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Legislação Tributária - simulado AV2/AV3

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QUAL A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO?
Consiste em obter receita, criar crédito, gerir orçamento e despender(despesa) o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público. (BALEEIRO, 1983)
CONCEITO DE DIREITO FINANCEIRO;
Conjunto de normas para regular PARTE da atividade financeira do Estado. Diz-se PARTE já que há ainda o Direito Tributário e o Direito Econômico. Assim o direito financeiro é um conjunto de normas que regulam o ORÇAMENTO PUBLICO.
CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO: Conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos (taxas, impostos e contribuição de melhoria), bem como de sua fiscalização. Regula as relações jurídicas estabelecidas entre o Estado e contribuinte no que se refere à arrecadação dos tributos.
O Direito Tributário cuida dos princípios e normas relativas à imposição e a arrecadação dos tributos, tendo como estudo a relação jurídica tributária, na qual figuram como partes os entes públicos e os contribuintes.
Funções Básicas do Estado: 
1. Prestação de serviços públicos (previstos na CF)
2. Exercício regular do poder de policia (limites e disciplina interesse ou liberdade, ato ou fato em razão de interesse publico).
3. Intervenção do domínio econômico (cria leis impedindo o abuso do poder econômico – CADE)
DIVISÃO CLÁSSICA DAS RECEITAS DO ESTADO: 
Receitas Originárias: O Estado age de forma semelhante a um particular. O regime jurídico é predominantemente de direito privado. Essas receitas se originam do patrimônio do Estado. Exemplos: aluguéis e receitas de empresas públicas e sociedades de economia mista.
Receitas Derivadas: O Estado age como tal, utilizando-se de seu “poder de império”; ou seja, usa de suas prerrogativas de direito público. O regime jurídico é de regime público. Essas receitas se originam do patrimônio de terceiros. Exemplos: Tributos e multas.
CRÉDITO PÚBLICO: “É a faculdade que tem o Estado de, com base na confiança que inspira e nas vantagens que oferece, obter, mediante empréstimo, recursos de quem deles dispõe, assumindo, em contrapartida, a obrigação de restituí-los nos prazo e condições fixados”.
 
O Estado pode obter crédito público de duas formas, cite: 
1.contraindo empréstimos de entidades públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais.
2.emitindo títulos e colocando-os junto aos tomadores privados de um determinado mercado, esta também é uma forma de empréstimo público.
O ORÇAMENTO PÚBLICO é um documento legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente um ano).
A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a responsabilidade pelo sistema de Planejamento e Orçamento, e a iniciativa dos seguintes projetos de lei: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); Lei de Orçamento Anual (LOA)
O PPA é a lei que define as prioridades do Governo pelo período de 4 (quatro) anos. O projeto de lei deve ser enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).
A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que define as metas e prioridades em termos de programas a executar pelo Governo. O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meio antes do encerramento da sessão legislativa). 
A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão de arrecadação. Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional um novo projeto de lei solicitando crédito adicional. A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações do governo federal no exercício. Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento. A Constituição determina que o Orçamento deva ser votado e aprovado até o final de cada Legislatura (15.12 de cada ano). Depois de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo Presidente da República, transformando-se na Lei Orçamentária Anual.
CONCEITO DE TRIBUTO
é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS AO TRIBUTO:
. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (DINHEIRO) COMPULSÓRIA
Não depende de livre manifestação da vontade, como os contratos cíveis.
NÃO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO
Tributo não é pena, portanto, o ato deve ser lícito.
(Multa tributária é uma prestação pecuniária compulsória, instituída em lei, que constitui sanção de ato ilícito. Cobrada mediante atividade vinculada. Portanto, a diferença entre tributo e multa tributária é que o primeiro nunca é punição por um ilícito e a segunda é sempre penalidade por ato contrário à legislação tributária.)
INSTITUÍDA EM LEI (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE)
Nunca é possível, mediante ato infralegal (atos administrativos), criar um tributo. 
COBRADO MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA 
A lei não dá qualquer margem de liberdade ao agente da Administração tributária no que diz respeito à cobrança de tributos logo, esse não tem poder discricionário quanto à cobrança.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
Quanto à discriminação de rendas por competência: Federais, Estaduais, Municipais
Quanto à hipótese de incidência / vinculação com a atividade estatal:
Vinculados: Tributos que têm por fato gerador um “fato de estado”. Para justificar sua cobrança, o sujeito ativo precisa realizar uma atividade específica relativa ao contribuinte. Ex: taxas e contribuições de melhoria.
Não vinculados: Tributos que têm por fato gerador um “fato de contribuinte”. Para justificar sua cobrança, o sujeito ativo não precisa realizar uma atividade específica relativa ao contribuinte. Ex: impostos.
Quanto à função:
Fiscal: Quando o seu principal objetivo é a arrecadação de recursos para o ente tributante. Ex: ISS, ICMS.
Extrafiscal: Quando o seu principal objetivo é intervir numa situação econômica ou social. Ex: II, IE.
Parafiscal: Quando a lei tributária nomeia sujeito ativo diverso da pessoa que o expediu, atribuindo-lhe a disponibilidade dos recursos para a consecução de seus objetivos. Ex: contribuições para o chamado Sistema ‘S’, que serão vistas adiante.
Quanto ao destino da arrecadação:
Tributos de arrecadação vinculada: a receita obtida deve ser destinada exclusivamente em determinada atividade. Ex: empréstimos compulsórios e contribuições sociais para o financiamento da seguridade social (COFINS, CSSLL).
Tributos de arrecadação não vinculada: o Estado tem liberdade para aplicar suas receitas em qualquer despesa autorizada do orçamento. Ex: impostos, contribuições de melhoria.
Quanto à competência impositiva:
Privativos: quando a CF/88 defere a determinado ente político competência exclusiva para sua instituição, não sendo possível qualquer delegação. Ex: impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais e contribuição de iluminação pública.
Comuns: quando a competência para instituição é deferida pela CF/88 a todos os entes políticos.
Residuais: os novos impostos (CF/88, art. 154, I) e as novas contribuições sociais para a seguridade social (CF/88, art. 195, § 4º) que, porventura, sejam criadas pela União. 
ESPÉCIES DO GÊNERO TRIBUTO
Alguns autores afirmam existir apenas as três primeiras espécies de tributos, mas na verdade são cinco as seguintes espécies de tributos:
O art. 5º do CTN, categoricamente, afirma: “Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. (escola tricotômica)
“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - adenominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.”.
IMPOSTO: Prestação pecuniária, direta ou indireta, que o Estado e órgãos fazendários exigem de cada particular, pessoa física ou jurídica com capacidade contributiva, para ocorrer às despesas da administração, sem se obrigarem à contraprestação de serviço especificado ou determinado.
É o tributo cuja obrigação tenha por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. É criado em função da capacidade contributiva de cada um e não implica contraprestação direta por parte do Estado e é cobrado em face da ocorrência de fato social de caráter econômico, revelador da capacidade contributiva do indivíduo. 
Características do Imposto:
Imposto é tributo não vinculado (pois não se vincula à atividade estatal específica).
No caso de imposto, não se permite exigir obras e serviços públicos (a lei orçamentária que indicará onde será gasta a contribuição).
O contribuinte que paga a mais não tem direitos de pedir mais obras ou serviços daquele que pagou menos.
Porque se paga o imposto, se não há contraprestação? Porque há uma descrição legal (fontes formais), uma hipótese de incidência (uma “conduta”) e porque há um fato gerador (uma “tipificação”).
O imposto trata da vida pessoal financeira do contribuinte.
 
Classificação dos Impostos:
a) Discriminados: artigos 153, 155 e 156 CR/88.
b) De Competência Residual: artigo 154, I, CR/88.
c) Extraordinários: artigo 154, II, CR/88.
  
