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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO I

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PROFESSORA: Ellen Delmas
Disciplina: DIREITO ADMINISTRATIVO I
AULA 01
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – FUNÇÃO ADMINISTRATIVA – DISTINÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVA, NORMATIVA E JURISDICIONAL – ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA – ORGÃOS PÚBLICOS – TEORIAS DO ÓRGÃO – CARACTERIZAÇÃO DO ÓRGÃO – CAPACIDADE PROCESSUAL - CLASSIFICAÇÃO
1- CONSIDERAÇÕES E CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO.
- Necessário se faz destacar que o sistema jurídico brasileiro se utiliza de organização estatal sob o foco da Federação que se constitui de componentes que materializam o estado (União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal) cada um deles atuando nos limites da competência prevista na CRFB.
- O Estado no sentido Latu Sensu tem natureza jurídica de Pessoa Jurídica de Direito Público, integrando a composição da Federação como Ente Público (ou Ente Politico) com personalidade jurídica (sujeito de direitos e obrigações) de direto público, gozando de prerrogativas expressamente previstas em nossa Constituição da República Federativa do Brasil para o exercícios de suas atividades administrativas em todos os seguimentos de atendimento a população brasileira.
- Diante da Constituicionalização do Direito Civil Brasileiro, este através da Lei 10.406/2002 atualizou o elenco das pessoas jurídicas de direito público interno conforme norma do artigo 41 em vigor, encerrando os entes políticos de forma expressa.
- Com a evolução da instituição que remonta 2 séculos atrás, acabou-se por surgir o Estado de Direito, pelo qual ao mesmo tempo em que Estado cria Direito, deve se sujeitar a ele, seguindo as próprias leis que edita.
2- PODERES E FUNÇÕES – ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
Os poderes são segmentos em que se divide o poder geral (abstrato e oriundos da soberania) que são inerentes e indispensáveis ao exercício da atividade estatal e sua abstração é diluída pelas funções de cada um destes poderes – instituição, devendo prevalecer entre eles o sistema de freios e contra-pesos em que se estabelece o equilíbrio no exercício das referidas funções, não havendo pois qualquer preponderância entre eles, segundo Montesquieu. As linhas definidoras das funções exercidas pelos poderes tem carater politico e figuram na constituição. È nesse sentido que se há de entender a independencia e a harmonia entre eles: se de um lado possuem sua própria estrutura, não se subordinando a qualquer outro, devem objetivar, ainda os fins colimados pela Constituição Federal.
Os poderes Estatais figuram expressamente na CRBF art. 2º – Os poderes da união independentes e harmônicos entre si são: Legislativo, Executivo e Judiciário. São eles estruturas internas destinadas ao cumprimento das funções especificas.
A cada um dos poderes são atribuídas funções típicas e preponderantes: Poder Executivo- função administrativa, Poder Judiciário- função jurisdicional- Poder Legislativo – função legiferante.
 Não há exclusividade no exercício destas funções pelos Poderes, mas sim preponderância.
Como as linhas definidoras dos poderes constam na CR, elas são eminentemente Políticas.
As funções atípicas provenientes da não exclusividade dos outros poderes, são funções que materialmente seriam por configurar também a noção de poder, só e somente se a Constituição permitir.
 LEGISLATIVO- função normativa – Mas exerce a função jurisdicional quando o Senado processa e julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade – Art. 52 CR e exerce a função administrativa quando organiza-se internamente
JUDICIÁRIO - além de sua função preponderante exerce a função normativa com a elaboração de seu regimento interno art. 96, I , “a” CR e função administrativa quando organizar seus serviços , artigo 96, I, a, b, c e 96 , II, a, b, c). 
Poder Executivo- pratica função normativa quando exerce poderes e normas gerais e abstratas através de seu poder regulamentador ou quando edita as MPs ou Leis delegadas.
Quanto à função jurisdicional o sistema constitucional pátrio não autorizou o seu desempenho por tal Poder.
Quanto a tipicidade das funções dos poderes, tanto podem se converter em atipicas ou tipicas nos termos da lei e da Constituição, a exemplo do que ocorreu com a edição da lei 11.441/2007 que alterou o CPC quanto aos inventarios e divorcios e separações consensuais que sempre constituiram função jurisdicional atípicas, pois apesar de serem funçoes administrativas, tinham que ser processadas e finalizados com a prestação jurisdicional, independente de existir litigio. Com a referida lei, tais procedimentos quando não houvrem litigios e os interessados foram capazes a concordes podem ser feitos por procedimentos de escritura publica em cartório de oficio de notas
OBS.: Segundo Diogo Figueiredo Moreira Neto (Administrativista)admite que o executivo exerça a função jurisdicional, porem sem definitividade. José Santos Carvalho Filho discorda, posto que seu argumento se baseia no fato de que a existência de conflitos administrativo não representa o exercício da função jurisdicional, uma vez que esta sim produz a resposta indicada ( coisa julgada) 
Constata-se, pois, que a função jurisdicional é praticamente monopolizada pelo poder judiciário, com algumas exceções como os casos julgados pelo poder legislativo através do Senado Federal;
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA - Segundo Otto Mayer (há divergência de todos os estudiosos sobre o tema) este defendia ao final do século passado a autonomia do direito administrativo ao final do direito constitucional”. Dizia que a Administração Pública é atividade do Estado para atender seus fins, sob a ordem jurídica.”
Muitos autores têm se valido de 3 critérios para caracterizar e identificar a função administrativa: Subjetivo (sujeito ou agente da função) Objetivo material (examina o conteúdo da atividade) e objetivo formal (explica a função pelo regime jurídico)
Tecnicamente a função administrativa é aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, sob a ordem jurídica constitucional e legal, sob regime de direito público, com objetivo de atender aos fins colimados pela ordem jurídica (interesse público: Estado (delegados) - sob regime de direito público- para atender os fins Estatais.
Este conceito é proferido pelo renomado Administrativista Aricê Moacyr Amaral Santos (seguido por Carvalhinho)-
 Na administração pública o grande alvo é a gestão dos interesses coletivos na sua mais vasta amplitude.
Em razão das mais variadas tarefas desempenhadas pela administração pública, muitos autores vem fazendo distinção entre GOVERNO e ADMINISTRAÇÂO e FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNÇÃO POLÍTICA. 
FEDERAÇÃO é forma de Estado.
No Brasil esta forma de Estado existe desde a Constituição de 1891 quando passou a ser república.
Em que pese a Federação ter origem americana onde os Estados se libertaram proveniente da luta das Colônias inglesas, formou-se um Único Estado, tornando-se unidos e com soberania- e aí para este processo se chama AGREGAÇÃO.
No Brasil foi diferente, onde o processo se deu por SEGREGAÇÃO pois, o Império adotava o Estado Unitário, com apenas um único poder político.
3. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO
Descentralização política - Vários entes com autonomia, onde além do poder central existem outros centros de poder conferidos às repartições;
Participação da vontade dos entes políticos na vontade nacional – art. 46 CRBF;
Poder de autoconstituição de forma a permitir que sejam constituídos também por suas próprias constituições ;
Os Municípios passaram ao status de ente federado, porém sua autoconstituição se dá por suas Leis orgânicas Municipais art. 29 CR;
Autonomia – Capacidade de auto-administração. A CR deixa claro que os entes que compõem a Federação são dotados de autonomia que no sentido político quer dizer: auto- organização, auto-governo e auto-administração 
3.5.1 - Auto- organização poder criar seu próprio estatuto digo diploma constitutivo 
3.5.2 -Auto- governo- organizar seu governoe eleger seus próprios dirigentes
3.5.3 Auto- administração- organiza seus próprios serviços
4- Direito Administrativo
4.1 Sistema jurídico de normas e princípios que regulamenta as relações entre o Estado e o Administrado ( relação externa ) é aquele e seus órgãos (relação interna) .
4.2- Este direito veio à lume com a criação do Estado de Direito, ou seja, quando o poder criador da lei passou a respeitá-la.
4.3- Com a necessidade de se organizar para o desempenho de suas atividades, o Estado desenvolveu quadro normativo das suas relações internas e externas.
4.4- O direito Administrativo então é: Conjunto de normas e princípios que visando sempre o interesse público regem as relações jurídicas entre pessoas e órgãos do Estado e entre este e a coletividade a quem deve servir
5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
5.1 - SENTIDOS –
 SUBJETIVO – Sujeito da função - agentes e órgãos;
 OBJETIVO – atividade desempenhada - ação dinâmica e própria da gestão dos interesses públicos executados pelo estado
5.2- A administração pública no sentido subjetivo não deve ser confundida com nenhum dos poderes estruturais do Estado.
6- Órgãos Públicos
6.1- Instrumento de manifestação de vontade de Estado
6.2- Repartições internas e necessárias à organização do Estado 
6.3 - Teoria do Órgão.
6.3.1- Evolução
6.3.1 - Teoria do mandato - não vingou, pois o Estado não possuindo vontade não poderia outorgar mandato cujos poderes não são de livre disponibilidade para delegação a terceiros sem qualquer vinculo com a administração pública.
