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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
 
Érica Maia C. Arruda - Bacharel em Direito pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro), Mestranda em Bens Culturais e Projetos Sociais pelo CPDOC/FGV (Centro de
Produção e Documentação da Fundação Getúlio Vargas), Professora Auxiliar da Univercidade
(Centro Universitário da Cidade), Professora Contratada da UFF (Universidade Federal
Fluminense) e Coordenadora da Comissão a OAB/RJ vai à Escola.
 
Resumo: O texto procura analisar a mais recente pesquisa nacional em torno das atitudes,
percepções e opiniões sobre a desigualdade e a cidadania no Brasil. Será feito um contraponto
entre os resultados obtidos na pesquisa e as teorias sociais sobre a igualdade e a liberdade,
desenvolvidas por filósofos e cientistas sociais em diferentes momentos da evolução da
humanidade. 
 
Sumário: 1. Introdução; 2. Survey ISSP/IUPERJ; 3. Libertários e igualitários; 4. Conclusão; 5.
Bibliografia. 
 
Palavras-chave: Percepção da cidadania – teorias sociológicas - igualdade e liberdade –
desigualdade.
 
 1. Introdução
 
O texto tem como objetivo analisar a percepção da cidadania no Brasil, relacionando os
resultados de pesquisa realizada e descrita por Scalon [1] , com os teóricos clássicos do
liberalismo e do igualitarismo. 
 
A pesquisa foi fruto do survey realizado pelo ISSP/IUPERJ [2] no território nacional entre 28 de
abril e 4 de maio de 2001. Foram feitas duas mil entrevistas em 195 municípios, incluindo
áreas urbanas e rurais. A amostra é representativa da população brasileira com idade igual ou
superior a 18 anos. O critério de seleção foi probabilístico até o nível domiciliar, e para a
seleção dos entrevistados foram adotadas cotas de sexo, idade, escolaridade e renda. O
resultado da pesquisa deu origem ao livro Imagens da Desigualdade, organizado por Celi
Scalon [3] .
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
 
2. Survey ISSP/IUPERJ 
 
Os resultados da pesquisa serão analisados sob uma ótica sociológica e por isso
impressionam em alguns pontos, mas são absolutamente previsíveis em outros. 
 
Observou-se que a desigualdade é a principal característica do brasileiro, apresentando altos
índices em qualquer setor que se vá analisar, seja na renda, educação, emprego, classes
sociais ou cidadania. Em razão disso, o survey apontou as causas subjetivas das
desigualdades entre os brasileiros, ou seja, na visão dos brasileiros quais fatores contribuem
para a manutenção ou superação das desigualdades sociais. Também teve a pesquisa o
objetivo de mostrar em que medida os brasileiros se identificam com a solução do problema da
 desigualdade e qual sua atitude diante dela, buscando avaliar o grau de participação da
sociedade civil nesse processo.
 
Scalon constatou no survey que a desigualdade social está presente no discurso geral dos
entrevistados (96% dos brasileiros a reconhecem), assim como a necessidade de combater a 
pobreza e a fome. Também constatou que a sociedade real está muito distante da sociedade
idealizada e almejada pelos entrevistados, quando analisa os dados referentes à mobilidade
social futura, isto é, em que posição social os entrevistados têm a esperança de estar em 10
(dez) anos. Não se podendo olvidar que os brasileiros têm esperança de um futuro melhor para
si e para o país.
 
Outra questão relacionada à mobilidade social estava relacionada aos principais fatores que
influem na ascensão social: origem social, educação, qualificação/treinamento profissional,
redes sociais ou sorte. Os resultados surpreendem pela elevada proporção de respostas que
afirmaram ser a sorte um fator preponderante nas oportunidades de ascender socialmente,
ficando bem abaixo a qualificação e inteligência e após os esforços pessoais. Também se
constatou a importância das redes sociais para a ascensão social no Brasil, a relevância do 
compadrio e do afilhadismo constitui traço marcante da sociedade brasileira. Conhecer “gente
importante” é um grande passo não só para ascensão, mas também para a inserção social em
nosso país, mesmo que o indivíduo não seja originário de uma família rica. Na linguagem
popular se diria que para subir na vida é melhor conhecer pessoas bem colocadas do que
nascer em “berço de ouro”.
 
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
A participação e a cultura cívica também foram colocadas à prova na pesquisa, já que a
pergunta sobre quem poderia acabar com as desigualdades sociais no Brasil teve como
resposta majoritária, o Estado. Pode-se concluir que apesar dos brasileiros acreditarem que a
ação coletiva tem um papel importante para acabar com as desigualdades, eles próprios não
se sentem capazes de acabar com elas. 
 
