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FAINOR 2015.2 Engenharia Elétrica, de Produção e da Computação SISTEMA JURÍDICO Conceito – conjunto de normas jurídicas independentes, reunidas segundo um princípio unificador. Finalidade – disciplinar e harmonizar a convivência social. Tipos – são dois: - civil law - commom law Civil law - inserido no sistema romano-germânico - sistema adotado no Brasil - tem caráter escrito - organizado por meio de Códigos; - tem suas determinações emanadas dos órgãos legisla�vos - tem caráter: geral – pra todos abstrato – prevê um maior número de casos, possível. observação - o legislador preceitua uma lei geral - o juiz (estado) aplica ao caso concreto Common law - estrutura u�lizada por países de origem anglo-saxônica Ex: Estados Unidos (mista) e Inglaterra (pura) - tem por base o costume e a jurisprudência, mais do que o texto da lei. - u�liza o precedente (direito criado pelo juiz, ao julgar o caso concreto) - tem análise casuís�ca (parte de vários casos par�culares para outros casos par�culares). PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO • Princípio - base, a origem e razão fundamental sobre a qual se discorre sobre qualquer matéria. • Princípios gerais do Direito – conjunto de regras ou preceitos que servem de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando a conduta a ser �da em uma operação jurídica. - servem de orientação, no momento de se proferir a decisão - cons�tuem um limite ao arbítrio de quem decide, garan�ndo que a sentença esteja de acordo com o espírito do ordenamento jurídico - cuidam pra que as decisões não violem a consciência social Alguns princípios norteadores do Direito Princípio da igualdade e da isonomia das partes - as partes têm de li�gar com igualdade de condições - não é uma igualdade cega da lei - significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais - a igualdade jurídica não pode eliminar a desigualdade econômica - trata-se de um dever e não de uma faculdade do juiz (art. 125, I do Código de Processo Civil) Princípio do contraditório - não existe processo sem contraditório (art.5º, LV da CF) - verifica-se nos processos de maneira geral: Civil, Penal e Administra�vo (que, no Brasil, é “não jurídico”) - no processo, exige-se que seus sujeitos tomem conhecimento de todos os fatos que venham a ocorrer - podem (é faculdade) se manifestar sobre esses fatos princípio da ampla defesa - consiste na possibilidade de se defender e de recorrer - pode ser: auto defesa defesa técnica (advogado) defesa efe�va defesa por meio de prova - está consagrado no art. 5º, LXIII da CF DIREITO E PODER Poder - Conceito – capacidade de gerar obediência com ou sem o consen�mento, ou seja, é a mul�plicação da correlação de forças. Para Karl Max – é a organização de uma classe para opressão das outras. observação – o poder tem a força como elemento de coação (imposição da vontade) - Tipos de Poder • Poder Polí�co – possibilidade que possui o Estado de obrigar algo ou alguém. Visa sa�sfazer o interesse de todos ou o de quem está no poder. • Poder Social – controla e organiza a existência do grupo social, já que o interesse par�cular pode comprometer a existência do interesse cole�vo • Poder Econômico – capacidade do Estado ou de outras ins�tuições em exercer influência econômica. • Poder Religioso – forma da igreja em impor a vontade, tendo a fé como elemento coerci�vo. É baseado numa autoridade derivada de alguma espécie de delegação divina e que pode ser atribuída a pessoas e ins�tuições específicas • Elementos do Poder capacidade de decisão autonomia estado de não submissão auto gestão - Aspectos do Poder Nega�vos para quem exerce: total responsabilidade e ônus de gestão e de administração. para quem é subordinado: ter o próprio des�no condicionado por outra vontade. Posi�vos para quem exerce: tem o controle da situação e faz com que as coisas aconteçam conforme sua própria vontade para que é subordinando: as decisões de gestão e de administração são responsabilidade de outro. Direito Do la�m directum = reto - Conceito 01 - conjunto de normas gerais e posi�vas, que regulam a vida social. conjunto – uma série de normas, compondo um ordenamento normas gerais – todos são des�natários da norma posi�vas – inseridas, de forma escrita, no ordenamento jurídico - Conceito 02 - é uma ciência social aplicada fundamentalmente adstrita à finalidade de fazer jus�ça, em busca de uma melhor qualidade das relações sociais. - esclarecendo: ciência – um sistema organizado