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2015 Semana 4-Direitos da Personalidade

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DIREITOS DA PERSONALIDADE
DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL
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Semana 4 - PLANO DE AULA
1 DIREITOS DA PERSONALIDADE
1.1 Teorias dos direitos da personalidade;
1.2 O direito geral de personalidade;
1.3 Direitos de personalidade na constituição Federal de 1988;
1.4 Direitos de personalidade no Código Civil Brasileiro.
DIREITOS DA PERSONALIDADE
ATENÇÃO: Esse material é propriedade intelectual do professor estando proibida a reprodução sem a prévia autorização do autor. 
A leitura desse material não substitui a leitura da doutrina indicada e do material didático disponibilizado pela Estácio.
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O RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA
A personalidade é um atributo do ser humano e o acompanha por toda a sua vida. Como a existência da pessoa natural termina com a morte, somente com esta cessa a sua personalidade.”( Caio Mário)
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“Os direitos da personalidade são direitos considerados essenciais à pessoa humana, que a doutrina moderna preconiza e disciplina, a fim de resguardar a sua dignidade.” (Orlando Gomes).
DIREITOS DA PERSONALIDADE
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Conceito
“Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas cujos objetos são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua projeção essencial no mundo exterior.” (FRANÇA, 1988)
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É o direito de cada pessoa de defender o que lhe é próprio, como a vida, identidade, liberdade, privacidade, honra, opção sexual, integridade, imagem. “É o direito subjetivo de exigir um comportamento negativo de todos, protegendo um bem próprio, valendo-se de ação judicial.” (DINIZ, 2010).
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Objetivo:
Os direitos da personalidade foram criados para dotar o direito de mecanismos eficientes para tutelar três princípios básicos constitucionais: o princípio da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da solidariedade.
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Os direitos da personalidade resguardam a dignidade da pessoa humana.
Fundamentos do Estado Democrático de Direito brasileiro.
Se propõe a defender os valores como a vida, a honra, a integridade física a intimidade...
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Direitos da Personalidade Foram criados para proteger os indivíduos de si mesmos e de terceiros (direito privado). Os direitos da personalidade são um reconhecimento da dignidade da pessoa, apesar e além das relações de poder, e devem ser respeitados, independentemente de qualquer formalismo, positividade ou tipicidade.
Direitos Fundamentais 
Foram criados para proteger os indivíduos do Estado (direito público). A tutela dos direitos fundamentais da pessoa na Constituição tem origem e finalidade na necessidade de criar limites ao poder político na sua capacidade para ofender a pessoa, como indivíduo e cidadão. A tutela jurídica funda-se na lei e depende dela. 
Dir. da Personalidade e Dir. Fundamentais
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Direitos da personalidade e direitos pessoais
Os termos não se confundem. E pode haver outros direitos pessoais civis, mesmo não pertencentes a ramos institucionalizados do direito, que não são direitos de personalidade. 
O direito a lugar sentado em transportes públicos, por exemplo,atribuído a grávidas, deficientes físicos ou pessoas idosas, é um direito pessoal, mas nada tem que ver com direitos de personalidade.
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Discutem a à técnica a ser utilizada para viabilizar a introdução dos direitos da personalidade no ordenamento civil. Indaga-se a respeito da forma mais adequada de se tutelar os bens humanos extrapatrimonias mais relevantes), São elas:
Teoria Monista
Teoria Pluralista
Teoria Negativista
Teorias da definição dos Dir. da Personalidade 
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Teoria Monista: Existe apenas um único direito da personalidade, que é geral e engloba todos os outros direitos relacionados a ele, defende o reconhecimento de um direito geral de personalidade, por meio de que a proteção da pessoa humana seria obtida através de uma regra geral que envolvesse todas as hipóteses em que valores essenciais ao ser humano fossem colocados sob ameaça; haveria um único direito, sem conteúdo pré-estabelecido, oposto à específica previsão de um fattispecie pela norma.
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Teoria Pluralista: A personalidade apresenta várias ramificações que devem ser protegidas separadamente. 
Teorias Negativistas consideravam a personalidade humana como algo muito abstrato. Não aceitavam a idéia de que a personalidade pudesse atuar como sujeito e objeto em uma relação jurídica, pois isso criaria uma contradição. 
Para esses teóricos, entre eles Savigny, Enneccerus, Ravà, Jellinek, dentre outros, a personalidade, não pode ser objeto de direitos, já que, ao contrário, os titulariza. Além disso, pugnavam pela desnecessidade de se reconhecer um direito geral de personalidade direcionado à proteção da saúde, da vida e de outros bens essenciais, pois que esses valores inerentes à pessoa recebiam tutela idêntica à que era dispensada aos direitos subjetivos.
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NATUREZA JURÍDICA 
DOS 
DIREITOS DA PERSONALIDADE
INFLUENCIADA PELA CORRENTE POSITIVISTA: 
“Os direitos da personalidade são apenas os reconhecidos pelo Estado, o qual lhes confere força jurídica.”
