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AULA 7 - EFEITOS DO CASAMENTO

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CURSO DE DIREITO 
DIREITO DE FAMÍLIA 
ESMAC – 2013 
EFEITOS DO CASAMENTO 
 
1) Princípio da Igualdade entre os cônjuges 
2) O regime jurídico do casamento e a desigualdade no CC/16 
3) Efeitos à luz da Constituição 
4) Efeitos pessoais do casamento 
 4.1. Representação da Família 
 4.2. Domicílio familiar e seu abandono 
 4.3. Deveres dos cônjuges 
 a) coabitação 
 b) assistência imaterial ou moral 
 c) fidelidade 
 d) planejamento familiar 
 e) guarda e educação dos filhos 
 f) nome e patronímico 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
EFEITOS DO CASAMENTO 
 
5) Efeitos patrimoniais 
 a) Administração dos bens 
 b) Assistência material 
 c) Sustento do cônjuge necessitado 
 d) Sustento dos filhos 
 e) Bens particulares e reservados 
 f) Fixação do regime de bens. Defesa da meação 
 g) Bem de Família 
 - Impenhorabilidade por instituição 
 - Impenhorabilidade legal 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
EFEITOS DO CASAMENTO 
 
1) Princípio da Isonomia entre os cônjuges – pela CF/88 é da cogestão 
– mediante a participação e colaboração recíproca do casal – decorrência 
de cláusula pétrea (homens e mulheres têm direitos iguais) 
 
 Vide art. 226, § 5º, CF – exegese do dispositivo orienta a administração 
conjunta dos interesses e bens familiares 
 
2) O regime jurídico do casamento e a desigualdade do CC/16 
 Com a igualdade plena, o cc/02 trouxe profunda alteração ao sistema 
anterior. 
 O art. 233, CC/16 – Esse dispositivo elencava os direitos e deveres do 
marido 
 O arts. 240 e segs. CC/16 – Dispunham sobre os direitos e deveres da 
mulher 
 Direitos e deveres comuns: 
a) Fidelidade 
b) Vida em comum, inclusive física e sexual 
c) Mútua assistência moral e patrimonial – alimentos 
d) Sustento, guarda e educação dos filhos. 
 
Observações 
1) Os atos praticados sem a outorga uxória eram anuláveis – prescrição de 
4 anos; 
2) Os atos praticados sem a outorga maritalis eram relativamente nulos – 
convalidação facultativa – prescrição de 2 anos após o divórcio. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
3) Efeitos à luz da Constituição 
 Ocorrência da unificação estatutária – consagração do princípio da 
igualdade – desnecessidade de estatuto diverso para a mulher; 
 Principais efeitos: 
a) Constituição de uma união, ab initio, indissolúvel – fundado na intenção 
dos nubentes de manter a família unida até a morte – pretensão inicial de não 
dissolver; 
b) Criação da família legítima – decorrência formal do casamento civil – 
Dec. 181/1890 
 Formas derivadas de casamento: 
- Da conversão da união informal ou natural, com regulação legal (uniões 
estáveis); 
- Das chamadas uniões livres, sem regulamentação. 
Observações 
1) Mudança da regime jurídico aos recém-casados – alteração do estado civil; 
2) Comunicação patrimonial conforme regime de bens adotado 
3) Aquisição de novos direitos – assistência material e imaterial recíproca e 
aos filhos; 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
4) Efeitos pessoais – relacionados aos direitos da personalidade e da 
pessoa que integra a família construída pelo casamento (CC, art. 1.566) 
 
4.1. Representação da família – atualmente exercida pelo casal – casos de 
divergência dirimidos por suprimento judicial – exceção questões 
desprovidas de efeitos jurídicos; 
 
4.2. Fixação do domicílio e seu abandono 
 O domicílio familiar (antes domicílio conjugal) é o lugar onde a família 
reside com ânimo definitivo; 
 Antes da CF/88 cabia exclusivamente ao marido sua fixação – decorrência 
da chefia da família ; 
 Sistema de cogestão atual – possibilidade de domicílio conjugal plural – 
ambos serão considerados para os fins de direito – possibilidade de 
alteração para um só; 
 A discordância na fixação poderá ser dirimida em juízo nos casos de 
motivos juridicamente razoáveis – aplicação do princípio da razoabilidade. 
 
