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A PELE, ferida e curativo

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A PELE 
A FERIDA 
 A CICATRIZAÇÃO 
O CURATIVO 
Profa. Luciana Mendonça 
Campus Universitário do Araguaia- UFMT 
PELE, CUTIS OU TEZ 
 Maior órgão do corpo 1,5 a 2,0 m2 (área) 
e 10 a 20% do peso corporal. 
 
 Espessura não uniforme. PH entre 4,5 e 6. 
 
 Coloração: raças, regiões do corpo e 
pigmentos (melanina / carotenos). 
 
 Camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
www.afh.bio.br/sentidos/img/sentidos%20pele.jpg 
PELE, CUTIS OU TEZ 
Manter a integridade do corpo; 
Proteger contra agressões externas; 
Absorver e excretar líquidos; 
Termorregulação; 
Absorver a luz ultravioleta; 
Metabolizar vitamina D; 
Detectar estímulos sensoriais; 
Servir de barreira contra microrganismos; 
Exercer papel estético; 
FUNÇÕES 
 
 Epiderme – recapear feridas e restaurar barreira contra 
organismos invasores 
 Epitélio multiestratificado de células achatadas justapostas, o 
epitélio pavimentoso, cuja principal função é a produção de 
melanina. 
 Principais células: melanócitos e os queratinócitos. 
 Não possui vasos sanguíneos e se renova a cada 20 ou 30 dias. 
EPIDERME 
 Restaurar integridade estrutural (colágeno) – fabricado pelos 
fibroblastos. 
 Envolve os anexos cutâneos (glândulas sebáceas, glândulas 
sudoríparas, pêlos, unhas); 
 Responsável pela elasticidade, resistência da pele ; 
 Participa da nutrição cutânea; 
 Imunidade (tráfego de céls. do Sistema Imune); 
 
DERME 
 
 Feixes de tecido conjuntivo e células gordurosas 
(adipócitos); 
 Fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um 
depósito de calorias; 
 É atravessada por vasos sanguíneos mais calibrosos; 
 É uma camada de ligação e isolante do frio e calor 
exacerbados 
 
HIPODERME 
FERIDA 
 Toda e qualquer solução de 
continuidade (perda) de tecido ou 
órgão, podendo atingir a epiderme, 
músculos e órgãos. 
FERIDA: Toda e qualquer ruptura da integridade de um 
tecido ou órgão ( Jorge e Dantas, 2003). 
 
Causas: Trauma, isquemia e pressão. 
 
 Quando a integridade da pele é alterada 
 
 
 Aparece uma ferida 
 
 
 
Inicia-se o processo de cicatrização 
 
9 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 Quanto à integridade cutânea: 
 Aberta : ruptura da pele e mucosas; 
 Fechada: pele íntegra. 
 
Quanto ao tempo de reparo: 
 Agudas: reconstituem por meio de processo cicatricial, cujas 
fases obedecem a uma seqüência esperada de tempo, 
aparência e resposta a um tratamento . Ex: Ferida cirúrgica . 
 
 Crônicas: Desvio na seqüência do processo cicatricial 
fisiológico. Ex. Úlcera venosa. 
 
FERIDAS 
 
Quanto à etiologia: 
 Intencional ou cirúrgica: quando é realizada de acordo com o fim 
terapêutico proposto; 
 Não-intencional: Trauma mecânico, químico ou físico, isquemia, 
pressão, patológicas: úlcera venosa e neuropática; 
 Iatrogênicas: são feridas resultantes de procedimentos ou 
tratamentos; 
 Patológicas: são lesões secundárias à uma determinada doença de 
base. 
 
Características do leito: 
 Necrose: isquêmica (seca) e liquefativa (úmida). Cinza, marrom, 
negra 
 Fibrina - Amarelo, marrom 
 Granulação – coloração rosa, vermelho pálido, vermelho vivo 
 Epitelização - ferida pouco exsudativa. 
FERIDAS 
FERIDAS - QUANTO À CONTAMINAÇÃO 
 Limpa: feita em condições assépticas, não infectadas, sem 
falhas técnicas. 
 Limpa contaminada: menos de 6 horas entre o trauma e 
o atendimento e sem contaminação significativa. 
 
