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AULA 7 - GESTÃO DE CONTRATOS E CONVÊNIOS

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GESTÃO DE CONTRATOS E CONVÊNIOS
AULA 7
GESTÃO DE CONTRATOS NA ADMIISTRAÇÃO PÚBLICA
	
	
Nesta aula, você irá:
1- Aprender a definição de Gestão/Fiscalização de Contrato Administrativo.
2- Analisar o papel do gestor/fiscal de contratos.
3- Reconhecer as características necessárias ao gestor/fiscal de contrato administrativo.
4- Verificar a importância da gestão/fiscalização para a boa e regular aplicação de recursos públicos.
Introdução
O assunto desta aula é de extrema importância na problemática dos contratos administrativos, ou seja, trata-se da gestão e da fiscalização dos contratos administrativos. Nessa oportunidade, então, estudaremos o que é e como ocorre essa gestão/fiscalização, bem como a legislação que lhe serve de suporte.
Analisaremos, também, os pontos de cautela/contratos especiais que envolvem mão-de-obra e como o gestor/fiscal deve agir nestes casos.
E estudaremos, por fim, o perfil e as atribuições do gestor/fiscal de contratos e sua importância na boa e regular aplicação dos recursos públicos. Apesar de variar com o porte das instituições, existe a possibilidade caracterizar os traços essenciais a essas duas funções.
Gestão/fiscalização de contratos administrativos
De acordo com Vieira (2008:147), há uma cultura na Administração Pública de se preocupar muito com as licitações e pouco com a gestão dos contratos. Segundo a autora, este hábito talvez seja explicado pela ausência de legislação sobre o tema. Entretanto, é impossível negar que a má gestão e a falta de fiscalização da execução dos contratos administrativos causam impactos perversos na utilização do dinheiro público.
A legislação específica existente também dificulta a escolha da terminologia a ser utilizada pela Administração para designar quem vai acompanhar e fiscalizar os contratos, visto que a Lei 8666/93 estabelece que a Administração deve nomear um representante para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato.
Na Administração são várias as terminologias possíveis para os que desempenham estas funções. Vejamos algumas delas:
- fiscal de contrato;
- gestor de contrato;
- fiscalizador de contrato;
- executor de contrato;
- órgão fiscalizador ou executor de contrato (quando a Administração não designa formalmente a pessoa);
- RA: Representante da Administração;
- AF: Agente Fiscalizador;
- Agente 67.
De acordo com Vieira (2008:148), essa realidade é que propicia a má utilização do dinheiro público, mediante a falta de acompanhamento dos contratos de forma eficaz, acentuada pela grande quantidade de atribuições a serem desenvolvidas nesse acompanhamento e fiscalização.
Pontos de cautela/contratos especiais que envolvem mão-de-obra
O gestor/fiscal de contratos deve ter conhecimento do contrato que está controlando, pois os contratos de mão-de-obra são diferentes daqueles referentes à prestação de serviços. Apesar do procedimento de rotina de processos variar de acordo com cada instituição, geralmente faz parte da responsabilidade do gestor/fiscal organizar e analisar o processo de solicitação de pagamento, que tem início com a correspondência da contratada.
Atenção: Cabe ressaltar que nada impede que a área financeira realize também uma análise
Deve-se ter em mente que descuidos no processo de pagamento, quando negligenciado pelo gestor ou pela área financeira, podem incidir sobre o ordenador de despesa na forma de débito, porque é ele quem autoriza o pagamento, tomando por base o parecer técnico do gestor/fiscal de contrato, depois da regular liquidação da despesa.
Para mais informações sobre esse assunto, leia o texto “O processo segundo Vieira”.
Como vimos anteriormente, a Administração deverá agir de forma preventiva, o que resultará em benefícios e economicidade. Para isso, deve indicar o seu representante legal ou o gestor para acompanhar os contratos, conforme pregam os artigos 67 e 68 da Lei 8666/93.
O art. 68 traz à tona a figura do PREPOSTO*, o qual deve ser aceito pela Administração e vai permanecer no local da obra ou serviço para representar o contratado na execução.
* O preposto é, então, a pessoa que faz a ligação entre a empresa contratada e a Administração. Portanto, deve ter o seguinte perfil (Vieira, 2008):
- ter iniciativa;
- grau de escolaridade compatível (no mínimo ensino médio);
- ser flexível;
- ter bom relacionamento na empresa com seus superiores e com os empregados e também na instituição;
- saber lidar com críticas;
- ser pró-ativo;
- ser prestativo.
O preposto, como é a pessoa indicada* pelo contratado, torna-se o elo entre o contratante e o contratado para que as ordens não sejam dadas diretamente pelos servidores da Administração aos empregados terceirizados, o que evita a relação de subordinação.