4.3. Deveres dos cônjuge 
a) Coabitação – significa vida em comum – decorrente da assistência 
imaterial (aspectos morais e relações físicas e sexuais) 
Impõe às partes a fixação de moradia conjunta, em um mesmo domicílio – 
existem exceções. 
 O abandono do lar conjugal atualmente não é mais demandado nos casos 
de dissolução do casamento – decorrência da EC/66. (CC, art. 1.580, §1º) 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
b) Assistência imaterial ou moral – é dever recíproco – a proteção aos 
interesses próprios de cada cônjuge decorrentes da satisfação espiritual da 
existência do matrimônio; 
> É a garantia e defesa dos direito da personalidade de cada cônjuge – 
função primordial do casamento. 
 
c) Fidelidade – considerado um sub-efeito – decorrente da assistência 
imaterial – consequência da monogamia e da obrigação de não trair 
(obrigação de não fazer) – dever moral e social; 
 
 “ A fidelidade , com certeza, somente se tornou lei jurídica, isto é, um 
dos deveres do casamento, porque o ‘impulso’ da infidelidade existe” 
(Rodrigo Cunha Pereira) – direito funciona como sofisticada técnica de impor 
limitações e interdições ao desejo – hipocrisia social. 
 
 Compreende a disposição ao uso do corpo (fidelidade física), a lealdade 
de tratamento dispensado ao outro na esfera íntima e perante terceiros 
(fidelidade psíquica e social). 
 
 Apesar de norma social, estrutural e moral, sua transgressão não admite 
mais punição – Fim da Separação Judicial – inutilidade de argumento – 
Desestímulo – permanência do tipo bigamia (CP, art. 235) – possibilita a 
anulação (CC, 1.548, II) - Não há como exigir seu adimplemento – Seria Ação 
de execução de Não fazer ? Como se procederia a execução da sentença 
que impusesse a abstinência sexual extrapatrimonial ao réu ? Seria caso de 
impor astreinte ? 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
 A lei esforça-se em não emprestar efeitos jurídicos às relações não 
eventuais entre o homem e a mulher impedidos de casar – concubinato (CC, 
art. 1.727) 
 As família paralelas, pela afronta ao dever de fidelidade, não são 
reconhecidas como geradoras de efeitos jurídicos – Resistência 
jurisprudencial em reconhecer direito em favor do parceiro do cônjuge infiel – 
enriquecimento ilícito de um em prejuízo de outro – postura punitiva em 
relação à mulher privilegiando o homem. 
 
“Sociedade de fato em concubinato: resultando este de adultério, que a lei repele 
como crime, não pode ter efeitos de natureza patrimonial e não prova a 
participação efetiva da mulher na formação do patrimônio do concubino, casado, 
com filhos, não tem a concubina direito à meação dos bens do companheiro, 
pertencentes ao casal.” (STF – RE 81707-RJ – Rel. Min. Cordeiro Guerra. Ac. Unân. 
12/09/1975) 
 
