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Resolução de exercícios de IED - Betioli

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Resolução dos exercícios:
Da lição I – páginas 49-50:
Que significa dizer que o homem é um “ser social e político”?
Significa reconhecer que o homem tem uma tendência – natural ou histórica, a depender da referência – para agrupar-se e interagir. O agrupar-se, reunir-se, constitui a socialização, enquanto as formas de interação e seus decorrentes regramentos constituem a política.
Como Platão, Aristóteles e Santo Tomaz de Aquino explicam o impulso associativo do ser humano?
Há controvérsias. Para Platão, a sociabilidade humana é um fenômeno circunstancial e contingente, decorrente de um decaimento das almas. Como ele concebe que cada alma existe e se realiza por sua própria conta, sendo a materialidade do corpo apenas uma expiação, a sociedade não seria natural, mas contingente. Na medida em que as almas se elevassem novamente, ela se tornaria desnecessária. Aristóteles, por sua vez, vê a sociedade como um decorrência da natureza humana. O homem seria, por natureza, um ser tendente ao agrupamento e à interação. A sociedade, portanto, seria algo natural. Santo Tomaz, no século XIII da era cristã, retoma os postulados de Aristóteles e, portanto, considera que o homem é naturalmente tendente ao agrupamento e à interação social, sendo portanto a sociedade uma condição natural do homem.
Qual o ponto em comum entre os contratualistas quanto à interpretação da sociabilidade humana?
Os contratualistas representam, a partir do século XVII, um renascimento de Platão. Portanto, por mais que divirjam entre si, todos tem em comum a rejeição à ideia de que a sociabilidade é natural.
Por que, segundo Thomas Hobbes, “o homem era (sic) o lobo do próprio homem?
Hobbes, teórico inglês da primeira metade do século XVII, concebia que os homens eram iguais na capacidade de se matarem uns aos outros, o que tornava o estado de natureza um estado de “guerra de todos contra todos”. Isso explica a sua máxima segundo a qual “o homem é o lobo do homem”. Vê-se que para ele o estado de sociedade não é natural, mas decorre do medo generalizado que assaltava o homem no estado de natureza.
Qual foi a solução, conforme Hobbes, para dar fim à brutalidade social primitiva?
A celebração de um pacto social entre todos os homens. Através deste pacto, que representava a saída do estado de natureza e o ingresso no estado de sociedade, cada indivíduo abria mão de seu poder pessoal em nome do leviatã, que metaforicamente representava o Estado.
Qual a função da “vontade geral” e do “contrato social” segundo Rousseau?
Em Rousseau a “vontade geral” deveria ser sinônimo de soberania. Ela deveria guiar a organização do Estado. Para ele, o erro de Hobbes estaria em ter feito coincidir soberania e governo. Assim, o soberano e o governo eram a mesma coisa. Com a vontade geral Rousseau molda a ideia de sociedade civil. Como a vontade geral é quem constitui a soberania, ela não se confunde com o governo. O governo é apenas um meio de comunicação entre o soberano (a vontade geral) e o Estado.
Porque a sociedade é produto da conjugação entre um impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana?
Porque o homem não deve ser visto nem apenas como natureza e nem apenas como cultura, mas como um ponto de intersecção entre estes dois universos. quando dizemos ser o homem um “ser cultural” nós o estamos alojando entre a natureza e a história, pois o homem é produto da intersecção entre ambas, na medida em que é o único animal que conhece esta totalidade (a natureza) que o cerca e é também o único que a transforma (faz cultura). Daí o silogismo: “onde o homem, aí a sociedade. Onde a sociedade, aí o direito”;
Qual é o conceito e as características de “sociedade”?
O conceito é controverso. Entretanto, de forma sintética, podemos definir a sociedade como “agrupamento de pessoas em processo de interação”. O conceito, portanto, contemplaria a sociabilidade (agrupar-se) e a interação. Quanto às características elas seriam 3: multiplicidade, interação e previsão de comportamento.
Dê o significado de “cooperação”, “competição” e “conflito” como formas de interação social
Na cooperação as pessoas estão motivos por um fim comum, um mesmo objetivo; na competição há uma concorrência na qual os competidores, embora almejem o mesmo fim – obter alimento, passar num concurso – visam a exclusão do outro; no conflito se dá quando a linguagem gangrena, isto é, quando as partes não conseguem chegar a termo através do diálogo.
Da lição III – página 88:
Que significa o determinismo próprio das lei físicas?
Significa que estas leis enunciam fatos que acontecem de modo necessário, sendo portanto inexoráveis. Os fatos naturais, regidos pelo princípio da causalidade, se sucedem de forma rigorosa. Sendo causa e efeito os princípios da lei natural, trata-se de uma “lei” submetida a um determinismo rigoroso;
Por que as leis físicas são descritivas?
	Porque as leis físicas são cegas ao mundo dos valores. Elas apenas se submetem a uma relação de causalidade. Portanto, só podem ser descritas e explicadas, mas não valoradas;
Entre a lei física e o fato que a contraia, qual prevalece? Por quê?
Prevalece o fato, sem dúvida, porque a lei física é apenas uma expressão neutra do fato. A ligação entre o fato e a lei opera-se no plano do “ser”. Qualquer fato que contrarie o enunciado faz desmoronar a teoria, portanto prevalecendo sobre a lei. A transição de uma compreensão geocêntrica para uma heliocêntrica da terra é um bom exemplo.
 
