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Técnicas de integração: Integração por Frações Parciais: Esta técnica "vem" do fato de muitas vezes podermos escrever uma fração como soma de frações mais simples. Por exemplo: A fração: −x+ 11 x2 + 3x− 4 pode ser escrita como soma de 2 x− 1 e de −3 x+ 4 Ou seja: −x+ 11 x2 + 3x− 4 = 2 x− 1 + −3 x+ 4 É fácil provar que a igualdade anterior é válida, basta partirmos de ∗ e somarmos as frações 1 . 2 x− 1 + −3 x+ 4︸ ︷︷ ︸ ∗ = 2 (x+ 4)− 3 (x− 1) (x− 1) (x+ 4) = 2x+ 8− 3x+ 3 (x2 + 4x− x− 4) = −x+ 11 x2 + 3x− 4 = Note que, em termos de integração é mais fácil integrar: 2 x− 1 + −3 x+ 4︸ ︷︷ ︸ ∗ que: −x+ 11 x2 + 3x− 4︸ ︷︷ ︸ ∗∗ Pois: ∫ ( 2 x− 1 + −3 x+ 4 ) dx = ∫ 2 x− 1 dx+ ∫ −3 x+ 4 dx = 2 ln(x− 1)− 3 ln(x+ 4) + C Já: ∫ −x+ 11 (x2 + 3x− 4) = ? Assim, neste contexto, poderíamos dizer que ∗ é mais simples que ∗∗ . Mas, em geral, quando os autores e professores pedem para simpli�car, eles querem que passe de ∗∗ para ∗ ! Mas, nem sempre isto deveria ser chamado de simpli�car! Como chamaríamos o que vamos fazer agora? De complicar? Esta é uma das razões desta professora sempre dizer que simpli�car não é uma operação bem de�nida! Aplicar a técnica integração por frações parciais é fazer como acima, ou seja, transformar uma fração "complicada" em soma de frações "mais simples" para conseguir integrar. Como fazer isto? Em primeiro lugar, veri�camos se o grau do polinômio do numerador é menor que o grau do polinômio do denominador. Aqui, vamos considerara as funções contantes 2 como polinômios de grau zero. Em segundo lugar devemos fatorar "o mais possível" o polinômio do denominador. Agora, vamos dividir nosso estudo em casos: • 1o caso: O polinômio do denominador só tem raízes reais e todas estas raízes são distintas. • 2o caso: O polinômio do denominador só tem raízes reais e algumas destas raízes são iguais. • 3o caso: O polinômio do denominador tem raízes complexas distintas. • 4o caso: O polinômio do denominador tem raízes complexas iguais. Antes de comerçarmos a estudar cada caso, vamos fazer algumas observaçõs. 1 Tirando o mínimo é claro! 2 Números. 1 Observações: • Observação 1: Se o grau do polinômio do numerador é maior ou igual ao grau do polinômio do denominador, a fração é chamada fração imprópria ou redutível, estas frações serão estudadas em outra aula! • Observação 2: Para fatorar polinômios uma opção é encontar suas raízes, pois todo polinômio pode pode ser escrito como produto do coe�ciente de seu termo de maior grau vezes polinómios de grau um (constituídos pela varíável menos cada uma de suas raízes). Por exemplo: se o polinômio p(x) = ax2 + bx+ c tem raízes r1 e r2 (r1 e r2 são reais ou imaginárias), temos, p(x) = ax2 + bx+ c = a ( x− r1) (x− r2) . Em geral, p(x) = anx n + an−1xn−1 + . . .