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LO BIANCO, A.C. (org). Psicanálise, política e cultura. Campinas: Mercado das Letras, 2014
16. Com quantos espermatozoides se faz um pai
 
Charles Elias Lang
Francisco Rafael Barbosa Caselli
Juliana Falcão Barbosa
Introdução
Neste texto discutem-se aspectos da paternidade em nossos dias e alguns impasses em sua assunção. Iniciamos por um esboço desta época; esboço em que discurso científico e imaginário cinematográfico se entrecruzam e produzem imagens que funcionam como consistências a partir das quais pensamos e é pensado o nosso ser no mundo, e o nosso mal-estar contemporâneo. Neste entrecruzamento e no modo como o imaginário cinematográfico parasita o discurso científico, exploramos as possibilidades abertas pela invenção dos contraceptivos e das técnicas de reprodução assistida. Em seguida, este esboço é utilizado como pano de fundo para um diálogo com o filme Minhas mães e meu pai (2010). Neste, o impensado, até há pouco, ultrapassou o ficcional e tornou-se pensável como modo de composição da subjetividade: um casal de lésbicas ter dois filhos adolescentes, de inseminações artificiais com um doador anônimo. E viverem como uma família "normal"! Mas um tom apocalíptico espreita o horizonte com seus espectros: uma família homossexual, sem pai, dominada pelo feminino? E o núcleo da história: pode-se passar sem o homem e o pai?
Com este texto pretendemos elencar e responder algumas questões, o que parece pertinente em se tratando de temas que pela sua novidade, urgência e caráter inusitado, cada vez mais têm ocupado antropólogos, sociólogos, juristas, psicólogos e psicanalistas.
O imaginário da procriação e o lugar da paternidade 
De onde viemos e como viemos? Eis um dos primeiros mistérios enfrentados pela Filosofia, pelas Religiões e pelas insistentes perguntas das crianças: por quê? De onde vim? Fui desejado? Coletivamente, desde a Antiguidade, a humanidade vem produzindo um discurso que articule um saber sobre como cada ser humano vem ao mundo. Este discurso, que hoje se apresenta como o discurso da ciência, aponta sempre para uma verdade sobre a realidade, modificado de teoria em teoria, integrando-se aos desdobramentos dos sistemas de pensamento ao longo dos anos. De acordo com o psicanalista francês Didier David (1984[2002]), as descobertas científicas, suas proposições, seu texto, tem como efeito colateral a produção de um “imaginário da procriação”. Na busca de atingir a verdade sobre a procriação, o discurso científico performatiza uma coleção de imagens, historicamente narradas por aqueles comprometidos com seu saber.
A Antiguidade, com Hipócrates e Aristóteles, inaugura na civilização ocidental uma narrativa desse processo de imaginarização. Para Aristóteles, apenas a semente masculina seria constitutiva de um novo ser. À mulher, caberia apenas receber a aura seminalis – presente na semente masculina –, detentora do princípio prolífico. Desse modo, passando pelas fantasias renascentistas da criação do homúnculo, até as mais recentes narrativas que refletem as investigações contemporâneas do campo da genética, deparamo-nos com a forma pela qual o discurso social é modulado pelo discurso da ciência (David, 1984[2002]); discurso digerido e problematizado nos mais diversos campos, em especial, no cinema.[1: Homenzinho que se imaginava presente no sêmen, à espera de um lugar para se desenvolver: o óvulo. Tal fantasia dava contornos a um imaginário dominado pelo masculino.]
A passagem da escrita científica à imagem cinematográfica – concomitante às modificações sociais que nos inserem mais numa cultura da imagem que da escrita – pode ser definida como uma transcrição às avessas. A imaginarização daquilo que antes só se poderia dispor pela palavra, individualmente e no palco da subjetividade de cada um, passa, doravante, a ser da ordem de uma imagem coletivizada que se impõe e convoca o olhar na posição de “tela-espectador”. Passamos, assim, a um modelo de acesso imediato à representação da coisa narrada. Temos todos, ao mesmo tempo, o acesso à mesma imagem.