e verificável. jus�ça – é o dever ser do Direito. Nasce da consciência cole�va relações sociais (interação social) – interação entre pessoas ou entre grupos: cooperação, compe�ção e conflito - Direito e Poder a sociedade é dotada de um poder jurídico, que é o poder social de elaborar as normas do Direito Posi�vo, por meio das suas três fontes básicas: costumeira – nasce da prá�ca da sociedade legisla�va – tem como fonte os entes legisla�vos (que têm a competência de criar normas), e contratual – nasce da vontade entre as partes SUJEITOS DE DIREITO, CAPACIDADE, INCAPACIDADE E EMANCIPAÇÃO Sujeitos de Direito - sujeito de direito é aquele, à quem a norma jurídica imputa direitos e obrigações na esfera civil. pode fazer tudo que não está proibido pode ser pessoas com ou sem personalidade jurídica (personalidade jurídica é a autorização genérica, conferida pelo direito, para a prá�ca de atos e negócios jurídicos não proibidos) pessoa com personalidade jurídica pessoa natural pessoa jurídica Pessoa Natural - é o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. início da personalidade – a par�r do nascimento com vida individualização da pessoa natural – com o nome: prenome – precede ao apelido de família na forma de designar as pessoas: Roberto, João, Carlos, Maria sobrenome – porção do nome do indivíduo que está relacionada com a sua ascendência. agnome – designa uma parte do nome de um indivíduo que o diferencia de seus homônimos: Filho, Júnior, Sobrinho final da personalidade – com a morte Quatro �pos de morte: morte real – ocorre como fato natural da vida comoriência – presunção legal da morte de simultânea de duas ou mais pessoas ligadas por vínculos sucessórios morte presumida - pode ser declarada, nos seguintes casos: Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra morte civil – o indivíduo (beneficiário) é excluído de receber herança, como se morto fosse Pessoa Jurídica – en�dades a que a lei empresta personalidade, isto é, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil (a doutrina chama de ficção do Direito). início da personalidade – com o registro de seus atos cons�tu�vos junto aos órgãos competentes final da personalidade – com a dissolução, fusão, incorporação (para a incorporada) ou falência. ex�nção da pessoa jurídica - convencional – quando, por exemplo, um prazo de duração específico es�ver previsto na convenção da pessoa jurídica - legal – nos casos de falência ou insolvência - ordem governamental – nos casos de cassação - administra�va – decisão unânime dos membros, votação majoritária dos sócio, ou no caso da morte de um sócio, se os outros assim o decidirem - judicial – a pedido de uma das partes, é tomada uma decisão judicial de ex�nção. Capacidade - Conceito - ap�dão para adquirir direitos e exercer, por si ou por outrem, atos da vida civil. capacidade de direito - é inerente ao ente humano - toda pessoa tem essa capacidade, ou seja, têm a prerroga�vade gozar de direitos. capacidade de fato é a ap�dão para exercitar direitos. Algumas pessoas são incapazes de fato, ou seja, não podem exercer, pessoalmente, os atos da vida civil. Incapacidade - Conceito – é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Pode ser: absoluta rela�va incapacidade absoluta I - Menores de 16 anos II - Privados do necessário discernimento III - Aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a própria vontade incapacidade rela�va - maiores de 16 e menores de 18 - ébrios habituais, toxicômanos e deficiente mentais de discernimento reduzido - excepcionais sem desenvolvimento completo - pródigos (que ou quem esbanja suas propriedades; que gasta mais do que possui) Emancipação faz cessar a incapacidade para menores. Pode ser: - emancipação voluntária – concessão dos pais mediante instrumento público - emancipação judicial – por sentença do juiz, se o menor �ver mais de 16 anos - emancipações legais pelo casamento pelo exercício do emprego público efe�vo pela colação de grau em curso superior pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela relação de emprego, desde que em função dele o menor tenha economia própria. observação – a emancipação é irrelevante na esfera penal RESPONSABILIDADE (civil, penal e administra�va) Responsabilidade Civil – é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam. elementos da responsabilidade civil - conduta - nexo de causalidade - dano - culpa (lato sensu) conduta – modo de alguém de se comportar. nexo de causalidade – é o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido. dano – efeito de alguém ofender, material ou moralmente, a outrem, detentor de um bem. dano patrimonial (dano material) - causa destruição ou diminuição de um bem de valor econômico dano extrapatrimonial (dano moral) – está ligado a um bem que não tem caráter econômico, não é mensurável e não pode retornar ao estado anterior. Estão ligados ao direito à vida, à integridade moral, �sica, ou psíquica. culpa (lato sensu) – não tem conceituação na legislação brasileira. abrange: dolo – conduta intencional, na qual o agente atua conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado an�jurídico ou assume o risco de produzi-lo culpa (stricto sensu) - a conduta é voluntária, já o resultado alcançado não. O agente não deseja o resultado, mas acaba por a�ngi-lo ao agir sem o dever de cuidado. elementos da culpa no sen�do estrito: imprudência negligência imperícia. espécies de responsabilidade civil em razão da culpa (lato sensu): - subje�va – causada por conduta culposa lato sensu, que envolve a culpa stricto sensu e o dolo - obje�va – independe de culpa. Todo prejuízo deve ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o causou, independente de ter ou não agido com culpa. em razão da natureza jurídica: - contratual – oriunda de um contrato - extracontratual (aquiliana) – decorre da lei Ex. danos causados por acidente de veículo pressupostos gerais da responsabilidade civil • que haja um fato (uma ação humana – comissão ou omissão, um fato humano, mas independente da vontade, ou ainda um fato da natureza), que seja an�jurídico • que o fato possa ser imputado a alguém, seja por dever a atuação culposa da pessoa, seja por simplesmente ter acontecido no decurso de uma a�vidade realizada no interesse dela • que tenham sido produzidos danos; • que tais danos possam ser juridicamente considerados como causados pelo ato ou fato pra�cado Unidade ll Responsabilidade Penal (ou responsabilidade criminal) – é o dever jurídico de responder pela ação delituosa que recai sobre o agente imputável – incide em razão da transgressão de um tipo penal, caracterizando um crime ou contravenção. natureza jurídica da norma penal – é de Direito Público, cuida dos ilícitos considerados mais graves e lesivos à sociedade como um todo. observação 01 – a responsabilidade penal tem caráter punitivo – a responsabilidade civil tem caráter reparatório observação 02 não tem reparação material terá a aplicação de uma pena pessoal e intransferível ao transgressor, em virtude da gravidade de sua infração finalidade - reparação da ordem social - punição condições básicas - ter praticado o delito - ter tido, à época, entendimento do caráter criminoso da ação - ter sido livre para escolher entre praticar e não praticar a ação pode ser total – o agente era capaz de entender o caráter criminoso do seu ato e de determinar-se totalmente de acordo com esse entendimento parcial – se, à época do delito, o agente era parcialmente capaz de entender o caráter criminoso do ato e parcialmente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. implica - redução da pena de um a dois terços - substituição da pena por medida de segurança. nula – quando o agente era, à época do delito, totalmente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou totalmente incapaz de determinar-se de acordo com este entendimento Responsabilidade administrativa – repercute na restrição dos direitos ou prerrogativas funcionais do servidor, podendo acarretar até mesmo a extinção do vínculo que o liga à Administração Pública requisitos genéricos - conduta (dolosa ou culposa) - dano - nexo de causalidade requisitos específicos - suspensão ou afastamento das funções públicas durante o curso do processo administrativo - medida disciplinar prévia à sanção - decisão motivada (art 93, inciso IX e X, da CF/88) CONSTITUIÇÃO Cons�tuição (de forma geral) - processo pelo qual se cons�tui ou se forma alguma coisa - ato de cons�tuir, de compor ou de estabelecer - conjunto de normas reguladoras de uma ins�tuição Cons�tuição (Carta Cons�tucional) - lei fundamental e suprema de uma nação, onde estão as normas rela�vas à formação dos poderes públicos, forma de governo, distribuição das competências, direitos e deveres dos cidadãos etc. observação – a cons�tuição é a “cer�dão de nascimento” do Estado obje�vo - regular as normas mantenedoras e organizacionais do Estado classificação das cos�tuições a – quanto à forma - escrita, dogmá�ca ou codificada - é a codificada na forma de um documento normalmente denominado