Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 APOSTILA MAMÃO Apostila para ser utilizada como material didático nas aulas de Fruticultura do IFES – Campus Itapina. PROFESSORA: D.Sc. PATRICIA SOARES FURNO FONTES COLATINA – ES 2015 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3 2. HISTÓRICO ................................................................................................................................... 4 3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS FRUTOS EXIGIDOS NO MERCADO EXTERNO ...................... 5 4. ASPECTOS BOTÂNICOS E FISIOLÓGICOS ..................................................................................... 5 5. CRUZAMENTOS ......................................................................................................................... 10 6. GRUPOS DE MAMOEIROS ......................................................................................................... 10 7. CLIMA E SOLO ............................................................................................................................ 11 8. CULTIVARES ............................................................................................................................... 12 9. PROPAGAÇÃO ............................................................................................................................ 14 10. VIVEIRO ................................................................................................................................. 14 11. RECIPIENTE E SUBSTRATO ..................................................................................................... 15 12. FORMAÇÃO DE MUDAS ......................................................................................................... 15 13. PREPARO DAS MUDAS .......................................................................................................... 16 14. PLANTIO................................................................................................................................. 17 15. PRÁTICAS CULTURAIS ............................................................................................................ 19 16. DOENÇAS ............................................................................................................................... 21 17. PROBLEMAS ABIÓTICO .......................................................................................................... 27 18. PRAGAS .................................................................................................................................. 28 19. FITOTOXICIDADE ................................................................................................................... 31 20. COLHEITA E PÓS-COLHEITA ................................................................................................... 31 21. COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................................................... 34 22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 34 3 1. INTRODUÇÃO: O mamoeiro é uma das fruteiras mais comuns em quase todos os países da América tropical, amplamente conhecido no Oriente já no início do século XVIII. É usado para abastecer os mercados locais e de exportação de fruta fresca e também como fonte importante de papaína, enzima proteolítica de ação semelhante à da pepsina e tripsina, empregada para os mais variados usos nas indústrias têxteis, farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos. Utilização da papaína na indústria: - Tecidos: finalidade de eliminar a goma. - Na fabricação de cervejas: clarificante - Frigoríficos: amaciar as carnes. - Indústria de lã: impedir a contração dos frutos. - Farmacopéia; tratamento do aparelho digestivo. - Fabricação de chicletes: suavizar a matéria-prima. - Das folhas dos frutos e das sementes do mamoeiro é extraído, também, um alcalóide denominado carpaína, utilizado como ativador cardíaco. Além disto, o mamão é boa fonte de cálcio excelente fonte de pró-vitamina A e de ácido ascórbico (vitamina C). Produção do mamão no Brasil e no Mundo: Tabela 1. Produção (t), área colhida (ha) e rendimento (t/ha) de mamão no mundo no período de 2000 a 2009. 4 Tabela 2. Produção (t), área colhida (ha) e produtividade (t/ha) dos principais países produtores de mamão em 2009. Tabela 3. Produção (t), área colhida (ha) e rendimento médio (t/ha) de mamão dos principais estados brasileiros no ano de 2008. 2. HISTÓRICO: Até fins da década de 70 predominava no Brasil o cultivo de mamoeiros dióicos ou “comum” e o Estado de São Paulo destacava-se como principal produtor, porém a ocorrência do vírus do mosaico na região de Monte alto-SP, provocou uma queda e a migração da cultura para outros estados como único recurso de luta contra a doença. Em 1976/1977, a cultura ganhava um novo impulso no Brasil, principalmente devido a introdução de cultivares havaianas do grupo ‘Solo’e de híbridos chineses do grupo ‘Formosa’, notadamente nos Estados do Pará, Bahia e do Espírito Santo. 5 Nos anos 90 a cultura do mamão se estabeleceu no Estado do Espírito Santo, segundo maior estado produtor nacional. A cultura alcançou o mais alto valor de produtividade do país, 92.226 frutos/há. Produtividade superior quase duas vezes à produtividade dos Estados do Pará (57.484 frutos/ha) e da Bahia (44.905 frutos/ha). O Estado do Espírito Santo atingiu a supremacia em qualidade de produção, efetivou o controle da mosca-da- fruta e o domínio do manejo do mosaico do mamoeiro e da meleira, transformando-se no maior Estado exportador de mamão para o mercado Norte americano, um mercado extremamente exigente. Impactos considerados como um marco histórico da exploração de mamão no Brasil. 3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS FRUTOS EXIGIDOS NO MERCADO EXTERNO: 1) Peso entre 350 g e 550 g; 2) Formato piriforme; 3) Casca lisa, sem manchas externas; 4) Frutos firmes, com polpa espessa, sem protuberâncias e cavidade central redonda e pequena; 5) Polpa de coloração vermelho alaranjada, embora o mercado norte-americano prefira polpa de coloração amarelada, tanto para consumo in natura quanto para sucos concentrados; 6) Resistente a longos períodos de armazenamento; 7) Alto teor de açúcares e ausência de odor desagradável ou almiscarado. 4. ASPECTOS BOTÂNICOS E FISIOLÓGICOS: O mamoeiro cultivado comercialmente (Carica papaya L.) pertence à família Caricaceae, qual está dividida em cinco gêneros, com 31 espécies: Carica (21 espécies), Jacaratia (6 espécies), Cylicomorpha (2 espécies), Jarilla (1 espécie)e Horovitzia (1 espécie). a) Raiz apresenta um sistema radicular pivotante, com raiz principal bastante desenvolvida, de coloração branco-cremosa. As raízes são distribuídas em maior quantidade nos primeiros 30 cm do solo, no entanto, podem-se desenvolver em até duas vezes a altura da planta, sendo capazes de explorar uma camada de solo com uma profundidade de um metro. b) Caule o caule é cilíndrico, com 10 cm a 30 cm de diâmetro, herbáceo, fistuloso, ereto, de coloração verde-clara no ápice e verde a acinzentada na base, encimado por uma coroa de folhas, dispostas de forma espiralada. c) Folha as folhas são grandes, com 20 cm a 60 cm, glabras, com longos pecíolos fistulosos, verde-pálidos, geralmentede 50 cm a 70 cm de comprimento. d) Tipos Florais do Mamoeiro o mamoeiro apresenta basicamente três tipos de flores que distribuem-se,separadamente em plantas do sexo masculino, feminino e hermafrodita. 6 d.1) Flor Masculina caracteriza-se por ocorrer em pedicelos ou pedúnculos longos, originários das axilas das folhas da parte superior do mamoeiro masculino, sendo que grande quantidade destas flores localizam-se bem distantes da junção do pecíolo com o caule. As flores são geralmente de coloração branco-cremosa, verde amarelada e medem de 2,0 a 5,0 cm de comprimento e 0,5 a 1,0 cm de espessura. Apresentam o tubo da corola estreito e muito longo, que termina em cinco pétalas livres em sua extremidade. No interior encontram-se os órgãos masculinos e femininos. O masculino é constituído de cinco pares de estames funcionais, soldados às pétalas e dispostos em duas séries, sendo cinco superiores e cinco inferiores. O feminino possui ovário muito rudimentar e geralmetne estéril, o que impede essas flores de produzirem frutos. Os “mamoeiros machos” produzem somente flores estaminadas, durante todo o ano, porém as inflorescências, em determinadas condições climáticas, podem produzir algumas flores femininas férteis, e algumas flores hermafroditas, geralmente elongata, conseqüentemente, desenvolvimento de frutos denominados “mamões-machos”, “mamões-de-corda”, ou mamões-de-cabo (Figura 1) FIGURA 1- A- Flor masculina. B- Flor masculina aberta, com tubo da corola terminando em 5 pétalas livres. C- Corte longitudinal de uma flor masculina mostrando-se: a . órgão masculino com 5 pares de estames dispostos em duas séries. b. órgão feminino com ovário muito rudimentar. d.2) Flor Feminina apresenta-se isolada ou em número de duas a três, agrupadas em pedicelos ou pedúnculos curtos inseridos nas axilas das folhas de maomoeiros femininos, localizando-se, portanto, bem próximas da junção do pecíolo com o caule.São flores de coloração branco-cremosa ou amarelada, que medem cerca de 3,0 a 7,0 cm de comprimento e 1,5 a 2,5 cm de