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CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Professor Me. João Debastiani Neto Professora Esp. Clícia Geovana Alves Pereira GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Cálculo Diferencial e Integral I. João Debastiani Neto; Clícia Geovana Alves Pereira. Maringá - PR, 2015. 338 p. “Graduação - EaD”. 1. Cálculo. 2. Diferencial . 3. Integral 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 515.5 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção Operacional de Ensino Katia Coelho Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura Design Educacional Maria Fernanda Canova Vasconcelos Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Humberto Garcia da Silva Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Professor Me. João Debastiani Neto Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) no ano de 2009. Mestrado pelo Programa de Pós Graduaçao em Educação para a Ciência e a Matemática da Universidade Estadual de Maringá no ano de 2012. Atualmente é Doutorando do Programa de Pós Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática da mesma universidade, docente da Universidade Estadual de Maringá - campus de Goioere, onde é coordenador de Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura Plena em Ciências. Atua na área de Educação Matemática e em Epistemologia Genética. Professora Esp. Clícia Geovana Alves Pereira Possui graduação em Matemática pela Universidade Paranaense (2009), especialização pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2011) atuando principalmente no seguinte tema: solução numérica de equações diferenciais. É professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - Campus de Campo Mourão. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! SEJA BEM VINDO(A)! Seja muito bem-vindo(a) aos estudos da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I. Este material foi cuidadosamente organizado para construir seus conhecimentos a res- peito do Cálculo. Com o práposito de atender as especificidades atuais dos alunos e professores do Ensino a Distância, construimos este material que foi dividido em cinco unidades, a saber, Funções Reais de uma Variável Real; Limites e Continuidade de fun- ções reais de uma Variável Real; Derivadas, Técnicas de Derivação e aplicões; Funções Reais de várias variáveis; e Derivadas Parciais. Neste trabalho, pretendemos abordar os conteúdos desta disciplina, dando-lhe um sen- tido prático, no entanto, não perdendo a beleza de como a matemática se constitui en- quanto corpo teórico. Primamos pela capacidade do aluno em investigar os conteúdos e conceitos matemáticos, dando-lhe a característica de sujeito agente, investigador dos conteúdos. Nessa perspectiva, a maneira de abordar e apresentar os conceitos aos estu- dantes será acompanhada de exemplos e explanações geométricas, vislumbrando uma compreensão conceitual que fuja da mera reprodução dos conteúdos. Nosso objetivo, ao escrever este livro, é disponibilizar um material que seja capaz de fazer com que o aluno se interesse pela disciplina, primando a pensar logicamente, a escrever soluções dos exercícios de uma forma conexa, construindo uma cadeia de ra- ciocínio que indique o aprendizado efetivo. Não somos audaciosos a ponto de imaginar que este livro fornece todo o conteúdo de Cálculo Diferencial e Integral I, isto seria re- dundante de nossa parte, uma vez que preservamos a ideia de um aluno que sempre procure mais materiais que o auxiliem na compreensão de um conteúdo. Entendemos que aqueles alunos interessados em aprofundar seus conhecimentos, que procurem os livros nas referências bibliográficas deste material, encontrando assim um rico acervo sobre o assunto que vamos estudar. Enfim, desejamos a você bons estudos, e que os desafios aqui apresentados sirvam de motivação para a continuidade dos estudos nesta disciplina. APRESENTAÇÃO CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I SUMÁRIO 09 UNIDADE I FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 15 Introdução 16 Função, Domínio, Contradomínio e Imagem 21 Representações de Funções 24 Operações com Funções 26 Gráficos de Funções 31 Tipos de Funções 40 Funções Periódicas, Funções Pares e Funções Ímpares 44 Funções Monótonas 45 Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras 48 Funções Inversas e Funções Compostas 52 Funções Exponenciais e Logarítmicas 59 Funções Trigonométricas 67 Considerações Finais UNIDADE II LIMITES E CONTINUIDADE DE FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 77 Introdução 78 Limites 82 Definição de Limites SUMÁRIO 88 Propriedade dos Limites 97 Limites Infinitos 103 Limites no Infinito 107 Assíntotas 109 Continuidade 121 Considerações Finais UNIDADE III DERIVADAS, TÉCNICAS E APLICAÇÕES 131 Introdução 132 O Conceito de Derivada - Taxa de Variação e Interpretação Geométrica 141 Regras de Derivação 145 Derivadas de Funções Trigonométricas 148 Derivada de Funções Compostas 150 Derivada da Função Inversa 151 Derivada de Funções Implícitas 153 Derivadas da Função Exponencial e Função Logarítmica 157 Derivadas de Ordem Superior 159 Valores Máximos e Mínimos de Funções 168 Monotonicidade de Funções e o Teste da Derivada Primeira 171 Concavidade, Pontos de Inflexão e Teste da Derivada Segunda 176 Aplicações SUMÁRIO 11 189 Tabela de Derivadas 190 Considerações Finais UNIDADE IV FUNÇÕES REAIS DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS 201 Introdução 202 Funções, Domínio e Imagem de Funções de Várias Variáveis 205 Funções de Duas Variáveis Reais 217 Funções de Três Variáveis Reais 223 Funções com Valores Vetoriais e Equações Paramétricas 231 Funções Compostas 233 Limites e Continuidades de Funções de Várias Variáveis 243 Considerações Finais UNIDADE V DERIVADAS PARCIAIS 253 Introdução 254 Derivadas Parciais 265 Derivadas Parciais de Ordem Superior 270 Regra da Cadeia 276 Derivadas Direcionais e Vetor Gradiente 290 Extremos de Funções SUMÁRIO 302 Multiplicadores de Lagrange 309 Considerações Finais 317 Conclusão 319 Referências 321 Gabarito U N ID A D E I Professor Me. João Debastiani Neto Professora Esp. Clícia Geovana Alves Pereira FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Objetivos de Aprendizagem ■ Construir o conceito de função. ■ Identificar o domínio, contradomínio e imagem de uma função. ■ Reconhecer os vários tipos de funções. ■ Construir e interpretar gráficos de funções. ■ Operar com funções. ■ Reconhecer funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras. ■ Reconhecer a paridade e a monotonicidade de funções. ■ Analisar e obter as características de funções compostas e inversas. ■ Identificar e operar com funções exponenciais e logarítmicas. ■ Identificar e operar com funções trigonométricas e trigonométricas inversas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Função, Domínio, Contradomínio e Imagem ■ Representações de Funções ■ Operações com Funções ■ Gráficos de Funções ■ Tipos de Funções ■ Funções periódicas, funções pares e funções ímpares ■ Funções monótonas ■ Funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras ■ Funções inversas e Funções compostas ■ Funções exponenciais e logarítmicas ■ Funções trigonométricas Introduc¸a˜o Em muitos eventos do cotidiano, o valor de uma grandeza depende do valor de uma outra grandeza. Nestas situac¸o˜es, temos a necessidade de associar a alguns nu´meros reais, outros nu´meros, por meio de alguma regra. Citamos, por exemplo, a poluic¸a˜o do ar em uma cidade que pode depender do nu´mero de ve´ıculos nas ruas, ou o custo para colocar determinado combust´ıvel que dependera´ do prec¸o desse produto. Relac¸o˜es como essas, muitas vezes podem ser representadas matematicamente por meio de func¸o˜es. Embora se possa ter uma concepc¸a˜o espontaˆnea de variac¸a˜o e de associac¸a˜o entre duas grandezas, a caracterizac¸a˜o das propriedades espec´ıficas das relac¸o˜es que sa˜o tambe´m func¸o˜es matema´ticas so´ foi poss´ıvel num processo histo´rico longo e delicado, que culminou com as definic¸o˜es de Dirichlet e Bourbaki para func¸o˜es. Estas possibilitaram um alto n´ıvel de abstrac¸a˜o desse conceito, ampliando-o para conjuntos de objetos matema´ticos antes pouco imagina´veis. Isso na˜o significa que o conceito de func¸a˜o na˜o tenha sido associado a fenoˆmenos naturais. Pelo contra´rio, as motivac¸o˜es para a sua origem surgiram entre os gregos, que ja´ apresentavam um instinto de funcionalidade para explicarem fenoˆmenos da Astronomia (Youschkevitch, 1976). O conceito de func¸a˜o e´ considerado um dos mais importantes de toda Matema´tica, na˜o so´ pelo seu papel central e unificador nesta a´rea do conhecimento, como tambe´m pela sua aplicac¸a˜o a outros ramos do conhecimento humano. Neste sentido, seu aprendizado e´ um dos objetivos mais importantes a ser alcanc¸ado na Educac¸a˜o Matema´tica dos estudantes. Dada a importaˆncia dos alunos atingirem o entendimento do conceito de func¸a˜o, segundo Mendes (1994), e´ necessa´rio conhecer como se processa sua aprendizagem, identificar e analisar os principais problemas com os quais os alunos se deparam ao estudar func¸o˜es e detectar quais as principais dificuldades e obsta´culos a` aprendizagem desse conceito. Desta maneira, pretendemos, ao longo desta unidade, apresentar o conceito de func¸a˜o de uma maneira que este seja significativo, abandonando sua simples definic¸a˜o formal, apresentando algumas aplicac¸o˜es que podem consolidar tais ideias. Cabe a voceˆ, acadeˆmico(a), pesquisar, estudar e se dedicar, para que seu aprendizado seja efetivo. 