativa privativa da União está no art. 
22, I, da CF: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) 
Ou seja, quem estabelece as regras de Direito Eleitoral é a União! 
 
 
Aprofundando um pouco a matéria neste aspecto, é relevante tratar do art. 
22, § único da CF, que prevê a possibilidade de a União editar uma lei 
complementar autorizando aos Estados legislar sobre questões específicas 
arroladas nos incisos do art. 22 e, portanto, sobre Direito Eleitoral. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Há controvérsia quanto a tal possibilidade em nossa disciplina, uma vez que 
o processo eleitoral e as regras aplicáveis às eleições são as mesmas para 
todo o território nacional. Contudo, não é recomendável conferir delegar 
competência para que os estados-membros possam legislar de maneira 
específica sobre a matéria. Em decorrência disso não temos lei 
complementar federal que autorize lei eleitoral específica pelos 
estados-membros. De todo modo, para fins da nossa prova, EM TEORIA, 
é possível que a União editar uma lei complementar geral autorizando aos 
demais entes da federação legislar sobre questões específica de Direito 
Eleitoral. 
A COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR 
SOBRE DIREITO ELEITORAL É 
PRIVATIVA DA UNIÃO
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As fontes secundárias, por sua vez, são aquelas que se prestam a 
interpretar e regulamentar a norma primária. Desse modo, o fundamento 
de validade das normas secundárias é retirado do próprio texto 
infraconstitucional. 
Desse modo, ao se questionar determinada norma de caráter primário 
devemos verificar se ela está ou não de acordo com a legislação. Se estiver 
dissonante, será considerada ilegal. Em razão desse entendimento, fala-se 
que as fontes secundárias não se sujeitam ao controle de 
constitucionalidade, pois diretamente são sujeitas ao controle de legalidade. 
A fim de compreender melhor o assunto vejamos: 
 
Como as fontes primárias retiram fundamento de validadeda Constituição 
sujeitam-se ao controle de constitucionalidade. Já as normas secundárias, 
por retirarem fundamento de validade das fontes primárias, sujeitam-se ao 
controle de legalidade. 
Em síntese, distinguem-se as fontes primárias de secundária do seguinte 
modo: 
 
A título ilustrativo, cita-se como exemplo de fonte primária o Código 
Eleitoral ou a Lei das Inelegibilidades. Já entre as fontes secundárias estão 
as Resoluções do TSE e do TRE. Em relação às Resoluções do TSE, todavia, 
é necessário atentar-se para uma ressalva que faremos ainda nesta aula. 
CF
Fontes Primárias
Fontes Secundárias
FONTE PRIMÁRIA
emana do Poder Legislativo, 
órgão incumbido da competência 
legislativa, que inova a ordem 
jurídica
FONTE 
SECUNDÁRIA
se presta a interpretar e 
regulamentar as fontes primárias 
e não podem inovar a ordem 
jurídica
Fundamento de 
validade 
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Sigamos! 
Fontes diretas versus fontes indiretas 
Outra classificação comum na área eleitoral é a distinção entre fontes 
diretas e indiretas. 
As fontes diretas são assim denominadas porque disciplinam direta e 
especificamente assuntos de natureza eleitoral. Destaca-se o Código 
Eleitoral, a Lei dos Partidos Políticos, a Lei de Inelegibilidade, Lei das 
Eleições e as Resoluções do TSE. 
Paralelamente, existem as fontes indiretas, ou seja, normas que são 
aplicadas ao Direito Eleitoral apenas de forma subsidiária ou 
supletiva. Destaca-se o Código Penal e Civil, bem como os Código de 
Processo Penal e de Processo Civil. 
Por exemplo, tanto o CPC quanto o CPP estabelecem um rol de situações 
nas quais o magistrado e servidores da Justiça são impedidos ou suspeitos 
de atuar. Essas hipóteses serão aplicadas subsidiariamente ao Direito 
Eleitoral conforme será estudado adiante. 
Para fins de prova: 
 
Com isso encerramos a classificação, de acordo com a doutrina. Contudo, 
ainda em relação ao assunto fontes, é necessário analisar as Resoluções do 
TSE, com maior aprofundamento. 
3.3 - Resoluções do TSE 
As Resoluções do TSE são tecnicamente normas de caráter infralegal e 
regulamentar, por meio dos quais o órgão supremo eleitoral dá 
cumprimento à legislação infraconstitucional. Por serem normas são 
consideradas como fontes formais. 
FONTES DIRETAS
TRATAM diretamente de assuntos de 
Direito Eleitoral
Constituição Federal, Código Eleitoral, 
Lei de Inelegibilidades, Lei dos Partidos 
Políticos, Lei das Eleições, Resoluções do 
TSE.
FONTES INDIRETAS
NÃO TRATAM de Direito Eleitoral, mas 
se aplicam subsidiariamente à disciplina.
Código Civil, Código de Processo Civil, 
Código Penal, Código de Processo Penal.
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Tal atribuição normativa é conferida ao TSE, pelo art. 23, IX do Código 
Eleitoral: 
Compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior: (...) 
IX ± expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 
(...) 
Ademais, o art. 105, da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei 
12.034/2009 conceitua legislativamente as Resoluções do TSE nos 
seguintes termos: 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, 
atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer 
sanções distintas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para a 
sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou 
representantes dos partidos políticos. 
Dos dispositivos acima, podemos concluir que as Resoluções do TSE são 
normas que estabelecem regras legais, gerais e abstratas, editadas para a 
execução da legislação eleitoral. O objetivo principal de tais normas é 
regulamentar as eleições. Anualmente e especialmente nos anos eleitorais, 
o TSE edita diversas Resoluções, que disciplinam procedimentos não 
previstos na legislação eleitoral. Essas regulamentações aplicam-se a 
todos aqueles que concorrerem às eleições de modo geral e 
abstrato e com caráter vinculante. 
Além disso, as Resoluções tratam especificamente sobre Direito Eleitoral, 
razão pela qual são consideradas fontes diretas. 
Portanto... 
 