espessura. Antes ou após a abertura, as flores apresentam, respectivamente, formato semelhante ao de uma “chama de vela” ou pétalas totalmente livres até a base ou parte inferior da corola. Internamente só apresentam o órgão feminino, que é constituído de um ovário grande e arredondado, que se afunila para o ápice, onde se inserem cinco estigmas em forma de leque. Por esse motivo, necessitam de pólen de flores masculinas ou hermafroditas para se fecundarem e produzirem. Os frutos produzidos são 7 arredondados, oblongos ou ovalados e apresentam cavidade interna grande em relação a espessura da polpa. (FIGURA 2). FIGURA 2- A- Flor feminina fechada. B. Flor feminina aberta, com as pétalas totalmente livres até a base. C. Corte longitudinal de uma flor feminina, mostrando-se: a. ovário grande, arredondado. B. estigma em forma de leque. Figura 3 A- Fruto proveniente de flor feminina. B – Corte logintudinal de um fruto proveniente de flor feminina. d.3) Flor Hermafrodita ocorre normalmente em pedicelos ou pedúnculos curtos, nas axilas foliares de mamoeiros hermafroditas ou, ocasionalmente em pedúnculos longos originários das axilas de mamoeiros masculinos. Quando formada na axila foliar, apresenta- se isolada ou reunida em pequenos grupos idênticos às femininas. Porém, são flores menores, que medem entre 2,5 a 4,0 cm de comprimento e 1,5 a 2,0 cm de espessura. Apresentam formato semelhante ao de uma “lâmpada”, quando fechadas, e pétalas soldadas da base da corola até a metade do seu comprimento, quando abertas. O órgão feminino é 8 constituído de um ovário, geralmente alongado, podendo-se encontrar variações de periforme a cilíndrico, e possui cinco estigmas em forma de leque, no ápice. O órgão masculino é distinguido pela presença de dez estames funcionais, com anteras de cor amarela. (FIGURA 3). Devido à capacidade de se autofecundar, não necessitam de pólen de outras flores. Após a fecundação, produzem frutos com formato equivalente ao tipo da flor original, conforme descrito a seguir. d.3.1) Flor Hermafrodita Elongata é uma típica flor perfeita ou bissexual. O órgão masculino apresenta dez estames funcionais e o feminino um ovário alongado, geralmente composto de cinco estigmas em forma de leque. Origina frutos alongados, periforme a cilíndrico. Todos os frutos apresentam cavidade interna menor, maior espessura de polpa e, portanto, maior valor comercial. d.3.2) Flor Hermafrodita petândrica caracteriza-se pela sua ocorrência pela sua ocorrÊncia hermafroditas, podendo ocorrer, ocasionalmente, em mamoeiros masculinos. Muito semelhante à flor feminina em tamanho e aspecto externo. Difere dessa, por apresentar, internamente, o órgão masculino com cinco estames curtos, cujos filamentos se inserem em sulcos profundos na parede do ovário. Os frutos são arredondados ou obovados, muito semelhantes àqueles formados de flores femininas. Apresentam cinco sulcos longitudianis bem profundos, caracterizando-os de modo inconfundível. A cavidade interna grande e os sulcos longitudinais bastante visíveis na casca, depreciam bastante o valor comercial destes frutos. Não são muito conhecidos os fatores que levam a formação de flor petândrica em mamoeiro hermafrodita, sabe-se contudo que se trata de uma anomalia genética. d.3.3) Flor Hermafrodita Carpelóide é um grupo composto de numerosas formas anormais, resultante da transformação dos estames em estruturas semelhantes a carpelos , e da fusão destes ao ovário, logo no início do desenvolvimento da flor. O estames apresentam-se em número de dois a dez, com variados graus de fusão às pétalas, ao ovário ou a ambos. Após a abertura, as flores tornam-se distorcidas originando frutos deformados, denominados vulgarmente de “cara-de-gato”, “cat face”, “frutos carpelóides” ou “carpeloidia. Embora seja um fator de origem genética, que pode ser propagado por sementes, a formação de flores carpelóides em plantas hermafroditas também pode ser ocasionada por outros fatores, como maiores altitudes e temperaturas extremas, assim meses quentes (verão) com modificação muito brusca na temperatura, ou seja, temperatura alta durante o dia e noite com temperatura média da mínimas muito baixa favorecem o surgimento de frutos carpelóides, bem como elevada umidade no solo e excesso de adubação nitrogenada. d.3.4) Flor Hermafrodita Estéril apresenta um ovário muito rudimentar sob determinadas condições climáticas, impedindo-a de desenvolver frutos e tornando-a semelhante sexualmente a uma flor masculina. Difere destas porque as flores são formadas em pedúnculos ou pedicelos curtos, inseridos nas axilas foliares de mamoeiros hermafroditas. As flores estéreis predominam durante os meses quentes, e são indesejáveis porque não se desenvolvem em frutos. Muito embora seja uma característica de origem 9 genética, que pode ser propagada por sementes, a esterelidade também pode ser ocasionada por temperaturas altas e/ou déficit hídrico no solo. FIGURA 4- A- Flor hermafrodita fechada. B. Flor hermafrodita aberta com as pétalas soldadas até quase a metade do seu comprimento. C. Corte longitudinal de uma flor hermafrodita, mostrando-se: a . órgão masculino constituído de estames. b. órgão feminino constituído de ovário alongado. A B Figura 5- A Fruto proveniente de flor hermafrodita. B- Corte longitudinal de um fruto proveniente de flor hermafrodita. 10 5. CRUZAMENTOS:A polinização nas flores do mamoeiro pode ocorrer de forma natural através da ação do vento e dos insetos ou artificialmente, através do homem. Devido a isso, a manifestação do sexo nas plantas, depende das seguintes combinações de cruzamentos. 4.1. Flor Feminina com Masculina quando os grãos de pólen de flores de mamoeiros do sexo masculino fecundarem flores de mamoeiros do sexo feminino, serão gerados frutos cujas sementes poderão atingir 50% de plantas masculinas e 50% de plantas femininas, aproximadamente. A manutenção desse elevado percentual de plantas masculinas em um pomar comercial, acarretará prejuízos ao produtor, tanto maior quanto for a área cultivada e o tempo que eles permanecerem competindo com os demais por água, luz e nutrientes. 4.2- Flor Feminina com Hermafrodita quando os órgãos de pólen de flores de mamoeiros hermafroditas fecundarem flores de mamoeiros do sexo feminino, serão gerados frutos cujas sementes obtidas deverão dar origem a 50% de plantas hermafroditas e 50% femininas. Esse tipo de cruzamento é também indesejável nos plantios comerciais, devido à grande população de plantas femininas, geralmente de menor valor comercial. 4.3- Flor Hermafrodita com Flor Masculina quando os grãos de pólen de flores de mamoeiros do sexo masculino fecundarem flores de mamoeiros hermafroditas, as sementes obtidas dos frutos, normalmente, produzirão cerca de 33% de plantas masculinas, 33% de hermafroditas e 33% de femininas. Esse cruzamento é indesejável em cultivos comerciais, porque origina em torno de 1/3 de plantas com frutos de baixo valor comercial. 4.4- Flor Hermafrodita com Flor Hermafrodita quando as flores de mamoeiros hermafroditas são fecundadas pelo seu próprio pólen (autofecundação), ou pelo pólen de outros mamoeiros hermafroditas, serão gerados frutos cujas sementes devem originar em torno de 67% de plantas hermafroditas e 33% de plantas femininas. A grande vantagem desse cruzamento é que possibilita uma maior população de mamoeiros produtivos e com frutos de maior valor comercial. 6. GRUPOS DE MAMOEIROS: As variedades hortícolas do mamão podem ser divididas em dois grupos ou raças, quanto a sua raça sexual: dióicas e ginóicas-andromonóicas. 5.1- Dióicos são originários do cruzamento de plantas do sexo masculino com plantas do sexo feminino. As sementes deverão dar origem a plantas dos dois sexos em igual proporção, caso o pólen da flor masculina renove a fecundação da feminina. Estão incluídos nesse tipo as cultivares ou tipos conhecidos como: ‘ Comum’, ‘Paulista’, ‘Monte Alto’, ‘Caiano’, ‘Derrubada’, ‘Caipira’, De-quintal’, ‘De-veado’, ‘Macho’, ‘De-Cabo’, entre outros. 11 5.5- Ginóicos-andromonóicos também conhecida como “raça hermafrodita”, são originários do cruzamento entre plantas hermafroditas, que também são autofecundáveis, ou seja, não necessitam do pólen de outras plantas ou flores para produzir frutos e sementes. As sementes produzidas desse cruzamento ou da autofecundação, normalmente dão origem a duas plantas hermafroditas e uma feminina. Quando essas sementes são plantadas, as plantas hermafroditas, delas originadas, também polinizam as plantas femininas não sendo necessário a presença de plantas masculinas na lavoura. Nesse tipo de mamoeiro estão as variedades do grupo Solo, ou mamão havaiano, os híbridos do grupo Formosa ou ‘Tainung’, além de outras cultivares como ‘Tailândia’, ‘Costa Rica’, ‘, alguns de maior valor comercial e de importância relevante para o mercado nacional e/ou internacional. Atualmente, quase toda a produção brasileira de mamão é oriunda de cultivos das raças ginóicas-andromonóicas, notadamente dos grupos Solo e Formosa, com cerca de 75% das lavouras situadas nos Estados da Bahia e Espírito Santo. 7. CLIMA E SOLO: Para que os mamoeiros tenham um bom desenvolvimento e produzam frutos de boa qualidade, é necessária a implantação da cultura em áreas ensolaradas, temperaturas elevadas, chuvas bem distribuídas, baixas altitudes e pouco sujeitas a ventos fortes. 