TAXA: “Forma de contribuição que os indivíduos pagam como remuneração de serviços especiais que o Estado lhes presta diretamente ou pela utilização normal de coisa do seu domínio patrimonial; tributo especial que se opõe a imposto (...) CF/88, artigo 145, II c/c art. 77 CNT)” (Pedro Nunes).
É o tributo, de competência comum, cujo fato gerador é o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
FATO GERADOR DAS TAXAS: SERVIÇO PÚBLICO E PODER DE POLÍCIA.
O poder de polícia tem o propósito de promover e assegurar o bem comum pela limitação e disciplinamento de direitos, interesse e liberdades, tais como polícia de pesos e medidas, polícia sanitária, expedição de passaporte, etc. (art. 78 CTN).
O serviço público pode ser prestado ou tão-somente colocado à disposição do contribuinte, ou seja, mesmo que o beneficiário a dispense, a taxa será devida, bastando que o serviço público lhe seja posto à disposição para que se verifique a obrigatoriedade do tributo. 
O específico é aquele que pode ser destacado em unidade autônomas para sua prestação (tem que ser prestado para cada um) e divisível é aquele que é suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada usuário (cada um vai pagar quando usar) (art. 79 CTN). 
Não pode ter fato gerador idêntico a de imposto, tampouco pode ser cobrada em função do capital das empresas.
 
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: Tributo que é cobrado dos proprietários de bens imóveis beneficiados com a realização da obra pública. Assim sendo, toda vez que o poder público realiza uma obra pública que traga benefícios para os proprietários de bens imóveis poderá ser instituída a contribuição de melhoria, desde que vinculada à exigência por lei. 
É o tributo que decorre de obras públicas, de competência comum, e a União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem cobrar, quando for feita uma obra pública que beneficia diretamente a um grupo restrito, ou seja, houve valorização imobiliária. Assim o valor total da obra (limite total) será rateado entre os beneficiários na medida de seus ganhos individuais, ou seja, o acréscimo de valor que resultar da obra para cada imóvel beneficiado (limite individual). 
Tem caráter contraprestacional (art. 82 CTN) e deste modo não é restituível. Visa reembolsar aos cofres públicos o que foi gasto na obra.
 
Características da Contribuição de Melhoria:
Competência comum (União, Estados, Municípios).
Vinculado ao contribuinte e descrito da hipótese de incidência.
Não trata da vida pessoal financeira do contribuinte; nesse caso o Estado realiza um ato e tem um direito de cobrar uma contraprestação.
Ampla publicidade.
O procedimento tem que ter publicidade, ampla defesa administrativa, devido processo e o lançamento.
Não pode haver lucro para o Estado.
Não se permite cobrar além do custo da obra.
Alguns doutrinadores consideram a Contribuição de Melhoria como o tributo menos injusto.
O Estado poderá cobrar apenas uma parcela como contribuição de melhoria e arcar com o restante da obra, de acordo com o artigo 82 CTN.
Poderá o Estado, da mesma forma, cobrar valores diferenciados para contribuintes diversos, é a “valorização para cada uma das áreas diferenciadas”, recepcionada no mesmo artigo citado anteriormente, por que pode ocorrer que um contribuinte aufira maiores vantagens com determinada obra do que outro, em localidade diversa, mas dentro da mesma região que está sendo tributada.
 
Fato Gerador da Contribuição de Melhoria: Realização da obra pública com a valorização imobiliária (para situação de desvalorização não existe Contribuição de Melhoria).
 
Critérios de Cálculo: Limites Individual e Total
A base de cálculo da contribuição de melhoria é o limite total, o custo, observando a valorização proporcional individual e particular de cada imóvel, auferido pela obra pública. 
No artigo 3°, caput e parágrafos 1° e 2° do Decreto-lei n° 195/67, redigem a base de cálculo da contribuição de melhoria. 
“Art. 3º - A Contribuição de Melhoria a ser exigida pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para fazer face ao custo das obras públicas, será cobrada pela Unidade administrativa que as realizar, adotando-se como critério o benefício resultante da obra, calculado através de índices cadastrais das respectivas zonas de influência, a serem fixados em regulamentação deste Decreto-Lei. 
§ 1º - A apuração, dependendo da natureza das obras, far-se-á levando em conta a situação do imóvel na zona de influência, sua testada, área, finalidade de exploração econômica e outros elementos a serem considerados, isolada ou conjuntamente. 
§ 2º - A determinação da Contribuição de Melhoria far-se-á rateando, proporcionalmente, o custo parcial ou total das obras, entre todos os imóveis incluídos nas respectivas zonas de influência.”.
Com a leitura deste artigo, nota-se que o núcleo para a base de cálculo é o benefício real que a obra pública somatizou ao bem imóvel da zona beneficiada pela obra. 
Decorre da contribuição de melhoria o ressarcimento ao poder público do custo total que a obra teve aos cofres públicos, este custo deve ser dividido proporcionalmente entre todos os imóveis beneficiados (art. 3°, § 2°), cada proprietário dos imóveis devem constituir com o máximo do benefício advindo da obra. 
Assim, a obra pública: 
Não poderá exceder ao custo da obra (limite total, limite global). 
Não poderá exceder o benefício, imobiliário (limite individual). 
PUBLICAÇÃO OBRIGATÓRIA:
Memorial escrito
Projeto
Orçamento da obra
Regulamento do PTD (processo tributário administrativo) para que se possa impugnar o valor e realizar a obra.
7.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: Tributo estabelecido por lei, sob a forma de empréstimo obrigatório. Serve para atender a situações excepcionais, e só pode ser instituído pela União (competência exclusiva).
O art. 148 da Constituição Federal assim dispõe:
“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório serávinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”.
Competência exclusiva da União que, mediante lei complementar, pode instituir empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrente de calamidade pública e iminência ou caso de guerra externa (não segue anterioridade) ou investimento público de relevante interesse social (segue anterioridade).
A lei instituidora do empréstimo compulsório deve trazer expressa as condições de resgate e o prazo, nos termos do art. 15 do CTN.
Os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação vinculada.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: As contribuições especiais são tributos arrecadados para custear alguma atividade social do governo, para intervenção no domínio econômico, para financiar entidades sindicais e corporativas e para financiar o serviço de iluminação pública.
Está pacificado na doutrina e também na jurisprudência o entendimento de que as contribuições especiais têm natureza tributária, o que, por muito tempo, foi objeto de discussão no âmbito do direito tributário. 
Tipos de contribuições especiais
Constituição Federal outorga competência para as pessoas jurídicas de direito público instituírem diversos tipos de contribuições (doravante denominadas de contribuições especiais), com base no seu artigo 149. Vale destacar que apesar de receberem a denominação genérica de contribuições, podem ser separadas em: 
Contribuições sociais; 
Contribuições para a intervenção no domínio econômico; 
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
Contribuições para o financiamento da Seguridade Social
Contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).
As contribuições sociais, as de intervenção no domínio econômico e as destinadas ao financiamento para a Seguridade Social, são parcelas fundamentais para a arrecadação do Estado brasileiro. Grande exemplo disso é: a Contribuição Social sobre o Lucro (“CSL”), a contribuição ao Programa da Integração Social (“PIS”), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (“COFINS”), entre outras.
RESUMO DE AULA 2
UNIDADE 2 – DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO E HERMENÊUTICA TRIBUTÁRIA (1ª PARTE)
2.1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: CONCEITO, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÕES. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA; 2.2. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA, SEGURANÇA JURÍDICA, JUSTIÇA TRIBUTÁRIA, LIBERDADE FISCAL, FEDERALISMO FISCAL E IMUNIDADES.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Conceito: Poder que emana da Constituição Federal de editar leis que instituam tributos.
Difere da competência para legislar sobre direito tributário. Esta é o poder constitucionalmente atribuído para editar leis que tratem de tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para que os entes políticos o façam por meio de leis próprias. 
O exercício desse poder é uma faculdade, não uma obrigação constitucional.
Atributos da Competência Tributária: são a exclusividade (ou competência legislativa plena), a indelegabilidade e a intransferibilidade de competência pelo não exercício.
 