Já Cardoso tratou na pesquisa do ponto fundamental acerca da desigualdade social, que foi a
avaliação sobre a preferência dos entrevistados em razão da igualdade ou da liberdade.
Também trata da legitimidade ou não da desigualdade e dos critérios de justiça distributiva
considerados mais importantes para os brasileiros. 
 
As desigualdades no Brasil são aquelas estruturantes da ordem capitalista, mas o que
distingue a realidade nacional da de outros países é a intensidade das nossas desigualdades.
Na ordem capitalista a desigualdade é condição mesma de existência e funcionamento das
estruturas sociais de produção, distribuição e consumo, e isso tanto para os apologistas
quanto para os críticos do capitalismo. E, de fato, se a escassez é a mãe da teoria econômica
na tradição neoclássica, a desigualdade é a fonte do progresso e do crescimento, ao gerar
pressões por aumento de produtividade decorrentes da demanda geral por bem-estar. “Para o
marxismo, a desigualdade na distribuição dos recursos é uma necessidade intrínseca ao
sistema” [4] , como também observou Bobbio [5] . 
 
A persistência das desigualdades no Brasil, resistentes a políticas públicas de diversos
governos se justifica pelo seu grau de legitimação entre os brasileiros. O survey demonstra que
ricos e pobres se sentem esperançosos perante o futuro do país, e que isso por si só seria
uma base sólida para a legitimação de uma ordem reconhecidamente desigual e injusta por
ambos. Cardoso pretende demonstrar que a legitimação da ordem social desigual depende de
elementos de justificação presentes na cultura, na tradição, na razão e nos parâmetros de
justiça adotados por aquela sociedade. Tocqueville
[6]
aponta como uma das causas de legitimação de uma ordem desigual, a “ordem natural do
mundo”, trazendo o exemplo da França pré-revolucionária, na qual uma ordem desigual era
aceita como justa, desde que cada parte cumprisse suas obrigações sociais (camponeses
deveriam pagar impostos e nobres garantir que inimigos, fome e doenças ficassem longe), e a
partir do momento em que os nobres não mais cumpriram com suas obrigações, a ordem
tornou-se injusta e ilegítima culminando na Revolução de 1789. Ocorreu aqui o que 
Tocqueville chamou de rompimento do padrão de justificação da ordem anterior. 
 
A modernidade traz como característica a justificação racional dos ordenamentos sociais,
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
sendo mais difícil a partir daí a justificação das desigualdades por forças divinas ou pela
natureza do mundo. Na modernidade, a justificação das desigualdades e a legitimação da
ordem só serão possíveis com a adoção de algum critério de justiça. Sociedades desiguais,
como as apresentadas por Cardoso podem se legitimar e serem taxadas de justas em razão
do critério de justiça escolhido, e para Rawls [7] a escolha deve se dar sob o “véu de
ignorância”. Os critérios de justiça podem ser a igualdade de oportunidades, a igualdade no
acesso a “bens de civilização” (atendimentoàs necessidades básicas) e a abertura da
mobilidade social a todos; especialmente aos mais pobres. Cardoso considera o atendimento
das necessidades básicas ou acesso aos bens de civilização pelos mais pobres como uma
das maiores causas de legitimação de uma ordem social desigual e injusta, e quanto mais
essas expectativas forem frustradas no futuro, maiores as possibilidades de deslegitimação da
ordem vigente. Essa é tipicamente uma ordem capitalista.
 
A reiteração das desigualdades em sociedades de baixa mobilidade social não levam à
deslegitimação da ordem, mas a outros efeitos como apatia, fatalismo ou a fuga mística,
afirma ainda Cardoso. Nos casos de desigualdade e pobreza extrema, os indivíduos se
adaptam à situação de desigualdade e não desenvolvem atitudes reflexivas e combativas
contra as causas ou efeitos de legitimação da ordem injusta.
 
O autor ainda afirma que a desigualdade na distribuição de renda não é um fator de
deslegitimação da ordem social, não é visto como injusto, já que as barreiras da necessidade
são transpostas. O critério da necessidade, que será analisado em Rawls e Bobbio, permitirá
que o maior número de pessoas satisfaça plenamente os mínimos que elas mesmas
estabeleceram, ou foram levadas a estabelecer como necessidades de uma vida digna,
mesmo que distribuídos de forma não-igualitária entre os membros da sociedade. Dessa
forma, legitima-se uma ordem desigual, pela sensação cada vez maior de que embora
desigual, essa ordem não é injusta. Cardoso chama a atenção, como Bobbio, de que a
necessidade como critério de justiça de uma sociedade, não traz o padrão de necessidade de
todos, mas dos mais ricos. 
 