7.1- Temperatura Sendo uma planta tropical, o mamoeiro dá preferência às altas temperaturas, possuindo como faixa ótima para o seu crescimento as regiões com temperaturas de 22ºC a 26°C, sendo a temperatura média ideal em torno de 25 °C. Para melhor produtividade, o mamoeiro não deve ser cultivado em locais com temperaturas superiores a 30°C. Alguns autores sugerem o uso intermitente. de microaspersores no plantio com o objetivo de reduzir a temperatura. Um dos grandes problemas com as altas temperaturas é que algumas plantas de mamão expostas a altas temperaturas tendem a produzir grande número de frutos carpelóides. Entretanto ainda faltam dados científicos para comprovar a faixa de temperatura em que realmente ocorram problemas. O mamoeiro apresenta pouca resistência às baixas temperaturas. Temperaturas de O°C causam permanentes danos ao mamoeiro e a geada pode causar a morte da planta. Evitar o plantio em locais onde ocorram temperaturas abaixo de 15°C, pois o mamoeiro paralisa seu desenvolvimento vegetativo, reduz o florescimento, atrasa a maturação e produz frutos de qualidade inferior. 7.2-Umidade Relativa a umidade relativa do ar entre 60% e 85% é a mais favorável ao desenvolvimento da cultura. 7.3-Pluviosidade o mamoeiro requer pluviosidade abundante durante todo o seu ciclo. Precipitações pluviais variando de 1800 mm a 2000 mm anuais bem distribuídas, são consideradas ideais para o desenvolvimento da cultura. A escassez de umidade durante qualquer período reduz o crescimento da planta e favorece a produção de flores estéreis, reduzindo assim, a produção de frutos. A estagnação de água no pé da planta compromete o 12 seu desenvolvimento, podendo leva-la à morte em 48 horas, devido ao apodrecimento de suas raízes. 7.4- Altitude O mamoeiro encontra condições favoráveis para o seu crescimento e frutificação em áreas quentes e em altitudes de até 200 m acima do nível do mar. 7.5- Ventos devido às características da planta, como folhas largas, caule herbáceo e alto, carregado de pesados frutos, o mamoeiro fica muito sensível à ação de ventos fortes. Em locais onde há predominância de ventos fortes, estes tombam e rasgam as folhas, diminuindo-lhes a área foliar; provocam queda de flores e, quando acompanhados de chuvas intensas, podem causar o tombamento das plantas, principalmente na fase de plena produção de frutos. No entanto, ventos leves favorecem a polinização, como também arejam as plantações, evitando o excesso de umidade, uma das causas do aparecimento de doenças. A utilização de quebra-ventos faz-se necessária em regiões onde há ocorrência freqüente de ventos fortes, evitando prejuízos às plantações. 7.6- Solo a permeabilidade do solo é um dos principais fatores a ser observado para a implantação da cultura. Quando a drenagem é deficiente, pode ocorrer podridão nas raízes, amarelecimento e queda das folhas, redução na produção, podendo até mesmo causar a morte das plantas. Os solos devem ser profundos, de preferência argilo-arenosos, de boa fertilidade, com pH entre 5,5 a 6,7. 8. CULTIVARES: A cultura do mamoeiro sustenta- se em uma estreita base genética, sendo bastante limitado o número de cultivares plantadas nas principais regiões produtoras. As cultivares de mamoeiros mais exploradas no Brasil são classificadas em dois grupos, conforme o tipo de fruto: Solo (ex.: Sunrise Solo e Improved Sunrise Solo Line 72/12) e Formosa (ex.: Tainung nº 1). As variedades do grupo Formosa são adequadas somente à comercialização no mercado interno, enquanto que as do grupo Solo são comercializadasnos mercados interno e externo. 8.1- Cultivares do Grupo Solo 8.1.1- ‘Sunrise Solo’ - Cultivar procedente da Estação Experimental do Havaí (EUA), mais conhecida no Brasil como mamão Havaí, Papaya ou Amazônia. O fruto proveniente de flor feminina é ovalado e o de flor hermafrodita é piriforme, com peso médio de 500 gramas, possui casca lisa e firme, polpa vermelho-alaranjada de boa qualidade e cavidade interna estrelada. Começa a floração com três a quatro meses de idade, 70 cm a 80 cm de altura e sua produção tem início nove a dez meses após o plantio, a produção pode chegar a 60 t/ha no 1° ano e 40 t/ha no 2° ano. 8.1.2- ‘Improved Sunrise Solo Line 72/12” - Cultivar também procedente do Havaí, introduzida em 1982 e melhorada pela Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária(atual INCAPER) . É conhecida comumente como mamão Havaí, e amplamente disseminada nas regiões produtoras do Espírito Santo. O fruto proveniente de flor feminina é ovalado e o de 13 flor hermafrodita, piriforme, com casca lisa, firme, e peso médio de 405 g, de grande aceitação nos mercados interno e externo. A cavidade interna é pequena e de formato estrelado; a polpa é espessa e de coloração vermelho-alaranjada, de boa qualidade, mais resistente ao transporte e ao armazenamento que a Sunrise Solo. O início de produção ocorre a partir do oitavo mês após o plantio, quando a altura de inserção das primeiras flores atinge de 60 cm a 70 cm. A produtividade média está em torno de 40 t/ha/ano. 8.1.3- ‘Sunrise Golden’ – cultivar selecionada pela CALIMAN AGRÍCOLA S/A, no município de Linhares-ES, apresenta frutos e plantas de coloração verde claro, acentuadamente aclorofilada. Embora de produtividade inferior às demais cultivares do grupo ‘Solo’, sua casca é lisa e bastante tolerante à “mancha fisiológica” do mamoeiro, o que torna, atualmente, a de maior aceitação no mercado externo, possui exelente aspecto visual e peso médio do fruto em torno de 450 g.. 8.1.4- ‘Baixinho de Santa Amália’ – cultivar regional, provavelmente, de uma mutação do “Sunrise Solo”. Foi selecionada na Fazenda Santa Amália, município de Linhares e introduzida em 1986, por fruticultores do Norte do Estado do Espírito Santo. Início de produção em torno de 50t/ha/ano e frutos pesando em média de 550 g, com polpa vermelho-alaranjada e pouco consistente e altura de inserção das primeiras flores de 50 a 70 cm, o início de produção no oitavo mês após o plantio. Uma importante característica, que vem despertando grande interesse, nesta cultivar, é o porte baixo da planta, o que pode viabilizar o seu cultivo sob condições de irrigação tipo “Pivot-central. Não é recomendada para o mercado externo (exportação) por produzir frutos de formato oblongo, com polpa de baixa consistência. Apresentam algumas restrições quanto à sua aceitação no mercado interno por produzir uma grande percentagem de frutos com peso médio superior a 650 gramas. 8.2 Cultivares do Grupo Formosa: 8.2.1- ‘Tainung 01’ – é um híbrido F1, procedente da Estação Experimental de Fengshan, Formosa, provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com um tipo de mamão da Costa Rica. O fruto é de formato alongado e obovado, pesando em média de 900 a 1200 gramas. Apresenta coloração da casca verde-claro e polpa de cor vermelha-alaranja e boa qualidade com produção média de 50 a 60 t/ha/ano. 8.2.2- ‘Tainung 02’ - é um híbrido F1, procedente da Estação Experimental de Fengshan, Formosa,provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com uma seleção da Tailândia. O fruto é de formato alongado a oblongo-obovado, pesando em média de 1.000 a 1.100 gramas. Apresenta coloração da casca verde-escura, polpa de cor vermelho- alaranjada, bom sabor e pouco consistente, com produção média de 50 a 60 t/ha/ano. 8.2.3- ‘Tainung 03’ - é um híbrido F1, procedente da Estação Experimental de Fengshan, Formosa, provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com uma seleção das Filipinas, de polpa amarela. Os frutos apresentam formato semelhante ao ‘Tainung 01’, porém, a casca é de coloração verde-claro e a polpa é de cor amarela e de consistência média,com peso variando entre 1.200 a 1.300 gramas. 14 8.2.4- ‘Caliman’ 01 ou Calimosa– desenvolvido pela Caliman Agrícola S/A em parceria co a Universidade Federal do Norte Fluminense (UENF- RJ), e´híbrido F1, com plantas atingindo altura média de 2,0m e diâmetro de caule de 100 mm aos 270 dias. Frutos com casca de cor verde, peso médio dos frutos de 1.200 a 1.600 gramas, l. Os frutos apresentam casca lisa, com polpa de aroma intermediário e coloração alaranjada, sabor apreciável e ótima qualidade de mesa. 9. PROPAGAÇÃO: O mamoeiro pode ser propagado por meio de sementes, estaquia e enxertia. Contudo, para as nossas condições, as sementes são mais utilizadas. Sementes de cultivares do grupo Solo podem ser produzidas pelo próprio produtor, enquanto as do grupo Formosa, como o Tainung n.º 1 (híbrido), devem ser adquiridas de firmas produtoras. 9.1-PRODUÇÃO DE SEMENTES: Nos plantios comerciais brasileiros, o meio de propagação mais utilizado para o mamoeiro é o uso de sementes, que devem ser provenientes de flores autopolinizadas, produzidas por plantas hermafroditas, de boa sanidade, baixa altura de inserção das primeiras flores, precocidade, alta produtividade e que gerem frutos comerciais típicos da variedade, ou seja, frutos piriformes provenientes de flores hermafroditas. Existindo mais de uma cultivar plantada a uma distância mínima de 2 km de outros tipos de mamão, devem-se isolar as flores com sacos de papel para o controle da polinização. Evitar, ainda, plantas que apresentem frutos carpelóides e pentândricos. Para a retirada das sementes, os frutos devem ser colhidos maduros, quando as sementes se encontram no mais alto vigor, e cortados, superficialmente, com uma faca não muito afiada, para não danificá-las. Com o auxílio de uma colher, as sementes são retiradas e lavadas sobre uma peneira em água corrente. Na seqüência, deve-se formar uma camada fina de sementes sobre folhas de jornal ou sobre pano, que absorvem o excesso de umidade, deixando-se secar à sombra. Após dois ou três dias, as sementes já podem ser plantadas ou então tratadas com fungicidas e conservadas em sacos plásticos na parte baixa da geladeira doméstica (6°C a 8°C). 