 
 Contaminada: mais de 6 horas entre o 
trauma e o atendimento e com presença 
de partículas contaminantes, colonizada 
por flora bacteriana considerável. Também 
cirúrgicas quando a técnica asséptica é 
desobedecida. 
 
Infectada: presença de agente infeccioso 
no local da lesão com evidência de 
intensa reação inflamatória e destruição 
de tecidos. Apresentam evidências do 
processo infeccioso, como tecido 
desvitalizado, exsudação purulenta e odor 
característico 
 
 Quanto à Profundidade 
 
 Grau I: comprometimento da epiderme. A pele se encontra 
íntegra, mas há sinais de hiperemia, descoloração e 
endurecimento; 
 
 Grau II: perda parcial do tecido envolvendo a epiderme ou a 
derme, ulceração superficial com presença de bolhas ou 
cratera rasa; 
 
 Grau III: comprometimento da epiderme, derme e hipoderme. 
 
 Grau IV: comprometimento da epiderme, derme e hipoderme 
e tecidos mais profundos atingindo músculos, tendões e 
ossos. 
 
FERIDAS 
Quanto à causa: 
 Pérfuro-incisas - São produzidas pela ação de um 
instrumentos com borda afiada, geralmente pouco 
profundas e com penetração em cavidades. 
FERIDAS 
 Pérfuro-contusas - Caracterizam-se por 
pequenas aberturas na pele e pouco sangrante, 
podendo atingir grande profundidade. 
Contusas - Produzidas por objetos rombo de 
modo que o impacto é transmitido através da 
pele aos tecidos subjacentes, levando à ruptura 
de pequenos vasos. 
 Ferida lacerada - Margens denteadas, irregulares 
por excessiva força de estiramento, podendo 
lacerar músculos, tendões ou vísceras internas. 
 
 Feridas Abrasivas – São caracterizadas pela 
retirada de células da epiderme por causa da 
ação de fricção. 
 
ÚLCERA DE PRESSÃO 
 
Lesão de pele causada pela 
interrupção sanguínea em uma 
determinada área, que se desenvolve 
devido a uma pressão aumentada por 
um período prolongado. 
 
LOCAIS MAIS FREQUENTES DE ÚLCERA DE 
PRESSÃO 
 
Grau I Alterações em pele íntegra como: Temperatura quente 
ou fria; Consistência do tecido: endurecida ou 
amolecida; Sensação: dor ou prurido; Aspecto: 
hiperemia persistente ou leve pigmentação. 
Grau II Perdas parciais da pele, envolvendo epiderme e/ou 
derme. Úlceras superficiais, bolhas ou abrasão. 
Grau III Perda total da pele com destruição/necrose de tecido 
subcutâneo, mas com fáscia preservada. Úlcera 
profunda, com ou sem túneis em tecido adjacente. 
Grau IV Perda total da pele com destruição/necrose de outros 
tecidos como músculos, ossos, tendões, cápsulas 
articulares. 
 
 
 
 
COR DO TECIDO: 
 
Granulação – vermelho, rosa; 
 
Esfacelo e fibrina – amarelo, 
marrom; 
 
Necrose – cinza, marrom e negro; 
TECIDOS DE UMA FERIDA: 
 
Epitelização; 
Granulação; 
Esfacelo; 
Necrose; 
Escara. 
Epitelização 
Granulação 
Granulação 
Esfacelo 
Necrose 
ESCARA 
 
 
Quanto ao Exsudato: 
 
 Seroso: líquido inflamatório com baixo conteúdo protéico 
originado do soro sanguíneo ou das secreções serosas . 
 
 Hemorrágico: é decorrente de lesões com ruptura de vasos. 
Esta quase sempre associado a um exsudato fibrinoso ou 
purulento. 
 
 Purulento: é composto por células (leucócitos) e proteínas, 
produzido por um processo inflamatório. 
 
 Fibrinoso: extravasamento de grande quantidade de 
proteínas plasmáticas, incluindo o fibrinogênio e a 
precipitação de grandes massas de fibrina. 
 