Para Cardoso a percepção da desigualdade não gerará um sentimento de injustiça a ponto de
se transformar em elemento de deslegitimação da ordem, desde que haja uma condição
relativamente eqüitativa em outra dimensão relevante da ordem social, como por exemplo, a
desigualdade de renda vista como tolerável na medida em que ocorra a igual distribuição de
oportunidades de acesso aos “bens de civilização”. A esperança é um elemento essencial de 
justificação das desigualdades da ordem social brasileira, uma vez que pobres e ricos aspiram
o acesso aos “bens civilizatórios” daqueles mais ricos ou menos pobres. 
 
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
A deslegitimação de uma ordem social pode ocorrer ao longo do tempo, quando os pobres
percebem que a sociedade não cumpre com sua promessa de acesso mínimo e distribuição
eqüitativa do bem-estar civilizatório. A partir daí, a ordem social passa a ser vista não apenas
como ilegítima, mas também como injusta. Em situações como essa, a desigualdade e
pobreza se aprofundam, fazendo surgir indivíduos em situação de miserabilidade. A partir do
momento em que a exclusão e a iniqüidade se tornam persistentes, o acesso aos bens de
civilização pelos ricos são vistos como privilégios e haverá uma explosão do sentido de
injustiça. Tal explosão traz como consequência a contestação da ordem pelos excluídos,
materializada através de uma revolução, de protestos mais ou menos organizados, ou da
violência difusa no cotidiano. E qualquer que seja a forma de materialização, seu objetivo é
despertar nos ricos um sentimento de injustiça semelhante aos dos pobres. Tal não ocorre no
Brasil, pois o resultado do 
survey
demonstrou que pobres e ricos têm a mesma percepção das desigualdades, não sendo
necessário o acesso às formas de materialização. 
 3. Libertários e igualitários
 
Os pensadores liberais ao construírem suas teorias sobre a sociedade, se utilizaram dos
conceitos de igualdade e liberdade, sendo a igualdade concebida como uma condição de
realização da liberdade. Jean Jacques Rousseau [8] , pai do Igualitarismo, constrói um estado
natural ficcional, com desigualdades naturais e positivas entre os homens. O homem estará
tocado pela razão a partir do momento em que assina um pacto ou contrato social virtual, para
acabar com as desigualdades naturais, construindo a sociedade civil. O contrato social contém
os elementos para solucionar a desigualdade dos homens e do mundo humano: as leis e a
democracia representativa. Para o autor, a propriedade foi a causa originária da desigualdade
entre os homens, e da passagem da liberdade para a servidão humana. Rousseau dá a
mesma solução de Mill [9] para a
diversidade humana: a participação política. O pai do Igualitarismo defende que um povo só
será livre quando tiver condições de elaborar suas leis num clima de igualdade política, e
nesse caso representaria a submissão à sua própria vontade. Para Rousseau o pressuposto
da liberdade é a igualdade, pelo menos política. 
 
Já o liberal Stuart Mill traz o tema do liberalismo democrático, fazendo surgir um novo ideal
liberal, que tem na desigualdade entre a massa operária e a elite a sua motivação. A
sociedade de Mill é a sociedade da diferença e do trabalho. O autor explica que os homens
têm diferenças originárias, e que elas são o pressuposto para a busca da igualdade social, e
acrescenta que a sociedade ganha mais respeitando e tolerando a diferença do que tentando
eliminá-la. Os liberais querem garantir a diversidade para justificar a concorrência,
especialmente a econômica, abrindo as portas para o capitalismo. Entende ainda que a
igualdade social também será alcançada por meio da igualdade de condições, como a
educação, que deverá ser dada para todos de forma igual, mas não sob o monopólio do
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
Estado. 
 
O tema da igualdade de condições é o cerne da teoria da justiça de John Rawls, considerado
um neocontratualista que retoma o tema da igualdade e da vontade geral de Rousseau. Rawls
constrói o conceito de “justiça com equidade”, que conjuga o ideal de igualdade e liberdade
presentes no senso comum. O pressuposto da teoria da justiça concebida por Rawls é a idéia
de “posição original”, considerada “a situação hipotética” na qual as partes contratantes
(representando pessoas racionais e morais, isto é, livres e iguais) escolhem, sob um véu de
ignorância, os princípios de justiça que devem governar a estrutura básica da sociedade. Esta,
por sua vez, traduz o modo pelo qual as instituições sociais, econômicas e políticas se 
estruturam sistemicamente para atribuir direitos e deveres aos cidadãos, determinando suas
possíveis formas de vida (projetos e metas individuais, idéias do bem, senso de justiça). A
sociedade bem-ordenada é aquela que é efetivamente regulada por uma concepção política e
pública de justiça, na qual cada indivíduo aceita - e sabe que todos os seus concidadãos
também aceitam - os mesmos princípios de justiça e, portanto, os termos eqüitativos da
cooperação social, assim como as instituições políticas, sociais e econômicas, que são por
todos publicamente reconhecidas como justas. “Rawls admite ser este um conceito
extremamente idealizado, por isso recorre à idéia de equilíbrio reflexivo a fim de calibrar a
cultura política, o ethos social e o modus vivendi de uma sociedade concreta com esse ideal
normativo, que inclusive, modela também a concepção de pessoa moral”. 
 