6.3.2- Teoria da Representação - neste o Estado estaria sendo considerado incapaz, precisando de representação o que não é o caso e em havendo discordância do representante não poderia atribuir responsabilidade ao Estado- não vingou
6.3.3 - Teoria do órgão – ou teoria da imputação volitiva - configura que a vontade do Estado como pessoa jurídica é pelos órgãos que o compõem. Sua característica básica ou sinônimo é a reserva do princípio da imputação volitiva ou seja, a vontade do órgão é imputado á pessoa jurídica que pertence. Configura uma função de fato, de forma que uma vez integrando o órgão, o agente sempre manifestará a vontade do Estado, mesmo que e este não tenha sido investido legitimamente, bastando a aparencia da investidura e o exercicio da atividade pelo órgão, e os efeitos da conduta vão ser imputados a pessoa juridica.
7- CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
7.1 - Por Lei ( lei formal) chamadas das reservas legais– art. 48 XI CR. Antes se exigia lei para criação, estrutura e atribuições dos órgãos. A organização e estruturação pode ser por decreto do chefe do executivo – art. 84 VI da CR, alterada pela EC 32/2001
OBS.: CNJ e CNMP – órgãos originários da constituição e não de uma lei ordinária.
7.2- Conceito- compartimento na estrutura estatal a que são atribuídas funções determinadas, sendo integradas por agente para sua execução. Manifesta a própria vontade do Estado.
8- CAPACIDADE PROCESSUAL
8.1- Órgão não tem capacidade processual e por isso não pode estar em juízo. Exceção- Mandado de Segurança –defesa de suas competências e ainda a capacidade judicial extraordinária quando os órgãos podem estar em juizo para defesa de suas prerrogativas constitucionais.
8.2- A ideia de conferir capacidade processual aos órgãos públicos tem evoluido para certos litigios. Já se admitiu a impetração de mandado de segurança por Câmara Municipal contra Prefeito para obrigá-lo a devida prestação de contas ao legislativo, tendo sido concedida a segurança. Esta especial capacidade judiciária só é aceita em relação aos órgãos de mais elevada posição no poder público. Exemplo: TJ-RJ, MS 200800400067 – Relator Marcos Alcino de Azevedo Torres – Publicado em 18-09-2008
8.3- Não nos parece adequado a formação de litisconsórcio entre órgão e a própria pessoa juridica a que pertence como já foi decidido pela corte superior – STJ – RESP 241637-BA 1 TURMA REL. MIN. GARCIA VIEIRA – JULGADO EM 17-2-2000. Neste caso a personalidade judiciária é atribuida ao órgão em si para defesa de sai competencia ou se o problema é outro a capacidade deve ser da pessoa juridica de direito público.
8.4 – Há exceção como aquela tratada pelo CDC onde há previsão de serem legitimados para promover a liquidação e execução de indenização as entidades e órgãos da administração pública direta ou indireta ainda que sem personalidade juridica, especificamente destinado a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC – artigo 82, III.
9- AGENTES PÚBLICOS – são os elementos fisicos que são indispensáveis para o desempenho das atividades administrativas existentes na administração pública. Sem eles, que são pessoas fisicas que a qualquer titulo estão vinculados a administração publica, não eremos o movimento volitivo capaz de concretizar o objetivo da administração pública.
AULA 2
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
PRINCIPIOS ADMINISTRATIVOS- PRINCIPIOS EXPRESSOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO- LEGALIDADE- IMPESSOALIDADE- MORALIDADE-PUBLICIDADE.EFICIÊNCIA. PRINCIPIOS RECONHECIDOS. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERSSE PÚBLICO. PRINCIPIO DA AUTOTUTELA. PRINCIPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE. PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE – PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
- São Postulados Fundamentais, verdadeiros cânones pré- normativos que norteiam a atividade dos administradores (Estado) quando exerce atividade administrativa ;
- Cretella Junior- Não se pode encontrar qualquer instituto do departamento administrativo que não esteja informado por seus responsáveis princípios;
 -Doutrina Moderna – entende que através dos seus princípios se dá a melhor interpretação das normas jurídicas;
- Esta doutrina – Robert Alexy e Ronald Dworkin - as normas jurídicas admitem duas categorias clássicas: princípios e regras;
- As regras são processadas de forma disjuntiva, ou seja, se o conflito entre elas é dirimido no plano da validade, ou seja, ambas sendo aplicável à situação somente uma delas a regulará sendo a outra invalidada pela nulidade;
- Os princípios em razão de seu valor processam-se pelo modo da ponderação de valores ou de interesses, ou seja, deverá o interprete avaliar o grau de preponderância entre eles, não havendo modificação do princípio não utilizado (Paulo Bonavides)
- Há divergências entre autores quanto à aplicação dos princípios administrativos e constitucionais, vistos aqueles pelos estudiosos como de maior relevância 
- Postulados – Cânones –interpretação (Alexy e Dworkin) 
- Normas Jurídicas - Regras e Princípios- Processo de Invalidade e Ponderação
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
- Capitulo VII Titulo III da CR art 37, caput;
- Revela a diretriz fundamental da Administração Pública
PRINCIPIO DA LEGALIDADE
-Origem – Estado de Direito
- Diretriz básica do administrador- toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizado por lei, do contrario é ilícita;
- Helly Lopes Meirelles – para o campo privado “- pode-se fazer tudo que a Lei não proíbe” no campo público” só pode fazer o que a lei autoriza”.
- Conseqüência – a própria garantia dos direitos do indivíduo do confronto entre a atividade administrativa e a Lei
- Havendo dissonância entre a conduta e a lei, prevalece esta, devendo ser corrigida a ilicitude.
- A lei precede a atividade administrativa, logo é importante lembrar que o exercício da atividade pressupõe o exercício da atividade legiferante.
PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE
- Não pertence a uma pessoal em especial 
- Objetivo 1- igualdade de tratamento para os administrados que estiverem em idêntica situação jurídica
- Faceta do princípio da isonomia
- Objetivo 2- Administração deve voltar-se para o interesse público, impedindo favorecimentos- reflexo do princípio da finalidade (ou seja, alcance do interesse publico) 
- Quando ocorre a pessoalidade (conduta ilícita), dá ensejo ao desvio de finalidade.
-Este princípiotem proteção no direito positivo – art. 2° alínea é da lei 4717/65- Ação Popular que comina sanção de invalidade o desvio de finalidade
5- PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
- Não dispensa os preceitos ético de sua conduta
- Destingue de honesto e desonesto 
- Foi bem aceito na sociedade
- Objetivo- coibir condutas imorais no seio da administração
- Está associado ao principio da legalidade
- Em algumas situações a imoralidade configuração ofensa à lei, também tratamento discriminado- positivo ou negativo 
- Ato de improbidade são imorais –Lei 8429/92
- Instrumento para tutelar jurisdicionalmente a moralidade- Ação Popular – art. 5° LXXIII
- Entendimento de que basta lesar o princípio para motivar ação e não configurar única e simplesmente lesão patrimonial;
- Sergio de Andréa Ferreira, discorda quando diz que há necessidade de dúplice exigência da invalidade porque o ato inválido tem que produzir, com seu objeto, resultado danoso.
- Ação Civil Pública- Lei 7437/85 (art. 129 III CR) Instrumento de proteção à moralidade pública . Só MP pode. Ex. Resolução nº 07/05 do CNJ – Nepotismo
Quanto ao nepostismo algumas situações atuais devem ser mencionadas, onde para este fim, fica proibida a nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de conjuge ou companheiro ou parente em linha direta ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive de membros de tribunais, juizes e servidores investidos em cargos de direção ou assessoramento, estendendo-se a vedação a ofensa por via obliqua, concretizada pelo favorecimento recíproco, ou por cruzamento, excetuando-se da vedação para tais hipóteses, é claro, os casos em que a nomeação recai sobre conjuge ou parente que ocupam cargos efetivos por efeito de aprovação em concurso público. Ainda assim, porém, não podem exercer funções de subordinação direta ao juiz ou a autoridade administrativa aos quais estejam vinculados por matrimônio, união estável ou parentesco.
No caso em questão ficaram de fora da proibição as nomeações de parente para cargos politicos como os do Ministro ou Secretario Estadual ou Municipal e isso em virtude de terem esses cargos natureza eminentemente politica, diversa, do que caracteriza os cargos e funçoes de confiança em geral os quais tem feição nitidamente administrativa./PR Rel. Min. Ellen Grace – 16-10-2008 – Informativo STF 524 – out 2008
Ex.: STF Recl 6650-MC-Agr - Súmula Vinculante 13 e Agente Político
O Tribunal, por maioria, negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão que deferira pedido de liminar em reclamação, na qual se impugna, sob alegação de afronta à Sumula Vinculante 13, decisão proferida em ação popular que suspendera o ato de nomeação do reclamante, irmão do Governador do Paraná, para o cargo de Secretário Estadual de Transportes (Decreto estadual 3.3.48/2008). Entendeu-se irretocável a decisão recorrida. Reportando-se ao que decidido no RE 579951/RN (DJE de 12.9.2008), asseverou-se que a nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que regem a Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses nela elencadas. Dessa forma, não seria possível submeter o caso do reclamante - nomeação para o cargo de Secretário Estadual de Transporte, agente político - à vedação imposta pela referida Súmula Vinculante, por se tratar de cargo de natureza eminentemente política. Por fim, no que se refere ao pedido formulado pelo agravante no sentido de se impedir o exercício pelo reclamante do cargo de responsável pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA, autarquia estadual, considerou-se o fato de não se estar a analisar o mérito da presente reclamação, devendo o julgamento ficar restrito apenas à aferição da fumaça do bom direito. Vencido o Min. Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso, ao fundamento de que não seria possível empolgar o que decidido no RE 579951/RN para se ter base para a reclamação, por se tratar de processo subjetivo, e porque o Verbete Vinculante 13 não versaria expressamente a possibilidade da nomeação verificada.
