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alta potência e em altas velocidades. São utilizadas potências na ordem de 30.000-40.000kW e velocidades tangenciais na ordem de 100m/s. Devido à alta velocidade, a precisão de fabricação deve ser grande. Em rotações elevadas, a velocidade de engrenamento pode ser tal que até 6000 pares de dentes podem entrar em contato num tempo muito curto. Isto requer muito cuidado em relação ao acabamento superficial, processo de lubrificação, rigidez dos mancais e eixos. O projetista deve-se preocupar com ambos, ruído e capacidade de carga. Tratados isoladamente as cargas nos dentes não são elevadas em comparação àquelas em engrenagens de transporte. Em função da vida do navio ser longa, o ciclo de carga num pinhão de alta velocidade pode variar entre 10 e 11 bilhões de ciclos, tornando crítico o dimensionamento para fadiga. Em todas as engrenagens de um navio é requerido um nível de ruído baixo. Depende do conforto requerido para os passageiros e para a saúde de operadores da casa de máquinas. Devido a isso, há que tomar cuidado com as engrenagens dos sistemas auxiliares, localizadas próximas as acomodações como, por exemplo, em geradores, elevadores. Engrenagem Capítulo 1 - Introdução.sxw Figura 1.1.17 – Engrenagens para acionamento de navio 1.4.7 Aplicações aeroespaciais Em aviões os sistemas com engrenagens são usados em propulsores, geradores, bombas, reguladores hidráulicos, trens de pouso e outros acessórios. Nos helicópteros, o motor principal e de cauda utilizam várias engrenagens. Os esforços sobre os dentes e as velocidades são sempre elevados. O projeto deve ainda se preocupar com o tipo de lubrificação que pode ser aplicado e o espaço disponível. 1.4.8 Engrenagens industriais Engrenagens industriais são assim chamadas por serem utilizadas nas fábricas e nos equipamentos por elas fabricados que, normalmente, são utilizadas em edifícios comerciais e residenciais. Geralmente essas engrenagens são usadas com motores elétricos no acionamento de dispositivos como bombas, misturadores de líquido, abertura de porta de garagem, compressor de ar, sistemas de refrigeração, misturadores de concreto em caminhões, eletrodomésticos. As engrenagens deste setor trabalham em relativa baixa potência e baixa velocidade. Tipicamente velocidades tangenciais variam em torno de 0.5m/s a 20m/s , as potências vão de menos de 1kW a algumas centenas de kW. As rotações de acionamento são as comuns aos motores elétricos, como 1800,1500,1200 e 1000 rpm. Nesse campo, exige-se engrenagens com vida razoavelmente longa e boa confiabilidade. 1.4.9 Engrenagens para a indústria de petróleo e gás Potência e velocidade também são elevadas nesse campo de aplicação. As engrenagens são usadas nos equipamentos localizados nas plataformas de extração, como: estações de bombeamento, perfurações, refinarias e turbinas. A potencia de acionamento, na maioria dos casos, é turbina ou motor diesel. A potência de acionamento varia em torno de 750kw a mais de 50.000kw, as velocidades variam entre 20 a 200m/s. Engrenagem Capítulo 1 - Introdução.sxw 1.4.10 Engrenagens para moinhos e laminadores Indústrias de fabricação de cimento, de borracha, de aço e em tratamento de minério é comum à transmissão de elevada potência e torque através de redutores dois ou mais estágios para acionar processos massivos de trituração ou laminação. A confiabilidade deve ser alta pois esses processos precisam prosseguir continuamente durante meses e qualquer parada cessa completamente a produção. 1.5 Bibliografia [itens 1.4.2 até 1.4.10 Petes Lenwander e Marrit –falta detalhar a bibliografia] Tarefa 01 - Grupo de 3 alunos 1. Identificar duas aplicações de engrenagens, e apresentar estas aplicações através de desenhos, fotografias, figuras copiadas, e descrever o mais detalhado possível as características relativas ao tipo de engrenamento, materiais, lubrificação, manutenção, fabricação. 