Exclusividade: consiste no poder exclusivo da pessoa jurídica de direito público conforme indicada pela CF, de criar e arrecadar tributos, de acordo com o que dispõe o CTN, art. 6º.
Indelegabilidade: consiste na vedação a que seja transferida a competência para instituir e exigir tributos, de um ente público indicado pela CF para fazê-lo, para outro ente tributante, conforme dispõe o CTN, art. 7º, que consagra o princípio da indelegabilidade da competência tributária.
Intransferibilidade de competência pelo não exercício: consiste na vedação à transferência, de um ente tributante a outro, de competência para instituir e exigir tributos, no caso do primeiro não exercer seu poder de criar ou exigir tributos de sua própria competência, conforme dispõe o CTN, art. 8º. 
Classificação da Competência Tributária
Competência Tributária Comum: O ente público que presta o serviço público específico e divisível ou exercer o poder de polícia cobra a respectiva taxa. Da mesma forma, o ente que realizar a obra pública da qual decorra valorização de imóvel pertencente a particular, tem competência para cobrar a respectiva contribuição de melhoria (Ex: Taxas e Contribuições de Melhoria).
Competência Tributária Cumulativa. (CF/88, art. 147).
“Art. 147 - Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.”
Competência Tributária Residual: É aquela prevista na CF para que a União institua outros impostos e contribuições, com base nos arts. 154, I e 195, §4º.
 
“Art. 154. A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
I – (...)” 
 
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
(...)
 § 4º – A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”
Competência tributária Extraordinária: É aquela prevista na CF para que a União institua empréstimos compulsórios e o IEG – imposto extraordinário de guerra, com base nos arts. 148, 154, II. 
“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – (..)”.
 
“Art. 154. A União poderá instituir:
I – (...) 
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.”.
A Repartição da Competência Tributária
Competência Tributária Privativa: Os tributos não vinculados por definição (CTN, art. 16), tiveram sua competência para instituição deferida pela CF/88 de maneira privativa.
Impostos da União (art. 153, caput, CF/88):
“Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.”
Além, dos previstos no art. 153, temos também os previstos no art. 154, ambos da CF/88:
“Art. 154 - A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.”.
Inciso I – competência residual da União
Inciso II – competência extraordinária da União
Impostos dos Estados e do DF (art. 155, caput, CF/88):
“Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
 II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.”
Impostos dos Municípios e do DF (art. 156, caput, CF/88):
“Art. 156 - Compete aos Municípiosinstituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA: Capacidade tributária é a aptidão para figurar no polo ativo (direito de cobrar) ou passivo (dever de pagar) de obrigações tributárias. Difere da competência tributária, que nada mais é do que a aptidão para criar tributos em abstrato.
A capacidade tributária ativa é delegável por meio de lei a terceira pessoa que poderá arrecadar o tributo em nome e por conta da pessoa política tributante ou poderá arrecadá-lo para implemento de suas atividades. Difere-se da competência tributária, que é indelegável até mesmo por meio de lei.
Segundo o artigo 119 do Código Tributário Nacional, o “sujeito ativo da obrigação jurídica tributária é a pessoa jurídica de direito público titular de competência para exigir o seu cumprimento”. Roque Carrazza afirma que este artigo é inconstitucional, pois não pode trazer tal limitação, assim, terceira pessoa também pode ser sujeito ativo do tributo através de delegação da capacidade tributária ativa.
OBS: O Professor José Antônio não concorda com a doutrina de Roque Carrazza, tendo em vista que a delegação da capacidade nada mais é do que uma modalidade de representação legal instituída pelo Código Tributário Nacional (Lei n. 5172/66). Portanto, o representante faz a vez do sujeito ativo da relação jurídica tributária, como acontece em qualquer negócio jurídico que outorgue a terceiro poderes de representação. Frise-se, que nesse caso a outorga de poderes para administrar, arrecadar decorre de lei (ex lege).
 
Sujeição ativa auxiliar: Na sujeição ativa auxiliar a terceira pessoa arrecada o tributo por conta e em nome da pessoa política. O sujeito ativo auxiliar é mero agente arrecadador do tributo e pode vir a receber uma porcentagem sobre a arrecadação. Ex: ICMS sobre os serviços de telefonia e ICMS sobre energia elétrica.
Parafiscalidade: Na parafiscalidade, terceira pessoa arrecada o tributo para si. É o fenômeno pelo qual a pessoa política tributante delega a capacidade tributária ativa, por meio de lei a terceira pessoa, a qual por vontade dessa mesma lei passa a dispor do produto da arrecadação.
Parafiscalidade não se confunde com extrafiscalidade, que é o emprego dos meios tributários para fins não-fiscais, induzindo os possíveis contribuintes a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ex: Elevação das alíquotas dos impostos de menor essencialidade; Zona Franca e etc.
Podem ser beneficiadas com a parafiscalidade:
Pessoas Políticas.
Autarquias. Ex: INSS em relação às contribuições sociais para a Seguridade social.
Fundações Públicas (Fundações constituídas e mantidas pelo Poder Público).
Paraestatais: São pessoas jurídicas de direito privado que caminham paralelamente ao Estado na busca do bem comum. Ex: SESI; SENAI; SEBRAI; SESC; SENAC; Sindicatos; OAB.
Pessoas Físicas que desempenham funções públicas. Ex: Tabelião é a pessoa física que pratica atos notariais, remunerando-se por meio de custas e emolumentos.
Empresas comerciais e indústrias não podem ser alvo da parafiscalidade, pois perseguem o lucro e tal delegação ofenderia o princípio da igualdade e da destinação do dinheiro público. A ofensa ao principio da igualdade ocorreria, pois as pessoas que estão na mesma situação econômica devem ser tratadas igualmente. E ofenderia também o princípio da destinação do dinheiro público, pois o produto arrecadado seria utilizado para fins privados e não para a coletividade.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
A Constituição Federal determina que o Sistema Tributário obedeça a certas limitações ao poder de tributar, a fim de proteger os direitos individuais, preservar o equilíbrio entre as unidades federativas e a diminuir o grau de discricionariedade daqueles que possuem o poder de tributar, ou melhor, a competência tributária.
 
Segundo Luciano Amaro, “(...) as chamadas “limitações ao poder de tributar” integram o conjunto de traços que demarcam o campo, o modo, a forma e a intensidade de atuação do poder de tributar (ou seja, do poder, que emana da Constituição, de os entes políticos criarem tributos).” (AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 16ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.)
 
Os limites ao poder de tributar, ou seja, o exercício da competência tributária desdobra-se nos princípios constitucionais tributários. 
As limitações do poder de tributação do Estado são impostas pelo regramento constitucional basicamente na forma de princípios e imunidades tributárias, nos arts. 150 a 152 da CF/88 (SABBAG, 2012, p. 56, 60). 
Neste sentido, Hugo de Brito Machado (2006, p. 287) esclarece que:
“Em sentido estrito, entende-se como limitações do poder de tributar o conjunto de regras estabelecidas pela Constituição Federal, em seus arts. 150 a 152, nas quais residem princípios fundamentais do Direito Constitucional, a saber: a) legalidade (art. 150, I); b) isonomia (art. 150, II); c) irretroatividade (art. 150, III, “a”); d) anterioridade (art. 150, III, “b”); e) proibição de confisco (art. 150, IV); f) liberdade tráfico; g) imunidades (art. 150, VI); h) outras limitações (arts. 151 e 152).”
PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípio é a regra básica implícita ou explícita que, por sua grande generalidade, ocupa posição de destaque no ordenamento jurídico e, por isso, vincula o entendimento e a boa aplicação, seja dos simples atos normativos, seja dos próprios mandamentos constitucionais. Demonstra regra superior, mesmo que não escrita no texto da lei, à qual devem se amoldar as disposições legais, visto que os princípios indicam “direção” que deve ser tomada pelo operador do direito ou pelo legislador. 
 