A “posição original” será alcançada através da conjugação de 2 (dois) princípios de justiça,
tornando possível, assim, a “distribuição eqüitativa de bens primários”, isto é, de bens básicos
para todas as pessoas, independentemente de seus projetos pessoais de vida ou de suas 
concepções do bem. Percebe-se aqui a opção de Rawls pelo critério de justiça de iguais
oportunidades para todos. Para Rawls os mais fundamentais de todos os bens primários são o
auto-respeito e a auto-estima, além das liberdades básicas, rendas e direitos a recursos
sociais como a educação e a saúde. Cardoso traz a mesma idéia ao cunhar o conceito de
“bens de civilização”, que seriamaqueles que transcenderiam o consumo de mercadorias,
como a auto-realização pessoal, a autonomia para escolher o próprio destino, a liberdade, a
fruição estética e o lazer. Assim como em Rawls, o autor analisa a sociedade de tipo 1 
intitulada “o céu do liberalismo”, na qual a ordem social será legitimada pelo fato de que tais
bens sejam efetivamente distribuídos entre ricos e pobres, sendo irrelevante que essa
sociedade seja não-igualitária pela desigualdade na distribuição de renda, ainda assim ela será
justa. Nos interessa aqui o segundo princípio de justiça cunhado por Rawls, já que se refere à 
justiça distributiva. O segundo princípio é descrito como: “As desigualdades sociais e
econômicas devem satisfazer dois requisitos: (a) devem estar vinculadas a posições e cargos
abertos a todos, em condições de igualdade eqüitativa de oportunidades; e (b) devem
representar o maior benefício possível aos membros menos privilegiados da sociedade”. O
segundo princípio regula vantagens sociais e econômicas para os membros de uma
sociedade, já que ordem social deve assegurar para todos os seus membros riquezas e
oportunidades de educação e de emprego iguais; e deve fazê-lo, pois todos possuem os
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
mesmos direitos e deveres. E se a desigualdade de renda, por exemplo, ocorrer, ela será justa
e eqüitativa na medida em que promove benefícios para todos, até mesmo para os menos
privilegiados. Daí a conclusão de Rawls de que a distribuição dos bens sociais não precisa 
ser igual, já que o igualitarismo social não é o fim da sociedade capitalista, mas sim o melhor
resultado possível para todos os membros da sociedade, de acordo com os mais tradicionais
ideais utilitaristas. 
 
A democracia como consequência da modernidade é pela primeira vez discutida por Alexis
Tocqueville. O dilema tocqueviliano se traduz na harmonia entre os 2 (dois) ideais do mundo
moderno, que parecem tão contraditórios à primeira vista, a igualdade e a liberdade. A base
das reflexões de Tocqueville tem início com a descoberta de que os EUA conciliam os ideais
de liberdade e igualdade (lá não se puseram valorativamente como contraditórios) pela sua 
peculiaridade de existir um fato gerador de igualdade: a igualdade de condições. Aqui também
se utilizou o critério de justiça “igualdade de condições”. Na América não há inicialmente
hierarquia e privilégios, é a colônia dos iguais na qual o elemento propulsor é a religião
puritana. A democracia para Tocqueville não é um privilégio dos EUA, já que o aumento da
igualdade de condições conduziria ao processo democrático em qualquer sociedade, mas para
que o processo democrático se realize, é necessária a ação política do povo. O drama
tocqueviliano de preservar a liberdade na igualdade será solucionado, em última instância,
através da prática política dos indivíduos e na participação na coisa pública. Tal será
incentivada com a criação de associações, que servirão como uma ponte entre o Estado e os
cidadãos. Entende que a criação de instituições autônomas servirá para que os cidadãos se
unam para defender seus direitos, servindo tais instituições para a maior participação por parte
dos indivíduos nos destinos da coletividade. Tocqueville entende que o associativismo é o
recurso mais vital para relacionar indivíduo e Estado. 
 