Cons�tuição - consuetudinária, histórica, dispersa ou não-escrita – não existe como documento formal, tem por base a tradição e o costume legal b – quanto à mutabilidade - refere-se à rigidez dos procedimentos legisla�vos necessários à sua reforma - imutável ou inalterável – não admite alteração no seu conteúdo após a sua promulgação. Totalmente inflexíve. - parcialmente imutável - não permite a alteração de uma parte de seus disposi�vos, denominados cláusulas pétreas. Estas cláusulas não serão objeto de abolição. A atual Cons�tuição Federal do Brasil, de 1988, em seu art. 60, §4°, relaciona as suas cláusulas pétreas (imutáveis): § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federa�va de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garan�as individuais. observação - Há ainda as cláusulas pétreas implícitas; aquelas que não estão expressamente previstas no § 4º do art. 60. Dentre elas encontramos os fundamentos da República Federa�va do Brasil (art. 1º) e seus obje�vos fundamentais (art. 3º). Art. 1º: A República Federa�va do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons�tui-se em Estado Democrá�co de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre inicia�va; V - o pluralismo polí�co.Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons�tuição. Art. 3º: Cons�tuem obje�vos fundamentais da República Federa�va do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garan�r o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. - rígida – exige procedimentos legisla�vos especiais (mais rigorosos) para sua alteração ou reforma. Estas restrições são apresentadas mais detalhadamente em limitações ao poder de reforma - super-rígida – são escritas e possuem em seu corpo, ao mesmo tempo, disposi�vos que não podem ser alterados, e outros que o podem, porém com regras mais severas que as impostas às normas infracons�tucionais - semi-rígida – a rigidez é para uma parcela de seus disposi�vos, sendo os demais considerados flexíveis. - flexível – o procedimento legisla�vo a ser seguido para emendá-la é o mesmo aplicado à legislação ordinária c - quanto à origem - promulgada, popular ou democrá�ca – elaborada por uma Assembléia Cons�tuinte formada por representantes do povo: . aprovação decorre de convenção . são votadas . originam de um órgão cons�tuinte: - composto de representantes do povo - eleitos para o fim de as elaborar. exemplos - Cons�tuição de 1891, 1934, 1946 e 1988 - outorgada – é redigida e imposta pelo poder governante, não tem a par�cipação dos cidadãos. ex. as Cons�tuições do “Regime Militar, 1967 e pós 1969, com o AI5. d - quanto à extensão - sinté�ca, sucinta ou concisa – é de menor extensão, normalmente se limita a estabelecer apenas princípios gerais. observação - parte da doutrina tem considerado como sinté�cas aquelas Cons�tuições com menos de 100 ar�gos. - analí�ca ou prolixa - cuida de detalhes que poderiam ser abordados pela legislação ordinária . passa a tutelar sobre assuntos que vão além daquelas suscitadas pelo cons�tucionalismo clássico, tais como os direitos e garan�as fundamentais e a organização polí�ca-administra�va do Estado . toma para si o encargo de analisá-las (analí�ca) quando, em verdade, essa análise não necessita de ser tratado em bojo cons�tucional observação – costumam se dar em cartas polí�cas que superam mais de 100 (cem) disposi�vos. e - quanto à ideologia - eclé�ca – traz mais de uma ideologia. ex. A Cons�tuição do Brasil ao mesmo tempo em que reconhece a propriedade privada exige que ela cumpra uma função social (art. 170, incisos II e III) - ortodoxa - segue apenas uma ideologia, seja esta de um grupo organizado, ou simplesmente de um indivíduo. Cons�tuição de 1988 (atual) - é a sé�ma na história do Brasil - foi promulgada em 5 de outubro de 1988 - foi elaborada pelo Congresso Cons�tuinte, composto por deputados e senadores eleitos democra�camente em 1986 e empossados em fevereiro de 1987. - o trabalho, concluído em um ano e oito meses, permi�u avanços em áreas estratégicas como saúde (com a implementação do Sistema Único de Saúde), direito da criança e do adolescente e novo Código Civil. observação - mudanças pontuais no texto da Cons�tuição estão previstas - podem ser feitas através de emenda cons�tucional - depois de 26 anos em vigor, a Cons�tuição brasileira recebeu mais de 60 alterações estrutura da Cons�tuição de 1988: Título I - Princípios Fundamentais Título II - Direitos e Garan�as Fundamentais Título III - Organização do Estado Título IV - Organização