+ a2x2 + a1x+ a0 = an (x− r1) (x− r2) . . . (x− rn) onde r1, r2, . . . rn são as raízes do polinômio. Agora, vamos estudar cada um dos três casos: • 1o caso: O polinômio do denominador só tem raízes reais e todas estas raízes são distintas. Neste caso, temos: p(x) an (x− r1) (x− r2) . . . (x− rn) onde r1, r2, . . . rn são as raízes do polinômio e todos os polinômios: (x− r1) (x− r2) . . . (x− rn) são distintos. Faremos: p(x) an (x− r1) (x− r2) . . . (x− rn) = 1 an [ A1 (x− r1) + A2 (x− r2) + . . . + An (x− rn) ] Para encontrarmos as constantes A1, A2, . . . , An tiramos o mínimo do segundo menbro (lado) da igualdade, igualamos os numeradores e encaramos esta igualdade como igualdade entre polinômios 3 , isto nos levará a um sistema n× n (possível e determinado), cujas incognitas são nossas constantes. Não entendeu nada! Vamos aos exemplos: Exemplos: 1. Calcular as integrais abaixo: (a) ∫ 5x+ 7 x2 + 7x+ 10 dx Resolução: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: x2 + 7x+ 10 Como p(x) = x2 + 7x+ 10, temos: ∆ = (7)2 − 4(1)(10) = 49− 40 = 9 e as raízes do polinômio são: r1 = −7 +√9 2 = −4 2 = −2 e r2 = −7− √ 9 2 = −10 2 = −5 Assim, p(x) = x2 + 7x+ 10 = 1 [ x− (−2)]︸ ︷︷ ︸ (x−r1) [ x− (−5)]︸ ︷︷ ︸ (x−r2) = (x+ 2) (x+ 5) Voltando para a integral: ∫ 5x+ 7 x2 + 7x+ 10 dx = ∫ 2x2 − 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx Agora, queremos encontrar A1 e A2, tais que: A1 (x+ 2) + A2 (x+ 5) = 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) ⇒ 3 Aqui, podemos usar derivadas ou substituir valores no polinômio para "facilitar" a conta. 2 Tirando o mínimo para somar as frações do primeiro membro da igualdade, temos: ⇒ A1 (x+ 5) + A2 (x+ 2) (x+ 2) (x+ 5) = 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) ⇒ A1 (x+ 5) + A2 (x+ 2) = 5x+ 7 ⇒ ⇒ A1x+ 5A1 + A2x+ 2A2 = 2x2 − 5x+ 7 ⇒ x(A1 +A2) + (5A1 + 2A2) = 5x+ 7 ⇒ A1 +A2 = 5 5A1 + 2A2 = 7 ⇒ −2A1 − 2A2 = −10 5A1 + 2A2 = 7 ⇒ 3A1 = −3 ⇒ A1 = −1 e A2 = 6 Assim, podemos a�rmar: −1 (x+ 2) + 6 (x+ 5) = 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) ⇒ ∫ 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx = ∫ [ −1 (x+ 2) + 6 (x+ 5) ] dx ⇒ ∫ 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx = ∫ [ −1 (x+ 2) + 6 (x+ 5) ] dx = ∫ −1 (x+ 2) dx+ ∫ 6 (x+ 5) dx ⇒ ∫ 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx = ∫ −1 (x+ 2) dx+ ∫ 6 (x+ 5) dx = − ln(x+ 2) + 6 ln(x+ 5) + C ⇒ ∫ 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx = − ln(x+ 2) + 6 ln(x+ 5) + C = ln [ (x+ 5)6 x+ 2 ] + C ∫ 5x+ 7 (x+ 2) (x+ 5) dx = ln [ (x+ 5)6 x+ 2 ] + C (b) ∫ x2 + 4x+ 1 x3 + 3x2 − x− 3 dx Resolução: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: x3 + 3x2 − x− 3 x3 + 3x2 − x− 3 = x2 (x+ 3)− 1 (x+ 3) = (x+ 3) (x2 − 