Norberto Bobbio como cientista político do nosso século, ainda tenta solucionar a “aparente
dicotomia” entre igualdade e liberdade, deixando claro que são termos muito diferentes, tanto
conceitual, quanto axiologicamente. A igualdade é considerada como um bem ou um fim para
os componentes singulares de uma totalidade, na medida em que esses entes se encontrem
num determinado tipo de relação entre si. Enquanto a liberdade é em geral um valor para o
homem como indivíduo (razão pela qual as teorias políticas defensoras da liberdade, ou seja,
liberais ou libertárias, são doutrinas individualistas, tendentes a ver na sociedade mais um
agregado de indivíduos do que uma totalidade), a igualdade é um valor para o homem como
ser genérico, ou seja, como um ente pertencente a uma determinada classe, que é
precisamente a humanidade (razão pela qual as teorias políticas que propugnam a igualdade,
ou igualitárias, tendem a ver na sociedade uma totalidade, sendo necessário considerar o tipo
de relações que existe ou deve ser instituído entre as diversas partes do todo). “A igualdade
pressupõe, para sua aplicação, a presença de uma pluralidade de entes,cabendo estabelecer
que tipo de relação existe entre eles”. Para o autor a igualdade é um conceito indeterminado, já
que somos iguais em relação a alguma coisa; e a liberdade seria um valor ou qualidade, já que
somos ou não somos livres. Enquanto a liberdade é essencialmente diversa da igualdade, a
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
justiça é tida como sinônimo da igualdade. Justiça e igualdade são consideradas equivalentes
pelo senso comum por significarem equidade, equilíbrio e harmonia das partes com o todo. 
 
Bobbio entende que a instauração de uma certa igualdade entre os indivíduos e o respeito à
legalidade, são as duas condições para a instituição e conservação da ordem ou da harmonia
do todo. Essas duas condições são ambas necessárias para realizar a justiça. “Uma relação
de igualdade é uma meta desejável na medida em que é considerada justa, onde, por justa, se
 entende que tal relação tem a ver, de algum modo, com um ideal de harmonia das partes de
um todo”. O autor aponta alguns critérios de justiça para distinguir uma igualdade justa de uma
injusta, como o critério da necessidade, do mérito, do talento, da capacidade, do esforço, do
trabalho, do resultado e do posto. E acrescenta que a escolha do critério ou critérios será
determinada pelas diversas concepções gerais da ordem social, sendo impossível a igualdade 
de todos em razão do critério ou critérios escolhidos. Por isso, a relevância das diferenças é
uma opção valorativa daquela sociedade, e que varia de um período histórico para outro. 
 
Bobbio considera o critério ou princípio da igualdade de oportunidades, ou de chances, ou de
pontos de partida, um dos pilares do Estado Democrático Liberal, juntamente com o princípio
da igualdade perante a lei. Para o autor, o princípio de igualdade de oportunidades se
concretiza através da própria vida em sociedade, considerada uma grande competição para a
obtenção de bens escassos. E colocar todos os membros de uma sociedade em condições de
participar da competição, é colocá-los na mesma posição original, acabando com as
desigualdades de nascimento, como a falta ou excesso de inteligência, por exemplo. Afirma
que cada sociedade constrói suas posições originárias, que são as condições sociais e
materiais que permitem considerar os concorrentes como iguais, como a educação e a saúde
para todos os membros da sociedade, independentemente das condições individuais de
nascimento. Não podemos olvidar que a mais significativa diferença de nascimento é a de
renda, e que nesse sentido o autor defende o favorecimento dos mais pobres em detrimento
dos mais ricos, o que significa “introduzir artificialmente, ou imperativamente, descriminações
que de outro modo não existiriam, como ocorre, de resto, em certas competições esportivas,
nas quais se assegura aos concorrentes menos experientes uma certa vantagem em relação
aos mais experientes. Desse modo, uma desigualdade torna-se um instrumento de igualdade
pelo simples motivo de que corrige uma desigualdade anterior: a nova igualdade é o resultado
da equiparação de duas desigualdades” [10] . 
 
