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Vida Adulto-Jovem e Homossexualidade

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Psicologia do desenvolvimento e ciclo vital
Adulto-jovem: características, comportamentos e angústias
Profª Mª Silvana Catellan
Introdução 
 O período que compreende a vida do adulto-jovem é cheio de escolhas, angústias da vida adulta e opções que vão continuar refletindo durante outras etapas de seu desenvolvimento. O desenvolvimento físico, nessa fase, chega a seu melhor e mais estável momento.
 A escolha profissional, a entrada no mercado de trabalho e/ou curso superior, a independência em relação aos pais, o início da maternidade/paternidade, as descobertas sexuais e de identidade (agora melhores exploradas devido à independência econômica e à saída do lar). Enfim, é mais um período crítico do desenvolvimento, porém no qual existe uma procura do indivíduo por uma certa estabilidade, tanto emocional quanto social e econômica. 
Características 
Período em que se conquista as estabilidades profissional, afetiva e dos valores éticos.
Identidade mais definida: passa a relacioná-la com a de outras pessoas ou a grupos de pessoas.¹
Fase de transição (segunda adolescência, adolescência superior): estruturas intelectuais e morais atingem o auge; diminuem as mudanças fisiológicas; há estabilização afetiva, ingresso na vida social plena, início do trabalho e/ou estudos superiores; é também frequente o início da vida matrimonial. A pessoa atinge o auto sustento social, psicológico e econômico.²
Período em que se começa a modelar seu projeto de vida, sua vocação. 
¹ CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia do Desenvolvimento, Brasil, 2007. Editora Ática.
² GRIFFA, Maria Cristina; MORENO, José Eduardo. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento, Brasil, 2001. Editora Paulinas.
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Estágios da juventude
 
Saída do lar (18 a 24 anos): passagem da vida pré-adulta para adulta. Maior independência dos pais, tanto econômica quanto psicológica.
Ingresso no mundo adulto (24 a 28 anos): está mais no mundo adulto do que no lar. Explora suas possibilidades de vida. Adquire maior autonomia. Constrói uma estrutura de vida estável.
Transição para a quarta década (28 a 33 anos): época de reafirmar os compromissos assumidos anteriormente, e assim se liberar de alguma forma dos afazeres diários para abrir-se a uma nova perspectiva de vida, com uma gama mais ampla de possibilidades.¹
¹ GRIFFA, Maria Cristina; MORENO, José Eduardo. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento, Brasil, 2001. Editora Paulinas.
Segundo Levinson, a meta do desenvolvimento adulto é a construção de uma estrutura de vida que se forma na juventude e na vida adulta jovem. ¹
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Vídeo: Psicólogo fala sobre o adulto-jovem
Análise do filme: Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida
Eu Não Faço a Menor Ideia do que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida é um filme de drama e comédia de 2013 do diretor Matheus Souza e é estrelado por Clarice Falcão e Rodrigo Pandolfo. 
Tema e análise
 O filme retrata a história da personagem Clara, vivida por Clarice Falcão, a qual passa por momentos de transição da adolescência para a vida adulta. Clara, que se encontra na faculdade de medicina, está indecisa sobre o que realmente quer fazer como profissão. A personagem se vê pressionada pela família e pela sociedade sobre essa escolha. A família, aliás, é composta por médicos, cada um especialista em uma área (psiquiatria, oftalmologia, pediatria, etc.), daí o impulso inicial de estar em uma faculdade de medicina. Clara encontra um bom amigo para essa sua jornada em busca da sua escolha profissional, enquanto começa a sentir os indícios da vida adulta. 
Clara faltava a todas as aulas da faculdade porque não sentia que era aquilo que queria para sua vida e, nos seus passeios, encontra um grande amigo que vai ajuda-la a direcionar seu tempo para essa busca vocacional.
A profissão
Clara vem de uma família de médicos e, assim, foi influenciada pelos parentes a ter essa escolha, mas, com esse impulso de liberdade que a nascente vida adulta trazia, Clara sentia-se incomodada em cursar algo que não acreditava que seria aquilo que ela gostava. Assim, a garota começa a testar várias outras profissões na sua rotina diária.
O tio pediatra
O avô neurologista
Vídeo: brincadeira na praia
O mais interessante, na cena, é esse conflito de gerações e a brincadeira infantil, essa última um comportamento incomum para recém-adultos. 
Análise do filme: O Diário de Bridget Jones
O Diário de Bridget Jones (Bridget Jones's Diary) é um filme britânico de 2001, do gênero comédia romântica, dirigido por Sharon Maguire e com roteiro escrito por Helen Fielding, baseado em livro de sua autoria.