dos Poderes Título V - Defesa do Estado e das Ins�tuições Título VI - Tributação e Orçamento Título VII - Ordem Econômica e Financeira Título VIII - Ordem Social Título IX - Disposições Gerais DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS Direitos humanos - são os ligados à liberdade e à igualdade que estão posi�vados (escritos) no plano internacional. - têm conteúdo filosófico, sendo conceituados em uma discussão que antecede o direito. São aqueles direitos reconhecidos ao ser humano, como inerentes a sua humanidade. Ex: direito à vida, direito à integridade �sica, direito à dignidade caracterís�cas mais importantes - fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada pessoa - são universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas; - são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos - são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prá�ca, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros; - podem ser limitados em situações específicas. Ex. o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa é considerada culpada de um crime diante de um tribunal e com o devido processo legal - devem ser vistos como de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa. Direitos fundamentais - são os direitos humanos posi�vados na Cons�tuição Federal - são construídos através da história (vão sendo reconhecidos e inseridos no ordenamento jurídico com a evolução histórica observação – necessidade de se dividir em gerações ou dimensões, para fixar momentos históricos específicos. divisões (meramente acadêmica) – têm base nos lemas da Revolução Francesa - 1789 - liberdade – de primeira geração - igualdade – de segunda geração - fraternidade – de terceira geração observação – há historiadores que acrescentam ainda uma quarta e quinta gerações de primeira geração - enfa�zam a liberdade (configuram direitos civis e polí�cos - surgiram nos finais do século XVIII e representaram uma resposta do Estado Liberal ao Estado Absolu�sta - exigem do ente estatal, predominantemente, uma abstenção e não uma prestação (caráter nega�vo) - tendo como �tular o indivíduo Ex: direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de religião, à par�cipação polí�ca, etc. de segunda geração - surgem a par�r do século XIX, têm grande marco na Revolução Industrial - implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos sociais - exige uma prestação do Estado, obrigação de fazer (caráter posi�vo) - assegura o princípio da igualdade material entre os homens Ex. direitos à saúde, educação, trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros de terceira geração - consagram os princípios da fraternidade - são atribuídos genericamente a todas as formações sociais - protegem interesses de �tularidade cole�va ou difusa (não se des�nam a proteção de interesses individuais) - não são concebidos para a proteção do homem isoladamente - cuida de direitos transindividuais - alguns deles cole�vos e outros difusos - mostram grande preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras - têm origem na revolução tecnocien�fica (terceira revolução industrial) - revolução dos meios de comunicação e de transportes Ex. direito ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz direitos de quarta geração - há doutrinadores que defendem a existência dos direitos de quarta geração ou dimensão - não há consenso na doutrina sobre o conteúdo dessa espécie de direito. - para Norberto Bobbio: tratam-se dos direitos relacionados à engenharia gené�ca. - para Paulo Bonavides e Marcelo Novelino: são o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo direitos de quinta geração todos que defendem essa geração enfocam a paz, como direito de quinta geração. Entre eles: Paulo Bonavides, Raquel Honesko e José Adércio Sampaio Neves DIREITOÀ VIDA, Á LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE - são direitos assegurados no art.5º da CF: “Art. 5º : Todos são iguais perante a lei, sem dis�nção de qualquer natureza, garan�ndo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” classificação dos direitos expressos na CF objeto mediato: liberdade objeto imediato (três categorias): - liberdade - segurança - propriedade I- Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade”: 1) de locomoção – art. 5º, LXVIII; 2) de pensamento – art. 5º, IV, VI, VII, VIII, IX; 3) de reunião – art. 5º, XVI; 4) de associação – art. 5º, XVII a XXI; 5) de profissão – art. 5º, XIII; 6) de ação – art. 5º, II; 7) liberdade sindical – art. 8º; 