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Execução de obrigação certa contra devedor solvente - 3 bimestre

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PROCESSO CIVIL III
4º Ano – Direito
Laís Piveta
________________________________________________________________________________________________________
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE (ART. 646 a 724 d CPC)
01. Conceito 
Devedor solvente ou responsável é aquele cujo patrimônio apresenta ativo maior do que o passivo.
OBS: Responsável – Art. 592, incisos do CPC.
Na obrigação de pagar quantia, a prestação consiste em:
Dinheiro;
Qualquer coisa fungível (passível de ser substituída por outra coisa de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor) por excelência; (CC, art. 85). Exs. Metais preciosos, dinheiro, cereais etc.
02. Finalidade 
A execução por quantia certa tem por objetivo expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (art. 646 e 591 do CPC), consubstanciado no título executivo extrajudicial. 
03. Fases da Execução por quantia certa contra devedor solvente
As fases da execução por quantia certa contra o devedor solvente dividem-se em quatro fases:
a proposição “momento em que requer judicialmente a intervenção estatal com vistas ao cumprimento coercitivo da execução, posto ao não cumprimento voluntário pelo devedor”;
a penhora trata-se da “apreensão dos bens do devedor”;
a arrematação da “sua transformação em dinheiro mediante desapropriação” ;
o pagamento da “entrega do produto ao exequente”.
04. Procedimento para a execução 
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: PROCEDIMENTO AUTÔNOMO (CPC, art. 646 e seguintes);
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (CPC, art. 475-I e seguintes), com exceção da execução contra a Fazenda Pública que tem procedimento próprio;
Obs: As regras do artigo 646 e seguintes aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento de sentença (CPC, art. 475-R);
05. Proposição 
Como de praxe, a ação inicia-se através de petição inicial por parte do credor (art. 282, CPC), onde deverá constar a fundamentação do pedido (a menção do título executivo e o não pagamento por parte do devedor) e o pedido executivo, além do requerimento de citação do devedor afim que ele pague o valor devido ou, dentro do prazo de 24 horas após a citação (por oficial de justiça), que ofereça bens à penhora, sob pena de ter os seus penhorados compulsoriamente. A petição inicial deverá ser instruída com: [1: PRINCÍPIO DA INÉRCIA: É aplicado também nas execuções, logo o início da execução pressupõe provocação pelo credor da execução (CPC, art. 2º);]
O título executivo (art. 614, I, CPC) - nos casos em que ele for extrajudicial; 
Memória discriminada e atualizada de cálculos até a data da propositura da ação (CPC, art. 614, II) – É dispensável, segundo jurisprudência;
a prova que aponte a verificação da condição ou ocorrência do termo (CPC, art. 572 e 614, III);
outro documento relevante. Ex. Certidão nascimento do infante, em casos de execução alimentar.
Nomeando ou não seus bens à penhora, a execução tomará prosseguimento, penhorando-se os bens que forem encontrados. Poderá o devedor livrar-se da execução de seus bens penhorados, através do pagamento ou consignação do valor da dívida, acrescidos juros, custas e honorários advocatícios, conforme o previsto no artigo 651 do Código de Processo Civil.
06. Após o recebimento da petição...
O juiz, uma vez recebida a inicial, de logo fixa honorários advocatícios (CPC, art. 652-A e 20, § 4º);
O executado será citado com a primeira via do mandato, no prazo de 03 dias: essa citação deverá ser realizada por meio de oficial de justiça (art. 222, “d” c.c art. 224), eventualmente poderá ser por edital (art. 654), sendo vedada a citação do devedor por postal. 
 EFETUAR O PAGAMENTO: do principal, juros, custas processuais e honorários;
Opor embargos à execução, no prazo de 15 dias (art. 738, CPC).
07. Embargos
É através dos embargos que o executado se protege da execução atacando-a, seja por aspectos viciados de seu procedimento, seja por defeitos do título apresentado, seja ainda sustentando a insubsistência do crédito afirmado pelo exequente.