 
FERIDAS 
EXSUDATO PURULENTO 
EXSUDATO FIBRINOSO 
A avaliação da ferida deve incluir: 
 
1. Tamanho (largura e comprimento) em centímetros; 
2. Profundidade em centímetros; 
3. Presença de túneis, fístulas –medir em centímetros; 
4. Localização ; 
5. Drenagem (exsudato) –cor, odor, quantidade; 
6. Presença de tecido necrótico; 
7. Evidência de infecção; 
AVALIAÇÃO DAS FERIDAS 
CICATRIZAÇÃO 
 
“A cicatrização é um processo sistêmico que 
exige do organismo a ativação, produção e 
inibição de grande número de componentesmoleculares e celulares que, em sequência 
ordenada e contínua patrocinam todo o 
processo de reparação tissular”. 
FASE INFLAMATÓRIA: 
 
Exsudativa, reativa, defensiva; 
Sistema imune (macrófagos, mastócitos, 
plaquetas, fatores de crescimento); 
Caracterizadas pelos sinais típicos: dor, calor, 
rubor, tumor (edema) e perda da função; 
Fagocitose de restos celulares e bactérias 
(exsudato); 
Duração: momento da lesão até 5 dias 
FASE PROLIFERATIVA: 
 
Duração: 12 a14 dias; 
Regenerativa, reconstrutiva, fibroblástica; 
Desenvolvimento de tecido de granulação/tecido 
conjuntivo, vasos e matriz extracelular 
(colágeno+fibronectina); 
Sintetização do colágeno; 
Término da retirada de tecido morto e bactérias 
pelos macrófagos; 
Ocorrem neo-angiogênese, produção de colágenos 
jovens e intensa migração celular, principalmente 
queratinócitos, promovendo a epitelização. 
 
FASE DE MATURAÇÃO OU REMODELAÇÃO: 
 
 
Duração: meses ou anos; 
Ocorre reorganização do colágeno, que 
adquire maior força tênsil e empalidece; 
 A cicatriz assume a coloração semelhante à 
pele adjacente.; 
O tecido cicatricial é mais fraco. 
 
 
 
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 
TECIDUAL 
(TORRES, 2005) 
FERIDA VASOCONSTRIÇÃO COÁGULO 
VASODILATAÇÃO INFLAMATÓRIA 
FAGOCITOSE 
NEO-VASCULARIZAÇÃO 
GRANULAÇÃO PROLIFERATIVA 
EPITELIZAÇÃO 
CONTRAÇÃO DA 
FERIDA 
SÍNTESE DO COLÁGENO 
MATURAÇÃO 
DEPOSIÇÃO DO 
COLÁGENO 
REDUÇÃO DA 
CICATRIZ 
CICATRIZAÇÃO 
FATORES QUE INTERFEREM NA 
CICATRIZAÇÃO: 
 
FATORES LOCAIS: 
Pressão contínua; 
Ambiente seco; 
Trauma; 
Edema; 
Infecção (prolonga fase inflamatória/impede 
epitelização); 
Tecido necrótico ou desvitalizado; 
 
FATORES SISTÊMICOS: 
 
 
Idade; 
Nutrição; 
Doenças associadas (doenças crônicas, nefropatias, 
neoplasias, dentre outras); 
Drogas sistêmicas (corticóides, agentes 
citotóxicos); 
Drogas imunossupressoras. 
COMPLICAÇÕES DA 
CICATRIZAÇÃO 
 Infecção: Drenagem de material purulento ou 
inflamação das bordas da ferida (pode gerar osteomielite, 
bacteremia e sepse); 
 
Hemorragia: Interna ou externa; 
 
Deiscência: Separação das camadas da pele e tecido (3 a 
11 dias após a lesão); 
 
Evisceração: protrusão dos órgãos vicerais. 
 
 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO: 
 
Primeira intenção → quando as bordas da ferida 
são, aproximadas cirurgicamente, há perda mínima de 
tecido, ausência de infecção e pequeno edema. 
 
Segunda intenção → ocorre quando há perda 
excessiva de tecido. Os progressos de contração e de 
cicatrização são mais lento. Nesse caso, a ferida é 
mantida aberta. 
 