Poderíamos destacar o que David (ibidem) designa como imaginário da procriação, no cinema de massa, em duas cenas hollywoodianas. A primeira, “O que acontece durante a ejaculação”, em um filme de Woody Allen intitulado “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo (mas tinha medo de perguntar)” (1972). A segunda, na abertura do filme “Olha quem está falando” (1989). Dezessete anos separam as cenas. Na primeira, dá-se uma paródia do encontro sexual; um batalhão de agentes trabalha no interior do corpo do homem para que este se deixe erotizar sem o fantasma da culpa. A finalidade do trabalho, a ejaculação, é vista como a transmissão de um batalhão de espermatozoides treinados para fecundar o óvulo. Ali um espermatozoide diz ao companheiro, interpretado por Woody Allen: “Fertilize um óvulo ou morra tentando!”. Frase emblemática, pois nela escuta-se o anúncio da função de um espermatozoide e o apelo a toda uma geração que estaria por vir: eram os anos 1970.
Num segundo momento, final dos anos 1980, a cena de abertura do blockbuster “Olha quem está falando” traz o apogeu desse imaginário da procriação. Os espermatozoides ali retratados são animáculos engajados na viril jornada de fecundação do óvulo, liderados por um espermatozoide-pai que tem um mapa do interior do corpo feminino, um líder a se referir aos demais como “crianças”. Ele é o que conhece o caminho até óvulo, retratado em silêncio, sem fala, aguardando pacientemente a chegada do desbravador, que o penetrará. O espermatozoide avança, ativamente, como um homem. O óvulo, o prêmio, aguarda como uma mulher.
Mas esta forma de apresentação ainda funciona? A maioria de nós nasceu do encontro de um homem e de uma mulher, no contexto de uma procriação dominada pelo homem – pelo menos imaginariamente, este modo de composição de uma peça artística, de um filme comercial ou de um anúncio publicitário não produzia estranhamento. Mas poderíamos dizer que já nos adentramos o suficiente no século XXI para acreditarmos que estaria em curso um deslocamento, e estaríamos nos encaminhando para a procriação dominada pela mulher?
A reprodução assistida trouxe ao imaginário a possibilidade de que a presença do homem fosse dispensada para que houvesse fecundação e reprodução. Tal dispensaria também o pai? A certeza da paternidade biológica proclamada pela ciência será a baliza indicadora daquilo que constitui e efetiva a paternidade na vida de um sujeito, ou será apenas mais uma marca no desgaste da imagem do pai posta em marcha a partir da modernidade?
Da contracepção à reprodução assistida: virando ao avesso o imaginário da procriação
Desde a década de 1960, a contracepção médica (pílula e DIU) acelerou a disjunção entre o ato sexual e a procriação. Com os contraceptivos, pode-se fazer amor sem arriscar-se a ter um filho logo em seguida. O casal pode manter-se fazendo sexo e o que assistimos no imaginário cinematográfico são cenas de sexo hollywoodiano. Cenas somente possíveis em um universo com contraceptivos. Eles poderão ser felizes para sempre, hoje. E sem a preocupação com a gravidez. Numa via oposta, diante do fracasso do desejo ante a impossibilidade da gravidez, a inseminação artificial surge como o avesso da contracepção. 
A contracepção, portanto, contribuiu para dar sentido à distinção entre a "criança desejada" e a "criança não desejada" (Chatel 1993[1995, p. 21]) e liberou as mulheres para fazer amor por prazer, sem a preocupação com a gravidez. A contracepção médica, para Chatel (ibidem), é uma esterilização temporária, que permite evitar saber o que se quer, quando se faz amor. Ela permite que se mantenha em reserva, que se espere, que se requestione mais tarde. Se antes dos contraceptivos as mulheres se "submetiam" "passivamente" ao desejo de seus parceiros, como se não tivessem desejo, agora elas podem fazer disso assunto seu. Elas estão na posição de decidir, e se um "acidente" acontecer, bem, ela pode ser responsabilizada por isto. Uma criança podeser considerada como sendo um feito principalmente dela. Se com os contraceptivos a mulher desembaraçou-se de uma gravidez possível, no caso de uma fertilização assistida uma mulher estaria diante da possibilidade de desembaraçar-se do homem, e então assumir legitimamente a criança como assunto exclusivamente seu?
