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129 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Unidade IV 5 10 15 16 REQUISITOS EXIGIDOS DOS QUE INTERAGEM COM OS CLIENTES Objetivo Ao final deste módulo, você estará capacitado a compreender os requisitos das pessoas que interagem com os clientes. Síntese Entre os itens, consideraremos o perfil das pessoas responsáveis por atender clientes, que, de certa forma, representam a própria organização; logo, quais são as habilidades necessárias para a realização de uma boa interação com os clientes. 16.1 Reflexões sobre os requisitos exigidos das pessoas que interagem com os clientes Você já sabe que, quando se trata do relacionamento com os clientes, principalmente no que diz respeito a reclamações e/ou sugestões, os canais de acesso aos clientes são algo de vital importância, da mesma forma que também são importantes as sistemáticas padronizadas para o tratamento de tais reclamações ou sugestões. Não se pode esquecer, entretanto, de que, quando os clientes entram em contato com as organizações, eles querem comunicar-se com pessoas e ser atendidos por pessoas. Também são pessoas que deverão dar encaminhamento às reclamações ou sugestões. 130 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Pergunta-se: que tipo de pessoas as organizações precisam ter para atender adequadamente os clientes? Qual o preparo que elas devem ter? E para responder tais questões, entre outras, propõem-se os conteúdos a seguir. 16.2 Perfil dos atendentes No caso do Hospital Taquaral, existe o Serviço de Apoio ao Cliente – SAC –, responsável por atender reclamações, solicitações e sugestões. Hospital Taquaral: padrões de atendimento Serviço de Apoio ao Cliente - Tempo de atualização de informações no sistema: diariamente (ou sempre que necessário). - Facilidade de acesso: sete dias x 24h. - Tempo de resposta a sugestões e reclamações: máximo 16h. - Perfil dos atendentes: autossuficiência técnica, habilidade de comunicação, cortesia e empatia; capacidade de gerenciar crises e autonomia para resolver problemas. Os padrões mencionados anteriormente tratam da atualização das informações que devem ser acessadas pelos atendentes e mostram quando o cliente poderá recorrer ao SAC; definem também um tempo de resposta para reclamações e sugestões e o perfil dos atendentes, o que nos interessa nesse momento. De acordo com esse perfil, os atendentes devem ter: • autossuficiência técnica; • habilidade de comunicação; • cortesia e empatia; • capacidade de gerenciar crises; • autonomia para resolver problemas. 5 10 15 131 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Com certeza, esse não é um perfil fácil de ser preenchido, motivo pelo qual se verifica que num SAC como o exposto ainda trabalhem pessoas inexperientes e em início de carreira. 16.2.1 Autossuficiência técnica O atendente deve ter conhecimentos técnicos suficientes a respeito do funcionamento do hospital para, em primeiro lugar, poder entender a manifestação do cliente (solicitação, sugestão ou reclamação) e, depois, optar por decisões precisas tanto para resolver a situação quanto para providenciar o devido encaminhamento quando necessário. Essa regra válida para um hospital também deve ser válida para quaisquer outros negócios. Para alguém entender, solucionar ou encaminhar uma solicitação, reclamação ou sugestão de um cliente, é necessário que o atendente conheça a empresa, aquilo que ela faz e aquilo que fazem suas várias áreas/setores. Ele precisa entender aquilo que lhe está sendo comunicado e a quem compete dar o passo seguinte, inclusive ele. 16.2.2 Habilidade de comunicação Saber ouvir e ser claro o suficiente para se fazer entendido é outra habilidade essencial de um atendente. 16.2.3 Cortesia e empatia Entende-se empatia como a capacidade de uma pessoa colocar-se no lugar de outra, sentir como outra. Ocorrerá empatia no relacionamento com um cliente quando este sentir que quem o está ouvindo o está entendendo perfeitamente, porque está sabendo colocar-se, como se estivesse no lugar dele (o cliente). Cortesia, por sua vez, significa delicadeza, amabilidade e urbanidade. 5 10 15 20 25 132 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 16.2.4 Capacidade de gerenciar crises Tratar com pessoas não é simples, tampouco fácil. Nem todos aqueles que reclamam tratam os atendentes com cortesia. O que pode haver são pessoas exaltadas, malcriadas e, muitas vezes, até agressivas. Ter o equilíbrio emocional suficiente para não se deixar envolver pela situação é o que se exige de atendentes. Assim, deve-se aplicar aquele princípio evangélico que diz que, quando lhe baterem numa face, você deve dar a outra ao agressor. A esse respeito, percebe-se que muitas organizações têm cuidado para que seus colaboradores que se relacionam com os clientes tenham intervalos para descanso, de tempos em tempos, para recompor energias e equilíbrio pessoal. 16.2.5 Autonomia para resolver problemas Atribuir autonomia às pessoas da organização não é simples. Regra geral, para que se possa dar autonomia a alguém, é necessário que: • quem recebe a delegação de autoridade tenha autossuficiência técnica (conforme tratado anteriormente); • quem recebe a delegação tenha acesso às informações necessárias para entender/avaliar as manifestações do clientes, resolver aquilo que poderá ser resolvido no seu âmbito de atuação e encaminhar para quem de direito aquilo que deverá ser encaminhado; • haja aceitação de erros, visto que quem decide está sujeito a erros (só não erra quem não faz). 16.3 Indicação de estudo complementar Abaixo seguem duas indicações de material e respectivas fontes interessantes referentes aos requisitos exigidos para atender os clientes. 5 10 15 20 25 133 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 16.3.1 A escolha das pessoas certas: o caso Disney No livro Nos bastidores da Disney, de autoria de Tom Connellan, o capítulo intitulado “Como a Disney escolhe as pessoas certas” é uma adequada referência de como as empresas podem atuar para escolher as pessoas que trabalham com elas. Para que possa ser melhor entendido o conteúdo do referido capítulo, é importante ressaltar que o livro contém uma história romanceada que retrata a experiência de cinco diferentes pessoas, que, devidamente acompanhadas por um instrutor, fazem uma visita de treinamento a um dos parques da Disney, cujo objetivo é aprender sobre administração de negócios a partir do que eles observam na organização. O capítulo indicado trata, fundamentalmente, do processo de seleção e dos treinamentos a que são submetidas as pessoas que fazem parte do cast Disney. 16.3.2 Só tem cliente fiel quem tem funcionário fiel Para reforçar a importância das pessoas quanto ao atendimento dos clientes, indico o artigo “A lealdade como filosofia”, o qual, na verdade, é uma entrevista do guru Frederick F. Reichheld, publicada pela Revista HSM Management. Nesse artigo, o entrevistado focaliza diferentes partes interessadas da organização (clientes, funcionários, acionistas, entre outros), com destaque à lealdade dos funcionários como forma de obtera fidelidade dos clientes. Nas palavras do autor, (...) os líderes precisam, primeiro, garantir a lealdade de seus funcionários. É por meio deles que se consegue mudar a experiência dos clientes. (...) Descobrimos que metade de todos os funcionários da linha de frente das empresas norte-americanas não acredita que a organização mereça sua lealdade, e são essas pessoas que lidam diariamente com os clientes. 5 10 15 20 25 30 134 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 17 AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E DA INSATISFAÇÃO DOS CLIENTES Objetivo Ao final deste módulo, você deverá saber (1) sobre os fatores que causam a satisfação e a insatisfação dos clientes e (2) algumas formas de como avaliá-las. Síntese Discutir a satisfação dos clientes é mais do que simples interesse das organizações: é necessidade. Cliente satisfeito pode ser cliente fiel e lucrativo; mas o contrário pode representar problemas, como perda de faturamento, imagem arranhada, entre outros. Avaliar a satisfação do cliente é uma oportunidade estratégica que pode tornar a organização mais competitiva. 17.1 Satisfação dos clientes = f (desempenho versus expectativas) No tocante à satisfação do cliente, Philip Kotler, no seu livro Administração de marketing, afirma: A satisfação do comprador após a realização da compra depende do desempenho da oferta em relação às suas expectativas. De modo geral: • Satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. Fica claro, por essa definição, que a satisfação é função de desempenho e expectativas percebidas. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito e encantado (grifo nosso) (...). 