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GEODINÂMICA INTERNA

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GEODINÂMICA Interna
CICLO DAS ROCHAS
 A Geodinâmica é o estudo da composição, estrutura e fenómenos genéticos formadores da crusta terrestre, bem como o conjunto de fenómenos que actuam não só à superfície como no interior do globo. Há duas formas de energia que actuam sobre o globo, agindo independentemente, mas havendo efeitos recíprocos entre ambas:
Energia solar que age directa ou indirectamente esculpindo a superfície, a qual é constantemente modificada pela acção do ar e da água - é a Geodinâmica Externa;
Energia do interior da terra, provocando modificações químicas, físicas e estruturais dos constituintes rochosos - é a Geodinâmica Interna; refere-se, portanto, aos processos que ocorrem na crusta por acção da energia proveniente do interior do planeta.
PROCESSOS DA GEODINÂMICA INTERNA
 São processos geológicos endógenos: vulcanismo, terramotos, plutonismo, orogénese (formação de montanhas), magmatismo, metamorfismo, etc.
 Os processos geológicos não ocorrem isoladamente, eles estão interligados: Os sedimentos (areias, cascalhos, etc) quando depositados podem se consolidar formando as rochas sedimentares. Ocorrendo aumento de pressão e temperatura (metamorfismo) estas rochas se transformam em rochas metamórficas.
 Aumentando-se ainda mais a pressão e a temperatura estas rochas podem fundir-se originando um magma, iniciando o magmatismo.
CICLO LITOLOGICO
 Se bem que possam parecer de carácter permanente, as rochas que constituem a crusta terrestre estão constantemente a ser alteradas. O sistema complexo dos processos naturais através dos quais as rochas passam chama-se ciclo das rochas ou ciclo litologico.
 Este ciclo pode se iniciar por qualquer rocha, seja sedimentar, ígnea ou metamórfica. Cada uma destas rochas pode se transformar em qualquer outra dependendo exclusivamente do processo a que for submetida.
A figura mostra as interacções materiais e energéticas e nos
processos geológicos que formam e destroem as rochas da litosfera
 Iniciando-se o ciclo, por exemplo, com o intemperismo, temos a destruição das rochas expostas na superfície pela influência de agentes químicos e físicos. Todas as rochas podem ser física e quimicamente decompostas, degradadas e alteradas por uma série de processos (físicos e químicos) chamados de meteorização.
 O material resultante é então transportado pelos processos erosivos através dos rios, glaciares, vento e gravidade para diversos meios de deposição (uma depressão marinha ou continental), onde se acumula. 
 Quando estes detritos são depositados como sedimentos permanentes, os processos de soterramento, compressão e alteração química podem modificar estes materiais, transformando-os de material solto em material consolidado (litificação) dando origem às rochas sedimentares.
 À medida que o soterramento progride, estas rochas vão atingindo zonas cada vez mais quentes e sujeitas a pressões cada vez maiores, dando origem a alterações químicas e físicas profundas. As rochas assim originadas são as rochas metamórficas.
 O contínuo aumento da temperatura e da pressão pode afectar tanto as rochas sedimentares como as ígneas. Por outro lado, rochas metamórficas podem ser sujeitas a temperaturas e pressões ainda maiores, dando origem a outras rochas metamórficas. Ou sejam, as rochas que se encontram à superfície da Terra (ígneas, sedimentares e metamórficas) podem voltar ao interior da Terra através das chamadas zonas de subducção. 
 Sabemos que zonas de subducção, as rochas tornam a fundir, dando origem a novo magma que, por seu lado, pode consolidar em profundidade ou ascender à superfície. 
 Ascendendo a superfície, este material pode ser novamente exposto ao intemperismo (meteorização), e à erosão e assim sucessivamente.
FENÓMENOS GEOLÓGICOS ASSOCIADOS À
GEODINÂMICA INTERNA
 1. FENÓMENOS MAGMÁTICOS
 São aqueles relacionados à génese, evolução e solidificação do material em fusão, existente no interior da Terra e que dá origem às rochas ígneas, intrusivas ou plutónicas, quando o magma se consolida na crosta, e extrusivas ou vulcânicas, quando o material em fusão extravasa na superfície.
