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Aula 2 - Sucessão Legítima ATUALIZADA

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DIREITO DAS SUCESSÕES 
 
 
 Sucessão Legítima 
 Herança 
 Aceitação da Herança 
 Exclusão da Sucessão Legítima 
 Direito de Representação 
 Exclusão da Sucessão Testamentária 
 Direito de Acrescer na Sucessão Testamentária 
 
Prof.º Cláudio Roberto Vasconcelos Affonso 
ESMAC – 2014 
 
 
Art. 1.603 CC/1.916 Art. 1.829 CC/2002 
I - aos descendentes; I - aos descendentes, em 
concorrência com o cônjuge 
sobrevivente, salvo se...; 
II - aos ascendentes; II - aos ascendentes, em 
concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais; IV - aos colaterais. 
V - aos Municípios, ao 
Distrito Federal ou à União. 
ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 
SUCESSÃO LEGÍTIMA 
 É aquela que se verifica quando alguém morre sem 
testamento (ab intestato) ou quando fez testamento parcial, nulo 
ou ineficaz. 
 
 A lei estabelece uma ordem preferencial entre as várias 
classes de herdeiros, sendo que dentro de cada classe, os 
parentes de grau mais próximo excluem os de grau mais 
remoto. É a chamada ordem de vocação hereditária – vide art. 
1.829 
LINHA ASCENDENTE 
 
 (3a) Bisavós 
 
 (2a) Avós (4a) Tio avô 
 
 (1a) Pais (3a) Tio 
 LINHA 
 VOCÊ COLATERAL 
 
 (1a) Filhos (2a) Irmão (4a) Primo 
 
 (2a) Netos (3a) Sobrinho 
 
 (3a) Bisnetos (4a) Sobrinho-neto 
 
 LINHA DESCENDENTE 
 DESCENDENTES + CÔNJUGE 
 
Na concorrência com descendentes, o cônjuge só irá receber 
se era casado com o de cujus nos regimes de: Comunhão 
parcial com bens particulares do falecido; Separação 
convencional e Participação final nos aquestos. 
Só filhos comuns: o 
cônjuge recebe a mesma 
parte de cada um, nunca 
inferior a 1/4 do valor 
total 
Se havia filhos exclusivos 
do de cujus, não há 
solução que seja 
totalmente justa 
SUCESSÃO DOS 
DESCENDENTES 
• Por cabeça: quando concorrem entre si descendentes 
do mesmo grau, a herança será dividida em partes 
iguais: 
 Morto 
 
 F1 F2 F3 (IRMÃOS) 
 
1/3 1/3 1/3 
 Por estirpe ou representação: quando concorrem entre 
si descendentes de grau mais próximo com de grau mais 
remoto, o grupo de descendentes mais próximo, pré-morto 
ou excluído por indignidade ou deserdação, recebe a 
mesma quota que seria atribuída ao representado, caso 
participasse da herança: 
Morto 
 
A (1/3) B+ (1/3) C (1/3) 
 
B1 (1/6) B2 (1/6) B3 (1/6) 
 
ASCENDENTES + CÔNJUGE 
 
 
 
 
 A regra é aplicável para qualquer que seja o regime de 
casamento: 
Se houver um só 
ascendente de 1º grau ou 
se o ascendente for de 
outro grau 
 
 
 
O cônjuge recebe a metade 
 
 
Se houver dois ascendentes 
de 1º grau 
 
 
 
O cônjuge recebe somente 
1/3 
 
SUCESSÃO DOS ASCENDENTES 
 Ocorre em linhas, de forma que o grau mais próximo 
exclui o grau mais remoto. Se concorrerem entre si 
ascendentes do mesmo grau, mas de linha diversa, a 
herança será dividida ao meio e depois, se o caso, redividida 
entre as pessoas daquela linha: 
AvóP AvôP AvóM AvôM 
 
Pai+ Mãe+ 
 
 
Neto+ 
SUCESSÃO NA UNIÃO ESTÁVEL 
 O companheiro sobrevivente participará da herança em 
relação aos bens adquiridos onerosamente durante a 
convivência – vide art. 1.790 CC: 
HERANÇA 
 É o patrimônio do falecido, composto por seus bens, 
direitos e obrigações. 
 