Tema e análise
O Diário de Bridget Jones retrata a vida de uma mulher com os seus 30 anos, descontente pelos rumos tomados por sua vida. Ela está acima do peso, fuma, bebe demais e ama de menos. Para iniciar uma nova fase, Bridget anota todos os passos em um diário, ao mesmo tempo em que começa um relacionamento frustrante com o seu chefe, Daniel. 
Análise do filme: O Homem que Copiava
O Homem que Copiava é um filme brasileiro de 2003, do gênero drama e é o segundo longa-metragem dirigido pelo cineasta gaúcho Jorge Furtado.
Tema e análise
Envolve as necessidades da vida cotidiana, como alimentação, vestuário, alojamento, neste sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais.
O personagem principal tem vergonha da sua profissão.
Insatisfeito com o rumo que tinha dado em sua vida, o personagem cria o surgimento das notas falsas e suas falsas ilusões.
A paixão é o fator essencial que envolve a trama do filme.
Análise do filme: Marley & Eu
Marley & Eu é um filme estadunidense de comédia dramática dirigido por David Frankel e adaptado pela Twentieth Century Fox. Baseado em fatos reais, conta com roteiro de Scott Frank e Don Roos e é baseado no livro de memórias homônimo escrito por John Grogan.
Tema e análise
Marley & Eu é uma história verídica e emocionante. Um casal recém-casado, passando pelo começo de um aprendizado completamente diferente do costume, casamento, filhos. Dando inicio a vida adulta, John e Jenny passam por uma mudança de cidade, empregos novos, os dois são jornalistas.
Com uma casa boa e com um quarto a mais, Jenny já pensa em ter filhos, e essa ideia ainda está cedo para o John, que logo por um conselho de um amigo, compra um cachorro, um labrador.
Jenny fica gravida pela primeira vez com o apoio de John, a criança é ansiosamente esperada pelo casal, mas na nona semana de gestação Jenny perde o bebê. Marley estava ao lado dela compartilhando as tristezas.
Com o passar do tempo tudo se acalma e Jenny fica gravida novamente, eles têm um lindo menino.
Análise do filme: Efeito Borboleta
Efeito Borboleta é um filme estadunidense de ficção científica lançado em 2004, escrito e dirigido por Eric Bress e J. Mackye Gruber, estrelado por Ashton Kutcher e Amy Smart. 
Tema e análise
O filme "Efeito Borboleta" fala de um jovem que teve a infância muito conturbada. O personagem tinha um problema de esquecimento diante a muito estresse, então, ele tenta modificar o passado fazendo regressões e voltando fisicamente ao momento de determinada tragédia, porém, quando ele volta ao seu passado para melhorar o presente, o presente se altera totalmente causando uma nova tragédia inesperada. 
Esse filme mostra algumas passagens da vida de Evan, principalmente a transição da adolescência para a vida adulta, e nessa transição é onde as pessoas ficam mais independentes diante os pais, tem um projeto de vida, sabem sua vocação, vão para universidades e etc.
Heinz Remplein diz que na vida adulta jovem, em especial o sexo masculino sente imensa necessidade de expandir-se, desejando o êxito e a ascensão social¹: no filme, ocorre exatamente isso, Evan ao amadurecer abandona a cidade onde passou sua infância e começa a dividir quarto com um moço, e Evan passou a ser mais independente, sentiu essa necessidade de se libertar do passado e seguir a diante com carreira profissional,
cursando uma faculdade de psicologia.¹
¹GRIFFA, Maria Cristina; MORENO, José Eduardo. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento, Brasil, 2001. Editora Paulinas.
Paternidade e Maternidade
A paternidade e a maternidade, embora teoricamente características da idade, vem sendo cada vez mais algo que os casais buscam mais tarde e de forma mais planejada.
Características
Os homens tem a tendência de querer filhos mais que as mulheres.
Diminui a satisfação conjugal, dando lugar ao compartilhamento de tarefas.
A maternidade tem sido protelada em função da vida profissional e acadêmica.
Dificuldade no convívio da individualidade com a conjugalidade
Dificuldade de ser casal reside por encerrar, ao mesmo tempo, na sua dinâmica, duas individualidades e uma conjugalidade. 
São duas identidades individuais que, na relação amorosa, convivem com um desejo conjunto, uma história de vida conjugal. 
Para Durkheim o casamento serve como proteção contra a anomia do indivíduo, muito presente nesse período. 