Tal estado de possibilidades abertas nos aproxima do que Melman (2002[2003]) chamou de a nova economia psíquica. Para o autor, o conhecido eram sujeitos que vinham até o psicanalista porque se sentiam impedidos de realizarem seus desejos. Entretanto, hoje estaríamos às voltas com sujeitos que podem realizar todos os desejos que quiserem, mas, ainda sem saber o que querem. E isto, para Melman (ibid.), caracteriza uma forma totalmente nova de sintoma. David escreve:
A inseminação artificial vem sendo, há dois séculos, um dos meios de assentar, pela experimentação, diferentes teorias científicas. Em seu apogeu, o discurso biológico modifica com sucesso o discurso social. As variações deste último, claramente expressas na reforma do direito da filiação, são disso o melhor exemplo. A inseminação artificial com doador, técnica médica colocada num dos nós dos fundamentos de nossa sociedade, a saber, a definição da paternidade, influi em todo discurso atual, seja ele médico, psicológico ou social. (1984[2002, p. 299], grifo nosso).
Em tempos em que o saber científico propõe uma nova definição da paternidade, em que a autoridade da ciência dá ao profano a impressão de uma legitimidade a toda prova (Lebrun 2001[2010, p.41]) e produz uma outra racionalidade para a reprodução – acatada pelo discurso jurídico e social –, encontramos uma rede de possibilidades e de avanços sobre os limites de até então, fazendo com que estes caduquem (Melman 2002[2003]). Dispomos de possibilidades antes impensáveis. Por exemplo, uma mulher ter um filho a partir do sêmen congelado do marido falecido, ou uma mulher solteira e virgem dar à luz uma criança a partir de uma inseminação artificial. Estarão por vir as “Virgens Marias” fecundadas pelo espírito científico do século XXI?
Neste cenário surgem questões que nos permitem pôr em relevo o que instaura a paternidade e a filiação na vida de um sujeito. Metodologicamente, o filme “Minhas mães e meu pai” (2010) servirá, simultaneamente, "como guia e suporte nas elaborações", como orienta Figueiredo (2009, p.153) e como "sujeito (...) de pesquisa em psicanálise" (Bonança 2009, p. 105). Se duas mulheres decidem engravidar e começar uma família a partir de uma reprodução assistida, como situar a paternidade?
The Kids Are All Right – novas configurações para o imaginário familiar
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, 2010) conta a história de um casal de lésbicas, Nic e Jules, que vive junto há quase 20 anos, e tem dois filhos adolescentes. Cada uma deu à luz um deles, concebidos pelo método de inseminação artificial, com sêmen do mesmo doador anônimo. Nic é médica, organizada e controladora, a que sustenta a casa – emocional e financeiramente, a que assume o papel da "mãe" responsável e rígida. Jules é descontraída e, desde que casou com Nic, não consegue se firmar em um emprego, sempre se desinteressando e desistindo dos trabalhos que inicia. Ela é a "mãe" flexível e displicente. 
Há uma tensão no casal, uma insatisfação feminina em Jules, uma cobrança masculina em Nic. Profissionalmente, Jules está infeliz. E há Laser, filho biológico de Jules, que tem um amigo chamado Clay, que para Nic é um perdedor. Para Jules, em todas as conversas há sempre um subtexto: Laser, o filho da perdedora, anda com um perdedor porque também é um perdedor. Jules acha que Nic pensa dela: "Tal mãe, tal filho....". 
Joni, a filha mais velha, é aluna brilhante e está prestes a sair de casa para morar no campus universitário. É filha biológica de Nic e, de acordo com a expectativa da mãe, sempre teve boas notas. Ela completou 18 anos e, por lei, chegou à idade em que pode solicitar à clínica médica a identidade do doador do esperma. Mas a ela, feminina, isto parece pouco importar. Esperar completar 18 anos e ir em busca do pai é questão para seu irmão de 15 anos. Ele é quem pergunta para Joni se ela pensou em fazer "aquele telefonema". Não, ela não pensou, mas Laser a chantageia emocionalmente e ela vasculha em segredo o arquivo das mães em busca de documentos. Joni faz o telefonema, e logo a clínica de fertilização entra em contato com o doador. Há uma política de confidencialidade que proíbe a divulgação da identidade do doador sem o consentimento do mesmo. "Fomos contatados por uma jovem concebida por sua doação e ela quer saber se o senhor poderia contatá-la", é a frase padrão da telefonista. Assim ficamos sabendo que o doador anônimo se chama Paul Hatfield.
