Buscar

Comunicação Comunitária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceituação de Comunicação Comunitária 
[Ano] 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
2 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 
 
 
 Conceituação de Comunicação Comunitária 
 MATERIAL TEÓRICO 
 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Profª Ms. Regina Tavares de Menezes 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
3 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
Parênteses 
 
 
 Bem, pessoal. Não vejo outra forma de iniciar esta 
unidade, ao não ser relatando brevemente o meu envolvimento 
afetivo com a Comunicação Comunitária. 
Por ser moradora da região da Zona Leste, desde a 
infância ouvia muito sobre o papel da Igreja Católica nos “anos 
de chumbo”, vividos durante a ditadura militar. Sempre escutava os mais velhos 
contarem e recontarem lembranças saudosas acerca da importância dos jornais 
populares da época na construção de uma democracia que despontava “lenta e 
gradualmente” no solo brasileiro por volta dos anos de 1980. 
Somente mais tarde, com o passar dos anos - durante a graduação - tive 
a oportunidade de acompanhar diferentes grupos e lutas sociais em São Paulo 
e, então, reconhecer o valor da comunicação popular numa sociedade 
repressiva ou até democrática. Entre os movimentos que acompanhei, chamou-
me atenção os que prezavam democratizar a comunicação por meio do 
exercício da comunicação popular. Como exemplo, cito as rádios comunitárias 
que conheci, entre elas, a que mostrei a vocês na Contextualização desta 
unidade: a rádio Favela. 
Com o término da graduação, tive o desejo de conhecer com maior 
profundidade acadêmica a comunicação popular e alternativa da Zona Leste de 
São Paulo. Sendo assim, iniciei meus estudos de Pós-graduação e inclusive, o 
mestrado, na área. Portanto, não se espante se ao longo de nossa disciplina, eu 
trazer dados e exemplos relacionados à minha pesquisa. Isso pode nos auxiliar 
a compreender a Comunicação Comunitária. Além da Comunicação Comunitária 
me acompanhar na vida acadêmica, realizei inúmeros vídeos-documentários em 
comunidades diversas, como exemplo maior cito a de Heliópolis. Lá, 
acompanhei o trabalho de uma rádio comunitária e de um cinema popular, feito 
inteiramente por moradores da região. 
 
 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
4 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
Minha dissertação de mestrado tratou de um importante centro de 
comunicação popular e alternativa da zona leste durante o regime militar 
brasileiro, o Cemi. Para quem se interessar em conferir meu trabalho, o link é: 
 
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?sele
ct_action=&co_autor=32922. 
 
 
Conceituação 
 
 
Até o momento, tudo que vocês viram na graduação dizia respeito à 
comunicação de massa, não é mesmo?! Ou seja, uma comunicação feita por 
profissionais da área para um público homogêneo, imensurável e que nem 
sempre interage de forma direta com o emissor da mensagem. 
 
 
 
 
 Muito bem, na comunicação comunitária a situação muda. A comunicação 
comunitária ou comunicação popular e alternativa como também é chamada 
surgiu durante o regime militar como uma alternativa aos movimentos sociais 
interessados na democratização da comunicação. Isso mesmo, já que os meios 
Receptor 
Emissor Mensagem Emissor 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
5 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
de comunicação estavam censurados e nem sempre podiam declarar a real 
situação pela qual o país enfrentava; inúmeras comunidades encontraram 
formas diferenciadas de se comunicar. Seus principais instrumentos são: o 
boletim, o jornal de bairro, o "jornal poste", a rádio comunitária, a TV comunitária, 
o vídeo-documentário e, mais recentemente, a internet e suas redes sociais. 
A comunicação comunitária conta com a participação direta do povo na 
produção de produtos midiáticos, na divulgação de notícias, informações, 
serviços e na valorização da cultura local. 
Segundo a Profª Cecília Peruzzo, uma das maiores estudiosas da área, 
"O participante, além de contribuir formulando conteúdos, tem o poder de atuar 
no processo de decisões relativas aos conteúdos dos meios e à sua gestão" 
(PERUZZO, 2003, p. 248). 
Por ser comunitária, este tipo de comunicação tem alcance limitado e 
procura identificação com o público ao qual se destina. Isso não significa que um 
movimento social mundial não possa se utilizar de redes sociais como Orkut, 
Facebook e Youtube para se manifestar, ok?! 
Note que a compreensão da comunicação comunitária está estritamente 
relacionada com a distinção dos termos “comunidade” e “sociedade”. Confira as 
principais diferenças no quadro abaixo: 
 COMUNIDADE SOCIEDADE 
Característica social Confraternização Troca 
Relação social 
dominante 
Parentesco e boa vizinhança Cálculo racional 
Instituições fundamentais Família, amizade, ideal Estado Capitalista 
O indivíduo na ordem 
social 
Parte do coletivo Indivíduo 
Forma de riqueza 
característica 
Terra Dinheiro 
Tipo de Direito Familiar, de amizade etc Contratual 
Ordenação das 
instituições 
Vida familiar, rural e urbana Vida de cidade, racional e 
cosmopolita 
Tipo de controle social Concórdia ou harmonia, morais e 
costumes populares e da religião 
Convênio, legislação e opinião 
pública 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
6 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 
Comunidade não diz respeito a um pequeno grupo de objetos ou pessoas 
em comum num determinado espaço limitado. Comunidade subentende uma 
proximidade e um forte elo entre os membros, que muitas vezes não se limita a 
ligações geográficas. Um exemplo claro são as comunidades "virtuais". Grupos 
que se reúnem em sites ou fóruns na Internet e que, apesar de viverem em 
comunidades físicas diferentes, compactuam de mesma opinião, ideologia, 
necessidade. 
 