“União dúplice. União estável. Prova. Meação. ‘Triação’. Sucessão. Prova do 
período de união e união dúplice. A prova dos autos é robusta e firme a 
demonstrar a existência de união entre a autora e o de cujus em período 
concomitante ao casamento do falecido. Reconhecimento de união dúplice 
paralela ao casamento. Precedentes jurisprudenciais. Meação (triação). Os bens 
adquiridos na constância da união dúplice são partilhados entre as 
companheiras e o de cujus. Meação que se transmuda em ‘triação”, pela 
duplicidade de vínculos familiares.Negaram provimento ao primeiro apelo e 
deram parcial provimento ao segundo.” (TJRS, Ap. Civ. 70027512763 – 8ª C.Civ. – 
Rel. Des. Rui Portanova – J. 14/09/2009. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
Infidelidade virtual – pode ser reconhecida como infração ao dever de 
fidelidade ? Infidelidade virtual é adultério ? 
 Instituto moderno – fonte de indagações e polêmicas quanto à sua 
aplicaçãoem face da constante mutação de costumes e conceitos na área do 
Direito de Família; 
 Caracteriza-se por ser relacionamento virtual praticado por pessoa 
comprometida (casamento, união estável) – vivência de diferentes 
experiências afetivas e/ou sexuais com pessoa estranha à relação – não há 
contato físico, há relacionamento de fato – sexo virtual é fato – trair sem 
consumar. 
 Possui causas diversas – destacam-se: 
a) Monotonia 
b) Falta de interesses sexual do parceiro 
c) Desejo de variedade e diversão 
d) Incompreensão do parceiro 
e) Fuga da vida real por falta de coragem para promover a dissolução; 
f) Fuga da relação pouco gratificante vivenciada 
 
“ A realidade das relações virtuais abrange um amplo aspecto de 
possibilidades de relações que vai desde a normalidade à patologia, 
dependendo do uso que cada indivíduo faça desta relação, seja um uso 
narcísico (prolongamento de seu mundo interno), seja em uso perverso 
ou uma forma de se evadir da realidade externa ou interna, conforme a 
subjetividade inerente a cada ser humano.” Ana Cristina S. Guimarães. 
Fases 
1º momento – conversas amenas, relacionamento erótico-afetivo, 
fantasias conjuntas, compartilhamento de desejos, experiências, sonhos 
com temáticas sexuais – proteção pelo pseudo-anonimato que a internet 
propicia; 
2º momento – compartilhamento de fotos, utilização de softwares de 
aproximação (sistema de voz e webcam) durante os diálogos – fim da 
abstração e aquisição de tons reais. 
 
 
“ A internet apresenta novas possibilidades de relacionamento, 
permitindo o encontro e a descoberta no anonimato,. Quando as 
pessoas estão anônimas, comportam-se em geral de forma mais livre 
e mais despojada de preconceitos e máscaras, podendo fantasiar que 
são melhores do que são, e podem despir-se de inibições. Encontrar 
pessoas pela internet e relacionar-se “intimamente” com elas traz 
para dentro de casa uma possibilidade nunca antes vivida. Para 
casais que vivem frustrações no casamento, a tela e o teclado torna-
se amigos concretos, o computador passa a ser aliado. Substituindo 
a ameaça do relacionamento real, e ele pode ser vivido sem riscos.” 
Rosana Ferrari 
 O romance virtual é imitação quase perfeita do real – O amante virtual 
não tem rosto nem identidade 
 Na vida real quando há desinteresse, é difícil romper – Na internet, 
basta deletar o parceiro. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
 “enquanto houver desejo sobre a face da terra, haverá quem burle 
a lei jurídica para ir ao encontro da Lei do Desejo, nem sempre 
coincidente com a Lei jurídica.” Rodrigo Cunha Pereira 
 Fidelidade e infidelidade depende do conceito de cada casal. Para 
uns a infidelidade não está em encontrar-se com outra pessoa, mas 
em apaixonar-se por ela.” Cláudio Roberto V. Affonso 
 
 Fidelidade física – manutenção de relações sexuais exclusivas com o 
cônjuge 
 Infidelidade moral – afronta ao dever de lealdade – não possui sanção 
eficiente. 
 
Reflexões: 
 
 É justo punir aquele que não ama mais ? É possível, efetivamente, 
achar um culpado pelo fracasso do casamento ou da união estável ? 
Quem é mais responsável pela ruína de uma união: o parceiro que, há 
tempos e continuadamente, vem praticando as mais diversas faltas, ou o 
outro, que cometeu o deslize mais recente ? 
 
