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CIVIL V - Plano de ensino 5 - discente.pdf

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE DIREITO 
Direito Civil V - Família 
Plano de ensino – 2015.2 
Rosani Carvalho – rosani.carvalho@terra.com.br 
 
 
Aula 5: Validade do Casamento: Causas de nulidade do casamento e causas de anulação 
do casamento. Diferenças entre nulidade absoluta e nulidade relativa. 
 
 
 
I) Das causas de invalidade do casamento (artigos 1.548 a 1.564) 
 
 
1) Casamento nulo (artigo 1548) I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento 
para os atos da vida civil; 
 
Enunciado 332 CJF - A hipótese de nulidade prevista no inc. I 
do art. 1.548 do Código Civil se restringe ao casamento 
realizado por enfermo mental absolutamente incapaz, nos 
termos do inc. II do art. 3º do Código Civil 
 
Obs: O Estatuto da Pessoa com deficiência (Lei nº 13.146, de 
06/07/2015), que entrará em vigor em 03/01/2016, trará várias 
modificações relevantes. Além das apontadas na aula anterior, 
serão revogados o inciso I acima apontado e o inciso IV do 
artigo 1557 que trata como erro essencial a ignorância anterior 
ao casamento de doença mental que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida em comum. 
 
 
II - por infringência de impedimento. 
 
 
- legitimação (artigo 1549): qualquer interessado ou pelo Ministério Público. 
 
 
 
 
- Foro competente: é o da residência da mulher (art. 100, I, CPC), sendo essencial a atuação do 
Ministério Público como fiscal da lei (arts. 82, II, CPC). 
 
Obs: Com o advento do novo Código de Processo Civil, desaparece o foro privilegiado 
da mulher casada. 
 
 
 
- Efeitos e averbação da sentença: A sentença é meramente declaratória com efeitos ex tunc (o 
casamento não produz qualquer efeito jurídico desde a celebração, ressalvada a hipótese de 
casamento putativo, já visto anteriormente) e deverá ser averbada junto ao registro do casamento, 
retomando os ex-cônjuges o estado civil que possuíam antes do casamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Casamento anulável (artigo 1550): fere razões de ordem privada e as suas causas 
fundamentam-se, basicamente, em afronta a interesses privados que levam a vícios capazes de lhe 
determinar a invalidade, sendo elas: 
 
Inciso I - O casamento de quem não completou a idade mínima para casar. É hipótese clara 
da falta de suprimento judicial da idade para os casamentos celebrados nas hipóteses do 
art. 1.520, CC. 
 
a. Legitimidade: art. 1.552, CC. 
b. Não se anulará pela falta do suprimento judicial da idade o casamento do qual 
resultou gravidez (art. 1.551, CC). 
c. O menor, ao completar a idade núbil poderá confirmar o casamento perante o oficial 
do cartório e juiz celebrante, desde que o faça antes do trânsito em julgado da ação 
anulatória e com o consentimento de seus representantes legais (art. 1.553, CC). 
d. Prazo: 180 dias (art. 1.560, §1º, CC). 
 
 
 
Inciso II - O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu 
representante legal. É hipótese de falta de suprimento judicial do consentimento para os 
casamentos de pessoas maiores de 16 e menores de 18 anos (art. 1.517, CC). 
 
a. Legitimidade: art. 1.555, CC. 
b. Não se anulará pela falta do suprimento judicial da idade o casamento do qual 
resultou gravidez (art. 1.551, CC). 
c. Também não se anulará por falta de consentimento se a celebração do casamento foi 
acompanhada pelos representantes legais do menor ou se estes, por qualquer modo, 
tiverem manifestado sua aprovação (art. 1.555, §2º, CC). 
d. O menor, ao completar a maioridade pode confirmar o casamento perante o oficial do 
cartório e juiz celebrante, desde que o faça antes do trânsito em julgado da ação 
anulatória. 
e. Prazo: 180 dias (art. 1.555, CC). 
 
