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Aula 7 - Fundamentos de Direito

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Fundamentos de Direito
Aula 7
Direito Administrativo
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Analisar os princípios fundamentais do direito administrativo no ordenamento jurídico brasileiro; 
2. identificar os órgãos da Administração Pública Brasileira; 
3. verificar a classificação dos atos administrativos; 
4. compreender as espécies de atos administrativos previstos em nosso ordenamento jurídico; 
5. estudar as fases da licitação na ordem jurídica brasileira.
Princípios do Direito Administrativo
Segundo o jurista Hely Lopes Meirelles, o direito administrativo é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”
O Estado possui três poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. O poder legislativo tem a função principal de legiferência. O poder executivo tem função principal de administração. O poder judiciário tem a função principal de jurisdição. A função administrativa está contida nos demais poderes em função do princípio da separação de poderes.
Os princípios que orientam o direito administrativo estão expressamente dispostos no artigo 37 da CF de 1988:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”
Nesta aula, vamos tratar apenas dos princípios constitucionais expressos:
Princípio da Legalidade – O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Sendo assim, as atividades estatais são concretizadas de acordo com o ordenamento jurídico criado pelo próprio Estado que, assim, deve respeitá-lo.
Como toda atividade administrativa é pautada na lei, o administrador público deve estar autorizdo por lei ao realizar qualquer atividade estatal, sob pena desta atividade ser tida lícita. Isto porque, enquanto no campo privado os indivíduos podem fazer tudo o que a lei não veda, na seara pública, o administrador só pode atuar onde a lei autoriza.
Princípio da Impessoalidade – Este princípio deve ser examinado sob os prismas do administrador e o do administrado.
Sob o prismo do administrador, o princípio da impessoalidade ocorre quando o administrador público, ao realizar a vontade estatal não pode estar imbuído da sua vontade pessoal no tratamento dispensado aos administrados, salvo se presente o interesse público, devendo a atividade administrativa ser impessoal. Isto se relaciona ao princípio da finalidade que se refere à busca da satisfação do interesse público.
Sob o prisma do administrado, o princípio da impessoalidade significa que a administração pública deve tratar os administrados da mesma maneira, sem discriminação, ou seja, deve haver a impessoalidade no tratamento dos administrados, não podendo haver nenhum privilégio em detrimento dos demais administrados. Isto se relaciona ao princípio da isonomia que consiste no tratamento com igualdade, sem discriminação nem favoritismo.
Princípio da Eficiência – Este princípio foi inserido na Constituição Federal pela Emenda Constitucional no. 19/98. Esta inserção no texto constitucional tornou expresso que a atividade estatal deve ser eficiente.
A eficiência tem como objetivo principal obter o melhor resultado possível empregando o mínimo. Isto é, a eficiência traz a ideia de otimização. Sendo assim, a conduta da administração pública deve ser a mais eficiente possível, dentro dos limites impostos.
Princípio da Publicidade – Este princípio traz a ideia de transparência. A publicidade dos atos administrativos é indispensável para assegurar o Estado Democrático de Direito, uma vez que a publicidade permite o controle de legalidade da atividade administrativa.
Deste modo, a publicidade dos atos administrativos mantém o controle da legalidade destes atos e consequentemente realiza a manutenção do Estado Democrático de Direito.
Princípio da Moralidade – A moralidade, conforme observamos em nossa primeira aula, está vinculada ao conceito do certo e errado no que tange às condutas sociais. Este princípio determina que o administrador público não dispense os preceitos éticos em sua conduta, tais como não obter qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exerício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade estatal.
Dentro do contexto de moralidade, surge o princípio da probidade administrativa disposta na Lei no. 8.429, de 02.06.1992.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são denominados de entes federativos ou também entidades políticas. Estes entes estão divididos por territorialidade e especialidade. São pessoas jurídicas de direito público interno com autonomia política, financeira, funcional e administrativa. Possuem competência para instituir tributos. Além disso, possuem um governante.