A intimidade e o crescimento dessa interação só é adquirida de acordo com a segurança e valorização de si mesmo, de integração e de autonomia atingida. 
A dupla carreira no contexto jovem-adulto
A escolha de uma profissão é uma evolução no processo cognitivo; trabalhos complexos podem dar confiança aos jovens adultos.
Características
Riverin-Simard (1984) afirma que há três períodos durante a vida profissional: o primeiro é o de entrada e exploração no mundo do trabalho, onde o indivíduose dá conta da grande distância existente entre as aprendizagens escolares e as que são requeridas para a prática profissional (20-35 anos); o segundo período é caracterizado pelo processo reflexivo do indivíduo acerca do seu percurso profissional ajudando-o a definir o seu próprio caminho pessoal (35-50 anos); no terceiro período o adulto procura criar as condições para uma retirada proveitosa do mundo de trabalho. Ao longo desses três períodos, o adulto vai atravessando novas etapas que se alternam segundo um ciclo de questionamento e estabilização.¹
O estudo é uma chance de questionar e reformular conceitos, e o trabalho força o acadêmico a organizar seu tempo de maneira eficiente.
No relacionamento, há aspectos positivos, como a ascensão salarial e aspectos negativos, onde começa a rivalidade entre os casais e a culpa em relação ás necessidades dos filhos.
¹ Riverin-Simard (D.), 1984 Estágios de vida no trabalho, Montreal, StMartin
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Homossexualidade e Orientação Sexual
Eu tenho a firme convicção que os homossexuais não devem ser tratados como doentes, pois uma tal orientação não é uma doença. Isto nos obrigaria a qualificar como doentes um grande números de pensadores que admiramos justamente em razão de sua saúde mental [...]. Os homossexuais não são pessoas doentes (FREUD, 1903 apud MENAHEN, 2003, p. 14)
A homossexualidade não é, certamente, nenhuma vantagem, mas não é nada de que se tenha de envergonhar; nenhum vício, nenhuma degradação, não pode ser classificada como doença; nós a consideramos como uma variação da função sexual (FREUD apud JONES, 1979, p. 739).
Ativistas LGBT protestam contra a repressão política na Rússia, após a aprovação da lei contra a “Propaganda Homossexual”, que legaliza a opressão e agressão civil e policial contra LGBTs (2014)
Beijos entre pessoas do mesmo sexo na teledramaturgia brasileira: três cenas de beijos entre iguais em meio a muitas outras entre diferentes. Por que o amor entre dois comuns gera tanta revolta? (2014, 2014 e 2015)
Quebrando paradigmas: Korra e Asami, do cartoon Avatar: A Lenda de Korra foi o primeiro casal assumidamente lésbico em um desenho animado (2014)
Análise do artigo: a invenção da homossexualidade
 Ao sustentar a existência de uma “sexualidade natural” no ser humano, o imaginário judaico-cristão dominante no Ocidente cristalizou e isolou as expressões da sexualidade, como se tais manifestações possuíssem realidades concretas. O passo seguinte foi a criação de nomenclaturas para descrever, classificar e etiquetar as práticas sexuais. Foi também em referência à sexualidade natural que surgiu a noção de normal, que, como toda norma, é um construto teórico, logo, ideológico, tributário do imaginário sociocultural no qual ela emerge. A partir daí, toda forma de sexualidade que não se encaixe nesse imaginário é tida como desviante ou patológica.¹
¹ CECCARELLI, Paulo Roberto. "A invenção da homossexualidade”, 2000.
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A homossexualidade na obra freudiana
Nos textos de Freud, encontramos vários trabalhos teórico-clínicos, desde o Manuscrito H, endereçado a Fliess, até o Esboço de psicanálise, em que a homossexualidade é discutida. Os que merecem destaques são: Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905, e sobretudo as notas de rodapé acrescentadas em 1925 e 1920), Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância (1910), O caso de Schreber (1911) e Psicogênese de um caso de homossexualismo numa mulher (1920).
O que se depreende da leitura desses textos, embora algumas ambiguidades existam, é que a homossexualidade é uma posição libidinal, uma orientação sexual, tão legítima quanto a heterossexualidade. Freud sustenta essa posição partindo do complexo de Édipo, fundado sobre a bissexualidade original, como referência central a partir da qual a chamada “escolha de objeto” ou “solução”.¹ 
¹ CECCARELLI, Paulo Roberto. "A invenção da homossexualidade”, 2000.
Paulo Roberto Ceccarelli cita alguns dos textos de Freud acerta do tema em seu artigo.