Para Paul, tudo aquilo é estranho. Recalcou a doação, mas a ligação telefônica o faz começar a imaginar que há uma criança aí fora. Está com 38 anos, trabalha com produtos ecológicos e com uma cooperativa de hortas orgânicas, tem seu próprio restaurante e uma vida amorosa sem maiores consequências. Após a mediação da clínica, ele contata Joni e se apresenta. Não como Paul Hatfield, mas como "Paul, seu doador". A conversa é enviesada. Paul diz que foi contatado por Wendy (da clínica) e é por isso que está ligando. Joni diz que contatou com a clínica porque tem 18 anos, mas é seu irmão de 15 anos quem quer conhecer o doador. Aí ele compreende que não é Joni quem quer conhecê-lo, mas que há ainda um outro, Laser. E Joni explica: "Tecnicamente ele é meu meio-irmão. Cada uma de minhas mães teve um filho, com o seu sêmen...".
Encontram-se para comer algo. Há simpatia entre Paul e Joni e um distanciamento entre Paul e Laser: eles não sabem o que são um para o outro. Laser e Joni sabem-se, "tecnicamente meio-irmãos". “Joni é o cérebro da casa" diz Laser, e Laser é esportista, elogia Joni. Nada a ver com o pai-doador, que não se deu bem nem na escola nem nos esportes em equipe. Não conseguem encontrar significantes que os liguem. Quando eles vão se despedir Laser vê a moto de Paul. E ele, Laser, gosta de "bikes" (a abertura do filme é Laser pedalando uma "bike" BMX), enquanto Paul pilota uma "bike" BMW. Talvez a diferença entre homens e meninos comece pelo preço dos brinquedos...
Quando os filhos contam para as mães sobre o contato com o "doador", estas se mostram surpresas e decepcionadas “Eu entendo que eles queiram conhecer o pai biológico e toda essa besteira” (frase de Nic para Jules). Em seguida, a insegurança: "Então nós não somos suficientes?". Frase de Nic, para quem era importante uma "família lésbica perfeita" (nas palavras jocosas de Paul). Logo Nic, uma "mãe", passa a disputar espaço com Paul, o homem. A mãe perfeita rivaliza com uma espécie de adolescente dos anos 1960, com casa, dinheiro e motocicleta, mas sem família.
É nesse contexto que o pai é inserido nesta família, como doador e pai biológico, tornando-se parte do cotidiano de mães e filhos. Além do contato com os adolescentes, ele começa a ter um contato com as mães. Paul, para as mães, não é uma pessoa com história e uma vida própria. Ele é um indivíduo, um a mais. Paul convida Jules para arrumar seu jardim. O convite é questionado por Nic quando esta conversa com Jules, em particular, dizendo que o plano era reduzir ao máximo o contato de Paul com a família. Jules parece estar mais preocupada com sua afirmação profissional e prefere aproveitar a oportunidade de ter seu primeiro cliente, além de não parecer se sentir ameaçada por Paul como Nic. É nesta cena que o imaginário se destaca: Jules olha para Paul, como se estivesse hipnotizada, e diz que vê constantemente a expressão facial de seu filho no rosto do pai biológico.
O convite para o trabalho com o jardim é o começo de uma relação, de uma história em comum, alheia aos olhos dos demais. E é a partir daí que Paul e Jules tornam-se mais próximos e acabam se envolvendo sexualmente, mantendo uma relação extraconjugal marcada pela culpa de Jules. O inevitável acontece: Nic descobre a traição.
Anoite em que a traição de Jules torna-se explícita para Nic é retratada na cena de um jantar na casa de Paul. Nic resolveu dar uma trégua, afinal ele conquistou o resto da família e agora é ela quem se arrisca a ficar de fora. Durante o jantar, com o decorrer da conversa, formal e diplomática no início, descobrem-se as familiaridades e gostos musicais e Nic percebe-se simpatizando com Paul. Quando ela necessita ir ao banheiro de Paul, lá descobre um mundo familiar, na casa do outro. A escova de cabelos de Jules, com cabelos. Os fios de cabelos e pelos de Jules no ralo do banheiro – de que ela tanto reclama em casa, e o prendedor de cabelos na cabeceira da cama. Ela volta para a mesa confusa. Ela está diante do homem com quem divide uma mulher.