Os órgãos são estruturas despersonalizadas, ou seja, não possuem personalidade jurídica. A doutrina se refere aos órgãos como centros de competência, determinados pela especialidade e/ou territorialidade, dotado de autonomia gerencial, financeira, funcional compatíveis com o nível hierárquico.
Os agentes públicos são pessoas físicas que desempenham função pública a qualquer título e sob qualquer 
natureza.
A Lei no. 8.429/92 descreve no art. 2º o agente público como “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
Dentro da estrutura da administração pública, não podemos deixar de analisar dois institutos jurídicos que surgem da própria estrutura da Administração Pública: a desconcentração e a descentralização.
A desconcentração representa a divisão de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, se quebra de hierarquia e mantida a relação de subordinação. Da desconcentração advêm órgãos públicos que, como entes despersonalizados, não possuem personalidade jurídica.
A descentralização gera a criação de entidades administrativas que são pessoas jurídicas com personalidade jurídica próprias, autonomia administrativa, funcional e financeira. Nesta situação há uma relação horizontal de vínculo e não subordinação.
As entidades que compõem a administração pública indireta, nos termos do artigo 5º do Decreto-lei no. 200/67, são as seguintes:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II – Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas e direito.
III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criado por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou à entidade da Administração Indireta.
IV – Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráterpermanente.
§ 2º o Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.
Além destas, a Lei 11.107/2005 inclui o consórcio como entidade administrativa pública indireta. Portanto, constata-se que a Administração Pública se divide em direta ou indireta.
A Administração Pública Direta é composta pelos Entes Federativos, pelos Órgãos (que integram a estrutura dos entes federativos) e pelos Agentes Públicos (que materializam a vontade dos Entes Federativos), em que há uma relação vertical de hierarquia.
A Administração Pública Indireta é composta pelas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios, em que entre eles existe uma relação horizontal de vinculação. Estas entidades administrativas devem ser criadas por lei e em função de necessidade de realização de atividade de natureza econômica por parte do Estado ou em função da necessidade de desempenhar atividade com maior eficiência.
Classificação e Espécies de Atos Administrativos
Os atos administrativos emanam da vontade Estatal que se materializa pelo agente público, o qual age, não em vontade pessoal, mas pela vontade do Estado. Em sendo públicos, os atos administrativos estão sempre voltados para a realização dos interesses da coletividade.
Vale lembrar que no regime jurídico de direito público, há o império da lei, ou seja, o agente público faz apenas aquilo que a lei autoriza, enquanto que, no regime do direito privado, prevalece a vontade, ou seja, a pessoa pode fazer o que a lei não proíbe.
Assim, o ato administrativo para ser existente e válido deve possuir os seguintes elementos considerados essenciais: competência, finalidade, forma, motivo e objetivo, sendo certo que a ausência de um deles acarreta a invalidade do ato administrativo.
A competência se refere à legitimidade para a prática do ato, ou seja, o sujeito que o praticará, devendo esta prevista em lei. A finalidade do ato administrativo sempre é a realização do interesse público, sendo a forma como prevista na lei.
O ato administrativo deve ser sempre motivado. O motivo (motivação) para a prática do ato pode decorrer da lei (motivo de direito) ou de situação fática (motivo de direito). O objeto também pode ter previsão legal, ou seja, estar determinado no ordenamento jurídico; ou, decorrendo da situação fática, o objeto pode decorrer de um ato discricionário, observando o interesse público.
Os atos administrativos podem ser das seguintes espécies:
Ato Administrativo Normativo – Estabelece normas de conduta para a coletividade. Sendo assim, são gerais, impessoais e abstratos. Neste sentido, possuem eficácia perante os administrados e os servidores públicos, sendo de observância obrigatória.
Ato Administrativo Ordinatório – Se destina a disciplinar o funcionamento da administração pública e a conduta de seus agentes. Representa ato de movimento da administração. (ex: portaria, aviso, circular, instrução).
Ato Administrativo Negocial – Depende da manifestação de vontade do Poder Público. No entanto, deve ser solicitado pelo administrado. Segundo Hely Lopes, “esses atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipicamente negocial, de interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não adentram a esfera contratual. São e continuam sendo atos administrativos (e não contratos administrativos), mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram direitos e obrigações para as partes e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o particular se subordina incondicionalmente.". (ex: alvará)