 
Contudo, precisamos aprofundar um pouco mais! Há 
diversos autores na doutrina que afirmam que as 
Resoluções do TSE possuem caráter normativo 
primário, normatizando hipóteses não reguladas pela 
norma eleitoral. Tal entendimento predominou na doutrina, uma vez que 
antes da Lei 12.037/2009, a redação do art. 105 era mais simples, não 
continha a menção expressa ao caráter regulamentar e a impossibilidade 
de criar ou restringir direitos das Resoluções do TSE. Deste modo, o TSE 
entendia que suas resoluções tinham caráter legal. Esse entendimento foi, 
inclusive, sufragado no STF. 
Assim, duas posições bem claras destacam-se: 
1ª POSIÇÃO: existem Resoluções do TSE primárias, que inovam a 
ordem jurídica. 
As Resoluções do TSE são fontes formais e 
diretas do Direito Eleitoral.
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A primeira posição foi adotada pelo STF no julgamento da ADI nº 3.999 e 
ADI nº 4.086, no qual o Plenário confirmou a constitucionalidade da 
Resolução nº 22.610/2007, que disciplina o processo de perda de mandato 
eletivo por infidelidade partidária. Em síntese, discutiu-se que a referida 
Resolução disciplinou de maneira inovadora o processo de perda de cargo 
eletivo, matéria que somente poderia ser disciplinada por norma editada 
pelo Poder Legislativo. 
O 67)�HQWHQGHX�TXH��GH�IDWR��D�PDWpULD�³ILGHOLGDGH�SDUWLGiULD´�GHYHULD�VHU�
editada pelo Poder Legislativo, em razão da regra de competência constante 
do art. 22, I, da CF. Contudo, a exigência da fidelidade partidária é extraída 
do próprio Texto da Constituição e, assim, não faz sentido aplicar a regra 
da fidelidade partidária apenas quando o Poder Legislativo decidir legislar. 
Entendeu assim o STF que a Resolução TSE nº 22.610/2010 é uma norma 
transitória e de caráter excepcional, que se justifica em face da demora do 
Poder Legislativo em editar uma norma para disciplinar a matéria. 
Desse modo, neste caso, concluiu o STF que a Resolução do TSE, além de 
ser fonte formal direta é, também, fonte primária. 
Vejamos, em seguida, outro posicionamento do STF. 
2ª POSIÇÃO: existem Resoluções do TSE secundárias, as quais não 
podem inovar na ordem jurídica. 
A Resolução TSE nº 20.993/2002 determinou a verticalização das 
coligações partidárias. Veremos esse assunto com profundidade 
futuramente, não se preocupem. Em termos simples o TSE obrigou os 
partidos adotar a coligação nacional para concorrer nas eleições estaduais 
e municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos 
estados-membros e nos municípios. 
Em razão disso, vários partidos políticos ingressaram com uma ADI perante 
o STF, questionando a norma criada pela Resolução. Neste julgamento, o 
STF entendeu que a Resolução do TSE possui caráter secundário e 
interpretativo, não podendo inovar na ordem jurídica, dada a natureza das 
resoluções. 
Em síntese, o STF afirmou que as Resoluções possuem caráter secundário 
e destinam-se a interpretar a norma eleitoral. 
Esse é o entendimento, inclusive, de Francisco Dirceu Barros3: 
A reforma eleitoral alterou totalmente o art. 105 caput daLei nº 9.504/1997 e ao 
estabelecer as principais características de uma resolução, mitigou o seu caráter de 
ato normativo primário, pois não será possível uma resolução restringir direito ou 
estabelecer sanções distintas das previstas na Lei 9.504/1997. 
No mesmo sentido, posiciona-se Rafael Barretto4: 
 
3 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 07/08. 
4 BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral, Col. Saberes do Direito, São Paulo: Editora Saraiva, 
2012, versão eletrônica. 
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As resoluções do TSE são normas de caráter regulamentar que a Corte edita para 
disciplinar a aplicação da legislação eleitoral, normalmente sintetizando no texto 
delas, a jurisprudência do Tribunal sobre as matérias versadas. 
Sintetizando as posições do STF... 
 