Terceira intenção → também chamada de 
fechamento primário tardio, é uma combinação dos 
dois processos anteriores. O cirurgião aproxima as 
bordas de uma lesão tardia não foi possível, seja pela 
extensa, seja pela presença de infecção. 
 
 
PRIMEIRA INTENÇÃO 
PRIMEIRA INTENÇÃO 
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SEGUNDA INTENÇÃO 
TERCEIRA INTENÇÃO 
É a proteção da lesão ou ferida, contra 
ação de agentes externos físicos, 
mecânicos ou biológicos. É um meio que 
consiste na limpeza e aplicação de uma 
cobertura estéril em um lesão, quando 
necessário, com finalidade de promover a 
rápida cicatrização e prevenir 
contaminação e infecção. 
CURATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CURATIVO IDEAL! 
(Turner, citado por Dealey (1996) 
 
OBJETIVOS: 
 
1. Manter alta umidade entre a ferida e o curativo 
acelerando a epitelização, diminuindo a dor e 
aumentando o processo de destruição natural dos 
tecidos necrosados; 
2. Remover o excesso de exsudação com o objetivo de 
evitar a maceração dos tecidos próximos; 
3. Permitir troca gasosa; 
4. Fornecer isolamento térmico – a temperatura de 37° 
estimula o processo de cicatrização; 
 
5. Ser impermeável às bactérias, agindo como 
barreira mecânica entre a ferida e o meio 
ambiente; 
 
6. Estar isento de partículas e substâncias tóxicas 
contaminadoras de feridas que podem manter a 
inflamação e retardar a cicatrização; 
 
7. Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por 
aderência. 
 
FINALIDADES DO CURATIVO: 
  Remover corpos estranhos; 
 Reaproximar bordas separadas; 
 Proteger a ferida contra contaminação e infecções; 
 Promover hemostasia; 
 Favorecer a aplicação de medicação tópica; 
 Fazer desbridamento mecânico e remover tecido 
necrótico; 
 Reduzir edema; 
 Manter a umidade da superfície da ferida; 
 Limitar a movimentação dos tecidos em torno da 
ferida; 
 Dar conforto psicológico; 
 Diminuir a intensidade da dor; 
 Absorver a facilitar a drenagem de exsudatos 
CURATIVO 
 
 Tipos: 
Abertos; 
Semioclusivos; 
Oclusivos; 
Compressivos. 
 
Curativo aberto: Utilizados em algumas feridas 
cirúrgicas após 24 horas, cortes pequenos ou 
escoriações. 
 
Semioclusivos: Este curativo absorvente é 
comumente utilizado em feridas cirúrgicas. Ele 
permite a exposição da ferida ao ar, absorve 
exsudado da ferida e o isola da pele saudável 
adjacente. 
Oclusivo: Não permite a passagem de ar ou 
fluidos sendo uma barreira contra bactérias, ele 
veda a ferida, criando ambiente úmido favorável, 
promove isolamento térmico e determinações 
nervosas e impede a formação de crostas. 
 
Compressivo: É utilizado para promover 
hemostasia e auxiliar na aproximação das 
extremidades do ferimento. 
 
Sutura com fita adesiva: após a limpeza da 
ferida, as bordas do tecido selecionado são 
unidas, e a fita adesiva é afixada apropriado para 
cortes superficiais e de pequena extensão. 
MATERIAL NECESSÁRIO PARA A 
REALIZAÇÃO DE UM CURATIVO 
 
 Bandeja ou carrinho de curativo contendo: 
 Pacote de curativo (pinça kelly, dente de rato) ou luva estéril ; 
 Forro de papel, pano ou impermeável para proteger a roupa de cama; 
 Pacotes de gazes, ataduras, “chumaço”, compressas; 
 Saco plástico para lixo; 
 Solução de limpeza (SF 0,9%, AD); 
 Tesoura; 
 Máscara/ touca 
 Agulha 40X12; 
 Produto indicado (disponibilização e conhecimento); 
 Luvas de procedimento / luvas estéril; 
 Fita adesiva (micropore ou esparadrapo); 
 
