Buscar

RESUMO - CONTRATOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTRATOS
Contrato: “Espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para a sua formação, do encontro da vontade das partes, por ser ato regulador de interesses privados”. (Maria Helena Diniz)
- Regulamenta vontades (elemento estrutural);
- Cria, modifica ou extingue direitos e obrigações (elemento funcional);
- Exige, como validade, o preenchimento dos requisitos previstos no artigo 104 do CC: agentes capazes, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei, além do consentimento.
REQUISITOS DO CONTRATO:
REQUISITOS SUBJETIVOS – DIZEM RESPEITO AOS SUJEITOS DO CONTRATO:
A – EXISTÊNCIA DE DUAS OU MAIS PESSOAS, JÁ QUE O CONTRATO É UM NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL OU PLURILATERAL;
B – CAPACIDADE GENÉRICA DAS PARTES CONTRATANTES PARA PRATICAR OS ATOS DA VIDA CIVIL, PODENDO O CONTRATO TORNAR-SE NULO OU ANULÁVEL;
C - APTIDÃO ESPECÍFICA PARA CONTRATAR, POIS A ORDEM JURÍDICA IMPÕE CERTAS LIMITAÇÕES À LIBERDADE DE CONTRATAR. EX.: CONTRATO DE COMPRA E VENDA ENTRE TUTOR E TUTELADO. 
D – CONSENTIMENTO DAS PARTES CONTRATANTES. 
REQUISITOS OBJETIVOS – DIZEM RESPEITO AO OBJETO DO CONTRATO:
A – LICITUDE DE SEU OBJETO, QUE NÃO PODE SER CONTRÁRIO À LEI E AOS BONS COSTUMES;
B – POSSIBILIDADE FÍSICA OU JURÍDICA DO OBJETO;
C – DETERMINAÇÃO DE SEU OBJETO, POIS ESTE DEVE SER CERTO OU, PELO MENOS, DETERMINÁVEL;
D – ECONOMICIDADE DE SEU OBJETO, QUE DEVERÁ VERSAR SOBRE INTERESSE ECONOMICAMENTE APRECIÁVEL.
REQUISITOS FORMAIS – SÃO ATINENTES À FORMA DO CONTRATO:
NÃO HÁ RIGORISMO DE FORMA, CELEBRANDO-SE O CONTRATO PELO LIVRE CONSENTIMENTO DAS PARTES CONTRATANTES, POIS APENAS EXCEPCIONALMENTE A LEI REQUER OBEDIÊNCIA AOS REQUISITOS DE FORMA. 
Princípios fundamentais DO DIREITO CONTRATUAL:
Princípio da autonomia da vontade – se funda na liberdade contratual dos contratantes, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica.
Abrange:
- liberdade de contratar ou não contratar (exceção: seguros obrigatórios);
- liberdade de escolher o outro contratante (exceção: serviços públicos);
- liberdade de fixar o conteúdo do contrato, escolhendo qualquer uma das modalidades contratuais reguladas por lei.
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA - A liberdade na contratação não é absoluta. Limitada pela supremacia da ordem pública, que veda convenções que lhe sejam contrárias, ou aos bons costumes. (Art. 421, CC)
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO – o contrato deve ter alguma utilidade social, de modo que os interesses dos contratantes venham a amoldar-se aos interesses da coletividade. Os contratos, portanto, deverão estar voltados à solidariedade, à justiça social, à livre iniciativa, ao progresso social, à livre circulação de bens e serviços, evitando o abuso do poder econômico, a desigualdade entre os contratantes, e o desrespeito à dignidade da pessoa humana. Deste modo, um contrato que verse sobre o depósito de lixo em um terreno de um bairro residencial não atende ao interesse social de saneamento e higiene, desrespeitando assim esse princípio. 
Assim, o princípio da autonomia da vontade sofre restrições decorrentes do dirigismo contratual, que é a intervenção estatal na economia do negócio jurídico contratual (medidas restritivas). Ex.: Revisão judicial dos contratos – cláusula rebus sic stantibus (teoria da imprevisão), ou seja, nos contratos de trato sucessivo ou a termo, o vínculo obrigatório entende-se subordinado à continuação daquele estado de fato vigente ao tempo da estipulação. 