10. VIVEIRO 10.1) Localização: o viveiro deve ser instalado em local de fácil acesso, em terreno de boa drenagem, plano ou levemente ondulado, distante de outros plantios de mamoeiros ou de estradas e próximo a fontes de água para prover o sistema de irrigação. 10.2 – Cálculos para a instalação de viveiro : Exemplo: considerar um viveiro com capacidade para suprir o plantio de 1 ha de mamoeiro no espaçamento 3,60 x 2,0 x2,0 (1786 covas), bem como a utilização de duas sementes por 15 recipientes. Sugere-se a utilização de três mudas por cova, para permitir a redução da população de plantas femininas na lavoura, cujo fruto tem menor valor comercial. - Número de mudas: 5.358 mudas (1786 covas, com três mudas) - Número de recipientes - 6.162 recipientes (15% de perdas) - Número de sementes – 12.323 sementes (6.210 recipientes, com duas sementes) - Quantidade de sementes - 206 gramas ( 1g de sementes = 60 sementes). 11. RECIPIENTE E SUBSTRATO: A semeadura, normalmente, é feita em recipientes plásticos, mas ainda se usa a germinação em leiras ou canteiros e posterior repicagem para os recipientes de formação das mudas. Os recipientes mais empregados são os canteiros móveis (bandejas de isopor ou tubetes) e os sacos plásticos, destacando-se o de polietileno,com dimensões de 7,0 cm x 18,5 cm x 0,006 cm ou 15 cm x 25 cm x 0,006 cm, correspondentes à largura, à altura e à espessura, respectivamente. Utiliza-se como substrato uma mistura de solo, areia e esterco de curral curtido na proporção de 3:1:1 ou 2:1:1, geralmente adiciona-se por cada metro cúbico da mistura de terra e esterco 2 a 4 kg de superfosfato simples e 0,5 a 1,0 kg de cloreto de potássio. Quando se tem um solo mais arenoso, não há necessidade de adição da areia. A origem do esterco é importante pois aqueles provenientes de sistemas de confinamento de gado podem apresentar maiores teores de potássio e sódio, devendo, portanto, serem usados em menor proporção O substrato pode ser fumigado para minimizar o aparecimento de doenças na fase da germinação e desenvolvimento inicial das mudas Outra alternativa é o processo de solarização, que elimina microrganismos por ação do calor proporcionado pelo sol. Neste caso, é necessário construir uma pequena estrutura para a disposição do substrato e a captação dos raios solares. O tratamento do substrato elimina microrganismos patogênicos, mas também afeta aqueles benéficos, como os fungos micorrízicos arbusculares. Em alguns sistemas de produção, a reintrodução desses fungos traz grande melhoria no desenvolvimento da muda. Na impossibilidade de fazer o tratamento do substrato, deve-se usar solo proveniente de área não cultivada anteriormente com mamoeiro, reduzindo-se, assim, a probabilidade de transmitir patógenos. Em tubetes, normalmente, utilizam-se substratos leves, sem adição de solo, formados pela mistura de diversos tipos de resíduos orgânicos como turfa, esterco, casca de árvores, vermicomposto, além de vermiculita. Como se trata de um recipiente pequeno, a complementação mineral é necessária,. Esses tipos de mistura podem também ser adquiridos de empresas do ramo. As mudas produzidas dessa forma são transportadas com maior facilidade. 12. FORMAÇÃO DE MUDAS: Para a obtenção de mudas de qualidade devem-se observar as orientações descritas a seguir: 12.1- Aquisição de Sementes: 16 Cada três sementes de frutos produzidas por plantas hermafroditas dão origem a uma planta feminina e duas hermafroditas. Sendo assim, para se obter colheitas com maior valor comercial, é melhor adquirir sementes de frutos provenientes de plantas matrizes hermafroditas. As sementes para plantio comercial dos mamoeiros do grupo Formosa (sementes híbridas F1), devem ser adquiridas, a cada plantio, de fontes comprovadamente idôneas. Não devem ser plantadas sementes provenientes da 2ª geração em diante, pois resultam em plantas pouco produtivas e frutos descaracterizados. As sementes do mamoeiro do grupo Solo também devem ser adquiridas de fontes idôneas ou retiradas de frutos matrizes previamente selecionados. 12.2- Plantio das sementes: a) Abertura das covas – nos recipientes, com os dedos indicadores e polegar, abrir duas covas distanciadas de 3 a 5 cm e com 1 cm de profundidade. Covas muito profundas atrasam emergência das mudas e podem retardar a época de plantio. b) Semeio – colocar uma ou duas sementes por cova ( duas a três por recipiente), e cobri- las com uma leve camada de terriço, pó-de-serra, palha de arroz ou de café. c) Irrigação - os canteiros, formados por recipientes, devem ser irrigados, no início duas vezes por dia. d) Germinação – observações de campo comprovam que a temperatura é muito importante para o tempo de germinação das sementes. Entre 9 a 18 dias após a semeadura quando a temperatura média for de 25,4°C. Entre 12 a 21 dias após a semeadura quando a temperatura média for de 23,3 ° C. Nas condições de cultivo do norte do Espírito Santo a germinação tem ocorrido: Entre 7 a 12 dias durante os meses mais quentes do ano (outubro- março). Entre 12 a 17 dias durante os meses mais frios ( abril a setembro). Sementes germinadas após 20 dias, têm apresentado plântulas de baixo vigor e menor desenvolvimento. 13. PREPARO DAS MUDAS: 13.1- Desbaste: efetuar quando as mudas apresentarem o segundo par de folhas ou estiverem com cerca de 2 cm de altura. Isso ocorre geralmente de 7 a 10dias após a germinação da maioria das sementes. Deixar apenas a muda mais vigorosa no recipiente. 13.2- Repicagem: efetua-se para aproveitar as mudas desbastadas, replantando-as nos recipientes onde as sementes não germinaram. Com o auxílio dos dedos indicador e polegar, retira-se a muda a ser desbastada junto com um pouco de terra, replantando-a em outro recipiente que contenha uma cova com dimensões suficientes para recebê-la. Quando efetuada corretamente, esta operação apresenta elevada taxa de pegamento, sendo 17 fundamental que as mudas tenham altura inferior a 2 cm, para evitar danos ao sistema radicular, que podem provocar murchamento. 13.3-Tratamento Fitossanitário: para controle de doenças e pragas. 12.4- Irrigação: realizar logo após a repicagem, repetindo sempre que necessário. Em condições de alta temperatura, irrigar no mínimo duas vezes ao dia. 13.5- Adubação Foliar: se ocorrer um amarelecimento geral das folhas mais velhas, aconselha-se uma adubação foliar com uréia a 0,1% (10 g/10 litros de água), 7 dias após a repicagem, seguida de uma rega com água limpa, sobre as folhas. Quando o problema for grave, pode-se aplicar uréia a 0,5% (50 g/10 litros de água), mas só em mudas com 4 a 6 pares de folhas. 13.6- Aclimatação da mudas: etapa importante da produção de mudas, que consiste na eliminação da cobertura do viveiro. Inicia-la 20 dias antes de levar as mudas ao campo para que, na última semana, elas recebem insolação total. 13.7- Seleção das mudas: iniciar 15 a 30 dias após a germinação das sementes, levando ao campo as mais precoces, para plantar mudas de tamanho uniforme. A muda ideal deve ter 15 a 20 cm de altura, ser vigorosa e livre de pragas e doenças. Mudas com altura superior a 20 cm devem ser evitadas. 13.8- Transporte: regar e transportar as mudas selecionadas para o local de plantio, bem protegidas, a fim de se evitarem danos mecânicos aos recipiente ou mudas. 14. PLANTIO 14.1- Preparo do solo: Para terrenos não cultivados, efetua-se a derrubada, o enleiramento, destocamento, a remoção dos restos vegetais da área. Em seguida faz-se uma aração, seguida de uma ou duas gradagens. Para terrenos já cultivados, procede-se a uma roçagem manual ou mecânica, uma aração e uma ou duas gradagens. 14.2- Correção da acidez: A correção será baseada na análise química do solo. O mamoeiro se desenvolve bem em solos com ph entre 5,0 e 6,7. Solos com pH abaixo de 5,0 prejudicam o crescimento e desenvolvimento do mamoeiro, podendo ocorrer morte das plantas. Em solos com pH acima de 7,0 as condições são favoráveis ao aparecimento de deficiência nutricionais, especialmente de micronutrientes. 14.3- Marcação do Terreno Devem-se demarcar as linhas de plantio, de acordo com o espaçamento a utilizar. Em terrenos com declive acentuado, obedecer as curvas de nível. Em terrenos planos, onde 18 se pretende utilizar mecanização, demarcar as linhas de plantio no sentido de maior comprimento do terreno, para facilitar a movimentação das máquinas. 14.4- Época de Plantio: O plantio pode ser efetuado, em condições irrigadas, em qualquer época do ano, havendo preferência para os cultivares do grupo Solo, pelo início do inverno, de abril a junho, período de condições climáticas mais amenas, proporcionando menor desenvolvimento vegetativo, com menor altura de inserção dos primeiros frutos e início da produção no períodode inverno, época de melhor preço de frutos no mercado interno. 