Outra questão que se coloca na competição social é: em busca do que os indivíduos
concorrem? Há por isso a exigência de igualdade em relação aos bens materiais almejados,
também conhecida como igualdade econômicaou igualdade de fato, real ou substancial para
que uma sociedade seja considerada justa. Busca-se aquilo que é virtualmente mais
significativo para toda a coletividade, ou para a maioria dos membros da sociedade. Os bens
materiais estão relacionados às necessidades que eles tendem a satisfazer. Mas como 
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
determinar quais necessidades serão dignas de satisfação? Qual o critério correto para
distinguir as necessidades dignas ou não de satisfação? Os critérios para medir o grau de
necessidade dos indivíduos podem ser a utilidade social, natureza ou artificialidade,
espontaneidade ou provocação; mas para Bobbio tais critérios são vagos e indeterminados,
não esclarecendo se as necessidades são coletivas, da maioria, de uma minoria, ou
individuais. A máxima a cada um segundo suas necessidades foi cunhada por Marx como o 
lema da sociedade comunista, já que a igualdade de necessidades foi considerada o mais
igualitário critério para caracterizar as desigualdades como justas ou injustas. Bobbio entende
que em relação à necessidade, os homens são mais iguais entre si e menos diversos do que
em relação a qualquer outro critério como talento, capacidade, esforço, trabalho, resultado ou
posto. E conclui que a igualdade será medida de acordo com o critério com base no qual os 
bens materiais são distribuídos, e que esse deve ser o mais igualitário possível.
 
O fundamento da teoria do igualitarismo de Bobbio, assim como todas as doutrinas
igualitárias, partem da desigualdade humana em algum aspecto essencial, como em Marx,
que construiu sua teoria comunista/socialista com o fundamento da desigualdade entre 
classes. Nas doutrinas igualitárias há a valorização das desigualdades para alcançar a
igualdade dos homens no todo ou em parte.
 
É importante tratar do liberalismo como doutrina social, uma vez que o Brasil é um país
capitalista, e que adotou a partir de 1990 o projeto neoliberal de desenvolvimento econômico.
O liberalismo é amplamente considerado como o oposto do igualitarismo, mas Bobbio defende
a complementaridade, mesmo que parcial entre as teorias, afirmando que a liberdade e a
igualdade são bens indivisíveis e solidários entre si, já que os objetivos liberais e do Estado
liberal complementam os igualitaristas e do Estado igualitário, e vice-versa. O liberalismo
admite a igualdade dos homens em relação a alguns direitos, chamados fundamentais, e entre
eles estão o direito de possuir e acumular bens econômicos, e o direito de empreender 
operações econômicas. Esses últimos direitos ou liberdades são a origem das desigualdades
sociais nas sociedades capitalistas, por isso serem as doutrinas liberais acusadas de
não-igualitárias e contrárias ao igualitarismo. Bobbio aponta o nascimento dos direitos sociais
como uma crítica das doutrinas igualitárias contra a concepção e a prática liberal do Estado.
Os liberais sempre acusaram os igualitários de sacrificar a liberdade individual, que se
alimenta da diversidade das capacidades e das aptidões, à uniformidade e ao nivelamento
impostos pela necessidade de fazer com que os indivíduos associados sejam tão semelhantes
quanto possível: na tradição do pensamento liberal, o igualitarismo torna-se sinônimo de
achatamento das aspirações, de compressão forçada dos talentos, de nivelamento
improdutivo das forças motrizes da sociedade. “Liberalismo e igualitarismo deitam suas raízes
em concepções da sociedade profundamente diversas: individualista, conflitualista e 
pluralista, no caso do liberalismo; totalizante, harmônica e monista, no caso do igualitarismo.
Para o liberal, a finalidade principal é a expansão da personalidade individual, abstratamente
considerada como um valor em si; para o igualitário essa finalidade é o desenvolvimento
harmonioso da comunidade. E diversos são também os modos de conceber a natureza e as
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
tarefas do Estado: limitado e garantista, o Estado liberal; intervencionista e dirigista, o Estado
dos igualitários” [11] . 
 
O resultado do survey ISSP/IUPERJ demonstra que os brasileiros têm ambas as concepções
igualitarista e liberal da sociedade, mas prevalece o modelo igualitarista, no qual o Estado é
interventor e atua na proteção e promoção dos direitos fundamentais e sociais dos indivíduos.
 4. Conclusão
 
Cardoso conclui que para os brasileiros o problema da percepção da desigualdade está
diretamente associado ao da justiça. Mas apesar do Brasil ser uma sociedade na qual a
desigualdade é amplamente reconhecida por ricos e pobres, não há a deslegitimação do
processo distributivo desigual, pois a percepção de que a sociedade é injusta e desigual gera
apatia ou resignação dos mais pobres.
 