INFLUENCIADA PELA CORRENTE JUSNATURALISTA: 
“Os direitos da personalidade não são apenas os declarados pelo Estado, pois se constituem muito antes desta declaração.”
NATUREZA JURÍDICA 
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Os direitos da personalidade caracterizam-se por serem absolutos, indisponíveis(relativamente), imprescritíveis e extrapatrimoniais.
ABSOLUTOS: Os direitos de personalidade são direitos absolutos porque possuem eficácia contra todos (são oponíveis erga omnes). 
O que for verdadeiramente emanação da personalidade humana tem de ser reconhecido por todos, porque a personalidade é a própria base comum do diálogo social.
CARACTERÍSTICAS
Art. 11 “ com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis”. 
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A indisponibilidade não é absoluta, podendo alguns deles ter o seu uso cedido para fins comerciais, mediante retribuição pecuniária.
Em casos específicos, limitados pela afirmação da própria dignidade da pessoa humana e pela impossibilidade de disposição total ou permanente, é permitido ao titular ceder, o exercício, (não a titularidade) de alguns direitos da personalidade.
Ex.: direito à imagem – pode ser cedido, a título oneroso ou gratuito, durante determinado lapso temporal.
“O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja nem permanente nem geral” (Enunciado 4, Jornada de Direito Civil)
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IMPRESCRITIBILIDADE: impede que a lesão a um direito da personalidade venha a convalescer com o passar do tempo, obstando a pretensão de assegurar o livre exercício do direito da personalidade. 
Os direitos da personalidade não se extinguem pelo uso e pelo decurso do tempo, nem pela inércia na pretensão de defendê-lo.
 
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ATENÇÃO: não confundir com a prescritibilidade da pretensão indenizatória que é de 3 anos.Imprescritível é a pretensão de garantir o exercício do direito, mas não a de reparar pecuniariamente eventual dano sofrido.
Ex.: uso indevido da imagem. 
MAIS ATENÇÃO! Não prescreve a pretensão de fazer parar a lesão mas prescreve em 3 anos a pretensão de reparação do dano causado à imagem.
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EXTRAPATRIMONIALIDADE: consiste na insusceptibilidade de apreciação econômica destes direitos, ainda que a eventual lesão possa produzir consequências monetárias (na indenização por dano extrapatrimonial, comumente chamado de dano moral). 
Atenção: a honra, a privacidade e demais bens jurídicos personalíssimos de uma pessoa não comportam avaliação pecuniária, não são susceptíveis de aferição monetária. 
Entretanto, uma vez violados tais bens jurídicos, independentemente de causar prejuízo material, surge a necessidade de reparação do dano moral caracterizado, como forma de diminuir o prejuízo e sancionar o lesante, inclusive com o caráter educativo (preventivo) de impedir
novos atentados.
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IMPENHORABILIDADE: por serem inerentes a pessoa humana e dela inseparáveis,são indisponíveis e, certamente não estão sujeitos à penhora ( que é o ato inicial de venda forçada determinada pelo juiz para satisfazer o crédito do exequente). Todavia, como já vimos, a indisponibilidade não é absoluta, podendo alguns deles ter o seu uso cedidos para fins comerciais, mediante retribuição pecuniária. Nesses casos, os reflexos patrimoniais dos referidos direitos podem ser penhorados.
VITALICIEDADE: extinguem-se naturalmente, com a morte.
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Reconhece-se, como direito da personalidade da pessoa viva, a proteção dos direitos da personalidade de alguém que já morreu. Art. 12, parágrafo único. São os chamados lesados indiretos.
NÃO ESQUEÇA! 
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QUADRO ESQUEMÁTICO DAS CARACTERÍSTICAS
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Homem - direito à vida, à liberdade, à igualdade, à integridade física, ao corpo humano, à liberdade, à privacidade, à integridade moral, a honra...
Nascituro – segundo o Código Civil, artigo 2: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Possui direitos como o direito a alimento, o direito de ser reconhecido como filho, reconhecimento pré-natal
Quem são os titulares desses direitos?
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E a Pessoa Jurídica, possui direitos da personalidade?
Vejamos os incisos V e X do art. 5º da CF/88:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material ou moral à imagem. 
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
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Sim, a pessoa jurídica é titular de direitos da personalidade. O inciso X utiliza a palavra pessoa, segundo o artigo 1º do CC, pessoas são todas as pessoas naturais ou jurídicas.
S.227 STJ – “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Entendimento majoritário da doutrina que prega que a pessoa jurídica possui alguns atributos que a pessoa natural goza tais como a honra, o nome, a imagem. (os autores de Direito Civil Constitucional negam)
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OS DIREITOS DA PERSONALIDADE NA CF/88
Art. 5º,
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
A proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.
O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.