Em casa, após pressionar Jules e esta mentir dizendo que não estava dormindo com Paul, o que temos é o que se poderia esperar de qualquer caso de infidelidade conjugal. Os filhos escutam a discussão e a partir daquela noite todos na casa sabem do ocorrido. Paul passa a ser desprezado, e Jules passa a dormir no sofá da sala.
O epílogo gira ao redor de Joni e de sua partida. Paul tenta se despedir, sem sucesso. Em seguida, vemos Joni se familiarizando com o campus e o novo quarto. O filme acaba com a família reduzida voltando para casa. O argumento de Laser para que Nic perdoe Jules e voltem a ficar juntas é que agora elas estão muito velhas para se separarem. E elas riem.
O título original, The Kids Are All Right (em português, "As crianças estão bem"), sugere que as crianças estão bem apesar de alguma coisa, e foi inspirado na música homônima da banda inglesa The Who. A música fala de abandono, sobre alguém que deve partir, senão perderá a cabeça. E que pode partir, pois as crianças estão bem. No Brasil, a tradução do título inverte a enunciação. Minhas mães e meu pai privilegia não uma tradução, mas uma interpretação que desloca o lugar no qual o sujeito enuncia sua fala. Se no título original se supõe a fala de um pai ou de uma mãe sobre as crianças que estão bem, apesar de qualquer coisa de diferente, o título adotado no Brasil, desloca o sujeito da enunciação: trata-se de um filho ou filha referindo-se às suas mães e seu pai. Tal (in)versão, insere mães e um pai onde, antes, havia apenas as crianças (the kids), os filhos. Ora, se no filme as mães são evidentes em sua função e em seu lugar, o mesmo não pode ser dito quanto ao pai inserido pelo tradutor. Em momento algum Paul é chamado de “pai”, nem se apresenta como tal.
As primeiras impressões são de que tudo vai bem, as crianças estão bem, a família é unida, carinhosa, o relacionamento das mães é estável. No entanto, algumas frases que são corriqueiras entre irmãos, do tipo “o pai e a mãe ficarão magoados”, ou "nossos pais ficarão tristes" são substituídas, no filme, por: “as mães ficariam magoadas”. Esta mudança causa estranhamento; não temos mais a presença da família no modelo nuclear e burguês, o triângulo pai-mãe-filho. Mas há o espectro. O pai-doador poderia ser a materialização deste espectro. O sentido de gerar um filho escolhido num catálogo de atributos, como idade, altura, peso e escolaridade do doador é familiar e estranho. Ao mesmo tempo em que isso é aceitável, pois a mulher estará inserindo material genético de um desconhecido em seu corpo, para gerar um filho, também a maternidade passa a se parecer mais com a compra de uma mercadoria, a aquisição de um produto importado. Há uma elipse no fazer filhos e tem-se o modelo de ter filhos na lógica de mercado. Por exemplo, nas compras pela internet, podemos comprar praticamente tudo online, sem sair do conforto do lar. No entanto, somente podemos imaginar aquele produto, através de fotos e descrições (atributos), como peso, tamanho, dimensões, capacidade. Corre-se sempre o risco de não ficarmos satisfeitos, pois, ao recebermos o produto que escolhemos, um tempo depois, ele frequentemente se mostra de forma que “não era bem assim que eu imaginava”. O mesmo se poderia pensar com filhos gerados através de inseminação artificial ou clonagem, com a ilusão de uma imagem de filho perfeita. Nic escolheu um doador universitário... Anos depois ela descobre que “não é bem assim como ela imaginava”.
Quando Joni pega o arquivo da clínica de fertilização, neste lê-se “Bringing dreams to life”, que traduzimos como “dando vida aos sonhos”. Portanto, o ato de um homem que doa esperma poderá se transformar na personificação dos sonhos de uma mulher, ou de um casal de mulheres. Na pasta do doador, Joni encontra um número que o identifica e uma ficha de informações, com a foto do doador quando criança – um prelúdio de como o filho poderá ser caso seja utilizado o esperma deste doador. Paul nunca achou que usariam “a coisa” dele. Embora espermatozoides e óvulos sejam necessários para que surja um bebê, doar esperma parece desconectado do propósito da doação, gerar um filho. Ato paradoxal do doador: dar o que se tem – e que ele próprio não o deseja – a quem deseja, mas não o tem. Doa-se esperma como se doa sangue, para salvar vidas.