Ato Administrativo Enunciativo – Possui natureza declaratória. Segundo Hely Lopes, “são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo”. (ex: boletim de escola pública, certidões, declarações).
Ato Administrativo Punitivo – Estabelece uma sanção prevista no ordenamento jurídico e aplicada pela Administração Pública. Deste modo, trata-se de uma penalidade no âmbito administrativo. (ex: multa)
Ato Administrativo Funcional – Esta espécie foi desenvolvida pelo jurista José dos Santos Carvalho Filho em seu livro Manual de Direito Administrativo.  Segundo ele, trata-se de ato relacionado às atividades funcionais da administração pública, estando restrito aos seus estatutários. (ex: nomeação, exoneração)
Os atos administrativos classificam-se:
1 - Quanto à Formação – Diz respeito às manifestações de vontade contidas no ato.
1.1 – Atos Administrativos Simples – Há um ato e uma vontade autônoma (ex.: habilitação de motorista).
1.2 – Atos Administrativos Compostos – Há dois atos e apenas uma manifestação de vontade autônoma. 
1.3 – Atos Administrativos Complexos – Há um ato e mais de uma vontade autônoma.
2 - Quanto ao Regramento
2.1 – Atos Administrativos Vinculados – Todos os elementos do ato administrativo estão descritos e dispostos na que Lei, que já determinou a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto do ato administrativo.
2.1 – Atos Administrativos Discricionários – Neste caso, o legislador confere certo grau de liberalidade ao administrador. Assim, no que tange aos elementos do ato, a competência, a finalidade e a forma do ato estão vinculados à previsão na ordem jurídica, enquanto o motivo e objeto podem ser determinados de acordo com os parâmetros de conveniência e oportunidade.
3 - Quanto aos Destinatários
3.1 – Atos Administrativos Gerais – Se destinam à coletividade, ou seja, a um número indeterminado de pessoas. Tratam-se de atos genéricos.
3.2 – Atos Administrativos Concretos – Se destinam a pessoas certas ou determinadas.
4 - Quanto aos Efeitos
4.1 – Atos Administrativos Constitutivos – São os atos que criam, extinguem ou modificam direitos ou situações.
4.2 – Atos Administrativos Declaratórios – São atos que declaram situações preexistentes.
5 - Quanto à Revogabilidade
5.1 – Atos Administrativos Revogáveis – A revogação representa o desfazimento do ato administrativo por vontade da administração pública em função de conveniência e oportunidade e não por vício de legalidade. Referem-se aos atos discricionários. A revogação deve respeitar o ato vinculado e o direito adquirido (já incorporado), não a mera expectativa de direito.
5.2 – Atos Administrativos Irrevogáveis – Em regra, os atos administrativos são irrevogáveis em função da segurança jurídica. No entanto, os atos administrativos discricionários podem ser revogados, caso o administrador público entenda que a revogação é conveniente e oportuna à administração pública.
Todavia, não há possibilidade de se revogar atos administrativos vinculados, tendo em vista que os seus elementos estão previsto em Lei, o que afasta oportunidade e da conveniência de revogação do referido ato. São atos irrevogáveis.
6 - Quanto à Qualidade da Administração
6.1 - Atos Administrativos de Império – Nesta situação, a administração pública utiliza seu ius imperi, ou seja, regido pelo direito público, o administrador pratica o ato com supremacia em relação aos seus administrados, justificado pelo interesse público.
6.2 – Atos Administrativos de Gestão – O Estado atua como se fosse pessoa privada e, nessa situação, regido pelo direito privado, a administração pública está em condições de igualdade com o administrado. Há quem defenda que os atos de gestão, embora sejam da administração, não são atos administrativos.
7 – Quanto ao Conteúdo
7.1 – Admissão – São atos que admitem o ingresso de particulares em órgãos públicos. (ex: matrícula de aluno em escola pública)7.2 – Concessão – Se divide em concessão de serviço público e concessão de comenda. A concessão de serviço possui natureza contratual e não de ato administrativo, estando regida pela Lei no. 8987, de 13.02.1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8987compilada.htm).
Já a concessão de comenda, trata-se de um título honorário e tem natureza de ato administrativo discricionário.
7.3 – Permissão – Se divide em permissão de serviço público e permissão de uso de bem público. A permissão de serviço público possui natureza contratual e não de ato administrativo, estando também regida pela Lei no. 8987, de 13.02.1995. 