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 1 Func¸a˜o, Domı´nio, Contradomı´nio e Imagem Uma func¸a˜o real de uma varia´vel real e´ uma regra f que associa a cada nu´mero real x pertencente a um subconjunto D ⊂ R um u´nico nu´mero real y. Apresentamos as notac¸o˜es de func¸a˜o a seguir. [1] f : D ⊂ R → R [2] y = f(x) Se a func¸a˜o e´ dada pela expressa˜o y = f(x), denominamos a letra x de varia´vel independente e y de varia´vel dependente. Observac¸a˜o: Note que, se tivermos uma func¸a˜o dada pela definic¸a˜o z = g(w), essa notac¸a˜o nos informa que a varia´vel independente e´ w, e a varia´vel dependente e´ a letra z. Vejamos alguns exemplos de func¸o˜es. Exemplo: Uma func¸a˜o que nos acompanha desde o Ensino Ba´sico e´ a func¸a˜o quadra´tica f : R → R, dada por f(x) = ax2 + bx+ c, onde a, b e c sa˜o constantes reais e a �= 0. Exemplo: Outra func¸a˜o que sempre nos acompanha e´ a func¸a˜o cu´bica f : R → R, dada por f(x) = ax3 + bx2 + cx+ d, onde a, b, c e d sa˜o constantes reais e a �= 0. REFLITA Observe que nos dois exemplos anteriores os valores de a (coeficiente que acompanha o termos de maior grau) necessariamente teˆm de ser diferente de zero. Voceˆ sabe explicar o porqueˆ deste fato? Nos dois exemplos anteriores, estamos trabalhando com func¸o˜es do segundo e do terceiro grau, respectivamente. Vamos analisar primeiramente a func¸a˜o polinomial do segundo grau, ou func¸a˜o quadra´tica. Para compreendermos o porqueˆ de o valor de a ser diferente de zero, vamos considerar este valor a sendo zero. Desta forma: 1 Func¸a˜o, Domı´nio, Contradomı´nio e Imagem Uma func¸a˜o real de uma varia´vel real e´ uma regra f que associa a cada nu´mero real x pertencente a um subconjunto D ⊂ R um u´nico nu´mero real y. Apresentamos as notac¸o˜es de func¸a˜o a seguir. [1] f : D ⊂ R → R [2] y = f(x) Se a func¸a˜o e´ dada pela expressa˜o y = f(x), denominamos a letra x de varia´vel independente e y de varia´vel dependente. Observac¸a˜o: Note que, se tivermos uma func¸a˜o dada pela definic¸a˜o z = g(w), essa notac¸a˜o nos informa que a varia´vel independente e´ w, e a varia´vel dependente e´ a letra z. Vejamos alguns exemplos de func¸o˜es. Exemplo: Uma func¸a˜o que nos acompanha desde o Ensino Ba´sico e´ a func¸a˜o quadra´tica f : R → R, dada por f(x) = ax2 + bx+ c, onde a, b e c sa˜o constantes reais e a �= 0. Exemplo: Outra func¸a˜o que sempre nos acompanha e´ a func¸a˜o cu´bica f : R → R, dada por f(x) = ax3 + bx2 + cx+ d, onde a, b, c e d sa˜o constantes reais e a �= 0. REFLITA Observe que nos dois exemplos anteriores os valores de a (coeficiente que acompanha o termos de maior grau) necessariamente teˆm de ser diferente de zero. Voceˆ sabe explicar o porqueˆ deste fato? Nos dois exemplos anteriores, estamos trabalhando com func¸o˜es do segundo e do terceiro grau, respectivamente. Vamos analisar primeiramente a func¸a˜o polinomial do segundo grau, ou func¸a˜o quadra´tica. Para compreendermos o porqueˆ de o valor de a ser diferente de zero, vamos considerar este valor a sendo zero. Desta forma: 1 Func¸a˜o, Domı´nio, Contradomı´nio e Imagem Uma func¸a˜o real de uma varia´vel real e´ uma regra f que associa a cada nu´mero real x pertencente a um subconjunto D ⊂ R um u´nico nu´mero real y. Apresentamos as notac¸o˜es de func¸a˜o a seguir. [1] f : D ⊂ R → R [2] y = f(x) Se a func¸a˜o e´ dada pela expressa˜o y = f(x), denominamos a letra x de varia´vel independente e y de varia´vel dependente. Observac¸a˜o: Note que, se tivermos uma func¸a˜o dada pela definic¸a˜o z = g(w), essa notac¸a˜o nos informa que a varia´vel independente e´ w, e a varia´vel dependente e´ a letra z. Vejamos alguns exemplos de func¸o˜es. Exemplo: Uma func¸a˜o que nos acompanha desde o Ensino Ba´sico e´ a func¸a˜o quadra´tica f : R → R, dada por f(x) = ax2 + bx+ c, onde a, b e c sa˜o constantes reais e a �= 0. Exemplo: Outra func¸a˜o que sempre nos acompanha e´ a func¸a˜o cu´bica f : R → R, dada por f(x) = ax3 + bx2 + cx+ d, onde a, b, c e d sa˜o constantes reais e a �= 0. REFLITA Observe que nos dois exemplos anteriores os valores de a (coeficiente que acompanha o termos de maior grau) necessariamente teˆm de ser diferente de zero. Voceˆ sabe explicar o porqueˆ deste fato? Nos dois exemplos anteriores, estamos trabalhando com func¸o˜es do segundo e do terceiro grau, respectivamente. Vamos analisar primeiramente a func¸a˜o polinomial do segundo grau, ou func¸a˜o quadra´tica. Para compreendermos o porqueˆ de o valor de a ser diferente de zero, vamos considerar este valor a sendo zero. Desta forma: FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I f(x) = ax2 + bx+ c ⇒ f(x) = 0x2 + bx+ c ⇒ f(x) = bx+ c. Observe que a func¸a˜o f(x), quando a = 0, na˜o e´ mais uma func¸a˜o quadra´tica. Desta maneira, necessariamente temos de ter a �= 0, pois, caso contra´rio, a mesma deixa de ser uma func¸a˜o quadra´tica. Agora e´ com voceˆ! Explique o motivo pelo qual a �= 0 na func¸a˜o cu´bica, analisando as consequeˆncias quando a = 0. E´ importante ressaltar que exstem treˆs conjuntos que sa˜o muito importantes no estudo de func¸o˜es, a saber, Domı´nio, o Contradomı´nio e a Imagem. Definic¸a˜o: Considere a func¸a˜o f : D ⊂ R → R. [i] O subconjunto D dos nu´meros reais, no qual a varia´vel independente x toma valores, e´ chamado de Domı´nio de f e e´ denotado por Dom(f). [ii] Quando consideramos um elemento x que pertence ao Dom(f) [x ∈ Domf ], o valor nume´rico f(x) e´ chamado de Imagem de x por f. O subconjunto {y ∈ R /y = f(x), e x ∈ Dom(f)} e´ chamado de Imagem de f e e´ denotado por Im(f). [iii] Se f e´ uma func¸a˜o de um conjunto D, em um conjunto B, f : D → B, dizemos que B e´ o Contradomı´nio de f , denotado por CD(f). Considere a func¸a˜o h definida por h(x) = x4. Neste exemplo, podemos tomar qualquer nu´mero real x e calcular seu valor por h, ou seja, calcular x4. Desta forma, o domı´nio de h e´ escrito como Dom(h) = R. No entanto, podemos nos questionar: o nu´mero real 81 e´ atingido pela func¸a˜o? Certamente que sim, uma vez que a func¸a˜o h transforma o nu´mero 3, que pertence ao Dom(h), em 81 (h(3) = 34 = 81). Neste caso, dizemos que 81 e´ imagem de 3 pela func¸a˜o h, ou simplesmente, 81 e´ imagem de 3. Pore´m, o nu´mero −16 e´ atingido pela func¸a˜o? Imposs´ıvel isso acontecer, uma vez que na˜o existe ra´ız quarta de um nu´mero real negativo, ou seja, o nu´mero −16 na˜o e´ imagem de nenhum nu´mero do domı´nio da func¸a˜o h. 17 Função, Domínio, Contradomínio e Imagem Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Observe, enta˜o, que os nu´meros reais atingidos pela func¸a˜o h sa˜o os nu´meros na˜o negativos, e assim dizemos que a Imagem da func¸a˜o h e´ R+, cuja notac¸a˜o e´ Im(h) = R+. O contradomı´nio da func¸a˜o h e´ o conjunto no qual a func¸a˜o atinge seus valores. Como estamos trabalhando com func¸o˜es reais, o contradomı´nio sera´ sempre o conjunto dos nu´mero reais, ou seja, CD(h) = R. Exemplo: Podemos considerar outra func¸a˜o, a saber, f : D ⊂ R → R, definida por f(x) = √ x. Vamos encontrar, para esta func¸a˜o f , seu Domı´nio, Contradomı´nio e Imagem. Observe que, como se trata de uma expressa˜o envolvendo ra´ız quadrada, e ela esta´ definida somente para nu´meros reais maiores ou iguais a zero (uma vez que na˜o existe ra´ız quadrada real de um nu´mero real negativo), afirmamos que Dom(f) = R+. Como estamos trabalhando com func¸o˜es reais, o contradomı´nio de f e´ o conjunto dos nu´meros reais, ou seja, Cd(f) = R. Sabemos que a ra´ız quadrada de qualquer nu´mero real, maior ou igual a zero, sempre resultara´ em um nu´mero real positivo. E mais ainda, para todo x ∈ R+, teremos que y = x2 esta´ no domı´nio de f . Desta forma, podemos afirmar que Im(f) = R+. Exemplo: Seja agora a func¸a˜o g : R → R, definida por g(x) = 1 x . Vamos encontrar seu