Princípio do consensualismo - o simples acordo de duas ou mais vontades basta para gerar o contrato válido, pois não se exige, em regra, qualquer forma especial para a formação do vínculo contratual. 
 ESTE PRINCÍPIO COMPORTA ALGUMAS EXCEÇÕES, COMO OS CHAMADOS CONTRATOS REAIS, EM QUE A FORMAÇÃO DO CONTRATO SE DARÁ APENAS COM A EFETIVA ENTREGA DA COISA. TEMOS COMO EXEMPLOS DE CONTRATOS REAIS O DEPÓSITO E O MÚTUO. 
Princípio da obrigatoriedade da convenção – o contrato faz lei entre as partes, sendo que as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas (Pacta sunt servanda). 
 Não é absoluto, por estar limitado ao princípio do equilíbrio contratual, ou seja, a teoria da imprevisão (Cláusula rebus sic stantibus), que dá ao juiz, excepcionalmente, um poder de revisão, por imprevisibilidade (art. 317, CC), podendo ainda decretar a resolução do contrato (arts. 478/480, CC), atendendo, também, ao princípio da equivalência das prestações, previsto nos arts. 6º, V, e 51, do CDC (Lei 8.078/90).
Princípio da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual: O contrato não deve aproveitar nem prejudicar terceiros, vinculando exclusivamente as partes que nele intervieram. O contrato somente produz efeito entre os contratantes. 
Exceções: a) herdeiros universais (art. 1.792, CC), contudo a obrigação do de cujus será transmitida a eles até os limites das forças da herança; b) estipulação em favor de terceiros, que pode estender seus efeitos a outras pessoas, criando-lhes direitos e impondo deveres, apesar delas serem alheias à constituição da avença. (Contrato de seguro de vida).
Princípio da boa fé - artigos 113, 187 e 422, CC. Na interpretação do contrato, é preciso ater-se mais à intenção do que ao sentido literal da linguagem e, em prol do interesse social de segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato. Logo, se um dos contratantes não vier a cumprir seu dever, estará ofendendo a boa-fé objetiva, caracterizando o inadimplemento do ato negocial, independentemente de culpa. Por esse princípio, deverão ser evitadas, no contrato, as cláusulas abusivas ou desleais (cláusulas leoninas). 
Todos os princípios contratuais estão ligados ao respeito e proteção à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF), dando tutela jurídica aos contratantes, para que se efetivem a função social da propriedade (art. 1.118, § 1º, CC), do contrato (art. 421, CC) e a justiça social (art. 170, CC). 
Manifestação como elemento indispensável à constituição do contrato:
Manifestação volitiva dos contratantes – todo contrato requer o acordo de vontades das partes contratantes ou o consentimento, que não constitui somente um requisito de validade, mas também um pressuposto de sua existência. 
Manifestação tácita e o silêncio – a declaração de vontade pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa, desde que se evidencie inequivocamente de um ato, positivo e induvidoso, do contraente a manifestação de seu querer, pois não teria sido praticado sem o ânimo de aceitar o contrato. Ex.: O donatário de um automóvel, sem declarar que o aceita, toma posse do veículo, o licencia e utiliza; tal ato indica que aceitou a doação. 
Contratos entre presentes e entre ausentes – considera-se contrato entre presentes aquele em que as partes, pessoalmente ou por meio de representante, ditam seu consentimento, que é dado pelo aceitante no mesmo ato em que é feita a proposta, mesmo que estejam até distanciadas por continentes. Exs: Contrato por telefone ou por meio de comunicação semelhante (a aceitação deve vir logo após a proposta, imediata).
O contrato entre ausentes é o celebrado entre duas ou mais pessoas, propondo-se, aceitando-se e concluindo-se por meio de cartas, telegramas e outros meios de comunicação semelhantes (a aceitação da proposta não é imediata).
Fases da formação do vínculo contratual:
1 - Negociações preliminares.