A permissão de uso de bem público possui natureza de ato administrativo discricionário. Esta permissão confere exclusividade de uso do bem público ao destinatário da permissão, sendo este o traço distintivo da autorização. Trata-se de exercício de atividade privada de interesse público em bem público.
7.4 – Autorização – Trata-se de ato administrativo discricionário. Se divide em autorização de uso de bem público e autorização de serviço público. A autorização de uso de bem público autoriza o particular a desempenhar atividade privada em bem público sem exclusividade (ex: feira livre).
A autorização de serviço pública praticamente não existe mais. Trata-se da autorização para a prática de um serviço público (ex: conservação de praças públicas).
7.5 – Licença – Trata-se de ato administrativo vinculado. Refere-se ao exercício de um direito, liberdade ou atividade  que dependam da manifestação de vontade da administração pública.
Licitação 
Dentre as modalidades de contratações previstas na Lei no. 8.666, de 21.06.1993, a licitação é a mais comum sendo a regra para a contratação pela Administração Pública. Por isso, é conhecida como Lei das Licitações.
Podemos conceituar a licitação como um processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa dentre as oferecidas pelos licitantes segundo os critérios objetivos estabelecidos no edital, para futura contratação.
A licitação é utilizada pela  administração pública direta ou indireta com recursos públicos. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, mesmo sendo pessoas jurídicas de direito privado, devem realizar licitação em se tratando de contratação de atividade-meio.
Tratando-se, porém, de atividade-fim, dispensa-se a licitação a essas entidades, justificado pelos prejuízos que teriam, pois, atuando em regime de mercado, estariam competindo em desigualdade de condições com os particulares.
Além dessa situação, a Lei das Licitações prevê hipóteses excepcionais em que a licitação pode ser dispensada (artigos 17 e 24) ou inexigível (art. 25). A dispensa ocorrerá quando, apesar de existir a possibilidade material de sua realização, a licitação não seria oportuna ou conveniente à administração pública. Na inexigibilidade, não existe hipótese de haver a licitação em função de uma situação fática.
Nos termos do artigo 3º da Lei das Licitações, “a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”. 
Neste contexto, além de outros aqui estudados, a licitação é regida também por princípios específicos como a economicidade, julgamento objetivo e vinculação ao instrumento convocatório.
O princípio da economicidade vincula-se ao próprio objeto da licitação que é selecionar a proposta mais vantajosa à administração pública, ou seja, a que traz o melhor custo-benefício.
O princípio do julgamento objetivo está vinculado ao princípio da economicidade, eis que a proposta mais vantajosa é eleita com base em critérios objetivos estabelecidos no edital e não em critérios subjetivos ou pessoais. Assim, o edital deve determinar as regras específicas da licitação.
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório alia-se aos demais princípios, visto que edital (instrumento convocatório) vincula tanto a administração pública quanto os particulares, pelo que, iniciado o processo licitatório, o edital não pode mais ser alterado.
O princípio da isonomia traz a igualdade de tratamento entre os particulares perante a administração pública, tendo em vista que os critérios de seleção para a contratação são objetivos. Portanto, todos os licitantes estão em igualdades de condições para a realização da licitação.
A licitação possui as seguintes fases: Edital, Habilitação, Homologação, Adjudicação, que estão previstas na da Lei das Licitações, nos artigos 27 a 53.
As modalidades de licitação são a concorrência, tomada de preços, convite; concurso e leilão, assim definidas no artigo 22 da Lei das Licitações: 
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Os procedimentos estão dispostos no artigo 23 da Lei das Licitações, sendo idênticos em relação à concorrência, o convite e à tomada de preços. A diferença entre estas modalidades está na complexidade do objeto da licitação, que é determinada em função do vulto financeiro.  
Finalmente, nos termos do artigo 45 da Lei das Licitações, os critérios objetivos previstos no edital para o julgamento da melhor proposta pode ser baseado no menor preço (regra); melhor técnica; técnica e preço; ou maior lance ou oferta.
O direito empresarial; 
a caracterização do empresário; 
as distinções entre sociedades de pessoas e sociedades por ações; 
noções gerais sobre o direito falimentar. 
Nessa aula você:
Analisou os princípios fundamentais do direito administrativo previsto no ordenamento jurídico brasileiro; 
verificou os órgãos da Administração Pública Brasileira; 
identificou a classificação dos atos administrativos; 
compreendeu as espécies de atos administrativos; 
estudou as fases da licitação no ordenamento jurídico brasileiro. 
	
