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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Contratos Administrativos: ajuste celebrado pela Administração Pública e pessoas físicas e jurídicas, sob o regime exclusivo do Direito Público, para atingirem-se objetivos de interesse público.
Contratos da administração: são os ajustes que a Administração Pública toma parte, tendo como contraparte pessoas físicas ou jurídicas, com objetivos de interesse público, em que é observada a convivência harmoniosa de regimes jurídicos, ou seja, do Direito Privado e do Direito Público.
Características:
1. Presença da Administração Pública em um dos pólos do ajuste.
– presença dos particulares: art. 2° § único da Lei 8.666/93;
– órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública em peculiares situações, estabelecendo relação jurídica intra-administração: art. 24, VIII e XVI, da Lei 8.666/93;
– órgãos e entidades que pertençam à Administração Pública: art. 1°, § único da Lei 8.666/93.
2. Interesse público
O contrato administrativo tem o propósito de buscar atingir o interesse público. A outorga de concessões ou permissões, a contratação de obras e serviços, a aquisição de produtos, etc. têm sempre que atender ao interesse público.
3. Condições precedentes:
3.1 – Licitação – A CF/88 é expressa no sentido de exigir a realização de licitação antes de celebrado o contrato. Ver: artigos: 37 XXI (art. 54, § 1° da Lei 8.666/93); art. 173, § 1°, III CF/88; art. 175 CF/88 dentre outros.
3.2 – Recursos orçamentários – A CF/88 veda o inicio de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual, assim como coíbe a realização de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais – art. 167.
3.3 – Forma prescrita em lei – O ajuste que envolva a Administração Pública poderá ser formalizado por contrato, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço (art. 62 da Lei 8.666/93), admitindo-se, ainda, o contrato oral nas pequenas compras de pronto pagamento (art. 60, § único da Lei 8.666/93).
3.4 – Cláusulas exorbitantes – a doutrina designa cláusulas exorbitantes as condições contratuais que não seriam comuns ou, mesmo, licitas, se lançadas num contrato celebrado entre particulares, sob um regime jurídico privado, proibidas inclusive pelo Código de Defesa do Consumidor. Mas no contrato administrativo, em razão da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, elas são obrigatórias. Podemos listar como exemplo de cláusulas exorbitantes: 
a - garantia poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, cabendo ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária. (art. 56, §§ 1°, 2° e 5° da Lei 8.666/93).
b – alteração unilateral é uma prerrogativa da Administração Pública de realizar, de maneira unilateral, para melhor adequação às finalidades de interesse público, determinadas modificações com repercussões no contrato, observando que as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. (Art. 58, I, §§ 1°, 2° da Lei 8.666/93 – art. 65, I, b, da Lei 8.666/93). 
c - extinção unilateral (arts. 58, I e 79, da Lei 8.666/93)
d – fiscalização (arts. 58, III – 67 – 70 e 78(CONSTITUEM MOTIVOS PARA RESCISÃO), VII, da Lei 8.666/93)
e – imposição de sanções nos contratos administrativos é uma prerrogativa da Administração Pública, sanções estas motivadas pela inexecução parcial ou total do ajuste, nas seguintes modalidades: advertência, multa, suspensão temporária do direito de participação e contratação e declaração de inidoneidade. (ver arts. 58, IV, - 87, I a IV, e § 3° - 88 – 109, I, f – e III, da Lei 8.666/93).
f – Anulação que deverá ser decretada, pela Administração Pública, caso o contrato tenha sido celebrado com vício jurídico, consequentemente, desconforme à lei. Trata-se, portanto, de dever do Poder Público de diante de ato praticado em desconformidade com o ordenamento jurídico, realizar a extinção da relação jurídica comprometida. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele, originariamente, deveria produzir, alem de desconstituir os efeitos já produzidos. A nulidade não exonera a Administração Pública de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa (art. 59 § ÚNICO da Lei 8.666/93).
Lembramos que a Súmula n° 473 do Supremo Tribunal Federal é enfática: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
4 - Duração: Em razão do interesse público, os contratos administrativos não possuem prazo indeterminado. Como princípio, devem viger pelo tempo necessário à boa execução do seu objeto. (Art. 57, § 3° da Lei 8.666/93) 
Excetuam-se da regra de que a duração dos Contratos ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, as seguintes situações (art. 57, I, II e IV, e § 4° da Lei 8.666/93).
Os prazos de início de etapas da execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidos as demais cláusulas do contrato e assegurada à manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorram motivos que justifiquem e que estejam previstos em lei. (Art. 57, § 1°, I a VI da Lei 8.666/93).
5 - Equilíbrio econômico-financeiro:
Quando o interesse público exigir a alteração de um projeto ou dos processos técnicos de sua execução, com o aumento de encargos ajustados – ou pela superveniência de fatos novos, é obrigatória a recomposição de preços para garantir a execução do contrato. Esta revisão busca a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro, principal direito do contratado (art. 58, §§ 1° e 2°, art. 65 § 6° II, d, da Lei 8.666/93).
Sempre que um fator externo, absolutamente imprevisível, torne a execução do contrato excessivamente onerosa para uma das partes e benéfica para outra, o contrato administrativo deverá ser revisto, objetivando-se a recomposição do equilíbrio entre os direitos e obrigações assumidas. A aplicação da teoria da imprevisão não representa qualquer ofensa à cláusula pacta sunt servanda, que impõe que os contratos devem ser cumpridos. A obrigação de cumprimento do contrato pressupõe a manutenção das mesmas condições presentes quando do momento da celebração do ajuste. 