 Quem é afinal, o cônjuge infrator: o que se relacionou “amorosamente” 
pela internet ou o seu consorte que o despreza, mantendo um casamento 
de aparências para dar uma satisfação à sociedade ? 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
 
d) Planejamento Familiar – responsabilidade do casal – art. 226, § 7º, 
CF. 
 O CC/02 limitou-se a reproduzir a regra do dispositivo constitucional; 
 A tentativa de regulamentação é acanhada 
 Lei 9.263/96 – vide arts. 2º (conceito); 9º (restrição à fertilização 
assistida); 10 (restrições à esterilização voluntária; 15 (tipificação penal) 
 
e) Guarda e educação dos filhos – Art. 226, CF, devem ser 
assegurados à criança e ao adolescentes os direito da personalidade, 
para sue pleno desenvolvimento – dever de ambos os cônjuges em 
qualquer regime de bens. 
 
f) Nome e patronímico – CC/16 faculdade da mulher – Após a CF/88 
faculdade e liberalidade do casal – impossibilidade de exercício 
recíproco – somente um. 
 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
5) EFEITOS PATRIMONIAIS – a comunicação dos bens ocorre de acordo 
com o regime de casamento adotado ou estabelecido pela lei, com ou 
sem a celebração de pacto antenupcial. 
 
 São efeitos patrimoniais: 
a) Direção da sociedade conjugal 
b) Administração dos bens 
c) Assistência material 
d) Dever de sustento do cônjuge necessitado 
e) Dever de sustento dos filhos 
f) Bens reservados 
g) Fixação do regime de bens 
 
 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS FAMILIARES – feita em regime de 
cogestão – eliminação da figura do cabeça do casal 
 
 O CC/02 manteve indispensável a necessidade da outorga uxória e 
marital. 
 Casos de necessidade das outorgas 
a) alienar, hipotecar ou gravar de ônus real os imóveis que integram os 
bens familiares; 
b) defender judicialmente os direitos sobre bens imóveis da sociedade 
conjugal 
c) prestar fiança ou aval 
d) efetuar doações de bens familiares ou que possa integrar a 
meação, exceção às doações remuneratórias (CC, art. 1.647) 
Exceção: 
1) Não se aplica o sistema de outorga no regime de separação de bens 
2) Se um dos cônjuges não puder exercer a administração, o outro 
poderá administrar os bens comuns; alienar bens móveis comuns; 
alienar os imóveis comuns e os do consorte, mediante autorização 
judicial. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
Administração privativa dos bens 
1) Se um dos cônjuges estiver em lugar incerto e não sabido; 
2) Se um dos cônjuges se achar encarcerado por mais de 180 dias; 
3) Se for interditado judicialmente 
4) Se encontrar temporariamente privado da consciência por 
enfermidade ou acidente 
Responsabilidades do cônjuge na adm. Privativa 
1) Se o rendimento for comum, será usufrutuário; 
2) Se tiver mandato expresso ou tácito para administrar, como 
procurador; 
3) se não for nem usufrutuário nem administrador, como depositário. 
 
ASSISTÊNCIA MATERIAL – necessária para o desenvolvimento pleno 
dos interesses de cada um. 
 
