Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS EM EUCALIPTO Prof. Lino Roberto Ferreira UFV / DFT Viçosa - MG POR QUE CONTROLAR PLANTAS DANINHAS NO EUCALIPTO? • Competição pelos recursos de crescimento (Água, Luz e Nutrientes). • Alelopatia. • Parasitismo. • Dificuldade nos tratos culturais e colheita. INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DO EUCALIPTO Períodos de convivência Época Duração Espécie Espaçamento Densidade Grau de Interferência Espécie Distribuição Densidade Ambiente Solo Clima Manejo Pitelli, 1985 MATOCOMPETIÇÃO COM CAPIM-BRAQUIÁRIA Altura de plantas de eucalipto submetidas a diferentes diâmetros de coroamento e épocas de avaliação em Sistema Silvipastoril Matéria seca de parte aérea das plantas de eucalipto no sistema silvipastoril submetidas a diferentes diâmetros de coroamento – 360 DAP Diâmetro de coroamento (m) Área de coroamento m² planta-1 m² ha-1 % do ha 2,0 3,14 1.306,90 13% 2,79* 6,11 2.543,27 25% BIOMAS DO BRASIL Quais as principais plantas daninhas na cultura do eucalipto? REGIÃO NORTE E NORDESTE Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante REGIÃO SUL E SUDESTE Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CHEIROSA – HYPTIS SUAVEOLENS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante LEITEIRO – EUPHORBIA HETEROPHYLLA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante APAGA - FOGO - ALTERNANTHERA TENELLA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante SIDA RHOMBIFOLIA GUANXUMA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CAPIM MARMELADA - BRACHIARA PLANTAGINEA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CAPIM AMARGOSO – DIGITARIA INSULARIS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CAPIM COLCHÃO – DIGITARIA HORIZONTALIS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CONYZA CANADENSIS - BUVA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CORDA DE VIOLA – IPOMOEA PURPUREA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante CORDA DE VIOLA – IPOMOEA GRANDIFOLIA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante POAIA BRANCA – RICHARDIA BRASILIENSIS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante PICÃO PRETO – BIDENS PILOSA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante C. BENGHALENSIS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante Rizantógenos • Carnosa, semi-prostada. • Folha ovalada, verde-clara. • Sementes aéreas. • sementes subterrâneas. • Caule (Kissmann, 1997). Reprodução por: C. DIFFUSA Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante • Muito ramificada, ramos longos. • Anual - regiões temperadas. • Perene - regiões tropicais. • Folha estreito-lanceolada, ápice acuminado, coloração verde-escura. • Sementes aéreas. • Caule (Lorenzi, 2000). Reprodução por: RUBIM – LEONURUS SIBIRICUS Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante Dificuldade de controle Fácil Médio Difícil Tolerante Timbete Cenchrus echinatus Carrapicho-de-carneiro Acanthospermum hispidum MANEJO INTEGRADO DAS PLANTAS DANINHAS Sistema ambientalmente correto, onde são usados todos os conhecimentos e ferramentas disponíveis para produção das culturas livre de danos econômicos da vegetação daninha competitiva. MANEJO INTEGRADO DAS PLANTAS DANINHAS Métodos de controle Preventivo Biológico Mecânico Cultural Químico Manual Mecanizado Capinas Roçadas Roçadeiras Enxadas rotativas Grades Roçadeira mecânica Capina Manual CONSEQUÊNCIAS DA CAPINA MANUAL COM ENXADA Maior evapotranspiração Solo exposto Coleto “abalado” Pequena reciclagem de nutrientes Maior temperatura FAIXAS DE CONTROLE CONTROLE QUÍMICO • Preparo de áreas para plantio (Dessecação); • Aplicação pré-emergente; • Aplicação pós-emergente; Coroamento Tratos (1º, 2º......) Manutenção PRODUTOS Contato Sistêmico Pré-emergente HERBICIDA