O gestor/fiscal do contrato deve ter conhecimento técnico e ser proativo, subsidiando a autoridade competente da atualização sobre os fatos que estão ocorrendo e que poderão ocorrer, analisar e avaliar eficazmente o seu contrato.
* A indicação não deve ocorrer apenas para cumprir formalidades legais. Vieira (2008) alerta para o fato de que a Administração deverá observar a diferença entre os serviços técnicos e os serviços comuns. A autora ilustra a afirmação com o seguinte exemplo: “o gestor a ser indicado para acompanhar/fiscalizar uma obra de engenharia deverá ser um engenheiro qualificado, pois se trata de um serviço técnico especializado e nem sempre isto é observado pela Administração” (p. 148).
É importante acompanhar todos os contratos administrativos, sejam quais forem os serviços. Tal acompanhamento exige os seguintes conhecimentos:
o processo de planejamento e orçamento;
a execução orçamentária e financeira;
acompanhamento e fiscalização pelos órgãos de controle interno e externo.
Atuação do gestor/fiscal de contratos
De acordo com o art. 67 da Lei 8666/93, a Administração deverá designar um gestor de contrato do qual se espera a capacidade de gerenciar o contrato, maximizando os recursos escassos da Administração, visto que o sucesso na execução do contrato está relacionado ao seu acompanhamento e controle por parte da Administração.
As decisões e providências que ultrapassarem as competências do Gestor de Contratos deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas cabíveis. Ressaltamos que a negligência é considerada uma grave falta.
Como mencionado anteriormente, em primeiro lugar, o gestor/fiscal de contratos da Administração Pública deve conhecer bem o instrumento sob sua responsabilidade. Pode-se afirmar que este é o primeiro passo para uma gestão/fiscalização adequada.
Pelo que observamos até agora, podemos perceber que há, na Administração Pública, um entendimento diferenciado sobre a gestão e fiscalização dos contratos.
Vieira (2008) chama atenção para o fato de nem sempre as instituições fazerem a separação dessas funções. Algumas consideram a fiscalização como um acompanhamento do contrato no seu dia-a-dia, in loco. Há os que entendem a gestão do contrato como algo realizado pela área de contratos, por servidores devidamente qualificados, cuja responsabilidade é o acompanhamento das normas legais, o estudo das alterações dos contratos, como repactuação, reequilíbrio econômico financeiro, reajustes, verificação dos documentos exigidos no momento da fase de liquidação da despesa, etc.
Para a autora, as funções inerentes à gestão do processo de contratação e a fiscalização da execução dos serviços deveriam ser realizadas por servidores distintos: um fiscal do contrato, com conhecimentos técnicos sobre o objeto, representando a área demandante e um servidor da área de contratos/compras que se responsabilizaria pela gestão do contrato. Vieira (2008) ressalta, contudo, que não é isso que ocorre na prática, pois com a escassez de servidores geralmente um único servidor passa a ficar responsável por todas as etapas do processo. É fato que, muitas vezes, o servidor não tem condição de acompanhá-los conforme as normas legais,sendo, frequentemente, um mero “atestador” de notas fiscais.
O recebimento do material/locação de equipamentos/obras e serviços antecede ao pagamento da despesa, exigindo da Administração análise criteriosa para não receber o que não foi empenhado. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
O art. 74 faculta à Administração dispensar o recebimento provisório nos casos de:
Gêneros perecíveis e alimentação preparada.
Serviços profissionais.
Obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário, constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei.
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente aceitação.
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3o O prazo a que se refere à alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital. 
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Para mais informações sobre os assuntos estudados nessa aula, leia o texto “Acompanhamentos do agente 67”.
Nesta aula, você:
Compreendeu a definição de gestão/fiscalização de contratos administrativos;
Aprendeu por que é importante que a administração pública fiscalize/gerencie os contratos celebrados;
Analisou o papel do gestor/fiscal de contratos.
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. 
Leia LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.
	 1a Questão (Ref.: 201002402080)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	São conhecimentos exigidos no acompanhamento dos contratos administrativos:
		
	
	processo de planejamento e orçamentos,execução orçamentária e financeira e acompanhamento e fiscalização pelos órgãos de controle interno e externo.
	