14.5- Espaçamento: O espaçamento pode variar, sobretudo, em função do tipo de solo, do sistema de cultivo, do clima, da cultivar e dos tratos culturais a serem utilizados. O mamoeiro pode ser plantado no sistema de fileiras simples e fileiras duplas. Para cultivares do grupo solo utiliza-se o espaçamento de 3,40 a 3,80 m entre fileiras e 1,40 a 2,10 m entre plantas, dentro da fileira. Quando se faz a opção por fileiras duplas é utilizado o espaçamento de 1,40 a 1,90 m dentro das fileiras duplas. Para híbridos do Grupo Formosa é utilizado o espaçamento de 3,50 a 4,00 m entre fileiras e 1,80 a 2,00 m entre plantas, dentro da fileira. Quando se faz a opção por fileiras duplas é utilizado o espaçamento de 1,80 a 2,00 m dentro das fileiras duplas. Podem-se dispor as plantas alternadamente, na forma triangular, nas linhas de plantio. 14.6- Número de mudas por cova: No Grupo Solo plantar duas ou mais mudas por cova para garantir que o mamoal apresenta um maior número de plantas hermafroditas, pois produzem frutos de melhor valor comercial. Quando a distribuição das mudas é em sistema de “renque” , utiliza-se uma muda por cova, em espaçamento de 0,70 m. Após a sexagem, o espaçamento variará de 1,40 a 2,10 m, dentro da mesma área. Como as sementes dos Híbridos do grupo Formosa são importadas a preços bastante elevado, produtores de mamoeiro deste grupo na região norte do Estado do Espírito Santo utilizavam apenas uma muda por cova de plantio, dispensando a sexagem. Hoje devido a grande presença de plantas femininas na área de plantio, principalmente do híbrido ‘Tainung n°1, com produção de grande número de frutos arredondados, os quais apresentam baixo valor comercial, tem-se optado pela utilização de 2 mudas por cova , procedendo-se a sexagem. A utilização de apenas duas mudas por cova não é o ideal, pois não leva a eliminação total das plantas femininas, porém devido ao preço elevado das sementes a maioria dos produtores tem optado por esse procedimento. 14.7- Sistema de Plantio: a) Na cova – consiste no plantio das mudas provenientes do viveiro, em covas com as seguintes dimensões: a .1) em solos mais profundos e férteis abrir covas com 30 X 30 X 30 cm (comprimento X largura X profundidade) para plantio de duas mudas por cova e 50 X 30 X 30 cm para três mudas por cova. 19 a.2) em solos menos profundos, mais secos, compactados e de baixa fertilidade, abrir covas como 50 X 50 X 50 cm. b) No sulco – tem a vantagem de ser mais eficiente e de menor custo. Utilizar, de preferência, um sulcador com boa capacidade de penetração no solo. O preparo do sulco compreende de duas a três passagens com o sulcador, até atingir profundidade média de 40 a 60 cm. A seguir adicionam-se os adubos químicos e orgânicos, de acordo co o espaçamento que vai ser usado, onde posteriormente serão plantadas as mudas. As mudas deverão ficar com a região do colo no nível do solo, evitando-se o aprofundamento delas, pode ser utilizado o sistema de preparo dos sulcos de plantio com formação de “banquetas” no local das covas, visando atender a esta recomendação. c) Em camalhão – prática recomendada para solos excessivamente argilosos, pouco profundos e com adensamento no subsolo. O preparo de solo consiste de uma a duas passagens com o sulcador, à profundidade de 20 a 30 cm, no sentido das linhas de plantio. Sobre os sulcos formados, mediante o uso de arado de três discos, terraceadores, constroem-se camalhões com, aproximadamente, 20 a 40 cm de altura. Nestes, pode-se fazer plantio tanto em fileiras duplas quanto simples. Essa prática tem o objetivo de evitar o encharcamento, apodrecimento de raízes e incidência de doenças como podridões causados por Phytophtora. Quando as mudas são produzidas em tubetes, é possível a realização tanto do plantio manual quanto mecanizado. 15. PRÁTICAS CULTURAIS: 15.1- Irrigação: O mamoeiro é planta muito sensível tanto ao déficit quanto ao excesso de água no solo. A decisão pela utilização de irrigação depende de diversos fatores como: solo, topografia, quantidade de água de irrigação, sistema de abastecimento de água, clima, etc. 15.2- Amostragem de folhas ou pecíolo: Para a coleta das folhas, quando se pretende fazer um acompanhamento do estado nutricional da plantação, deve-se proceder da seguinte forma: 1. coletar somente folhas sadias, num total de 12, para formar uma amostra; 2. as folhas amostradas devem provir de uma mesma cultivar, de plantas com a mesma idade e que representem a média da plantação; 3. deve-se retirar apenas as folhas que apresentarem em sua axila uma flor prestes a abrir ou recentemente aberta; 4. áreas com plantas cloróticas, solo, cultivares e idades diferentes devem ser amostradas separadamente; 5. colocar as folhas num saco de papel comum, encaminhando-as para os laboratórios de análise o mais rápido possível; 20 - Para a coleta do pecíolo em lavouras de produção, recomenda-se a amostragem de no mínimo, 12 pecíolos de folha recém-aberta, definida como a folha que tem uma flor recém- aberta em sua base ou axila. A amostragem deverá ser feita em áreas uniformes, no período da manhã, entre 7 e 9 horas 15.3- Adubação: Deve ser baseada na análise de solo e folha e recomendação regional para a cultura do mamão. O boro é o micronutriente que requer maior atenção, pois é o que mais afeta a produção do mamoeiro, causando deformação dos frutos em desenvolvimento, inviabilizando-os para o consumo. A partir do terceiro ano após o plantio não se recomenda adubar o mamoeiro, em virtude do declínio normal da produção, o que torna esta prática inviável economicamente. 15.4- Desbaste de Plantas ou Sexagem do Mamoeiro: O desbaste de plantas, ou sexagem do mamoeiro, é feito em mamoeiros do grupo Solo e Formosa, quando se plantam três ou duas mudas por cova, respectivamente. O tipo de flor que o mamoeiro apresenta influi no formato e nas características dos frutos. A identificação do sexo das plantas para o desbaste é feita no início da floração, que ocorre três a quatro meses após o plantio. Quando as plantas começam a florescer, deve-se então proceder ao desbaste. Deixa-se apenas uma planta por cova, preferencialmente a hermafrodita, pois os mercados externo e interno exigem frutos de formato piriforme, característico destas plantas. Caso ocorra mais de uma planta hermafrodita ou feminina eliminar a menos vigorosa. Para o plantio em “renque”, como no caso do mamoeiro do grupo Solo, o desbaste das plantas é realizado ao longo da linha de plantio, deixando-se, preferencialmente, uma planta hermafrodita a um espaçamento mínimo de 1,40 m. 15.5-- Controle de plantas invasoras: O controle de plantas daninhas pode ser feito por capinas manuais ou mecanizadas, com grades ou roçadeiras; só se recomenda o uso de grades até os quatro primeiros meses após plantio. Qualquer que seja o método empregado, devem-se evitar lavras profundas para não danificar o sistema radicular do mamoeiro, que é superficial. Outra opção é a capina química, pela aplicação de herbicidas. Contudo, devido à sensibilidade do mamoeiro a diversos produtos químicos, deve-se evitar o contato do herbicida com as partes verdes da casca da planta ou das folhas, fazendo-se as pulverizações com cuidado, sobretudo nos dias de vento. Portanto, recomenda-se calibrar o pulverizador para aplicar a dose adequada, evitando a fitotoxicidade do mamoeiro. Os produtores de mamoeiro, na região norte do Estado do Espírito Santo, realizam o controle de plantas daninhaspor meio de capina manual com enxada, entre as plantas, na linha de plantio, durante os primeiros quatro a cinco meses, associada a gradagem ou ao uso da roçadeira entre as fileiras. Após esse período, utiliza-se a capina química nas linhas de plantio, com herbicida de princípio ativo pré-emergente e a roçada mecânica entre fileiras. O uso de produtos de princípio ativo pós-emergente, na linha, só em casos extremos, e somente como complemento a manejos culturais. A tendência de manutenção da vegetação natural entre linhas de plantio, realizado-se somente a roçada mecanizada, tem sido cada vez maior, procurando-se manter a presença de inimigos naturais na lavoura. 21 Utilizando-se este processo, é necessária a eliminação de espécies de plantas hospedeiras de patógenos (vírus, fungos e bactérias) e pragas do mamão. 15.6- Desbrota: O mamoeiro pode emitir brotações laterais ao longo da haste principal, que devem ser eliminadas 30 dias após o transplantio, com repetição da prática sempre que necessária, evitando, assim, redução no crescimento das plantas, concorrência por nutrientes e água, além de focos para moléstias e pragas, especialmente o ácaro-branco. 15.7-- Desbaste de frutos: Deve-se iniciar o desbaste dos frutos aos quatro a cinco meses após o transplantio, repetindo-se a operação à medida que forem surgindo as novas frutificações. O desbaste deve ser realizado com os frutos em início de desenvolvimento, eliminando-se os defeituosos , ou então aqueles que estiverem na mesma axila foliar e se apresentarem com tamanhos diferentes, neste caso deve-se desbastar os frutos menores. Para o mamoeiro, é comum a presença de mais de um fruto por axila foliar, recomendando-se a permanência de um a dois frutos por axila foliar, podendo chegar até a três, dependendo da exigência do mercado consumidor. Para o mamoeiro Formosa o desbaste é realizado visando apenas a retirada dos frutos deformados das plantas hermafroditas, não havendo preocupação com o controle de tamanho. A eliminação dos frutos desbastados pode ser feita por meio da remoção dos frutos da lavoura ou pelo enterrio dos frutos descartados, para que eles não se transformem em um foco de contaminação dentro da lavoura. 