Os resultados do survey também permitiram a constatação de que os brasileiros pobres e ricos
reconhecem os mesmos critérios de justiça distributiva para ascensão social e acesso aos
“bens de civilização”. Dentre os critérios de justiça levantados pela pesquisa está a capacidade
e os méritos pessoais; a qual o entrevistado poderia optar entre os subcritérios: a pessoa fazer
bem o trabalho, a pessoa ser dedicada ao emprego, as responsabilidades que o trabalho exige,
investimentos pessoais em educação e treinamentos e se ocupa cargos de chefia. O primeiro
e o segundo critérios são nitidamente igualitários, já que compatíveis com qualquer função, e
os dois últimos são desiguais pela impossibilidade de fruição por pessoas mais pobres As
respostas foram equilibradas entre ricos e pobres, não havendo preferência em razão de um
ou outro critério. Outro critério analisado foi a necessidade, isto é, quais são as necessidades
básicas de sobrevivência dos brasileiros. Aqui o resultado foi o mesmo para pobres e ricos,
com um cunho nitidamente igualitário. “As pessoas devem ser recompensadas tanto por suas 
habilidades e investimentos, quanto por sua dedicação ao trabalho e a necessidade de suas
famílias. Estado e mercado, nessa concepção, não são agentes distributivos antagônicos, mas
sim complementares” [12] . Uma importante discrepância constatada
por Cardoso foi entre os critérios de justiça e os julgamentos de justiça, que deveriam ser
idênticos, mas são opostos. Os julgamentos de justiça prevalentes consideram que a ascensão
social não ocorrerá em face da igualdade de oportunidades, mas sim conhecendo as pessoas
certas, e que não são acessíveis a todos. Também surpreendem os julgamentos práticos de
justiça como equidade, já que os ricos são os que mais julgam injusta a sociedade brasileira
no que diz respeito à distribuição de recompensas. Tal constatação faz perceber a origem de
um certo fatalismo nos mais pobres quanto à possibilidade de melhora de sua renda e 
condição de vida, mas esse fatalismo não seria gerado pela inércia de sua condição como
pobre, mas da natureza do mundo. “O julgamento sobre o próprio rendimento é tudo menos
resignado. Pobres e ricos não se julgam adequadamente recompensados, seja por
merecimento, seja por justiça. Essa combinação de resultados é bastante interessante, já que
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
pode dar sustentação a projetos de melhoria de vida e a conclusões sobre oportunidades
pessoais de mobilidade futura que podem retirar o peso deslegitimador da desigualdade atual
da condição material. Esta pode estar, por exemplo, sendo vista como passageira, fruto de 
circunstâncias conjunturais que não contaminam os julgamentos duradouros sobre as chances
futuras” [13] . 
 
Sobre a percepção das desigualdades pelos brasileiros, Cardoso sustenta que está
estreitamente ligada ao sentido de injustiça, e que quanto maior a sensação de injustiça, maior
a percepção da desigualdade e vice-versa. Mas o resultado da pesquisa mostrouque no Brasil
ocorre algo diferente, pois, é o país de maior desigualdade percebida, quando comparado a
outros, mas os ricos percebem mais intensamente as desigualdades do que os pobres, o que
não ocorre em nenhum outro país. Os julgamentos de justiça têm estreita relação com a 
percepção da desigualdade, mas não com a avaliação da mobilidade pessoal recente. Parece
absurdo, mas os de melhor trajetória julgam pior a sociedade. “Os pobres são muito menos
propensos ao julgamento de injustiça feito pelos ricos. Para eles, a sociedade é relativamente
mais eqüitativa. Esse achado é desconcertante, ademais, porque são os pobres os que mais
consideram sua renda muito inferior ao justo e ao merecido. Tudo, na situação percebida dos 
pobres, conspira para que eles vejam como injusta a sociedade brasileira, e em proporção
superior aos ricos. Mas isso não ocorre” [14] . 
 
As expectativas de melhoria no futuro têm um efeito decisivo sobre o julgamento de justiça
referente às desigualdades sociais, já que o modelo de sociedade à qual o Brasil se aproxima,
teria a deslegitimação da ordem injusta como a consequência mais certa à medida que a
pobreza persiste no tempo. Apesar da sociedade brasileira ser vista como extremamente
injusta e desigual, está aberta à mobilidade no futuro. Cardoso entende que a esperança
quanto ao futuro é a causa legitimadora das desigualdades no Brasil, fazendo com que sejam 
percebidas como justas. “A esperança está posta no futuro do país, algo que, está para além
da capacidade individual de intervir decisivamente no próprio destino. A esperança repousa na
crença, na possibilidade de uma ação efetiva por parte daqueles que podem interferir no curso
das coisas” [15] .
 
A constatação leva à outra conclusão da pesquisa: que os brasileiros transferem para um outro
agente, que não eles mesmos, a responsabilidade em fazer alguma coisa. O brasileiro crê na
força política reparadora, e esse é para Cardoso o aspecto essencial da matriz de legitimação
da ordem social iníqua. E tal conclusão leva à outra ainda mais grave, o reconhecimento da 
impotência da cidadania diante dos problemas nacionais, impedindo que os brasileiros,
especialmente os mais pobres, contestem e deslegitimem a ordem social desigual brasileira.
 