São tratativas, isto é, conversações, entendimentos e reflexões sobre a oferta, até se encontrar uma solução satisfatória. É uma fase não obrigatória do contrato. Aqui, as primeiras negociações são feitas, dando origem à minuta. A minuta é um esboço de um contrato futuro. Não obriga as partes, porém, pode ter serventiacomo prova do rompimento injustificado das tratativas. Caso haja a criação de expectativas, gerando algum custo para as partes, o contratante que romper a minuta pode ter a obrigação de indenizar. 
Contrato preliminar (arts. 462/466, CC).
Gera obrigação de fazer quanto ao contrato final. Ex.: promessa de compra e venda, cessão de direitos, etc. Pode ser unilateral, no qual apenas uma pessoa se vincula (Ex.: opção de venda), e bilateral, no qual são criadas obrigações para ambos os interessados. A impossibilidade de fazer o contrato definitivo gera ressarcimento por perdas e danos.
2 - Proposta ou policitação - artigos 427/429, CC.
É a primeira fase obrigatória do contrato; é uma declaração unilateral de vontade do proponente dirigida a uma pessoa determinada ou indeterminada. É necessário que esta oferta esteja de acordo com os elementos essenciais do negócio jurídico. A oferta vincula o proponente, conforme art. 427 do CC. Porém, o proponente estará escusado de sua proposta se houver negativa do oblato, ou se decorrer o prazo estipulado na oblação. O proponente responderá por perdas e danos, se injustificadamente retirar a oferta.
3 – Aceitação.
A aceitação vem a ser a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído, desde que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.
Requisitos da aceitação: a) não exige obediência a determinada forma, salvo nos contratos solenes; b) deve ser oportuna, pois necessário se torna que ela seja formulada dentro do prazo concedido na policitação; c) deve corresponder a uma adesão integral à oferta; d) a resposta deve ser conclusiva e coerente. Artigos 430/435, CC.
Aceitação nos contratos entre presentes:
Se o negócio for entre presentes, a oferta poderá ou não estipular prazo para a aceitação. Se não contiver prazo, a aceitação deve ser imediata, e se houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido. 
Aceitação nos contratos entre ausentes:
Se o contrato for entre ausentes, existindo prazo, este deverá ser observado, mas se a aceitação se atrasar, sem culpa do oblato, o proponente deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos (art. 430, CC). Se o ofertante não estipulou qualquer prazo, a aceitação deverá ser manifestada dentro de tempo suficiente para chegar a resposta ao proponente.
Momento da conclusão do contrato entre ausentes:
Teoria da informação ou cognição:
 Tem-se um contrato perfeito no momento em que o ofertante tem ciência da aceitação do oblato, visto que, antes disso, não se pode dizer que exista um acordo de vontades. Tal teoria está em decadência, pois deixa ao arbítrio do policitante o momento de abrir uma correspondência e tomar conhecimento da resposta, geradora do vínculo obrigatório.
Teoria da agnição ou declaração:
Parte do princípio de que o contrato se aperfeiçoa no instante em que o oblato manifesta sua aquiescência à proposta. O nosso Código Civil aceitou esta teoria, com a ressalva de que não basta a formulação da resposta, sendo imprescindível enviá-la ao proponente – art. 433, CC.
LUGAR DA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO CONTRATUAL
DE ACORDO COM O DISPOSTO NO ART. 435 DO CÓDIGO CIVIL, O NEGÓCIO JURÍDICO CONTRATUAL REPUTAR-SE-Á CELEBRADO NO LUGAR EM QUE FOI PROPOSTO. ESSE LOCAL É AQUELE EM QUE A PROPOSTA É EXPEDIDA OU EM QUE É CONHECIDA.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos considerados em si mesmos
Classificação quanto à natureza da obrigação entabulada: 
a) unilaterais e bilaterais; 
b) onerosos e gratuitos;
c) comutativos e aleatórios;
d) paritários e por adesão.
Contratos unilaterais e bilaterais
Unilaterais: se um só dos contratantes assumir obrigações em face do outro. Ex.: Contrato de doação pura e simples, depósito, comodato, mútuo, mandato.