15.8- Eliminação de folhas velhas: As folhas velhas e os pecíolos que estiverem secos devem ser derrubados, reduzindo-se a contaminação das folhas e dos frutos novos. Recomenda-se a remoção de todas as folhas e pecíolos senescentes das plantas da lavoura, ou mantê-los nas entrelinhas, onde serão posteriormente destruídos por ocasião da roçada mecânica, acelerando o processo natural de decomposição. 15.9-Erradicação de plantas doentes: Fazer erradicação sistemática de todos os mamoeiros por doenças que não possuam qualquer tipo de controle, notadamente as viroses e as podridões de Phytophthora. 16. DOENÇAS: 16.1- DOENÇAS FÚNGICAS : 16.1.1 Tombamento ou Damping-off: Essa doença é causada por um complexo de fungos de solo tais como Rhizoctonia, Phytophthora Pythium e Fusarium que podem atuar juntos ou separadamente. 22 O estiolamento tem ocorrência esporádica e, embora tenha sido observado em áreas de plantio, o seu aparecimento é mais comum em sementeiras. Epidemiologia: O tombamento de plântulas do mamoeiro acontece principalmente em época quente e úmida, sendo muito intenso quando elas estão amontoadas na sementeira. Esse problema ocorre também no replantio, quando os campos têm, pelo menos, três anos de cultivos sucessivos com mamoeiro, ou quando se tratar de áreas com solos extremamente argilosos. Altas temperaturas e período chuvoso são considerados condições muito favoráveis à doença. O aparecimento da doença também é favorecido em solos com grande capacidade retenção de umidade, com má aeração, altos teores de nitrogênio disponíveis no solo, semeadura profunda e locais pouco ensolarados. Sintomatologia Os sintomas mais comuns são: encharcamento dos tecidos na região do colo da planta, seguido de constrição da área afetada e o apodrecimento das raízes, com conseqüente tombamento e morte das plântulas. Medidas de controle 1. O local par a instalação do viveiro deve ser bem ventilado, livre de encharcamento, com boa exposição ao sol, afastado de estradas e lavouras de mamoeiro e com água para irrigação. 2. O solo da sementeira ou do enchimento da sacola deve ser esterelizado por fumigação ou via calor. 3. As sementes devem ser tratadas com fungicidas. 4. A irrigação deve ser moderada, e com água livre de contaminação. 5. No aparecimento dos primeiros sintomas, recomenda-se fazer um diagnóstico correto da etiologia da doença e, se necessário, utilizar um fungicida específico de acordo co o patógeno envolvido. 16.1.2- Podridão-do-pé, podridão-do-colo ou gomose do mamoeiro e podridão-dos- frutos : É muito comum em solos argilosos, mal drenados, e se desenvolve rapidamente em períodos de alta umidade e calor. O problema ainda é mais sério pelo fato de o seu agente etiológico também utilizar 80 espécies como hospedeiras, entre as quais os citros, o cacau, o coqueiro, a mamona e o abacaxi. Epidemiologia : Phytophtora sp pode ser introduzido no pomar a partir de mudas infectadas produzidas em viveiros, onde não foram observados os cuidados fitossanitários, pela água de irrigação e pelo vento. A alta umidade, o calor (28-32 °C), solos mal drenados e ferimentos constituem fatores importantes para iniciar a doença. Sintomas: Amarelecimento de folhas, queda prematura de frutos, murcha do topo, tombamento e morte da planta. As lesões no caule também podem aparecer na área da coluna dos frutos, que caem prematuramente, ocorrendo, então o tombamento do topo da planta. Os frutos, 23 em maturação ou completamente maduros, podem apresentar manchas aquosas, por onde exsuda látex, seguindo-se o escurecimento dos tecidos. Com o progresso da doença, o tecido descorado endurece e se recobre de uma massa esbranquiçada de esporos, que confere ao fruto um aspecto mumificado. Esses frutos caem, deixando no solo grande número de esporos que são carregados pela água e pelo vento, contribuindo para a infecção de novas plantas sadias. Controle : No controle da podridão-do-pé, recomendam-se principalmente as medidas de escape, exclusão e erradicação da doença: - evitar o plantio em solos excessivamente argiloso,com má drenagem e em regiões com alta pluviosidade. O plantio em camalhões reduz a incidência da doença; - cultivar o mamoeiro em solo onde o patógeno não foi encontrado; - efetuar a rotação de culturas preferencialmente com gramíneas; - utilizar solo esterelizado para semeadura; - utilizar sementes sadias e tratadas com fungicidas; - evitar ferimento nas plantas durante os tratos culturais; - remover as plantas e os frutos doentes do pomar. Quando as condições forem altamente favoráveis à doença, realizar pulverizações preventivas direcionadas á região do colo das plantas, bem como na coluna de frutos, com fungicidas à base de chlorothalonil ou metalaxil; e proceder à cirurgia no caule, retirando o tecido afetado e tratando o local com pasta cúprica (1 kg de sulfato de cobre + 2 kg de Cal + 10 litros de água).. Essa medida só é recomendada para lesões pequenas e superficiais. Em caso de ataque somente na região apical da planta que atinge os frutos, deve-se realizar pulverizações com fungicidas específicos para reduzir a perda nos frutos. 16.1.3- Antracnose Esta é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioiedes Penz., que pode atacar os frutos em qualquer estádio de desenvolvimento, porémocorre com maior intensidade nos frutos maduros. É considerada a principal doença dos frutos do mamoeiro no Havaí, no Brasil e em muitos outros países. Sua nocividade para a economia é muito grande, pois os frutos atacados pela antracnose tornam-se imprestáveis para a comercialização e o consumo. Ainda que frutos colhidos não apresentem sintomas da doença, ela se manifesta na fase de embalagem, transporte, amadurecimento e comercialização, causando grande percentagem de perdas. Epidemiologia O fungo sobrevive de um ano para outro nas lesões velhas da cultura, principalmente nas folhas. Frutos e folhas senescentes infectados, principalmente os pecíolos , tanto na planta como os que caem no solo são importante fontes de inóculos. Os ferimentos causados nos frutos, por insetos ou por via mecânica, favorecem a penetração do fungo. Sintomatologia Os frutos jovens, quando atacados, cessam o seu desenvolvimento, mumificam e caem. Com o aumento da precipitação e da umidade relativa, aparecem na casca dos frutos 24 pequenos pontos pretos, que aumentam de tamanho, formando manchas deprimidas, que podem medir até 5 cm de diâmetro. Em torno das manchas, forma-se um halo de tecido aquoso, com coloração diferente da parte central. Quando em grande quantidade, as manchas podem coalescer. Espalha-se, então, pela superfície do fruto, penetram e aprofundam-se na polpa, ocasionando a podridão-mole. A frutificação do fungo concentra- se na parte central da lesão, que toma um aspecto gelatinoso de coloração rósea. Medidas de controle O manejo da antracnose no campo deve começar pela escolha da área, levando-se em consideração o histórico (plantios velhos). Evitar excesso de umidade e as condições que favorecem o desenvolvimento da doença. Nos plantios onde houver uma fonte de inóculo muito grande, os frutos atacados devem ser retirados das plantas e enterrados, bem como as folhas senescentes. A colheita deve ser feita com os frutos ainda em estado verdoengo, e devem ser desinfetados os galpões de armazenamento e os vasilhames de transporte e embalagens. Recomenda-se evitar, ao máximo, ferimentos nos frutos durante a colheita, transporte e armazenamento. Apesar de os sintomas serem observados principalmente durante as fases de transporte e armazenamento, o controle da doença deve-se iniciar no campo, realizando-se pulverizações com fungicidas durante o período de frutificação, atingindo flores, frutos novos e, nos estádios mais desenvolvidos, combinando-os posteriormente com o tratamento pós-colheita. No tratamento pós-colheita deve-se fazer a limpeza dos frutos com água preferencialmente clorada, os pedúnculos devem ser retirados e os frutos embalados quando secos com a parte do pedúnculo para baixo. Após a limpeza, os frutos devem ser cuidadosamente imersos em tanque de água quente a 48 °C (+ 1°C) por 20 minutos, seguida imediatamente de outra imersão em água fria a 8°C (+ 1°C) por igual período. 16.1.4- Pinta – preta ou Varíola: A varíola é a doença mais comum do mamoeiro e ocorre tanto em pomares comerciais como em pomares domésticos. O agente etiológico é o fungo Asperisporium caricae (Speg) Maubl. Ainda que não ocasione sérios prejuízos como outras podridões, pelo fato de as manchas se limitarem à superfície dos frutos, o grande número de lesões causa mau aspecto e resulta em grande desvalorização comercial. Sintomatologia Doença que infectam folhas e frutos. Nas folhas, geralmente as mais velhas, aparecem, na página superior do limbo, pequenas manchas, mais ou menos circulares, de cor pardo-claro, circundadas por um halo amarelado. Já na face inferior, aparecem manchas de cor cinza-escuro a preto,no mesmo local da lesão. As manchas não atingem a polpa, mas prejudicam a qualidade e reduzem o valor comercial dos frutos. A ocorrência de varíola se dá com maior intensidade nos meses mais quentes e úmidos do ano. Medidas de controle Apesar de o fungo ser de fácil controlem com a utilização de fungicidas, é necessário que se apliquem os produtos na época certa. Como a doença aparece 25 inicialmente nas folhas mais velhas, deve-se monitorar o pomar localizando as lesões que aparecerem neste tipo de folha, as quais devem ser retiradas e destruídas no local, não devendo ser arrastadas pelo pomar, evitando-se a dispersão de esporos. As pulverizações, com os mesmos fungicidas recomendados para o controle da antracnose, devem começar quando a lesão inicial ainda tem coloração pardacenta. Realizando-se um efetivo controle das lesões nas folhas, não é necessário pulverizar os frutos. 