A comunicação comunitária pode ser caracterizada seguindo os parâmetros 
abaixo: 
 A mensagem é de... 
- Interesse público/comunitário x Interesses particulares 
 A mensagem faz... 
- Prestação de um serviço: Informes, Avisos, Campanhas etc. 
Ex.: Anúncio de campanhas de saúde, matrícula nas escolas, vagas de 
emprego, manifestações por moradia/educação/cultura/tolerância etc. 
 A mensagem trata de... 
- Dilemas e desafios da comunidade. 
- Participação dos moradores na solução dos problemas (mobilização 
social) 
 A mensagem procura... 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
7 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
- Valorização da cultura local (História, Artistas, Tradições, Religiões, 
Festas, Memória etc) 
 O público-alvo 
- A própria comunidade (todos os moradores) 
- Meus vizinhos, minhas amigas, meus amigos, meus inimigos etc. 
 A linguagem 
- A mais adequada para que a comunidade compreenda da melhor forma 
os conteúdos locais e globais. 
- Gírias locais, pensamento embasado – geralmente – no senso comum. 
Pretende-se também educar/conscientizaretc. 
 A sustentabilidade financeira desses veículos 
- Anúncios de comerciantes locais 
- Patrocínio de agências financiadoras de projetos sociais 
- Festas, promoções, bingos, colaboração dos moradores, apoio de 
universitários 
 
COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA 
PARA – PELA – DA – COM – a COMUNIDADE 
Ao total, até o final da década de 1980, havia mais de 33 definições 
diferentes para o termo “comunicação popular”. 
Para alguns autores, a comunicação popular não pode ser identificada pela 
classe social daquele que a realiza, na medida em que qualquer indivíduo de 
classe social adversa pode estar comprometido com os ideais das classes 
populares. Carlos Eduardo Lins da Silva ressalta: 
 
(...) podemos dizer que alguns jornais defendem os interesses das 
classes populares, mas não são feitos por elas nem a elas se 
destinam. Outros, embora tenham as classes populares como 
destinatárias principais, defendem os seus interesses, não são feitos 
por elas. Outros, ainda defendem os interesses das classes populares, 
são por elas produzidos e a elas dirigidos. (GOMES, 1987, p. 46) 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
8 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
Não podemos negar, contudo, que a comunicação popular tem a ver com o 
povo e seus próprios códigos e que seu principal objetivo deve ser a promoção 
da justiça social. 
 
A linguagem também não serve como parâmetro na definição do que é 
comunicação popular, tendo em vista que a linguagem pode ser lexicalmente 
popular e não servir aos ideais das classes populares, como era o caso do jornal 
Notícias Populares, marcado na história da imprensa como um jornal 
sensacionalista. 
E a mensagem? Bom, autores como Gomes acreditam na importância de 
se vincular a mensagem à realidade social. Para o autor, a comunicação popular 
não anda sozinha, sempre está aliada a um movimento organizado e 
interessado em enfrentar a manipulação e a opressão de classes dominantes: 
“Sozinha, a comunicação não vai modificar a sociedade, por melhor que se 
realize; ela pertence à instância superestrutural”. (ibidem, p. 51) 
A condição histórica na qual a prática comunicativa está inserida também 
diz muito. Para Regina Festa - outra autora significativa em Comunicação 
Comunitária - o Brasil carrega, marcadamente, esta característica: 
 