1) = (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) Voltando a integral:∫ x2 + 4x+ 1 x3 + 3x2 − x− 3 dx = ∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx Agora, queremos encontrar A, B e C tais que: x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) = A (x+ 3) + B (x+ 1) + C (x− 1) Tirando o mínimo, temos: x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) = A (x+ 1) (x− 1) + B (x+ 3) (x− 1) + C (x+ 3) (x+ 1) (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) Como os denominadores são iguais, os numeradores terão que ser iguais: x2 + 4x+ 1 = A (x+ 1) (x− 1) + B (x+ 3) (x− 1) + C (x+ 3) (x+ 1) x2 + 4x+ 1 = A (x2 − 1) + B (x2 + 2x− 3) + C (x2 + 4x+ 3) x2 + 4x+ 1 = Ax2 −A+ Bx2 + 2Bx− 3B + Cx2 + 4Cx+ 3C x2 + 4x+ 1 = (A+B + C)x2 + (2B + 4C)x + (−A− 3B + 3C) 3 x2 + 4x+ 1 = (A+B + C)x2 + (2B + 4C)x + (−A− 3B + 3C) Olhando a igualdade acima como igualdade entre polinômios, sabemos que • O coe�ciente de x2 do primeiro membro tem que ser igual ao coe�ciente de x2 do segundo membro ⇒ A+B + C = 1, • O coe�ciente de x do primeiro membro tem que ser igual ao coe�ciente de x do segundo membro ⇒ 2B + 4C = 4, • O coe�ciente do termo independente do primeiro membro tem que ser igual ao coe�ciente do termo independente do segundo membro ⇒ −A− 3B + 3C = 1, Chegamos ao sistema: A+B + C = 1 (1) 2B + 4C = 4 (2) −A− 3B + 3C = 1 (3) Somando a (1) a (3) e mantendo (2), temos: −2B + 4C = 2 2B + 4C = 4 Somando as novas equações, temos: 8C = 6 ⇒ C = 6 8 = 3 4 Substituindo C = 3 4 na equação (2), temos: 2B + 4 3 4 = 4 ⇒ 2B = 1 ⇒ B = 1 2 Substituindo estas informações na equação (1), temos: A+ 1 2 + 3 4 = 1 ⇒ A = − 1 4 Assim, temos: x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) = − 14 (x+ 3) + 1 2 (x+ 1) + 3 4 (x− 1)∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx = ∫ [ − 14 (x+ 3) + 1 2 (x+ 1) + 3 4 (x− 1) ] dx ∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx = ∫ − 14 (x+ 3) dx + ∫ 1 2 (x+ 1) dx + ∫ 3 4 (x− 1) dx∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx = − 1 4 ∫ 1 (x+ 3) dx + 1 2 ∫ 1 (x+ 1) dx + 3 4 ∫ 1 (x− 1) dx∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx = − 1 4 ln(x+ 3) + 1 2 ln(x+ 1) + 3 4 ln(x− 1) + C ∫ x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) dx = − 1 4 ln(x+ 3) + 1 2 ln(x+ 1) + 3 4 ln(x− 1) + C Observação: Agora, vamos apresentar uma forma alternativa de obter A, B e C da igualdade abaixo: x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) = A (x+ 3) + B (x+ 1) + C (x− 1) 4 Trando o mínimo: x2 + 4x+ 1 (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) = A (x+ 1) (x− 1) + B (x+ 3) (x− 1) + C (x+ 3) (x+ 1) (x+ 3) (x+ 1) (x− 1) Sabemos que: x2 + 4x+ 1 = A (x+ 1) (x− 1) + B (x+ 3) (x− 1) + C (x+ 3) (x+ 1) A igualdade acima é uma