 2. FENÓMENOS METAMÓRFICOS
 Rochas metamórficas são formadas quando rochas ígneas, sedimentares ou mesmo metamórficas são recristalizadas a altas temperaturas e/ ou pressões ou são deformadas pela movimentação de placas tectónicas. 
 O processo se desenvolve com o material em estado sólido, mudando consequentemente, suas características mineralógicas e texturais. 
3. FENÓMENOS TECTÓNICOS
 Como a dinâmica terrestre leva à incidência de tensões de diferentes tipos e ordens de esforços sobre o material rochoso da litosfera, amplas deformações e movimentos são produzidos em larga escala, estabelecendo, dessa forma, a configuração arquitectónica do exterior da Terra. Tais estudos denominam-se de tectónica, onde a movimentação de placas, o falhamento e o dobramento revestem-se da maior importância. Também estão associadas à tectónica, a orogénese e a epirogénese.
 Evidentemente, a ordem dos fenómenos relacionados à tectónica de placas, à orogénese e, de certa forma, à epirogénese é de nível mundial ou regional, já que seus efeitos são verificados em grandes extensões da superfície do planeta, a ponto de considerarmos uma tectónica global.
 No caso do falhamento e do dobramento, fenómenos intimamente relacionados à tectónica de placas e suas consequências, a ordem de avaliação pode ser efectuada desde o nível regional ao local e, de forma independente, quando tratados isoladamente.
 O facto de o material rochoso, quando submetido a esforços, fracturar ou dobrar deve-se ao tipo de resposta que ele apresentará às tensões, isso é, se quebrando (fracturando, falhando), indicando regime rúptil de deformação, ou, se dobrando, indicando regime plástico de deformação. Esses regimes físicos existem no interior do planeta segundo a profundidade, podendo-se estabelecer que, a profundidades inferiores a 20km em média, predomina o regime rúptil e para além, o regime dúctil, face às condições de pressão e temperatura.
4. OROGÉNESE E EPIROGENESE
 Entende-se como orogenia os processos tectónicos pelos quais vastas regiões da crosta são deformadas e elevadas, para formar os grandes cinturões montanhosos, tais como os Andes, os Alpes, o Himalaia e outros. É termo antigo, usado antes do conhecimento da tectónica dê placas, em que o dobramento figurava como uma das principais características e cujas causas eram desconhecidas. O termo também refere-se, até hoje, aos processos de construção de montanhas continentais e envolve também actividades associadas, tais como dobramento e falhamento das rochas, terramotos, erupções vulcânicas, intrusões de plútons e metamorfismo.
 Um orógeno ou faixa orogénica é uma longa e relativamente estreita região próxima a uma margem continental activa (zona de colisão de placas), onde existem muitos ou todos os processos formadores de montanhas.
 Assim enunciado, uma faixa orogénica (arogenic belt) é uma região da crosta, intensamente dobrada e falhada durante os processos de formação de montanhas. 
 Hoje, apenas as orogenias mais jovens são terrenos montanhosos, enquanto as antigas estão profundamente erodidas, e sua presença e história são reveladas pelos tipos de rochas e deformações existentes. Os Apalaches, por exemplo, foram, no Paleozóico, uma grande cordilheira, como o Himalaia ou os Alpes de hoje, embora se apresentem como morrarias destituídas do esplendor das grandes cadeias montanhosas.
 Outra categoria de diastrofismo, termo genérico para todos os movimentos lentos da crosta, produzidos por forças terrestres, é a epirogénese, que se caracteriza por movimentos verticais de vastas áreas continentais, sem perturbar, significativamente, a disposição e estrutura geológica das formações rochosas afectadas.
 Difere da orogénese, onde os esforços são tangenciais, por produzir grandes arqueamentos
ou rebaixamentos da crosta, localmente conjugados com sistemas de falhas, devido a esforços tensionais.
 Variação do nível do mar em trechos de costa, avanço do mar sobre porções continentais, mudanças na configuração da drenagem, variação do nível de base de erosão, aparecimento de planos de erosão em vários níveis separados por degraus, terraceamento dos vales fluviais são algumas das consequências da movimentação epirogenética, na modelagem da superfície terrestre. 