Outras situações que podem agravar os encargos assumidos pelo contratado no contrato administrativo são:
fato do príncipe: ocorre quando a Administração veicula normas gerais e abstratas, normas jurídicas dirigidas indistintamente a toda a sociedade, que acabam por impossibilitar ou dificultar a execução do contrato administrativo. O fato do príncipe encontra-s expressamente mencionado na “d” do inciso II do art. 65 da Lei n° 8.666/93. Ex.: elevação exagerada de alíquotas ou dificultação do processo de importação de produtos indispensáveis à execução do contrato celebrado.
fato da administração: consiste em um gravame imposto pelo Poder Público contratante especificamente relacionado com o contrato celebrado. Hely Lopes Meirelles o conceitua como “toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou impede sua execução. Esse fato se equipara à força maior e produz os mesmos efeitos excludentes da responsabilidade do particular pela inexecução do ajuste, ensejando, ainda, as indenizações correspondentes” (Licitação e contrato administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p.225.) Ex.: não-desapropriação de terrenosobre o qual fora contratada a realização de uma obra – (terreno do Marista para construção da alça sobre a terceira ponte).
Atenção: Fato do príncipe e fato da administração diferenciam-se da teoria da imprevisão em razão desta advir de um fator externo, alheio e independente da vontade das partes contratantes, ao passo que as duas primeiras figuras (fato do príncipe e fato da administração) resultam de comportamentos emanados por uma das partes contratantes, ou seja, a Administração Pública. 
6 - Contratos em espécie:
Convênios: é uma forma de ajuste, por meio da qual o Poder Público passa, em regime de colaboração, a trabalhar com entidades públicas ou privadas, para o fim de atingirem-se metas de interesse comum. (arts. 199, § 1° e 241 CF/88).
Consórcios: assim como aplicável aos convênios, a CF/88 franqueia a possibilidade da União, Estados, Distrito Federal e Municípios disciplinarem, por meio de lei, os consórcios públicos de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência, total ou parcial, de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (art. 241 CF/88). A Lei n° 11.107/2005 estabelece as normas gerais de contratação de consórcios públicos, as quais devem ser obedecidas pelas leis das partes políticas que deles venha a tomar parte. Ex.: consórcio intermunicipal de saúde.
Contrato de obra pública: segundo Diógenes Gasparini, consiste no “ajuste levado a efeito pela Administração Pública com um particular, que tem por objeto a construção, a reforma ou a ampliação de certa obra pública. Construção é a conjugação de materiais e atividades empregados na execução de um projeto de engenharia. Reforma é a obra de melhoramento da construção, sem ampliar sua área. Ampliação é a obra que tem por objeto aumentar a área de construção. De outro lado, a obra pública pode destinar-se ao serviço público (edifícios públicos) ou à população (ruas, calçamento, praças, pontes, portos, aeroportos, represas, usinas, etc.)” GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2001.p.575.
Contrato de serviço: consiste no ajuste celebrado entre a Administração Pública e um contratado, e que tem por finalidade a realização de certo serviço. Esses serviços podem ser: comum, técnico-profissional e técnico-profissional especializado. Serviço comum é aquele que não exige, de seu executor, qualquer habilitação especial. Serviço técnico-profissional é aquele que necessita de profissional habilitado para a sua execução, qualquer que seja o nível de formação exigida, como por exemplo, os eletricistas, os advogados, os engenheiros. Serviço técnico-profissional especializado é aquele que exige do executor notória especialização. É o caso, por exemplo, da contratação de um arquiteto renomado, ou de um jurista consagrado para realizar uma sustentação oral.
Contrato de fornecimento: é o contrato administrativo pelo qual a Administração adquire bens móveis e semoventes necessários à execução de obras ou serviços. 
Contrato de concessão de serviço público: é o ajuste pelo qual a Administração Pública transfere para um particular a responsabilidade pela prestação de serviços públicos. Lei 8.987/95 – regula as concessões e permissões de serviços públicos. (será objeto de estudo específico)
Contrato de gestão: segundo Diógenes Gasparini, “é o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgãos e entidades da Administração direta, indireta e entidades privadas qualificadas como organizações sociais, para lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para lhes prestar variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho na consecução de seus objetivos” (Direito Administrativo. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2001.p.582).
O contrato de gestão ficara sujeito ao controle periódico dos resultados nele avençados por parte da Administração, sendo que, caso tenha sido firmado com entidades de Direito Privado qualificadas como “organizações sociais” (*), o descumprimento das metas acarretará o descredenciamento da entidade. A doutrina majoritária entende que na verdade, não se trata de um contrato propriamente dito, porque não existem interesses contraditórios. Trata-se mais de um acordo operacional – acordo de Direito Público – pelo qual o órgão superior da Administração direta estabelece, em conjunto com os dirigentes da entidade contratada, o programa de trabalho, com a fixação de objetivos a alcançar, prazos de execução, critérios de avaliação de desempenho, limites para despesas, assim como o cronograma de liberação de recursos financeiro previstos, por parte do Poder Público envolvido. 
“Organizações sociais são associações civis ou fundações, constituídas e organizadas sob regime jurídico de Direito Privado que, sem possuírem fins lucrativos, estão voltadas ao desempenho de atividades de natureza pública, como as de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde, e poderão ser aproveitadas pelo Estado para o desenvolvimento de programas que visem à melhoria da prestação desses serviços” (MIRANDA, Henrique Savonitti. Licitações e contratos administrativos. 4.ed.Brasília: Senado Federal, 2007. p.207).

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