 Características: 
a) é bem imóvel por disposição legal: a cessão de direitos 
hereditários requer escritura pública e autorização do 
cônjuge - art. 1793 CC; 
b) é indivisível – antes da partilha aplicam-se as regras do 
condomínio (qualquer herdeiro tem legitimidade para 
defender a coisa toda) - art. 1791 CC. 
Herança Jacente e Vacante 
 1819/1823 CC e 1142/1158 CPC 
• Jacente: é aquela que ainda não foi reclamada por seus eventuais 
herdeiros. Ocorre quando não há herdeiros sucessíveis ou estes 
renunciam, ou então são excluídos e quando não há testamento. 
Jazer = esperar. 
 
• O Juiz, para evitar a ruína desses bens, nomeia um curador para 
arrecadar e administrar os bens do falecido (art. 1.819) – Concluído 
o inventário sem o surgimento de herdeiros, a herança se torna 
vacante e os bens passam para a Municipalidade ( arts. 
1.823/1.824). 
 
Obs.: A JACÊNCIA É UMA FASE PROVISÓRIA – Culmina ou com a 
entrega dos bens aos herdeiros que vierem a surgir, ou com a 
declaração da vacância e a transferência ao Poder Público. 
Vacante: é aquela que não foi disputada, com êxito, por 
qualquer herdeiro e que, judicialmente, foi proclamada de 
ninguém. É aquela na qual se converte a jacente após cinco (5) 
anos de ultimado o processo de arrecadação de bens, não 
sendo encontrado herdeiros (art. 1.820). 
 
Inicialmente a propriedade é resolúvel – após os 5 anos torna-
se plena – impossibilidade formal de exigência pelos herdeiros 
(art. 1.822) 
 
Qualquer discussão futura será contra a Fazenda (art. 1.158, 
CPC) 
ACEITAÇÃO DA HERANÇA 
Ato pelo qual o herdeiro concorda com a transmissão ocorrida no 
instante da morte, confirmando-a. 
 
• Quanto ao modo de manifestação: expressa (feita por escrito), 
tácita (comportamento daquele que aceitou) ou presumida 
(silêncio do herdeiro quando provocado por qualquer interessado 
a dizer se aceita ou não). 
 
• Quanto à titularidade do direito de manifestação: direta (o 
direito é do próprio herdeiro) ou indireta, que ocorrerá em dois 
casos: 
a) o herdeiro morre antes de manifestar se aceita a herança: o 
direito passa a seus herdeiros; 
 
b) o herdeiro renuncia, causando prejuízo a seus credores: o 
direito de aceitar passa aos credores, no prazo de 30 dias. 
ACEITAÇÃO DA HERANÇA 
• Ato unilateral; 
• Ato não-receptício: não depende do conhecimento do ninguém 
para que gere efeitos; 
• Ato indivisível: não pode ser parcial - art. 1808; 
• Ato puro e simples: não se sujeita a termo ou condição; 
• Ato irretratável: não admite arrependimento - art. 1812. 
 
RENÚNCIA À HERANÇA 
Ato pelo qual o herdeiro abre mão do direito hereditário. O 
herdeiro é tratado como se nunca tivesse existido. 
 
• Características: além daquelas relativas à aceitação, a 
renúncia é considerada ato formal ou solene - só pode ser 
manifestada por instrumento público ou por termo nos 
autos do inventário. 
 
• Pode ser pura (abdicativa), tardia e imprópria (in 
favorem). 
ESPÉCIES DE RENÚNCIA 
PURA ou ABDICATIVA – consiste no efetivo repúdio unilateral 
à transferência patrimonial – faz retornar a parte ideal do 
renunciante ao monte mor – partilha entre os demais 
herdeiros. 
 