Maternidade sem pai: declínio estrutural e declínio real do pai
Jack Goody (apud Roudinesco 2002[2003, p. 10]) afirma: "Não se conhece praticamente nenhuma sociedade na história do gênero humano em que a família elementar (nuclear) não tenha desempenhado um papel importante, na imensa maioria dos casos, como grupo residente no mesmo domicílio.” Desde os estudos de Heródoto, foram recenseadas de quatro a cinco mil sociedades no mundo. Em todas elas a família conjugal é uma constante. Seria ela a norma? 
Roudinesco (2002[2003]) afirma que a família humana passou por três grandes fases ou períodos. Na primeira, a família dita "tradicional" servia, acima de tudo, para assegurar a transmissão dos bens, do patrimônio. Casamentos eram arranjados entre os pais sem a necessidade de levar-se em conta a vida sexual e afetiva do jovem casal. Neste mundo, a célula familiar repousava em uma ordem imutável e submetida a uma autoridade patriarcal, transposição da monarquia de direito divino.
Na fase seguinte, a família "moderna" tornou-se o receptáculo de uma lógica afetiva cujo modelo se impôs entre o final do século XVIII e meados do XX. A família passou a fundar-se no amor romântico, sancionando a reciprocidade dos sentimentos e os desejos carnais por intermédio do casamento. Ali, valorizava-se a divisão do trabalho entre marido e mulher, ao mesmo tempo em que se fazia do filho um sujeito cuja educação deveria ser assegurada pela nação a que ele pertencia. A atribuição da autoridade tornou-se, então, motivo de uma disputa entre o Estado e os pais, de um lado, e entre os pais e as mães, de outro.
Por fim, a partir dos anos 1960, impõe-se a família dita "contemporânea" ou "pós-moderna". Esta família une, ao longo de uma duração relativa, dois indivíduos em busca de relações íntimas ou realização sexual. A transmissão da autoridade vai se tornando então cada vez mais problemática à medida que divórcios, separações e recomposições conjugais aumentam.
Esta terceira fase da família aparece em Dumont (1985) como marcada pelo individualismo, pelo indivíduo como princípio e valor (Renaut [1995]1998), e pelo contínuo apagamento de limites (Lebrun [1997]2004). Renaut ([1995]1998), por sua vez, acredita que na nossa época estaria se desenvolvendo um outro paradigma interpretativo. Neste, a história da modernidade não mais seria lida a partir do desenvolvimento do modo de produção capitalista, mas de acordo com uma dinâmica de emancipação do indivíduo em relação ao fardo da tradição e das hierarquias naturais, substituindo a lógica da alienação pela lógica da emancipação individual.
Esta substituição lógica repercutiria em mudanças, subjetivas e sociais, que implicam a dinâmica das famílias e a proliferação de arranjos e rearranjos, com mutações que dizem respeito ao que se espera dos pais e dos filhos. Melman (2003[2004]) acredita que passamos a viver como se não precisássemos mais de instâncias divinas ou de rituais de sacrifício. Achamos que"podemos nos virar sozinhos, tornamo-nos os mestres do processo da fecundidade e somos mesmo demiurgos, pois podemos fabricar organismos novos, e podemos até fabricar criaturas animais, sem passar pela sexualidade” (p.32).
As alterações na família e o predomínio do individualismo foram apreendidos por alguns psicanalistas sob o guarda-chuva do declínio do pai e seus efeitos subjetivos. Isto se tornou recorrente desde que Lacan (1938[2002]) vinculou o nascimento da Psicanálise ao declínio do pai e caracterizou a nossa época pelo declínio da função paterna, até estudos mais recentes como o de Luigi Zoja ([2000]2005), o de André e Chabert (2008) e o de Dulac (2009). Psicanalistas francófonos se ocuparam com a perspectiva de estarmos nos encaminhando para uma cultura matriarcal, tal como o testemunha a publicação coletiva “Résurgence du matriarcat?” (2007). Em 2008, psicanalistas de fala inglesa se reuniram para discutir o assunto, o que resultou na publicação do livro “The dead father: a psychoanalytic inquiry” (2008[2009]). 