Rcl 6650 MC-AgR/PR, rel. Min. Ellen Gracie, 16.10.2008. (Rcl-6650)
Entretanto, o STF não considerou a nomeação de Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual como agente politico, vedando sua nomeação feita pelo Governador do Estado, seu irmão.
Ex. Recl 6702.
PRINCIPIO DA PUBLICIDADE
- Atos da administração pública devem merecer a mais ampla divulgação entre só administradores;
- Objetivo- proporcionar o controle da legitimidade da conduta do agente;
- A publicação se dá em órgãos da empresa e afixação entre determinados locais;
- O princípio da publicidade pode ser reclamado de duas formas: 1- direito de petição art. 5° XXXIV CF; 2- certidões – uma vez expedidas revelam a verdade dos fatos e direitos, ou não veiculadas a informação ou veiculadas incorretamente, terá o administrado os instrumentos Constitucionais para garantir a restauração da legalidade – MS art. 5° LXIX CF, Hábeas data art. 5° LXXI CF
-
PRINCIPIO DA EFICIÊNCIA 
- Origem EC 19/98 – elevou o princípio a status constitucional 
- Efeitos – conferiu direitos aos usuários para cobrar os serviços desempenhados
- Núcleo do princípio: produtividade e economicidade - redução de desperdícios do dinheiro público;
- Abrange os serviços prestados aos administrados, mas também aos órgãos internos – a administração deve recorrer a moderna tecnologia e outros métodos para dar qualidade ao serviço: Ex.: EC 45 que acrescentou ao art. 5° CF o inciso LXXVIII quando fala em prazo razoável de tramitação dos processos.
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 
- aceitação geral
- doutrina e jurisprudência se referem a eles 
-critério principiológico
PRINCÍPIO SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
- atividades administrativas desenvolvidas para beneficio da coletividade
- destinatário- coletividade. Ex. desapropriação, poder de polícia do Estado
10-PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
- Poder de revisão de seus atos – Não é faculdade – é dever
11-PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
- bens e interesses não pertencem a administração nem a seus agentes, cabendo-lhes atuar em nome de terceiros.
12-PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PUBLICO
- art 37 VII CR
- Não tem caráter absoluto, ma é regra geral
- Está relacionado ao princípio da supremacia
- Em ambos os destinatários são a coletividade
- Exceções –paralisação do serviço para reparos técnicos; obras de expansão de melhorias; inadimplemento do usuário para com a concessionária e permissionárias: Ex. luz e telefone
13-PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
-qualidade do que é razoável
- dentro dos limites acertáveis – standarts
-razoabilidade vai se colocar entre as situações postas e as decisões administrativas
- ofensa a este princípio, fere outro, o da legalidade 
- se assenta nos princípios de legalidade e finalidade
14-PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
- fundamento – excesso de poder
- fim- conter atos, decisões e condutas de agentes públicos
- doutrina alemã- 3 fundamentos:
1- adequação – o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim
2- exigibilidade- conduta necessárias - nem mais nem menos grave
3- proporcionalidade em sentido estrito (vantagens)
15- MOTIVAÇÃO - fundamento legal – artigo 93,X da CRFB, artigo 50 da lei 9784/99 – todas as decisões administrativas devem ser motivadas para facilitar o seu controle no sentido de verificar se estão de acordo com a finalidade pública e a legalidade.
AULA 3
PODERES ADMINISTRATIVOS – USO E ABUSO DE PODER – EXCESSO E DESVIO DE PODER – PODER DISCRICIONÁRIO. PODER VINCULADO- PODER REGULAMENTAR – PODER HIERÁRQUICO – PODER DISCIPLINAR – DEVERES DOS ADMINSITRADORES PÚBLICOS.
1- PODERES ADMINSITRATIVOS.
- Prerrogativa especial de direito público – PODER-DEVER – instrumento para realização das atividades administrativas;- Uso do poder – utilização normal pelos agentes públicos das prerrogativas que a lei lhes conferir 
- Poder -dever agir
- Características: a- irrenunciáveis; b- obrigação de seu exercício
- Vedam a inércia (omissão) – esta se reveste de ilegitimidade na medida que o administrador público tem o dever de agir
- O administrado tem o direito subjetivo de cobrar do administrador o mínimo de atuação dentro dos parâmetros aceitáveis;
- Temos (1) omissões genéricas – cabe ao administrador avaliar a oportunidade e conveniência de adoção das providências positivas; (2) omissões específicas – ocorre mesmo diante de expressa imposição legal no sentido do facere administrativo. 
- Conseqüência para o agente omisso- responsabilização civil, penal ou administrativa
2- ABUSO DE PODER- EXCESSO E DESVIO DE PODER 
- Excesso - o agente atua fora dos limites de sua competência, invadindo atribuições de outro agente;
- Desvio - embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público - chamado de desvio de finalidade- este desvio é mais ocorrente nos atos discricionários
- Efeitos- revisão judicial ou administrativa 
- A invalidação do ato abusivo pode dar na esfera da administração com fundamento no principio da autotutela
- Pode também se dar pela via judicial por MS art. 5° LXIX CF
- Em alguns casos este abuso pode representar ilícito penal nos termos da lei 4898/65 que estabelece sanções para o agente abusivo;
- Esta abusividade é combatida pelo controle Ex.: CNJ e CNMP- EC 45/04
- Nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva, mas toda abusividade representa ilegalidade
3- PODERES ADMINISTRATIVOS
3.1- Conceito e natureza Jurídica
Conceito- são prerrogativas de direito público destinadas aos agentes públicos para o desempenho de suas funções, conferidas pela ordem pública.
Natureza Jurídica- prerrogativas de direito público
4-PODER DISCRICIONÁRIO
- Núcleo deste poder- valoração da conduta no sentido de eleger dentre várias escolhas a que mais tem conveniência e oportunidade 
- esta escolha deve estar revestida de legalidade com o fim colimado 
- Limitações : 1- Adequação da conduta escolhida pelo agente à finalidade que a lei expressa; 2- verificação dos motivos inspiradores da conduta 
- O que se veda ao judiciário é a aferição dos critérios (mérito) administrativos: oportunidade e conveniência.
- Discricionariedade e Arbritariedade – tais institutos se diferem no sentido de que ao administrador é conferido o poder discricionário para melhor desempenhar as atividades estatais enquanto a arbitrariedade é a extrapolação deste poder sobre o manto da discricionariedade
- Atividades Vinculadas – tais atividades são muitas vezes consideradas como poder vinculado. Contudo muitos autores entendem que como são vinculadas, ou seja, deve se reproduzir fielmente o que a lei determinar, sem qualquer possibilidade de escolha de contuda diversa, seria equivocado o entendimento como poder, não passando de atividade, efetivamente.
- Controle judicial – Todos os atos administrativos podem ser controlados pelo poder judiciário no sentido de sua legalidade. Em relação aos atos vinculados não há dúvida em razão de sua própria natureza, pois se todos os elementos do ato administrativo estão previstos em lei, seu controle será obrigatório.Quanto aos atos discricionários, deverá o judiciário também efetuar o seu controle quanto aos elementos vinculados do ato ( competência, objeto, e finalidade), não podendo efetuar o seu controle quanto aos tos de valoração ( mérito adminsitrativo), sob pena de substituir-se ao administrador público, o que é vedado por lei, com fundamento no principio da separação dos poderes.
Contudo, muitos doutrinadores, tem entendido, que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade tem sido instrumentos de valoração para o controle da discricionariedade, se deparando com condutas que refletem verdadeiros abuso de poder. 
- Discricionariedade e conceitos indeterminados – discricionariedade não pressupõe imprecisão de sentido o que ocorre com os conceitos indeterminados como bons costumes, ordem pública, interesse público, etc...
- CARACTERÍSITCAS DA DISCRICIONARIEDADE: a) norma de previsão aberta que exija complemento de aplicação; b) margem de livre decisão, quanto a conveniência e oportunidade da conduta do administrador; c) ponderação valorativa de interesses concorrentes, com prevalecência do que melhor atender ao fim da norma.
5- PODER REGULAMENTAR
- Complementar as leis para sua aplicabilidade - 
- Natureza jurídica – prerrogativa de direito público: 1- originário- vem da CRFB – CNJ/ CNMP artigo 103-B da CRFB; 2- derivados- só poder ser exercido com precedente legislativo.
- Formalização- decretos e regulamentos – art. 84 IV CR
- Regulamentação técnica- mecanismo moderno de atuação do administrador no sentido de não só efetivar a aplicação da lei mediante complementação de conteúdo organizacional, mas sim a criação de normas técnicas não contidas na lei, proporcionando uma inovação no ordenamento jurídico.
- Lei e Poder Regulamentar
Poder Regulamentar é subjacente à lei por isso a CRFB autorizou o Chefe do Poder executivo a expedir decretos e regulamentos, viabilizando a efetiva execução da lei – artigo 84,VI.
- O poder regulamentar não pode contrariar a lei, ele deve ser secundum legem, logo, não podem cirar obrigações e direitos, com fundamento na previsão da norma do artigo 5º, II da CRFB, que trata do principio da legalidade.