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Arts. 13 e 14 – atos de disposição do próprio corpo; (integridade física)
Art. 15 – não submissão a tratamento médico de risco;(integridade física , moral ou psíquica)
Arts. 16 a 19 – direito ao nome e ao pseudônimo; (integridade moral ou psíquica)
Art. 20 – proteção à palavra e à imagem;(integridade moral ou psíquica)
Art. 21 – proteção à intimidade.(integridade moral ou psíquica)
Art. 52 – “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
Disciplina no Código Civil
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O direito à integridade física compreende a proteção jurídica à vida, ao próprio corpo vivo ou morto, quer na totalidade, quer em relação a tecidos, órgãos e partes suscetíveis de separação e individualização, quer ainda ao direito de alguém submeter-se ou não a exame e tratamento médico.
A questão dos transplantes (Lei 9.434/97)
O tratamento médico de risco ( dever de informar)
Cirurgia de redesignação de estado sexual
 O princípio da autonomia dos pacientes Testemunhas de Jeová (vide Resolução n. 1.021/80 do CFM que autoriza a transfusão em caso de iminente perigo de vida)
A gestação em útero materno – Barriga de aluguel (Resolução 1.358/92 - mãe e filha, avó e neta ou irmãs, gratuito, apenas pessoas que não podem gestar)
DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA
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Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
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DIREITO À INTEGRIDADE MORAL OU PSÍQUICA 
Concerne proteção conferida aos atributos psicológicos relacionados à pessoa, tais como a honra, a liberdade, o recato, a imagem, a vida privada e o nome.
São atributos ligados à incolumidade moral, destinados à preservação do conjunto psicológico da estrutura humana. São emanações da alma, essencialmente incorpóreas.
Direito à imagem
Direito à privacidade
Direito à honra 
Direito ao nome civil
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O DIREITO À IMAGEM
Como um atributo da personalidade, o direito à imagem, abarcante da imagem-fama, alberga-se em proteção constitucional, sendo mais um dos direitos e garantias fundamentais em destaque na Carta Cidadã, artigo 5º, incisos V, X e XXVIII “a”.
Relativização do direito à imagem
Imagens de pessoas públicas (celebridades)
Divergência doutrinária. (Doutrina clássica X Doutrina moderna)
Possibilidade de responsabilização de celebridades por participação em publicidade ilícita.
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O tema não possui tratamento pacífico. 
A doutrina e a jurisprudência mais clássicas sustentam que o direito de imagem de pessoas públicas, não resta violado se não causar dano ou lesão, se a divulgação tem intuito apenas de informar ao público.
A doutrina e a jurisprudência mais modernas consideram que a simples divulgação da imagem do autor, quando evidenciada sua pessoalidade e não quando privilegiado fato social no qual alguém se veja inserido, requer a competente autorização do próprio, que inexistindo acarretará a violação do direito da personalidade passível de gerar indenização, bem como, não consideram necessário o aproveitamento econômico ou a perda econômica para tal caracterização.
O DIREITO À IMAGEM
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Segundo Maria Helena Diniz, a tutela do direito à imagem e dos direitos a ela conexos, como a fama, compreende: “o direito à própria imagem, ao uso ou à difusão da imagem; à imagem das coisas próprias e à imagem em coisas, palavras ou escritos em publicações; de obter imagem ou de consentir em sua capitação por qualquer meio tecnológico”.
O direito à imagem é autônomo, não precisando estar em conjunto com a intimidade, a identidade a honra etc. Embora possam estar, em certos casos, tais bens a ele conexos, isto não faz que sejam partes integrantes um do outro”.
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A vida privada é o refúgio impenetrável pela coletividade.
Consiste em resguardar dos sentidos alheios as informações que dizem respeito, apenas ao titular,a intimidade.
Emprego de binóculos para espiar o que acontece no interior de uma casa, instalação de aparelhos para captar conversas.
O DIREITO À PRIVACIDADE
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O britânico George Garratt solicitou alteração do seu nome para “Captain Fantastic Faster than Superman Spiderman Batman Wolverine The Hulk And The Flash Combined”. 
Caso fosse brasileiro, poderia realizar a alteração de seu nome original para este? Justifique sua resposta em no máximo 5 linhas.
CASO CONCRETO
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(MP-SE 2013) É correto afirmar:
Salvo os casos previstos em lei, os direitos da personalidade são livremente transmissíveis e renunciáveis.
É irrevogável o ato de disposição gratuita do próprio corpo, para depois da morte do doador.
Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade
física, ou contrariar os bons costumes.
O pseudônimo adotado, ainda que para atividades lícitas, não goza da mesma proteção que se dá ao nome da pessoa natural.
A exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa são direitos personalíssimos do ofendido, não se transmitindo a qualquer herdeiro a possibilidade de sua proteção jurídica.
Questão Objetiva
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(AL-PB 2013) A respeito dos direitos da personalidade, é INCORRETO afirmar que (1,0):
o cônjuge ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau poderá exigir que cesse a lesão a direito de personalidade do morto, bem como reclamar perdas e danos.
é defeso, salvo por exigência médica, o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bens costumes.
independe de prova do prejuízo a indenização, pela publicação não autorizada de imagem de pessoa, com fins econômicos ou Comerciais.
a proteção do pseudônimo de autor de obra artística, literária ou científica só goza de proteção legal quando constar do registro civil da pessoa que o utilizar.
sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
QUESTÃO OBJETIVA
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