Sempre que houver uma dupla interpretação da norma ou uma interpretação dúbia, deve-se recorrer aos princípios a fim de encontrar a solução interpretativa. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Enuncia o art. 5º. II, da CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
O princípio da legalidade consiste num dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. No campo tributário, este princípio quer significar que ninguém é obrigado a recolher tributo sem que, anteriormente, haja lei que traga sua definição. Por outro lado, tal princípio guarda determinação de que é vedado às pessoas políticas criar tributos sem lei anterior que os estabeleça, vale dizer, com previsão de sua hipótese de incidência, sujeito ativo e passivo, base de cálculo e alíquota.
O princípio fundamental do sistema tributário é a legalidade tributária, também chamado de “Princípio da Reserva Legal”, pois, não há tributo que não seja preconizado pela lei formal e material, que descreva a hipótese da incidência, a base de cálculo etc., com a identificação do sujeito ativo e passivo. A legalidade desse princípio encontra-se descrito no artigo 150, parágrafo I, que diz o seguinte: "sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça".
Tanto no âmbito constitucional quanto no CTN, a palavra Lei é utilizada no sentido estrito, implicando a necessidade de ser emanada de acordo com a competência legislativa de cada ente federal e em observância às regras constitucionais que tratam da elaboração de Leis.
A Lei instituidora do Tributo deve conter:
O Fato Gerador do Tributo
A base de cálculo
A alíquota ou outro critério para apontar o valor devido
Os critérios identificadores do(s) sujeito(s) passivo(s) da relação
A sanção, para o caso do não cumprimento das prestações.
Assim, para que um tributo seja exigido (cobrado) ele deverá ser criado por Lei, seja ordinária,casos em que pode haver a utilização de Medidas Provisórias (havendo relevância e urgência), ou através de Lei Complementar (somente nos casos de Empréstimos Compulsórios, IGV – Imposto sobre Grandes Fortunas e dos Impostos ou Contribuições Residuais).
OBS: Veremos adiante que esse princípio, no tocante a alteração de alíquotas, tem exceções (Ex: II, IE, IOF, IPI, que têm característica de regular o comércio). 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI
O princípio da irretroatividade não permite aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (CF/88, art. 150, III, a).
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL
O princípio da anterioridade não permite aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído ou aumentado (CF/88, art. 150, III, b). No Brasil o exercício financeiro coincide com o ano civil de nosso calendário.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU NOVENTENA
O princípio da noventena não permite aos entes tributantes cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os houver instituído ou aumentado (CF/88, art. 150, III, b e art. 196, § 6º).
Exceções às regras de anterioridade
Há tributos que fogem a regra da anterioridade anual e nonagesimal, mas há outros que não obedecem à anterioridade anual, mas devem obedecer a nonagesimal, vamos demonstrar:
	Nome do Tributo
	Obedece a Anterioridade Anual
	Obedece a Anterioridade Nonagesimal
	II
	NÃO
	NÃO
	IE
	NÃO
	NÃO
	IOF
	NÃO
	NÃO
	IEG
	NÃO
	