Domı´nio, Contradomı´nio e Imagem. Note que podemos tomar qualquer valor real para x, exceto quando este e´ 0, pois ter´ıamos uma divisa˜o g(0) = 1 0 , que e´ uma Indeterminac¸a˜o. Desta forma, Dom(g) = R∗. Novamente, como estamos trabalhando com func¸o˜es reais, o contradomı´nio de g e´ o conjunto dos nu´meros reais, ou seja, Cd(g) = R. Para encontrarmos a Imagem da func¸a˜o g, devemos compreender que o resultado da func¸a˜o g(x) = 1 x , quando x toma valores de seu domı´nio, pode ser qualquer valor real, exceto 0, uma vez que na˜o existe divisa˜o por 0. Desta forma, Im(g) = R∗. FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Ressaltamos que, por meio do gra´fico da func¸a˜o dada, e´ poss´ıvel encontrar seu domı´nio e imagem. Considere a seguir o gra´fico da func¸a˜o g(x) = 1 x . Figura 1: Gra´fico da func¸a˜o g(x) = 1 x Assumimos que no eixo x, ou no eixo das abscissas, esta˜o os valores que podemos tomar para a func¸a˜o, ou seja, e´ o Domı´nio de g. No eixo y, ou no eixo das ordenadas, esta˜o os valores que sa˜o atingidos por g, isto e´, o eixo y equivale a Imagem da func¸a˜o. Neste exemplo, observe que podemos tomar qualquer valor do eixo x, menos no ponto x = 0, pois esta func¸a˜o na˜o esta´ definida neste valor; e mais ainda, analogamente verificamos que o ponto y = 0 tambe´m na˜o e´ atingido. Desta forma, Dom(g) = R∗ e Im(g) = R∗. Exemplo: Considere a func¸a˜o f : R → R, definida por f(x) = 4x − 1. Vamos estudar o gra´fico desta func¸a˜o. Como estamos trabalhando com uma expressa˜o do primeiro grau e esta, por sua vez, esta´ definida para todos os nu´meros reais, enta˜o, Dom(f) = R, Cd(f) = R e Im(f) = R. Novamente, note pelo gra´fico da func¸a˜o f que e´ poss´ıvel encontrar seu domı´nio, contradomı´nio e imagem. 19 Função, Domínio, Contradomínio e Imagem Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Figura 2: Gra´fico da func¸a˜o f(x) = 4x− 1 REFLITA Observe no exemplo anterior que a func¸a˜o f(x) = 4x− 1 possui seu contradomı´nio igual a sua Imagem. Isso e´ um caso espec´ıfico para essa func¸a˜o? Esse fato pode acontecer com outras func¸o˜es? A resposta e´ sim! Existe uma infinidade de func¸o˜es que apresentam seu contradomı´nio igual a Imagem. Veremos mais adiante quais func¸o˜es, que possuem tal caracter´ıstica, recebem um nome especial, a saber, Func¸o˜es Sobrejetoras. Apresentamos a seguir mais dois exemplos de como encontrar o domı´nio de func¸o˜es. Nestes pro´ximos dois exemplos, estamos falando de func¸o˜es fraciona´rias e func¸o˜es ra´ız quadrada. Exemplo: Considere a func¸a˜o fraciona´ria f(x) = 4x+5 2x−8 . Vamos encontrar o domı´nio de f . Como a func¸a˜o e´ fraciona´ria, devemos ter: 2x− 8 �= 0 ⇒ 2x �= 8 ⇒ x �= 4. Logo, o domı´nio da func¸a˜o f pode ser escrito como: Dom(f) = {x ∈ R/x �= 4} ou Figura 2: Gra´fico da func¸a˜o f(x) = 4x− 1 REFLITA Observe no exemplo anterior que a func¸a˜o f(x) = 4x− 1 possui seu contradomı´nio igual a sua Imagem. Isso e´ um caso espec´ıfico para essa func¸a˜o? Esse fato pode acontecer com outras func¸o˜es? A resposta e´ sim! Existe uma infinidade de func¸o˜es que apresentam seu contradomı´nio igual a Imagem. Veremos mais adiante quais func¸o˜es, que possuem tal caracter´ıstica, recebem um nome especial, a saber, Func¸o˜es Sobrejetoras. Apresentamos a seguir mais dois exemplos de como encontrar o domı´nio de func¸o˜es. Nestes pro´ximos dois exemplos, estamos falando de func¸o˜es fraciona´rias e func¸o˜es ra´ız quadrada. Exemplo: Considere a func¸a˜o fraciona´ria f(x) = 4x+5 2x−8 . Vamos encontrar o domı´nio de f . Como a func¸a˜o e´ fraciona´ria, devemos ter: 2x− 8 �= 0 ⇒ 2x �= 8 ⇒ x �= 4. Logo, o domı´nio da func¸a˜o f pode ser escrito como: Dom(f) = {x ∈ R/x �= 4} ou Figura 2: Gra´fico da func¸a˜o f(x) = 4x− 1 REFLITA Observe no exemplo anterior que a func¸a˜o f(x) = 4x− 1 possui seu contradomı´nio igual a sua Imagem. Isso e´ um caso espec´ıfico para essa func¸a˜o? Esse fato pode acontecer com outras func¸o˜es? A resposta e´ sim! Existe uma infinidade de func¸o˜es que apresentam seu contradomı´nio igual a Imagem. Veremos mais adiante quais func¸o˜es, que possuem tal caracter´ıstica, recebem um nome especial, a saber, Func¸o˜es Sobrejetoras. Apresentamos a seguir mais dois exemplos de como encontrar o domı´nio de func¸o˜es. Nestes pro´ximos dois exemplos, estamos falando de func¸o˜es fraciona´rias e func¸o˜es ra´ız quadrada. Exemplo: Considere a func¸a˜o fraciona´ria f(x) = 4x+5 2x−8 . Vamos encontrar o domı´nio de f . Como a func¸a˜o e´ fraciona´ria, devemos ter: 2x− 8 �= 0 ⇒ 2x �= 8 ⇒ x �= 4. Logo, o domı´nio da func¸a˜o f pode ser escrito como: Dom(f) = {x ∈ R/x �= 4} ou FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Dom(f) = R− {4} Exemplo: Vamos agora encontrar o domı´nio da func¸a˜o g(x) = √ x+ 2. Como a ra´ız quadrada de um nu´mero negativo na˜o esta´ definida para os nu´meros reais, o domı´nio de g consiste em todos os valores de x, tais que x+ 2 ≥ 0. Isso equivale a x ≥ −2. Assim, o domı´nio de g e´ o intervalo [−2,+∞). 2 Representac¸o˜es de Func¸o˜es E´ poss´ıvel representar uma func¸a˜o de quatro maneiras distintas: [i] Verbalmente (descrevendo-a com palavras): Ela expressa a func¸a˜o sem o uso de elementos gra´ficos, sem os s´ımbolos alge´bricos e sem o uso de tabelas nume´ricas. [ii] Numericamente (por meio de tabelas de valores): Normalmente e´ vista quando consideramos uma tabela que relaciona duas quantidades. [iii] Visualmente (atrave´s de gra´ficos): Utiliza s´ımbolos visuais para transmitir o funcionamento das varia´veis dependentes e independentes. [iv] Algebricamente (utilizando-se uma fo´rmula expl´ıcita): E´ a mais utilizada dentre as quatro representac¸o˜es. Sempre esta´ associada a uma fo´rmula que relaciona varia´veis dependentes e independentes. Exemplo: Considere os seguintes dados da tabela abaixo, que relaciona duas grandezas x e y. x y -10,3 -35,9 -6,8 -25,4 1,5 -0,5 14,6 38,8 21 Representações de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Por meio de alguns ca´lculos, encontramos a func¸a˜o f(x) = 3x − 5 que e´ a que descreve os dados da tabela supracitada. Podemos tambe´m representar graficamente essa func¸a˜o da seguinte maneira. Figura 3: Gra´fico da func¸a˜o f(x) = 3x− 5 Observe que, para a mesma func¸a˜o, ha´ treˆs maneiras diferentes de representac¸a˜o, a saber, as representac¸o˜es nume´rica, alge´brica e visual, respectivamente. O TESTE DA RETA VERTICAL Figura 4: Teste da Reta Vertical Embora seja verdade que toda func¸a˜o real de uma varia´vel real possua um gra´fico em R2 (plano xy), e´ importante ressaltar que nem toda curva e´ gra´fico de alguma func¸a˜o. Por exemplo, considere a curva representada pela figura ao lado. Tal curva e´ o gra´fico da equac¸a˜o y = ±√9− x2. Observe que os pontos A = (2, √ 5) e B = (2,−√5) esta˜o ambos sobre a curva. Isto implica que o nu´mero x = 2 esta´ associado a dois nu´meros, a saber, y = √ 5 e y = −√5. No entanto, isto contradiz a propriedade de unicidade de func¸a˜o (um elemento do Domı´nio esta´ relacionado com um U´NICO elemento do Contradomı´nio). Desta forma, conclu´ımos que a curva em questa˜o na˜o e´ o gra´fico de uma func¸a˜o. Este exemplo sugere o seguinte teste para determinarmos quando uma curva e´ o gra´fico de uma func¸a˜o. FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I TESTE DA RETA VERTICAL: Uma curva no plano xy e´ o gra´fico de uma func¸a˜o y = f(x) se, e somente se, cada reta vertical intercepta a curva, em no ma´ximo, um ponto. Exemplo: Observe que a curva apresentada a seguir e´ o gra´fico de uma func¸a˜o de x. De fato, a curva apresentada a seguir e´ o gra´fico de uma func¸a˜o f , pois cada reta vertical perpendicular ao eixo x intercepta a curva em, no ma´ximo, um ponto, satisfazendo assim o Teste da Reta Vertical. Figura 5: Curva no plano xy Igualdade de Func¸o˜es Considere as func¸o˜es f : R → R, definida por f(x) = 6(x + 1)(x − 1) − 12, e g : R → R, definida por g(x) = 6x2 − 18. Se questionarmos sobre a igualdade das func¸o˜es f e g, podemos pensar que, como suas representac¸o˜es alge´bricas sa˜o distintas, logicamente as func¸o˜es tambe´m sera˜o. Cuidado com este racioc´ınio! Observe que tanto f quanto g possuem o mesmo Domı´nio, isto e´, Dom(f) = Dom(g) = R. Vamos considerar a func¸a˜o f(x) = 6(x + 1)(x − 1) − 12 e efetuar alguns ca´lculos. Note que: f(x) = 6(x+1)(x−1)−12⇒ f(x) = 6(x2−1)−12⇒ f(x) = (6x2−6)−12⇒ f(x) = 6x2−18 = g(x). Isto significa que a imagem de qualquer nu´mero real x pela func¸a˜o f e pela func¸a˜o g e´ a mesma. 