SISTÊMICO TRANSLOCAÇÃO VIA FLOEMA E XILEMA HERBICIDA SISTÊMICO TRANSLOCAÇÃO VIA FLOEMA E XILEMA TRANSLOCAÇÃO VIA XILEMA Área sem controle Área controlada HERBICIDA DE CONTATO Área sem controle HERBICIDAS ENCONTRADOS PARA A CULTURA DO EUCALIPTO NOME COMUM* MECANISMO DE AÇÃO RECOMENDAÇÕES DE USO Carfentrazona-ethil Protox Aplicação dirigida em pós-emergência das plantas daninhas de folhas largas. Oxyfluorfen Protox Aplicação em pré-emergência das plantas gramíneas e folhas largas. Sulfentrazone Protox Aplicação em pré-emergência das plantas gramíneas e folhas largas. Glyphosate EPSPs Aplicação dirigida em pós-emergência das plantas daninhas gramíneas e folhas largas. Amônio-glufosinato GS sintase Aplicação dirigida em pós-emergência das plantas gramíneas e folhas largas. Fluazifop-p- butyl ACCase Aplicação em pós-emergência das plantas gramíneas. Isoxaflutole Carotenoides Aplicação em pré-emergência das plantas gramíneas e folhas largas. Flumioxazina Protox Aplicação em pré e pós-emergência das plantas de folhas largas. Imazapyr ALS Aplicação no caule - controle de brotação. INIBIDORES DA PROTOX GLUTAMATO PROTOPORFIRINOGENIO IX PROTOPORFIRINA IX (m. cloroplasto) (Luz+O2) [O2*] PEROXIDAÇÃO DE LIPÍDIOS DESTRUIÇÃO DE MEMBRANAS CELULARES PROTOX Local de Ação PROTOPORFIRINA IX CLOROFILA Ex: Oxyfluorfen, sulfentrazone e carfentrazone-ethil Testemunha Oxyfluorfen (4 L/ha pc) Sulfentrazone (1 kg/ha pc) Sulfentrazone + Flumioxazin (1 + 0,2 kg/ha pc) INIBIDORES DE PIGMENTO Enzimas envolvidas: PDS e 4-HPPD – Fitoeno desaturase e 4 hidroxifenil-piruvato-dioxigenase Izoxaflutole: 4-HPPD - Inibe quinonas (envolvida no transporte de eletrons) e carotenoides. branqueamento das folhas Isoxaflutole: Sintomas em Pré e Pós-emergência SHIQUIMATO + PEP EPSP CORISMATO Triptofano Fenilalanina e Tirosina Alcalóides e Fitoalexinas Alcalóides e Flavonóides Lignina Glyphosate Enzima EPSPs (5 enolpiruvilshikimato- 3-fosfato sintase) AÇÃO DO GLYPHOSATE • Inibe EPSPs (enzima alvo); • Acúmulo de shikimato; • Inibe aminoácidos: fenilalanina, tirosina e triptofano; • Diminui a síntese de proteínas; • Dreno de carbono... Síntese de amônia, glutamina e glutamato a níveis tóxicos; • Efeito cascata; • Morte da planta? Glyphosate + Flumioxazim Roundup - 7 DAA Roundup + Kixor (Saflufenacil) - 7AA Roundup + Aurora - 7 DAA CONTATO DO GLYPHOSATE COM O EUCALIPTO • Como o glyphosate pode entrar em contato com as plantas de eucalipto? Pelo contato com as folhas recém tratadas; Pela deriva; Exsudação radicular de plantas daninhas? DETALHE DO CONTATO DO HERBICIDA NO MOMENTO DA APLICAÇÃO SURGIMENTO DE BROTAÇÕES COM SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO SIMULAÇÃO DA DERIVA DE GLYPHOSATE EM EUCALIPTO INTOXICAÇÃO PELA DERIVA DE GLYPHOSATE EM PLANTAS DE EUCALIPTO EM FUNÇÃO DO TEMPO APÓS APLICAÇÃO Tuffi Santos et al. (2004) CRESCIMENTO DE PLANTAS DE EUCALIPTO EXPOSTAS À DERIVA DE GLYPHOSATE AOS 360 DIAS APÓS APLICAÇÃO 1 Graus de intoxicação (%) Altura (m) Diâmetro(cm) Volume (m 3 /planta) Ganho em altura (m) Ganho em diâmetro (cm) 0 - 5 8,970 A 1/ 8,599 A 0,053 A 7,321 A 6,106 A 6 - 10 8,960 A 8,520 A 0,051 A 7,303 A 5,967 A 11 - 20 9,055 A 8,743 A 0,055 A 7,339 A 6,112 A 21 - 30 8,660 AB 8,040 B 0,044 B 7,004 AB 5,336 B 31 - 40 8,662 AB 7,519 C 0,039 C 7,167 AB 5,263 B 41 - 50 8,420 B 6,767 D 0,031 D 6,846 B 4,491 C DMS 0,507 0,382 0,0054 0,358 0,416 C.V (%) 6,27 7,67 19,01 8,08 12,11 1/ médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo 2 Teste t. Média de 20 plantas. 