ASSISTÊNCIA AO CÔNJUGE NECESSITADO - – decorre da 
comunhão plena de vida (CC, art. 1.511) – vínculo de solidariedade 
estabelecido com o casamento. 
> Existe divergência quanto à possibilidade de buscar alimentos após o 
divórcio - inexiste vedação legal, não há como fazer a obrigação 
desaparecer. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
DEVER DE SUSTENTO DOS FILHOS 
 Imposição legal à família – CF, art. 227; CC/02 art. 1.566, IV; ECA art. 4º 
 Obrigação dos pais enquanto pais e não enquanto casados 
 Inexistência de responsabilidade solidária – o adimplemento da 
obrigação de um não libera o outro do encargo. 
 O poder familiar é exercido conjuntamente (CC, art. 1.631) e mesmo 
depois do divórcio persiste o dever; 
 Ônus recíproco – o cônjuge que está com a guarda física deve retribuir 
na proporção de seus recursos (CC, art. 1.703) 
 A responsabilidade é divisível – depende dos bens e rendimentos de 
cada um – abandono material (art. 244, CP) 
 Os deveres dos pais para com os filhos são individuais; 
 a impossibilidade de um não transfere ao outro a obrigação de pagar 
sozinho – a transmissão do encargo não é ao outro genitor, mas aos 
parentes do credor (CC, art. 1.696 e 1.698). 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
BENS PARTICULARES E RESERVADOS 
 Particularessão aqueles que não integram a comunicação dos 
aquestos decorrentes do casamento civil, por disposição legal ou pacto 
antenupcial. 
 O CC/16 possuía dispositivo específico referente aos bens reservados 
da mulher – objetivava não deixá-la no desamparo no caso de dissolução; 
 Ante a mulher somente podia exercer atividade laboral com o prévio 
consentimento do marido – até 1962 com o Estatuto da mulher casada; 
 Por força do princípio da equidade e o advento da cogestão familiar 
(administração e representação conjunta da família) não havia razão de 
manter-se tal instituto – o novo sistema jurídico, então, não recepcionou 
os chamados bens reservados da mulher. 
 Atualmente a expressão tem o mesmo significado de bens particulares. 
 
Modalidades 
1) Bens que não se comunicam, por força do regime matrimonial adotado 
pelos interessados – ocorre em todos os regimes, menos no da comunhão 
universal; 
 
2) Bens gravados com a cláusula de incomunicabilidade, por força de 
lei ou pela vontade humana resultante de algum negócio jurídico 
(testamento). 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
FIXAÇÃO DO REGIME DE BENS 
 Bens conjugais – decorrência do casamento – ocorre na fase de 
habilitação do casamento. 
 
Regras 
 
a) Se for comunhão parcial – só integram o patrimônio conjugal os bens 
adquiridos após a celebração do casamento; 
b) Se for comunhão universal – todos os bens adquiridos pelos 
cônjuges, antes e depois da celebração do casamento, integram o 
patrimônio conjugal 
c) Se for separação de bens – não haverá patrimônio conjugal – somente 
se comunicam os bens adquiridos pelo casal 
d) Se da participação final nos aquestos – o patrimônio conjugal 
somente ocorrerá mediante a extinção do casamento pelo divórcio – 
viabilização da partilha da valorização dos aquestos, após a celebração do 
casamento. 
 
Os bens conjugais podem ser defendidos por qualquer dos cônjuges que 
se sinta prejudicado – defesa da meação em caso de inadimplemento de 
dívida pessoal – necessidade de averbação no Registro imobiliário para 
conhecimento de terceiros. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
DIAS, Maria Berenice. Casamento; nem direitos nem deveres, só afeto. 
Conversando sobre o direito das famílias. Porto Alegre. Livraria do 
Advogado, 2004, p. 30-38 
 
LÔBO, Paulo. As vicissitudes da igualdade e dos deveres conjugais no 
direito brasileiro. Porto Alegre. IBDFAM/Síntese, n.º 26, p. 5-17, out-nov 
2004 
 
BEMBOM, Marta Vinagre. Infidelidade Virtual e Culpa. In Revista Brasileira 
de Direito de Família – IBDFM, vol. 5, abr-junho/2000, Ed. Síntese, págs. 
29/35. 
Direito de Família - Prof. Cláudio Affonso 
BIBLIOGRAFIA 
 
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. SP, RT, 2010 
 
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil – Direito de Família e 
Sucessões. SP, Saraiva, 6ª ed., Vol. 5, 2010. 
 
FACHIN, Luiz Edson; RUZYK, Carlos Eduardo Pianosvky. Código Civil 
comentado. SP, Atlas, 2003, Vol. 15 
 
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado; RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite. 
Manual de Direito das Famílias e das Sucessões. BH, Del Rey,

Outros materiais