Bilaterais: cada um dos contratantes assume direitos e obrigações. Tem por característica principal o sinalagma, ou seja, a dependência recíproca de obrigações (contratos sinalagmáticos). Ex.: Contrato de compra e venda.
A exceptio inadimpleti contractus e a cláusula resolutiva tácita somente se prendem ao contrato bilateral; isto porque o contrato bilateral requer que as duas prestações sejam cumpridas simultaneamente, de forma que nenhum dos contratantes poderá, antes de cumprir sua obrigação, exigir o implemento da do outro. 
A teoria dos riscos só é aplicável ao contrato bilateral, porque apenas se deverá apurar qual dos contraentes sofrerá as consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação. Artigo 477, CC.
Contratos onerosos e gratuitos
Onerosos: aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial, correspondente a um proveito almejado. Ex.: Na locação de coisa, o locatário paga aluguel para poder usar e gozar do bem, e o locador entrega objeto que lhe pertence para receber aquele pagamento.
Gratuitos ou benéficos: oneram somente uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem, sem qualquer contraprestação. Ex.: Contrato de doação pura e simples. Arts. 114, 392, 447, CC.
Contratos comutativos e aleatórios
Comutativo: vem a ser aquele em que cada contraente, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência. Ex.: No contrato de compra e venda, o vendedor sabe que receberá o preço estipulado na medida de seu interesse, e o comprador, que lhe será transferido o domínio da coisa que pretendeu adquirir.
Aleatório: esse vocábulo vem do latim alea, que significa sorte, perigo, azar, incerteza de fortuna; por depender de um evento casual, é insuscetível de estimação prévia e dotado de uma extensão incerta. Exs: Contrato de seguro – o segurado, em troca do prêmio (prestação mensal), poderá vir a receber a indenização, se ocorrer um sinistro, ou nada receber, se aquele não advier - rifa; bilhete de loteria. Artigos 458/461, CC.
Contratos paritários e por adesão
Paritários: aqueles em que as partes têm igualdade de condições para negociar; os interessados livremente se vinculam, discutindo amplamente e fixando as cláusulas ou as condições que regerão a relação contratual.
Por adesão: aqueles em que inexiste a liberdade de convenção, uma vez que as cláusulas são impostas por um dos contratantes (o policitante). O Código Civil determina que nos contratos de adesão as cláusulas serão sempre interpretadas em favor do aceitante. Exs: Contratos de seguro, de transporte, de fornecimento de gás, eletricidade, água. Artigos 423/424, CC.
Classificação quanto à forma: consensuais (não solenes), solenes (formais), e contratos reais.
Contratos consensuais (ou não solenes): são os que se perfazem pela simples anuência das partes, sem necessidade de outro ato; a ordem jurídica não impõe nenhuma forma especial para a sua celebração. Exs.: Compra e venda de bens móveis, locação, contrato de transporte.
Contratos solenes (ou formais): aqueles em que a lei prescreve uma forma especial para a sua celebração; se o negócio for levado a efeito sem a observância da forma legal, não terá validade. Ex.: A compra e venda de um imóvel dependerá não só de escritura pública, mas também de assento no Cartório de Registro de Imóveis. Artigos 108, 758 e 1.245, CC.
Contratos reais: são aqueles que apenas se ultimam com a entrega da coisa, feita por um contraente a outro. Exs.: Comodato, mútuo, depósito, arras.
Classificação segundo a sua designação: nominados e inominados.
Contratos nominados (típicos) – são os contratos previstos e caracterizados em lei. Servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei; recebem da ordem jurídica uma regulamentação. Há, no Código Civil, vinte e três tipos dessa espécie de contrato: compra e venda, troca, doação, locação de coisas, etc.
Contratos inominados (atípicos) – afastam-se dos modeloslegais, pois não são disciplinados ou regulados expressamente pelo Código Civil ou por lei extravagante, porém são permitidos juridicamente, desde que não contrariem a lei e os bons costumes. Ex.: Contrato sobre exploração de lavoura de café; a troca de uma coisa por obrigação de fazer. Artigo 425, CC.