No campo da comunicação (alternativa e popular) no Brasil, e ao 
contrário do que ocorre na Europa ou Estados Unidos, a principal 
característica da produção cultural é a identidade com as formas de 
opressão social. (FESTA, 1986, p. 29) 
 
Sendo assim, a ditadura militar na história latino-americana e em especial 
no Brasil foi determinante para o surgimento da comunicação comunitária em 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
9 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
contraponto aos grandes conglomerados da comunicação de massa. Ou seja, a 
comunicação é um fenômeno social por excelência, cuja forma varia de acordo 
com as possibilidades do ambiente. Nas próximas unidades, compreenderemos 
esse período histórico conturbado no Brasil e no mundo. 
Após avaliar o argumento de inúmeros pesquisadores, podemos entender 
que a comunicação é popular pela “(...) forma como se conduz o processo e o 
contexto no qual se insere. O problema da comunicação não é tanto o que dizer, 
mas como dizê-lo.” (GOMES, 1987, p. 114) Em relação ao conceito de 
alternativo: “O contexto alternativo não é a comunicação alternativa, mas apenas 
o que torna uma comunicação popular.” (GOMES, 1987, p. 58) 
??? Deu para entender ??? 
Então a comunicação é popular ou comunitária, de acordo com a 
organização da mensagem. Ou seja, como ela é transmitida, preparada, 
compreendida e assim por diante. Contudo, é o contexto de um país e – em 
tempos de globalização, do mundo – que dá o tom de “alternativo” desse tipo de 
comunicação. E não precisa haver uma ditadura militar para as pessoas se 
unirem e montarem seus próprios veículos de comunicação. Hoje, as 
comunidades mais diversas se identificam com seus próprios jornais, seus blogs, 
suas revistas etc. Estamos falando dos Punks, dos Emos, dos Homossexuais, 
dos Músicos, dos Vegetarianos e assim por diante. 
E você em qual comunidade está inserido? 
Com qual veículo comunitário você se identifica ou até participa 
ativamente? 
Para Peruzzo, na atualidade, pós-ditadura militar, a comunicação popular 
se identifica com a cultura. 
 
Como escreveu Canclini, trata-se de uma nova maneira de pensar o 
popular, ligando comunicação e cultura. Ela ocupa-se da comunicação 
no contexto de organizações e movimentos sociais vinculados às 
classes subalternas ou, como dizem enfaticamente, da comunicação 
“ligada à luta do povo” por melhores condições de existência e pela sua 
emancipação, mediante movimentos de base organizados. (PERUZZO, 
1998, p. 119) 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
10 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
Nesse sentido, a autora identificou três correntes de estudo. A primeira diz 
respeito ao popular-folclórico. Trata-se das expressões culturais tradicionais do 
povo, como os ritos, os mitos, as festas e as crenças. Exemplo: a Festa do 
Divino. A segunda seria o popular-massivo. Ela refere-se à ocasião em que a 
comunicação de massa se apropria da cultura popular, de sua linguagem e de 
outras características em busca de altos índices de audiência. Exemplo: o 
carnaval. Como foi citado anteriormente, o jornal Notícias Populares também é 
um exemplo notório. Por fim, a terceira corrente refere-se ao popular-alternativo. 
Como é o caso do jornal abaixo (GRITA POVO, nº 4, nov. 1982. p. 8): 
 
 
Os estudos de comunicação popular também suscitaram questões 
pertinentes à Teoria da Comunicação, a começar pela valorização do receptor 
(Ver esquema do processo da comunicação anteriormente), por muito tempo, ele 
foi desprezado pelos pesquisadores em comunicação, uma vez que não era 
considerado como sujeito de atitudes autônomas e imprevisíveis. Antes, 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
11 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
acreditavam que o receptor era incapaz de escapar às imposições da Indústria 
Cultural. 
O receptor deixava de ser identificado com a massa amorfa e uniforme, 
passiva e manipulável, passando a ocupar o lugar do dominador - o 
trabalhador organizado, a feminista, o militante -, cujas apropriações 
expressavam um receptor crítico. (HOHLFELDT; MARTINO; FRANÇA, 
2001, p. 264) 
Atualmente, assumiu-se, então, que o “sujeito-receptor” (não profissional 
da área de comunicação) era capaz de ser produtor da mensagem midiática, de 
acordo com as condições que o seu ambiente sócio-político e cultural lhe 
oferece, assim como também pode refletir criticamente sobre a mensagem que a 
comunicação de massa lhe impunha. Isso mesmo! Também faz parte das 
atribuições da comunicação comunitária, refletir sobre a comunicação de massa, 
como podemos conferir no exemplo abaixo. 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
12 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 
 