5 10 15 20 25 135 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Como os [clientes] formam suas expectativas? Com base em experiências anteriores em compras, conselhos de amigos e colegas e informações e promessas de profissionais de Marketing e concorrentes. Se estes estabelecem expectativas muito altas, o comprador, provavelmente, ficará desapontado. Por exemplo: a Holiday Inn realizou campanha há alguns anos denominada ‘Sem surpresas’. Entretanto, os hóspedes dos hotéis continuaram a encontrar uma infinidade de problemas, e a Holiday Inn teve de cancelar a campanha. Por outro lado, se a empresa estabelecer expectativas muito baixas, não atrairá compradores suficientes (embora satisfação àqueles que efetivamente comprarem) (Kotler, 2000, p. 58). Confirmando o que se expressou no parágrafo anterior, Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 514) afirmam: Se as comunicações e outros elementos do composto de Marketing (por exemplo: propagandas, vendedores, preço, aparência da loja e assim por diante) prometem demais, podem criar expectativas que o produto ou serviço quase, com certeza, não consegue satisfazer, correndo o risco de causar insatisfação do cliente. Sem dúvida, se as expectativas são muito baixas, a venda pode nem acontecer. A estratégia correta deve ser, portanto, criar expectativas realistas e não prometer demais; deve-se conceber o produto ou serviço de modo que expectativas realistas impliquem um nível de desempenho que o mercado-alvo julga atraente o bastante para selecionar a marca. 17.2 Avaliação da satisfação dos clientes 17.2.1 Instrumentos para avaliação da satisfação dos clientes Certamente, são muitos os meios para acompanhar e medir a satisfação dos clientes. Entre os meios possíveis, Philip Kotler (2000, p. 60) sugere os seguintes: 5 10 15 20 25 30 136 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Ferramentas para acompanhamento e medição da satisfação dos clientes Ferramentas Detalhamento Sistemas de reclamações e sugestões Uma organização centrada no cliente facilita o recebimento de sugestões e reclamações. Muitos restaurantes e hotéis oferecem formulários, para que seus clientes relacionem os itens de que gostaram e de que não gostaram. Algumas empresas, centradas no cliente, criaram sistemas de ligações gratuitas. Há ainda empresas que estão aderindo a páginas web e e-mail, para facilitar a recepção e resposta das comunicações. Esses fluxos de informação oferecem muitas boas ideias às empresas e permitem que elas ajam com rapidez para solucionar problemas. Pesquisas de satisfação de clientes Estudos mostram que, embora os clientes fiquem insatisfeitos com uma a cada quatro compras, menos de 5% desses insatisfeitos reclamam. A maioria dos clientes simplesmente passa a comprar menos ou muda de fornecedor. Os níveis de reclamação, portanto, não são uma boa medida de sua satisfação. Empresas pró-ativas medem a satisfação dos clientes diretamente, realizando pesquisas periódicas. Elas enviam questionários ou telefonam para uma amostragem aleatória de clientes recentes. Também solicitam as opiniões de seus compradores quanto ao desempenho de seus concorrentes. Ao coletar os dados de satisfação dos clientes, é útil medir também o nível da intenção de recompra, que normalmente será alto se houver alto nível de satisfação do cliente. Recomenda-se ainda avaliar a probabilidade de esse novo cliente recomendar a empresa e a marca para outras pessoas, assim como sua disposição para isso. Um alto índice positivo de propaganda boca a boca indica que a empresa está produzindo alto nível de satisfação de clientes. Compras simuladas As empresas podem contratar pessoas para se passar por compradores potenciais, para relatar pontos fortes e fracos vivenciados na compra de produtos da empresa e dos concorrentes. Esses compradores misteriosos podem até testar se a equipe de vendas da empresa está preparada para lidar adequadamente com diversas situações. Assim, um comprador misterioso pode reclamar da comida de um restaurante para testar como este lida com esse tipo de reclamação. Análise de clientes perdidos As empresas devem contar clientes que deixaram de comprar ou que tenham mudado para outro fornecedor, para verificar por que isso aconteceu. Quando a IBM perde um cliente, ela empreende um esforço minucioso para descobrir onde errou. É importante não apenas conduzir entrevistas de saída quando clientes param de comprar, como também acompanhar o índice de perda de clientes. Se este estiver crescendo, é um claro indício de que a empresa não está conseguindo deixar seus clientes satisfeitos. A respeito do conteúdo das pesquisas, sugere-se que se busque identificar, inicialmente, o conjunto de atributos e sua importância relativa para os clientes. Feito isso, o passo seguinte será identificar, por pesquisa, o grau de atendimento de tais atributos (Witheley, 1996, cap. 6). 17.2.2 Evidências da avaliação da satisfação dos clientes Com o intuito de demonstrar que avaliar satisfação e insatisfação dos clientes é uma prática adotada pelas 5 137 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 organizações, principalmente por aquelas que valorizam o foco nos clientes, reproduzimos abaixo parte dos relatórios de gestão de empresas premiadas pelo Prêmio Nacional da Qualidade que tratam do assunto: “O acompanhamentode transações recentes com novos clientes e com produtos já entregues é feito principalmente pela Pesquisa de Satisfação do Cliente. (...) A Pesquisa de Satisfação avalia itens como a relação com os gerentes de projeto, facilidade em realização de modificações nos projetos, facilidade em agendar reuniões em obra, eficácia na realização de modificações em obra, limpeza do canteiro de obras, qualidade dos serviços prestados (mão de obra civil em pontos específicos e gerais, mão de obra elétrica e mão de obra hidro-sanitárias), entre outros. (...) Como última questão da Pesquisa de Satisfação Pós-ocupação, há uma pergunta de se o cliente construiria novamente com o EEJT e se indicaria a empresa a um amigo ou conhecido. Por esse método, avalia- se a fidelização dos clientes à organização” (Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum, ganhador do PNQ 2003). “A avaliação da satisfação, insatisfação e fidelidade dos clientes e não clientes da Politeno é realizada pela pesquisa. Em 1995 e 1996, a Politeno realizou, via mala- direta, pesquisas próprias junto a seus clientes. A partir de 1997, utilizando-se do aprendizado das edições anteriores, contratou a empresa InterScience para a realização de pesquisas independentes, tendo sido feitas em 1997, 1999 e 2001” (Politeno, ganhadora do PNQ 2002). “A instituição realiza sistematicamente a avaliação da satisfação, da insatisfação e da fidelidade dos clientes, por meio de pesquisas, com todos os segmentos, por formulários padronizados.(...) Pela análise dos resultados das pesquisas, conseguem-se identificar os motivos de insatisfação dos clientes, agir corretiva e preventivamente nas suas causas e, assim, melhorar a satisfação deles mesmos. Os diferentes tipos de pesquisa para cada segmento da clientela têm tratamento diferenciado” (Santa Casa – Complexo Hospitalar – Porto Alegre, ganhadora do PNQ 2002). 138 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 17.3 Um exemplo de questionário de avaliação da satisfação e/ou insatisfação dos clientes Quando Sheth, Mittal e Newman, no livro Comportamento do cliente, tratam do assunto relacionado às pesquisas sobre o comportamento do cliente, eles abordam dois tipos de pesquisas: (a) as pesquisas qualitativas e (b) as pesquisas quantitativas. A respeito das pesquisas qualitativas, eles afirmam que (...) uma característica básica da pesquisa qualitativa é que os métodos qualitativos não solicitam que o cliente limite suas respostas a categorias pré-atribuídas. As respostas são verbais, e não numéricas, e pede-se que o entrevistado faça-as com as próprias palavras. Um aluno que responde a uma questão do tipo verdadeiro/falso ou de múltipla escolha está fornecendo uma resposta quantitativa. Todavia, se ele responde a uma pergunta dissertativa, está fornecendo uma resposta qualitativa (p. 439). Por outro lado, “na pesquisa quantitativa, as respostas do consumidor estão em uma escala numérica, como em uma escala de 0 a 10” (p. 452). O exemplo a seguir, gentilmente fornecido pela Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, mostra como, num só instrumento de avaliação, pode-ser ter pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa. A parte quantitativa refere-se ao cliente (no caso, o participante do curso de preparação da banca examinadora) que atribui seus conceitos (++, +, -, ou --) aos itens avaliados. A parte qualitativa, por sua vez, diz respeito às questões abertas, quando os participantes são convidados a dissertar sobre pontos fortes e oportunidades de melhoria relacionadas ao curso não abrangidos pelos itens quantitativamente avaliados. 