Como se dá a passagem do fato para a lei cultural?
Diferentemente das leis físicas, que por serem apenas descritivas, se submetem ao fato, nas leis naturais a passagem do fato à lei é axiologicamente mediada, isto é, um valor intermedia esta passagem. No mundo da cultura, portanto, as leis são compreensivas, pois envolve juizos de valor;
Explique, exemplificando, a diferença entre as leis culturais puramente compreensivas e as compreensivo-normativas
As primeiras (puramente compreensivas) são leis gerais de tendência ou esquemas ideais. Elas ultrapassam a simples explicação causal mas não atingem o plano normativo. Um exemplo para este tipo seria um materialismo dialético marxista, o qual tem importância central para a compreensão da história da humanidade, justificando formas de organização social em diferentes partes do mundo, mas não chegando ao plano normativo; as leis compreensivo-normativas, por sua vez, além de envolverem um juízo de valor, ultrapassando a explicação causal do fato, culminam com a escolha de uma conduta obrigatória. Estas leis combinam juizo de valor com a obrigatoriedade de um comportamento. Um exemplo são as leis éticas, que obrigam a determinados comportamentos.
Todas as normas éticas são imperativas? Por quê?
Sim. Toda norma ética é imperativa. Isto porque a norma ética não descreve ou indica um comportamento esperado, mas determina e manda como deve ser.
Não é paradoxal afirmar que a característica da norma ética é a possibilidade de ser violada? Explique.
Não. Embora pareça, não é paradoxal justamente porque é na relação antitética entre a norma e a transgressão que a norma ética brilha. Ela enuncia o que deve ser mas, face à liberdade inerente do indivíduo, não determina que tem que ser. Da antítese entre o que a norma ética estabelece como dever ser e a ação que a transgride, emerge a sanção. O fato da sanção re-enunciar continuamente a norma ética é que explica não haver paradoxo na possibilidade de violação.
A transgressão de uma norma ética afeta a sua validade? Por quê?
Não. A norma ética se impõe ao fato contrário. A responsabilização do transgressor reafirma, a cada transgressão, a validade da regra ética. É por essa razão que se diz que esta “brilha” no momento da transgressão.
 
Cite algumas espécies de normas éticas
Normas religiosas, fundadas na virtude e na fé, normas morais, caracterizadas por se basearem num valor imanente e serem de foro íntimo do indivíduo, normas de etiqueta, dizendo respeito a umesfera social referenciada numa “moral social” ou nos bons costumes e, finamente, as normas jurídicas, que constituem o Direito e buscam assegurar a ordem através da justiça.
Qual a diferença entre normas éticas e normas técnicas?
A norma ética tem sentido lato (amplo) e abrange todas as ciências normativas do agir humano, determinando o agir social. Ela tem, portanto, além de um juízo de valor, uma finalidade. As normas técnicas, por sua vez, são apenas meios que indicam fórmulas do fazer. Na norma ética o fim é o agir social subordinado à ordem social; na norma técnica o fim é stricto (determinado).
Que vem a ser deontologia?
É o conjunto de regras éticas ligadas especificamente ao exercício de uma profissão. A ética médica, por exemplo.
Como você define a bioética e o biodireito? Qual é a sua finalidade?
A bioética é um dos domínios da ética. Ela decorre de novos objetos tais como transplante, eutanásia, reprodução assistida, métodos artificiais de fertilização, etc. A biotecnologia, a biogenética e a biodiversidade constituem os domínios sobre os quais incide a bioética. O biodireito, por sua vez, diz respeito à juridicidade que decorre da bioética. O objeto material de ambos é o mesmo – uma ética articulada aos seres vivos – mas o objeto formal os distingue. O biodireito é um novo ramo do direito e sua finalidade é comprometer e envolver os profissionais do Direito com as demandas advindas da bioética.
Ética e moral são a mesma coisa? Se não, qual é a diferença.
Embora ética e moral tenham a mesma origem etimológica, elas não são a mesma coisa. A ética determina os valores fundantes do comportamento humano, tendo uma dimensão lato sensu em relação a estes valores. A moral, por sua vez, se refere a uma posição subjetiva em relação àqueles valores fundantes tendo uma dimensão stricto sensu. A ética determina genericamente os valores, a moral realiza in concreto os valores. A ética, assim, é o continente. A moral é o conteúdo.
“A subjetividade da pessoa não tem nada que ver com a unidade sem portas nem janelas da mônada leibniziana. Ela exige as comunicações da inteligência e do amor” (J. Maritain). Como você aplica esse pensamento do filósofo francês à divisão da realidade ética em pessoal e social?
As mônadas, para Leibniz, constituem o ponto de vista mais particular que cada indivíduo tem sobre o mundo e a realidade. Elas constituiriam um ambiente fechado no qual não haveria comunicação intersubjetiva senão pela via da arte. Maritain, por sua vez, combate este ponto de vista porque enxerga o indivíduo como um ponto de intersecção entre o individual e o coletivo, entre o pessoal e o social. A realidade ética tem uma feição pessoal e uma feição social. Entretanto a relação entre ambas não é dicotômica, mas dialética. Asd relações intersubjetivas e a tendencia à socialização como parte da natureza humana colocam a interação entre o “eu” e o “tu” como pressuposto para a realização ética tanto no campo social quanto no campo pessoal. Daí a crítica à ideia de mônada. Prevalecendo a ideia de mônada não se realizaria a relação dialética entre os universos social e pessoal.

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