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Introdução à definição de homossexualidade, transexualidade, orientação sexual, identidade de gênero, homofobia e transfobia
Homossexualidade: A homossexualidade refere-se à situação na qual o interesse e o desejo sexual dirige-se a pessoas do mesmo sexo. É uma das possibilidades verificadas de manifestação da sexualidade e afetividade humana.¹ O termo “homossexualismo” é considerado errôneo para a comunidade médica, pois o prefixo “ismo” remetia a uma condição de doença mental. A comunidade LGBT e o ativismo classificam o termo, até mesmo, como uma ofensa.
Transexualidade: Considera-se como transexual alguém que se identifica no sexo oposto.
Orientação sexual: A orientação sexual refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico de cada pessoa. Os especialistas e ativistas utilizam o termo “orientação” e não “opção”, já que nenhuma orientação sexual, nem a hétero nem a homo, são opcionais para o indivíduo.
Identidade de gênero: É a maneira como alguém se sente e se apresenta para si e para as demais pessoas como masculino ou feminino, ou ainda pode ser uma mescla, uma mistura de ambos, independentemente do sexo biológico (fêmea ou macho) ou da orientação sexual (orientação do desejo: homossexual, heterossexual ou bissexual). É a forma como nos reconhecemos a nós mesmos e desejamos que os outros nos reconheçam. Isso incluí a maneira como agimos (jeito de ser), a maneira como nos vestimos, andamos, falamos (o linguajar que utilizamos) e, também, nos vestimos.
Homofobia: qualquer ódio, discurso de ódio, repressão e aversão a homossexuais.
Transfobia: qualquer ódio, discurso de ódio, repressão e aversão a transexuais.
Heteronormatividade, cisnormatividade, conservadorismo e machismo: as raízes da homofobia e transfobia
Heteronormatividade: padrão, base social ou estrutural que prega que a heterossexualidade é a única “natural” ou “correta”.
Cisnormatividade: padrão, base social ou estrutural que prega que somente existem indivíduos cisgêneros e que somente esses indivíduos são “normais”, “naturais” ou “corretos”. 
Identidade de Gênero x Orientação Sexual: conceitos bem diferentes.
O senso comum confunde, muitas vezes, a orientação sexual com identidade de gênero. Por exemplo, uma mulher trans que gosta de homens não é um homem gay, e sim uma mulher hétero, pois sente atração por pessoas do sexo oposto.
Homofobia x Transfobia: conceitos também diferentes.
A homofobia é o ódio, discurso de ódio, repressão
e aversão a homossexuais. Quando uma mulher/homem trans sofre qualquer preconceito, caracteriza-se transfobia. A transfobia é um mal social muito grave. 90% das mulheres trans são expulsas de casas e, sem ninguém com interesse de contratá-las, acabam na prostituição¹. A homofobia, embora inadmissível, ainda é mais “controlável”: gays e lésbicas, muitas vezes, conseguem “esconder” sua orientação sexual; já um transexual não consegue esconder sua identidade de gênero: sua forma de vestir, de se portar, é inata.
Dados da ANTRA – Associação Nacional de Transexuais.
Sofia, Amanda e Daniela: três conhecidas transfeministas. A primeira, dona da página “Travesti Reflexiva” no Facebook.
Na imagem, Verônica, travesti recentemente agredida por abuso policial. Verônica teve seu rosto transfigurado e sofreu humilhação pública. 
A “cura gay” e o papel importante do psicólogo no desenvolvimento do adolescente e do adulto jovem homossexual
A tão polêmica “cura gay” foi um projeto elaborado pelo deputado João Campos (PSDB – GO), que visava permitir as práticas de “terapias de reversão de opção sexual”, atualmente proibidas pelo Conselho Federal de Psicologia. O próprio Conselho, quando a proposta foi discutida, lançou uma nota de repúdio a ela e a considerou como “triste para história brasileira”¹. Várias dessas terapias já foram postas em prática Estados Unidos, todas sem sucesso. Inclusive, um grupo que utilizava no dessa terapia até pediu desculpas à comunidade gay por sua atitude².
Silas Malafaia e Marisa Lobo: dois parlamentares formados em psicologia, fundamentalistas religiosos que apoiavam abertamente a “cura gay”. Ambos foram alertados pelo CFP por usarem dados falsos em discursos sem fundamentos científicos.
² Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1297334-conselho-de-psicologia-diz-que-aprovacao-de-cura-gay-e-trista-para-o-brasil.shtml
² Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/grupo-dedicado-cura-gay-pede-desculpas-e-fecha-nos-eua.html
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