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Resenha - A Revolução dos bichos

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A Revolução dos Bichos
ORWELL, George. Tradução de Heitor Aquino Ferreira. A Revolução dos Bichos. São Paulo - SP: Companhia das Letras, 2007.
Autora: Isabel Cristina Goulart dos Santos
Palavras-chave: revolução russa, comunismo, socialismo.
A história se passa em uma fazenda na Inglaterra, onde os animais trabalham demais e recebem pouquíssimo, sonham com uma revolução e uma sociedade em que todos os animais sejam iguais, livres dos humanos. A revolução acontece e o ideal de igualdade acaba perdendo-se, em determinada parte do livro um dos animais profere a frase: "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros." O livro A Revolução dos Bichos foi publicado em 1945 e trata-se da versão de George Orwell acerca do que acontecia na revolução russa, nesta história, como na vida real, o idealismo deu lugar a estratificação social: alguns dos animais oprimidos transformam-se em animais opressores. E essa "igualdade" acaba sendo dividida entre a classe dominante e pensante (como gostam de acreditar) e a classe trabalhadora. Os animais são levados a acreditar que a situação atual é muito melhor do que a anterior à revolução. Na verdade, o que aconteceu foi que os animais passaram a trabalhar mais e a receber muito menos. Cada animal possui uma característica das personalidades políticas da época: o Napoleão opressor, assume controle e utiliza forças militares (cães agressivos) para consolidar seu poder - visualizamos aqui a figura de Josef Stalin. - O porco Bola de Neve uma criatura simpática, utilizando de persuasão ganha a confiança dos animais, mas não era forte o suficiente para superar Napoleão, reconhecemos aqui Leon Trótski. Os cavalos, são os trabalhadores que notam algo acontecendo, mas confiam no discernimento dos porcos, assim como as ovelhas que seguem cegamente as ordens impostas. Além disso há um corvo, uma figura religiosa dentro da história, contando que o céu está cheio de torrões de açúcar, ele usa a religião para pacificar a classe trabalhadora. O tema principal do livro é a tendência da sociedade em dividir-se entre classe alta e baixa: assim que a revolução acontece e eles se veem livres da classe alta e dominante (os humanos) já não possuem mais um inimigo em comum, o que é uma questão de tempo até que se dividam, novamente em classes. O segundo tema é o uso de um inimigo para manipular o povo: Napoleão faz com que Bola de Neve, seja visto como um vilão, (atitude muito comum até hoje entre os políticos durante eleições). Além disso, há diversos poemas e hinos: essas músicas e repetições impedem que os trabalhadores pensem por si mesmo e os mantêm distraídos e sob poder - como é o caso da máxima repetida diversas vezes na história: “quatro patas bom, duas pernas ruim”. – E por fim, a própria fazenda simboliza a Rússia no que diz respeito ao comunismo instaurado na época. De forma mais ampla, podemos considerar a fazenda como qualquer sociedade em que há uma classe dominante e outra dominada, representa também como uma sociedade pode ter um início repleto de boas intenções: harmonia e igualdade entre todos e eventualmente esses ideais se perdem diante de um controle absoluto e do poder abusivo.
Isabel Cristina Goulart dos Santos, graduanda em Administração de Empresas pelo Instituto de Ensino Superior Santo Antônio – INESA.

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