 
A segunda posição, em nosso entender, é a mais condizente com a técnica 
jurídica e com a redação do art. 105 caput da Lei das Eleições. 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, 
atendendo ao caráter regulamentar e SEM RESTRINGIR DIREITOS OU 
ESTABELECER SANÇÕES distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas 
as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em 
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. 
O dispositivo acima estabelece alguns limites às Resoluções, quais sejam: 
x possuem caráter regulamentar; 
x não podem restringir direitos ou criar obrigações; e 
x destinam-se à fiel execução da lei. 
Logo, AS RESOLUÇÕES DO TSE DEVEM SER CONSIDERADAS FONTES 
SECUNDÁRIAS DO DIREITO ELEITORAL. Contudo, devido à 
possibilidade de encontrarmos Resoluções do TSE que tratam de assuntos 
disciplinados na Constituição, como se deu em relação à Resolução do TSE 
nº 22.610/2007 que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por 
infidelidade partidária, devemos concluir que, EMBORA SECUNDÁRIAS, 
ALGUMAS RESOLUÇÕES DO TSE SUJEITAM-SE AO CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE, E NÃO MERAMENTE AO CONTROLE DE 
LEGALIDADE. 
Para efeito de prova devemos levar as seguintes informações... 
1ª posição
‡fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas
‡fonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral
‡fonte primária - porque inova na ordem jurídica e não apenas 
regulamenta a legislação eleitoral
2ª posição
‡fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas
‡fonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral
‡fonte secundária - porque se presta a interpretar e 
regulamentar a legislação infraconstitucional, não podendo 
inovar na ordem jurídica
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A nossa vantagem aqui é a seguinte: as questões não têm perguntado se é 
fonte primária ou secundária, limitam-se apenas a questionar se é fonte 
formal e direta. Como veremos nas questões, esse assunto foi exigido 
pela FCC já neste ano, em 2015! 
3.4 - Medida Provisória 
As medidas provisórias constituem uma espécie normativa peculiar. Ao 
contrário da regra, elas são criadas pelo Presidente da República, 
Governador ou Prefeitos, ou seja, pelo Poder Executivo. Em razão disso, a 
medida provisória tem validade apenas por 60 dias, prorrogáveis por outros 
60 dias e será editada apenas em situações de relevância e urgência. 
Passado esse período, se a medida provisória não for convertida em lei, 
perderá sua eficácia. 
Por conta de todas essas questões específicas, há vedação no Texto 
Constitucional para edição de tal espécie normativa para disciplinar Direito 
Eleitoral nos termos do art. 62. §1º, I, a da CF: 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. 
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I ± relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito 
eleitoral; (...). 
Portanto... 
 
 
3.5 - Consultas 
De início saibamos, as consultas NÃO SÃO FONTES FORMAIS OU 
DIRETAS do Direito Eleitoral, mas tão somente fontes interpretativas e 
de caráter material. Vejamos o porquê! 
Resoluções do TSE
FONTE FORMAL FONTE DIRETA
FONTE 
PRIMÁRIA/SECUNDÁRIA 
(* divergência)
É VEDADO À MEDIDA PROVISÓRIA DISPOR SOBRE 
DIREITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS E 
DIREITO ELEITORAL.
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As Consultas consistem na atribuição conferida aos TREs e ao TSE 
para responder questionamentos feitos por autoridades 
competentes, desde que não se refira a um caso concreto 
propriamente. A consulta não pode ser reportar a um caso concreto 
propriamente, pois seria uma forma irregular de se antecipar o julgamento 
de determinado processo judicial eleitoral. 
Assim, a consulta constitui uma forma de orientar as partes envolvidas no 
processo eleitoral, com a finalidade de evitar processos judiciais. Assim, 
após as consultas os interessados sentem-se seguros dos atos praticados 
durante todo o processo das eleições, sem necessidade de recorrer às ações 
judiciais. 
A consulta não possui caráter vinculante, muito menos erga omnes. 
E o que isso significa? 
Uma decisão judicial, após o trânsito em julgado possui efeito vinculante 
entre as partes. Isso significa dizer que a decisão judicial proferida vincula 
a parte de modo que ela não poderá deixar de observar a decisão. O caráter 
erga omnes, por sua vez, indica que a lei ou ato jurídico atinge a todos. 
Tais efeitos não se aplicam à consulta, que constitui apenas um 
posicionamento da Justiça Eleitoral sobre determinada matéria que tem 
gerado dúvida na comunidade, sem vincular ninguém, e sem se aplicar a 
todos indistintamente. 
Assim, é possível que embora exarado determinado entendimento em 
consulta, futuramente determinado TRE ou o TSE decidam, no exercício da 
função jurisdicional, de modo diverso. 
A competência para responder às consultas é atribuída ao TRE e ao TSE. 
Quanto a este, vejamos o que dispõe o art. 23, XII, do Código Eleitoral: 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, (...) 
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese 
por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; (...) 
Já em relação ao TRE a competência vem disciplinada no art. 
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...) 
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, 
por autoridade pública ou partido político; (...) 
Notaram alguma diferença entre os dispositivos? 
Há uma diferença bastante relevante que comumente é objetivo de prova. 
No âmbito do TSE as consultas serão formuladas por autoridade de 
jurisdição federal ou órgão nacional de partido político. Já no âmbito dos 
TRE as consultas poderão ser formuladas por autoridade pública ou partido 
político. 
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Para finalizar, vejamos um exemplo. 
O TSEfoi consultado no ano passado nos termos por um Senador da 
República: 
1. Aplicar-se-á a Lei Federal n° 12.891/2013 para as eleições gerais de 2014? 
2. Em caso afirmativo, a Lei Federal n° 12.891/2013 será totalmente ou parcialmente 
aplicada? 
3. No caso de parcial aplicação para as eleições gerais de 2014, quais serão os 
dispositivos que valerão para o ano que vem? 
Após análise das questões formuladas o TSE respondeu à consulta, em 
síntese, do seguinte modo5: 
CONSULTA. APLICABILIDADE DA LEI Nº 12.891/2013 ÀS ELEIÇÕES DE 2014. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL. RESPOSTA NEGATIVA À PRIMEIRA 
INDAGAÇÃO. PREJUDICADAS AS DEMAIS. 
Portanto, o entendimento foi o de que a Lei nº 12.891/2013, que 
instituiu a Minirreforma Eleitoral não se aplica às eleições de 2014, 
em razão do princípio da anualidade eleitoral. 
4 - Princípios de Direito Eleitoral 
4.1 - Introdução 
Dentro do ordenamento, as normas jurídicas podem se revelar por 
intermédio de regras jurídicas ou de princípios. Essa frase é muito 
 