2. Expressar uma dúvida relativa a aplicação de engrenagens que gostarias de ver resolvida no decorrer do curso de elementos de máquinas . 0 Capítulo 02 - Cinemática do engrenamento.doc 2 CINEMÁTICA DO ENGRENAMENTO1 2.1 Transmissão do movimento por contato direto A transmissão de movimento entre duas engrenagens pode ser modelada através da representação de dois sólidos rígidos que giram em torno de seus centros. Para um ponto de contato num dado instante, deve-se determinar a lei geral do engrenamento, a relação ω1/ω2. A transmissão mais comum é a do movimento circular contínuo entre dois elementos de centros O1 e O2, cuja distância é fixa (Figura 2.1). N N T T r1 VTA VTB α ω1 O1 A=B ω2 O2 r2 VA VB VNA,VNB C Figura 2.1 – Velocidades na transmissão por contato direto Supondo conhecidos: •A distância entre os centros 21OO ; •a velocidade angular 1ω ; e •os perfis 1 e 2. Considera-se como elemento incógnito: a velocidade angular → 2ω Sejam: A e B os pontos em contato num instante qualquer, a reta NN é a normal comum no ponto de contato e TT a tangente comum neste ponto. Sendo ω1 a velocidade angular do elemento 1, este elemento tem velocidade VA no ponto A, perpendicular a O1A cujo valor é dado por: VA = 1 _____ 1 .AO ω (2.1) 1 Este texto está sendo montado para o Curso de Elementos de Máquinas II, Engenharia Mecânica, pelo professor Acires Dias, a partir do texto estruturado pelo Professor Renan Brazzale. Tem por base a ementa do curso de elementos de máquinas do EMC/UFSC. (versão 1 – Jan 2002) Capítulo 02 - Cinemática do engrenamento.doc 12 A velocidade → AV pode ser decomposta segundo as direções normal (reta NN) e tangente (reta TT) ao perfil no ponto de contato. →→→ += TANAA VVV (2.2) Analogamente, para o elemento 2, há a velocidade angular ω2 e a velocidade VB, também pode ser decomposta em componentes normal e tangencial: →→→ += TBNBB VVV (2.3) Admite-se que os corpos são impenetráveis, quando da ocorrência de contato entre os pontos A e B, de tal maneira que →→ = NBNA VV (que é a equação da transmissão do movimento por contato direto). 2.2 Relação entre as velocidades Dado que as componentes normais são iguais, a velocidade relativa de A em relação a B será: →→→→→ −=−= TBTABAAB VVVVV (2.4) e →→→→→ −=−= TATBABBA VVVVV (2.5) Se VTA > VTB durante certo tempo, um maior número de pontos do elemento 1 estará em contato com um ponto do elemento 2, ocorrendo então escorregamento ou deslizamento relativos, isso ocasiona atrito com dissipação de energia e geração de calor. Essa velocidade relativa é a velocidade de escorregamento e é dada por: Ve = VAB = VTA – VTB (2.6) Num determinado instante A ≡ B, ou seja, estão em contato sejam O1C ⊥ NN e O2D ⊥ NN, considerando semelhança de triângulos retângulos: Capítulo 02 - Cinemática do engrenamento.doc 13 N N T T r1 VTA VTB ω1 O1 A=B ω2 O2 r2 VA VB VNA,VNB b a C I D n Figura 2.2 – Triângulos retângulos semelhantes. Ana ~ O1CA (O1A ⊥ Aa) 1 _____ 1 NA _____ 1 A CO V AO V ω== (2.7) Bnb ~ O2DB (O2B ⊥ Bb) 2 _____ 2 NB _____ 2 B DO V BO V ω== (2.8) Daí _____ 1 _____ 2 2 1 CO DO = ω ω (2.9) Por outro lado : O1CI ~ O2DI _____ 1 _____ 2 _____ 1 _____ 2 IO IO CO DO = (2.10) Utilizando (2.6) e (2.7) têm-se: IO IO 1 2 2 1 = ω ω (2.11) Então, as velocidades angulares são proporcionais aos seguimentos que a normal às superfícies de contato determinam no seguimento que une os centros de rotação. Capítulo 02 - Cinemática do engrenamento.doc 14 2.3 Relação de Transmissão Constante Relação de Transmissão (i) – é a relação entre a velocidade angular do elemento condutor e a velocidade angular do elemento conduzido. conduzido