5 10 15 20 25 30 139 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Cursos e Workshops da FPNQ - Pesquisa de Opinião Nome:________________________________________________ Data: ____/____/____ (opcional) (Início do Seminário) A melhoria contínua dos eventos da FPNQ depende de sua realimentação. Conceitue cada um dos quesitos abaixo, utilizando as seguintes notações: (++) excelente; (+) bom; (-) regular; (- -) fraco: Quesitos Conceito 1 - A comunicação prévia com a FPNQ (divulgação, inscrição, negociação, entre outros). Comentários 2 - O programa do curso e a sua carga horária. 3 - As publicações distribuídas quanto ao conteúdo didático e à apresentação. Avalie cada um deles: - Instruções para Candidatura (IC); - Critérios de Excelência(CE) / Primeiros Passos para a Excelência (PP); - Apostila do seminário (xérox); - Relatório de Premiada; - Classe Mundial. - - Comentários 140 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 4 - Os recursos audiovisuais (vídeos, slides, entre outros) quanto ao conteúdo e à apresentação. Comentários 5 - A metodologia de ensino (exposições teóricas, trabalhos práticos, trabalho em grupo, entre outros). Comentários 6 - As instalações utilizadas (conforto, iluminação, espaço físico, segurança, banheiros, facilidade de acesso, apoio logístico às necessidades dos participantes, entre outros). Comentários Continua no verso O(s) Instrutor(es) do seminário: (conceitue cada um): Nome do Instrutor A Nome do instrutor B 7 - Conhecimento sobre o assunto; 8 - Didática (facilidade de comunicação e esclarecimento de dúvidas); 9 – Administração de conflitos; 10 – Atitude, postura e relacionamento interpessoal; 11 – Organização; 12 – Autoconfiança; 13 – Condução do curso (cumprimento do programa dentro do prazo). Comentários 141 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 (++ ou +) Pontos fortes (- - ou -) Oportunidades para melhoria Fonte: FPNQ 57/03 - Rev.1 - Mar.04 18 E-RELACIONAMENTO E AS NOVAS REGRAS DA ECONOMIA Objetivo Ao final deste módulo, você estará capacitado a compreender o sentido e a importância do e-relacionamento e das novas regras da economia (ambiente Internet). Síntese As novas regras da economia norteiam tanto nossos pensamentos e nossos atos na busca por uma resposta ideal para os clientes e para a organização quanto nos dão condições de identificarmos oportunidades e ameaças. 18.1 O e-relacionamento Cuidar do relacionamento com os clientes não é uma necessidade recente; são novos alguns meios para que isso possa ser adequadamente realizado. Com o desenvolvimento de novas tecnologias e a profusão destas em diversos setores da economia, o que se vê, hoje, é uma alteração marcante no modo pelo qual as organizações, de todos os setores e tipos, interagem com seus clientes, seja vendendo-lhes algo, seja informando o lançamento de novos produtos ou serviços, como as dúvidas 5 10 15 142 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 são sanadas, as modalidades de pagamento, as possibilidades de entrega, entre outros. Com o crescimento dos meios e métodos de comunicação com o público-alvo, cresceram também as preocupações com o desenvolvimento das estratégias mercadológicas e a formatação da comunicação desejada. A partir de tal realidade, é possível constatar um movimento articulado que objetiva reorganizar os recursos das organizações em função de seu perfil (missãoe visão) e em função do perfil dos clientes que atende, considerando que estes possuem necessidades e desejos, os quais, muitas vezes, não podem ser matematicamente explicados, o que faz do planejamento estratégico de marketing o fundamento pelo qual se compreendem as variáveis (momentos-verdade e atributos) valorizadas pelos clientes e por quê. O momento para as organizações é crucial não apenas porque precisam aprender a lidar com novas ferramentas tecnológicas e mercadológicas, mas porque, se não o fizerem rapidamente, podem perder significativa participação de mercado para a concorrência. Com isso, é importante destacar que, quanto mais sensível a organização e seus dirigentes forem para a compreensão e o uso de novas ferramentas, em especial, quando se busca saber se os clientes são concordantes com o que se propõe e de que forma isso deve ser feito, maiores serão as chances de obter sucesso nesse momento da economia mundial, em que conhecimento, recursos e disposição de “fazer acontecer” são primordiais. A gestão do relacionamento com o cliente torna-se cada vez mais importante para as organizações no que diz respeito à manutenção da estratégia competitiva e da identidade do negócio frente ao mercado. Partindo da necessidade de gerenciar o relacionamento com os clientes, propõe-se compreender o e-relacionamento, ou seja, o relacionamento por meio eletrônico, já que este está presente no cotidiano das grandes organizações, 5 10 15 20 25 30 143 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 na maioria das médias e é cada vez mais comum nas pequenas. Desse contexto, nascem algumas indagações: • O que é a gestão do relacionamento com o cliente (e-relacionamento)? • Quais são as novas regras da economia que norteiam o relacionamento entre organizações e clientes e, portanto, que servem como pano de fundo para o e-relacionamento? • Quais os novos perigos da Era do relacionamento? • Os clientes e as organizações conseguem falar a mesma língua? • O que é permissão (marketing de permissão) no que se refere à gestão do relacionamento com o cliente? Muitas outras indagações poderiam ser feitas, mas é necessário concentrar-se nas genericamente relevantes. 18.2 Entendendo a gestão do e- relacionamento com o cliente A gestão do relacionamento com os clientes pode ser entendida como o gerenciamento dos meios utilizados para estabelecer e mensurar os contatos com os clientes; considera-se que cada contato pode ter como origem o cliente ou a própria organização. O relacionamento com o cliente tornou-se mais notável nas organizações com o desenvolvimento do CRM, que entende as interações entre demanda e oferta (cliente e organizações) e as ferramentas tecnológicas necessárias para haver melhor proveito de tais interações regido pelos princípios da prática da administração. De certo modo, é como se o CRM fosse um tipo de ERP (Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos Empresariais), só que voltado exclusivamente ao 5 10 15 20 25 144 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 cliente. Aliás, em soluções ERP completas, o CRM normalmente está presente. O CRM não é um conceito nem um projeto; na verdade, é uma estratégia de negócios que visa entender, antecipar e administrar as necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma organização. É uma jornada de estratégias, processos, mudanças organizacionais e técnicas, pelas quais a empresa deseja administrar melhor o próprio empreendimento acerca do comportamento dos clientes. Acarreta em adquirir e distribuir conhecimento sobre os clientes e usar essas informações por meio de vários pontos de contato para equilibrar rendimentos e lucros com o máximo de satisfação dos clientes (Brown, 2001, p. XXIII). Ainda segundo Brown, CRM é um processo de aquisição e retenção de clientes lucrativos. Essa definição é especialmente importante porque reluz na vida das organizações de uma maneira profissional, ressaltando que não é apenas necessário atender aos clientes, mas fazer isso de maneira sustentável, ou seja, a relação de ganho deve ser proporcional aos clientes e às organizações, pois elas também precisam ter suas necessidades atendidas para continuarem operando. É importante destacar também que a implementação do CRM pode trazer diversas vantagens de marketing para a organização, e tais vantagens podem ser consideradas no e-relacionamento. Veja algumas delas: • reduzir custos com propaganda; • diminuir os riscos de comunicações (propagandas) generalizadas, que podem confundir ou irritar o público-alvo; 5 10 15 20 25 30 145 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • melhorar a abordagem de clientes específicos por se concentrar em suas necessidades e na capacidade de atendê-las; • aumentar a capacidade de mensurar o resultado de determinada campanha; • dar suporte à organização para competir por meio dos serviços e diferenciais agregados que fornece não apenas por preço; • acelerar o processo de desenvolvimento e comercialização de produtos; • utilizar mais eficientemente o database marketing (banco de dados de marketing), que armazena, processa e distribui informações relevantes para quaisquer áreas organizacionais solicitantes; • dimensionar melhor o investimento, isto é, redução de gastos com clientes de baixo valor e incremento de maiores gastos com clientes mais lucrativos; • realizar a customização de massa; dentre outros (inspirado em Brown, 2001, p. 9). Porém, para que qualquer benefício possa ser abstraído da administração do relacionamento com o cliente, seja no e-relacionamento, seja no relacionamento tradicional, é necessário planejamento adequado do uso das informações dos recursos disponíveis. Deve-se, pois, saber se o cliente é concordante ou não com certas atitudes da