O prazo para interpor embargos começa a correr a partir da juntada do mandato aos autos, sendo que atualmente não é necessário garantir a juízo (Lei nº 11.382/2006) para opor embargos, ou seja, não precisa de penhora, depósito ou caução. A garantia do juízo apenas possibilita a atribuição de efeito suspensivo aos embargos.
08. Penhora dos bens
Decorrido os prazos do executado, o oficial de justiça deverá prosseguir com a penhora de bens o quanto necessário for para a satisfação do exequente.
O próprio oficial de justiça avaliará o bem penhorado, lavrando o respectivo auto de avaliação, sendo intimado o executado pelo oficial sobre a penhora e avaliação realizada.
Se não for encontrado para ser intimado, o oficial de justiça procederá com o arresto:
O arresto nada mais é do que uma penhora prévia. O normal seria antes citar o devedor e depois, caso este não pagasse, proceder à penhora.
Mas, não sendo encontrado o devedor, não seria justo para o credor, nem racional, que não se separassem, desde logo, bens para responder diretamente pela execução.
É medida que toma em conta o princípio da máxima utilidade da execução. 
Nos 10 dias seguintes à intimação do exequente acerca do referido “arresto”, ele poderá requerer se até então não tiver sido efetuada, a citação do devedor por EDITAL (CPC, art. 656).
Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo de 03 dias para efetuar o pagamento, convertendo-se o “arresto” em penhora no caso de não pagamento.
Efetuada que seja a citação do executado por edital, e convertido o “arresto” em penhora, aquele será agora intimado desta, ainda que seja novamente por edital, possibilitando, com isso, a apresentação de impugnação relativa à impenhorabilidade e avaliação dos bens (STJ).
Súmula 196/STJ. Execução. Citação edital. Revelia. Nomeação de curador especial. CF/88, art. 5º, LV. CPC, arts. 9º, II, 598, 621 e 632.
Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos. 
Ordem da penhora (art. 655, e incisos do CPC)
O credor poderá na inicial de execução, observada, preferencialmente, a ordem estabelecida no (CPC, art. 655), indicar bens a serem penhorados (CPC, art. 652, § 2º).
Art. 655, I a XI, art. 656, I: dá-se preferência ao dinheiro e, na ótica do legislador, aos bens mais fáceis de serem alienados.
Lei n 11.382 de 2006: atualmente precisa qual a ordem de penhora a ser seguida, adaptando-se a realidade econômica.
A ordem legal não é peremptória, ou seja, de observância obrigatória, podendo ser modificada pelo juiz no caso concreto. 
Importante: A doutrina majoritariamente afirma que a penhora NÃO é ato de natureza CAUTELAR. Sua finalidade principal não é a de conservar o bem. Mais do que isso, a penhora visa a qualificar o bem penhorado, para futuramente ser “transformar” em dinheiro. A conservação é secundária e instrumental em relação a este outro fim.[2: Wambier, Curso Avançado de Processo Civil, vol.2.]
 09. AVERBAÇÃO DA EXECUÇÃO NOS REGISTROS PÚBLICOS
No ato da distribuição da execução, o exequente poderá solicitar ao cartório distribuidor a expedição de certidão comprobatória do ajuizamento da demanda, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos (DETRAN), ou em registro de outros bens sujeitos a penhora ou arresto, Ex.: Junta comercial. (CPC, art. 615-A).
A finalidade dessa averbação é estabelecer presunção absoluta de má-fé do adquirente nas hipóteses de fraude à execução (CPC, § 3º do art. 615-A, § 3º e art. 593, II).
SÚMULA 375 DO STJ: “o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”.
10. Execução contra partido político
Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do exequente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, informações sobre a existênciade ativos tão-somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado causa a violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados (CPC, art. 655-A, § 4º).
11. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA (CPC, ART. 656, incisos I a VII)
Pode ocorrer substituição da penhora quando: 
1) Se não obedecer à ordem legal;
2) se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial;
3) se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados;
4) se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame;
 6) Se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem;
7) se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer informação relativa à sua individualização.
Tanto o credor como o devedor podem requerer a substituição do bem penhorado.
Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge – a não ser que seja casado pelo regime da separação total de bens – ou companheiro do executado. – Não causa nulidade da penhora. 
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