- CONTROLE DOS ATOS DE REGULAMENTAÇÃO - fundamentação – artigo 49, V da CRFB. Contudo quanto ao controle judicial, temos que avaliar o conteúdo do ato, uma vez que se for ato regulamentar contra legem, será cabível o controle da legalidade, resultante do confronto entre o ato e a lei, haverá a crise de legalidade e não de constitucionalidade, não podendo ai se utilizar da Ação Direta de Inconstitucionalidade, prevista no artigo 102, I, a da CRFB, sob o argumento de que a mesma menciona leis e atos normativos.
- Se o ato regulamentar ofender diretamente a CRFB, sem que haja lei a que se subordinar, terá a qualificação de ato autônomo e ai sim poder ser compelido pela ADIN.
- O ato regulamentar então deverá ser normativo e ser autônomo para ser atacado pela via do controle concentrado da ADIN.
- Portanto, com o advento da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, prevista no artigo 102, § 1º da CRFB, regulamentada pela Lei 9882/99, o controle concentrado é mais amplo destes atos regulamentares – autônomos e subordinados, abrangendo a inconstitucionalidade direta e indireta.
- Outra hipótese é o Mandado de Injunção previsto no artigo 5º, LXXI da CRFB, que prevê que o judiciário declare a inércia do órgão ou agente incubido de regulamentar a norma e não o fez, para o fim de possibilitar ao indívíduo a exercer os direitos de liberdades constitucionais.
- A regra que autoriza o Chefe do Executivo a regulamentar a lei, deve conter o prazo para tal ato. Neste prazo a lei não se torna exeqüível enquanto não editado o ato.Caso não haja prazo, o entendimento é de verdadeira inconstitucilidade.
REGULAMENTOS AUTÔNOMOS.
1ª POSIÇÃO – existência em nosso ordenamento jurídico, sobre o fundamento de que decorrem dos princípios administrativos implícitos – HELY LOPES MEIRELLES, DIOGO DE FIGUEIREDO;
2ª POSIÇÃO - ainda que tecnicamente existentes, o nosso ordenamento jurídico pátrio não os admite, pois a atribuição ao Executivo de poder editar atos se dá para a fiel execução de lei ( regulamentos de execução) – CRETELLA JR., DIOGENES GASPARINI, MARIA SYLVIA E JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO.
- A CF/67 permitia, pois conferia ao Presidente da República dispor sobre estruturação, atribuições e funcionamentos nos órgãos da administração federal.
- Hoje a CRFB previu sobre a organização e funcionamento na forma da lei _ artigo 84, VI
- Com a EC 32/01 houve a modificação do artigo 84, VI. Os simpatizantes do entendimento da existência do decreto autônomoinvocam este texto constitucional.
- Para a existência deles, os mesmos devem criar direitos e obrigações e com isto haveria conflito com o artigo 5º, II da CRFB;
- Para serem admitidos a CRFB deveria prevê-los, assim com fez com a norma do artigo 62 da carta política que prevê as Medidas Provisórias.
DEVERES ADMINISTRATIVOS
1- DEVER DE PROBIDADE - honestidade/moralidade.
- efeitos: suspensão dos direitos políticos; perda da função pública; indisponibilidade dos bens e obrigação de ressarcimento aos cofres pelo administrador que cometeu os danos e responsabilização penal.
- efeitos expressos na CRFB no artigo 37, §4º - inovação com a manifesta expressão na carta política;
- regulamentando a disposição Constitucional, adveio a Lei 8429/92 que trata dos atos de improbidade adminstrativa. 3 formas:
a) enriquecimento ilícito;
b) prejuízo ao erário público;
c) ofensa aos princípios constitucionais;
- A lei abrange todo o agente público, sob qualquer forma de vinculação ao Poder Público e até aqueles que concorrerem mas que não são agentes públicos, respondem.
- se houver dano ao erário, será competente para propor a ação a pessoa jurídica a qual pertence o agente ou o MP, com objetivo para seqüestrar os bens do agente e também para propor ação principal;
- Também poderá ser proposta Ação Popular, regulamentada pela Lei 4717 a ser proposta por qualquer cidadão.
2- DEVER DE PRESTAÇÃO DE CONTAS
-Encargo do administrador público;
- se acentua na gestão do dinheiro público;
- o controle pode ser feito internamente por seus próprios órgãos ou externamente pelo Poder Legislativo – tribunal de Contas – artigo 71 da CRFB. Ex. Artigo 84, XXIV da CRFB;
3- DEVER DE EFICIÊNCIA
- obrigação – artigo 37 caput da CRFB;
4- PODER HIERÁRQUICO
- Hierarquia – escalonamento vertical dos órgãos e agentes com o objetivo de organização da função administrativa.
- efeitos: a) comando dos agentes superiores sobre os inferiores; b) fiscalização; c) revisão dos atos administrativos; d) delegação e vinculação.
- DELEGAÇÃO - transferência de atribuições de um órgão a outro. Não é irrestrito – não abrange a todas as funções. Abrange funções genéricas e comuns
- AVOCAÇÃO - fato inverso – chefe superior pode substituir-se ao subalterno, chamando para si as questões afetas aquele. Tem caráter excepcional – è tratada na Lei 9784/99.
SUBORDINAÇÃO E VINCULAÇÃO
- São relações jurídicas estabelecidas em razão da delegação e da avocação.
- SUBORDINAÇÃO tem caráter interno e se estabelece entre os órgãos – fator decorrente de hierarquia e VINCULAÇÃO – tem Carter externo e decorre do controle das pessoas federativas.
- HIERARQUIA E FUNÇÕES ESTATAIS.
- Hierarquia é cabível nas funções estatais. Inexiste hierarquia entre agentes que exercem função jurisdicional ou legislativa.
- A função jurisdicional tem o principio da livre convicção do juiz – Exceção que mitigou este principio – Súmulas vinculante – EC 45/04 que acrescentou o artigo 103-A. Tal situação dispõe que os juizes de primeiro grau e órgãos do poder judiciário deverão respeitar as sumulas vinculantes, se estendendo para os demais poderes da República – Executivo e Legislativo.
- Caso o interessado deseje, poderá promover reclamação ao STF – artigo 103, A § 3º.
- Para função legislativa prevalece o principio da partilha de competências constitucionais, peculiar as federações.
AULA 04
PODER DE POLÍCIA
Poder de Policia – conceito – fundamentos- competência – objeto – finalidade- policia administrativa – e policia judiciária – atributos – limites- formas de atuação- legitimidade da policia administrativa.
I- Introdução
Para que o Estado possa atingir seus objetivos, precisa se valer de mecanismos próprios, que vimos anteriormente, os chamados poderes administrativos, verdadeiras prerrogativas para o devido exercício do múnus público.
Considerando inclusive que ao administrador só é dado fazer o que a lei permite, relembramos então que o principio da legalidade, informador de todo o direito administrativo, nos leva a concluir que o direito positivo absorve todos os mecanismos acima mencionados.
Os poderes, por muitas vezes se defronta com conflitos entre os direitos privados e o público, e por isso há a necessidade do Estado se impor inclusive restringindo direitos dos indivíduos.
O alcance dos objetivos de ordem pública que devem ser alcançados pelo Estado, é imprescindível para assegurar a conveniente proteção aos interesses públicos, instrumentando os órgãos, segundo o entendimento do d.Celso Antonio Bandeira de Mello.
O poder de policia deve ser entendido sobre dois sentidos: Amplo e Estrito
No sentido amplo o poder de polícia siginifica toda e qualquer ação restritiva do Estado em relação a direitos individuais, ressaltando neste sentido a função legiferante do poder legislativo, como função típica, no sentido de criar direito novo, através do processo legislativo propriamente dito, caracterizando desta forma o principio constitucional de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei – artigo 5, II da CF.
No sentido estrito, o poder de polícia se configura como atividade administrativa, caracterizada como verdadeira prerrogativa conferida aos agentes da administração pública para restringir e condicionar a liberdade e a propriedade. Neste sentido pois é considerada a policia administrativa.
 E se é neste sentido que estudaremos a policia administrativa, devemos lembrar que a mesma obrigatoriamente está subjacente á lei, de forma que esta já preexiste quando os administradores passam a exercê-la.
Devemos diferenciar policia-função e policia-corporação, sendo certo que aquela é a função estatal propriamente dita em seu sentido material indicando atividade administrativa e esta considera-se como órgão administrativa.
II- Conceito
É o modo de atuar da autoridade administrativa consistente em intervenção no exercício das atividades individuais suscetíveis de fazer perigar interesses gerais, evitando danos sociais que a lei quer evitar.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, poder de policia é prerrogativa de direito público que embasada em lei, autoriza a administração pública a restringir o uso e gozo da liberdade e da propriedade em favor dos interesses da coletividade.
O poder de policia é previsto na Constituição da República no artigo 145, II, quando autoriza a União, Estados, Municípios e Distrito Federal a instituírem taxas ( e não tarifas) em razão do exercício do poder de policia e o Código Tributário Nacional em seu artigo 78, define o poder de policia.
O Ibama criou preço por meio de portaria, apesar de a hipótese configurar pagamento pelo exercício do poder de policia e por isso o STF deferiu liminar para suspender a eficácia da portaria, segundo a tese de que seria taxa e esta só pode ser instituída por lei
III- Competência
- A competência para exercer o poder de policia, em regra, é da pessoa federativa a qual a constituição conferiu poder para regular a matéria.