	Empréstimos Compulsórios decorrentes de guerra externa ou Calamidade Pública.
	NÃO
	NÃO
	IR
	SIM
	NÃO
	IPI
	NÃO
	SIM
	CIDE – Combustível
	NÃO
	SIM
	ICMS – Combustível
	NÃO
	SIM
	Contribuição Social
	NÃO
	SIM
Veja que os impostos II, IE, IOF, IEG e Calamidade Pública não obedecem a nenhuma das regras, sendo fácil deduzir seu motivo, o II, IE e o IOF são impostos reguladores de mercado por excelência, tais impostos precisam de aplicabilidade imediata pela sua própria natureza de extra fiscalidade.
O IEG e Calamidade Pública são impostos que são cobrados extraordinariamente em momentos de guerra ou em caso de calamidade pública onde a união demande de recursos, dessa forma devem ter sua exigência de forma imediata, sob pena de ser tarde demais para a arrecadação do valor.
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
Por este princípio os Impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esse princípio, identificar – respeitados os direitos individuais e nos estritos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Tem a finalidade de não tirar mais do que pouco possuir ou aufere rendimentos; Não usurpar o necessário à sobrevivência do cidadão A progressividade de certos tributos é a forma de se cumprir este princípio.
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
O princípio da não utilização de Tributo com efeitos confiscatórios está previsto no art. 150, IV, da CF/88.
Tributo confiscatório implica negar o direito de propriedade, constitucionalmente assegurado. O caráter confiscatório deve ser analisado em função da carga tributária incidente, ou seja, resultante dos tributos em conjunto, devendo o Poder Judiciário dizer quando o tributo está sendo utilizado com esse fim.
A ideia defendida é a de que a carga tributária deva ser razoável e proporcional, levando-se em conta sua totalidade.
A vedação de confisco é atinente ao tributo. Não à penalidade pecuniária. 
Não há que se confundir o confisco com a pena de perdimento. Esta é constitucionalmente prevista (art. 5º XLVI, b).
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO
O art. 150, V, da CF/88 proíbe: estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.
Exceção: ICMS interestadual
DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA
É o princípio basilar, pois, os tributos criados são pagos por todos de forma uniforme e proporcional a riqueza gerada decorrente de rendimentos, patrimônio e atividades econômicas do contribuinte, isentando-se apenas os contribuintes que não possuem rendimento suficiente para o seu sustento, capacidade econômica ou impossibilidade de pagamento, evitando o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
PRINCÍPIO DO DIREITO À PROTEÇÃO JURISDICIONAL – CRFB, art. 5ₒ, XXXV.
É o direito dado aos indivíduos de buscar o Poder Judiciário, quando houver a criação de algum tributo que contrarie algum fundamento constitucional, ou então, ache o tributo indevido, ilegal ou arbitrário. Também é consagrado o direito de ampla defesa, para comprovar as licitudes dos atos tributários.
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
Proibição da cobrança de tributos com distinção ou preferência em favor de qualquer pessoa jurídica de direito público, como também em razão da sua procedência ou destino.
Exceção: A Constituição abre a possibilidade de instituição de incentivos fiscais com intuito de promover o desenvolvimento socioeconômico regional. Ex: Zona Franca de Manaus. CRFB, ART. 43.
PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE
Um dos mais conhecidos princípios, quanto ao ICMS, ao IPI e aos Impostos Residuais da União Federal, deve-se compensar o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou outro Estado Membro ou pelo Distrito Federal.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
O princípio da segurança jurídica constitui, ao mesmo tempo, um subprincípio do princípio do Estado de Direito (subprincípio porque se extrai do princípio do Estado de Direito e o promove) e um sobre princípio relativamente a princípios decorrentes que se prestam à afirmação de normas importantes para a efetivação da segurança (sobre princípio porque dele derivam outros valores a serem promovidos na linha de desdobramento da sua concretização). Para uma melhor identificação da potencialidade normativa do princípio da segurança jurídica, impende que sejam identificados os seus conteúdos, quais sejam: 
1 – certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade); 
2 – intangibilidades das posições jurídicas (proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito); 
3 – estabilidades das situações jurídicas (decadência, prescrição extintiva e aquisitiva); 
4 – confiança no tráfego jurídico (cláusula geral da boa-fé, teoria da aparência, princípio da confiança); 
5 – devido processo legal (direito à ampla defesa inclusive no processo administrativo, direito de acesso ao Judiciário e garantias específicas como o mandado de segurança).
Todo o conteúdo normativo do princípio da segurança jurídica se projeta na matéria tributária. 
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA TRIBUTÁRIA
Trata-se de dar a cada um o que é seu, em obediência às normas reguladoras do sistema tributário nacional. Suas regras máximas estão fixadas na Constituição, complementadas pelo Código Tributário Nacional e reguladas pela legislação aplicável em cada nível de poder.
No relacionamento entre fisco e contribuinte as duas partes devem receber o que lhes cabe. Cada um de nós, contribuintes, temos o dever de entregar aos poderes constituídos uma parte do que temos – rendimentos ou patrimônio – para recebermos serviços que nos permitam viver na sociedade que merecemos.
PRINCÍPIO DA LIBERDADE FISCAL
O princípio maior da dignidade da pessoa humana é coerente com os princípios que norteiam o planejamento tributário, que são: o da liberdade fiscal, o da capacidade contributiva e o da proporcionalidade.
 O princípio da liberdade fiscal é fundamentado na Constituição Federal Brasileirade 1988 nos seus artigos; 3º inciso I e 5º, caput. , que garante a liberdade negocial no direito tributário, ou seja, o empresário contribuinte tem a liberdade de escolher a melhor forma e o melhor tipo contratual ou societário, quando estes não estejam pré-definidos em lei. 
O conceito de liberdade negocial é muito importante para o entendimento do princípio da liberdade fiscal. Trata a liberdade negocial da possibilidade do contribuinte de estudar as opções e escolher a alternativa menos onerosa no tocante à tributação, de uma forma lícita, provido de causa e antes da ocorrência do fato gerador. Nestes termos, ocorrerá a elisão fiscal, que é o alicerce do planejamento tributário. Sob a ótica do princípio da liberdade fiscal, é direito, e podemos considerar até um dever do empresário administrador que procura a saúde financeira de seu negócio, valer-se dos meios lícitos à sua disposição para organizar a situação tributária da empresa frente ao Fisco.
PRINCÍPIO DO FEDERALISMO FISCAL
O modelo federado pressupõe a fragmentação do poder político em diferentes níveis de governo. O poder central, apesar de desempenhar algumas funções com exclusividade (segurança nacional, v.g.), não é hierarquicamente superior aos demais. A Constituição, rígida, de preferência, é que une os entes federados e lhes atribui competências. Mais que isso, confere a cada um autonomia suficiente para o exercício de suas responsabilidades.
Em uma federação, portanto, é fundamental que os entes possuam poder para instituir e arrecadar tributos com exclusividade. Só assim se garante autonomia financeira o bastante para que não se tornem clientes do poder central, como ocorre no Estado Unitário ou Regional.
 De imediato verifica-se que a estruturação de um federalismo fiscal encontra-se intimamente relacionada à escolha da base da tributação (consumo, renda ou patrimônio) e correspondente distribuição da competência tributária, bem como à existência de mecanismos outros que garantam uma distribuição ótima dos recursos oriundos da arrecadação dos tributos, atentando-se às responsabilidades de cada ente federativo, que lhes impõe um padrão de despesa.
IMUNIDADES
Conceito: Limitação do exercício do poder de tributar prevista na CF, ou seja, é a exclusão constitucional do poder de tributar, dirigida ao legislador que impede o exercício da competência tributária dos entes nos casos que especifica, cabendo, via de regra, somente a impostos. 
Embora só a Constituição Federal possa estabelecer imunidades, lei complementar, nos termos do art. 146, II, da CF, pode regulamentá-las ou explicitá-las; não, porém, ampliá-las ou reduzi-las.
As imunidades não são exatamente “princípios tributários”. São, mais corretamente, regras de limitação ao poder de tributar, podendo, também, ser chamadas de limitações à competência tributária.