Alguns estudiosos acreditam que a comunicação comunitária atingiu seu 
ápice em períodos críticos como o regimemilitar. Há uma sensação de apatia no 
ar, inclusive no que diz respeito à formação de novos líderes populares. Hoje, 
aparentemente, o ambiente democrático forja uma liberdade de expressão no 
setor da comunicação, entretanto isso não se confirma, quando pensamos na 
natureza da comunicação de massa no Brasil. 
Vale dizer que, em pleno século XXI, a concessão de veículos de 
comunicação tornou-se “barganha eleitoral” na mão do governo. Oligopólios 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
13 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
formam-se no país, a fim de impor à população uma visão de mundo 
manipulada.1 
Em última instância, iniciativas de comunicação popular que têm tido 
ressonância em comunidades por todo o país são combatidas severamente pelo 
Estado com proibições e regulamentações. Um bom exemplo estaria no 
constante conflito entre rádios comunitárias e a Anatel. 
Obviamente, há muitos exemplos que expõem a distorção do objetivo das 
necessidades locais e se maquiam sob outros interesses. É o caso de rádios 
ditas comunitárias, mas que na verdade transmitem mensagens de uma única 
vertente religiosa ou política. “(...) por exemplo, a existência de meios de 
comunicação que se dizem comunitários, mas que de fato servem a outros 
interesses - políticos eleitorais, religiosos, financeiros e personalísticos.” 
(PERUZZO, 2003, p. 249). 
Mas, dificilmente encontra-se uma saída para esses problemas. 
Sabe por quê? A fiscalização É FALHA! 
Portanto, precisamos ser CRÍTICOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 “Presente em todos os estados, a maioria dos principais grupos regionais de mídia são 
afiliados à Globo, o que não impede que 86% dos seus veículos estejam concentrados na região 
de maior circulação de verba publicitária, o Sudeste. Do total da verba publicitária, abocanha 
US$ 1,5 milhão, deixando US$ 600 milhões para o SBT e 300 para a BanDom O resultado é 
uma audiência de 54% , contra 23% dos índices alcançados pelo SBT, sua concorrente mais 
próxima. Subordinados às cabeças-de-rede, que dominam os principais mercados, os grupos 
afiliados à Record, Band, SBT e Globo também reproduzem a concentração do mercado, ficando 
restritos a pequenos mercados regionais.”(WANDELLI, R. Pesquisa mostra cartelização da mídia 
brasileira. São Paulo: INSTITUTO GUTEMBERG - CENTRO DE ESTUDOS DA IMPRENSA, 
2002) 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
14 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso, cabe ao público ter o discernimento e perceber quando as 
informações estão sendo tendenciosas e se escondem atrás do espaço 
comunitário para tentar impor ideologias e opiniões que não refletem, em 
momento algum, os interesses de determinada comunidade. 
Apesar dos impasses já citados acima, como a oligopolização da mídia 
brasileira e a punição do governo às rádios comunitárias; eu acredito que a 
comunicação popular ainda se mantém ao longo da história, 
como alternativa, dialógica, comunitária e revolucionária. 
 
 
Já sei... Você deve estar se perguntando: Por que uma 
disciplina como essa faz parte de um curso dito profissional? 
Então, não estou me formando para atuar na comunicação de massa? 
Pois é, eu lhe respondo o seguinte: o mundo mudou e a comunicação 
comunitária nos desperta um novo olhar diante dos produtos de comunicação de 
massa. Trata-se de um olhar crítico e consciente. Trata-se de nossa 
responsabilidade social como profissionais da comunicação. Afinal, você não 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
15 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
será um mero “apertador de botões” no mercado de trabalho e sim um 
verdadeiro “agente histórico”; capaz de interferir no curso da história do seu país, 
da sua cidade, do seu bairro, da sua rua... Como disse, Paulo Freire, “É 
impossível tocar a realidade de luvas”. É como se em comunicação comunitária, 
tirássemos as luvas. 
Por outro lado, a comunicação comunitária deixou os movimentos sociais 
de combate à ditadura para trás e hoje faz parte do repertório do 3º setor. Na 
atualidade, as mais variadas ações de comunicação comunitária empenhadas 
nesse novo nicho de trabalho abrigam inúmeros profissionais de nossa área e 
você deve desenvolver uma série de competências e habilidades para lidar com 
ela. Mas, esse é um assunto para a nossa próxima unidade. Até lá!!! 
 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
16 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 Anotações 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
17 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
 