23 Representações de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Portanto, f e g sa˜o representac¸o˜es distintas de uma mesma func¸a˜o, pois convertem os nu´meros reais da mesma maneira. Situac¸o˜es como o exemplo supracitado nos motivam a definir igualdade de func¸o˜es. Definic¸a˜o: Dizemos que duas func¸o˜es f e g sa˜o ditas iguais, se possuem o mesmo domı´nio D e se f(x) = g(x), ∀x ∈ D. Exemplo: Apresentamos um exemplo a seguir, no qual podemos trabalhar com igualdade de func¸o˜es. Considere as func¸o˜es f : R − {3} → R, definida por f(x) = x + 4, e g : R − {3} → R, definida por g(x) = x 2+x−12 x−3 . Vamos verificar se f e g sa˜o iguais. Note primeiramente que f e g possuem o mesmo domı´nio, a saber, Dom(f) = Dom(g) = R− {3}, e mais ainda, f(x) = g(x) ∀x ∈ Dom(f) = Dom(g), uma vez que: g(x) = x2 + x− 12 x− 3 = (x− 3)(x+ 4) x− 3 = x+ 4 = f(x) Desta forma, conclu´ımos que f(x) = g(x), ∀x ∈ R− {3} 3 Operac¸o˜es com Func¸o˜es Assim como ocorre com nu´meros, as func¸o˜es podem ser somadas, subtra´ıdas, multiplicadas e divididas (exceto quando o denominador for zero) para produzir novas func¸o˜es. Definic¸a˜o: Dadas duas func¸o˜es reais f : A = Dom(f) ⊂ R → R e g : B = Dom(g) ⊂ R → R, tais que A ∩ B �= ∅. • a func¸a˜o soma, denotada por f + g, e´ a func¸a˜o definida por: (f + g)(x) = f(x) + g(x) e Dom (f + g) = Domf ∩Domg FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I • a func¸a˜o diferenc¸a, denotada por f − g, e´ a func¸a˜o definida por: (f − g)(x) = f(x)− g(x) e Dom (f − g) = Domf ∩Domg • a func¸a˜o produto, denotada por f · g, e´ a func¸a˜o definida por: (f · g)(x) = f(x) · g(x) e Dom (f · g) = Domf ∩Domg • a func¸a˜o quociente, denotada por f g , e´ a func¸a˜o definida por: ( f g ) (x) = f(x) g(x) e Dom ( f g ) = (Domf ∩Domg)− {x ∈ Dom (g) ; g(x) = 0 Exemplo: Vamos elucidar esta definic¸a˜o, considerando a func¸a˜o f(x) = x2− 1, definida no conjunto dos nu´meros reais (R) e g(x) = x − 1, tambe´m definida no conjunto dos nu´meros reais (R). Calculemos as func¸o˜es f + g, f − g, f · g e f g , indicando seus respectivos domı´nios. Temos que Dom(f) = Dom(g) = R, pois ambas se tratam de func¸o˜es polinomiais, cujo domı´nio sa˜o todos os nu´meros reais. Desta forma, Dom(f) ∩ Dom(g) = R e, assim, o conjunto dos nu´meros reais e´ o domı´nio das func¸o˜es f + g, f − g, f · g. Vamos agora calcular a lei alge´brica que determina cada uma das func¸o˜es solicitadas neste exemplo. f + g = (x2 − 1) + (x− 1) = x2 + x− 2. f − g = (x2 − 1)− (x− 1) = x2 − x f · g = (x2 − 1) · (x− 1) = x3 − x2 − x+ 1 Desta forma: (f + g) : R→ R, (f + g)(x) = x2 + x− 2 (f − g) : R→ R, (f − g)(x) = x2 − x (f · g) : R→ R, (f · g)(x) = x3 − x2 − x+ 1 25 Operações com Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Deixamos a func¸a˜o quociente para o fim do exemplo, pois ela exige um cuidado especial com o seu domı´nio. Note que queremos calcular f g , cujo domı´nio e´ dado por R − {1}, uma vez que o denominador e´ dado por g(x) = x− 1. Calculando sua regra alge´brica, temos: f g = x2 − 1 x− 1 = (x+ 1)(x− 1) x− 1 = x+ 1 . Desta forma: f g : R− {1} → R, (f g )(x) = x+ 1 . REFLITA Aqui se faz necessa´ria a seguinte observac¸a˜o: as operac¸o˜es de adic¸a˜o, subtrac¸a˜o e produto de func¸o˜es sa˜o operac¸o˜es comutativas, ou seja, f+g = g+f ; a func¸a˜o f−g = g − f e a func¸a˜o f · g = g · f . No entanto, na˜o podemos dizer que f g = g f , isto e´, a divisa˜o de func¸o˜es na˜o e´ comutativa. 4 Gra´ficos de Func¸o˜es Seja f uma func¸a˜o definida por f : Dom(f) → B. Enta˜o, a cada nu´mero real x de A associamos um u´nico elemento f(x) em B. Podemos tambe´m indicar este fato utilizando pares ordenados de nu´meros reais, em que o primeiro membro desse par ordenado e´ o elemento x de A e o segundo membro e´ o seu correspondente em B, f(x). Isso nos da´ um par ordenado (x, f(x)), para cada x de A. Fundamentados nesta ideia, apresentamos a seguinte definic¸a˜o de gra´fico de uma func¸a˜o. Definic¸a˜o: O gra´fico de uma func¸a˜o f de uma varia´vel real e´ o conjunto de todos os pontos (x, y) no plano xy, tal que x esta´ no domı´nio de f e y = f(x). Podemos representar o Gra´fico de f, por: Deixamos a func¸a˜o quociente para o fim do exemplo, pois ela exige um cuidado especial com o seu domı´nio. Note que queremos calcular f g , cujo domı´nio e´ dado por R − {1}, uma vez que o denominador e´ dado por g(x) = x− 1. Calculando sua regra alge´brica, temos: f g = x2 − 1 x− 1 = (x+ 1)(x− 1) x− 1 = x+ 1 . Desta forma: f g : R− {1} → R, (f g )(x) = x+ 1 . REFLITA Aqui se faz necessa´ria a seguinte observac¸a˜o: as operac¸o˜es de adic¸a˜o, subtrac¸a˜o e produto de func¸o˜es sa˜o operac¸o˜es comutativas, ou seja, f+g = g+f ; a func¸a˜o f−g = g − f e a func¸a˜o f · g = g · f . No entanto, na˜o podemos dizer que f g = g f , isto e´, a divisa˜o de func¸o˜es na˜o e´ comutativa. 4 Gra´ficos de Func¸o˜es Seja f uma func¸a˜o definida por f : Dom(f) → B. Enta˜o, a cada nu´mero real x de A associamos um u´nico elemento f(x) em B. Podemos tambe´m indicar este fato utilizando pares ordenados de nu´meros reais, em que o primeiro membro desse par ordenado e´ o elemento x de A e o segundo membro e´ o seu correspondente em B, f(x). Isso nos da´ um par ordenado (x, f(x)), para cada x de A. Fundamentados nesta ideia, apresentamos a seguinte definic¸a˜o de gra´fico de uma func¸a˜o. Definic¸a˜o: O gra´fico de uma func¸a˜o f de uma varia´vel real e´ o conjunto de todos os pontos (x, y) no plano xy, tal que x esta´ no domı´nio de f e y = f(x). Podemos representar o Gra´fico de f, por: Deixamos a func¸a˜o quociente para o fim do exemplo, pois ela exige um cuidado especial com o seu domı´nio. Note que queremos calcular f g , cujo domı´nio e´ dado por R − {1}, uma vez que o denominador e´ dado por g(x) = x− 1. Calculando sua regra alge´brica, temos: f g = x2 − 1 x− 1 = (x+ 1)(x− 1) x− 1 = x+ 1 . Desta forma: f g : R− {1} → R, (f g )(x) = x+ 1 . REFLITA Aqui se faz necessa´ria a seguinte observac¸a˜o: as operac¸o˜es de adic¸a˜o, subtrac¸a˜o e produto de func¸o˜es sa˜o operac¸o˜es comutativas, ou seja, f+g = g+f ; a func¸a˜o f−g = g − f e a func¸a˜o f · g = g · f . No entanto, na˜o podemos dizer que f g = g f , isto e´, a divisa˜o de func¸o˜es na˜o e´ comutativa. 4 Gra´ficos de Func¸o˜es Seja f uma func¸a˜o definida por f : Dom(f) → B. Enta˜o, a cada nu´mero real x de A associamos um u´nico elemento f(x) em B. Podemos tambe´m indicar este fato utilizando pares ordenados de nu´meros reais, em que o primeiro membro desse par ordenado e´ o elemento x de A e o segundo membro e´ o seu correspondente em B, f(x). Isso nos da´ um par ordenado (x, f(x)), para cada x de A. Fundamentados nesta ideia, apresentamos a seguinte definic¸a˜o de gra´fico de uma func¸a˜o. Definic¸a˜o: O gra´fico de uma func¸a˜o f de uma varia´vel real e´ o conjunto de todos os pontos (x, y) no plano xy, tal que x esta´ no domı´nio de f e y = f(x). Podemos representar o Gra´fico de f, por: FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Graff = {(x, y) ∈ R2/y = f(x), x ∈ Dom(f)} Exemplo: Observe o gra´fico da func¸a˜o g que e´ apresentado a seguir. Figura 6: Curva no plano xy Podemos nos perguntar: [a] Qual e´ o valor de g(0)? E o valor de g(1)? [b] Qual e´ o domı´nio de g? E a imagem de g? Soluc¸~ao: [a] A partir do gra´fico de g, vemos que, quando x = 0, o valor de y = g(x) e´ −1, isto e´, y = g(0) = −1. Analogamente, vemos que g(1) = 0. [b] Observe que x pode assumir todos os valores reais entre x = −2 e x = 2, inclusive os referidos valores. Portanto, o domı´nio de g e´ Dom(g) = [−2, 2]. Observe ainda que, quando x percorre todos os valores do domı´nio de g, g(x) percorre todos os valores entre −5 e 3. Portanto, a Im(g) = [−5, 3]. Ressaltamos tambe´m que podemos trac¸ar o gra´fico de func¸o˜es que sa˜o definidas por mais de uma expressa˜o matema´tica. Observe o exemplo a seguir, no qual esboc¸amos o gra´fico de uma func¸a˜o definida por treˆs expresso˜es em um u´nico plano xy. Exemplo: Vamos esboc¸ar o gra´fico da seguinte func¸a˜o: 27 Gráficos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . f(x) = ⎧⎪⎪⎪⎨⎪⎪⎪⎩ −2x , se −3 ≤ x < 0 x2 , se 0 ≤ x < 2 1 , se x ≥ 2 Note que a func¸a˜o e´ dividida em treˆs partes, consequentemente, faremos o gra´fico da func¸a˜o dividida em treˆs intervalos, a saber, de [−3, 0), de [0, 2) e de [2,+∞). No intervalo de [−3, 0), a func¸a˜o esta´ definida como f(x) = −2x, ou seja, uma func¸a˜o afim, em que a = −2 e b = 0. Desta forma, seu gra´fico e´ um segmento de reta, iniciando em x = −3 e terminando em x = 0, cujas imagens sa˜o f(−3) = 6 e f(0) = 0. No intervalo de [0, 2), a func¸a˜o esta´ definida como f(x) = x2, isto e´, uma func¸a˜o polinomial do segundo grau, visto que seus coeficientes sa˜o a = 1, b = c = 0. Os pontos limites da para´bola obtida por essa func¸a˜o sa˜o (0, 0) e (2, 4), sendo que esse u´ltimo ponto na˜o faz parte do gra´fico, pois