3 Tuffi Santos et al. (2004) TAXA FOTOSSINTÉTICA EM PLANTAS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE GLYPHOSATE Machado et al., (2009) CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA EM PLANTAS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE GLYPHOSATE Machado et al., (2009) Glyphosate (g ha -1 ) 0.0 43.2 86.4 129.6 172.8 GS (m olm -1 s- 1 ) 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 21 DAA 96,0000026,00156,05985,4ˆ 22* RXXY 69,0ˆ Y7 DAA TAXA DE TRANSPIRAÇÃO EM PLANTAS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE GLYPHOSATE Machado et al., (2009) Glyphosate (g ha -1 ) 0.0 43.2 86.4 129.6 172.8 E (m ol H 2 0 m -2 s- 1 ) 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 7 DAA 21 DAA 90,4ˆ Y 95,0019,0217,12ˆ 2* rXY EFICIÊNCIA NO USO DAS ÁGUAS EM PLANTAS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE GLYPHOSATE Machado et al., (2009) Glyphosate (g ha -1 ) 0.0 43.2 86.4 129.6 172.8 W UA (m ol CO 2 m ol H 2 O- 1 ) 0.0 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 21 DAA 95,000007006,0219,4ˆ 22* RXXY 7 DAA 81,00008,0170,4ˆ 2* rXY SEVERIDADE DA FERRUGEM (PUCCSINIA PSIDII) X GLYPHOSATE Clone g ha-1 de glyphosate 0 28,8 57,6 86,4 115,2 6021 S0 S0 S0 S0 S0 G 21 S0 S0 S0 S0 S0 531 S3 S3 S3 S2 S2 9838 S3 S3 S3 S3 S3 S0 e S1 são resistentes a ferrugem; S2 e S3 são suscetíveis. Tuffi Santos et al. (2006) PORCENTAGEM DE REDUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE PLANTAS DE EUCALIPTO EM RELAÇÃO À TESTEMUNHA em função da % da dose recomendada de diferentes herbicidas Porcentagem da Dose Herbicidas Atrazine Foramsulfurom+ iodosulfurom-metílico Fluazifop-p-butyl+ fomesafen Nicosulfuron Tembotrione 3% 2,77 2,15 1,67 11,56 4,97 6% 6,38 5,90 7,32 20,97 6,29 12% 15,79 13,44 28,22 66,6 9,68 Tiburcio, 2010 EFEITO DO ESTRESSE HÍDRICO NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS Rebrota das plantas de Brachiaria brizantha, aos 25 dias após o corte. EFEITO DA CHUVA APÓS APLICAÇÃO DE HERBICIDAS Roundup WG 0 h 1 h 2 h 4 h 6 h S/Ch Roundup Transorb Digitaria horizontalis COMPORTAMENTO E DESTINO DOS HERBICIDAS Herbicidas FOTODEGRADAÇÃO Herbicidas Herbicidas SOLO RUNOFF VOLATILIZAÇÃO ABSORÇÃO PLANTAS DEGRADAÇÃO QUÍMICA DEGRADAÇÃO MICROBIOLÓGICA LIXIVIAÇÃO SORÇÃO (AD / DE) REMOÇÃO FÍSICA P R O F U N D I D A D E DEGRADAÇÃO ÁGUA SUBTERRÂNEA S U P E R F Í C I E DINÂMICA DOS HERBICIDAS NO SOLO SOLO Cultura/planta daninha ATMOSFERA Tecnologia de aplicação HER Herbicida pH M.O. Textura CTC Umidade Microrganismos Tamanho de gotas Temperatura, UR, Vento Eficácia e seletividade do tratamento HER HER HER HER HER HER HER FATORES QUE CONTROLAM A DINÂMICA DE HERBICIDAS NO SOLO: • Característica química do herbicida (ácido, básico ou não dissociável); • Características do solo: Teor de carbono orgânico; Teor e composição da fração argila; pH; Clima (intensidade e distribuição da precipitação). KOC – MOBILIDADE NO SOLO Muito alta Alta Intermediária Baixa Koc: Triclopyr = 40 Sulfentrazone = 78 Amônio-glufosinato = 100 Isoxaflutole = 112 Praticamente imóveis Glyphosate = 1500 Oxyfluorfen = 5000 Paraquat = 1000000 0 100 200 300 400 500 EFEITO DO PH NA LIXIVIAÇÃO DE IMAZAQUIN Test SH - pH 4,2 pH 4,2 pH 4,7 pH 5,0 pH 5,2 pH 5,7 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL • Indicadores biológicos; • Modelos matemáticos de simulação; • Índices (Kd, Koc, GUS, IRA...); • Classificação do IBAMA. QUAIS OS PROBLEMAS DE APLICAR SEMPRE OS MESMOS HERBICIDAS? • Seleção de espécies tolerantes; • Aumento da pressão de seleção; • Surgimento de espécies resistentes. Biótipo sensível Biótipo resistente ANO 1 APLICAÇÃO DO HERBICIDA ANO 2 APLICAÇÃO DO HERBICIDA ANO 3 APLICAÇÃO DO HERBICIDA ALGUMAS ESPÉCIES TOLERANTES AO GLYPHOSATE EXEMPLO DE PLANTAS RESISTENTES AO GLYPHOSATE Conyza bonariensis Buva Conyza canadensis Buva Euphorbia heterophylla Leiteiro EPSPs EPSPs EPSPs EXEMPLO DE RESISTÊNCIA AO GLYPHOSATE: AZAVÉM SEM HERBICIDA 5 DAT COM HERBICIDA 5 DAT S S R R EXEMPLO DE RESISTÊNCIA AO GLYPHOSATE: BUVA OBRIGADO! Prof. Lino Roberto Ferreira UFV / DFT e-mail: lroberto@ufv.br
Compartilhar