TARDIA – corresponde à que é feita após a aceitação tácita, 
em favor do monte mor – possui natureza jurídica de cessão 
gratuita de direito hereditário. 
 
IMPRÓPRIA ou TRASLATIVA – também feita após a aceitação, 
objetiva beneficiar alguém – possui natureza jurídica de cessão 
gratuita de direito hereditário 
RENÚNCIA 
Art. 1.810 CC/02 
A 
 
 F1 (R) F2 
 50% 50% 
 
 
100% 
A 
 
 F1 (R) F2 (PM) 
 50% 50% 
 
 N1N2 
 
 
½ ½ 
RENÚNCIA 
Art. 1.810 CC/02 Art. 1.811 CC/02 
 
 
 A Cônj. 
 
 
 F1(R) 
 100% 
 
100% 
 A 
 
 
 F1(R) F2 F3 
 
 N1 
 
 ½ ½ 
 EXCLUSÃO DA HERANÇA 
 
 
• Indignidade ( Art. 1.814 CC/02) 
 - Hipóteses do CC/02 e CC/1.916 
 - Natureza jurídica 
 - Reabilitação (Art. 1.818 CC/02) 
 - Direito de representação 
• Deserdação (Art. 1.961 CC/02) 
 - Natureza jurídica 
 - Direito de representação 
 
 EXCLUSÃO DA HERANÇA 
 INDIGNIDADE DESERDAÇÃO 
Instituto típico da parte geral do 
Direito das Sucessões 
Instituto específico da sucessão 
testamentária 
Causas geradoras no art. 1.814 CC Funda-se em causas mencionadas 
nos arts. 1.962 e 1.963 CC 
Atinge herdeiros (legítimos ou 
testamentários) e legatários 
Herdeiros necessários, privando-os 
de sua legítima 
Não é necessário testamento (para 
excluir por indignidade) 
É INDISPENSÁVEL o testamento 
válido feito pelo ofendido, deserdando 
o herdeiro necessário e mencionando 
a causa da deserdação 
O prazo decadencial é de 4 anos a 
contar do óbito – 1.815 par único 
O prazo decadencial é de 4 anos a 
contar da abertura do testamento – 
1.965, par único 
EXCLUSÃO DA HERANÇA 
DIFERENÇAS 
INCAPACIDADE SUCESSÓRIA 
Impede que nasça o direito 
sucessório; 
É fato decorrente do 
enfraquecimento da 
personalidade do herdeiro; 
Faz com que o incapaz não 
adquira a herança em momento 
algum; 
- O incapaz, como nunca foi 
herdeiro, nada transmite a seus 
sucessores. 
INDIGNIDADE 
Obsta a conservação da herança; 
É penalidade civil – pré-morte; 
Faz com que o indigno adquira a 
herança na abertura da sucessão, 
vindo a perdê-la com o transito em 
julgado de sentença declaratória de 
indignidade; 
- O indigno transmite parte de sua 
herança, como se morto fosse, aos 
seus herdeiros (a penalidade tem 
caráter personalíssimo) 
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE (art. 1814) – não se 
admite interpretação extensiva ou analógica. 
 
a) os herdeiros ou legatários que..... – o CC fala em homicídio 
doloso contra a pessoa de cuja sucessão se tratar. Portanto, se 
meramente culposo o delito, inexiste voluntariedade ou dolo, apta a 
legitimar o afastamento sucessório do responsável. Assim como 
não há motivo para exclusão se o autor do homicídio age em 
legítima defesa, em estado de necessidade, no exercício regular de 
um direito ou é perturbado em suas faculdades psíquicas por 
demência ou embriaguez. O mesmo acontece nos casos de 
aberratio ictus e erro sobre a pessoa, bem como no homicídio 
preterintencional, em que não existe animus necandi.. 
b) os herdeiros ou legatários que tiverem acusado 
caluniosamente... – a denunciação caluniosa consiste em 
dar causa a instauração de investigação policial ou de 
processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime de que 
o sabe inocente. Mas não basta qualquer acusação perante 
a polícia ou outra repartição pública. É preciso que seja ela 
veiculada em juízo criminal, mediante queixa, e se revele falsa 
e dolosa. O reconhecimento da indignidade nessas hipóteses 
depende de prévia condenação em juízo. 
 