Para Lacan (1938[2002]), este apagamento do lugar do pai estaria no centro da grande crise psicológica contemporânea. Melman, na via aberta por Lacan, sustenta a ideia de uma nova economia psíquica (Melman, 2002[2003]), o que Kristeva (1993[2002]) chamou de novas doenças da alma. Se antes pesava em demasia a autoridade do homem, do marido e do pai, hoje vivemos um período no qual tanto o masculino quanto a paternidade aparecem indefinidos e sem contornos; vivemos em uma sociedade caracterizada pela rarefação de referências e dificuldades em lidar com limites, a dificuldade em vislumbrar as referências disto que Renaut (1995[1998]) chamou de cultura democrática.
Estaríamos em uma época de transição, em uma grande mutação cultural. Para além do declínio cultural e estrutural do pai enquanto simbólico há um desfalecimento do pai real, do agente da castração da mãe por duas vias: aquele que lembra à mulher que um filho não se faz sem um pai, ou seja, que um filho não é posse exclusiva do campo materno, e que, além de mãe, para além da mãe, ela é, antes de tudo, uma mulher. Escreve Dumas (1999):
Uma criança não é somente o produto de duas células que se juntam no interior do corpo da mãe. Antes de mais nada, uma criança é o encontro de falas, de desejos e das fantasias que permitiram a estas duas células se ligarem (p.7).
O que se vislumbra é uma época em que estas falas persistem, elas não desapareceram. Mas são falas que partem de outros lugares.
Recusa da maternidade e recusa do valor paterno
Para Kristeva (1993[2002]), o desejo de ser mãe, antes tido como reacionário ou alienante, quando o paradigma interpretativo era o marxista, não é problemático para a geração atual. Cresceu o número de mulheres que conseguem compatibilizar maternidade e a vida profissional. Melhoraram em muito as condições de vida com o aumento de creches e jardins da infância, maior participação dos homens nos pesados encargos da maternidade. Para muitas mulheres, a maternidade chega a ser considerada como indispensável à complexidade da experiência feminina. Mas esta tendência chega a seus extremos, escreve Kristeva: as mães lésbicas, ou certas mães solteiras, recusam o valor paterno, o que pode caracterizar uma nova forma de despotismo. Para Kristeva esta é uma das mais violentas formas de rejeição do simbólico e uma das mais fervorosas divinizações da potência materna, o que acaba por não se distanciar do que Bordieu (1998[2010, p. 11]) percebe como uma violência suave, invisível às suas próprias vítimas: a violência simbólica. Para Kristeva, se tais táticas de maternidade sem pai fossem estimuladas a generalizar-se, seria indispensável elaborar uma legislação para frear a violência cujo objeto são tanto a criança quanto o homem. 
O único lugar legítimo para o pai, na era da ciência, seria o de doador de esperma, como acompanhamos em “Minhas mães e meu pai”? Ou ele poderia ainda aspirar ao lugar de um personagem no drama contemporâneo? Para Lacan, pai é um significante, um significante que a mãe, em sua função primordial de ser o Outro para o bebê, não dispõe. À mãe, este significante falta. Este significante, o nome-do-pai, é efeito da operação da metáfora paterna. Assim, a noção de pai intervém no campo conceitual psicanalítico de uma forma refinada, como um operador simbólico, como o agente do discurso e inapreensível em um exame de DNA. A noção de pai, para a psicanálise, positivamente remete à existência de algum pai encarnado. No entanto, esta existência encarnada, visível em certos momentos, não é suficiente em termos de constituição e saúde psíquica. Importa, sobretudo, a entidade simbólica que ordena uma função e que habita o discurso: a função paterna. Esta função, como fato discursivo, constitui o epicentro fundamental na estruturação psíquica do sujeito. O pai, no real de sua encarnação, representa o governo do pai simbólico, e está em estrita dependência de uma dimensão imaginária da paternidade, sem a qual nenhum pai real poderia receber a investidura de pai simbólico. A pergunta psicanalítica, neste sentido, é: sob que insígnias vêm se alojar os pais encarnados, ou seja, os homens que foram empiricamente colocados em situação de se designarem ou serem designados como pais? 