- Os assuntos de interesse nacional ficam sob a competência da União Federal quando sujeitos a regulamentação e policiamento. Quando falamos em interesse regional, estão sujeitos as normas e à policia estadual e os assuntos de interesse local ficam sujeitos ao ente municipal. Este entendimento e do administrativista Hely Lopes Meirelles.
- De acordo com o sistema de competências constitucionais, há a fixação de normas básicas do poder de regulamentação das pessoas federativas, de acordo com os artigos 21, 22, 25 e 30 da CRFB.
- Contudo há as hipóteses do poder concorrente, onde os entes poderão exercer em conjunto certas competências, como exemplo o poder de policia por pessoa de nível federativo diverso. Tal conclusão emana do artigo 22, p. único, 23 e 24 da CRFB.
- Porém será inválido o ato praticado por pessoa federativa que não tenha competência constitucional para regulara matéria e logo para impor a restrição. Bem como deverá ter lei que tenha lastro constitucional.
- Porém, em razão do sistema de competência constitucional ser complexo, contando com 3 niveis e com 2 formas: privativas e concorrentes, haverá sempre questionamentos. Como exemplo temos quanto a fixação do horário bancário, já se ter sido definido pela jurisprudência como sendo de competência da União através da sumula 19 do STJ, contudo para fixação do horário comercial das lojas a competência é do Município – sumula 645 do STF.
Súmula – STJ - A FIXAÇÃO DO HORARIO BANCARIO, PARA ATENDIMENTO AO PUBLICO, E DA COMPETENCIA DA UNIÃO.
Súmula nº 645 – STF- Competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial
- O poder de policia em algumas situação gera ensejo de competência concorrente entre as pessoas federativas, onde sua execução se dá através de cooperação através do regime de gestão associada nos termos do 241 da CRFB, onde os entes federativos interessados firmarão convênios administrativos e consórcios públicos para atenderem aos objetivos do interesse comum. Temos o exemplo do trânsito, onde há infrações sujeiras as fiscalizações federal, estadual e municipal.
- O poder de policia originário e delegado estão intrinsecamente ligado a questão da competência, pois aquele ente que tem competência para editar as leis limitativas, é lógico que lhe cabe minudenciar através de atos normativos e administrativos objetivando tais restrições. Esta pois se trata da competência originária, em sentido amplo. Quanto a competência delegada, esta se resume na transferência do exercício desta competência.
- Ai temos uma questão controvertida, pois que o Estado não só exerce suas atividades e presta seus serviços públicos através de seus órgãos internos. Contudo resta saber se as pessoas administrativas ligadas ao Estado tem idoneidade para exercer o poder de policia.
- Como exigência temos que tal delegação de prestação de serviços públicos ou mesmo execução do poder de policia seja feita por lei formal, ou seja, aquela originária do processo legislativo. Como exemplo do dito acima, temos que O STJ por falta de previsão em lei formal, o Ministro Ilmar Galvão considerou ilegal multa aplicada por entidade paraestatal, uma vez que somente lei pode fixar os condicionantes do exercício de liberdade e da propriedade. No RESP 3745-RJ.
- Se a dúvida consiste em serem estas pessoas administrativas ligadas ao estado idôneas ou não,temos que a doutrina dominante entende ser positiva a resposta, pois que tais entidades são o prolongamento do estado, tendo como respaldo também o parecer da Procuradoria do Estado sobre a FEEMA e para tal invocou os mais nobres administrativistas.
- Entenda-se que a existência de lei formal é pressuposto de validade da policia administrativa exercida pela própria administração direta e como tal poderia servir de amparo para o exercício do poder de policia pela pessoa paraestatal, mesmo que estas sejam dotadas de personalidade jurídica de direito privado. O importante é que haja expressa delegação na lei pertinente e que o delegatário seja integrante da Administração Pública. Como exemplo temos a decisão proferida pelo Tribunal de Alçada Cível do Rio de Janeiro sobre o poder de policia exercido pela COMLURB, pessoa jurídica de direito privado, porém paraestatal que atua nas autuações em decorrência de um poder de policia delegado em legislação.
- Tal assunto levantou polêmica sobre o exercício do poder de policia pela Guarda Municipal do Rio de Janeiro, criada pelo Município do RJ sob a forma de empresa pública, embora as funções exercidas pela referida não se enquadrassem na categoria de empresa pública. O argumento trazido pelos que eram contrários a situação, era de que eram pessoas jurídicas de direito privado, bem como seus servidores eram submetidos às leis trabalhistas, o que não lhes conferia estabilidade, passando então alguns a defenderem a anulação das multas proferidas por eles.
- Contudo o entendimento do administrativista José dos Santos Carvalho Filho é no sentido de não ser razoável o entendimento destes pela anulação das multas com base em seus argumentos, pois que inexiste qualquer vedação constitucional para que as pessoas administrativas de direito privado possam exercer o poder de policia na modalidade fiscalizatória. Contudo é obvio que lhes cabe o poder de criação de normas restritivas de policia. Porém uma vez criadas, nada impede que fiscalizem o cumprimento das restrições. Como exemplo temos a lei 9503/97 – Código de Trânsito.
- Logo há necessidade do preenchimento de 3 requisitos: 1- a pessoa jurídica deve integrar a estrutura da administração Indireta; 2- A competência delegada deve ter sido conferida por lei.3- Os atos de poder de policia deve ser restringir a fase fiscalizatória, partindo do principio de que as restrições preexistem e de que se cuida de função executória e não inovadora. O argumento sobre ser os servidores destas pessoas administrativas estarem sujeitos , também não deve prosperar, pois temos como exemplo várias autarquias de fiscalização profissional que contem em seus quadros funcionários regidos pela CLT, mas que seus atos são verdadeiros atos administrativos.
- Noutro giro, a delegação não pode ser outorgada a pessoa jurídica da iniciativa privada, desprovida de vinculação oficial com os entes públicos, visto que não são dotadas de ius imperii, para o desempenho da atividade de policia.
III- Policia Administrativa e Policia Judiciária
Os estudiosos costumam dividir o poder de policia em policia judiciária e policia administrativa, ressaltando que ambas se enquadram no âmbito da função administrativa, representando as atividades de gestão de interesses públicos.
A policia administrativa é atividade da administração que se esgota em si mesma, ou seja, inicia e se completa no âmbito da função administrativa, incide basicamente sobre as atividades dos indivíduos. Tem caráter eminentemente preventivo
A policia Judiciária, embora seja atividade administrativa, não se esgota em si mesma, mas sim prepara para a atuação jurisdicional penal, sendo regulada pelo Código de Processo Penal – artigo 4 e seguintes. Incide preordenadamente sobre os indivíduos, ou seja aquele a quem se atribui o cometimento de ilícito penal. Tem caráter predominantemente repressivo
Esta distinção não é absoluta, pois pode a policia administrativa agir de forma repressiva quando interditam um estabelecimento ou apreendem bens obtidos por meios ilícitos.
A finalidade do poder de policia é a de proteger os interesses coletivos, estreitando-se com o próprio fundamento do poder, ou seja, o interesse público.
IV- Formas de atuação.
A administração no exercício da atividade de policia pode atuar de duas maneiras: 1-editando atos normativos, que tem como característica o seu conteúdo genérico, abstrato e impessoal, configurados como atos dotados de ampla abrangência. A formas de manifestação destes atos se dão por meio de decretos, resoluções, instruções, 2- através de atos concretos, considerados como preordenados a determinados indivíduos plenamente identificados.
Os atos de policia quanto ao conteúdo podem expressar determinações de ordem pública ou consentimentos dispensados aos indivíduos.
As determinações se configuram quando a vontade administrativa se apresenta de forma impositiva, gerando deveres e obrigações aos indivíduos.
Os consentimentos representam a resposta positiva da Administração Pública aos pedidos formulados por indivíduos interessados em exercer determinadas atividades, que dependa de determinado consentimento para que seja considerada legitima. Estes atos de consentimento podem ser as licenças e as autorizações. As licenças são atos vinculados e como regra definitivos ( licença para construir) e as autorizações são atos discricionários e precários ( consentimento dado a moradores para fechamento de rua para realização de festa popular;os consentimentos previstos na lei 10826 que trata do estatuto do desarmamento).
O instrumento forma de tais atos e normalmente o ALVARÁ, não sendo incomum a confusão que se faz quanto ao sentido das licenças, autorizações e alvarás, A distinção é clara. As licenças e autorizações são atos administrativos em si que demonstram a vontade da administração, sendo o alvará o instrumento de formalização destes atos. Logo são corretas as expressões alvarás de licença e alvarás de autorização. Portanto, não revogação ou anulação de alvará.
Outros documentos podem representar tais atos administrativos de licenças e autorizações como carteiras, declarações, certificados e outros.
A fiscalização pode ter caráter preventivo e repressivo.
V- LIMITES
Segundo CRETELLA Jr. A faculdade repressiva não é ilimitada estando sujeita aos limites jurídicos que são dos direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e liberdades públicas asseguradas na Constituição e nas leis.