c) que por violência ou ameaça... – na doutrina são 
esses os casos geralmente apontados: I – o herdeiro 
constrange o de cujus a testar; II – ou então impede-o 
de revogar testamento anterior; III – suprime 
testamento cerrado ou particular dele; IV – urde ou 
elabora um testamento falso; V – cientemente, 
pretende fazer uso de testamento contrafeito. 
 
 Trata-se enumeração é taxativa, não existem outros 
casos de indignidade. 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INDIGNIDADE (art. 1815) 
 
 A indignidade não opera ipso jure - os herdeiros 
deverão mover a ação – é ação de cognição exauriente 
e não cabe ao ofendido. 
 
 Para que se exclua o herdeiro da sucessão é preciso 
que a indignidade seja reconhecida por sentença, que 
não é título constitutivo, mas apenas declaratória da 
incapacidade de suceder. 
 
 A sentença declaratória da indignidade produz efeitos 
ex tunc - retroage à data da abertura da sucessão p/ 
retirar do indigno a sua condição adquirida de imediato 
quando do falecimento do autor da herança. 
 
 Até mesmo se existir prévia condenação criminal 
confirmando a prática de ato delituoso é indispensável 
a provocação da exclusão em processo cível próprio – 
prova pré-constituída. 
 
 A legitimidade para propor a ação é estendida a 
qualquer interessado, assim considerados aqueles 
que obterão vantagem patrimonial com o afastamento 
do herdeiro. 
 
 Se o sucessor imediato do herdeiro ou legatário 
indigno, por livre opção, não provoca a exclusão, 
ninguém mais poderá fazê-lo, nem mesmo o Ministério 
Público, ainda que a indignidade constitua crime. 
 O momento próprio para a propositura da ação é a partir 
do falecimento, com prazo de quatro anos. 
 
 A prova pode ser produzida no juízo cível, 
independentemente de instauração, pendência de ação penal 
ou absolvição por extinção da punibilidade (prescrição) – só 
se reconhecida no juízo criminal a inexistência do fato, ou da 
autoria, ao se absolver o sucessor acusado fica afastada a 
possibilidade de exame no cível, impedida, assim, a aplicação 
da indignidade. 
 
 Iniciada ou não, extingue-se a ação com o falecimento do 
herdeiro ameaçado, porque indignidade constitui pena 
personalíssima. Sobrevindo a morte deste, antes que se 
declare a indignidade, o herdeiro visado, que até essa data 
exercia em plena capacidade o seu direito hereditário, 
transmite-o aos próprios sucessores. 
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE (arts. 1.816 e 
1.817) 
 
a) os descendentes herdarão a parte do excluído – a 
herança que o indigno deixa de recolher devolve-se aos seus 
descendentes, que sucedem por direito de representação – 
inexistindo sucessores do indigno na linha reta descendente, 
seu quinhão retorna ao monte, seguindo a destinação legítima 
ou testamentária, como se o herdeiro excluído não existisse. 
 
b) o indigno não terá direito a administração e usufruto dos 
bens herdados – fica privado do direito ao usufruto e 
administração dos bens que a seus filhos menores forem 
destinados em razão da substituição, perdendo, também, o 
direito sucessório sobre o patrimônio devolvido aos 
descendentes, que em regra teria pelo falecimento destes. 
c) Validade das alienações onerosas feitas pelo indigno 
antes da sentença a terceiro de boa-fé (1.817) – conflito 
entre a propriedade dos demais herdeiros e a boa-fé do 
terceiro adquirente – segurança jurídica desta – possibilidade 
dos demais herdeiros exigirem do indigno o equivalente, 
mediante ação pessoal de perdas e danos – incabível ação 
real sobre a coisa vendida – inexistência de direito de seqüela 
sobre a coisa alienada ao terceiro de boa-fé - se a alienação 
foi gratuita (= doação) cabe direito de seqüela* - o terceiro 
não vai perder nada, apenas deixará de ganhar. 
 