organização. Assim, é imprescindível a permissão do cliente, isto é, um levantamento pelo marketing de permissão, para descobrir se o cliente concorda com, por exemplo, ser fonte de informações diretas para a empresa, se aceita receber material publicitário, se autoriza a divulgação de seus dados, entre outros. Logo, não basta apenas apoiar-se nos benefícios teóricos que o CRM ou e-CRM (eletronic-CRM) podem trazer; para 5 10 15 20 25 30 146 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 que se tornem práticas, é fundamental que as organizações ajam com responsabilidade e coerência, desde o momento em que solicitam informações aos clientes (ou simplesmente as capturam) até o momento em que fazem uso dela. As regras do jogo estão, cada vez mais, privilegiando os consumidores (já não era sem tempo!), portanto, respeite-os e as novas regras, para existirem maiores chances de sucesso no século XXI. 18.3 As novas regras da economia que norteiam o relacionamento entre organizações e clientes Entre as novas regras da economia tidas como base para a maximização do valor do relacionamento entre organizações e clientes e, portanto, do e-relacionamento, destacam-se: (1) a perda de importância da matéria; (2) a “aceleração” do tempo; (3) a necessidade de importar-se com as pessoas; (4) entender que os clientes são recursos, portanto também podem ser transformados em agentes de venda, mesmo de maneira indireta; (5) a participação de mercado deve sera maior possível, o que se busca, pois, quanto maior, possivelmente, maior será o valor agregado; (6) a informação é a principal forma de valor para gerar valor, portanto, quanto maior sua quantidade e qualidade, maior o valor do negócio e das atividades práticas, e, na Era do relacionamento, a informação traz o redimensionamento do papel dos intermediários no e-business/e-commerce com a morte e a revitalização no ambiente Internet; (7) a customização deve ser utilizada como diferencial estratégico para agregar valor e reter clientes; (8) a acessibilidade deve ser desenvolvida e aproveitada a partir do cliente, especialmente na concepção de utilização adequada de espaço e tempo, o que pode gerar percepção de competência, além de satisfação e (9) repensar quem são os compradores e os vendedores – o duplo papel dos clientes. 5 10 15 20 25 30 147 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Ao discutirem-se novos e principais propulsores da economia: 18.3.1 A matéria perde sua importância O tamanho das organizações deixa de ser justificativa irrefutável de poder e autonomia. Assim, se uma organização fabrica produtos maiores e mais pesados que outros, estes, talvez, não tenham maior valor que outros menores e mais leves. Por peso, por exemplo, os automóveis têm menos valor agregado que os computadores, e estes, menos valor que os softwares de computador. Outro exemplo para entender a perda de valor da matéria é a Internet, cujo valor está na informação, nos serviços, no conhecimento e no entretenimento. Em contrapartida, o valor dos materiais utilizados na construção (montagem) dos computadores – metal, plástico, entre outros – diminui em custos periodicamente. Nesse caso, há uma valorização crescente das informações disponíveis na rede mundial de computadores ao mesmo tempo em que há um barateamento do custo do armazenamento de tais informações (Fiore, 2001, p. 26). 18.3.2 Ocorrem a “aceleração” do tempo e o colapso Em função do ritmo do dia a dia, as pessoas têm menos tempo disponível para realizar suas tarefas do cotidiano, especialmente aquelas ligadas ao relacionamento, entretenimento, lazer e trabalho. O total de horas despendidas em frente aos computadores, para fins pessoais ou profissionais, cresce. Muitos motivos servem de justificativa para tal realidade, em que o tempo parece mais curto: • quantidade de informações disponíveis; • qualidade das informações disponíveis; • fontes de informações de inseguras a muito seguras; 5 10 15 20 25 148 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • entretenimento visual e sonoro; • busca por prazer; • possibilidade de desenvolver relacionamento a distância; • entre outros, inclusive de ordem biológica (como ritmo cardíaco, mas sem destaque). Em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, é possível ter acesso a conteúdos específicos de própria autoria ou de outros. É possível escolher o que comprar e efetivar a compra, é possível solicitar informações, fazer certos tipos de ensaios, entre outros. Os clientes podem situar-se em qualquer lugar do mundo, podem entrar em contato a qualquer instante, podem mudar de opinião, podem até comparar produtos e preços com maior facilidade. Embora para as organizações a Tecnologia da Informação (TI) proporcione melhores meios e chances de estabelecer relacionamento com os clientes, ela não é partidária de uma única organização; ela é, sim, possível e – até certo ponto – acessível a todas as organizações. Essa realidade remete a um maior potencial de contato com clientes e stakeholders, porém o mesmo fato ocorre com os concorrentes, uma vez que estes também podem ampliar sua capacidade de relacionamento com seus clientes. Um das preocupações com essa noção simbólica de aceleração do tempo é que, por se basear em tecnologia e no cruzamento e comunicação entre diversas modalidades tecnológicas, ocorre também o risco de colapso, seja decorrente de uma situação natural, como sobrecarga de sistema, seja por um colapso provocado. Veja que, na concepção do colapso, o que existe é a “parada” do tempo, como se toda a aceleração alcançada fosse bruscamente paralisada em função da capacidade de 5 10 15 20 25 30 149 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 continuidade provocada por forças, como falta de energia nos sistemas (fonte ou usuário), falta de capacidade de estabelecer conexão ou o rompimento dela, travamento de máquinas (hardwares) ou sistemas (softwares), ataque de hacker, entre outros. A “aceleração” do tempo é uma dimensão simbólica que as sociedades criam, de certa forma naturalmente, em função do incremento de novas tecnologias. Mas serve também para lembrar que “o criador torna-se escravo de sua criação”. Ou seja: tudo o que é criado para melhorar, facilitar a vida de alguma maneira, pode ser representativo de um quase insuportável nível de desconforto e estresse, caso não funcione como outrora planejado. Uma das principais decorrências dessa realidade é que os consumidores podem comunicar-se rápida e eficientemente, o que amplia exponencialmente a capacidade de divulgação de informações boas e ruins, como, por exemplo, casos que passaram com determinada empresa, bem ou mal-atendidos, tendo recebido uma adequada ou inadequada solução para sua reivindicação. Logo, a capacidade de publicidade dos clientes está maximizada; considerando-se que tal publicidade pode ser negativa, é melhor que as organizações estejam mais atentas aos relacionamentos que estabelecem. Por fim, o colapso do tempo refere-se a todas as mudanças no modo como as organizações relacionam-se com seus clientes. A interatividade instantânea está acelerando a mudança, e as organizações que conseguirem adaptar-se rapidamente às mudanças, em seu espaço de mercado, serão as de maiores chances de sucesso. Tempo é dinheiro e, se as empresas puderem economizar tempo, especialmente o tempo de seus clientes e consumidores, isso certamente será revertido em maior quantidade de dinheiro disponível em seu caixa (Fiore, 2001, p. 28). 5 10 15 20 25 30 150 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 18.3.3 Importe-se com as pessoas Na nova economia, a economia na qual a gestão do relacionamento ganha ainda mais importância estratégica, o capital intelectual é mais valioso do que o dinheiro. Para ter sucesso, é necessário desenvolver a capacidade de cultivar pelo menos dois tipos de fontes de capital intelectual fundamentais: os funcionários e os clientes (Fiore, 2001, p. 29). Uma frase interessante pode ser colocada nesse momento: “Não há pior cliente que cliente nenhum”. Imagine uma organização que acaba de nascer, bem-estruturada, desburocratizada, de posse dos mais novos computadores e impressoras, softwares, entre outros. Agora imagine que não há capacidade (ignorância) para utilizar tais recursos para o bem comum, lembrando que o bem comum de uma organização começa pelos clientes. Isto é: mesmo quando existem apenas clientes problemáticos, eles ainda são melhores que a sua ausência e, também, quando uma organização possui apenas problemas no que tange ao relacionamento com os clientes, o certo é que ela e os clientes são fonte de problemas. 