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Proteína solúvel e proteína degradável no rúmen

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29/6/2014 Proteína solúvel e proteína degradável no rúmen - Radar Técnico - Nutrição - MilkPoint
http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/nutricao/proteina-soluvel-e-proteina-degradavel-no-rumen-15940n.aspx 1/2
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Proteína solúvel e proteína degradável no
rúmen
 
O balanceamento protéico em ruminantes deve considerar a disponibilidade de
nitrogênio para os microorganismos do rúmen. A proporção da proteína bruta dietética
que é degradável no rúmen depende da fonte de proteína utilizada. Forrageiras com alto
conteúdo protéico e ensiladas, por exemplo, têm alta proporção da proteína em forma
degradável enquanto farinhas de origem animal são consideradas fontes de proteína
não-degradável. Fontes de proteína não-degradável fornecem aminoácidos pós-
ruminalmente, dai o termo "bypass" ou proteína sobrepassante. 
A proteína metabolizável, aquela absorvida no intestino e cujos aminoácidos estão
disponíveis para o animal, é composta pela proteína microbiana sintetizada no rúmen,
pela proteína alimentar sobrepassante e por muito pouca proteína de origem endógena.
A proteína quantitativamente mais importante para o ruminante é a microbiana, também
de alto valor biológico. Quando a taxa de fermentação de carboidratos excede a taxa de
degradação da proteína pode ocorrer redução na produção de proteína microbiana.
Maximizar a síntese de proteína microbiana no rúmen requer equilíbrio entre a energia
oriunda de carboidratos e o nitrogênio disponível para os microorganismos, dai a
importância de conhecer a degradabilidade da proteína nos alimentos. 
A meta em nutrição é fornecer quantidades adequadas de proteína degradável no
rúmen para eficiência ótima dos microorganismos e, ao mesmo tempo, obter a
produtividade animal desejada com a mínima quantidade de proteína bruta dietética. A
resposta produtiva à suplementação protéica pode ocorrer por melhoria no perfil de
aminoácidos da proteína metabolizável ou reduzindo o excesso de nitrogênio da dieta. 
Quando a taxa de degradação da proteína excede a taxa de fermentação de
carboidratos ocorre perda de nitrogênio como amônia. Maior absorção de amônia do
rúmen aumenta o custo energético de excreção metabólica do excesso de nitrogênio,
potencialmente capaz de aumentar a magnitude do balanço energético negativo no
início da lactação. Excesso de N-uréico no sangue também pode ter efeito tóxico sobre
o espermatozóide, o óvulo ou os embriões, além de reduzir o pH uterino, a produção de
prostaglandina e a concentração plasmática de progesterona (Butler. J. Dairy Sci. 81:
2433, 1998). Excesso de nitrogênio degradável no rúmen pode afetar negativamente a
eficiência reprodutiva de vacas leiteiras. 
A mensuração laboratorial da degradabilidade protéica nos alimentos tem utilidade
prática. Esta seria uma alternativa ao uso de valores de degradabilidade tabulados em
listas de composição de alimentos, a metodologia corriqueira. Uma alternativa para a
obtenção do valor de degradabilidade em alimentos protéicos de uso prático seria a
mensuração da solubilidade da proteína em algum solvente. O solvente mais
comumente utilizado tem sido o tampão borato-fosfato, popular porque é utilizado para
determinar as frações protéicas A e B1 no modelo nutricional de Cornell (Sniffen et al. J.
Anim. Sci. 70: 3562, 1992). 
Alguns nutricionistas têm sido atraídos pela tentativa de utilização de valores de
solubilidade protéica para estimar a degradabilidade da proteína no rúmen. Entretando,
as limitações desta prática precisam ser compreendidas, solubilidade não é um
estimador perfeito de degradabilidade. A correlação entre solubilidade e degradação
ruminal in vivo da proteína foi de apenas 0,26 para 34 dietas contendo várias fontes de
nitrogênio (Stern & Satter. J. Anim. Sci. 58: 714, 1984). Toda proteína solúvel não é
igualmente susceptível à degradação por enzimas ruminais. Solubilidade também não é
pré-requisito para degradação, existe proteína insolúvel que é degradada no rúmen. A
proteína solúvel também pode ter maior taxa de passagem pelo rúmen que a proteína
insolúvel e, portanto, pode deixar o rúmen intacta. Isto ocorre pela maior possibilidade
de associação da proteína solúvel à fase fluída da digesta ruminal. 
Apesar das imperfeições da técnica de solubilidade, esta pode ter valor para avaliar
diferentes partidas de um mesmo alimento. Entretanto, os modelos nutricionais
vigentes adotaram a degradabilidade como critério para formulação de dietas. Não
existem diretrizes seguras para recomendar valores dietéticos de solubilidade protéica
compatíveis com o desempenho ótimo de vacas leiteiras.

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