16.1.5- Oídio O agente etiológico é Oidium caricae Noack. É uma doença que tem ocorrência generalizada, especialmente em viveiros muito sombreados e nos meses mais frios do ano. Geralmente, a planta pode superar essa doença; entretanto, o ataque muito intenso pode causar danos nas folhas, nos frutos e em toda a planta. Sintomatologia Infecta, principalmente, folhas mais velhas. Observa-se na face superior do limbo, leve descoloração de contornos irregulares (manchas amareladas e tecido verde-pálido), enquanto na inferior aparece uma massa pulverulenta , de cor esbranquiçada. Nas condições das regiões Norte Litorânea do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia, a ocorrência de oídio verifica-se nos meses secos e frios do ano, notadamente de maio a setembro Medidas de Controle: Somente em casos de alta incidência, recomenda-se a aplicação de produtos químicos, principalmente à base de enxofre, tendo-se o cuidado de aplicá-los com temperaturas abaixo de 21oC, senão pode ocorrer queima nos frutos. 16.2- DOENÇAS VIRÓTICAS 16.2.1-Mancha Anelar do Mamoeiro ou Vírus do Mosaico do Mamoeiro: No Brasil esta virose é conhecida como o mosaico do mamoeiro, sendo causada pelo vírus da mancha anelar do mamoeiro (papaya ringspot virus, PRSV). O mosaico ocorre em todas as regiões nas quais o mamoeiro é cultivado. O PRSV infecta curcubitáceas (abóbora, melancia, pepino), chenopodiáceas e mamoeiro. O vírus é transmitido de um mamoeiro a outro por várias espécies de pulgões (afídeos) e não passa pelas sementes de plantas infectadas. O PRSV produz o amarelecimento das folhas mais novas do terço superior da copa, clareamento das nervuras e também mosaico intenso nas folhas (com áreas amareladas e outras esverdeadas). As folhas podem ficar deformadas, e, muitas vezes, a lâmina foliar praticamente desaparece, ficando reduzida à nervura central (fio-de-sapato). Nos frutos aparecem manchas redondas que formam anéis. O pecíolo foliar apresenta estrias oleosas ou de aparência aquosa, estendendo-se até o caule. Os sintomas foliares podem ser confundidos com os causados pelo ataque de ácaros. Dependendo da estirpe de vírus presente, pode ocorrer a morte das plantas infectadas. Plantas de todas as idades são suscetíveis ao vírus, sendo que os sintomas aparecem cerca de três semanas após a infecção. As perdas de produção são variáveis, alcançando até 72%. O mosaico também provoca perdas qualitativas, por reduzir o grau Brix dos frutos produzidos em plantas 26 infectadas e por depreciar o seu valor comercial, uma vez que eles apresentam anéis necróticos na casca. Medidas de controle O controle de viroses é feito de modo preventivo, uma vez que não há forma barata e simples de curar uma planta infectada com um vírus. No caso das viroses do mamoeiro, recomenda-se uma série de medidas, como: Utilizar mudas sadias na implantação do pomar; Estabelecer os viveiros distantes de plantios de mamoeiros e instalar pomares novos distantes de outros que apresentem a doença; Treinar pessoal para reconhecimento das plantas com sintomas de viroses, no início da ocorrência. Duas vezes por semana, vistoriar o plantio, eliminando as plantas com sintomas de viroses. Para que a erradicação de plantas doentes dê bons resultados, é necessário que todos os produtores da região façam este tipo de controle; Manter o pomar limpo de mato, eliminando assim abrigos para a formação de colônias de insetos vetores; Mergulhar, periodicamente, em desinfetante ou hipoclorito de sódio, os instrumentos de corte utilizados nos tratos culturais e colheita; Destruir plantações velhas de mamoeiros, assim como plantas isoladas; Antes de instalar o viveiro, eliminar das imediações hortaliças (abóbora, pepino, melancia e solanáceas), que permitem a criação e o abrigo de insetos; Evitar o plantio das fileiras no mesmo sentido da ação do vento predominante, o que pode favorecer a disseminação dos afídeos dentro do pomar e nos pomares próximos; No caso do mosaico, algumas medidas adicionais têm dado bons resultados, como a produção das mudas ou até o cultivo de mamoeiro em telados a prova de insetos. Plantar em volta e entre as plantas do mamoeiro espécies não hospedeiras do vírus, como milho e Hibiscus; 16.2.2- Meleira Os sintomas da meleira caracterizam-se pela exsudação de látex mais fluido dos frutos afetados. O látex exsudado escurece devido à oxidação, dando um aspecto melado ao fruto do qual deriva o nome da doença Os frutos afetados também podem apresentar manchas claras na casca e na polpa. Sintomas da doença podem aparecer ainda em folhas de plantas jovens, antes da frutificação. Neste caso, as margens das folhas tornam-se necróticas, após a exsudação de látex . Controle: - realizar inspeções semanais nos pomares e eliminar as plantas doentes, logo que os primeiros sintomas de meleira sejam detectados; - instalar viveiros e pomares novos o mais distante possível de outros pomares, principalmente com histórico da doença; - não retirar sementes de plantas infectadas; - desinfectar todo o material a ser utilizado no processo de desbrota, desbaste de frutos e colheita; - procurar reduzir ao máximo os ferimentos nas plantas, durante a realização de tratos culturais; 27 - manejar a vegetação sob as plantas, mantendo as linhas no limpo e roçando nas entrelinhas, procurando, na faixa, diminuir a variabilidade de espécies de plantas daninhas; - eliminar as lavouras (doentes ou sadias) no final do ciclo econômico de produção para eliminação da fonte de inoculo. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, pela Portaria N° 134, de 17 de novembro de 1997, art. 1° e 2°, determina que as propriedades do Estado do Espírito Santo onde, por diagnóstico oficial, fique comprovada a presença da meleira do mamoeiro serão declaradas interditadas, pelo Ministério da Agricultura; e que os focos da referida doença, tão logo seja lavrado o Auto de Interdição, serão, imediatamente, eliminados com a erradicação das plantas infectadas. 16.3- VIRA CABEÇA O vira-cabeça ou necrose apical do mamoeiro é uma doença que vem ocorrendo no Sul da Bahia e Norte do ES. Recentemente teve a sua etiologia esclarecida como causada por um fitoplasma. Sintomas: Clorose nas folhas (uma ou mais folhas jovens, evoluindo para necrose apical e curvatura do ápice do caule. Todas as folhas do ápice do caule ficam cloróticas, e acabam por secar e cair. As plantas podem ficar sem folhas, com extensa necrose apical e morrem. Controle: Roguing das plantas com sintoma inicial; Em estádio mais avançados corte da planta. 17. PROBLEMAS ABIÓTICOS: 17.1- Sarda ou Mancha Fisiológica dos Frutos Evidências experimentais apontam para um distúrbio fisiológico. A temperatura, associada ao déficit hídrico, a radiação solar e o estado fisiológico da planta parecem influenciar a incidência e intensidade das manchas. Os sintomas são pequenas manchas superficiais, com aparência de sardas acinzentadas ou amarronzadas, na casca dos frutos, variando na forma e no número nos frutos. São observados apenas nos frutos com mais de 40 dias de idade e intensificando-se na fase final de desenvolvimento dos frutos, principalmente próximo ao ponto de colheita. Recomenda-se fazer o manejo correto da irrigação, 28 evitando que as plantas sofram estresse hídrico, bem como a fertilização equilibrada, com o balanço adequado dos nutrientes, no sentido de reduzir as alterações na fisiologia da planta. 17.2- Encaroçamento ou Deformação dos Frutos É uma desordem fisiológica comum em todas as regiões produtoras de mamão, associada com a deficiência de boro, considerado entre os micronutrientes o mais limitante para a cultura do mamoeiro. A falta desse elemento induz a planta a produzir frutos com aparência encaroçada. 18. PRAGAS: A cultura do mamoeiro é atacada por um significativo número de insetos e ácaros, sendo a maioria, em condições normais, de importância secundária. Dentre as espécies de ocorrência mais freqüente e de maior importância para o mamoeiro, destacam-se os ácaros, a cigarrinha verde, a mosca-das-frutas e o mandarová. 18.1- Ácaro rajado - e Ácaro vermelho - - Vivem nas folhas geralmente na parte inferior do limbo, onde tecem teias e depositam seus ovos; - Ao alimentarem-se provocam amarelecimento da parte superior do limbo seguido de necrose e perfuração; - Podem provocar a desfolha, expondo os frutos a ação direta dos raios solares, prejudicando na qualidade; - Ocorrência verifica nos meses mais secos do ano, normalmente de maio a setembro e na ocorrência de veranico, na estação mais quente do ano; - O seu controle é realizado eliminando-se as folhas velhas e aplicar acaricida sempre direcionando os jatos para superfície inferior da folha. 