igualdade entre polinômios, ou seja, vale para todo x real. Assim, podemos atribuir valorespara x e chegar a equações mais simples que as equações obtidas igualando os coe�cientes dos polinômios. Os valores "bons" são aqueles que zeram coe�cientes da equação sumindo com algumas incógnitas. Na nossa equação, alguns valores "bons" seriam: x = −1, x = 1 x = −3 e x = 0. Substituindo x = 1, temos: (1)2 + 4(1) + 1 = A 2︷ ︸︸ ︷ (1 + 1) 0︷ ︸︸ ︷ (1− 1) +B 4︷ ︸︸ ︷ (1 + 3) 0︷ ︸︸ ︷ (1− 1) +C 4︷ ︸︸ ︷ (1 + 3) 2︷ ︸︸ ︷ (1 + 1) 6 = 8C ⇒ C = 6 8 = 3 4 ⇒ A = 3 4 Substituindo x = −1, temos: (−1)2 + 4(−1) + 1 = A 0︷ ︸︸ ︷ (−1 + 1) −2︷ ︸︸ ︷ (−1− 1) +B 2︷ ︸︸ ︷ (−1 + 3) −2︷ ︸︸ ︷ (−1− 1) +C 2︷ ︸︸ ︷ (−1 + 3) 0︷ ︸︸ ︷ (−1 + 1) −2 = −4B ⇒ B = −2−4 = 1 2 ⇒ B = 1 2 Substituindo x = −3, temos: (−3)2 + 4(−3) + 1 = A −2︷ ︸︸ ︷ (−3 + 1) −4︷ ︸︸ ︷ (−3− 1) +B 0︷ ︸︸ ︷ (−3 + 3) −4︷ ︸︸ ︷ (−3− 1) +C 0︷ ︸︸ ︷ (−3 + 3) −2︷ ︸︸ ︷ (−3 + 1) −2 = 8A ⇒ A = −2 8 = − 1 4 ⇒ A = − 1 4 Gostou desta forma de encontrar os valores de A, B e C ? Agora, vamos ao nosso próximo exemplo: (c) ∫ 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 dx Resolução: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 p(x) = 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 Como vamos fatorar este polinômio? Podemos tentar descobrir uma raiz r de p(x), e depois dividir o polinômio p(x) por x− r. Em outra aula, aprendemos a dividir polinômios (é análogo a divisão de números naturais!), desta vez vamos observar que: 5 p(1) = 2 (1)3 − 3 (1)2 − 5 (1) + 6 = 2− 3− 5 + 6 = 0 ⇒ 1 é raiz p(2) = 2 (2)3 − 3 (2)2 − 5 (2) + 6 = 16− 12− 10 + 6 = 0 ⇒ 2 é raiz p ( −3 2 ) = 2 ( −3 2 )3 − 3 ( −3 2 )2 − 5 ( −3 2 ) + 6 = − 27 4 − 27 4 + 15 4 + 6 = −54 + 30 + 24 2 = 0 ⇒ − 3 2 é raiz Portanto: p(x) = 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 = 2(x− 1)(x− 2) ( x+ 3 2 ) = (x− 1)(x− 2)(2x+ 3) Voltando para a integral:∫ 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 dx = ∫ [ 3x2 − 4 (x− 1)(x− 2) (2x+ 3) ] dx Queremos encontrar A, B e C tais que: 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 = A (x− 1) + B (x− 2) + C (2x+ 3) Tirando o mínimo: 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 = A(x− 2)(2x+ 3) + B(x− 1)(2x+ 3) + C(x− 1)(x− 2) (x− 1)(x− 2)(2x+ 3) 3x2 − 4 = A(x− 2)(2x+ 3) + B(x− 1)(2x+ 3) + C(x− 1)(x− 2) Agora, vamos usar outra tática para achar A, B e C, vamos atribuir valores, como os polinômios são iguais, para qualquer valor que x assumir, eles continuam iguais. Se x = 1 temos: 3(1)2 − 4 = A(1− 2)(2 + 3) + B(1− 1)(2 + 3) + C(1− 1)(1− 2) ⇒ −1 = −5A ⇒ A = 1 5 Se x = 2 temos: 3(2)2 − 4 = A(2− 2)(4 + 3) + B(2− 1)(4 + 3) + C(2− 1)(2− 2) ⇒ 8 = 7B ⇒ B = 8 7 Se x = − 3 2 temos: 3 ( − 3 2 )2 −4 = A ( − 3 2 − 2 ) (−3+3) +B ( − 3 2 − 1 ) (−3+3) +C ( − 3 2 − 1 )( − 3 2 − 