* Orlando Gomes compara a seqüela à lepra e afirma que o 
direito real adere à coisa como a lepra ao corpo do doente. 
 
 Vide art. 1.228, CC/02 
REABILITAÇÃO DO INDIGNO (art. 1.818) 
 
Através de testamento (reabilitação expressa) ou 
testamento que se deixa determinado bem para o indigno, mas 
nesse caso somente em relação ao bem (reabilitação tácita). 
 
 A inclusão do indigno em testamento do ofendido, que já 
tinha conhecimento do ato, correspondea perdão e 
reabilitação, de modo a vir o ofensor a receber sua deixa 
testamentária. O perdão deve ser expresso e constar de 
testamento, ou de outro ato autêntico, como a escritura 
pública. 
 
 Ainda que o ofendido tenha sido outras das pessoas 
enunciadas no art. 1.814 e não o testador, o perdão a que se 
refere a lei é o emanado do autor da herança. 
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
 Direito à sucessão indireta – o parente mais próximo 
representa o pré-morto – ordem de vocação. 
 Origem : Não havia direito de representação – colaterais 
mais próximos herdavam por cabeça – Inexistência da regra 
do art. 1.853. 
 Novelas CXVIII (543 a. C.) e CXXVII (548 a. C) de Justiniano– 
mudança profunda – irmãos e irmãs germanos e seus filhos – 
sucessão per capita + direito de representação ao pré-morto 
 Novela CXVIII – sobrinhos sempre herdam por 
representação (3º grau que representa os de 2º grau) – 
concorrendo com os tios do morto herdam 100% 
 Vide art. 1.843 §1º 
Galvão de Almeida – crítica à expressão – inexatidão científica – 
direito de substituição (vocação indireta) 
 
Natureza Jurídica – Teorias explicativas 
a) Teoria da Ficção – a lei atribui a outros parentes um grau de 
parentesco que não possuem – não há sucessão entre 
representante e representado; 
b) Teoria da Conversão do Negócio Jurídico – permite que o 
benefício seja extensivo az outra pessoa fora da ordem de vocação 
– objetivo de atender a finalidade da norma; 
c) Teoria da sub-rogação – o representante assume a posição 
daquele a quem virtualmente caberia a sucessão, se vivo fosse, 
sem a extinção de uma relação obrigacional anterior; 
d) Teoria da unidade orgânica – haveria no direito de representação 
a preservação da sucessão, porém coletiva e por estirpe; 
e) Teoria da substituição legal – um pessoa adquire o direito e seu 
exercício, que eram de outra, em nome e como direito próprios. 
Requisitos necessários 
a) Falecimento do representado – premoriência ou 
comoriência – indignidade e deserdação 
b) Vínculo de parentesco entre representante e 
representado – descendência – capacidade sucessória 
ao tempo da abertura (Art. 1798) 
c) Habilitação para a sucessão – deve estar vocacionada 
para suceder 
d) Inexistência de solução de continuidade entre os 
graus de parentesco do representante com o 
representado – representante adotado por terceiro 
antes da abertura. 
 
 Principais Efeitos 
a) Partilha sempre por estirpe 
b) Cada representante recebe uma quota parte igual ao 
montante total daquilo que seria dado ao 
representado, se vivo fosse 
c) Os representante só respondem por obrigações do 
espólio – nunca do representado 
d) A renúncia da herança não impede o exercício do 
direito de representação a cuja herança renunciou, 
em outra sucessão. 
DA DESERDAÇÃO 
 
- Ato voluntário do testador de afastar herdeiro 
necessário da sucessão, por testamento válido, por 
infração grave prevista em lei. 
- Deserdação parcial (Zeno Veloso) – restrição da 
sucessão a uma quota da legítima ou a determinado 
bem. 
 