	processo de planejamento e orçamento,execução orçamentária e financeira e acompanhamento pelos órgãos internos.
	
	execução orçamentária e financeira.
	
	acompanhamento e fiscalização financeira pelos órgãos externos.
	
	execução contratual pela sociedade de economia mista.
	
	
	
	
	 2a Questão (Ref.: 201002402090)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	Na gestão de contratos da Administração Pública,o recebimento do material/locação de equipamentos/obras e serviços ocorre:
		
	
	após o pagamento da despesa.
	
	antecedendo a assinatura do contrato.
	
	no final do contrato.
	
	antecedendo o pagamento da despesa.
	
	na alteração do contrato.
	
	
	
	
	 3a Questão (Ref.: 201002447289)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	Julgue os itens a seguir acerca das atribuições do gestor/fiscal de contrato administrativo e assinale a opção correta: I - Anotar, em livro próprio, as ocorrências relacionadas com a execução do contrato; II - Reavaliar o objeto contratado, propondo medidas para redução dos gastos, bem como visem à racionalização dos serviços; III - Verificar se o produto ou produtos entregues guardam conformidade com o estabelecido no contrato; IV - Manter entendimentos com os responsáveis pelas áreas de apoio administrativo, quando o objeto do contrato for a manutenção preventiva e corretiva em equipamentos, com vistas ao controle de 1) peças substituídas com identificação de equipamentos para fins de garantia; 2) periodicidade da manutenção; 3) inclusões e exclusões de equipamentos;
		
	
	As afirmativas II e IV estão incorretas;
	
	Apenas a afirmativa IV está incorreta;
	
	Todas as afirmativas estão corretas;
	
	Todas as afirmativas estão incorretas;
	
	Apenas as afirmativas I e III estão corretas;
	
	Gabarito Comentado
	
	
	 4a Questão (Ref.: 201002447288)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	O preposto, como é a pessoa indicada pelo contratado, torna-se o elo entre o contratante e o contratado para que as ordens não sejam dadas diretamente pelos servidores da Administração aos empregados terceirizados, o que evita a relação de subordinação. Sendo assim, podemos indicar como Característica necessária ao gestor/fiscal de contrato administrativo, exceto:
		
	
	Ser pré-ativo;
	
	Ser prestativo;
	
	Ser flexível;
	
	Saber lidar com críticas;
	
	Ter iniciativa;
	
	Gabarito Comentado
	
	
	 5a Questão (Ref.: 201002823581)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	Tem-se por ato jurídico administrativo toda e qualquer declaração emanada de autoridade administrativa competente no exercício de sua função, sob o regime de direito público, com o fim de resguardar, adquirir, transferir, modificar ou extinguir direitos.De acordo com o art. 78 da Lei nº 8.666/1993, a Administração Pública pode rescindir unilateralmente o contrato administrativo, por mero ato escrito, em caso de:
		
	
	atendimento das determinações regulares das autoridades designadas para acompanhar a execução do contrato.   
	
	arrependimento do contratado após a assinatura do contrato.
	
	ocorrência de caso fortuito ou de força maior que impeça a execução do contrato.   
	
	cumprimento regular do contrato pelo particular. 
	
	atraso justificado no início da execução do contrato. 
	
	
	
	
	 6a Questão (Ref.: 201002447287)
	Fórum de Dúvidas (0)       Saiba (0) 
	
	Faz parte da responsabilidade do gestor/fiscal no contrato administrativo:
		
	
	Elaborar as cláusulas contratuais;
	
	Analisar as propostas de licitação;
	
	Organizar e fazer a análise do processo de solicitação de pagamento;
	
	Redigir o contrato administrativo;
	
	Ordenar as cláusulas do edital;

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