Como se trata de limitação ao poder de tributar ou à competência, as imunidades têm que estar, obrigatoriamente, previstas na Constituição.
Lembrando que: competência tributária significa, especificamente, poder atribuído pela Constituição Federal às pessoas políticas para a edição de leis que instituam e disciplinem tributos e outros elementos relacionados às obrigações tributárias, como as multas tributárias.
Há muita discussão na doutrina sobre ser a imunidade privativa de impostos ou poder a imunidade se referir a outros tributos. A tese mais moderna afirma que a imunidade pode se referir a todas as espécies tributárias. No atual Sistema Tributário Nacional, estabelecido na Constituição Federal, há previsão de imunidade para todos os tributos.
É importante assinalar, porém, que o inciso VI do art. 150 da CF, regra específica de limitação constitucional ao poder de tributar, estabelece imunidade referente apenas a impostos. Em outros dispositivos, porém, a Constituição trata de imunidade referente a outros tributos (art. 5º, XXXIV e LXXVII, com referência às taxas para a expedição de certidões ou para a impetração de habeas corpus ou habeas data; e arts. 149, § 2º, I, e 195, § 7º, relativamente às contribuições para seguridade social).
Diferenças entre Imunidades e outras figuras jurídicas:
Não-incidência – A não incidência refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação. São os fatos não previstos pelo legislador como necessários e suficientes à ocorrência da obrigação tributária. Tal fenômeno decorre basicamente de três formas:
O ente tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária;
O ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; 
A própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. Essa é a Imunidade Tributária. As outras duas hipóteses acima são chamadas de não incidência pura e simples.
Isenção – Forma de exclusão do crédito tributário que está no campo de incidência, ou seja, os fatos previstos pelo legislador como necessários e suficientes à ocorrência do fato gerador existiram, mas há lei que dispensa o pagamento do tributo (art. 175 CTN). OBS: Para o professor José Antônio, a lei não pode dispensar o que não é devido, pois a relação jurídica tributária, apesar de formada, carece de um elemento que é excluído por força de lei, o crédito tributário (direito subjetivo de crédito), que é poder jurídico do credor (Estado), que o autoriza exigir do devedor (contribuinte) o pagamento da prestação pecuniária estabelecida na relação jurídica tributária. Portanto, sem poder de exigir, o ente da federação não terá como cobrar o tributo.
As isenções são hipóteses de exclusão do crédito tributário (do poder de exigir o pagamento), previstas em lei. Na isenção há hipótese de incidência, o fato gerador ocorre, mas se impede a constituição do crédito tributário (do poder jurídico). 
Em resumo: Isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo. A isenção opera no âmbito do exercício da competência, enquanto a imunidade opera no âmbito da própria delimitação de competência. Só se pode isentar o que esteja a priori tributado (isenção pressupõe incidência). A isenção opera no plano do exercício da competência tributária, enquanto a imunidade é anterior à instituição do tributo.
Hipóteses de Imunidades:
IMUNIDADE RECÍPROCA: imunidade de imposto de forma recíproca do patrimônio, renda e dos serviços dos entes políticos entre si (art. 150 VI “a” CF);
O § 2º do art. 150 complementa essa regra, afirmando que a imunidade recíproca “é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.”.
Trata-se de imunidade subjetiva, pois é concedida às pessoas políticas e às pessoas administrativas autarquias e fundações públicas.
Tem como fundamento o princípio federativo. Por isso, ela é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, I).
IMUNIDADE RELIGIOSA: imunidade de imposto dos templos de qualquer culto (art. 150 VI “b” CF)
Também é subjetiva.
Também é protegida por Cláusula Pétrea.
Tem como fundamento a liberdade religiosa.
IMUNIDADE SINDICAL E POLÍTICA DE IMPOSTO SOBRE PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS DOS SINDICATOS E PARTIDOS POLÍTICOS (art. 150 VI “c”) 
É imunidade subjetiva.
Não abrange sindicatos patronais, mas só de empregados.
Não há que se cogitar, aqui, da exigência “sem fins lucrativos”, porque não pode existir partido político ou sindicato com fim de lucro.
IMUNIDADE CULTURAL
É a que abrange os livros, jornais e revistas e do papel destinado à sua impressão (art. 150 VI “d” CF
É imunidade objetiva e também se refere apenas a impostos.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA MUSICAL
A EC 75/2013 previu uma nova espécie de imunidade tributária na alínea “e” do inciso VI do art. 150 da CF/88. Vejamos:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.”.
Assim, os CDs e DVDs produzidos no Brasil com obras musicais ou literomusicais de autores nacionais gozarão de imunidade.
Também não pagarão impostos as obras em geral interpretadas por artistas brasileiros e as mídias ou os arquivos digitais que as contenham. Isso faz com que igualmente sejam imunes as músicas comercializadas pela internet, além dos downloads de ringtones de telefones celulares.
OUTRAS IMUNIDADES IMPORTANTES
Imunidade de IPI de produtos destinados ao exterior (art. 153 §3º III CF);
Imunidade de ITR para pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153 § 4º CF, II);
Imunidade a todos os impostos federais, estaduais e municipais das operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (CF, art. 184, § 5º). É uma imunidade objetiva.
Imunidade a contribuições para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (CF, art. 195, § 7º).
RESUMO DE AULA 3
UNIDADE 2 – DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO E HERMENÊUTICA TRIBUTÁRIA (2ª PARTE) 
2.3. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO. VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NO TEMPO E NO ESPAÇO; 2.4. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito de Fonte: A palavra fonte significa origem ou causa de alguma coisa. Fonte do direito tributário refere-se à origem do direito tributário.
Classificação das fontes: O direito tributário possui fontes formais e materiais:
Fontes materiais: As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre os quais haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da incidência tributária. Ex: Os produtos industrializados, as operações de crédito e etc.
Fontes formais: As fontes formais são os atos normativos que introduzem regras tributárias no sistema. As fontes formais são formadas pelas normas constitucionais, emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções (art. 59 da CF). Espécies de fontes formais:
Fontes formais primárias (principais ou imediatas): São fontes que modificam o ordenamento jurídico. Exemplos: Constituição Federal, emenda constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, resolução e etc.
Fontes formais secundárias: Diferentemente das fontes primárias, não modificam o ordenamento jurídico, apenas conferem executividade aos dispositivos primários. Exemplos: Decreto regulamentar, regulamento, instruções ministeriais, ordens de serviço, normas complementares e etc.
Fonte do direito tributário: Somente a Lei (regra escrita expedida pelo poder competente, dotada de obrigatoriedade e generalidade para ordenar condutas humanas) é fonte do direito tributário. Ficaram excluídas a doutrina, jurisprudência e costume.
A Constituição Federal não criou nenhum tributo, apenas estabeleceu competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem através de lei (Princípio da legalidade). Portanto, é a lei que obriga o pagamento do tributo e não a Constituição Federal.
Da mesma forma que só é possível criar ou majorar tributos por meio de lei, também só é possível diminuir ou isentar tributos, perdoar débitos, descrever infrações e cominar sanções, criar obrigações acessórias e etc., por meio de lei (art. 97 do CTN). 
Instrumentos normativos que criam tributos:
Medida provisória: “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional” (art. 62 da CF).
A medida provisória que implicar em instituição (criação) ou majoração (aumento) de impostos, salvo imposto sobre importação (II), imposto sobre exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF) e imposto extraordinário, só entrará em vigor (produzirá efeitos) no exercício financeiro seguinte se tiver sido convertida em lei até o ultimo dia daquele exercício em que foi editada (art. 62, §2º da CF).
“É vedada a adoção de medidas provisórias sobre matéria reservada a lei complementar” (art. 62, §1º, III da CF).
As taxas e contribuições de melhoria não podem ser instituídas por meio de medida provisória.
 