Classificação quanto ao tempo de sua execução: execução imediata e execução continuada (diferida ou sucessiva).
Contratos de execução imediata (instantâneos): são os que se esgotam num só instante, num só ato, mediante uma única prestação. Ex.: Compra e venda de uma coisa à vista.
Contratos de execução continuada (sucessivos): são os que se protraem no tempo, caracterizando-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais ou menos longo de tempo. Ex.: Compra e venda a prazo (financiamento de veículo).
Classificação quanto à pessoa do contratante: pessoais e impessoais.
Contratos pessoais ou personalíssimos (intuitu personae) – são aqueles em que a pessoa do contraente é considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão, por sua habilidade particular, competência, idoneidade (personalíssima). Ex: Show do Roberto Carlos.
Contratos impessoais – são aqueles em que a pessoa do contratante é juridicamente indiferente; pouco importa quem execute a obrigação; o único objetivo é que a prestação seja cumprida. Ex: Reforma de uma casa.
Contratos reciprocamente considerados
Contratos principais – são os que existem por si, exercendo sua função e finalidade, independentemente de outro.
Contratos acessórios – são aqueles cuja existência jurídica supõe a do principal, pois visam assegurar a sua execução. Ex.: A fiança é contrato acessório, estabelecido para garantir a locação, que é contrato principal; logo, a fiança não poderá existir sem a locação.
EFEITOS DO CONTRATO
Efeitos jurídicos decorrentes da obrigatoriedade do contrato:
- O contrato tem força vinculante, tendo obrigatoriedade em relação aos contraentes;
- cada contratante fica ligado ao contrato, sob pena de execução ou de responsabilidade por perdas e danos;
- o contrato deve ser executado como se fosse lei para os que o estipularam;
- o contrato é irretratável e inalterável, podendo, apenas, ser desfeito com o consentimento de ambas as partes (distrato).
Efeitos jurídicos quanto à sua relatividade:
- O contrato, em regra, somente obriga as partes contratantes, não alcançando terceiros, pois não lhes aproveita nem prejudica;
- a obrigação contratual, exceto a personalíssima, é passível de transmissão ativa e passiva aos sucessores a título universal e particular das partes;
- o princípio da relatividade sofre exceções, quando o contrato ultrapassa as partes que nele intervieram, atingindo terceiros que não o estipularam;
- a eficácia do contrato também é relativa ao objeto, pois dele surgem obrigações de dar, de fazer ou de não fazer.
Efeitos em relação a terceiros e a estipulação em favor de terceiros:
Como regra, o contrato não beneficia, nem prejudica terceiros.
Estipulação em favor de terceiro: é um contrato estabelecido entre duas pessoas, em que uma (estipulante) convenciona com outra (promitente) certa vantagem patrimonial em proveito de terceiro (beneficiário), alheio à formação do vínculo contratual.
Requisitos da estipulação em favor de terceiros:
Subjetivo: nessa relação jurídica aparecem três pessoas: o estipulante, o promitente (ou devedor) e o beneficiário.
Objetivo: será preciso que haja uma vantagem patrimonial, gratuita ou não, que beneficie terceira pessoa, alheia à convenção.
Formal: sua forma será livre, por se tratar de contrato consensual. Artigos 436/438, CC.
Promessa de fato por terceiro: O contrato produzirá efeitos em relação a terceiro se uma pessoa se comprometer com outra a obter prestação de fato de um terceiro não participante dele, caso em que se configura o contrato por terceiro (promessa de fato de terceiro) – art. 439, CC. Essa promessa de fato de terceiro constitui uma obrigação de fazer.
Contrato com pessoa a declarar: No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações decorrentes do ato negocial. Artigos 467/471, CC.
Efeitos particulares do contrato:
DIREITO DE RETENÇÃO - situação em que uma das partes, autorizada por lei, conserva em seu poder coisa alheia, que já detém legitimamente. Ex.: Todo possuidor de boa fé que tem direito à indenização das benfeitorias necessárias ou úteis, podendo, pelo valor delas, exercer o direito de retenção. (art. 1.219, CC).