2 ) ⇒ ⇒ ⇒ 11 4 = 35 4 C ⇒ C = 11 35 Assim: 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 = 1 5 (x− 1) + 8 7 (x− 2) + 11 35 (2x+ 3) = 1 5 1 (x− 1) + 8 7 1 (x− 2) + 11 35 1 (2x+ 3) ∫ 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 dx = 1 5 ∫ 1 (x− 1) dx + 8 7 ∫ 1 (x− 2) dx + 11 35 ∫ 1 (2x+ 3) dx ∫ 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 dx = 1 5 ln(x− 1) + 8 7 ln(x− 2) + 22 35 ln(2x+ 3) + C ∫ 3x2 − 4 2x3 − 3x2 − 5x+ 6 dx = 1 5 ln(x− 1) + 8 7 ln(x− 2) + 22 35 ln(2x+ 3) + C (d) ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx Resolução: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: 3x2 − 27 3x2 − 27 = 3(x2 − 9) = 3(x− 3)(x+ 3) 6 Assim: ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx = ∫ 5x− 3 3(x− 3)(x+ 3) dx Queremos encontrar A e B, tais que: 5x− 3 3x2 − 27 = 1 3 [ A (x− 3) + B (x+ 3) ] Tirando o mínimo: 5x− 3 3x2 − 27 = 1 3 [ A(x+ 3) +B(x− 3) (x− 3)(x+ 3) ] ⇒ 5x− 3 = A(x+ 3) +B(x− 3) Agora, vamos usar outra tática para encontrar o A e o B, vamos derivara equação4. 5x− 3 = A(x+ 3) +B(x− 3) ⇒ 5 = A+B e vamos fazer x = 0 na equação: −3 = 3A− 3B ⇒ −1 = A−B Chegamos ao sistema: A+B = 5 A−B = −1 ⇒ 2A = 4 ⇒ A = 2 e B = 3 Assim: 5x− 3 3x2 − 27 = 1 3 [ 2 (x− 3) + 3 (x+ 3) ] ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx = ∫ 1 3 [ 2 (x− 3) + 3 (x+ 3) ] dx ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx = 2 3 ∫ 1 (x− 3) dx+ 3 3 ∫ 1 (x+ 3) dx ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx = 2 3 ln(x− 3) + ln(x+ 3) + C ∫ 5x− 3 3x2 − 27 dx = 2 3 ln(x− 3) + ln(x+ 3) + C • 2o caso: O polinômio do denominador só tem raízes reais e algumas destas raízes são iguais. Neste caso, temos: p(x) an (x− r1)n1 (x− r2)n2 . . . (x− rm)nm onde r1, r2, . . . rm são as raízes distintas do polinômio, todos os polinômios: (x− r1) (x− r2) . . . (x− rm) são distintos e n1, n2, . . . nm são as multiplicidades algébricas das raízes r1, r2, . . . rm respectivamente. Observamos que n1 + n2 + . . .+ nm = grau do polinômio do denominador. Faremos: p(x) an (x− r1)n1 (x− r2)n2 . . . (x− rm)nm = 1 an {[ A1 (x− r1) + A2 (x− r1)2 + . . . + An1 (x− r1)n1 ] + + [ B1 (x− r2) + B2 (x− r2)2 + . . . + Bn2 (x− r2)n2 ] . . .+ [ M1 (x− rm) + M2 (x− rm)2 + . . . + Mnm (x− rm)nm ]} Para encontrar as constantes A1, A2, . . .An1 , B1, B2, . . .Bn2 , . . . M1, M2, . . .Mnm , podemos usar qualquer uma das táticas usadas anteriormente. Vamos agora apresentar alguns exemplos. 4 Ambos os lados. 