Referências 
BELTRÃO, L. Comunicação popular e religião no Brasil. In: MELO, José Marques de 
(org). Comunicação/Incomunicação no Brasil. São Paulo: Loyola, 1976. 
BERNARDINO, A. Discurso sobre a participação e a organização popular. São 
Paulo: 1979. 
BETTO, F. O que é Comunidade Eclesial de Base. São Paulo: Brasiliense, 1984. 
BOMTEMPO, S. Origens Históricas de São Miguel Paulista. São Paulo: UNICSUL, 
2000. 
BOSI, E. O tempo vivo da memória. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 
BRUNEAU, T. C. O catolicismo brasileiro em época de transição. São Paulo: Loyola, 
1979. 
CANCLINI, N.G. Culturas híbridas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 
1997. 
CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. 
FAUSTO, B. (org.). História geral da civilização Brasileira. V III. O Brasil 
Republicano. Sociedade e Instituições. 1888-1930. São Paulo: Depel, 1978. 
FERNANDES, Florestan. Comunidade e Sociedade. São Paulo: Nacional, 1973. 
FERNANDES, T. F. T. DOM. Cultura e memória social no discurso jornalístico. In: 
TRIVINHO, E. (org.) Sociedade Mediática. São Paulo: Leopoldianum, 2000. 
FESTA, R. Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986. 
FESTA, R. Comunicação Popular e Alternativa. A realidade e as utopias. 
Dissertação de Mestrado - Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do 
Campo, 1984. 
FILHO, P. C. No olho do furacão: América Latina nos anos 60/70. São Paulo: Cortez, 
2003 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
GASPARI, E. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 
GOMES, P. G. Jornalismo nas comunidades eclesiais de base: estudo de caso do 
jornal GRITA POVO da região diocesana de São Miguel Paulista. Dissertação de 
Mestrado – Escola de Comunicação e Artes, Universidade São Paulo. São Paulo, 1987. 
GOMES, P. G. O jornalismo alternativo no projeto popular. São Paulo: Paulinas, 
1990. 
HOBSBAWM, E. Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 
 
 
 
18 
 
Unidade: Colocar o nome da unidade aqui 
 
Unidade: Conceituação de Comunicação Comunitária 
HOLFELDT, A.; MARTINO, L.; FRANÇA, V. Teorias da Comunicação. Petrópolis: 
Vozes, 2001. 
IMAMURA, A. C. História de São Miguel - O Desenvolvimento Urbano de São 
Miguel Paulista. Museu Virtual, São Paulo, 2000. Disponível em: 
http://200.136.79.4/Museu_Virtual/histo_sao_miguel_des.html. Acesso em: 15/05/2007. 
MÁRTIN-BARBERO, J. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. 
MENEZES, R. T. Do mutirão à educação. In: MEDINA, C. (CoorDom) USP leste e 
seus vizinhos. São Paulo: ECA/USP, 2004. 
MENEZES, R. T. GRITA POVO. CNU - Canal Universitário de São Paulo: Brasil, 2002 – 
23 min. 
MORIN, E. Cultura de Massas no século XX. Espírito do tempo 1: neurose. Rio de 
Janeiro: Forense Universitária, 1984. 
PERUZZO, C. M. K. Comunicação nos movimentos populares. Petrópolis: Vozes, 
1998. POLLACK, M. Memória e identidade social. In: Estudos Históricos, 5 (10). Rio de 
Janeiro: Cpdoc/FGV, 1992. 
SADER, E. Quando novos personagens entram em cena. Rio de Janeiro: Paz & 
Terra, 1988. 
WANDELLI, R. Pesquisa mostra cartelização da mídia brasileira. São Paulo: Instituto 
Gutemberg - Centro de Estudos da Imprensa, 2002. 
WANDERLEY, L. E. W. Movimentos Sociais Populares: aspectos econômicos, 
sociais e políticos. In. BERNARDO, T.; RESENDE, P. E. A. (org.), Ciências Sociais na 
Atualidade. São Paulo: Paulus, 2005. 
WOLF, M. Teorias das Comunicações de Massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cruzeirodosul.edu.br 
Campus Liberdade 
Rua Galvão Bueno, 868 
01506-000 
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000 
 
Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br

Outros materiais