Requisitos:
A - Detenção da coisa alheia, originada por uma causa normal e lícita;
B - Conservação dessa coisa;
C - Crédito líquido, certo e exigível do retentor;
D - Inexistência de exclusão legal ou convencional do direito de retenção.
Exceptio non adimpleti contractus (Exceção de contrato não cumprido): É uma defesa oponível pelo contratante demandado contra o co-contratante inadimplente.
Impossibilidade, em caso de cláusula solve et repete, em que o contratante assume a obrigação, mesmo que o outro não a assuma (contratos administrativos). Artigos 476 e 477 do CC.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor (art. 441, CC). É uma das manifestações do princípio da segurança jurídica, já que o alienante tem que garantir o uso da coisa, para que sua finalidade seja alcançada, ao adquirente. Diferencia-se o vício redibitório do erro, pois naquele o defeito está na coisa, e neste a coisa é perfeita, sendo que o adquirente é quem a adquire por engano. O prazo para reclamação do vício redibitório é de 30 dias para bens móveis e um ano para bens imóveis, enquanto no erro o prazo é de 4 anos. Ex.: Automóvel que apresenta aquecimento excessivo do motor, ao subir ladeiras. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, através de ação redibitória, pode o adquirente reclamar abatimento no preço, mediante ação estimatória (art. 442, CC).
Requisitos:
- Coisa adquirida em virtude de contrato comutativo ou de doação gravada com encargo;
- Vício ou defeito prejudicial à utilização da coisa ou determinante na diminuição de seu valor;
- Defeito grave da coisa;
- Vício oculto;
- Defeito já existente no momento da celebração do contrato.
Algumas conseqüências:
- Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu, com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato (art. 443, CC); 
- A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do adquirente, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição (art. 444, CC).
EVICÇÃO
É a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que a confere a outrem, seu verdadeiro dono, com o reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado oportunamente no contrato.
Na evicção, há três pessoas: a) o evicto, o adquirente que perderá a coisa adquirida ou sofrerá a evicção; b) o alienante, que transfere o bem por meio de contrato oneroso, suportando as consequências da decisão judicial; c) o evictor, que é o terceiro que move ação judicial, vindo a ganhar, total ou parcialmente, o bem objetivado no ato negocial. 
Requisitos:
- Onerosidade da aquisição do bem;
- Perda, total ou parcial, da propriedade ou da posse da coisa alienada ao adquirente;
- Sentença judicial, transitada em julgado, declarando a evicção;
- Anterioridade do direito do evictor;
- Ignorância do adquirente sobre a litigiosidade da coisa;
- Denunciação da lide.
DIREITOS DO EVICTO:
- O Evicto tem o direito de demandar pela evicção, movendo ação contra o alienante;
- O Evicto tem o direito de reclamar, além da restituição integral do preço ou das quantias pagas, perdas e danos e indenização por benfeitoriasúteis e necessárias. Artigos 447/457, CC.
ARRAS
As arras ou sinal é um instituto jurídico de difícil conceituação, considerando que pode assumir papéis distintos, dependendo de como foi estabelecido no acordo. Fazendo um arranjo conceitual, podemos dizer que arras ou sinal representam um valor dado previamente, antes de se consolidar a conclusão definitiva do contrato. 
No dizer de Venosa, são as arras ou o sinal dados para demonstrar que os contratantes estão com propósitos sérios a respeito do contrato, com a verdadeira intenção de contratar e manter o negócio. 
Arras ou sinal vem a ser a quantia em dinheiro, ou outra coisa móvel fungível, dada por um dos contraentes ao outro, a fim de concluir o contrato, e, excepcionalmente, assegurar o pontual cumprimento da obrigação. 
ESPÉCIES DE ARRAS:
ARRAS CONFIRMATÓRIAS - As arras ou sinal, regra geral, representam um valor pago em dinheiro ou um bem dado antecipadamente, a título de adiantamento, com o objetivo de confirmar um contrato. Nesta modalidade, que é a mais comum, este sinal é também conhecido como arras confirmatórias. 