7 Exemplos: 1. Calcular as integrais abaixo: (a) ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 dx Resolução: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: x2 + 2x+ 1 x2 + 2x+ 1 = (x+ 1)2 ⇒ 5x+ 7 x2 + 2x+ 1 = 5x+ 7 (x+ 1)2 Queremos encontrar A1 e A2 tais que: 5x− 7 x2 + 2x+ 1 = A1 (x+ 1) + A2 (x+ 1)2 ⇒ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 = A1(x+ 1) +A2 (x+ 1)2 ⇒ 5x− 7 = A1(x+ 1) +A2 ⇒ ⇒ 5x− 7 = A1(x+ 1) +A2 ⇒ 5x− 7 = (A1)x+ (A1 +A2) ⇒ A1 = 5 A1 +A2 = −7 ⇒ A1 = 5 e A2 = −12 5x− 7 x2 + 2x+ 1 = 5 (x+ 1) + −12 (x+ 1)2 ⇒ ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 x = ∫ [ 5 (x+ 1) − 12 (x+ 1)2 ] dx ⇒ ⇒ ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 dx = 5 ∫ 1 (x+ 1) dx − 12 ∫ (x+ 1)−2 dx ⇒ ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 x = 5 ln(x+ 1) + 12(x+ 1)−1 + C ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 dx = 5 ln(x+ 1) + 12 (x+ 1) + C Vamos apresentar outra resolução para o item (a) (a) ∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 dx Resolução 2: Em primeiro lugar vamos fatorar o polinômio do denominador: x2 + 2x+ 1 x2 + 2x+ 1 = (x+ 1)2 ⇒ 5x+ 7 x2 + 2x+ 1 = 5x+ 7 (x+ 1)2∫ 5x− 7 x2 + 2x+ 1 dx = ∫ 5x− 7 (x+ 1)2 dx Agora, podemos usar uma substituição "(apesar da Angélica não gostar!)" Vamos chamar x+ 1 = t, teremos: 1 dx = 1 dt e também, podemos usar x = t− 1 substituindo na integral: ∫ 5x− 7 (x+ 1)2 dx = ∫ 5(t− 1)− 7 (t)2 dt = ∫ 5t− 5− 7 t2 dt = ∫ 5t− 12 t2 dt = ∫ ( 5t t2 − 12 t2 ) dt = = ∫ ( 5 t − 12 t2 ) dt = ∫ 5 t dt− ∫ 12 t2 dt = 5 ∫ 1 t dt− 12 ∫ t−2 dt = 5 ln(t)− 12 t −1 −1 + C = = 5 ln(t) + 12t−1 + C = 5 ln(t) + 12 t + C = 5 ln(x+ 1) + 12 x+ 1 + C 8 ∫ 5x+ 7 x2 + 2x+ 1 dx = 5 ln(x+ 1) + 12 (x+ 1) + C (b) ∫ x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 dx Resolução: Neste exercício o polinômio do denominador já está fatorado. Queremos encontrar A1, B1, e B2, tais que: x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 = A1 (2x− 3) + B1 (x− 1) + B2 (x− 1)2 Tirando o mínimo, temos: x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 = A1(x− 1)2 +B1(2x− 3)(x− 1) +B2(2x− 3) (2x− 3)(x− 1)2 + x2 − 5x+ 3 = A1(x− 1)2 +B1(2x− 3)(x− 1) +B2(2x− 3) Substituindo o valor x = 3 2 , temos: ( 3 2 )2 − 5 ( 3 2 ) + 3 = A1 [( 3 2 − 1 )2] +B1 0︷ ︸︸ ︷[ 2 ( 3 2 ) − 3 ] [( 3 2 ) − 1 ] +B2 0︷ ︸︸ ︷[ 2 ( 3 2 ) − 3 ] ⇒ − 9 4 = 1 4 A1 ⇒ ⇒ A1 = −9 Substituindo o valor x = 1, temos: (1) 2 − 5 (1) + 3 = A1 0︷ ︸︸ ︷[ (1− 1)2 ] +B1 [ 2 ( 1 )− 3 ] 0︷ ︸︸ ︷[ (1)− 1 ] +B2 [ 2 (1)− 3 ] ⇒ −1 = −1B2 ⇒ B2 = 1 Substituindo o valor x = 0, temos: (0) 2 − 5 (0) + 3 = A1 1︷ ︸︸ ︷[ (0− 1)2 ] +B1 −3︷ ︸︸ ︷[ 2 ( 0 )− 3 ] −1︷ ︸︸ ︷[ (0)− 1 ] +B2 −3︷ ︸︸ ︷[ 2 (0)− 3 ] ⇒ 3 = −9︷︸︸︷ A1 +3B1 − 3 1︷︸︸︷ B2 ⇒ 3 = −9 + 3B1 − 3 ⇒ −3B1 = −9− 3− 3 ⇒ −3B1 = −15 ⇒ B1 = 5 x2 − 5x+ 3 = −9(x− 1)2 + 5(2x− 3)(x− 1) + 1(2x− 3) x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 = −9 (2x− 3) + 5 (x− 1) + 1 (x− 1)2 ∫ x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 dx = ∫ −9 (2x− 3) dx + ∫ 5 (x− 1) dx + ∫ 1 (x− 1)2 dx ∫ x2 − 5x+ 3 (2x− 3)(x− 1)2 dx = − 9 2 ln(2x− 3) + 5 ln(x− 1) − 1 (x− 