5 Consulta nº 100075, Relator Min. João Otávio de Noronha, Publicação: DJE - Diário de 
justiça eletrônico, Data 01/09/2014. 
CONSULTAS
TSE - formuladas por
autoridade de jurisdição 
federal
órgão nacional de partido 
político. 
TRE - formuladas por
autoridade pública
partido político
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relevante e a correta compreensão fundamental para o entendimento do 
Direito contemporaneamente. 
Veremos uma série de características que distinguem os princípios das 
regras. A cada característica analisada você compreenderá cada vez melhor 
a diferença e a importância dos princípios jurídicos para o nosso 
ordenamento. Essa é a nossa pretensão. 
As regras são enunciados jurídicos tradicionais, que preveem uma 
situação fática e, se esta ocorrer, haverá uma consequência 
jurídica. Por exemplo, se alguém violar o direito à imagem de outrem 
(fato), ficará responsável pela reparação por eventuais danos materiais e 
morais causados à pessoa cujas imagens foram divulgadas indevidamente 
(consequência jurídica). 
Assim... 
 
Os princípios, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, são 
GHQRPLQDGRV�GH�³mandados de otimização´�TXH�FRQGLFLRQDP�WRGDV�DV�
estruturas subsequentes e servem de parâmetro para interpretação. Isso 
significa dizer que os princípios constituem normas com caráter mais amplo, 
aplicáveis a diversas situações fáticas a depender do contexto envolvido. 
Os princípios constituem espécie de normas que deverão ser 
observados na medida do possível. 
As regras são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se 
ocorrer a situação de fato haverá a incidência da consequência jurídica 
prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou não se aplica (técnica do 
³WXGR�RX�QDGD´���3DUD�RV�SULQFtSLRV��DR�FRQWUiULR��D�DSOLFDomR�SUHVVXS}H�R�
uso da técnica de ponderação de interesses, pois a depender da 
situação fática, assegura-se com maior ou menor amplitude o princípio 
�WpFQLFD�GR�³PDLV�RX�PHQRV´��� 
Por exemplo, para o processo jurisdicional eleitoral o decurso de 1 ano 
poderá implicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crime 
o decurso de 5 anos não implicará, necessariamente, violação ao mesmo 
princípio. Notem que são dois contextos fáticos diferentes em que o 
DIVULGAR 
INDEVIDAMENTE 
A IMAGEM DE 
UMA PESSOA
fato jurídico
VIOLAÇÃO AO 
DIREITO À 
IMAGEM
regra jurídica (art. 5º, X e 
XXIII, da CF, combinado com 
dispositivos do CC)
CONSEQUÊNCIA dever de indenizar
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princípio poderá ser aplicado de forma diferente e com consequências 
distintas. 
Isso não acontece em relação às regras. Lembre-se do exemplo que demos 
no início. Se o sujeito praticar o fato jurídico e este se amoldar 
perfeitamente aos termos da regra jurídica haverá incidência com o 
surgimento das consequências decorrentes. Não há maior ou menor 
aplicação da regra. Perfeito? 
Quanto à natureza, os princípios fundamentam as regras de modo que 
constLWXHP�D�³UDWLR´�GD�QRUPD�IXQGDPHQWDGD. As regras, por sua vez, 
buscam fundamento nos princípios, o que lhes confere forma e 
amplitude. 
O que isso significa? 
Vimos que os princípios são gerais, aplicam-se a diversas situações, porque 
possuem uma carga valorativa. Em razão disso, os princípios muitas vezes 
são utilizados para justificar a aplicação da regra jurídica. Isso significa 
dizer que várias regras jurídicas são pensadas (racionalizadas) a partir dos 
princípios envolvidos. Por exemplo, há, como veremos ainda na aula de 
hoje, uma regra que disciplina que o processo eleitoral que possa implicar 
em perda do mandato eletivo deverá tramitar em, no máximo, um ano. 
Essa regra é fundamentada no princípio da celeridade, pois determina que 
no processo eleitoral, em função dos valores e princípios envolvidos, será 
considerado célere o processo que tramitar no prazo referido. Assim, o 
legislador valendo-se da racionalidade dos princípios que envolvem o direito 
eleitoral, fixou a regra. Por isso se diz que os princípios constituem a ratio 
(a racionalidade, a razão) das regras jurídicas. 
Os princípios possuem alto grau de abstração, podendo abranger 
diversas situações heterogêneas, de modo que se concretizam em 
graus diversos. As regras, entretanto, possuem baixo grau de 
abstração, abrangendo tão somente situações homogêneas. 
Conforme vimos acima, os princípios podem ser aplicados às mais diversas 
situações (heterogêneo) com maior ou menor aplicabilidade a depender da 
situação em concreto. Já as regras jurídicas aplicam-se apenas às mesmas 
situações envolvidas (homogêneo), tal como descrito pela norma. 
Distinguem-se ainda os princípios das regras quanto à aplicabilidade. Os 
princípios sujeitam-se à técnica interpretativa, em razão da 
indeterminabilidade ou generalidade do seu comando. As regras, por 
seu turno, possuem aplicação direta e imediata, desde que se 
enquadrem na situação objetivamente especificada. 
Assim... 
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Vimos, assim as diferenças entre os princípios e regras. Notamos também 
que os princípios possuem enorme relevância e são naturalmente 
fonte formal do direito eleitoral, uma vez que são normas ao lado das 
regras jurídicas. 
Na sequência veremos uma série de princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral 
e que podem ser objeto de cobrança em prova. É importante registrar, 
contudo, que existem princípios específicos de determinados institutos de 
Direito Eleitoral. Naturalmente esses princípios serão estudados 
futuramente, com o desenvolvimento da nossa matéria. Aqui, para a nossa 
aula introdutória, vamos centrar nossa atenção nos princípios mais 
relevantes. 
4.2 - Princípio da lisura das eleições 
Informa o referido princípio que a atuação da Justiça Eleitoral, do 
Ministério Público Eleitoral, dos partidos políticos e candidatos deve 
ser pautada na preservação da lisura das eleições. 
Por lisura podemos compreender a condução das ações e atitudes com 
sinceridade, com franqueza. Esse é o sentido do princípio eleitoral, a 
condução franca, leal, sincera das eleições por todas as partes envolvidas 
no processo eleitoral, com vistas ao exercício legítimoda democracia. 
O referido princípio encontra previsão no art. 23 da Lei das Inelegibilidades: 
Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e 
notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias 
ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o 
interesse público de lisura eleitoral. 
O dispositivo enuncia que ao julgar a ação de investigação judicial eleitoral 
(que estudaremos adiante) a Justiça Eleitoral deverá levar em consideração 
diversos valores envolvidos, desde que haja preservação da lisura eleitoral. 
Por fim, leciona Marcos Ramayana6: 
 