ARRAS PENITENCIAIS - As arras são ditas penitenciais (vem de penitência ou sacrifício para expiação dos pecados) quando são utilizadas como pagamento de indenização pelo arrependimento e não conclusão do contrato. Esta modalidade de arras é a exceção e tem função secundária. 
As partes podem fixar no contrato limitação de responsabilidade, de modo a não ficarem sujeitas a indenizações complementares. Neste caso, as arras passarão a ter função unicamente indenizatória. (art. 420, CC).
EXTINÇÃO DA RELAÇÃO CONTRATUAL
MODOS NORMAIS DE EXTINÇÃO DA RELAÇÃO CONTRATUAL:
Execução: modo normal (pagamento, transação, novação (novo contrato, extinguindo-se o anterior), remissão (perdão do credor), consignação);
Solutio: fim natural, com a liberação do devedor através da satisfação do credor;
Quitação: ato pelo qual se atesta o pagamento, provando-o e exonerando o devedor da obrigação cumprida. Instrumento: recibo;
Pagamento: em regra, se prova com a quitação, embora esta não seja prova exclusiva.
Causas de dissolução do contrato anteriores ou contemporâneas à sua formação:
NULIDADE – É UM DEFEITO NA FORMA DO CONTRATO. A NULIDADE PODE SER:
Absoluta (arts. 166 e 167 do CC) – o contrato não produz quaisquer efeitos.
É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Relativa (art. 171, CC) – o contrato produzirá efeitos até o momento de sua anulação.
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Cláusula resolutiva (arts. 475/476, CC) – esta cláusula está implícita em todos os contratos bilaterais; se um dos contratantes não cumprir a prestação, a outra parte pode pedir a resolução do contrato, por não cumprimento do mesmo. Pode ser: 
1. Tácita: deverá ser apurada judicialmente para decretação da rescisão contratual, face prova do inadimplemento do devedor, precedida de interpelação promovida pelo credor.
2. Expressa: rescisão de pleno direito, sem necessidade de interpelação judicial, devendo ressarcir as perdas e danos ao credor.
Direito de arrependimento
Poderá ser sempre expresso nos contratos (cabendo imposição de multa pelos contratantes), mas também poderá decorrer da lei, na hipótese do art. 420 do Código Civil, ou no caso do art. 49 da Lei 8.078/90.
Causas extintivas do contrato supervenientes à sua formação:
Resolução por inexecução voluntária do contrato
Inadimplemento culposo do contrato por parte de um dos contratantes, dano causado ao outro e nexo de causalidade entre o comportamento ilícito do agente e o prejuízo. 
Sujeita o inadimplente ao ressarcimento das perdas e danos, abrangendo o dano emergente e o lucro cessante.
Resolução por inexecução involuntária do contrato
Caso fortuito ou força maior: opera-se a resolução de pleno direito, sem ressarcimento das perdas e danos, porém, mediante intervenção judicial poderá o contratante ser compelido a restituir o que recebeu, além da responsabilidade do devedor pelos danos, se estiver em mora.
Resolução por onerosidade excessiva - (arts. 478/480, CC)
Oriunda de evento extraordinário e imprevisível que atinge o contrato, provocando desequilíbrio entre os contratantes (teoria da imprevisão – cláusula rebus sic stantibus). Permite a rescisão judicial do contrato ou o reajustamento das prestações.
Resilição – é a forma de extinção do contrato pela vontade de uma ou ambas as partes; o contrato produz efeitos até o momento da extinção.
Resilição bilateral (distrato) - (art. 472 do CC)
 Negócio jurídico que rompe o vínculo contratual, mediante acordo de vontades dos contratantes. O distrato produz efeitos ex nunc.
Resilição unilateral - (art. 473 do CC)
Simples declaração de vontade de um dos contratantes, mediante denúncia noticiada à outra parte. Assume característica de revogação, renúncia e resgate. Produz efeitos ex nunc.
Morte de um dos contratantes
Só é causa extintiva se o contrato for intuitu personae (personalíssimo). Nesta hipótese, o contrato se extingue de pleno direito, com a extinção produzindo efeitos ex nunc.

Outros materiais