 
 
Inciso III - O casamento contraído com vício da vontade: erro substancial quanto à pessoa do 
outro cônjuge (arts. 1.556 e 1.557, CC) e coação moral (art. 1.558, CC). 
 
a. Legitimidade: art. 1.559, CC. 
b. Coação: é causa de anulabilidade a coação moral, uma vez que a coação física é 
considerada causa de inexistência do casamento. Coação é toda ameaça (grave, 
injusta e atual) ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo ao 
casamento. É o temor que impõe que vicia o casamento, independente de ser ele 
dirigido ao próprio nubente ou a seus familiares. 
 i. Temor reverencial não é causa de anulação do casamento. 
c. Erro: erro é a falsa representação da realidade e, para viciar o casamento, deve se 
referir à pessoa do outro cônjuge, além de ser substancial. 
 i. O defeito deve ser anterior ao casamento e desconhecido do cônjuge 
enganado. 
 ii. A descoberta do defeito após o casamento deve tornar insuportável a vida 
em comum. 
iii. O art. 1.557, CC, enumera taxativamente as causas de anulação do 
casamento por erro que pode se dar quanto: à identidade (física e civil), 
honra e boa fama; ignorância de crime anterior ao casamento; defeito físico 
irremediável ou moléstia grave e transmissível por contágio ou herança; 
ignorância de doença mental grave. 
 
Obs: O Estatuto da Pessoa com deficiência (Lei nº 13.146, de 06/07/2015), que 
entrará em vigor em 03/01/2016, trará várias modificações relevantes. Além das 
apontadas na aula anterior, serão revogados o inciso I acima apontado e o inciso IV 
do artigo 1557 que trata como erro essencial a ignorância anterior ao casamento de 
doença mental que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum. 
 
 iv. O ‘errorvirginitatis’ não é mais causa de anulação do casamento. 
 v. A jurisprudência não tem considerado erro essencial a condição de 
desempregado ou a ociosidade, a fortuna e a profissão. 
 
d. Prazo: erro – 03 anos (art. 1.560, III, CC); coação moral – 04 anos(art. 1.560, IV, 
CC) 
 
 
 
 
 
Inciso IV - O casamento do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco o 
consentimento. 
a. Legitimidade: o próprio incapaz; representantes legais; herdeiros do incapaz. 
b. Trata-se de demonstração de redução da capacidade abrangendo, portanto, as 
hipóteses de incapacidade relativa (art. 4º., CC). 
c. Prazo: 180 dias (art. 1.560, I, CC). 
 
 
 
 
 
Inciso V - O casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse 
da revogação do mandato e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges. 
a. Legitimidade: mandante ou seu representante legal (se interdito ou menor). 
b. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. 
c. A coabitação do mandante com o cônjuge retira-lhe o direito de pleitear a anulação do 
casamento por este vício. 
d. Prazo: 180 dias (art. 1.560, §2º, CC). 
 
 
 
 
 
Inciso VI - O casamento por incompetência da autoridade celebrante. 
a. Legitimidade: os próprios nubentes. 
b. Trata-se de incompetência em razão do lugar e em razão da pessoa, pois a 
incompetência em razão da matéria é causa de inexistência do casamento. 
c. Art. 1.554, CC – subsiste o casamento se aquele que o celebrou, embora não tendo 
competência, exercia publicamente as funções de juiz de casamentos e nesta 
qualidade tiver registrado o ato. 
d. Prazo: 2 anos (art. 1.560, II, CC). 
 
 
 
 
- Legitimação: A anulação do casamento pode ser requerida em ação ordinária apenas pelas 
pessoas diretamente interessadas no ato, sendo as causas submetidas a prazos decadenciais. 
 
 
- Foro competente: é o da residência da mulher (art. 100, I, CPC), sendo essencial a atuação do 
Ministério Público como ‘custos legis’ (arts. 82, II, CPC). 
 
Obs: Com o advento do novo Código de Processo Civil, desapareceo foro privilegiado 
da mulher casada. 
 
 
 
- Efeitos e averbação da sentença: A sentença será constitutiva negativa com efeitos ‘ex nunc’ (o 
casamento produz até a decretação de sua invalidade) e deverá ser averbada junto ao registro do 
casamento, retomando os ex-cônjuges o estado civil que possuíam antes do casamento. 
 
II) Diferenças entre nulidade absoluta e nulidade relativa. 
 
 
ASPECTOS A SEREM 
CONSIDERADOS 
NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA 
(ANULABILIDADE) 
Legitimados qualquer interessado e pode 
ser reconhecida de ofício pelo 
juiz por ser questão 
considerada de ordem pública 
Somente a parte a quem 
aproveite a invalidade, vedado 
o conhecimento de ofício 
Prazos Não há prazo limite para o seu 
reconhecimento 
Prazos especiais estabelecidos 
em lei ou, na falta destes, 02 
anos (artigo 179 CC) 
Sanabilidade dos vícios Vício insanável Vício sanável por interesse das 
partes 
Sentença Declaratória com efeitos ex 
tunc, salvo no caso de 
casamento putativo (artigo 
1561 do CC) 
Constitutiva com efeitos ex 
nunc

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