Quando pesquisamos a questão da paternidade nas Alagoas, encontramos uma curiosidade. Luigi Zoja (2000[2005]) pôs em relevo uma imagem emblemática da paternidade em nossa época, nordestina do Recife: o pai zangão. Este, alheio à mulher e aos filhos, dedica-se ao álcool e às caçadas sexuais. Ao falar do Brasil, o autor, que é italiano, afirma que nestas terras ocorreu algo diferente tanto das sociedades europeias quanto da sociedade norte-americana. Por aqui a grave rarefação dos pais, a que se assiste, resultou da herança escravocrata e da imigração europeia que, em sua origem, era quase exclusivamente masculina. Tal criou, paradoxalmente, uma tradição de famílias sem pai. O grande caso brasileiro, para o autor, é o Nordeste que, em certos aspectos, saltou da sociedade colonial às modernas favelas sem atravessar verdadeiramente a modernidade. Nesta cultura do pai zangão, a presença do pai na família é intermitente para, durante certos períodos, desaparecer. A vida dos homens é algo que acontece fora de casa, em grupos ou à caça de aventuras sexuais, não importando nem a idade nem que isto seja verdadeiramente posto em questão. Com o tempo estes pais acabam por perder totalmente o controle sobre a casa e a mulher, o que torna a palavra “corno” o insulto mais típico. Arrebatados de volta à Pré-história, de sua condição de pais eles voltam a ser apenas machos. E, ao final, quando a situação econômica da família se consolida e os filhos já tem alguma condição de ganhar dinheiro, estes machos são expulsos de casa pelas esposas, tal como as abelhas fazem com os zangões, os machos parasitas.
Os pais zangões têm certa semelhança com o doador de sêmen. No entanto, o que perseguimos é uma outra leitura, do mesmo fenômeno e do filme que estamos discutindo. Nas supervisões de casos de colegas antilhanos, Melman (2003[2004]) encontrou uma estrutura que lhe pareceu peculiar. Nestes casos, apareciam situações que parecem corroborar a ausência de pai nas famílias; as crianças eram criadas em famílias que ele chama de "matrifocais" – famílias constituídas por três gerações: a avó, sua filha e os filhos da filha. Filhos, muitas vezes, de pais diferentes. O pai, ou os pais, genitores, vem episodicamente visitar esta mãe de seus filhos, mas sem se ocupar paternalmente deles, nem mesmo assumir seus encargos.
Tal forma de organização familiar era, então, apresentada pelos analistas antilhanos como deficitária em relação à nossa forma patriarcal. A família patriarcal, sublinha Melman (2007[2008, p. 81]), regularmente invocada como modelo familiar, está se tornando cada vez mais mítica, tanto do ponto de vista dos costumes quanto do ponto de vista jurídico.
Mas quais seriam as incidências subjetivasdo modelo matrifocal? Neste modelo, as meninas são vigiadas tanto pela mãe quanto pela avó no que diz respeito à sexualidade. Não deixa de surpreender que mais cedo ou mais tarde estas adolescentes engravidam, e entregam o seu bebê para a avó criar. De igual maneira como aconteceu com a sua própria mãe. É como se este bebê fosse o preço de um resgate, pois, doravante, após ter tido e entregue o primeiro filho, esta mesma menina tem a vida sexual liberada, o que faz com que tenha diversos filhos com pais diferentes. Tal complexidade de relações dá a estes homens a aparência captada por Zoja, a de pais que vão e voltam até serem, finalmente, expulsos: os pais zangões. Os meninos, ao contrário, são incentivados desde pequenos a interessarem-se pela sexualidade, por mulheres e por aventuras. Como se a sexualidade não fosse o prêmio por um desafio, mas um dom transmitido pela mãe. Daí a necessidade de aventura sexual após aventura sexual, como forma de renovar e confirmar este dom materno. Portanto, o que podemos pensar nesta organização familiar não é a produção de uma psicopatologia por conta da falha ou da carência paterna, mas um outro acomodamento e incidências subjetivas distintas.
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