Lei complementar: Lei complementar é a espécie normativa utilizada nas matérias expressamente previstas na Constituição Federal. As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei complementar foram taxativamente previstas na Constituição Federal.
Quando o constituinte quer se referir a uma lei complementar trará no texto a expressão “lei complementar”. Ex: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis (art. 59, parágrafo único da CF).
A lei complementar será aprovada por maioria absoluta de seus membros (art. 69 da CF). Maioria absoluta refere-se aos membros integrantes da casa. 
O Código Tributário Nacional foi recepcionado pela CF/88 como lei complementar, assim a sua alteração só pode ser feita por meio de lei complementar.
Se lei ordinária tratar de matéria reservada a lei complementar haverá uma inconstitucionalidade formal. Entretanto, se uma lei complementar tratar de matéria reservada a lei ordinária não haverá invalidade, sendo apenas considerada como lei ordinária.
“É vedada a adoção de medidas provisórias sobre matéria reservada a lei complementar” (art. 62, §1º, III da CF).
A lei complementar poderá instituir empréstimos compulsórios (art. 148 da CF), impostos sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF); impostos de competência impositiva residual da União (art. 154, I da CF) e contribuições para a seguridade social no uso da competência residual (art. 195, §4º da CF).
Cabe a lei complementar:
Dispor sobre conflito de competência, em matéria tributária, entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal (art. 146, I da CF).
Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II da CF).
Estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre (art. 146, III da CF):
Definição tributos e suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a” da CF).
Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários (art. 146, III, “b” da CF).
Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas (art. 146, III, “c” da CF).
Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais e simplificados, no caso do ICMS, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o artigo 239 da Constituição (art. 146, III, “d” da CF): A lei complementar que tratar do supersimples também poderá instituir regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, observado que (art. 146, parágrafo único da CF):
Será opcional para o contribuinte (art. 146, parágrafo único, I da CF).
Poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado (art. 146, parágrafo único, II da CF).
O recolhimento será unificado e centralizado, e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento (art. 146, parágrafo único, III da CF).
A arrecadação, a fiscalizaçãoe a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes (art. 146, parágrafo único, IV da CF).
“Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo” (art.146-A da CF).
Lei ordinária: Lei ordinária é a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe lei complementar, decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material das leis ordinárias é residual. 
O texto constitucional se referirá a lei ordinária apenas como lei, sem a utilização do adjetivo “ordinária”, visto que este está implícito. Mas quando quer diferenciá-la de outra espécie normativa, normalmente traz a “expressão lei ordinária”. 
Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos esquecer de que o nome dessa espécie normativa no próprio texto constitucional é lei ordinária (art. 59 da CF).
A lei ordinária será aprovada por maioria simples (relativa) de seus membros. Maioria relativa refere-se ao número de presentes na sessão ou reunião. Geralmente, é o veículo adequado para a criação de tributos. 
A lei complementar irá tratar da elaboração, redação, alteração e consolidações das leis (art. 59, parágrafo único da CF). Atualmente é a LC 95/98, com alterações promovidas pela LC 107/01, que cuida do processo legislativo.
1.4 Instrumentos que regulamentam a lei: Os instrumentos que regulamentam a lei não podem dispor de forma contrária à lei. São estes:
Decreto Legislativo: é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF). As regras sobre seu procedimento estão previstas no regimento interno.
No campo tributário, têm maior relevância os decretos legislativos que ratificam tratados e convenções internacionais.
Resolução: é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional. (art. 51 e 52 da CF). As regras sobre seu procedimento estão previstas no regimento interno.
No campo tributário, têm maior relevância as resoluções editadas pelo Senado Federal, que estipulam as alíquotas mínimas e máximas de alguns impostos. Ex: “Resolução do Senado Federal de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis as operações e prestações interestaduais e de exportação” (art. 155, IV da CF).
Decretos e regulamentos: são os atos normativos de competência privativa do Chefe do Executivo, que a função de promover a fiel execução da lei (art. 84, IV da CF). 
O Congresso Nacional, verificando que o regulamento viola lei, tem o poder de suspender eficácia do mesmo através de um decreto legislativo (art. 49, V da CF). 
Instrução Ministerial: Instrução Ministerial é o ato normativo que tem por fim promover a execução das leis, decretos e regulamentos. 
“Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos” (art. 87, II da CF).
Portaria: Portaria, no campo tributário, é ato interorgânico que disciplina assuntos internos da repartição fazendária. Ex: Escala de férias, rodízio de almoço. Na prática criam tributos e obrigações acessórias. 
Ordem de Serviço: Ordem de serviço, no campo tributário, é o ato administrativo que determina ao subordinado a realização de uma diligência fiscal. Se a ordem for manifestamente ilegal, pode e deve ser descumprida. 
Normas complementares: São normas complementares das leis, tratados e das convenções internacionais e dos decretos (art. 100 CTN):
Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas (art. 100, I do CTN).
As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa (art. 100, II do CTN).
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (art. 100, III do CTN).
Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 100, IV do CTN).
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Conceito de Legislação Tributária (CTN, art. 96):
“Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”.
Podemos afirmar que todo ato normativo que verse sobre matéria tributária integra a denominada “legislação tributária”.
O art. 101 do Código Tributário Nacional inaugura o capítulo referente à vigência da legislação tributária dispondo, em sua primeira parte, que tal legislação reger-se-á segundo as disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral. Essas disposições são encontradas na lei de introdução ao Código Civil brasileiro (LICCB), instituída pelo decreto-lei 4.657/42, o qual estabelece no art. 1° que a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias após a publicação oficial, salvo disposição em contrário. Esta é, portanto, uma regra geral que estabelece, em caso de ser omisso o projeto de lei em relação a data em que ele entrará em vigor, tem-se o prazo de 45 dias após sua edição no diário oficial. No plano supra nacional, é necessário o prazo de três meses para que a lei vigore, por força do mesmo dispositivo da LICCB. 
Porém, nota-se que o artigo que estabelece esta regra geral (art. 101 do CTN) admite a possibilidade de especificidades ao fazer ressalvas. Tais ressalvas são explicitadas nos artigos seguintes, tendo estabelecido que os atos normativos, por exemplo, entram em vigor na data da publicação; as decisões com eficácia normativa, 30 dias após a data de sua publicação; e os convênios, na data prevista pelo mesmo (art. 103 CTN).
Existem leis que expressam o período de sua vigência, ou seja, possuem um prazo determinado de duração. Essas são as chamadas leis temporárias e não se tratando desta modalidade, a lei vigorará até que seja revogada por outra, seja de forma expressa ou tácita (quando a nova lei é incompatível com a anterior ou regule a mesma matéria). 
Em casos de conflitos entre duas leis vigentes (antinomia), são três os critérios de resolução aceitos: o hierárquico, o de especialidade e o cronológico. Dentre eles o critério que prevalece é o hierárquico seguido do critério de especialidade. 
Por força do art. 102 do CTN, a vigência da legislação tributária não se restringe ao território do ente federado competente para instituir a lei, assim sendo, as leis municipais e a estaduais não se restringem apenas ao território do município e estado. Para tanto é necessário o reconhecimento ou em convênio ou em leis de normas gerais expedidas pela União. O mesmo ocorre para que as leis federais vigorarem fora do território Brasileiro, sendo, neste caso, necessário o reconhecimento por algum tratado internacional. 
INTERPETRAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Interpretação: A interpretação surge da necessidade de apontar qual norma jurídica deva ser aplicada ao caso concreto em análise. 
Integração: Integrar significar inteirar, completar. Significa suprir eventuais lacunas que possam existir na aplicação da norma ao caso concreto, utilizando-se, para tanto, das técnicas jurídicas. 
Vejamos o art. 108 do CTN:
“Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
        I - a analogia;
        II - os princípios gerais de direito tributário;
        III - os princípios gerais de direito público;
        IV - a eqüidade.
        § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
        § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.”.
A enumeraçãodo art. 108 não é taxativa, segundo a doutrina.
Art. 108- I – ANALOGIA – Aplica-se ao caso emergente, para o qual não existe previsão legal, a norma estabelecida para hipótese semelhante.
Art. 108, § 1º - PROIBIÇÃO DE ANALOGIA GRAVOSA – A proibição da analogia gravosa é decorrência direta do princípio da legalidade tributária, art. 150, I da CF. 
Art. 108, IV – EQÜIDADE – É a possibilidade de suprir eventual imperfeição. 
 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
Art. 110 CTN – Veda que o legislador infraconstitucional possa alterar conceitos e institutos de direito privado, com o fito de expandir a sua competência tributária prevista no Texto Constitucional. O objetivo é preservar a rigidez do sistema na repartição das competências tributárias aos entes da federação.
Se a Constituição fala de mercadoria ao definir a competência dos Estados para exigir o ICMS, o conceito de mercadoria há de ser o existente no Direito Comercial, não podendo o legislador modificá-lo, sob pena de admitir-se a alteração da Constituição via lei ordinária.
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do art.116 (art.115 do CTN).
Fato gerador futuro é o que ainda não se verificou, mas, quando acontecer, sob a égide (vigência) da legislação tributária vigente, receberá seu impacto, ficando ela submetido quanto à disciplina de seus efeitos jurídicos. 
Fato gerador pendente é o que, a despeito de não ter-se completado, iniciou seu ciclo, estando em curso de formação. Vindo a concretizar-se, será alcançado pela legislação tributária, da mesma maneira que os futuros.
Observação: A doutrina costuma duvidar da existência dos chamados “fatos geradores pendentes”. Para Autores como Eduardo Sabbag e Sacha Calmon Navarro Coelho, ‘pendente’ seria o negócio jurídico ou a situação fática, da qual se traduz o fato gerador, e não ele próprio.
Em resumo, Lei nova:
Fatos geradores não consumados ou pendentes: aplicação imediata.
Fatos geradores consumados: não se aplica.
Estatui a Constituição que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art.5º, XXXVI). Mas ocasiões há em que se concede ao legislador a possibilidade de atribuir às leis sentido retroativo. E o CTN discorre sobre o assunto, ao cristalizar, no art.106 e seus incisos, as hipóteses em que a lei se aplica a ato ou fato pretérito.
Inciso I – Leis interpretativas: Em qualquer caso, assumindo expressamente esse caráter, podem ser aplicadas a atos ou fatos pretéritos, mas excluindo-se a aplicação de penalidades à infração dos dispositivos interpretativos. 
Inciso II – Ato não definitivamente julgado:
a) Quando deixa de defini-lo como infração;
b) Quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) Quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática.
A lei nova que tenha reduzido a alíquota de certo tributo, só se aplica para o futuro, sendo vedado aplicá-la ao passado, exceto se houver expressa previsão legal no corpo da mesma. Já nos casos de sanções tributárias o CTN em seu art. 106, II, "c", manda aplicar retroativamente a lei nova, quando mais favorável ao acusado do que a lei vigente à época da ocorrência do fato, prevalece assim, a lei mais branda. É a chamada retroatividade benigna em matéria de infrações.
As possibilidades de retroação que o art.106 consagra acabam por beneficiar o contribuinte, preservando a segurança das relações entre a Administração e administrados, bem como o legítimo direito que os súditos têm de não verem agravada a situação jurídica anterior configurada.
RESUMO DE AULA 4
UNIDADE 3 – TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO (1ª PARTE)
3.1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: CONCEITO E ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA; 3.2. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA: CONCEITO, ESPÉCIES E EFEITOS; 3.3. CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO E LANÇAMENTO.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: CONCEITO E ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Conceito de Obrigação: “A obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor, e cujo objeto consiste na prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio” (Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil – Direito das Obrigações, 30ª Ed., São Paulo: Saraiva, 1999, v.4, p.8).
{Obrigações positivas: dar / fazer}
{Obrigações negativas: não fazer}
Conceito de Obrigação Tributária: Vínculo jurídico através do qual o Estado, com base exclusivamente na lei, pode exigir do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) um tributo. A obrigação tributária (art. 113 CTN) é a relação jurídica abstrata, de caráter temporário, que vincula o sujeito ativo (Estado) ao sujeito passivo (contribuinte).
Principal: que surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Ex. pagamento do imposto.
Acessória: a que decorre da legislação tributária tem por objeto as prestações positivas nela previstas no interesse da arrecadação, e converte-se em principal pelo simples fato da sua inobservância, relativamente à penalidade pecuniária. Ex. escrituração de livros, entrega de declaração, etc. 
Vide art. 113 do CTN:
“Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.”.
OBS: Conforme vimos no conceito de Tributo (art. 3º do CTN), a multa não é tributo, por expressa definição do art. 3º do CTN. Ocorre que, também por expressa definição legal (art. 113, § 1º do CTN), a obrigação de pagá-la tem natureza tributária.
OBS2: Ao afirmar que a obrigação tributária principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (art. 113, § 1º) o CTN acabou por definir que tal obrigação é sempre de dar (dinheiro), jamais de fazer ou deixar de fazer algo.
OBS3: A obrigação acessória independe da principal para existir = em direito tributário, o acessório não segue o principal.
Ex: uma empresa que, ao fim do ano, teve prejuízo, não precisará pagar o imposto de renda pessoa jurídica, mas deve apresentar a declaração de IR de qualquer forma.
- Exemplo de prestação positiva: emitir nota fiscal.
- Exemplo de prestação negativa: não criar dificuldades à fiscalização.
Os elementos da obrigação tributária são os seguintes:
a) sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público ou privado competente para exigir tributos, como será melhor explicado mais adiante;
b) sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica obrigada por lei ao cumprimento da prestação tributária, denominada contribuinte ou responsável (CTN, art. 121);
c) objeto é o cumprimento de uma prestação positiva ou negativa determinada por lei;
d) causa é a lei, em razão do princípio da legalidade tributária, pelo que a vontade jurídica dos indivíduos é inapta para criá-la;
e) fato gerador é a causa das obrigações tributárias.Elementos Subjetivos da Obrigação Tributária:
 	1.3.1 Sujeito Ativo: 
Com competência tributária: podem criar, fiscalizar e arrecadar tributos. União, Estados, D.F. e Municípios.
Sem competência tributária, mas com capacidade tributária: não podem criar tributos, apenas fiscalizar e arrecadar.
 