COMO REALIZAR O CURATIVO 
1. Explicar ao paciente o procedimento que será feito; 
2. Preparar o ambiente; 
3. Lavar as mãos, colocar máscara e touca; 
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo; 
5. Levar a bandeja com o material ou o carrinho de curativo se tiver; 
6. Descobrir a área a ser tratada e proteger o forro de cama; 
7. Posicionar o paciente apropriadamente; 
8. Calçar as luvas; 
9. Abrir o pacote de curativo, colocando as pinças com os cabos 
voltados para a borda do campo; 
10. Colocar gazes em quantidade suficiente sobre o campo estéril; 
11. Caso o paciente esteja com curativo, umedecer o micropore com 
SF para facilitar sua retirada; 
12. Remover o curativo anterior com a pinça dente-de-rato e 
desprezá-la na borda do campo; 
 
 
 
 
 
 
 
13. Desprezar o curativo anterior no saco para resíduos/lixo; 
14. Limpar a lesão – com jato de SF diretamente do frasco ;removendo 
sujidades maiores, excesso de pomada e tecido desvitalizado; 
15. Jato de soro e debridamento; 
16. Realizar o procedimento sempre da área menos contaminada para mais 
contaminada; 
17. Não secar leito da ferida, apenas a pele adjacente; 
18. Aplicar produto (espátula estéril) ou gaze úmida; 
19. Fechar curativo(estética, identificação); 
20. Recolher o material e encaminhar para a realização da limpeza e 
esterilização; 
21. Deixar o paciente confortável; 
22. Providenciar limpeza e ordem do material 
23. Retirar as luvas; 
24. Lavar as mãos; 
25. Realizar anotação no prontuário do paciente, registrando a classificação, a 
quantidade de exsudato, aspecto e odor, presença de tecido de granulação e 
a condição da pele adjacente. 
 
PROCEDIMENTOS NA APLICAÇÃO DA TERAPIA 
TÓPICA 
DEBRIDAMENTO: 
MECÂNICO: Cirúrgico, por pressão de jatos de 
líquidos ou fricção. 
 
QUÍMICO: Com enzimas proteolíticas, fibrinolíticas 
e/ou colagenolítica 
 
AUTOLÍTICO: Uso de substâncias emolientes e que 
mantêm o leito da ferida úmido. 
 
PRODUTOS DE LIMPEZA 
UTILIZADOS EM FERIDAS 
Algumas soluções utilizadas: 
 
 
 Solução fisiológica 0,9%; 
 Solução de Ringer; 
 
 
 A limpeza da ferida pode ser realizada, 
com jatos finos de solução fisiológica, 
usando-se para isso, seringa e agulha. 
 Recomenda-se que: feridas sépticas sejam 
limpas de fora para dentro e feridas 
assépticas de dentro para fora. 
 Limpar numa só direção. 
SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS 
EM CURATIVOS 
 
Ácidos Graxos Essenciais (AGE) 
 
 Estimula a cicatrização (fase proliferativa e 
maturação), bactericida e desbridante . 
 Indicada para lesões abertas limpas, reversão do 
processo de hiperemia ( úlceras de pressão estágio1) 
e proteção da pele íntegra. 
 Troca do curativo no máximo em 24h. 
 
 
ÓLEO DE GIRASSOL 
 
 Girassol: sementes – óleo fixo (palmítico, 
linoleico e olêico), proteínas, betaína, colina 
e histidina; 
 Fácil acesso e baixo custo; 
 Mantém a função e a integridade das 
membranas celulares; 
 Lubrificam e agem como emolientes; 
 Não é estéril. 
 
CARVÃO ATIVADO COM PRATA 1% 
  É composto por uma almofada a base de 
nylon não aderente, em seu interior tem 
um tecido de carvão ativado com pasta de 
nitrato de prata a 1%. 
 Adsorve microrganismos e secreção 
purulenta no tecido de carvão, através de 
ação magnética; 
 A prata age impedindo a proliferação 
bacteriana; 
 Requer curativo secundário: absorver 
exsudato; 
 
 
 Indicado em feridas infectadas, com 
abundante exsudação e odor fétido ou não; 
 Ação antiinflamatória, bactericida, estimula 
granulação, preserva tecido epitelial, diminui 
odor; 
 Não pode ser cortado; 
 Troca quando o carvão estiver saturado, não 
ultrapassando 7 dias. 
 