Segundo a doutrina, há uma linha suscetível de ser ignorada, que reflete a junção entre o poder restritivo da Administração e a intangibilidade dos direitos assegurados aos indivíduos. Agir aquém dessa linha demarcatória é renunciar ilegitimamente a poderes públicos. Agir além dela representa arbítrio e abuso de poder. Segundo Diógenes Gasparini, não se pode a pretexto do exercício do poder de policia, aniquilar os mencionados direitos.
VI- CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA.
- Discricionariedade e Vinculação
A discricionariedade no exercício do poder de policia se dá quando a Administração pode levar em consideração a área de atividade em que vai impor a restrição em favor do interesse público e depois de escolhê-la, o conteúdo e a dimensão das limitações.
A vinculação se dá quando a dimensão da limitação já está fixada, onde a Administração deverá submeter-se a referida dimensão.
O controle pelo poder judiciário quanto aos atos do poder de policia, se dá quanto aos discricionários para evitar excessos e violências da Administração em face de direitos individuais.
- Auto-executoriedade.
A auto-executoriedade se dá quando ocorre a prerrogativa de praticar atos e colocá-los em imediata execução, sem depender da manifestação judicial. Esta característica tanto pode se dar de caráter geral como a que se dirige diretamente ao indivíduo. Verificada a presença dos pressupostos legais do ato, a Administração pratica-o imediatamente e o executa de forma integral.
A auto-executoriedade deve estar autorizada em lei e quando isso ocorre é porque se faz necessária a proteção de determinado interesse coletivo.
Porém há atos que não autorizam a imediata execução pela Administração, como exemplo as multas, que dependem de ação judicial para a sua cobrança e outra situação é a de que a auto-executoriedade não pode constituir-se de abuso de poder, de modo que a prerrogativa deverá compatibilizar-se com o devido processo legal.
Como exemplo temos a situação das vans, que em razão de estar trafegando sem autorização legal, foi objeto de apreensão e multa pela autoridade de transito e para liberar o veiculo exige-se o pagamento da multa. Em mandado de segurança o TJ/RJ decidiu que a multa não pode ser auto-executória e não pode configurar como condição de outro ato, a menos que haja previsão legal
Contudo é plenamente legítima a cobrança de taxa de liberação em virtude do exercício do poder de policia.
- Coercibilidade
O uso da força em caso necessário é intrínseco a esta característica. Como exemplo temos em momentos de greve, operários se apoderam manu militari da fábrica e se recusam a desocupá-la.
VII- LEGITIMIDADE DA POLICIA ADMINISTRATIVA
O requisitos de validade são: competência, forma, finalidade, motivo e objeto.
O princípio da proporcionalidade deve ser respeitado no sentido de haver a referida proporcionalidade entre os meios e os fins da atividade administrativa, sob pena de se caracterizar abuso de poder.
AULA 05
ATO ADMINISTRATIVO
Ato Administrativo – Conceito- Elementos – Características – Mérito Administrativo – Formas e Efeitos.
Fato administrativo e ato administrativo.
A teoria do ato administrativo configura-se o ponto central do Direito Administrativo e como tal devemos analisar preliminarmente a noção de FATO ADMINISTRATIVO.
FATO ADMINISTRATIVO não guarda relação como o fato jurídico, onde este encontra base no direito privado. O fato jurídico é aquele que gera efeitos na ordem jurídica, de forma que dele se originam e se extinguem direitos.
O fato administrativo não tem relação com este conceito, pois que não considera os efeitos jurídicos produzidos , mas sim com a atividade material realizada no exercício da função administrativa, que tem condão de gerar efeitos de ordem prática para a Administração . Exemplos de fato administrativo temos: apreensão de mercadorias e dispersão de manifestantes, desapropriação de bens privados. Logo percebe-se que tais fatos retratam única e exclusivamente alteração dinâmica na Administração. A noção de fato administrativo é mais ampla do que fato jurídico, pois que os fatos administrativos não retratam somente aqueles fatos que geram efeitos na órbita administrativa mas os simples também.
O fundamento do fato administrativo é o ato administrativo, ou seja, manifestada a vontade administrativa através do ato administrativo, temos então a partir daí o fato administrativo.
Porém há situações que o ato administrativo não fundamenta o fato administrativo. Como exemplos temos: mudança de departamento, alguma ação da administração que esteja formalizada através de ato administrativo.
Existem fatos administrativos voluntários e naturais.
II- Atos da Administração
A Administração pratica atos privados e atos públicos. Contratos regidos pelo direito privado também são praticados pela Administração. São considerados atos da administração e apesar de podermos chamá-los de atos administrativos, não são atos administrativos típicos.
Celso Antonio Bandeira de Mello também faz alusão aos atos políticos ou de governo, o que gera discordância entre os doutrinadores, de forma que os atos administrativos provem de lei, já que esta os precede e os atos políticos ou de governo são aqueles que alcançam maior liberdade de ação e resultam de normas constitucionais. O caráter governamental sobreleva o administrativo
III- Atos Jurídicos e Atos Administrativos
O ato jurídico no direito privado se caracteriza como ato de vontade, com capacidade de produzir determinado efeito no mundo jurídico. Os elementos estruturais do ato jurídico são: sujeito, objeto, a forma e a própria vontade.
Tais elementos também estão presentes no ato administrativo. Contudo alguns elementos tem funções especiais. O sujeito é sempre uma pessoa investida de prerrogativas públicas e o objeto terá sempre de atingir um determinado fim publico.
De qualquer forma, o ato administrativo também será um ato de vontade para produção dos mesmos efeitos do ato jurídico.
O novo Código Civil introduzido pela Lei 10406/2002 apresentou algumas alterações relativa aos atos jurídicos quando não se faz mais necessário indicar o objeto da vontade como adquirir, modificar ou extinguir direitos e obrigações, como antes ocorria no artigo 81 do antigo Código.
Outra alteração é a adoção da teoria alemã do negócio jurídico. A noção de ato jurídico se configura pela manifestação de vontade em conformidade com o ordenamento jurídico e o negocio jurídico se configura na declaração de vontade dirigida pela obtenção de um resultado esperado pelo emitente
O núcleo do ato jurídico é vontade jurígena, ou seja, aquela que é capaz de produzir efeitos no mundo jurídico e não a perseguição especificada pela vontade em relação aos direitos e obrigações.
Logo o ato jurídico é gênero do qual o negócio jurídico é espécie.
Ato jurídico é toda vontade legitima preordenada à produção de efeitos jurídicosO antigo código civil tratou o conjuntamente o ato jurídico e o negocio jurídico. O novo código cuidou especificamente do negócio jurídico – artigos 104 a 184, onde estabeleceu norma genérica, que aos atos jurídicos lícitos, mas que não representam negócios jurídicos, se aplicam no que couber, as disposições a estes últimos.
Diante então da nova expressão do Código Civil, devem os atos administrativos enquadrar-se como atos jurídicos, pois a vontade jurígena emitida pelo agente da administração será emitida em conformidade com a lei e não representará negocio jurídico, pois que a vontade do agente é a reprodução da disposição legal independente do desejo ou no agente.
Contudo, a administração também poderá praticar negócios jurídicos.
IV- CONCEITO
 Não há uniformidade entre os doutrinadores quanto ao conceito de ato administrativo. Contudo, três pontos são fundamentais para caracterizar o ato adm. O primeiro deles se dá quando a vontade emana de agente da administração pública ou dotado de prerrogativas públicas. O segundo deles é de que a produção de efeitos jurídicos com fim público e em terceiro e ultimo lugar toda esta categoria de atos deve ser regida basicamente pelo direito público.
- A vontade administrativa que significa a exteriorização da vontade é considerada como proveniente do órgão administrativo e não do agente, por isso que o ato administrativo é um ato jurídico e não um negócio jurídico.
Após estas premissas o ato administrativo pode ser considerado como sendo a exteriorização da vontade dos agentes da Administrações Pública e ou de seus delegatários, nessa condição, que sob regime de direito público, vise a produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público.
Os sujeitos da manifestação de vontade do Estado devem estar de alguma forma vinculados à Administração Pública.
No conceito supra foram mencionados 2 tipos de agentes: agentes da administração pública e os delegatários.
Os agentes são todos aqueles que integram a estrutura funcional dos órgãos administração pública das pessoas federativas em qualquer dos poderes, bem como aqueles que pertencem a administração indireta – Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. O único pressuposto exigido para sua caracterização é que no âmbito de sua competência exerçam função administrativa.
Os agentes delegatários são todos aqueles que embora não integrem a administração pública, receberam incumbência de exercer por delegação, função administrativa e quando estiverem tais pessoas no exercício da referida função administrativa, estarão atuando na mesma condição dos agentes da administração. Fora desta função, estes agentes delegatários estarão desempenhando atos jurídicos e negócios jurídicos, próprios de direito privado.
Os atos administrativos praticados pelos agentes delegatários serão considerados como atos de autoridade para fins de controle de legalidade por meio das ações especificas voltadas para os atos estatais, como mandado de segurança e ação popular.
REGIME JURÍDICO DE DIREITO PÚBLICO
Este instituto significa dizer que há regras e princípios jurídicos específicos para os atos administrativos que não incidem sobre os atos privados, pois que aqueles configuram-se como atos de poder e como tais devem ser dotados de certas prerrogativas especiais.
Daí que o regime jurídico de direito público é o que rege basicamente os atos administrativos, cabendo o direito privado fazê-lo supletivamente.