18.3.4 Clientes também são recursos: transforme-os em vendedores A ideia aqui não é ade usar os clientes como recursos estratégicos exploráveis unicamente, mas sim entender que, se forem bem-atendidos e surpreendidos, os clientes poderão tornar-se fonte segura e alternativa de comunicação positiva da organização. Quanto melhor for a imagem da organização na mente do cliente, melhor será a relação deste com a organização e melhores serão as argumentações com base positiva em defesa desta. Surpreenda seus clientes, valorize o ciclo de 5 10 15 20 25 151 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 serviços. Na pior das hipóteses, o cliente apenas estará indiferente; pelo menos não será um emissor de publicidade negativa. 18.3.5 Quanto maior a participação de mercado, possivelmente, maior será o valor Pouco antes de a Internet notabilizar-se no que diz respeito à oportunidade de negócio, Frank Fiore, especialista e consultor em e-commerce e autor de livros sobre o assunto, jantou com um investidor capitalista, com foco em capital de risco. Fiore indagou ao investidor se sua empresa estava investindo em empresas de Internet, já que isso era uma grande oportunidade (tendência). A resposta foi um taxativo não, pois, segundo o investidor, não era possível saber como ganhar dinheiro com tal tipo de investimento. Os capitalistas de risco estavam acostumados a ver planos (propostas) que pediam dinheiro para primeiro desenvolver um produto, testá-lo, comercializando-o em seguida e vendendo-o para ter um retorno sobre o investimento realizado. Agora veja as empresas pontocom: precisam de recursos financeiros para desenvolver um produto ou serviço, testá-lo, comercializá-lo e, então, entregá-lo gratuitamente (Fiore, 2001, p. 32). Na Internet, o sucesso ocorre com a participação de mercado e as relações advindas de tal participação. 18.3.6 Quanto maior a quantidade e a qualidade das informações disponíveis, maior o valor: o nascimento do infomediário Uma interessante constatação com o advento da Internet é a relação de valor com a informação. Mesmo cada vez mais numerosa e disponível, ainda assim, quanto mais precisa for a informação disponível e corretamente relacionada aos fatos do 5 10 15 20 25 152 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 cotidiano, maior será a chance de esta ter seu valor aumentado em função de sua ação sobre os meios e fins a que se aplica, por exemplo, aos produtos e serviços ou ao planejamento estratégico de marketing das organizações. Um fator que chama a atenção na relação entre valor e informação é o que vem ocorrendo com os intermediários. A rede mundial de computadores é capaz de facilitar o contato entre quem produz e quem consome, o que acaba pondo fim em muitas estruturas intermediárias. Enquanto a rede extingue uma série de intermediários, ela também cria outros (um tipo de ciclo natural do sistema capitalista). Nasce o “infomediário”: um tipo de intermediário que substitui os tradicionais intermediários, como agentes de viagem, corretores de ações, entre outros. O que justifica essa nova modalidade de intermediário (infomediário) é a necessidade de eficiência e acesso a conteúdos cada vez mais numerosos e dispersos – com isso, mais difíceis de manejar. A quantidade de informação disponível tornou-se tamanha que especialistas na identificação e utilização das suas partes específicas passaram a ser fundamentais. Ou seja, é preciso ser capaz de cruzar dados e/ou informações dispersos para gerar mais informações e ser capaz de, a partir do que se apurou, gerar informações relevantes e conhecimento. Quanto maior a quantidade e a qualidade das informações disponíveis, maior seu valor de uso, ou seja, o valor de certas atividades aumenta genericamente, tornando-as mais notórias, à medida que um maior número de pessoas passa a utilizá-las direta ou indiretamente. Logo, quanto maior o número de pessoas que utilizam serviços de comparação de preços em ambiente on-line, ou mesmo classificados de jornais, maior será o valor da prática profissional que dá suporte e possibilita aquele serviço prestado, e ainda, o valor da própria informação. 5 10 15 20 25 30 153 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 18.3.7 Customização em massa e aumento de valor É mais fácil customizar a informação do que os bens materiais (Fiore, 2001, p. 36). A customização em massa não é fácil de fazer, especialmente no mercado tradicional. Por outro lado, customizar a informação chega a ser algo feito automaticamente na rede. Por exemplo: em e-business, podem-se coletar informações sobre fornecedores, clientes e demais stakeholders e, a partir disso, melhorar o relacionamento com eles por meio da personalização dos relacionamentos. Na tradicional economia, vivia-se em função das empresas de produtos, esse era o principal impulso à padronização da produção, dos produtos e dos processos de negócios. Os fabricantes buscavam beneficiar-se de economias de escala. A nova economia, por sua vez, é apoiada pelos dados, pelas informações e, naturalmente, pelo conhecimento advindo deles. A informação tem a vantagem de ser fácil de diferenciar, customizar, personalizar e transmitir pelas redes a velocidades cada vez maiores. 18.3.8 Acessibilidade: espaço e tempo Na nova economia, em especial no ambiente projetado pela Internet, ocorre uma reconfiguração da ação de consumo. Não é mais necessário horário específico para a compra de determinado bem, a contratação de determinado serviço, porque há um horário estipulado de atendimento. É possível acessar os conteúdos disponíveis a qualquer hora do dia ou da noite, realizar suas compras e/ou contratações em geral. Nesse contexto, McKenna, na obra Competindo em tempo real, de 1998, atenta para as organizações que precisam e se dispõem a competir em tempo real. Ele destaca que os clientes nunca estão totalmente satisfeitos e, por isso, é necessário sempre trabalhar para atrair e manter clientes, tanto conhecer bem o perfil de seus grupos (segmentos) quanto individualmente. 5 10 15 20 25 30 154 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Hoje, todo produto está virtualmente disponível em qualquer lugar, a todo momento, quanto ao acesso à informação e à possibilidade de aquisição. O espaço da prateleira da rede é ilimitado (Fiore, 2001, p. 38). Enfim, a acessibilidade é uma tendência que veio para ficar, sua notoriedade deve aumentar muito nos próximos anos, especialmente com o aumento do acesso móvel (sem fio). O tempo é visto de maneira simples: as pessoas buscam aproveitar o máximo possível os recursos disponíveis para “economizar” tempo, pois, assim, podem – pelo menos teoricamente – aproveitar melhor sua vida.1 18.3.9 Compradores ou vendedores Com o advento da Internet, os compradores têm mais poder de barganha, logo, possibilidade de negociação. Claro que nesse campo muito amadurecimento está por vir, mas, pelo menos, é cada vez mais comum o aumento de autonomia de quem compra, seja porque compra em volumes maiores, seja porque prefere pagar à vista, ou porque há concorrentes e, portanto, outros preços e formas de pagamento, deferências frente à vasta possibilidade de realizar pesquisas de preço, entre outros. Assim, ainda, a possibilidade de acesso e comparação de conteúdos disponíveis na rede, por exemplo, preço, prazo de entrega,quantidade em estoque, informações técnicas complementares servem como suporte a quem compra, enfim, quanto maior a quantidade de informações disponíveis ao comprador, maiores serão as chances de este realizar uma venda que dê a sensação de compra consciente, aumentando as chances de repetição da compra e da indicação para outras pessoas. Isso remete ao crescimento dos níveis de exigência dos compradores, porém, em contrapartida, diminui o risco de arrependimento pelo ato (compra) realizado (dissonância cognitiva2). 1Essa é uma questão que norteia outros estudos, ou seja, a relação entre tempo livre e trabalho, ócio e estresse, tempo livre e mais trabalho. Para maiores informações, sugere-se a leitura de O ócio criativo de Domenico De Masi (2000) e Comportamento do consumidor de Ernesto M. Giglio (2002). 2Dissonância cognitiva: comparação dos resultados da compra com a pós-compra e as expectativas que originaram esta mesma, e chega-se à constatação diferente e inferior à expectativa previamente estabelecida, ou seja, as expectativas presentes no ato da compra não foram atingidas e mantidas depois de ato de compra, fato que gera uma sensação de negação e/ou arrependimento (Zambon; Benevides, 2003, p. 84). 