6 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 22. 
REGRAS
‡mandados de determinação
‡aplicado por subsunção
‡técnica do "tudo ou nada"
‡buscam fundamento nos princípios
‡possuem reduzido grau de abstração 
e indeterminabilidade
‡aplicação direta e imediatada
PRINCÍPIOS
‡mandados de otimização
‡aplicado por ponderação de 
interesses
‡técnica do "mais ou menos"
‡constituem a ratio das regras
‡possuem elevado grau de abstração e 
de indeterminabilidade
‡dependem da interpretação
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A garantia da lisura das eleições nutre especial sentido de proteção aos direitos 
fundamentais da cidadania (cidadão-eleitor), bem como encontra alicerce jurídico-
constitucional nos arts. 1º, inciso II e 14 §9º da Lei Fundamental. 
Trouxemos o conceito do doutrinador acima, porque ele faz referência a 
dois dispositivos constitucionais. O primeiro deles reporta-se à cidadania 
como fundamento da República e o segundo, dada a importância, citamos: 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de 
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para 
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
De acordo com o dispositivo acima, compete ao legislador 
infraconstitucional estabelecer ± por meio de lei complementar ± outras 
hipóteses de inelegibilidade tendo em vista valores que assegurem a lisura 
do processo eleitoral, ao proteger a probidade administrativa, a moralidade 
para exercício de mandato e a normalidade e legitimidade das eleições 
contra a influência do abuso de poder. 
Para a nossa prova... 
 
 
4.3 - Princípio do aproveitamento do voto 
Pelo princípio do aproveitamento do voto, a atuação da Justiça Eleitoral, 
de um modo geral, deve pautar-se no sentido de preservar a 
soberania popular, a apuração do voto e a diplomação dos eleitos. 
Esse princípio é também conhecido como princípio do in dubio pro voto, em 
comparação com o princípio penal do in dubio pro reo, vem disciplinado no 
art. 219 do Código Eleitoral: 
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a 
que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de 
prejuízo. 
Segundo Thales e Camila Cerqueira7 esse princípio é também conhecido 
como princípio da vedação da restrição de direitos políticos, da atipicidade 
eleitoral ou da estrita legalidade eleitoral. 
 
7 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, p. 
43. 
O princípio da lisura das eleições impõe a atuação 
correta, sincera, proba dos atos que envolvam o 
processo eleitoral.
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Em decorrência do referido princípio afirma-se que são mitigados eventuais 
formalismos no processo eleitoral, inclusive aqueles que implicam em 
nulidades absolutas, desde que seja possível sanar a nulidade. Desse modo, 
se as partes interessadas não alegarem a nulidade em momento oportuno 
não poderão fazê-lo posteriormente. Além disso, não poderá o Juiz 
reconhecer de ofício a nulidade, sob pena de violação do princípio do 
aproveitamento do voto. 
É o que se extrai dos arts. 223, caput, e 259, caput, ambos do Código 
Eleitoral: 
Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá 
ser argüida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a 
argüição se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional. 
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste 
se discutir matéria constitucional. 
9RFrV�QRWDUDP�TXH�GHVWDFDPRV�R�³VDOYR´"�3HVVRDO��
atenção! Existem mitigações do princípio do 
aproveitamento do voto. Toda vez que a nulidade for 
pautada em uma violação a regra constitucional, ela 
poderá ser declarada a qualquer tempo, ainda que o cidadão já tenha 
efetuado o voto. Essa exceção se justifica em razão da supremacia e a 
hierarquia da Constituição, que disciplina os assuntos mais relevantes para 
a sociedade. Veremos, futuramente, por exemplo que a alegação de 
inelegibilidade fundada na Constituição não se sujeita a prazo prescricional, 
ao passo que as hipóteses de inelegibilidades previstas tão somente na 
legislação infraconstitucionais se não forem arguidas no momento oportuno 
sujeitam-se à prescrição. 
4.4 - Princípio da celeridade eleitoral 
O princípio da celeridade é comum a diversos ramos processuais do direito. 
Aqui no Direito Eleitoral, segundo Marcos Ramayana8, o princípio da 
celeridade ganha contornos próprios no sentido de que 
as decisões eleitorais devem ser imediatas, evitando-se delongas para as fases 
posteriores à data da diplomação, sendo verdadeiras exceções os casos que possam 
demandar um julgamento para além da posse. 
Notem que a celeridade eleitoral aproxima-se da imediaticidade. No 
Direito Eleitoral o processo deve ser o mais rápido possível. 
 