queremos somente pontos menores que x = 2. No intervalo de [2,+∞), a func¸a˜o esta´ definida como f(x) = 1, ou seja, uma func¸a˜o constante, cujo gra´fico e´ uma semirreta paralela ao eixo x na altura y = 1. Desta forma, a representac¸a˜o gra´fica, obtida por meio da func¸a˜o f supracitada, e´: Figura 7: Curva no plano xy FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I REFLITA Observe que podemos encontrar o domı´nio e a imagem da func¸a˜o f , tomando por base sua representac¸a˜o gra´fica. Desta forma, temos que Dom(f) = [−3,+∞) e Im(f) = [0, 6]. Note que, quando estamos procurando o domı´nio da func¸a˜o, o ponto x = 2 pode apresentar algumas du´vidas sobre sua inclusa˜o ou na˜o no domı´nio. Quando consideramos o ponto (2, 4), este na˜o pertence ao gra´fico da func¸a˜o, sendo representado por uma ”bola aberta”. No entanto, quando consideramos o ponto (2, 1), este faz parte do gra´fico, sendo representado por uma ”bola fechada”. Como o ponto (2, 1) faz parte do gra´fico da func¸a˜o f , dizemos que o ponto x = 2 pertence ao domı´nio de f . Existem algumas func¸o˜es que merecem maior destaque em nosso estudo. A seguir, apresentaremos alguns exemplos dessas func¸o˜es com suas representac¸o˜es gra´ficas. A primeira delas que apresentamos e´ denominada de func¸a˜o afim. Uma func¸a˜o f e´ chamada de func¸a˜o afim quando f(x) = ax+ b, em que a e b sa˜o constantes reais. Caso na˜o exista restric¸o˜es no domı´nio desta, o seu gra´fico sera´ uma reta. A constante a e´ chamada de coeficiente angular dessa reta, e a constante b e´ o coeficiente linear. Conforme o valor de a, o gra´fico de uma func¸a˜o afim apresenta comportamento semelhante a um dos treˆs esboc¸os apresentados a seguir. Figura 8: Coeficiente a > 0 Figura 9: Coeficiente a < 0 Figura 10: Coeficiente a = 0 REFLITA Observe que podemos encontrar o domı´nio e a imagem da func¸a˜o f , tomando por base sua representac¸a˜o gra´fica. Desta forma, temos que Dom(f) = [−3,+∞) e Im(f) = [0, 6]. Note que, quando estamos procurando o domı´nio da func¸a˜o, o ponto x = 2 pode apresentar algumas du´vidas sobre sua inclusa˜o ou na˜o no domı´nio. Quando consideramos o ponto (2, 4), este na˜o pertence ao gra´fico da func¸a˜o, sendo representado por uma ”bola aberta”. No entanto, quando consideramos o ponto (2, 1), este faz parte do gra´fico, sendo representado por uma ”bola fechada”. Como o ponto (2, 1) faz parte do gra´fico da func¸a˜o f , dizemos que o ponto x = 2 pertence ao domı´nio de f . Existem algumas func¸o˜es que merecem maior destaque em nosso estudo. A seguir, apresentaremos alguns exemplos dessas func¸o˜es com suas representac¸o˜es gra´ficas. A primeira delas que apresentamos e´ denominada de func¸a˜o afim. Uma func¸a˜o f e´ chamada de func¸a˜o afim quando f(x) = ax+ b, em que a e b sa˜o constantes reais. Caso na˜o exista restric¸o˜es no domı´nio desta, o seu gra´fico sera´ uma reta. A constante a e´ chamada de coeficiente angular dessa reta, e a constante b e´ o coeficiente linear. Conforme o valor de a, o gra´fico de uma func¸a˜o afim apresenta comportamento semelhante a um dos treˆs esboc¸os apresentados a seguir. Figura 8: Coeficiente a > 0 Figura 9: Coeficiente a < 0 Figura 10: Coeficiente a = 0 29 Gráficos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Outra caso e´ o da denominada func¸a˜o quadra´tica. Uma func¸a˜o f e´ chamada de func¸a˜o quadra´tica quando f(x) = ax2 + bx + c, em que a, b e c sa˜o constantes reais, com a �= 0. Caso na˜o exista restric¸o˜es no domı´nio desta, o seu gra´fico sera´ uma para´bola. Conforme o valor de a, o gra´fico de uma func¸a˜o quadra´tica apresenta comportamento semelhante a um dos dois esboc¸os apresentados a seguir, isto e´, concavidade voltada para cima com a > 0 e concavidade voltada para baixo quando a < 0. Figura 11: Coeficiente a > 0 Figura 12: Coeficient a < 0 Podemos tambe´m considerar uma func¸a˜o f , que sera´ denominada de func¸a˜o cu´bica, quando f(x) = ax3 + bx2 + cx + d, em que a, b, c e d sa˜o constantes reais, com a �= 0. Conforme o valor dessas constantes, o gra´fico de uma func¸a˜o cu´bica apresenta comportamento semelhante a um dos esboc¸os apresentados a seguir. Em particular, os gra´ficos das func¸o˜es f e h, definidas por f(x) = x3 e g(x) = −x3 + 2x− 1, sa˜o apresentados nas figuras a seguir. Figura 13: Gra´fico da func¸a˜o f Figura 14: Gra´fico da func¸a˜o h FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I SAIBA MAIS Existem alguns gra´ficos que podem ser um tanto quanto complexos para a sua construc¸a˜o Para situac¸o˜es como esta, existem softwares matema´ticos e simuladores que nos auxiliam Apresentamos, a seguir, um link, no qual, introduzindo a linguagem alge´brica da func¸a˜o o simulador apresenta o gra´fico da mesma. <http://pt.numberempire.com/graphingcalculator.php>. Observe que, por meio de tecnologias como esta, as aulas podem se tornar mais dinaˆmicas ale´m de mais atraentes aos alunos, uma vez que permitem trabalharmos de va´rias formas o conteu´do de gra´ficos de func¸o˜es com nossos alunos. 5 Tipos de Func¸o˜es A partir deste momento, apresentaremos alguns tipos de func¸o˜es que merecem um maior destaque em nosso estudo. Abordaremos, nesta ordem descrita, as func¸o˜es: constante, linear, modular, polinomiais e racionais. 5.1 Func¸a˜o Constante E´ uma func¸a˜o f definida por f(x) = c, em que c e´ uma constante real. O gra´fico de uma func¸a˜o constante e´ uma reta paralela ao eixo x, interceptando o eixo y em c. Por exemplo, consideremos duas func¸o˜es constantes f e g, definidas por f(x) = 2, e g(x) = √ 6. A seguir, sa˜o apresentadas as representac¸o˜es gra´ficas dessas duas func¸o˜es. Existem alguns gra´ficos que podem ser um tanto quanto complexos para a sua construc¸a˜o. Para situac¸o˜es como esta, existem softwares matema´ticos e simuladores que nos auxiliam. Apresentamos, a seguir, um link, no qual, introduzindo a linguagem alge´brica da func¸a˜o, o simulador apresenta o gra´fico da mesma. <http://pt.numberempire.com/graphingcalculator.php>. Observe que, por meio de tecnologias como esta, as aulas podem se tornar mais dinaˆmicas, ale´m de mais atraentes aos alunos, uma vez que permitem trabalharmos de va´rias formas o conteu´do de gra´ficos de func¸o˜es com nossos alunos. 31 Tipos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Figura 15: Gra´fico da func¸a˜o f Figura 16: Gra´fico da func¸a˜o g 5.2 Func¸a˜o Linear E´ uma func¸a˜o f : R→ R, definida por f(x) = ax, com a sendo uma constante real. Seu gra´fico e´ uma reta que sempre intercepta o ponto (0, 0). Exemplo: Considere a func¸a˜o linear g : R → R, definida por g(x) = 3x. Note que o valor de a = 3 indica que a func¸a˜o linear apresenta um cara´ter crescente (caso a < 0, podemos dizer que a func¸a˜o linear e´ descrescente). Para esboc¸ar o gra´fico desta func¸a˜o, vamos tomar dois valores quaisquer do domı´nio de g e calcular suas respectivas imagens. Para tanto, consideremos x = 0 e x = 1. Calculando suas imagens pela func¸a˜o g, obteremos g(0) = 0 e g(1) = 3. Dessa forma, o gra´fico dessa func¸a˜o g intercepta os pontos (0, 0) e (1, 3); como trata-se de uma reta, o gra´fico obtido esta´ apresentado a seguir. Figura 17: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o g FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I REFLITA Novamente ressaltamos que uma func¸a˜o linear, assim como uma func¸a˜o afim, podem apresentar comportamento crescente ou decrescente, sendo que o valor nume´rico de a vai nos informar tal fato. Para tanto, se a > 0, a func¸a˜o sera´ crescente, se a < 0, a func¸a˜o sera´ decrescente. 5.3 Func¸a˜o Modular Iniciaremos nosso estudo sobre func¸a˜o modular definindo o que e´ mo´dulo de um nu´mero ou seu valor absoluto. Definic¸a˜o: O valor absoluto ou mo´dulo de um nu´mero x, denotado por |x|, e´ definido por: |x| = ⎧⎨⎩ x , se x ≥ 0−x , se x < 0 Observe que |x| e´ sempre positivo ou nulo. Por exemplo: [i] |3| = 3; [ii] | − 5| = 5; [iii] |0| = 0. Definic¸a˜o: Podemos agora apresentar o conceito de func¸a˜o modular. Uma func¸a˜o f recebe o nome de func¸a˜o modular ou func¸a˜o mo´dulo, se f : R→ R, tal que: f(x) = |x| = ⎧⎨⎩ x , se x ≥ 0−x , se x < 0 Exemplo: Por exemplo, considerando as func¸o˜es f(x) = |3x+ 2| e g(x) = −|x+ 2|, vamos construir seus gra´ficos determinando seus domı´nios e imagens. Vamos iniciar a soluc¸a˜o deste exemplo pela func¸a˜o f(x) = |3x+2|. Utilizando a definic¸a˜o de func¸a˜o modular, anteriormente apresentada, temos que: REFLITA Novamente ressaltamos que uma func¸a˜o linear, assim como uma func¸a˜o afim, podem apresentar comportamento crescente ou decrescente, sendo que o valor nume´rico de a vai nos informar tal fato. Para tanto, se a > 0, a func¸a˜o sera´ crescente, se a < 0, a func¸a˜o sera´ decrescente. 