5 10 15 20 25 155 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Glossário • CRM (Customer Relationship Management) – Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente. • E-business – negócio por meio eletrônico. Termo mais frequentemente aplicado aos negócios resultantes do uso da tecnologia digital e da Internet como principal meio de comunicação e interação. • E-commerce – comércio eletrônico ou comércio virtual –, é um tipo de comercialização caracterizada pela troca de bits, cujas transações são feitas no cyberspace. O relacionamento é digital e, portanto, virtual. Os produtos ou serviços utilizam uma mídia digital, a multimídia, e os principais veículos desse comércio são CD-ROM, quiosques, Internet e BBS (Bulletin Board System: computadores acessados via telefone que disponibilizam informações específicas – tendem a desaparecer com o crescimento da Internet). • E-CRM (e-Customer Relationship Management) – gerenciamento do relacionamento com o cliente por meios eletrônicos. • E-customer – consumidor eletrônico, ou seja, o consumidor que utiliza recursos de tecnologia da informação, no comércio eletrônico, para ter acesso aos produtos que deseja. • E-relacionamento – electronic-relacionamento, ou seja, relacionamento com o cliente ou stakeholders por meio eletrônico; por exemplo, pela Internet. Na verdade, apresenta os mesmos princípios do relacionamento com os clientes no varejo tradicional (de loja); o que muda são os canais utilizados. • ERP (Enterprise Resource Planning) – Planejamento de Recursos Empresariais. 5 10 15 20 25 30 156 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • Internet – uma rede de redes de computadores. A Internet evoluiu de uma ARPAnet (uma rede militar norte-americana) a uma rede de busca acadêmica e, posteriormente, à atual rede mundial de computadores. Outros nomes que identificam a Internet são: ciberespaço e infovia. • Marketing de permissão – uma prática de marketing (tipo de marketing) que procura obter a permissão das pessoas antes de fazer marketing como tradicionalmente ocorre. Exemplo: marketing de produtos ou serviços, de lugar, promocional, entre outros. A rigor, é pedir permissão aos clientes para que a organização possa ter um contato regular com eles, oferecendo-lhes produtos. • M-commerce – abreviação para comércio móvel, vendendo produtos e serviços em um aparelho móvel, como telefone celular ou um PDA (Personal Digital Assistent; um Palm Pilot é um exemplo de PDA) habilitado no ciberespaço. • Nova economia – descreve um conjunto de forças que aparecem na última década e exigem novas práticas de marketing e negócios. Lembre-se de que a economia hoje é composta de elementos novos e antigos, portanto é híbrida. • One to one – de marketing one to one , isto é, relacionar-se com clientes de forma individual, um por vez. • Stakeholders – esse termo foi criado para designar todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas ações de uma organização (Goldschmidt, 2005). 19 A COMPRA RACIONAL, A COMPRA POR IMPULSO E A DISSONÂNCIA COGNITIVA Objetivos Ao final deste módulo, você estará capacitado a compreender o sentido e a importância de conhecer o processo de compra racional, compra por impulso e a dissonância cognitiva. 5 10 15 20 25 30 157 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Síntese Espero que você compreenda que o gerenciamento do relacionamento com o cliente e os resultados almejados por ele não devem vir desprovidos de tais conhecimentos, pois são os clientes satisfeitos que retornam e trazem consigo novos clientes, do mesmo modo que muitos clientes insatisfeitos levam outros com eles. 19.1 Clientes e organizações As relações entre clientes e organizações suscitam muitas discussões; entre elas, os motivos que levam os indivíduos a praticarem a compra e a forma como o fazem. Pelo menos duas condições são fundamentais para compreender o processo de compra de um cliente: • a primeira é que ele, ao praticar qualquer aquisição, faz isso de maneira racional, portanto programada e, geralmente, baseada em necessidades claramente definidas; • a segunda é a compra impulsiva, que, normalmente, ocorre no próprio estabelecimento comercial ou quando existe com determinada informação (propaganda), o que se caracteriza pela pouca ou nenhuma programação prévia (necessidades previamente racionalizadas). Há uma pulsão (desejo) que se transmuta em compra. Um outro momento decorrente da compra por impulso é a dissonância cognitiva, cuja importância para os administradores e profissionais de marketing está ligada ao conhecimento das sensações e relações de mundo que o cliente tem ou desenvolve após o ato de compra. Quando, no pós-compra, o cliente carrega consigo sensações de satisfação, então as expectativas no ato da compra foram satisfeitas; assim, não há dissonância cognitiva. Mas, ao contrário, depois do ato 5 10 15 20 25 158 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 de compra, o cliente vê-se com pensamentos negativos sobre o que realizou, levando-o a uma sensação de arrependimento, aí existe dissonância cognitiva. Esse é um momento de que nenhum profissional de vendas deseja participar, pois, certamente, ouviria muitas lamúrias do cliente. Então, o que é a dissonância cognitiva e por que é importante que sua ocorrência seja minimizada? 19.2 Conceito de dissonância cognitiva A expressão “dissonância cognitiva” é proveniente dos estudos e posicionamentos de Festinger (1957), com a obra A Theory of Cognitive Dissonance, e, desde então, muitas discussões sobre o assunto afloraram. No campo da administração, a pauta ficou enquadrada em marketing por seu empenho em relacionar as atividades organizacionais às atividades individuais dos clientes e consumidores e também pela aproximação do marketing com os discursos sociológico, psicológico e antropológico, além do filosófico. Tudo num conjunto de variáveis que contemplam vantagens para as duas partes (clientes e organizações) e que, para serem atingidas, exigem interaçãoe conhecimento entre as partes. Segundo Festinger (1957), a dissonância cognitiva refere-se exatamente ao processo final cognitivo e emocional da diferença entre o que se esperava e o que ocorreu. Porém, para Giglio, Festinger apresentou o conceito de maneira ampla, incluindo toda e qualquer discordância entre as ações (o corpo em ação), a ideia (o mundo de ideias) e a ética do sujeito (código de ética de relações) (Giglio, 2002, p. 161). A dissonância cognitiva, após o consumo, cria um ambiente psíquico (uma predisposição), julgamentos negativos em relação ao produto ou serviço, o que interfere na etapa imediatamente anterior à compra (Giglio, 2002, p. 162). Tal 5 10 15 20 25 30 159 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 interferência pode ser entendida como risco porque pode evitar que o cliente repita a compra do produto consumido, ou, ainda, o que é pior, pode fazer com que ele não compre mais o produto em determinado estabelecimento – comprando em um concorrente. Portanto, a dissonância ocorre quando o consumidor faz uma comparação dos resultados da compra com o pós-compra e as expectativas que a originaram. Assim chega a uma constatação diferente e inferior à expectativa previamente estabelecida, ou seja: ele vê o seu julgamento primário, reduto de uma expectativa de como o produto deveria servir, transformar-se em uma negação daquele que fora adquirido, baseado em uma depreciação clara e consciente do que se adquiriu versus o que se esperava (Zambon; Benevides, 2003, p. 84). Além disso, a dissonância cognitiva pode ainda acontecer por meio de um sentimento de arrependimento comparativo, quando o consumidor percebe que, se não tivesse comprado alguma coisa, por mais útil que ela seja, poderia adquirir uma outra que talvez fosse mais importante ou interessante, ou então teria, por exemplo, dinheiro para aplicar em poupança ou num investimento imobiliário, fazer uma viagem internacional, entre outros. 19.3 Três abordagens de compra impulsiva A compra por impulso expressa os elementos manifestos ou latentes de desejo dos consumidores sobre os quais os profissionais de marketing empenham seus esforços para desenvolver ações mercadológicas que maximizem o desejo de consumir e, portanto, o ato de comprar. Por sua vez, a dissonância cognitiva é o oposto 5 10 15 20 25 30 160 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 daquilo que os profissionais de marketing desejam, ou seja, todos os esforços possíveis são empenhados para que ela não aconteça, pois isso é um elemento/manifestação (psicológico) que prejudica a recompra do produto, ao gerar na mente do consumidor a nefasta sensação de que fez um mau negócio. É um sentimento de negação sobre a compra realizada (Zambon; Benevides, 2003, p. 73). Na busca por maiores esclarecimentos conceituais sobre a compra por impulso no tocante aos riscos de ouvir os clientes, foram identificadas três abordagens centrais que descrevem variações comportamentais dos indivíduos ao praticarem compras impulsivamente: conceito tradicional, conceito comportamental simples e conceito comportamental exagerado (Almeida, 1993). O primeiro (conceito tradicional) corresponde à compra não planejada, cuja principal causa motriz é o próprio ambiente, ou seja, o ato impulsivo de compra é baseado na configuração do ambiente: local, disposição, comparação. O segundo (conceito comportamental simples) corresponde à compra impulsiva motivada por elementos emocionais: ocasionado pelo momento sentimental de cada indivíduo, se feliz ou triste, se entusiasmado ou desanimando, cada um correspondendo a um perfil de impulso de compra. E o terceiro (conceito comportamental exagerado) corresponde à compra impulsiva como uma doença, um tipo de distúrbio que deve ser acompanhado e tratado de modo medicamentoso. O conhecimento de tais abordagens pode ajudar as organizações a melhor decidirem sobre a compra dos consumidores (clientes) e buscar meios operacionais que promovam o envolvimento do consumidor com o objeto comprado, para que se reduza ou evite a dissonância. 