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Este tema, se reflete quanto a possibilidade de ocorrer a omissão administrativa, quando esta é obrigada a se manifestar.
Na lei civil, o silêncio como regra encontra amparo no consentimento tácito considerando-se os usos ou as circunstâncias normais, só não sendo aceita quando a lei dispuser que haja manifestação expressa. – artigo 111 do CC.
No direito público, contudo, não será esta a conclusão. O silencio por si só não revela a pratica de ato administrativo, uma vez que inexiste manifestação formal de vontade, não havendo qualquer declaração do agente, ocorrendo sim um fato jurídico administrativo, produzindo efeitos de ordem jurídica.
Haverá distinção quando a lei já aponta conseqüências quando ocorrer a omissão e quando não aponta qualquer referência sobre os efeitos.
Quando a lei indica temos: 1- quando o silêncio importar manifestação positiva – anuência tácita - neste caso considera-se que a Administração pretendeu emitir vontade com caráter de anuência- quando o silencia implica manifestação denegatória
ELEMENTOS (ATRIBUTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO
COMPETÊNCIA
É o circulo de atuação do administrador, definido em lei para o exercício legítimo da atividade. É chamada de competência administrativa, diferenciando-a da competência legislativa e jurisdicional.
O fundamento da competência é o da divisão de tarefas. Este elemento anda ao lado da capacidade do direito privado, que é a idoneidade de atribuir-se a alguém a titularidade de relações jurídicas.
A competência tem que decorrer de norma expressa. Não há presunção de competência administrativa. Contudo não é a lei a fonte exclusiva da competência administrativa, pois para órgãos de elevada hierarquia ou finalidades específicas, pode a fonte da competência vir da Constituição. Exemplos: artigo 84 a 87 – competência do Presidente da República; 48, 49, 51 e 52 – congresso nacional, câmara dos deputados e senado federal; 96, I e II – tribunais do judiciário e 71 – tribunal de contas – todos da CRFB/88.
Logo podemos concluir que se a competência do órgão vem da lei esta é ORIGINÁRIA e de seus órgãos internos tal competência pode vir de atos administrativos e daí é competência SECUNDÁRIA.
Logo a competência administrativa só pode decorrer de texto expresso, seja da constituição, da lei e de atos administrativos.
A competência tem duas características: inderrogabilidade, ou seja, a competência de um órgão não se transfere a outro por acordo entre eles ou por assentimento do agente da administração. Prevista em texto expresso a competência deverá ser rigidamente ser obedecida por todos, improrrogabilidade, ou seja, a incompetência não se transmuda em competência, pois que se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la por fato superveniente, exceto que a norma definidora seja alterada.
A competência pode ser definida de acordo com a matéria, a hierarquia, o lugar e o tempo.
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
Há situações em que o agente pode transferir a outro hierarquicamente inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. Este fato se chama de delegação de competência, mas para isso deve ter norma expressa. Exemplo temos o artigo 12 do Decreto lei 200/67.
A lei pode impedir que algumas funções sejam objeto de delegação e são chamadas de funções indelegáveis que se transferidas acarretam a invalidade.
O ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada.
Se o delegante atrair para sua esfera decisória a prática de ato objeto de delegação dar-se-á o fenômeno inverso, ou seja, a AVOCAÇÃO, cujo objetivo é evitar decisões concorrentes e eventualmente contraditórias.
Temos como exemplos de delegação o artigo 84 da CR que admite a delegação aos Ministros de Estado de algumas de suas funções. Outro exemplo é da modificação de competência que se deu através da EC 45/2004 que introduziu o inciso XIV no artigo 93 quando passou a admitir que servidores do Judiciário recebam delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório e temos ainda outro exemplo o do artigo 103-B, § 4, III quanto fala da possibilidade do CNJ avocar os processos disciplinares em curso instaurados contra membros ou órgãos do poder judiciário.
2- OBJETO
É a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo pretendeprocessar, é o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato, a vontade com vistas a determinado fim.
Pode o objeto do ato administrativo consistir na aquisição, no resguardo, na transferência, na modificação, na extinção ou na declaração de direitos.
O objeto para ser válido deve ser lícito e possível.
A vontade do agente exteriorizada pelo ato administrativo, produz muitas das vezes a própria vontade do legislador e daí se configura uma atividade vinculada e o objeto é vinculado. Exemplo de objeto vinculado: licença para exercer a profissão em todo o território nacional e neste caso não Pode o agente restringir o âmbito do exercício profissional.
Contudo, em outras hipóteses, é permitido ao agente a liberdade de traçar linhas que delimitem seus atos, mediante avaliação dos elementos que constituem critérios administrativos, este caso estaremos perante o objeto discricionário constitui a parte variável do ato, sendo possível a fixação de termos, condições e modo.
Exemplo: autorização para funcionamento de feira em logradouro ou praça pública, podendo a autoridade fixar os limites de horário, ainda que o interessado tenha pedido de forma diferente.
3- FORMA
É o meio pelo qual se exterioriza a vontade, pois a vontade tomada de forma isolada, só existe na mente do administrador.
A forma deve ser válida, no sentido de compatibilizar-se com o que a lei ou ato equivalente com força jurídica dispõe e tudo tem haver com os procedimentos administrativos adotados pelos agentes.
O princípio da solenidade vigora no direito administrativo, ao contrário do que vigora no direito privado, pois nesse é a liberdade das formas que prevalece, nos termos do artigo 107 do CC..
No direito público toda a atividade deve estar voltada para o interesse público. O ato deve ser escrito, registrado e publicado. Contudo, existem exceções quanto a esta exigência: gestos de guarda de trânsito, palavras como atos de polícia de segurança pública ou sinais como semáforos ou placas de transito. Mas tais meios são excepcionais.
Quanto ao silencia administrativo, esse só pode ser considerado se a lei não dispuser diferente para fins de sua validade..
Em algumas hipóteses o vicio de forma constitui, mera irregularidade sanável, sem afetar a órbita jurídica de qualquer pessoa. Nesses casos não haverá anulação, mas a simples correção pelo instituto da convalidação do ato. Exemplo temos que um ato deveria ser formalizado por ordem de serviço e foi por portaria, como exigia a lei.
Em outras hipóteses, o vicio de forma é insanável pois afeta o ato em seu conteúdo. Temos o exemplo da resolução que determine determinado ato de utilidade pública para fins de desapropriação, porém a lei exige que seja por decreto do chefe do executivo, logo este ato tem vicio insanável.
4- MOTIVO
Motivo é a situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente quando da pratica do ato administrativo.
O Motivo pode ser discricionário ou vinculado.
Motivo de direito é a situação de fato eleita pela lei como ensejadora da vontade administrativa. Motivo de fato é a própria situação de fato. Se a situação de fato já está delineada na lei, caberá ao agente tão somente a aplicação da norma, logo considera-se neste momento o motivo vinculado.
Quando a lei não determina a situação fática , transfere-se ao agente a verificação da ocorrência atendendo a critérios de caráter administrativo. Logo o motivo é discricionário.
Motivo e motivação tem sido causa de discussão na doutrina. Contudo há distinção entre ambos. Motivo é a situação fática que gera o ato administrativo e motivação é a justificação expressa dentro do texto do ato.
Outra discussão se dá quanto a obrigatoriedade ou não da motivação. Alguns entendem que tal obrigatoriedade se dá somente quanto aos atos vinculados. Quanto ao motivo este é obrigatório.
Só se poder considerar a motivação obrigatória se houver norma legal expresse neste sentido, de forma a aplicar o principio da legalidade. Exemplo: artigo 50 da Lei 9784/99.
Conclui-se, pois que, se os atos mencionados na lei como obrigatória a sua motivação, caso não haja, serão inválidos por ofensa à lei.
Alguns mencionam o artigo 93, inciso X da CF que menciona sobre as decisões administrativas dos tribunais. Contudo é importante salientar que tal dispositivo se refere ao poder judiciário.
FINALIDADE
A finalidade do ato administrativo será sempre o interesse público, pois o intuito do administrador é o bem comum e o desrespeito ao interesse público se configura abuso de poder sob a forma de desvio de finalidade, ofendendo também a princípios da impessoalidade e da moralidade.
O desvio de finalidade, segundo alguns, seria um vicio objetivo.
CARACTERÍSITICAS
1- IMPERATIVIDADE
Imperatividade ou coercibilidade são atos administrativos cogentes, obrigando a todos que se encontrem no circulo de incidência.
O principio da supremacia do interesse público, justifica a coercibilidade dos atos administrativos.
Decorre da imperatividade o poder que tem a administração de exigir o cumprimento do ato. A exigibilidade, assim, deflui da própria natureza do ato imperativo.
2- PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Os atos assim quanto editados trazem em si a presunção de legitimidade, ou seja, presunção de que nasceram com as devidas normas legais.
O fundamento precípuo é de que os atos são emanados por aqueles que possuem parcela do Poder público com objetivo de alcançar o interesse público.
Tal presunção de legitimidade é iures tantum.
O efeito da presunção de legitimidade é a auto-executoriedade, que admite que o ato seja imediatamente executado.
Outro efeito é o da inversão do ônus da prova cabendo a quem alegar, não ser o ato legitimo.
3- AUTO-EXECUTORIEDADE
O ato administrativo, tão logo emitido, pode ser imediatadamente executado. No direito público é permitido a execução de oficio das decisões administrativas sem intervenção do Poder Judiciário.