5.3 Func¸a˜o Modular Iniciaremos nosso estudo sobre func¸a˜o modular definindo o que e´ mo´dulo de um nu´mero ou seu valor absoluto. Definic¸a˜o: O valor absoluto ou mo´dulo de um nu´mero x, denotado por |x|, e´ definido por: |x| = ⎧⎨⎩ x , se x ≥ 0−x , se x < 0 Observe que |x| e´ sempre positivo ou nulo. Por exemplo: [i] |3| = 3; [ii] | − 5| = 5; [iii] |0| = 0. Definic¸a˜o: Podemos agora apresentar o conceito de func¸a˜o modular. Uma func¸a˜o f recebe o nome de func¸a˜o modular ou func¸a˜o mo´dulo, se f : R→ R, tal que: f(x) = |x| = ⎧⎨⎩ x , se x ≥ 0−x , se x < 0 Exemplo: Por exemplo, considerando as func¸o˜es f(x) = |3x+ 2| e g(x) = −|x+ 2|, vamos construir seus gra´ficos determinando seus domı´nios e imagens. Vamos iniciar a soluc¸a˜o deste exemplo pela func¸a˜o f(x) = |3x+2|. Utilizando a definic¸a˜o de func¸a˜o modular, anteriormente apresentada, temos que: 33 Tipos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . f(x) = |3x+ 2| = ⎧⎨⎩ 3x+ 2 , se 3x+ 2 ≥ 0−(3x+ 2) , se 3x+ 2 < 0 ⇒ f(x) = ⎧⎨⎩ 3x+ 2 , se x ≥ −23−3x− 2 , se x < −2 3 Desta forma: [i] Para x ≥ −2 3 (valores maiores ou iguais a −2 3 ), esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o f(x) = 3x+ 2. [ii] Para x < −2 3 (valores menores que −2 3 ), esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o f(x) = −3x− 2. Desta forma, temos o gra´fico apresentado a seguir. Figura 18: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f Por meio do gra´fico de f , podemos encontrar seu domı´nio e sua imagem. Observando atentamente o gra´fico no plano xy, temos que Domf = R e Imf = R+. Vamos agora encontrar a soluc¸a˜o da func¸a˜o g(x) = −|x + 2|. Utilizando a definic¸a˜o de func¸a˜o modular, temos que: g(x) = | − x+ 2| = ⎧⎨⎩ −x+ 2 , se −x+ 2 ≥ 0x− 2 , se −x+ 2 < 0 ⇒ g(x) = ⎧⎨⎩ −x+ 2 , se x ≤ 2x− 2 , se x > 2 Desta forma: FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I [i] Para x ≤ 2 (valores menores ou iguais a 2), esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o g(x) = −x+ 2. [ii] Para x > 2 (valores maiores que 2), esboc¸amos o gra´fico da func¸a˜o g(x) = x− 2. Desta forma, temos o gra´fico apresentado a seguir. Figura 19: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o g Por meio do gra´fico de g, podemos encontrar seu domı´nio e sua imagem. Observando atentamente o gra´fico no plano xy, temos que Dom(g) = R e Im(g) = R+. 5.4 Func¸o˜es Polinomiais Antes de definirmos func¸o˜es polinomiais, se faz necessa´rio entendermos o que e´ um polinoˆmio. Desta forma, um polinoˆmio com coeficientes reais e´ uma expressa˜o: p(x) = anx n + an−1xn−1 + ...+ a2x2 + a1x+ a0 no qual, os coeficientes ai, i = 1, ..., n sa˜o nu´meros reais e n e´ natural. Se an �= 0, dizemos que o polinoˆmio p(x) tem grau n. Dizemos que x0 e´ uma ra´ız ou um zero do polinoˆmio p(x), se p(x0) = 0, ou seja, anx n 0 + an−1xn−10 + ...+ a2x 2 0 + a1x0 + a0 = 0. Ressaltamos que existe um Teorema muito importante no qual omitiremos sua demonstrac¸a˜o. 35 Tipos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Teorema: [TEOREMA FUNDAMENTAL DA A´LGEBRA] Todo polinoˆmio p(x) = anx n + an−1xn−1 + ...+ a2x2 + a1x+ a0 de grau n tem exatamente n ra´ızes complexas. Exemplo: Elucidando o teorema anterior, considere o polinoˆmio p(x) = x6 + 2x3 − 1. Segundo o Teorema Fundamental da A´lgebra, por p(x) ser de grau 6, ele tera´ exatamente 6 ra´ızes complexas. Neste momento, estamos aptos a apresentar o que e´ uma func¸a˜o polinomial de grau n. Assim, uma func¸a˜o polinomial de grau n e´ uma func¸a˜o da forma: f(x) = p(x) = anx n + an−1xn−1 + ...+ a2x2 + a1x+ a0 tal forma esta´ para algum polinoˆmio p(x) com an �= 0. Exemplo: Considere as func¸o˜es f(x) = 3x4− 2x2 + x− 7 e g(x) = 0, 01x3− 2x+3, 2. Note que os graus de f e g sa˜o 4 e 3, respectivamente. Ressaltamos que uma func¸a˜o polinomial esta´ definida na reta real toda e, portanto, seu domı´nio e´ R. Algumas func¸o˜es polinomiais f : R→ R recebem nomes especiais: [i] A func¸a˜o constante f(x) = c, com c ∈ R; [ii] A func¸a˜o identidade f(x) = x, ∀x ∈ R; [iii] A func¸a˜o linear f(x) = cx, com c ∈ R; [iv] A func¸a˜o afim f(x) = cx+ b, com c, b ∈ R; [v] A func¸a˜o quadra´tica f(x) = ax2 + bx+ c, com a, b, c ∈ R, a �= 0; [vi] A func¸a˜o cu´bica f(x) = ax3 + bx2 + cx+ d, com a, b, c, d ∈ R, a �= 0. Observe que as func¸o˜es constante, identidade e linear sa˜o casos particulares da func¸a˜o afim, na qual as constantes c e b podem ser nulas ou qualquer outro valor real. FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Exemplo: E´ muito comum termos aplicac¸o˜es do estudo de func¸o˜es nas diversas a´reas cient´ıficas, dentre elas a F´ısica. Como exemplo, considere que a trajeto´ria de um corpo lanc¸ado, desprezando a resisteˆncia do ar, e´ dada por uma func¸a˜o polinomial do 2o grau. A partir de seu deslocamento horizontal (ao longo do eixo x), obtemos sua altura. Assim, um objeto e´ lanc¸ado ao ar. Se a sua altura em metros, t segundos apo´s o lanc¸amento, e´ dada por y = f(t) = 20t− 10t2, qual e´ a altura ma´xima atingida pelo objeto e em que instante ele a atinge? Soluc¸a˜o: Vamos considerar a func¸a˜o que expressa a altura do objeto em func¸a˜o do tempo percorrido, a saber, y = f(t) = 20t− 10t2. Calculando as ra´ızes da equac¸a˜o 20t− 10t2 = 0, temos que: 20t− 10t2 = 0 ⇒ 10t(2− t) = 0 ⇒ 10t = 0 ou 2− t = 0 ⇒ t = 0 ou t = 2. Desta forma, as ra´ızes da equac¸a˜o do segundo grau sa˜o t = 0 e t = 2. Ressaltamos enta˜o que, nos pontos (0, 0) e (2, 0), o gra´fico da func¸a˜o f os interceptara´. Para descobrir a altura ma´xima do objeto e qual o tempo gasto para atingir essa altura, podemo-nos utilizar da fo´rmula do ve´rtice da para´bola, descobrindo assim o ponto desejado. Para tanto, vamos utilizar a fo´rmula do ve´rtice da para´bola que e´ dada por V = (−b 2a , −Δ 4a ). Assim, temos: V = (−b 2a , −Δ 4a ) ⇒ V = ( −20 2(−10) , −(b2 − 4ac) 4a ) ⇒ V = (−20 −20 , −(202 − 4(−10)0) 4(−10) ) ⇒ V = ( 1, −400 −40 ) ⇒ V = (1, 10) Desta forma, quando o objeto atingir 10 metros de altura (altura ma´xima), o tempo gasto sera´ de 1 segundo, conforme vemos a representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o estudada. 37 Tipos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Figura 20: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f 5.5 Func¸o˜es Racionais Outra classe importante de func¸o˜es sa˜o as func¸o˜es racionais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o racional e´ a func¸a˜o resultante do quociente de duas func¸o˜es polinomiais: f(x) = p(x) q(x) nesta, p(x) e q(x) sa˜o polinoˆmios e q(x) na˜o e´ identicamente nulo. REFLITA Como em uma divisa˜o na˜o podemos ter o denominador sendo zero, conclu´ımos que o domı´nio de uma func¸a˜o racional e´ o conjunto de todos os nu´meros reais, exceto os zeros de q, isto e´, exceto as ra´ızes da equac¸a˜o q(x) = 0. Exemplo: As func¸o˜es f(x) = x 3+5 x2−1 e g(x) = 2x5−3 x4+1 sa˜o func¸o˜es racionais com domı´nios distintos. Observe que a func¸a˜o f tem como domı´nio o conjunto dos nu´meros reais, exceto os valores de x, em que x2 − 1 = 0, ou seja, quando x = ±1. Desta forma, temos que Dom(f) = R− {±1}. Figura 20: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f 5.5 Func¸o˜es Racionais Outra classe importante de func¸o˜es sa˜o as func¸o˜es racionais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o racional e´ a func¸a˜o resultante do quociente de duas func¸o˜es polinomiais: f(x) = p(x) q(x) nesta, p(x) e q(x) sa˜o polinoˆmios e q(x) na˜o e´ identicamente nulo. REFLITA Como em uma divisa˜o na˜o podemos ter o denominador sendo zero, conclu´ımos que o domı´nio de uma func¸a˜o racional e´ o conjunto de todos os nu´meros reais, exceto os zeros de q, isto e´, exceto as ra´ızes da equac¸a˜o q(x) = 0. Exemplo: As func¸o˜es f(x) = x 3+5 x2−1 e g(x) = 2x5−3 x4+1 sa˜o func¸o˜es racionais com domı´nios distintos. Observe que a func¸a˜o f tem como domı´nio o conjunto dos nu´meros reais, exceto os valores de x, em que x2 − 1 = 0, ou seja, quando x = ±1. Desta forma, temos que Dom(f) = R− {±1}. Figura 20: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f 5.5 Func¸o˜es Racionais Outra classe importante de func¸o˜es sa˜o as func¸o˜es racionais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o racional e´ a func¸a˜o resultante do quociente de duas func¸o˜es polinomiais: f(x) = p(x) q(x) nesta, p(x) e q(x) sa˜o polinoˆmios e q(x) na˜o e´ identicamente nulo. REFLITA Como em uma divisa˜o na˜o podemos ter o denominador sendo zero, conclu´ımos que o domı´nio de uma func¸a˜o racional e´ o conjunto de todos os nu´meros reais, exceto os zeros de q, isto e´, exceto as ra´ızes da equac¸a˜o q(x) = 0. Exemplo: As func¸o˜es