CAUSAS COMUNS ( Art. 1.814 CC/02) 
 
 
 
 
 
CAUSAS ESPECÍFICAS – Arts. 1.962 e 1.963 CC/02. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Requisitos 
a) A comprovação deve ser feita por aquele que vier a se 
beneficiar dela 
b) A deserdação não demonstrada é nula – resguarda-
se a legítima do herdeiro dito deserdado 
c) Trata-se de pena civil imposta pelo testador e 
reconhecida judicialmente – é pessoal – não se 
estende aos sucessores 
 
Observações : 
 Itabaiana de Oliveira; Carlos Maximiniano; 
Francisco Cahali e Giselda Hironaka – possibilidade 
de contemplação do direito de representação na 
deserdação – punição indireta dos inocentes 
 O que a lei veda é o direito de representação na 
sucessão testamentária – exclusão do herdeiro 
testamentário. 
Direito de Acrescer na Sucessão Testamentária 
 
Noção Geral – é o acréscimo que ocorre em favor do 
herdeiro testamentário ou legatário – aumento da quota 
quando outro sucessor testamentário vier a faltar 
 
 
Requisitos do Direito de Acrescer: 
a) Vocação conjunta de pessoas à sucessão 
b) Morte antecedente ou concomitante, renúncia , 
declaração judicial de indignidade de uma ou várias 
pessoas contempladas por testamento 
c) Acréscimo forçado, via vocação indireta 
 
 
> Não se podendo realizar o direito de acrescer na 
sucessão testamentária a fração ideal será destinada à 
legítima em benefício dos herdeiros legítimos. 
Direito de Acrescer na Sucessão Testamentária 
 
Espécies de Acréscimos 
a) Conjunção mista (re et verbis) – toda a coisa é atribuída 
a todos os contemplados – identifica-se o bem e 
procede-se à sua inclusão na mesma cláusula 
b) conjunção real (re tantum) – disposição de um mesmo 
bem, em mais de uma cláusula do testamento, a mais 
de uma pessoa 
c) conjunção verbal (verbis tantum) – disposição de uma 
mesmo bem, na mesma cláusula, com distinção de 
quotas aos beneficiados 
 Oliveira Leite – o direito de acrescer somente se opera 
na conjunção real ou na mista 
Direito de Acrescer na Sucessão Testamentária 
 
Principais Regras: 
a) A distribuição dos quinhões se considera realizada 
quando o testador designa os nomeados e suas frações 
ideais da herança ou bens determinados 
b) sujeição dos beneficiários às obrigações decorrentes dos 
acréscimos 
c) a premoriência ou comoriência de uma dos herdeiros 
testamentários permite o acréscimo de seu quinhão aos dos 
demais 
d) sendo impossível a realização do direito de acrescer, a 
parte remanescente será dividida entre os herdeiros 
legítimos 
 
Regras 
Direito de Acrescer na Sucessão Testamentária 
 
 
 
 
 
Principais Regras: (cont.) 
 
 
 
d) sendo impossível a realização do direito de acrescer, a 
parte remanescente será dividida entre os herdeiros 
legítimos 
e) Quando não se realiza o direito de acrescer, os herdeiros 
legítimos (art. 1.829 CC/02) são contemplados com a quota 
vaga 
Regras 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
 
 
 
ALMEIDA, José Luiz Gavião de. Código Civil comentado. SP, 
Atlas, 2003, Vol. 18 
 
LEITE, Eduardo de Oliveira. Comentários ao novo Código Civil. 5ª 
ed., RJ, Forense, 2009, Vol. 21 
 
VELOSO, Zeno. Comentários ao Código Civil. SP, Saraiva, 2003, 
Vol. 21

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