 Colagenase: pomadas enzimáticas utilizadas 
no desbridamento enzimático suave e não 
invasivo de lesões e feridas com tecido 
desvitalizado. 
 Alginato de cálcio: Curativo industrializado 
estéril, indicado para uso em feridas abertas, 
sangrantes, exsudativas, infectadas ou não, 
onde se deseja estimular a rápido 
granulação. Necessita de cobertura 
secundária. 
 Troca: 24 a 48horas de acordo com a 
saturação. 
 
Alginato de cálcio Colagenase 
 Bota de unna: Gaze elástica que contém 
óxido de zinco, glicerina, gelatina em pó e 
água. 
 Indicada no tratamento ambulatorial e 
domiciliar de úlceras venosas de perna e 
edema linfático. 
HIDROCOLÓIDE 
 
 Interage o exsudado, formando um gel, que mantém o meio 
úmido, estimulando a angiogênese e o desbridamento 
autolitico; 
 Lesões planas e proteção em áreas de proeminência óssea e 
atrito; 
 Com Soro Fisiológico 0,9%, secar a área adjacente e aplicar a 
Placa de hidrocolóide, mantendo cerca de 2 cm em pele 
íntegra em todo contorno da lesão. Áreas de proteção: 
Aplicar a placa no local a ser protegido. Não utilizar em 
feridas colonizadas e infectada. 
 Troca: a cada sete dias, dependendo de sua saturação. 
 
 
 
 
PAPAÍNA 
 Indicada como desbridante químico 
devido a sua ação bacteriostática, 
bactericida e anti-inflamatória. 
Proporciona o alinhamento das fibras de 
colágeno. 
 Concentração de 2% a 10%. 
 Troca: 12 a 24horas. 
 
FILME TRANSPARENTE SEMIPERMEÁVEL 
 Material estéril feito de filme de poliuretano, 
transparente, elástico, semipermeável, aderente 
à superfícies secas. 
 Proporciona ambiente úmido, favorável à 
cicatrização. 
 Indicação: curativos fixação de cateteres 
vasculares, cobertura de incisões cirúrgicas 
limpas. 
 Deve ser trocados sempre que houver perda 
da transparência ou sinais flogísticos na lesão. 
HIDROGEL 
 Curativo hidroativo, industrializado sob forma de 
placa de gel transparente, incolor. 
 Composição: 77% de água, 20% propilenoglicol e 
2,3% carboximetilcelulose. 
 Indicação: remoção de crostas e tecidos 
desvitalizados e necrosados de feridas abertas por 
meio de desbridamento autolítico. 
 Troca: 24 a 72horas. É contra-indicado para pele 
íntegra e incisões cirúrgicas fechadas. 
 
 
SULFADIAZINA DE PRATA 
 Substância indicada na prevenção de 
colonização e tratamento de queimaduras. 
Os sais de prata desenvolvem ação 
bactericida e bacteriostática. 
 Troca: a cada 12 horas ou de acordo com a 
saturação da cobertura secundária. 
 Contra-indicada para pessoas hipersensíveis 
à substância. 
ATENÇÃO!!! 
 Para que se faça a escolha de um curativo 
adequado é essencial uma avaliação criteriosa 
da ferida. Contendo: anamnese com histórico 
completo do paciente, observando suas 
condições físicas, idade e estado geral, existência 
de doença de base, uso de medicamentos, 
localização anatômica, forma, tamanho, 
profundidade, bordas, condições da pele ao 
redor da ferida, presença de tecido de 
granulação, presença e quantidade de tecido 
necrótico e de drenagem da ferida. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 G. Telma; Junior de Oliveira A.G. Manual 
de Curativos. 2.ed. São Paulo: Corpus, 
2008. 
 KOCH, Rosi Maria et. al. Técnicas Básicas 
de Enfermagem. 18ed. Curitiba: Século 
XXI, 2002. 
 Jorge S.A.; Dantas S.R.P.E. Abordagem 
Multiprofissional do Tratamento de 
Feridas. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.

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