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
A postura dos brasileiros perante a cidadania é reflexo de sua formação histórica, já que a
construção da cidadania no Brasil ocorreu com a concessão pelos governantes de direitos à
população, e que eram vistos não como uma conquista, mas como um favor em troca de
gratidão e lealdade partidária. “A cidadania brasileira foi imposta, e suas consequências
repercutem até os dias de hoje. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes
que ativa e reivindicativa” [16] . 
 
A cidadania realmente ativa e participativa só será alcançada quando os brasileiros tomarem
conhecimento de seus direitos. A educação para a cidadania e direitos humanos é um dos
meios de assegurar aos cidadãos o conhecimento dos direitos fundamentais previstos na
Constituição, permitindo a todos os brasileiros organizarem-se para lutar por eles ativamente. 
 
 
5. Bibliografia
 
BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. 
 
CARDOSO, Adalberto Moreira. Desigualdade, injustiça e legitimidade: uma investigação
empírica sobre aspectos da sociabilidade brasileira . In:
Imagens da Desigualdade.Scalon, Celi (org.). Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: 
IUPERJ/UCAM. 2004. 
 
CARVALHO, José Murilo de, Cidadania no Brasil: o longo caminho. 6ª ed. Rio de Janeiro: Ed.
Civilização Brasileira, 2004.
 
CONSTANT, Benjamin. Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos. Trad. Loura
Silveira. In: Filosofia Política 2 I. Arquivo. Campinas: UNICAMP : Porto Alegre: UFRGS, 1980.
 
MILL, John Stuart. A Liberdade; Utilitarismo. [Introdução: 5-26; Aplicações: 143-174]. Trad.
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
Eunice Ostrensky. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 
OLIVEIRA, Nythamar de. Rawls. Rio de Janeiro: Jorge Zhar, 2003. 
 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril
Cultural: Victor Civita, 1973. 
 
SCALON, Celi. O que os brasileiros pensam das desigualdades sociais? In: Imagens da
Desigualdade.Scalon, Celi (org.). Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ/UCAM.
2004. 
 
TOCQUEVILLE, Alexis de. A Democracia na América: sentimentos e opiniões. Trad.
Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 
 
[1] SCALON, Celi. O que os brasileiros pensam das desigualdades sociais? In: Imagens 
da Desigualdade
.
Scalon, Celi (org.). Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ/UCAM. 2004. 
 
[2] O Iuperj faz parte do ISSP - International Social Survey Programme - programa de
colaboração internacional que tem como objetivo realizar surveys anuais sobre diferentes
temas das Ciências Sociais. O survey visa promover análises comparativas integrando os
estudos nacionais a uma perspectiva internacional e intercultural.
 
[3] A análise se limitará aos artigos primeiro e quarto do livro Imagens da Desigualdade,
intitulados e escritos respectivamente em: “O que os brasileiros pensam das desigualdades
sociais?", de Celi Scalon e “Desigualdade, injustiça e legitimidade: uma investigação
empírica sobre aspectos da sociabilidade brasileira”, de Adalberto Moreira Cardoso.
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
 
[4] CARDOSO, Adalberto Moreira. Desigualdade, injustiça e legitimidade: uma investigação
 empírica sobre aspectos da sociabilidade brasileira. In: Imagens da Desigualdade.
Scalon, Celi (org.). Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ/UCAM. 2004, p.116.
 
[5] BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
 
[6] TOCQUEVILLE, Alexis de. A Democracia na América: sentimentos e opiniões. Trad. 
Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000 
 
[7] OLIVEIRA, Nythamar de. Rawls. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 
 
[8] ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da 
desigualdade entre os homens . Trad. Lourdes Santos
Machado. São Paulo: Abril Cultural: Victor Civita, 1973.
 
[9] MILL, John Stuart. A Liberdade; Utilitarismo. [Introdução: 5-26; Aplicações: 143-174].
Trad . Eunice Ostrensky. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
 
[10] BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. Op. cit., p. 32.
 
[11] Idem, Ibidem, p. 42.
 
[12] CARDOSO, Adalberto Moreira. Desigualdade, injustiça e legitimidade: uma
investigação empírica sobre aspectos da sociabilidade brasileira. Op. cit., p. 153.
 
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A percepção da cidadania no Brasil: entre a igualdade e a liberdade 
[13] Idem, Ibidem, p. 159-160.
 
[14] Idem, Ibidem, p. 168.
 
[15] Idem, Ibidem, p. 170.
 
[16] Idem, Ibidem, p. 126.
 
 
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