5 10 15 20 25 30 161 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 19.4 A dissonância cognitiva pode ser eliminada Conforme a teoria de Festinger (1957), os profissionais de administração e marketing não podem eliminar a dissonância, mas – no cunho de suas atribuições profissionais cotidianas nas organizações – podem compreender a forma de construção dos mecanismos em que ocorre a dissonância e, então, agir de forma a minimizá-la ao máximo, reduzindo, assim, sua intensidade. O estudo do tema, portanto, não está concentrado na erradicação da dissonância, mas sim na maximização da capacidade dos profissionais e das organizações de desenvolver ações de negócio (as vendas) que satisfaçam os clientes e gerem neles o máximo de consciência sobre o ato realizado, para que possam identificar e aproveitar positivamente as justificativas que levaram à compra em favor da organização e contra a dissonância. Não se trata de evitar as impulsões de compra (contexto emocional), mas de estimular atribuições que as tornem válidas emocionalmente de tal forma que tais emoções não sejam danosas para a organização por meio de arrependimento da compra realizada. Já que não se pode evitar a dissonância cognitiva, pelo menos tudo que for feito e cujo resultado reduza sua incidência será bem-vindo. As organizações que mais avançam nesse sentido, em sua maioria, estão comprometidas com o eficiente desenvolvimento de campanhas de administração de relacionamento com o cliente, que podem ser vistas, entre outras formas, como os sistemas de Costumer Relationship Management (CRM). 5 10 15 20 25 162 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 19.5 O que fazer quando a dissonância cognitiva ocorre É importante esclarecer que a abordagem do capítulo concentra-se na dissonância do consumo (na mente do consumidor), e a intensidade e o tipo de respostas para sua “eliminação” dependem do grau de importância dada ao consumo e de consciência das expectativas. Assim, segundo Giglio (2002, p. 163), observações informais e pesquisas de psicologia social têm demonstrado que, ao sentir dissonância cognitiva, as pessoas (clientes – consumidores) percorrem três soluções básicas: 1. os indivíduos distorcem as percepções. Resumidamente, essa interpretação pode ser assim entendida: “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. Ou seja, como a percepção é uma seleção de estímulos, ao sentir dissonância, os indivíduos alteram as percepções; 2. os indivíduos depreciam a fonte da dissonância. Resumidamente, essa interpretação pode ser assim entendida: “Mas quem foi que disse isso?”, ou seja: trata-se do entendimento de que, às vezes, os estímulos não podem ser negados por sua evidência; 3. os indivíduos buscam apoio social. Resumidamente, essa interpretação pode ser assim entendida: “Amigo é pra essas coisas”. Geralmente, essa situação ocorre quando as duas anteriores não são o bastante para reduzir a dissonância; logo, é a mais forte delas. Ela deve funcionar quando os estímulos são fortes demais para serem negados e a própria pessoa não consegue reunir depreciações adequadas; daí precisa de apoio externo (amigos/grupo social). Além dessa situação, háoutra que associa a dissonância ao consumo. Trata-se da dissonância que ocorre por motivos independentes do consumo e que leva os indivíduos a um 5 10 15 20 25 30 163 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 consumo específico com resposta para eliminá-la. Por exemplo: mulheres, quando se sentem deprimidas ou frustradas, por n motivos, não têm dúvida de passear e consumir no shopping center. Para elas, é uma forma eficaz de mudar os sentimentos negativos (Giglio, 2002, p. 165). Logo, os profissionais mais observadores aproveitam-se dos momentos de dissonância coletiva, como a morte do Papa João Paulo II, para promover a venda de seus produtos ou imagem. As organizações, por sua vez, precisam esclarecer, o mais detalhadamente possível, quais benefícios o consumidor pode esperar do produto ou serviço. Por exemplo: o que é o produto; como é utilizado; quais garantias; assistência técnica; formas de pagamento; custos com manutenção; adaptabilidade etc. Passa a ser necessário que as organizações desenvolvam, inclusive no contexto de venda de produtos, uma tática de prestação de serviços (encarar o processo de venda como um processo de prestação de serviços) que substitua as tradicionais táticas de vendas (tirar pedidos). Ou seja: é preciso que fique claro, para o cliente, o compromisso da organização com ele e quais as responsabilidades dela com o produto. A entrega de algo deve significar mais ao cliente que simplesmente uma compra; ela deve representar compromisso e gerar relacionamento. As organizações devem, também, segundo Giglio (2002, p. 168), cuidar dos benefícios obtidos. Isso consiste em atuar no momento da compra e no pós-compra, quando se nota o que se está obtendo em comparação ao que se esperava. Esse momento refere-se a dois aspectos: as expectativas e os resultados. Por exemplo: durante um show musical ou uma limpeza de pele. No pós-compra, a tática consiste em influenciar positivamente as conclusões sobre o que se obteve. 5 10 15 20 25 30 164 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Entende-se que, para isso, muitas ações podem ser praticadas; por exemplo, em comerciais de tevê, quando o produto é utilizado por pessoas em situação de indiscutível satisfação: mulheres bonitas em campanhas de xampu. Logo, a própria propaganda pode ser utilizada não apenas para chamar a atenção e para a venda, mas para retenção e influência de satisfação. Por fim, as organizações precisam realizar pesquisas constantes sobre o comportamento de seus clientes, sejam pesquisas científicas, seja por mera observação. Indagar os funcionários do front-office e alguns clientes sempre é útil, assim como acompanhar as informações gerais sobre a demanda por setor, publicadas por sérios institutos de pesquisa, instituições de ensino e jornais qualificados, como Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo; revistas como Veja, Exame e os anuários da Exame e da Gazeta Mercantil também devem ser acompanhados. Ainda, regionais, apresentadas em jornais locais. Outro caminho importante é indagar os clientes sobre o produto ou serviço. Muitas vezes, as respostas obtidas podem surpreender no tocante aos motivos de não terem comprado antes, ou simplesmente não comprarem de tal marca ou estabelecimento, entre outros. Imagine que muitos indivíduos informem não comprar em determinado estabelecimento pelo elevado número de críticas que ouvem sobre o local. Provavelmente, tal informação – ligada à situação de dissonância dos clientes atuais – causaria um repensar das atividades de relacionamento no momento da venda, indo desde o treinamento de funcionários até a revisão de layout. Preocupar-se com os clientes, ampliar o entendimento de seu comportamento e o que lhes causa frustrações é ainda mais importante (passo para organizações maduras). Com o incremento da competição, maiores serão as disputas pela clientela e bem-sucedidas serão aquelas que melhor conhecerem 5 10 15 20 25 30 165 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 e relacionarem-se com seus clientes. Faça de seu cliente seu “amigo”, retribua a dedicação dele e seja sempre, antes mesmo de qualquer posicionamento do cliente, dedicado a ele. Não espere nada antes de ter dado algo. Glossário • CRM (Customer Relationship Management) – gerenciamento do relacionamento com o cliente. • Desejo – é o afã de obter mais satisfação do que é absolutamente necessário, para melhorar uma condição insatisfatória. • Dissonância cognitiva – comparação dos resultados da compra com a pós-compra e as expectativas que a originaram. Chega-se à constatação diferente e inferior a expectativas previamente estabelecidas, ou seja: as expectativas no ato da compra não foram atingidas e mantidas depois desse ato. Isso gera uma sensação de negação e/ou arrependimento do ato de compra (Zambon; Benevides, 2003, p. 84). • Compra por impulso – aquisição de bens sem qualquer planejamento ou esforço de procura, já que são amplamente expostos e normalmente de baixo preço, tais como revistas, chocolates etc. (Moreira; Pasquale; Dubner, 1999, p. 98). Porém, a compra por impulso pode se dar para produtos com preço elevado. • Necessidade – é a condição insatisfatória de um cliente, o que o leva a uma ação que tornará essa condição melhor. • Necessidades declaradas – aquelas que o cliente declara ter quando compra em situação de potencial. Por exemplo: o cliente deseja condicionador de ar, direção hidráulica, air-bag, rodas de liga leve aro 16 quando está em busca de um automóvel. 