1) + C 9 • 3o caso: O polinômio do denominador tem raízes complexas. As raízes complexas são números da forma z = a+ bi e elas 'vem' aos pares, ou seja, um polinômio nunca tem uma raiz complexa. (Ou três, ou cinco raízes complexas.) Um polinômiopode ter 0, 2, 4, 6, . . . raízes complexas, pois se z = a+ bi é raiz do polinômio então z¯ = a− bi também é raiz do polinômio . Neste caso, temos: p(x) an (x− z1)(x− z¯1)(x− z2)(x− z¯2) . . . (x− zk)(x− z¯k)(x− r1)n1 (x− r2)n2 . . . (x− rm)nm onde z1, z¯1, z2, z¯2, . . . zk, z¯k são as (2k) raízes complexas do polinômio e r1, r2, . . . rm são as raízes reais distintas do polinômio, todos os polinômios: (x− r1) (x− r2) . . . (x− rm) são distintos e n1, n2, . . . nm são as multiplicidades algébricas das raízes r1, r2, . . . rm respectivamente. Observamos que 2k + n1 + n2 + . . .+ nm = grau do polinômio do denominador. Como não queremos (neste curso) trabalhar com números complexos, faremos: p(x) an (x− z1)(x− z¯1)︸ ︷︷ ︸ (a1x2+b1x+c1) . . . (x− zk)(x− z¯k)︸ ︷︷ ︸ (akx2+bkx+ck)︸ ︷︷ ︸ k−raízes complexas (x− r1)n1 . . . (x− rm)nm︸ ︷︷ ︸ m−raízes reais = p(x) an (a1x 2 + b1x+ c1) . . . (akx 2 + bkx+ ck)︸ ︷︷ ︸ k−raízes complexas (x− r1)n1 . . . (x− rm)nm︸ ︷︷ ︸ m−raízes reais = = 1 an {[ Z1x+ Y1 (a1x2 + b1x+ c1) + Z2x+ Y2 (a2x2 + b2x+ c2) + . . .+ Zkx+ Yk (akx2 + bkx+ ck) ] + [ A1 (x− r1) + . . . + An1 (x− r1)n1 ] + + [ B1 (x− r2) + . . . + Bn2 (x− r2)n2 ] . . .+ [ M1 (x− rm) + . . . + Mnm (x− rm)nm ]} Onde (a1x 2 + b1x+ c1), . . . (akx 2 + bkx+ ck) são polinômios de grau dois irredutíveis, ou seja com ∆ negativo. Para encontrar as constantes Z1, Z2, . . . , Zk, Y1, Y2 . . .Yk, A1, . . .An1 , B1, . . . , Bn2 , . . . M1, M2, . . .Mnm , podemos usar qualquer uma das táticas usadas anteriormente. Vamos agora apresentar alguns exemplos. Exemplos: 1. Calcular as integrais abaixo: (a) ∫ dx x2(x2 + 1) Resolução:∫ dx x2(x2 + 1) Como p(x) = x2 + 1 tem ∆ = (0)2 − 4(1)(1) = −4 o polinômio p(x) = x2 + 1 tem duas raízes complexas, e não precisamos fatorá-lo. Assim, neste exemplo, o polinômio do denominador já está fatorado. 10 Faremos: 1 x2(x2 + 1) = Z1x+ Y1 x2 + 1 + A1 x + A2 x2 Tirando o mínimo: 1 x2(x2 + 1) = (Z1x+ Y1)x 2 +A1x(x 2 + 1) +A2(x 2 + 1) x2(x2 + 1) ⇒ 1 = (Z1x+ Y1)x2 +A1x(x2 + 1) +A2(x2 + 1) ⇒ ⇒ 1 = Z1x3 + Y1x2 +A1x3 +A1x+A2x2 +A2 ⇒ 1 = (Z1 +A1)x3 + (Y1 +A2)x2 + (A1)x+A2 ⇒ ⇒ Z1 +A1 = 0 Y1 +A2 = 0 A1 = 0 A2 = 1 ⇒ Z1 = 0, Y1 = −1, A1 = 0 e A2 = 1 Ficamos com: 1 x2(x2 + 1) = 0x− 1 x2 + 1 + 0 x + 1 x2 ⇒ 1 x2(x2 + 1) = −1 x2 + 1 + 1 x2 Assim, temos:∫ 1 x2(x2 + 1) dx = − ∫ 1 x2 + 1 dx+ ∫ 1 x2 dx ⇒ ∫ 1 x2(x2 + 1) dx = − ∫ 1 x2 + 1 dx+ ∫ x−2 dx ⇒ ∫ 1 x2(x2 + 1) dx = −arctg (x) + x −1 −1 + C ⇒ ∫ 1 x2(x2 + 1) dx = −arctg (x)− 1 x + C 11
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