OBS: Conforme já exposto, não podemos confundir a atribuição constitucional de competência para instituir o tributo (competência tributária) com a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária (capacidade ativa). A primeira é indelegável, a segunda é passível de delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra.
Vide arts. 119 e 120 do CTN:
“Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.”
 “Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.”
1.3.2 Sujeito Passivo: Aquele que deve pagar o tributo. É aquele que tem relação direta com o fato gerador: contribuinte ou responsável.
Na obrigação tributária principal, o sujeito passivo será a pessoa obrigada a pagar o tributo ou a penalidade tributária (art. 121 do CTN).
Na obrigação tributária acessória, o sujeito passivo é a pessoa obrigada às prestações que constituem seu objeto (art. 122 do CTN); ou seja: as obrigações de fazer ou deixar de fazer. 
1.3.2.1 Diferenças entre contribuinte e responsável:
Contribuinte: devedor direto, artigo 121, I CTN. Ex: o empregado.
Responsável: sem ser contribuinte, sua obrigação vem expressa em lei; artigo 121, II CTN. Ex: o empregador. IR retido na fonte.
 
1.3.2.2 Diferenças entre contribuinte de fato e de direito
Contribuinte de fato: aquele que sofre a incidência econômica do tributo, mesmo que formalmente não integre a relação jurídico-tributária (Como exemplo, o consumidor, no caso do ICMS).
Contribuinte de direito: aquele que ocupa o polo passivo da relação jurídico-tributária (Como exemplo, o comerciante, no caso do ICMS).
1.3.3 A questão da validade dos contratos entre particulares (art. 123 do CTN): 
 “Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.”
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA: CONCEITO, ESPÉCIES E EFEITOS.
A responsabilidade tributária é a obrigação legal assumida pelo sujeito passivo da relação jurídico-tributária, não diretamente beneficiada pelo ato praticado perante o fisco de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária.
Com efeito, denomina-se responsável o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem revestir a condição de contribuinte, vale dizer, sem ter relação pessoal e direta com o fato gerador respectivo, tem seu vínculo com a obrigação decorrente de dispositivo expresso em lei.
A lei pode, ao atribuir a alguém a responsabilidade tributária, liberar o contribuinte; mas pode também atribuir apenas supletiva, isto é, sem liberar o contribuinte; e tanto pode ser total, como poder ser apenas parcial (CTN, art. 128).
Frise-se que o objetivo do legislador ao instituir a responsabilidade tributária, foi assegurar à Fazenda Pública o efetivo recebimento dos créditos devidos, em situações que o contribuinte se tornar pouco acessível à cobrança, ou o tributo não puder ser normalmente pago.
Segundo lição de Eduardo Sabagg: “em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato gerador. Nessas condições, surge o sujeito passivo direto (contribuinte). Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar o tributo de uma terceira pessoa, que não o contribuinte, que será o sujeito passivo indireto (responsável tributário)”. (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009)
O responsável pode assumir essa condição perante o fisco por substituição ou por transferência. Conceitua-se responsabilidade por substituição aquela em que lei tributária atribui o dever jurídico de pagar o tributo a pessoa diversa daquela que dá origem ao fato gerador, mas que com ela possui relação jurídica, assumindo o lugar do contribuinte. Exemplo era o que sucedia com a CPMF em que o contribuinte era o correntista, malgrado o dever de recolher o tributo junto ao Fisco Federal é da instituição bancária, a responsável tributária.
Por sua vez, a responsabilidade por transferência ocorre quando a lei estipula que a obrigação constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, comunicando-se depois, porém, para o responsável. Exemplo ocorre na cobrança do IPTU, quando o contribuinte transfere o bem de que é proprietário com dívidas do referido tributo em relação a anos anteriores. Nesta hipótese, o adquirente tornar-se-á responsável tributário por tais débitos. 
No que concerne à responsabilidade por substituição, esta pode ocorrer de duas formas: "pra frente" ou "pra trás".
Responsabilidade por antecipação ou “para frente” é a hipótese na qual a lei impõe a responsabilidade de pagar antes mesmo do fato gerador ocorrer, daí ser denominada para frente. A lei, portanto, determina a sujeição passiva (dever de pagar) com relação a um fato gerador ainda não ocorrido, mas que, ao que tudo indica, ocorrerá em momento breve (fato gerador presumido). Ex.: utilizada nas cadeias de produção-circulação em que há grande capilaridade na ponta final. Torna eficiente o controle da produção e distribuição de bebida feito nos fabricantes e engarrafadores do que nos bares onde a bebida é vendida no varejo. 
Por sua vez, na substituição tributária antecedente ou “para trás” ocorre, nas palavras, de Eduardo Sabbag, “a postergação ou o adiamento do recolhimento do tributo com relação ao momento pretérito em que ocorre o fato gerador”. Ex.: obrigação instituída pela lei 9.826/99 que instituiu como substitutivos tributários do IPI as montadoras de automóveis, relativamente aos alienantes (substituídos) de partes, peças e componentes de veículos. Há um adiamento do pagamento do imposto, uma vez que na saída dos produtos dos estabelecimentos fabricantes de autopeças não ocorrerá recolhimento do IPI, o qual só será recolhido na saída futura, das montadoras. Estas recolherão o valor relativo a sua operação e à operação anterior (pois não há crédito relativo à operação anterior).
Outra classificação no tocante ao tema de responsabilidade tributária é quanto à intensidade da vinculação do responsável à respectiva dívida. Destarte, temos a responsabilidade solidária “versus” responsabilidade subsidiária (ou supletiva).
A solidariedade tributária ocorre quando duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas estiverem no mesmo polo da obrigação perante o fisco. A solidariedade tributária abrange, além do débito referente à obrigação principal, também os deveres relativos às obrigações acessórias. 
Assim, diferentemente do que ocorre no Direito Civil, no qual há dois tipos de solidariedade, somente existe solidariedade passiva, em matéria tributária. Neste diapasão, a solidariedade tributária passiva se consubstancia na situação em que duas ou mais pessoas se encontram, simultaneamente, obrigadas perante o fisco. Nesse caso, o fisco poderá eleger qualquer dos sujeitos passivos para proceder à arrecadação do tributo, sem beneficio de ordem. Pode ser natural ou legal (art. 124, I e II do CTN). Natural é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, interesse comum na situação que dá origem ao fato gerador da obrigação principal, respondendo, cada um deles, pela totalidade da dívida. Ex.: vários irmãos, proprietários de um imóvel, são devedores solidários do IPTU. Legal é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, por imposição de lei, determinada obrigação tributária.

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