8 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 24. 
‡princípio do in dubio pro voto
‡princípio da vedação da restrição de direitos políticos
‡princípio da atipicidade eleitoral
‡princípio da estrita legalidade eleitoral
PRINCÍPIO DO APROVIETAMENTO DO VOTO - SINÔNIMOS
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A finalidade deste princípio é evitar o 
prolongamento de decisões eleitorais após a 
posse dos eleitos e após o início do exercício do 
mandato eletivo. Nesse contexto é relevante o 
art. 257, § único, do Código Eleitoral, que 
adota a tutela da imediaticidade, segundo a 
qual a execução das decisões eleitorais 
será imediata adotando-se meios eficazes e 
práticos de intimação, tais como telegrama e fax. 
Vejamos o dispositivo: 
Parágrafo único. A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através 
de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do 
presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. 
Há, ainda, importante dispositivo da Lei das Eleições que disciplina o prazo 
de um ano entre a propositura da ação e o resultado final do 
julgamento para as ações que possam resultar na perda de mandato 
eletivo. É o que disciplina o art. 97-A: 
Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da Constituição Federal, considera-
se duração razoável do processo quepossa resultar em perda de mandato 
eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça 
Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 
§ 1o A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as 
instâncias da Justiça Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 
§ 2o Vencido o prazo de que trata o caput, será aplicável o disposto no art. 97, sem 
prejuízo de representação ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Lei nº 
12.034, de 2009) 
Assim, para o processo eleitora... 
 
 
Sobre o dispositivo citado leciona Marcos Ramayana9: 
O legislador tratou de contemplar na Lei das Eleições a garantia efetiva da proteção 
judicial, pois é cediço que se registrou casos em que o diplomado eleito exercia o 
mandato em toda a sua plenitude pelo prazo de 4 (quatro) anos e a ação ainda não 
tinha solução final. 
Caso não seja observado o referido prazo podem decorrer uma série de 
consequência tais como crime de desobediência (art. 345 do CE), infração 
disciplinar a ser apurada perante as corregedorias dos tribunais eleitorais, 
 
9 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 25. 
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO 
PROCESSO
1 ano, quando envolver ações que 
possam resultar na perda do 
mandato eletivo
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TSE e Ministério Público, bem como representação ao Conselho Nacional de 
Justiça, segundo dispõe §2º supracitado. 
Registre-se, por fim, que esse prazo de um ano restringe-se às ações 
judiciais que podem implicar perda de mandato, de modo que demais 
processo e questões eleitorais submetem-se à regra geral da celeridade 
prevista no art. 5º, LXXVIII, da CF. 
4.5 - Princípio da preclusão instantânea 
Inicialmente, vamos conceituar preclusão. De acordo com a doutrina, 
preclusão consiste na perda de uma situação jurídica processual 
ativa. A preclusão constitui instrumento processual fundamental para o 
deslinde da ação. Assim, pode-se afirmar que sem preclusão não há 
processo, ou melhor, sem o instituto da preclusão o processo não termina. 
A preclusão consagra três princípios: 
ª princípio da segurança jurídica; 
ª princípio da boa-fé; 
ª princípio da duração razoável do processo. 
Tradicionalmente, a doutrina menciona espécies de preclusão, que 
sinteticamente podem ser definidas do seguinte modo: 
1º. Preclusão Temporal: perda de um poder processual em razão do 
decurso do tempo (exemplo: perda de um prazo para apresentar 
recurso) 
2º. Preclusão Consumativa: perda de um poder processual em razão 
do seu exercício (exemplo: após a apresentação da contestação a 
parte não poderá apresentar nova contestação alterando a 
anterior). 
3º. Preclusão Lógica: perda do poder processual em razão da prática 
anterior de um ato incompatível com ele (exemplo: firma-se 
espontaneamente um acordo judicial e, em seguida, a parte recorre 
do acordo). 
4º. Preclusão sanção: preclusão decorrente da prática de ato ilícito. 
Em Direito Eleitoral podemos encontrar diversas aplicações para princípio. 
Para a nossa prova duas delas possuem interesse. 
(i) No processo eleitoral, a matéria encontra-se disciplinada nos arts. 171 
e 259, ambos do CE: 
Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver havido 
impugnação perante a Junta, no ato apuração, contra as nulidades argüidas. 
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo quando neste 
se discutir matéria constitucional. 
Sobre o assunto, lecionam Thales e Camila Cerqueira10: 
 