	
		1.
		Os Atos Administrativos emanam da vontade Estatal que se materializa pelo agente público, o qual age, não em vontade pessoal, mas pela vontade do Estado. São elementos essenciais dos Atos Administrativos:
	
	
	
	
	
	Competência,finalidade, forma, motivo, capacidade e partes legítimas.
	
	
	Competência, finalidade, forma, motivo e objeto. 
	
	
	Competência, forma, motivo, objeto, capacidade, autorização e partes legítimas.
	
	
	Finalidade, forma, motivo, objeto, capacidade e autorização. 
	
	
	Competência, finalidade, motivo, objeto, autorização e partes legítimas. 
	
	
		2.
		Assinale a opção correta. São princípios norteadores do Direito Administrativo:
	
	
	
	
	
	Princípio da legalidade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade, princípio da publicidade, princípio da eficiência.
	
	
	Princípio da legalidade, princípio da seletividade, princípio da igualdade social, princípio da personalidade. 
	
	
	Princípio da legalidade, princípio da anterioridade, princípio da uniformidade geográfica, princípio da seletividade.
	
	
	Princípio da legalidade, princípio da impessoalidade, princípio da publicidade, princípio da irretroatividade.
	
	
	Princípio da legalidade, princípio da autonomia da vontade, princípio da impessoalidade, princípio da anterioridade.
	
	
		3.
		De conformidade com os ditames do Direito Administrativo, assinale aquele que obrigatoriamente não estará vinculado aos princípios norteadores da administração pública direta ou indireta: 
	
	
	
	
	
	Estados;
	
	
	Distrito federal;
	
	
	Empresas privadas. 
	
	
	União;
	
	
	Municípios;
	
	
		4.
		O Administrador Público ao realizar a vontade estatal, não pode estar imbuído da sua vontade pessoal no tratamento dispensado aos administrados, sob pena de ferir o Princípio da: 
	
	
	
	
	
	Simplicidade.
	
	
	Publicidade.
	
	
	Eficiência.
	
	
	Impessoalidade. 
	
	
	Moralidade.
	
	
		5.
		Com relação aos institutos jurídico da Descentralização e Desconcentração, julgue os itens abaixo e marque a alternativa correta: 
	
	
	
	
	
	Na descentralização, divide-se a competência dentro de uma mesma pessoa jurídica, sem quebra de hierarquia e mantida a relação de subordinação. 
	
	
	Na descentralização, há uma relação horizontal de vinculação e não subordinação.
	
	
	Na desconcentração, gera-se a criação de entidades administrativas que são pessoas jurídicas com personalidade jurídica próprias, autonomia administrativa, funcional e financeira. 
	
	
	Ambas são hipótese de Contratos Administrativos.
	
	
	Na descentralização, advêm os órgãos públicos que, como entes despersonalizados, não possuem personalidade jurídica. 
	
	
		6.
		Assinale a alternativa correta. São Princípios específicos da Licitação: 
	
	
	
	
	
	Economicidade, julgamento objetivo, vinculação ao instrumento convocatório e isonomia. 
	
	
	Julgamento objetivo, vinculação ao instrumento convocatório e isonomia. 
	
	
	Economicidade, vinculação ao instrumento convocatório e isonomia. 
	
	
	Economicidade, julgamento objetivo e vinculação ao instrumento convocatório. 
	
	
	Economicidade, julgamento objetivo e isonomia.

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