5 10 15 20 25 30 166 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • Necessidades reais – aquelas que, de fato, devem ser supridas (necessidade literal). Por exemplo: o cliente realmente tem necessidade de transporte quando requer um automóvel. 20 CASES: [1] MERCADO PERSONALIZADO: MUNDO DIGITAL E [2] WAL-MART: O MAIOR VAREJISTA DO MUNDO Objetivo Você estará capacitado a avaliar, com maior amplitude, os casos sugeridos e compreenderá que a administração do relacionamento com o cliente pode ter diferentes aplicações em diferentes momentos da vida de uma organização, mesmo sem destaque. Síntese A capacidade de personalização, especialmente no que tange ao mundo digital, é mais que um desafio: é uma oportunidade. Portanto, lembre-se de que nele temos clientes também. Além disso, lembre-se de que grandes corporações não se tornam grandes, como o Wal-Mart, por acaso: certamente, muitas medidas puderam levá-las ao sucesso. Pensar em tais medidas, especialmente naquelas sem ligação direta com os clientes, é importante, pois isso nos mostrará que é para eles (os clientes) que a organização existe. Nota Os textos presentes neste módulo foram extraídos do endereço eletrônico <http://wps.prenhall.com/wps/media/ objects/972/995770/mercado.doc> e <http://wps.prenhall. com/wps/media/objects/972/995770/WalMart.doc> referente a publicações de Philip Kotler e estão disponíveis para acesso e download para quaisquer alunos. 5 10 15 20 25 167 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 20.1 Mercadopersonalizado: tudo o que pode ser digitalizado pode ser personalizado Imagine-se caminhando por uma cabina que banha seu corpo com uma luz branca e, em questão de segundos, captura-se sua exata estrutura tridimensional. Os dados digitalizados resultantes são transferidos para um cartão de crédito, que você passa a utilizar para comprar roupas customizadas. Não, essa não é uma cena do próximo episódio de Guerra nas Estrelas, mas a maneira como você comprará roupas em um futuro não muito distante. Um consórcio que reúne mais de cem empresas de vestuário, incluindo a Levi Strauss, trabalha para desenvolver uma tecnologia de análise do corpo na esperança de tornar regra a customização em massa. Embora a tecnologia de análise do corpo e os cartões inteligentes que carregam as medidas do cliente ainda estejam em desenvolvimento, muitas empresas, atualmente, utilizam as tecnologias para desenvolver seus produtos sob medida para cada cliente. A seguir, apresentamos alguns exemplos: • Levi Strauss: desde 1994, a Levi’s faz calças femininas sob medida por meio de seu programa Personal Pair. A atendente tira as medidas da cliente e insere-as no computador. Dois dias depois, a cliente recebe a roupa feita de acordo com suas necessidades. Ela pode pedir outra calça a qualquer hora e para isso não precisa ir à loja. A Levi’s agora está lançando uma versão expandida desse sistema, chamada Original Spin, que oferecerá mais opções de modelo, inclusive para calças masculinas. Enquanto uma loja da Levi’s normalmente contém 130 calças em estoque para diferentes numerações, com o programa Personal Pair esse número sobe para 430, e com o Original Spin pulará para 750. 5 10 15 20 25 30 168 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • Mattel: desde 1998, as meninas podem acessar o site <www.barbie.com> e desenhar a própria boneca. Elas podem escolher o tom de pele, a cor dos olhos, a cor dos cabelos, o penteado, as roupas, os acessórios e o nome da boneca. Também preenchem um questionário apontando, em detalhes, do que gostam e do que não gostam no brinquedo. Quando a boneca chega pelo Correio, as meninas encontram o nome dela na embalagem, junto com um pequeno texto sobre sua personalidade. • CDuctive: sucesso em Nova Iorque, a CDuctive, sediada em Tribeca, permite que seus clientes confeccionem CDs on-line. Se o cliente gosta de jazz, ele pode clicar nessa categoria e ver 30 títulos, com uma amostra de 45 segundos para cada título. Com alguns comandos, o cliente pode então pedir um CD com todas as músicas selecionadas por 21 dólares. • Paris Miki: nessa ótica de Tóquio, um software especial permite que os técnicos desenvolvam lentes e armações que combinem com o formato do rosto do cliente. Utilizando um monitor, vários modelos são sobrepostos em uma imagem escaneada do rosto da pessoa. O cliente, então, escolhe um modelo, os óculos são feitos, projetados e desenvolvidos especialmente para ele. As empresas de bens de consumo não são as únicas que caminham para um mercado personalizado. As empresas voltadas para o mercado empresarial também oferecem aos clientes produtos sob medida – e muitas vezes esses produtos são barateados e chegam ao cliente mais rapidamente que os padronizados. Principalmente para as pequenas empresas, a customização em massa oferece uma maneira de elas lutarem contra seus concorrentes de maior porte. 5 10 15 20 25 30 169 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 • ChemStation: essa pequena empresa de sabão oferece a seus clientes empresariais – que vão de lava-rápidos à Força Aérea dos Estados Unidos – fórmulas de sabão preparadas individualmente. O que limpa um carro não serve para limpar um avião ou um equipamento em um poço de mineração. Informações coletadas pelos vendedores da ChemStation acerca das necessidades de limpeza de cada cliente são inseridas em um banco de dados chamado Tank Management System (TMS). Em seguida, os químicos da empresa desenvolvem uma receita de sabão especial para o cliente, designam um número para essa receita e inserem a fórmula no TMS. Então, os funcionários da fábrica simplesmente inserem o número da receita do cliente em uma máquina controlada por computador, que mistura determinada quantidade do sabão especial. A ChemStation envia a mistura customizada para um tanque que fica na instalação do cliente. A empresa monitora o uso do sabão e automaticamente reabastece o tanque quando o nível de sabão está baixo. Ao mesmo tempo que o sistema de customização oferece aos clientes exatamente o que eles precisam, também reduz os custos, o que gera margens mais altas. Desde que a ChemStation iniciou a customização em massa, em 1985, o custo por cliente caiu aproximadamente 25%, enquanto a margem bruta por cliente aumentou cerca de 50%. A customização em massa também ajuda a ChemStation a neutralizar a concorrência. Ninguém, nem mesmo os clientes, conhece as fórmulas, de modo que fica difícil para eles mudarem para os concorrentes. “Dizemos [aos clientes] que isso é segredo”, afirmou George Homan, fundador e diretor-presidente da ChemStation. “Não somos ‘protecionistas’ [em relação à fórmula] como a Coca-Cola, mas somos fechados”. 5 10 15 20 25 30 35 170 Unidade IV Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Duas tendências estão por trás do crescimento do marketing personalizado. Uma delas é a ênfase cada vez maior no valor e na satisfação do cliente. Atualmente, os clientes têm expectativas muito altas e esperam cada vez mais produtos e serviços que atendam a necessidades individuais. Contudo, seria muito caro ou completamente impossível atender a essas necessidades individuais se não fosse outra tendência: rápidos avanços em novas tecnologias. Os data warehouses permitem que as empresas armazenem trilhões de bytes de informações sobre o cliente. Hoje em dia, robôs industriais e equipamentos de fábrica controlados por computador podem reajustar rapidamente linhas de montagem. Scanners de código de barras possibilitam rastrear peças e produtos. E o mais importante: a Internet une tudo isso e faz com que fique fácil para a empresa interagir com seus clientes, descobrir suas preferências e responder a elas. Além disso, a Internet parece ser o meio definitivo para atingir o mercado um para um. A ideia de serviço pessoal na Internet pode parecer um paradoxo, mas está se tornando rapidamente uma realidade. Considere o seguinte exemplo: Logo depois de Jeri Capozzi entrar no sementeiro on-line Garden Escape no último inverno, ela já estava viciada. E isso não aconteceu apenas porque o site oferece plantas incomuns, mas porque o Garden Escape criou uma loja só para ela. Recebida pelo nome na página web pessoal quando a visita, Capozzi pôde fazer anotações em um espaço on-line privado, ajustar projetos de jardim utilizando o programa de projeto interativo do site e obter respostas do doutor Garden. Capozzi já gastou 600 dólares no Garden Escape e não tem planos de comprar em nenhum outro sementeiro. Com os serviços pessoais, ela disse que “Provavelmente nunca o deixará”. 5 10 15 20 25 30 171 ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 05 /1 1/ 09 / / 2º R ev is ão : T at ia ne / C or re çã o: M ár ci o - 23 /1 2/ 09 Portanto, assim como a produção em massa constituía o princípio de marketing do último século, a customização
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