f(x) = x 3+5 x2−1 e g(x) = 2x5−3 x4+1 sa˜o func¸o˜es racionais com domı´nios distintos. Observe que a func¸a˜o f tem como domı´nio o conjunto dos nu´meros reais, exceto os valores de x, em que x2 − 1 = 0, ou seja, quando x = ±1. Desta forma, temos que Dom(f) = R− {±1}. FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Com relac¸a˜o a func¸a˜o g, seu domı´nio e´ o conjunto dos nu´meros reais, exceto os valores de x, quando x4 + 1 = 0. No entanto, essa equac¸a˜o na˜o possui soluc¸a˜o real para x, ou seja, na˜o existe um x ∈ R, tal que x4 + 1 = 0. Sendo assim, temos que Dom(g) = R. Utilizando um software gra´fico, podemos esboc¸ar o gra´fico dessas duas func¸o˜es. Figura 21: Gra´fico da func¸a˜o f Figura 22: Gra´fico da func¸a˜o g 5.6 Func¸o˜es Alge´bricas e Func¸o˜es Transcendentes Uma func¸a˜o f e´ chamada de func¸a˜o alge´brica se puder ser constru´ıda utilizando operac¸o˜es alge´bricas, tais como: adic¸a˜o, subtrac¸a˜o, multiplicac¸a˜o, divisa˜o e extrac¸a˜o de ra´ızes. Em particular, as func¸o˜es polinomiais e as func¸o˜es racionais sa˜o func¸o˜es alge´bricas. As func¸o˜es que na˜o sa˜o alge´bricas sa˜o chamadas de func¸o˜es transcendentes. As func¸o˜es exponenciais, logar´ıtmicas e as func¸o˜es trigonome´tricas sa˜o exemplos de func¸o˜es transcendentes. Exemplo: Sa˜o exemplos de func¸o˜es alge´bricas as func¸o˜es f e g, definidas por f(x) = √ x+1 x e g(x) = x 2+2√ x + (x− 3). 39 Tipos de Funções Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Um exemplo de func¸a˜o transcendente e´ a func¸a˜o h, definida por h(x) = x cos x+ ex. 6 Func¸o˜es Perio´dicas, Func¸o˜es Pares e Func¸o˜es I´mpares Definic¸a˜o: Seja f : D ⊂ R → R e p uma constante positiva. Se f(x+ p) = f(x) para todo x ∈ D, enta˜o f e´ chamada de func¸a˜o perio´dica. Exemplo: Considere a func¸a˜o f : R → R, definida por f(x) = sen(x). A seguir, esboc¸amos o gra´fico de f que e´ uma func¸a˜o perio´dica. Figura 23: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f Note que, a cada 2π, a representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f se repete, ou seja, o comportamento do gra´fico e´ ideˆntico quando temos p = 2π, p = 4π, p = 6π. Logo, o valor nume´rico de p, a que se refere na definic¸a˜o anterior, na˜o e´ u´nico, podendo assumir infinitos valores. Definimos como sendo o menor positivo de tais nu´meros p o per´ıodo de f . Neste exemplo, o per´ıodo de f e´ p = 2π. Vamos considerar agora as func¸o˜es g : R → R, definida por g(x) = x2 e h : R → R, definida por g(x) = x5. Sabemos que essas sa˜o func¸o˜es polinomiais do segundo e quinto grau, respectivamente, cujos domı´nios sa˜o o conjunto dos nu´meros reais. A seguir, apresentamos a representac¸a˜o gra´fica dessas func¸o˜es. FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Figura 24: Gra´fico da func¸a˜o g Figura 25: Gra´fico da func¸a˜o h Observando o gra´fico da func¸a˜o g, definida por g(x) = x2, percebemos que ele apresenta uma simetria com relac¸a˜o ao eixo Oy (eixo das ordenadas). Note que o gra´fico da func¸a˜o h(x) = x5 tambe´m apresenta uma simetria, no entanto, com relac¸a˜o a origem. Essas duas func¸o˜es, apresentadas anteriormente, fazem parte de duas classes de func¸o˜es, a saber, a das func¸o˜es pares e das func¸o˜es ı´mpares. Aquelas que apresentam, graficamente, comportamento similar ao gra´fico de g sa˜o chamadas de func¸o˜es pares, e outras que apresentam caracter´ısticas similares a h sa˜o denominadas func¸o˜es ı´mpares. A seguir, definimos com o rigor matema´tico necessa´rio. Definic¸a˜o: Seja f uma func¸a˜o. Dizemos que f e´ par, se f(x) = f(−x), para todo x ∈ Dom(f), e f e´ ı´mpar, se f(−x) = −f(x), para todo x ∈ Dom(f). Exemplo: Determine se as func¸o˜es a seguir sa˜o pares, ı´mpares ou nenhuma delas. [a] f(x) = 2x3 − x [b] g(x) = x6 − x2 [c] h(x) = 3x4 − 2x3 SOLUC¸A˜O: [a] Seja f(x) = 2x3 − x. Vamos calcular f(−x) e −f(x). f(−x) = 2(−x)3− (−x) = −2x3+x. Portanto: f(−x) = −2x3+x. Note que f(x) �= f(−x), enta˜o, f NA˜O E´ PAR. 41 Funções Periódicas, Funções Pares e Funções Ímpares Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Calculando −f(x), temos: −f(x) = −(2x3 − x) = −2x3 + x. Desta forma, −f(x) = −2x3 + x. Observe que −f(x) = f(−x) (calculado anteriormente), portanto, f E´ I´MPAR. [b] Seja g(x) = x6 − x2. Vamos calcular g(−x) e −g(x). g(−x) = (−x)6 − (−x)2 = x6 − x2. Portanto, g(−x) = x6 − x2. Note que g(x) = g(−x), e desta forma g E´ PAR. Calculando −g(x) temos: −g(x) = −(x6 − x2) = −x6 + x2. Assim, −g(x) = −x6 + x2. Observe que −g(x) �= g(−x) (calculado anteriormente), por isso, g NA˜O E´ I´MPAR. [c] Seja h(x) = 3x4 − 2x3. Vamos calcular h(−x) e −h(x). h(−x) = 3(−x)4−2(−x)3 = 3x4+2x3. Portanto: h(−x) = 3x4+2x3. Note que h(x) �= h(−x), com isso, h NA˜O E´ PAR. Calculando −h(x), temos: −h(x) = −(3x4 − 2x3) = −3x4 + 2x3. Desta forma, −h(x) = −3x4 + 2x3. Observe que −h(x) �= h(−x) (calculado anteriormente), nesse caso, h NA˜O E´ I´MPAR. Observe a seguir o gra´fico dessas treˆs func¸o˜es que indica as simetrias existentes quando a func¸a˜o e´ par (gra´fico de g sime´trico com relac¸a˜o ao eixo das ordenadas) ou ı´mpar (gra´fico de f sime´trico com relac¸a˜o a origem), e a na˜o existeˆncia da mesma quando a func¸a˜o na˜o e´ par e nem ı´mpar. Figura 26: Gra´fico da func¸a˜o f Figura 27: Gra´fico da func¸a˜o g Figura 28: Gra´fico da func¸a˜o h FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Uma questa˜o interessante a se fazer e´ a seguinte: Se efetuarmos operac¸o˜es de adic¸a˜o, multiplicac¸a˜o, subtrac¸a˜o e divisa˜o com func¸o˜es pares, estas ainda continuam sendo pares? E com as func¸o˜es ı´mpares? A seguinte proposic¸a˜o vem esclarecer tais questionamentos. Proposic¸a˜o: Sejam f e g duas func¸o˜es. [a] Se f e g sa˜o pares, enta˜o: [i] f · g e´ par; [ii] f + g e´ par; [iii] f g e´ par. [b] Se f e g sa˜o ı´mpares, enta˜o: [i] f · g e´ par; [ii] f + g e´ ı´mpar; [iii] f g e´ par. [c] Se f e´ par e g e´ ı´mpar, enta˜o: [i] f · g e´ ı´mpar; [ii] f g e g f sa˜o ı´mpares. Demonstrac¸a˜o: [a] f e g sa˜o pares: [i] Para que f · g seja par, devemos mostrar que f · g (x) = f · g (−x). Vamos enta˜o calcular f · g (x). (f · g) (x) = f(x) · g(x). Como f e g sa˜o pares, temos que f(x) = f(−x) e g(x) = g(−x) e, assim, f(x) · g(x) = f(−x) · g(−x) = (f · g)(−x), para todo x ∈ Dom(f) ∩ Dom(g). Portanto, como (f · g) (x) = (f · g)(−x), f · g e´ par. [ii] Para que f + g seja par, devemos mostrar que f + g (x) = f + g (−x). Vamos enta˜o calcular f + g (x). (f+g) (x) = f(x)+g(x). Como f e g sa˜o pares, temos que f(x) = f(−x) e g(x) = g(−x), assim, f(x) + g(x) = f(−x) + g(−x) = (f + g)(−x), para todo x ∈ Dom(f) ∩ Dom(g). Portanto, como (f + g) (x) = (f + g)(−x), f + g e´ par. [iii] Para que f g seja par, devemos mostrar que f g (x) = f g (−x). Vamos enta˜o calcular f g (x). (f g ) (x) = f(x) g(x) . Como f e g sa˜o pares, temos que f(x) = f(−x) e g(x) = g(−x), enta˜o, f(x) g(x) = f(−x) g(−x) = ( f g )(−x), para todo x ∈ Dom(f) ∩ {x ∈ Dom(g)/g(x) �= 0}. Portanto, como (f g ) (x) = (f g )(−x), f g e´ par. 43 Funções Periódicas, Funções Pares e Funções Ímpares Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Os demais itens da proposic¸a˜o teˆm demonstrac¸a˜o ana´loga, sendo deixados a cargo do leitor. 7 Func¸o˜es Mono´tonas Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f , definida em um intervalo I, sera´: • crescente em I se, e somente se, f(x1) < f(x2) sempre que x1 < x2 com x1, x2 ∈ I; • decrescente em I se, e somente se, f(x1) > f(x2) sempre que x1 < x2 com x1, x2 ∈ I; • na˜o-crescente em I se, e somente se, f(x1) ≥ f(x2) sempre que x1 < x2 com x1, x2 ∈ I; • na˜o-decrescente em I se, e somente se, f(x1) ≤ f(x2) sempre que x1 < x2 com x1, x2 ∈ I. Se uma func¸a˜o for crescente, decrescente, na˜o-crescente ou na˜o-decrescente, em um intervalo I, diremos que ela e´ mono´tona em I. Exemplo: Considere a func¸a˜o g(x) = 3x. E´ fa´cil ver que g e´ mono´tona crescente, pois tomando x1, x2 ∈ Dom(g), tal que x1 < x2, sempre teremos f(x1) < f(x2), uma vez que g e´ uma func¸a˜o polinomial do primeiro grau e seu gra´fico e´ uma reta cujo coeficiente angular a = 3 e´ positivo. A figura a seguir apresenta a representac¸a˜o gra´fica de g. Observe que, conforme os valores de x aumentam, os valores de g(x) tambe´m aumentam. Figura 29: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o g FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Exemplo: Considere a func¸a˜o f(x) = x2. A seguir, apresentamos o seu gra´fico. Figura 30: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f Note que na˜o podemos afirmar que esta func¸a˜o f e´ mono´tona em todo o seu domı´nio. Nos valores reais negativos R− de seu domı´nio, a representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o apresenta um cara´ter descendente, isto e´, quando x e´ negativo e aumenta, o valor de f(x) = x2 diminui. Nos valores reais positivos R+ de seu domı´nio, a representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o apresenta um cara´ter ascendente, isto e´, quando x e´ positivo e aumenta, o valor de f(x) = x2 aumenta. Assim, esta func¸a˜o e´ decrescente nos reais negativos e crescente nos reais positivos. Ressaltamos que e´ poss´ıvel obter duas func¸o˜es que sejam mono´tonas, devendo, para isso, restringir o seu domı´nio em R− e R+. 