10 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, 
p. 53. 
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Ao contrário da Justiça Comum, a Justiça Eleitoral é mais célere, além de conter 
algumas peculiaridades, tal como a preclusão dos prazos para interposição de 
recursos, não sendo estes atinentes à matéria constitucional, ou de recursos contra 
a apuração das eleições, que não serão admitidos caso não haja prévia e oportuna 
impugnação perante a Junta Eleitoral. Logo, não havendo impugnação imediata e/ou 
não se tratando de matéria constitucional, considera-se preclusa a matéria. 
(ii) Ainda segundo o princípio da preclusão eventuais impugnações 
quanto à identidade do eleitor deverão ser formuladas antes do 
exercício do voto, sob pena de se considerar consumado o ato do 
sufrágio. 
Esse é o entendimento que se extrai dos arts. 147, §1º, 149 e 223, todos 
do CE. Considerando que o último dispositivo já foi citado quando 
abordamos o princípio do aproveitamento do voto, vejamos a literalidade 
dos dois primeiros: 
§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa, 
fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou 
por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar. 
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não tiver havido impugnação 
perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades argüidas. 
A ideia aqui é a de resolver eventuais impugnações até o exercício do voto. 
Para tanto os partidos políticos e coligações, por meio dos fiscais e 
delegados de partido, devem impugnar o voto até o ato de votar, sob pena 
de incidência da preclusão instantânea. 
Sobre o referido princípio lecionam Thales e Camila Cerqueira11: 
Ao contrário da Justiça Comum, a Justiça Eleitoral é mais célere, além de conter 
algumas peculiaridades, tal como a preclusão dos prazos para interposição de 
recursos, não sendo estes atinentes à matéria constitucional, ou de recursos contra 
a apuração das eleições, que não serão admitidos caso não haja prévia e oportuna 
impugnação perante a Junta eleitoral. Logo, não havendo impugnação imediata e/ou 
não se tratando de matéria constitucional, considera-se preclusa a matéria. 
4.6 - Princípio da anualidade eleitoral 
O princípio da anualidade, também conhecido como princípio da antinomia 
eleitoral sendo considerado pela doutrina como o princípio mais importante 
do Direito Eleitoral. 
Não é à toa que o referido princípio encontra sede constitucional. O art. 16 
da CF preconiza que a lei que alterar o processo eleitoral somente 
entra em vigor na data da sua publicação, não se aplicando às 
eleições que ocorram um ano da data da sua vigência. 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua 
vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) 
 
11 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, 
p. 54. 
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Desse modo, a lei que alterar o processo eleitoral tem vigência 
imediata, mas eficácia contida ou pro futuro. Assim, embora 
HQWUH�HP�YLJRU�LPHGLDWDPHQWH��D�OHL�VRPHQWH�SURGX]LUi�³HIHLWRV�
SUiWLFRV´�GHFRUULGRV����DQR�GD�GDWD�GH�VXD�YLJrQFLD� 
Por exemplo, sancionada uma lei eleitoral em 01.01.2014, com 
vigência imediata, somente poderá ser aplicada em 02.01.2015, 
ou seja, após o decurso de um ano da vigência da norma ela 
passaria a produzir efeitos práticos. Em razão disso, tal norma 
não poderia ser aplicada às eleições de 2014.Vocês lembram do exemplo que citamos referente à Lei nº 
�������������GHQRPLQDGD�GH�³0LQLUUHIRUPD�(OHLWRUDO´"�Naquele caso 
o TSE entendeu que a Lei ± que entrou em vigor em 11.12.2013 ± somente 
poderiam ser aplicadas às eleições que ocorrerem após 11.12.2014, ou 
seja, um ano após vigar. Assim, tornou-se aplicável a Lei nº 12.891/2013 
apenas em 12.12.2014, uma vez que ela alterou o processo eleitoral! 
Interessante, não? 
Em decorrência disso, os dispositivos revogados pela Lei da Minirreforma 
Eleitoral permaneceram aplicáveis às eleições de 2014. Como assim, 
Professor, um dispositivo revogado pode ser aplicado? Justamente! 
Como a lei nova não pode ser aplicada pois tem que aguardar o decurso de 
um ano, a lei revogada permanecerá aplicável por esse período de tempo! 
Por conta disso, é possível afirmar que em razão do princípio da anualidade 
da lei eleitoral é possível se falar também em ultra-atividade da lei 
eleitoral. Isso significa que uma lei eleitoral, embora revogada, continuará 
a produzir efeitos pelo lapso de um ano. 
Segundo Francisco Dirceu Barros12: 
Ultra-atividade é o fenômeno pelo qual uma lei eleitoral, embora tendo sido 
revogada, continua sendo aplicada. 
De acordo com Thales e Camila Cerqueira o art. 16 da CF, com redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 3º, aperfeiçoou a dogmática jurídica, 
uma vez que a redação originária mencionava tão somente a vigência da 
lei eleitoral. 
Com a redação após a Emenda, temos: 
Vigência Refere à aplicação imediata da lei, que não observará prazos de vacatio legis. 
Eficácia 
Refere-se à produção de efeitos, que ocorrerá tão somente após decorrido o 
lapso de 01 ano. 
A respeito da aplicação do prazo, Thales e Camila Cerqueira13 lecionam: 
 