8) direito de greve – art. 9º. II- Direitos cujo objeto imediato é a “segurança”: 1) dos direitos subje�vos em geral – art. 5º, XXXVI; 2) em matéria penal – art. 5º, XXXVII a LXVII; 3) do domicílio – art. 5º, XI. III- Direitos cujo objeto imediato é a “propriedade”: 1) em geral – art. 5º, XXII; 2) ar�s�ca, literária e cien�fica – art. 5º, XXVII a XXIX; 3) hereditária – art. 5º, XXX e XXXI. direito à vida - direito à integridade �sica: CF, art. 5º, III- “ninguém será subme�do a tortura ou a tratamento desumano ou degradante”. CF, art. 5º, XLIX- “é assegurado aos presos o respeito à integridade �sica e moral”. CF, art. 5º, XLVII, e – a C. não admite a imposição de penas cruéis. CF, art. 5º, LXII- comunicação imediata de qualquer prisão ao juiz competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada. CF, art.5º, LXIII – dever de informar o preso de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, assegurando-se-lhe assistência à família e advogado. CF, art. 5º, LXIV- direito do preso à iden�ficação dos responsáveis pela sua prisão, ou pelo interrogatório policial. CF, art. 5º, LXV- relaxamento imediato pelo juiz da prisão feita de forma ilegal. - direito à integridade moral: CF, art. 5º, V- indenização por dano material, moral ou à imagem. CF, art. 5º, X- direito à in�midade. -proibição da pena de morte: CF, art. 5º, XLVII- - proibição da venda de órgãos: CF, art. 199, §4º- veda qualquer �po de comercialização de órgãos, tecidos, e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento. Doação de sangue e doação de órgãos – Lei 9434/97. - criminalização da Eutanásia: Código Penal, art. 121, §1º. - criminalização do aborto: - criminalização da tortura: CF, art. 5º, III- ninguém será subme�do a tortura. CF, art. 5º, XLIX- assegura aos presos o respeito à integridade �sica e moral. CF, art. 5º, XLIII- considera inafiançável e insusce�vel de graça ou anis�a a prá�ca da tortura. Ver LEI 9455/97. FIM DA UNIDADE II UNIDADE III DIREITO DO TRABALHO Conceito – ramo da ciência jurídica que tem por finalidade o estudos das normas e princípios existentes para proteger e assegurar direitos do trabalhador e do empregador e de ambos com o Estado. Breve noção histórica formação: de 1802 a 1848 – estabelecimento das primeiras leis de proteção ao trabalhador intensificação: de 1848 a 1891 – criação de limite de horários consolidação: de 1891 a 1919 – fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por influência de Marx. autonomia: de 1919 em diante – internacionalização das normas do trabalho Divisão do Direito do Trabalho: - Parte geral ou Introdução ao Direito do Trabalho – tem por finalidade o estudo dos aspectos gerais da disciplina, ou seja: a. as normas que compõem o Direito do Trabalho b. a natureza jurídica c. as fontes e princípios aplicáveis - Direito Individual do Trabalho – analisa as relações individuais de trabalho. - Direito Cole�vo do Trabalho – estuda sindicatos, representação de trabalhadores nas empresas, formas de solução dos conflitos cole�vos de trabalho, negociação cole�va, greve etc. - Direito Internacional do Trabalho – analisa as convenções, recomendações e tratados internacionais sobre Direito do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho, sua estrutura e funcionamento. - Direito Processual do Trabalho – dedica-se à parte instrumental do Direito material do Trabalho, buscando solucionar o conflito entre as partes. Natureza jurídica São várias as correntes na doutrina: - Direito Público – possui grande número de normas de caráter cogente, fiscalizadas pelo Estado. - Direito Privado – sua principal ins�tuição é o contrato de emprego (ajuste de vontade entre dois par�culares) - Direito Social – sua destacada caracterís�ca é proteger o hipossuficiente. - Direito Misto – tem normas de ordem privada e de ordem pública. - Direito Unitário – derivado da fusão dos conceitos de público e de privado. observação: teoria mais aceita é que a natureza jurídica do Direito do Trabalho é do Direito Privado hierarquia das normas trabalhistas - a norma de maior hierarquia é a norma cons�tucional. - quando houver confronto de normas trabalhistas, prevalece a norma mais favorável ao empregado. Eficácia da lei trabalhista - eficácia da lei no tempo princípio da irretroa�vidade das leis – previsto no art. 5º da CF, a lei não prejudicará o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. princípio do efeito imediato – em regra, a lei entrando em vigor, se aplica de imediato às relações de emprego em