8 Func¸o˜es Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f chama-se injetora (ou injetiva) se para todo x1, x2 ∈ Dom (f) talque x1 �= x2, enta˜o, f(x1) �= f(x2) ou, equivalentemente, se f(x1) = f(x2), enta˜o, x1 = x2. Exemplo: A func¸a˜o g(x) = 3x+4 e´ injetora. De fato, se g(x1) = g(x2), teremos 3x1 +4 = 3x2 + 4 ⇒ 3x1 = 3x2 ⇒ x1 = x2. Portanto, se g(x1) = g(x2) ⇒ x1 = x2. Exemplo: A func¸a˜o f(x) = 2x2 + 1 na˜o e´ injetora. De fato, considerando x1 = 1 e x2 = −1, teremos x1 �= x2, no entanto, f(x1) = f(x2) = 3. Desta forma, tomando x1 �= x2, encontramos f(x1) = f(x2). 45 Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f : D ⊂ R → B ⊂ R e´ chamada sobrejetora (ou sobrejetiva) se para todo y ∈ R existir um elemento x ∈ D, tal que f(x) = y. Em outras palavras, uma func¸a˜o f : A→ B e´ sobrejetiva se Im(f) = B. Exemplo: A func¸a˜o g(x) = 3x + 4 e´ sobrejetora. De fato, dado y ∈ R, considere x = y−4 3 . Assim, temos que: f(x) = f ( y − 4 3 ) = 3 ( y − 4 3 ) + 4 = (y − 4) + 4 = y Uma questa˜o natural a se fazer e´: Como sabemos que, neste nosso exemplo, o valor tomado de x deveria ser x = y−4 3 ? Para encontrarmos esse valor de x, devemos considerar a func¸a˜o g(x) = 3x+4, substituir g(x) por y e isolar x. Assim, teremos: y = 3x+ 4⇒ y − 4 = 3x⇒ x = y − 4 3 que e´ o valor tomado para x neste exerc´ıcio. Exemplo: A func¸a˜o f : R → R, definida por f(x) = x2, na˜o e´ injetora nem sobrejetora. De fato, para a sobrejetividade, considerando y = −4, na˜o existe x real, tal que x2 = −4. Ja´ para a injetividade, tomando x1, x2 ∈ Dom(f), de forma que f(x1) = f(x2), teremos (x1)2 = (x2)2 ⇒ x1 = ±x2. Logo, para quaisquer valores de x �= 0, a definic¸a˜o de injetividade na˜o estara´ satisfeita. Vamos agora considerar a representac¸a˜o gra´fica da mesma func¸a˜o do exemplo anterior, isto e´, f(x) = x2, pore´m, definida em f : R+ → R. Figura 31: Representac¸a˜o gra´fica da func¸a˜o f FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Note que podemos considerar esta func¸a˜o como sendo injetiva, ou seja, tomando x1, x2 ∈ Dom(f) = R+, de forma que f(x1) = f(x2), teremos (x1)2 = (x2)2 ⇒ x1 = x2, uma vez que os valores tomados para x so´ podem ser positivos. Logo, para quaisquer valores de x, a definic¸a˜o de injetividade estara´ satisfeita. REFLITA Observe que o domı´nio da func¸a˜o pode influenciar efetivamente no seu comportamento quanto a injetividade e sobrejetividade. No exemplo anterior, consideramos a func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R+ → R, e conclu´ımos que esta e´ injetiva. Contudo, para a mesma func¸a˜o, definida em f : R → R, esta na˜o e´ mais injetiva, devido ao fato de que seu domı´nio e´ composto por todos os nu´meros reais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f : D ⊂ R → B ⊂ R e´ uma func¸a˜o bijetora (bijetiva), se ela for, simultaneamente, injetora e sobrejetora. Exemplo: A func¸a˜o f(x) = 3x + 4 e´ bijetora. Observamos este resultado, uma vez que, em exemplos anteriores, provamos sua injetividade e sobrejetividade. O mesmo na˜o podemos dizer da func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R→ R, ja´ que ela na˜o e´ injetiva e nem sobrejetiva. REFLITA Ressaltamos que para uma func¸a˜o na˜o ser bijetora, basta que na˜o seja injetora ou sobrejetora, isto e´, em suas demonstrac¸o˜es, caso a func¸a˜o na˜o seja injetora e seja sobrejetora (ou vice-versa), ja´ teremos uma func¸a˜o que na˜o e´ bijetora. A seguir, apresentamos um teorema fundamental que relaciona a injetividade de uma func¸a˜o com sua monotonicidade. Note que podemos considerar esta func¸a˜o como sendo injetiva, ou seja, tomando x1, x2 ∈ Dom(f) = R+, de forma que f(x1) = f(x2), teremos (x1)2 = (x2)2 ⇒ x1 = x2, uma vez que os valores tomados para x so´ podem ser positivos. Logo, para quaisquer valores de x, a definic¸a˜o de injetividade estara´ satisfeita. REFLITA Observe que o domı´nio da func¸a˜o pode influenciar efetivamente no seu comportamento quanto a injetividade e sobrejetividade. No exemplo anterior, consideramos a func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R+ → R, e conclu´ımos que esta e´ injetiva. Contudo, para a mesma func¸a˜o, definida em f : R → R, esta na˜o e´ mais injetiva, devido ao fato de que seu domı´nio e´ composto por todos os nu´meros reais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f : D ⊂ R → B ⊂ R e´ uma func¸a˜o bijetora (bijetiva), se ela for, simultaneamente, injetora e sobrejetora. Exemplo: A func¸a˜o f(x) = 3x + 4 e´ bijetora. Observamos este resultado, uma vez que, em exemplos anteriores, provamos sua injetividade e sobrejetividade. O mesmo na˜o podemos dizer da func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R→ R, ja´ que ela na˜o e´ injetiva e nem sobrejetiva. REFLITA Ressaltamos que para uma func¸a˜o na˜o ser bijetora, basta que na˜o seja injetora ou sobrejetora, isto e´, em suas demonstrac¸o˜es, caso a func¸a˜o na˜o seja injetora e seja sobrejetora (ou vice-versa), ja´ teremos uma func¸a˜o que na˜o e´ bijetora. A seguir, apresentamos um teorema fundamental que relaciona a injetividade de uma func¸a˜o com sua monotonicidade. Note que podemos considerar esta func¸a˜o como sendo injetiva, ou seja, tomando x1, x2 ∈ Dom(f) = R+, de forma que f(x1) = f(x2), teremos (x1)2 = (x2)2 ⇒ x1 = x2, uma vez que os valores tomados para x so´ podem ser positivos. Logo, para quaisquer valores de x, a definic¸a˜o de injetividade estara´ satisfeita. REFLITA Observe que o domı´nio da func¸a˜o pode influenciar efetivamente no seu comportamento quanto a injetividade e sobrejetividade. No exemplo anterior, consideramos a func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R+ → R, e conclu´ımos que esta e´ injetiva. Contudo, para a mesma func¸a˜o, definida em f : R → R, esta na˜o e´ mais injetiva, devido ao fato de que seu domı´nio e´ composto por todos os nu´meros reais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f : D ⊂ R → B ⊂ R e´ uma func¸a˜o bijetora (bijetiva), se ela for, simultaneamente, injetora e sobrejetora. Exemplo: A func¸a˜o f(x) = 3x + 4 e´ bijetora. Observamos este resultado, uma vez que, em exemplos anteriores, provamos sua injetividade e sobrejetividade. O mesmo na˜o podemos dizer da func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R→ R, ja´ que ela na˜o e´ injetiva e nem sobrejetiva. REFLITA Ressaltamos que para uma func¸a˜o na˜o ser bijetora, basta que na˜o seja injetora ou sobrejetora, isto e´, em suas demonstrac¸o˜es, caso a func¸a˜o na˜o seja injetora e seja sobrejetora (ou vice-versa), ja´ teremos uma func¸a˜o que na˜o e´ bijetora. A seguir, apresentamos um teorema fundamental que relaciona a injetividade de uma func¸a˜o com sua monotonicidade. Note que podemos considerar esta func¸a˜o como sendo injetiva, ou seja, tomando x1, x2 ∈ Dom(f) = R+, de forma que f(x1) = f(x2), teremos (x1)2 = (x2)2 ⇒ x1 = x2, uma vez que os valores tomados para x so´ podem ser positivos. Logo, para quaisquer valores de x, a definic¸a˜o de injetividade estara´ satisfeita. REFLITA Observe que o domı´nio da func¸a˜o pode influenciar efetivamente no seu comportamento quanto a injetividade e sobrejetividade. No exemplo anterior, consideramos a func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R+ → R, e conclu´ımos que esta e´ injetiva. Contudo, para a mesma func¸a˜o, definida em f : R → R, esta na˜o e´ mais injetiva, devido ao fato de que seu domı´nio e´ composto por todos os nu´meros reais. Definic¸a˜o: Uma func¸a˜o f : D ⊂ R → B ⊂ R e´ uma func¸a˜o bijetora (bijetiva), se ela for, simultaneamente, injetora e sobrejetora. Exemplo: A func¸a˜o f(x) = 3x + 4 e´ bijetora. Observamos este resultado, uma vez que, em exemplos anteriores, provamos sua injetividade e sobrejetividade. O mesmo na˜o podemos dizer da func¸a˜o f(x) = x2, definida em f : R→ R, ja´ que ela na˜o e´ injetiva e nem sobrejetiva. REFLITA Ressaltamos que para uma func¸a˜o na˜o ser bijetora, basta que na˜o seja injetora ou sobrejetora, isto e´, em suas demonstrac¸o˜es, caso a func¸a˜o na˜o seja injetora e seja sobrejetora (ou vice-versa), ja´ teremos
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