12 BARROS, Francis Dirceu. Direito Eleitoral, p. 18. 
13 CERQUEIRA, Thales Tácito e CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado, 
p. 41. 
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&XPSUH� UHJLVWUDU� TXH� HVVH� SULQFtSLR� GD� ³DQXDOLGDGH� HOHLWRUDO´� GHYH� VHU� HQWHQGLGR�
cRPR�³DQXDOLGDGH�H�XP�GLD´��SRUTXDQWR�HVWLYHUPRV�GLDQWH�GH�XPD�OHL�TXH�DOWHUH�R�
³SURFHVVR� HOHLWRUDO´�� HOD�QmR� WHUi� HILFiFLD�SDUD�DV�HOHLo}HV� HP�FXUVR�� VRPHQWH�QR�
próximo pleito. Então, para surtir eficácia, a lei deve ser publicada (e não 
promulgada), no míQLPR�³XP�DQR�H�XP�GLD´�DQWHV�GDV�HOHLo}HV� 
Trouxemos a citação acima para frisar a contagem do prazo. Cuidado! A 
somente será aplicável após o decurso prazo de um ano. Assim, se a lei foi 
editada em 11.12.2013, ela permanecerá inaplicável até 11.12.2014 e, 
portanto, somente poderá ser aplicada em 12.12.2014, ou seja, um ano e 
um dia após! 
Algumas observações a respeito desse dispositivo são fundamentais para a 
sua prova. 
(i) 2�DUW������GD�&)��p�FRQVLGHUDGR�³FOiXVXOD�SpWUHD´�VHJXQGR�HQWHQGLPHQWR�
do STF, por representar expressão da segurança jurídica, garantia 
fundamental. É o que se extrai do excerto abaixo da ADI nº 3.685 (abaixo 
citada). 
(ii) 3RU� ³SURFHVVR� HOHLWRUDO´� GHYHPRV� FRPSUHHQGHU� j� VXFHVVmR��
desenvolvimento e evolução do fenômeno eleitoral em suas diversas fases 
(registro de candidaturas, propaganda política, eleições, apuração do 
resultado e diplomação etc.). 
$�GLVFXVVmR�VREUH�D�GHILQLomR�GR�TXH�p�³SURFHVVR�HOHLWRUDO´�p�UHOHYDQWH��HP�
razão da celeuma em torno do art. 17, §1º, da CF. 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, 
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em 
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer 
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 52, de 2006) 
De acordo com a Emenda Constitucional nº 52/2006, no art. 2º, a regra 
acima entraria em vigor imediatamente, aplicando-se às eleições de 2006, 
sem a necessidade de observar o princípio da anualidade, vez que não trata 
de processo eleitoral propriamente. 
Nesse sentido é o posicionamento de Marcos Ramayana14: 
Tecnicamente, portanto, as regras das formações das coligações para uma 
determinada eleição não fazem parte de uma fase do processo eleitoral em sentido 
restrito, pois, na verdade, as coligações antecedem ao registro das candidaturas e 
são normas de abrangência estatutária e partidária. 
Contudo, não foi esse o entendimento do TSE, para quem o caráter 
nacional do dispositivo e segurança jurídica das relações entre eleitores, 
candidatos e partidos, com regras eleitorais previamente aprovadas, são 
 
14 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, p. 34. 
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valores importantes e essenciais. Esse entendimento foi acompanhado 
pelo STF. Vejamos a emenda do julgado na ADI nº 3.65515: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º DA EC 52, DE 08.03.06. 
APLICAÇÃO IMEDIATA DA NOVA REGRA SOBRE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS 
ELEITORAIS, INTRODUZIDA NO TEXTO DO ART. 17, § 1º, DA CF. ALEGAÇÃO DE 
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI ELEITORAL (CF, ART. 16) E 
ÀS GARANTIAS INDIVIDUAIS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DO DEVIDO PROCESSO 
LEGAL (CF, ART. 5º, CAPUT, E LIV). LIMITES MATERIAIS À ATIVIDADE DO 
LEGISLADOR CONSTITUINTE REFORMADOR. ARTS. 60, § 4º, IV, E 5º, § 2º, DA CF. 
(...). 2. A inovação trazida pela EC 52/06 conferiu status constitucional à matéria até 
então integralmente regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, 
assim, a perda da validade de qualquer restrição à plena autonomia das coligações 
partidárias no plano federal, estadual, distrital e municipal. 3. Todavia, a utilização 
da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide com 
o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a 
utilização abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento 
de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354, rel. Min. 
Octavio Gallotti, DJ 12.02.93). 4. Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia 
individual do contribuinte (ADI 939, rel. Min. Sydney Sanches, DJ 18.03.94), o art. 
16 representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder 
exercido pelos representantes eleitos e "a quem assiste o direito de receber, do 
Estado, o necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações 
abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel. Min. Celso de 
Mello). 5. Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o 
caracterizam como uma garantia fundamental oponível até mesmo à atividade 
do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, 
IV, a burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da 
segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 
5º, LIV). 6. A modificação no texto do art. 16 pela EC 4/93 em nada alterou seu 
conteúdo principiológico fundamental. Tratou-se de mero aperfeiçoamento técnico 
levado a efeito para facilitar a regulamentação do processo eleitoral. 7. Pedido que 
se julga procedente para dar interpretação conforme no sentido de que a inovação 
trazida no art. 1º da EC 52/06 somente seja aplicada após decorrido um ano da data 
de sua vigência. 
De acordo com o julgado acima, ficou definido que o processo legislativo 
eleitoral não pode ser usado de forma casuística ou de

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