O fundamento da auto-executoriedade é a salvaguarda com rapidez e eficiência do interesse público. Esta característica é utilizada no poder de policia. Exemplo; destruição de bens, demolição de obras com risco de desabamento.
Em algumas situações o ato administrativo é desprovido de auto-executoriedade como cobrança de multa e desapropriação.
MÉRITO ADMINISTRATIVO
O núcleo do mérito administrativo é a oportunidade e a conveniência, avaliando-se a conduta pelo próprio agente administrativo, relativas ao motivo e ao objeto que inspiram o ato administrativo discricionário. Quanto aos demais elementos do ato administrativo não poderá o administrador exercer qualquer avaliação como na competência, finalidade e forma.
FORMAÇÃO E EFEITOS DO ATO ADMINISTRATIVO.
PERFEIÇÃO - A perfeição somente vai se dar quando o ato administrativo encerrar o seu ciclo de formação. Logo os atos administrativos podem ser perfeitos e imperfeitos.
EFICÁCIA - E a idoneidade que tem o ato administrativo para produzir efeitos, de forma que o ato está pronto para atingir o fim a que foi destinado. A eficácia comporta três tipos: temporal – que leva em consideração o período da produção de efeitos; espacial: que considera o âmbito de incidência dos efeitos; e subjetiva: que se refere aos indivíduos que estarão submetidos ao ato.
EXEQUIBILIDADE - Efetiva disponibilidade da administração para dar operatividade ao ato. Logo o ato adm pode ter eficácia mas não ser exeqüível.
VALIDADE - conformação do ato com a lei ou outro ato de grau mais elevado.
Algumas situações devemos demonstrar:
ato válido, eficaz e exeqüível – os atos foram editados de acordo com a lei, tem aptidão e efetiva possibilidade de serem concretizados.
Ato válido e ineficaz e conseqüentemente inexeqüível – o ato está em conformidade com a lei, mas não completou seu ciclo de formação e por isso não tem idoneidade para ser concretizado.
Ato inválido,eficaz e exeqüível – ato foi edital em desacordo com a lei, mas já idôneo a produzir efeitos e pode produzi-los, incidindo aqui a presunção de legitimidade dos atos adm.
Ato Inválido, eficaz e inexeqüível – ato em desconformidade com a lei, embora formado, está sujeito a termo ou condição futura, não sendo pois operante ainda.
Ato Inválido e ineficaz e fatalmente inexeqüível – contraria a lei, não completou o ciclo de formação e por isso não tem condições de ser executado.
AULA 06
Classificação dos atos administrativos – atos vinculados e discricionários, simples, complexos e compostos e outros – Motivação – teoria dos Motivos Determinantes. Mérito Administrativo – Controle da discricionáriedade
Classificação dos atos administrativos.
1- Critério dos Destinatários: Atos Gerais e Individuais
Atos Gerais também conhecidos como normativos, são os que regulam uma quantidade indeterminada de pessoas que se encontram na mesma situação jurídica. São considerados também como de natureza legislativa, por trazerem em si os aspectos de generalidade, abstração e impessoalidade e em alguns casos se submetem-se ao controle de constitucionalidade nos termos do artigo 102, I, “a” da CRFB/88.
Atos individuais também chamados de concretos, são aqueles que são proferidos para fins de regular situações jurídicas concretas, com destinatários individualizados, definidos mesmo que para uma coletividade. Exemplos: licença para construção, decreto expropriatório. Ao contrário dos atos gerais ou normativos, podem ser impugnados diretamente pelos interessados quanto a legalidade, administrativamente ou judicialmente.
2- Critério das Prerrogativas: Atos de Império e Atos de Gestão.
Atos de Império são os que se caracterizam pelo poder de coerção decorrente do poder de império (ius imperii), não se sobrepondo a vontade particular do administrador. Exemplos: atos de policia, decretos de regulamentação.
Atos de gestão se configura quando o Estado atua no mesmo plano jurídico dos particulares quando se trata da gestão da coisa pública, e neste aspecto intervêm freqüentemente a vontade do particular. Exemplo: negócios contratuais. Nestes casos não há coercibilidade dos atos de império.
3- Critério de liberdade de ação: Atos Vinculados e Discricionários.
Atos vinculados – são aqueles em que ao agente não é dada a liberdade de apreciação da conduta, se limitando a repassar o comando da lei, não havendo qualquer subjetivismo ou valoração, mas apenas averiguação de conformidade entre o ato e a lei.
Atos discricionários – a lei autoriza o agente a proceder a uma avaliação de conduta, certamente considerando a inafastabilidade da finalidade do ato. A avaliação incidirá sobre os motivo e o objeto do ato. A doutrina majoritária entende que os atos discricionários não refletem liberdade absoluta de agir pelo administrador.
4- Critério da Intervenção da Vontade Administrativa: atos simples, compostos e complexos.
Atos simples – o ato emana da declaração de vontade de um só órgão ou agente administrativo, seja ele singular ou colegiado. Exemplo: nomeação do Presidente da República, deliberação de um Conselho.
Atos complexos – são aqueles cuja vontade final da administração exige a intervenção de agentes ou órgãos diversos, havendo certa autonomia , ou conteúdo próprio em cada uma das manifestações, mas para fins de formar um único ato. As vontades são homogêneas, há identidade de conteúdo e fins. Exemplo: investidura do Ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da República, após passa pela aferição do Senado Federal e culmina com a nomeação.
Atos compostos – não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas. Na verdade há uma única vontade autônoma de conteúdo próprio, as demais serão meramente instrumentais, pois se limitam a verificação da legitimidade do ato de conteúdos próprios. Exemplo: nomeação do Procurador Geral da república depende de prévia aprovação pelo Senado – artigo 128, § 1 da CRFB. A nomeação é o ato principal, sendo a aprovação prévia o ato acessório, pressuposto do principal.
Os atos em geral que dependem de autorização, aprovação, proposta, parecer, laudo técnico, homologação, visto e etc..., são atos compostos.
Celso Antonio Bandeira de Mello, em razão da dificuldade de distinção entre ato composto e procedimento, nega a existência dessa categoria. 
A vontade de órgãos colegiados se configuram como ato simples coletivo, pois as vontades formadoras são interna corporis.
5- Critérios dos Efeitos: Atos Constitutivos, Declaratórios e Enunciativos.
Atos constitutivos – são aqueles que alteram a relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos. Exemplos: autorização, sanção disciplinar e ato de revogação.
Atos Declaratórios – são os que apenas declaram situação preexistente. Exemplo: ato que declara irregularidade administrativa em órgãos administrativa, admissão, licença, homologação, isenção, anulação.
Atos enunciativos – indicam juízos de valor, dependendo de outros de caráter decisório. Exemplo: certidões, atestados, informações, pareceres, vistos, que configuram juízo, conhecimento ou opinião.
Critério da retratabilidade – Atos revogáveis e irrevogáveis.
Atos revogáveis – são aqueles que a administração está livre para retirar do mundo jurídico, fazendo cessar seus efeitos em razão de critérios meramente administrativos. Estes atos não chegaram a criar direitos subjetivos aos destinatários, pois que neste caso deveriam ter os efeitos mantidos.
Atos irrevogáveis – são aqueles que a administração não pode mais retirá-los do mundo jurídico por razões administrativas de oportunidade e conveniência. Exemplo: licença para exercer profissão.
6- Critérios da Executoriedade – Atos Auto-executórios e Não auto-executórios.
Atos auto-executórios – são aqueles que tem idoneidade jurídica de serem postos imediatamente em execução, não dependendo de autorização prévia, nem do judiciário.
Atos não auto-executórios – dependem de autorização prévia.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Esta teoria tem origem no direito francês e baseia-se no principio de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de ato que gerou a manifestação da vontade. A inexistência dessa situação provoca a invalidade do ato.
A aplicação deste principio incide sobre os atos discricionários, pois que se estes não exigirem a devida motivação, se assim o fizerem, estarão vinculados a essa e se o interessado comprovar a inexistência da realidade fática, ao to terá vicio de legalidade.
CONTROLE DO MÉRITO ADMINISTRATIVO
 
É vedado ao judiciário o controle judicial do mérito administrativo, já sendo entendimento do STJ e do STF.
AULA 07
ATO ADMINISTRATIVO – Espécies de atos administrativos – decretos, resoluções, licença, permissão, autorização e outros – extinção dos atos administrativos.
 Os atos administrativos podem ser classificados em 2 categorias: conteúdo e forma.
Quanto ao conteúdo são: autorização, licença, admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.
Quanto a forma: decreto, portaria, resolução, circular, despacho e o alvará.
1- AUTORIZAÇÃO – ato administrativo unilateral, discricionário, precário e constitutivo, pelo qual se consente que o particular exerça atividade ou utilize bem público. 
É necessária a autorização quando a atividade solicitada pelo particular não pode ser exercida legitimamente sem o consentimento do Estado.
Exemplos de autorização: lei 10.826 de 22/12/03, concessão de lavra em matéria de recursos minerais e radiodifusão sonora e de sons e imagens. contudo tais institutos não tem fisionomia de contratos administrativos e sim autorizações.
2-LICENÇA – CARATER DEFINITIVO – ato administrativo, unilateral, vinculado e delcaratório; atos e consentimento estatal, nunca são conferidos de oficio, o direito preexiste a licença tendo ela natureza

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