desenvolvimento. - eficácia da lei no espaço pelo enunciado 207 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a relação jurídica trabalhista é regida por leis vigentes no país da prestação do serviço e não no da contratação. CONTRATO DE TRABALHO conceito – (art. 442 da CLT) é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. caracterís�cas – o contrato de trabalho é: - consensual – não é solene: sua formação independe de quaisquer formalidades (art. 443, CLT) - sinalagmá�co ou comuta�vo – impõe às partes obrigações recíprocas e equivalentes. Um paga salário e o outro presta serviço - oneroso – o objeto do contrato é a prestação de serviços mediante salário - de trato sucessivo – não se exaure em uma única prestação; as obrigações se repetem mês a mês - bilateral – implica em obrigações para ambas as partes. condições de validade - agente capaz – a capacidade se adquire aos 18 anos de idade (salvo na condição de aprendiz, a par�r de 14 anos, art. 7º, XXXIII da CF) - a�vidade lícita – pode ser objeto de livre es�pulação das partes interessadas, desde que não contrarie: 1. às disposições de proteção ao trabalho 2. aos contratos cole�vos que lhes sejam aplicáveis 3. às decisões das autoridades competentes trabalho proibido x trabalho ilícito - trabalho proibido 1. viola a norma jurídica para proteger o empregado 2. produz efeitos jurídicos até que a nulidade seja reconhecida (sanada) - trabalho ilícito – não é reconhecido no mundo jurídico, contraria: 1. às leis 2. aos bons costumes 3. à ordem 4. à moralidade pública forma é livre, prevê a possibilidade de acordo tácito (art. 442 da CLT) exceção são escritos, os contratos de: a. atleta profissional de futebol (art. 3º da Lei 6.354/76) b. ar�stas (art. 9º da Lei 6.533/78) c. trabalho temporário (art. 11 da Lei 6.019/74) classificação contrato por prazo indeterminado – é a regra, é sempre presumido (princípio da con�nuidade da relação de emprego) contrato por prazo determinado - é exceção - é es�pulado pelas partes (início e termo final) - é previsto nas hipóteses do art. 443, § 2º da CLT: caráter transitório; serviço cuja natureza ou transitoriedade se jus�fique contrato de experiência - pelo art. 445 da CLT: 1. o prazo não pode passar de 2 anos 2. contrato de experiência não pode ultrapassar 90 dias 3. se prorrogado mais de uma vez, passa a ter prazo indeterminado observação pelo art. 452 da CLT,será considerado por prazo indeterminado o contrato que, dentro de seis meses, suceder a outro prazo determinado. EMPRESA , EMPRESÁRIO e SOCIEDADE EMPRESÁRIA Empresa - conceito: é uma a�vidade econômica organizada, explorada pelo empresário, des�nada à produção ou à circulação de bens ou de serviços para o mercado. observação: empresa é diferente de estabelecimento - empresa: a�vidade econômica - estabelecimento: local onde a a�vidade é exercida - finalidade da empresa: realizar o maior lucro monetário possível. lucro monetário = diferença entre os preços de custo e os preços de venda dos bens ou dos serviços. - espécies de empresa são três espécies de empresa: • a�vidade primária - extração direta de produtos da natureza • a�vidade secundária - indústria ou manipulação de produtos • a�vidade terciária - prestação de serviços e comércio - quem exerce: a empresa pode ser exercida pelo empresário individual (pessoa natural) ou pela sociedade empresária (pessoa jurídica) Empresário - conceito: são os que pra�cam a�vidade econômica organizada para a produção, transformação ou circulação de bens e prestação de serviços, visando lucro. são os que realizam a a�vidade empresária - pode ser: pessoa natural pessoa jurídica quando pessoa natural – cons�tui o empresário individual, que exerce profissionalmente a�vidade negocial (art. 966 do CC) quando pessoa jurídica – é uma sociedade empresária, que se cons�tui para a prá�ca de a�vidade própria do empresário individual (art. 982 do CC) - proibições são proibidos legalmente de exercer a a�vidade empresarial: - funcionários públicos; - militares da a�va; - deputados e senadores; - auxiliares do empresário (leiloeiros, despachantes, corretores e despachantes aduaneiros) - falidos Sociedade Empresária - conceito: são organizações econômicas dotadas de personalidade jurídica e patrimônio próprio, cons�tuídas, ordinariamente, por mais de uma pessoa, que têm como obje�vo a produção ou troca de bens ou serviços com fins lucra�vos. - classificação das sociedades 1 - quanto à responsabilidade dos sócios a) responsabilidade ilimitada – os sócios respondem de maneira