18.2- Àcaro branco – - Ocorre no ponteiro da planta; - Folhas recém-emergidas apresentam-se com o limbo mal formado e reduzido, com pecíolo curto; - À medida que as folhas mais velhas vão caindo, o mamoeiro fica sem o capitel de folhas,motivo pelo qual essa praga é conhecida como “ácaro da queda do chapéu do mamoeiro”; - Reduz porte da planta e o número de flores, conseqüentemente a produção; - Deprecia o valor comercial dos frutos devido à exposição dos mesmos à insolação em decorrência da queda das folhas do ponteiro das plantas; - Pode causar a morte das plantas; - Ataque se dá com maior intensidade nos períodos mais úmidos e quentes, que nas condições do Espírito Santo, ocorrem nos meses de outubro e março. 18.3 Cigarrinha verde - - Tanto as formas jovens como as adultas sugam a seiva das folhas, normalmente na página inferior do limbo que apresentam manchas amareladas; 29 - As folhas intensamente atacadas tornam-se encarquilhadas, as margens amarelecidas com posterior secamento e caem prematuramente. 18.4- Cochonilhas – - Formam inicialmente colônias na região dos entrenós do caule, onde sugam a seiva da planta - Os frutos quando intensamente atacados apresentam a sua casca com inúmeras manchas de coloração variando de verde claro a marrom, o que deprecia totalmente sua qualidade comercial; - A secreção oriunda de sua alimentação no tronco, nas folhas e nos frutos do mamoeiro, serve de substrato para o desenvolvimento da “fumagina”, que diminuem a fotossíntese da planta e reduzem o valor comercial dos frutos. - Quando observada a presença de cochonilhas deve-se raspar o caule, para deixá-la exposta e, então pulveriza-la com óleos emulsionáveis a 0,1 % - 0,2%. 20.5 Mosca-das frutas- Ceratitis capitata e Anastrepha fraterculus - É considerada parga secundária,graças a presença no látex do fruto, do benzilisotiocianato (BITC) - composto químico responsável pela resistência do fruto a essa praga; - Maiores problemas com esta praga são observados em pomares que apresentam frutas em estágios avançados de maturação; - O BITC é ovicida, repelente de insetos e sua concentração no fruto verde é alta, decrescendo à medida que eles amadurecem; - O dano é causado pelas larvas da mosca que se alimentam da polpa do mamão, tornando-a flácida na região atacada; - Recomenda-se a colheita dos frutos no início da maturação, evitando-se a presença de frutos maduros e de frutos refugados no interior do pomar. - System approach: Integra as práticas de pré e pós-colheita empregadas na produção, colheita, empacotamento e transporte dos frutos que promove, em cada passo, a garantia de que o produtos está livre da praga em questão, de modo a atingir a segurança quarentenária exigida pelos países importadores. Premissas que embasaram a realização do projeto de pesquisa foram: • Frutos do mamão do grupo solo são considerados hospedeiros secundários de mosca-das-frutas. • O fruto verde contém naturalmente em sua casca alta concentração do composto químico benzil-isotiocianato (BITC), que tem ação ovicida e de inibição à oviposição e cuja concentração decresce à medida que o fruto amadurece. • A colheita é feita com os frutos em estágio bem verdes, já que a fruta é climatérica. • Os produtores da região norte do ES não aplicam qualquer inseticida contra a mosca-das-frutas, pois elas não se constituem absolutamente em praga desta cultura. • A densidade de mosca-das-frutas da espécies C. capitata e A. fraterculus na região é baixa. • 30 A aplicação do System Approach na área de produção de mamão no Norte do ES consiste, principalmente, em: • Monitorar e controlar a praga toda vez que a densidade populacional atingir sete indivíduos de C. capitata ou A. fraterculus/semana e • Suspender a colheita quando a densidade exceder a 14 moscas, só a restabelecendo quando estiver abaixo de sete indivíduos/armadilha/semana. • Instalar as armadilhas à razão de uma por hecatre, sendo 50% do tipo McPhail com proteína hidrolizada e 50% do tipo Jackson com isca de trimedlure; • Colher os frutos antes que ¼ da superfície da casca esteja amarelecido (estágio 2). • Manter as plantas do campo de produção livres de frutos com maturação do estágio 3. • Manter o campo de produção em boas condições de sanidade e livre de plantas com viroses, que deverão ser imediatamente erradicadas no início do aparecimento do sintoma; • Retirar da lavoura e destruir frutos refugados e caídos no solo; • Levar imediatamente os frutos colhidos para uma casa de embalagem (packing house), totalmente protegida contra a entrada de mosca-das-frutas e outros insetos. • Tratar os frutos com água quente a 49 +- 1 ºC por 20 minutos; e • Transportar os frutos em pallets telados e lacrados ou contêineres lacrados, que só serão abertos no destino final. 20.6- Coleobroca – - Também conhecida como broca-do-mamoeiro. Os adultos são pequenos besouros de hábito noturno de aproximadamente 10 mm de comprimento. À noite perfuram a casca do tronco do mamoeiro. As larvas fazem galerias no caule e tecem casulos com fibras da própria casca. Dos locais das perfurações escorre uma exsudação escura que identifica a planta atacada. - Ao se observar sua presença nas plantas, as larvas devem ser destruídas e ,em seguida, recomenda-se a aplicação de inseticidas que tenham ação de contato ou profundidade, pincelando ou pulverizando o caule, desde a superfície do solo até à inserção das folhas mais velhas. - Plantas com alta infestação e plantios velhos e, ou abandonados, onde a broca está presente, devem ser arrancados e queimados. 20-7- Mandarová – - Importante praga das culturas da mandioca e seringueira, pode, ocasionalmente, atacar a cultura do mamoeiro; - O adulto é uma mariposa de hábito noturno atraída pela luz; - Os ovos são colocados isoladamente nas folhas; - Os danos no mamoeiro são causados pelas lagartas, que se alimentam, das folhas e brotações novas e, depois, do limbo das folhas mais velhas. Em infestações intensas, podem causar o desfolhamento do mamoeiro, atrasando seu desenvolvimento e expondo os frutos à insolação direta. - Para seu controle, recomenda-se o inseticida biológico, à base de Bacillus thurigiensis, que deve ser aplicado quando as lagartas encontram-se nos primeiros instares, pois nessa fase o produto é mais eficiente 31 - A catação manual só é recomendada em focos isolados, e o controle químico só deve ser uti8lizado quando a infestação for intensa e generalizada no pomar. 20.8- Formigas Cortadeira – ( saúva-limão ) e (formiga-quenquém): - A saúva-limão é facilmente identificada, por exalar um cheiro forte de limão, quando esmagada, e difere da formiga-quenquém por ser maior. Os formigueiros das quenquéns são pequenos e, geralmente, constituídos de uma só panela, ao contrário das saúvas, que são compostos de várias panelas interligadas por canais. - Verifica-se no viveiro, durante a formação de mudas e na fase inicial da cultura; - O controle deve ser efetuado anteriormente ao plantio; - A utilização de formicidas granulados, em porta-iscas, tem apresentado bom resultado de controle, com a vantagem de ser de baixo custo; - Para maior eficiência no controle, a isca deve ser aplicada ao entardecer ou à noite, ao lado do carreiro, próximo aos olheiros ativos. Devem ser evitados o contato manual com isca e aplicações em dias e locais úmidos. 19. FITOTOXICIDADE O controle de pragas no mamoeiro deve ser enfocado sobre dois aspectos principais. O primeiro refere-se à necessidade de maior número de registro de produtos para a cultura, e o segundo à extrema sensibilidade que o mamoeiro apresenta aos agrotóxicos. O mamoeiro é muito sensível a fitotoxidez dos produtos utilizados no controle químico de pragas e doenças. Deve-se evitar, portanto, a aplicação de produtos sem o conhecimento prévio da sua ação sobre a cultura do mamoeiro, a fim de evitar problemas com fitotoxicidade. 20. COLHEITA E PÓS-COLHEITA: - Inicia-se oito a nove meses após o transplantio das mudas; - Colhe-se semanalmente, de um a três frutos por planta, até 36 meses. - No Espírito Santo considera-se a ocorrência de duas épocas distintas de colheita: colheita de verão (entre setembro e abril) e colheita de inverno (entre maio a agosto). 20.1- Ponto de Colheita: - Indicado pela mudança de coloração da casca da fruta; - A decisão do ponto de colheita irá depender da distância do mercado consumidor, do tipo de mercado (interno ou de exportação); - No norte do Espírito Santo tem-se colhido frutos de mamoeiro do grupo Solo, nos seguintes estágios; 32 a) Estágio 0 (zero) – é o primeiro estágio de maturação e ocorre imediatamente após o ponto de maturação fisiológica. A casca passa de coloração verde a verde-clara, sem qualquer presença de estrias amarelas na base do fruto. Atualmente está em desuso este estágio, porque é muito difícil de ser detectado em nível de campo e sua utilização quase sempre proporciona a colheita de frutos verdes e imaturos, causando problemas na comercialização. b) Estágio 1 (um) ou Estágio de Uma Pinta – a casca apresenta uma coloração verde mais clara com uma estria amarelada quase imperceptível. Internamente a polpa apresenta uma leve coloração branca amarelada, próxima à casca, e amarela pálida próxima à cavidade ovariana. Atualmente é o estágio mais usado na colheita de frutos destinados à exportação via marítima ou mesmo para o
Compartilhar