 Um produto típico de movimento descendente ou epirogenético negativo é a bacia, uma depressão geralmente de expressão regional, preenchida por sedimentos.
 A origem do fenómeno é relacionada a distensões na crosta, promovidas por variações térmicas ou de volume no manto superior.
 Também em algumas regiões, como na Europa ocidental, tais movimentos são interpretados como reajustes isostáticos, devido ao degelo de massas glaciais, anteriormente existentes sobre o continente.
SOERGUIMENTO DE MONTANHAS E
EVOLUÇÃO DO RELEVO TERRESTRE
 Grande parte da actividade tectónica terrestre ocorre no limite de placas litosféricas, em contraste com o interior delas, normalmente inactivo tectonicamente. Como resultado, todas as montanhas e as cadeias montanhosas, na Terra, são formadas nos limites de placas, e, por isso, sua evolução é comummente acompanhada de dobramentos e falhamentos de rochas, terramotos, erupções vulcânicas, intrusões de plútons e metamorfismo, principalmente nas zonas de subducção de margens continentais activas.
 Os esforços compressivos, gerados nas zonas de colisão de placas convergentes, associados ao intenso magmatismo que introduz corpos ígneos no material crustal afectado, edificam vulcões na superfície, criam as condições necessárias para o enrugamento da "pele" do planeta por vastas áreas e, em determinados períodos de tempo.
 Montanhas são, então, formadas pelo envolvimento de uma série de agentes internos. Por isso, as montanhas quase sempre se apresentam como cadeias ou cordilheiras, porque as forças que as criaram operavam por vastas regiões da crosta terrestre, associadas a fenómenos de grande transcendência geodinâmica interna, sejam montanhas vulcânicas, de blocos falhados ou de dobramento, como os Alpes e o Himalaia.
 Como corolário dessa situação planetária, o relevo terrestre, em seus grandes traços, está intimamente ligado aos episódios de grande mobilidade crustal, que confere inúmeros aspectos morfológicos à superfície da Terra, durante o passar do tempo geológico.
 Vivemos sobre um território mutante, palco de enfrentamento de forças geológicas de diferentes origens, mas inequivocamente accionado pela geodinâmica interna e toda a gama de fenómenos relacionados. E, acompanhando a história das cadeias montanhosas, reconhecemos que ela não termina com o paroxismo orogenético, onde os fenómenos derivados da geodinâmica interna atingiram o seu clímax, mas a erosão e a isostasia continuam, de forma combinada, a modificar o relevo das episódicas faixas de maior mobilidade crustal.
 DIMENSÃO TEMPORAL E ESPACIAL DOS FENÓMENOS DA GEODINAMICA INTERNA
 Há uma ampla variação, tanto de ordem temporal como espacial, de fenómenos geológicos associados à geodinâmica interna; alguns se manifestam por largo espaço de tempo geológico, como as orogenias, outros se revelam em períodos muito curtos, até na escala de tempo humana, como os terramotos ou os processos vulcânicos. A instauração de uma cordilheira pode processar-se durante longo tempo geológico, por dezenas de milhões de anos (M.A.). 
 A cordilheira andina, cuja formação se iniciou há aproximadamente 140 M.A., tem levantamento contínuo desde o fim do Cretáceo, e o Himalaia, que começou a ser formado há aproximadamente 80 M.A., apresenta hoje, descontada a erosão, uma ascensão de cerca de 1cm/ ano. Evidentemente há fases em que a taxa de elevação é superior à de erosão e outra em que isso se inverte. Entretanto, o vulcão Paricutin, no México, atingiu a altura de 330m poucos meses depois do seu nascimento. Ilhas vulcânicas oceânicas surgem sobre o mar e desaparecem em alguns anos, e um segmento da falha de Santo André, na Califórnia, se deslocou cerca de 4,3m em apenas 133 anos. Os fenómenos vulcânicos e os sismos são relacionados à geodinâmica interna e se processam na escala humana de tempo.
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