subsidiária, porém solidária e ilimitadamente. Ex. sociedade em nome cole�vo (art. 1.039 do CC) b) responsabilidade limitada – os sócios respondem somente até um determinado limite pelas dívidas da sociedade, ou seja, respondem de maneira limitada a um quantum pré-estabelecido no estatuto social. Ex. sociedade limitada c) responsabilidade mista – é o �po de sociedade na qual existem sócios com responsabilidade ilimitada e sócios que respondem limitadamente pelas dívidas da sociedade. Ex. sociedade em comandita por ações, simples e em conta de par�cipação 2 – quanto à estrutura econômica a) sociedade de capital – o que importa é a contribuição financeira do sócio, não tendo nenhum significado suas caracterís�cas e ap�dões. Ex. sociedade anônima, sociedade de capital sociedade em que todos os sócios forem PJ b) sociedade de pessoas – a sociedade se dá em razões de ordem pessoal (intuitu personae) que fazem determinadas pessoas se reunirem para criação da sociedade. Ex. todas as sociedades, exceto as de capital 3 – quanto à existência de personalidade jurídica a) personificadas – sociedades que possuem personalidade jurídica, o que decorre de sua cons�tuição por documento no Registro Público das Empresas ou Registro Civil da Pessoa Jurídica. b) não-personificadas – sociedades comuns em conta de par�cipação. 4 – quanto à natureza do ato concep�vo a) sociedade contratual – é cons�tuída conforme a vontade dos sócios. Ex. sociedade em nome cole�vo b) sociedade estatutária ou ins�tucional – os sócios não tem plena autonomia da vontade, não cabem ampla discussão sobre as regras que regem a sociedade. Ex. sociedade anônima - �pos de sociedade a) sociedade de capital e indústria – deixou de exis�r no Brasil, com o CC de 2002. - sócios de duas classes: sócios capitalistas – ingressavam com dinheiro, e sócios de indústria – ingressavam com força de trabalho - a responsabilidade dos sócios capitalistas era ilimitada - sócios de indústria não �nham responsabilidade b) sociedade em nome cole�vo – art 1039 a 1044 do CC - a responsabilidade dos sócios é ilimitada e solidária - tem como nome razão social ou firma, esta cons�tuída pelo nome de um dos sócios seguido de “CIA” ou pelo nome de todos os sócios - é uma sociedade de pessoas, geralmente formada por familiares - é sociedade contratual c) sociedade em comandita simples – art. 1045 a 1051 do CC - é uma sociedade de pessoas - tem responsabilidade mista: sócios comanditários (emprestaram capital) respondem limitadamente ao valor inves�do. sócios comanditados (pessoas �sicas) – respondem ilimitadamente - a administração, obrigatoriamente, é exercida por um sócio comanditado - tem como nome firma, cons�tuída pelo nome do sócio comanditado, seguido de “CIA” - é uma sociedade contratual d) sociedade de comandita por ações – art. 1090 e 1092 do CC - ins�tuída pela Lei 6404/76 - é uma sociedade de capital - sociedade de responsabilidade mista: sócios administradores – a responsabilidade é ilimitada, podendo ingressar no patrimônio par�cular desses sócios demais sócios – a responsabilidade é limitada ao preço das ações que subscreveram ou adquiriram - pode adotar como nome denominação ou firma: denominação deve ser sempre seguida da expressão “comandita por ações” firma deve conter o nome dos sócios diretores ou gerentes - sociedade ins�tucional ou estatutária e) sociedade em conta de par�cipação - efe�vamente, não se trata de sociedade, já que não tem patrimônio próprio e nem precisa ser cons�tuída de documento escrito e registrada no Registro Público de Empresas - não possui personalidade jurídica - se caracteriza pelo obje�vo comum de duas ou mais pessoas de explorarem certa a�vidade - existem dois sócios: ostensivo – administra a sociedade e é responsável ilimitadamente perante terceiros sócios ocultos – cujas obrigações não ultrapassam o limite do próprio contrato - existe apenas entre os sócios, por isso não possui razão social ou firma Direito e obrigações dos sócios 1 - Direitos dos sócios - direito de par�cipação nos resultados - direito de votar nas deliberações sociais - direito de fiscalizar a administração da sociedade - direito de recesso (re�rada) 2 – Obrigações dos sócios - têm início na celebração do contrato social - a principal obrigação é integralizar o capital social - no momento da cons�tuição da sociedade, os futuros sócios se comprometem a contribuir com certa quan�a em dinheiro ou bens para formação do capital social (subscrição)
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