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Definição A obrigação imposta ao erário de reparar os danos patrimoniais e morais causados a terceiros pelos seus agentes (público), no desempenho de e suas funções ou a pretexto de exercê-las. Celso Antônio Bandeira de Mello entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos. Se diferencia da responsabilidade contratual Contratual: responsabilidade que surge com base em cláusulas contratuais• No direito civil a responsabilidade é subjetiva (exige dolo ou culpa) Independente da esfera penal e da responsabilidade administrativa No direito administrativo é objetiva (exige apenas culpa) Em caso de atos omissivos, a responsabilidade do Estado poderá apenas caracterizar-se por atos ilícitos Extracontratual: responsabilidade que está fora do contrato, também chamada de responsabilidade aquiliana (não envolve apenas atos do poder executivo, mas também do judiciário e legislativo) • Evolução do tema Irresponsabilidade absoluta > Responsabilidade civilística > Responsabilidade pública Irresponsabilidade absoluta: "O rei não poderia errar" O rei têm a prerrogativa de estar sempre certo. A soberania se impunha diante dos seus súditos de forma incontestável. Havia a possibilidade de buscar a reparação contra o INDIVÍDUO e não contra o Estado Após a revolução francesa, no liberalismo o Estado assemelhou-se ao indivíduo para buscar reparação no âmbito culposo (sentido amplo) Somente em 1946 (FEDERAL TORT CLAIMS ACT) (Estados Unidos) e 1947 (CROW PROCEEDING ACT) (Inglaterra) Atos de império: atos essenciais para produção de políticas públicas. Todos os danos sobre atos de império, não é compassível à responsabilidade. Atos de gestão: atos facultativos ou contingentes, ou seja, atos não essenciais para a existência do Estado. O Estado serve como gestor dos interesses coletivos. O que levou o fracasso da teoria civilística, é a dificuldade de demonstrar a culpa do Estado e a diferenciação entre os conceitos de atos de gestão e atos de império. Responsabilidade civilística Não há a necessidade de identificar o agente do Estado que causou o dano○ Não é necessário diferenciar ato de império e ato de gestão○ Demonstrando a falta do serviço incumbido ao Estado, há Responsabilidade Civil do Estado (casos de omissão do Estado) ○ Teoria da culpa administrativa / teoria da culpa anônima / teoria da culpa pela falta do serviço (faute du serviço) Responsabilidade Civil Pública Afastada do direito civil, fincando raízes no direito administrativo O Direito civil atualmente aplica-se supletivamente ao direito público A responsabilidade civil passa a ser marcada por princípios objetivos ligados a uma responsabilidade objetiva, (não exige a culpa ou dolo) Culpa exclusiva da vítima Força maior Caso fortuito Ato de terceiro Teoria do risco administrativo: O Estado pode se eximir da responsabilidade por meio de excludentes: Teoria do risco integral: Idêntica ao risco administrativo SEM as excludentes, bastando constatar o dano cometido pelo Estado, observa-se a responsabilidade Responsabilidade objetiva Responsabilidade Civil do Estado Brasileiro Art. 37, §6º CRFB Art. 43 do C.C trata também da responsabilidade Civil do Estado A forma de governo republicano, temos como uma das premissas que, os agentes públicos podem ser responsabilizados, e em via de consequência quando agem nesta qualidade, responsabilizar também o Estado. "Não se poderá jamais ignorar que o princípio republicano consagra o dogma de que todos os agentes públicos - legisladores, magistrados e administradores - são responsáveis perante a lei e a constituição, devendo expor-se, plenamente, às consequências que derivem de eventuais comportamentos ilícitos." (STF, MS 27.141/DF) Responsabilidade Civil Objetiva do Estado Sempre a responsabilidade do Estado será OBJETIVA. Essa corrente é formada por doutrinadores moderno e por decisões recentes do STF. Nos casos de OMISSÃO do Estado, as doutrinas mais tradicionais entendem que nesse caso não podemos falar de responsabilidade objetiva, mas sim subjetiva. (podemos questionar dolo e culpa). Decisões mais antigas do STF decidiram a favor desta corrente. O Estado Brasileiro adotou a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO para reger a responsabilidade civil. (teoria da falta do serviço, da culpa anônima). Acordão ADI 4.976, julgamento em 7-5-2014, plenário Requisitos para que haja a responsabilidade civil do Estado Fato que causa uma modificação no mundo exterior e que tem repercussão no direito administrativo.○ Atos ilícito: dano causado de forma ilícita por um agente. Teremos então o princípio da legalidade○ Atos lícitos: a administração, quando atua em prol do bem comum, pode ocasionar danos a membros isolados, não sentidos pelos demais e a responsabilidade nessa hipótese serve como um meio de compensar este desequilíbrio. O princípio que fundamenta esta situação é o princípio da igualdade. STF/1135875 "A ○ Fato administrativo, lícito ou ilícito atribuível ao poder público• Eli Lopes Meirelles "Negou-se a responsabilidade do Estado, secularizada na regra inglesa da infalibilidade Real, extensível aos seus representantes" As empresas públicas ou sociedade de economia mista, não estão abrangidas pela norma constitucional que atribui responsabilidade objetiva. Art. 37, 6º, CRFB Responsabilidade civil do Estado segunda-feira, 27 de julho de 2015 19:57 Página 1 de Direito Administrativo 2 Fato que causa uma modificação no mundo exterior e que tem repercussão no direito administrativo.○ Atos ilícito: dano causado de forma ilícita por um agente. Teremos então o princípio da legalidade○ Requisito específico: o ato lícito deve ter atingido uma pessoa o um grupo específico de pessoas Dano Anormal: aquele que supera os inconvenientes normais da vida em sociedade. (caso concreto TRF4). Celso Antônio de Mello "O Estado não é segurador universal". (RE111.715) Atos lícitos: a administração, quando atua em prol do bem comum, pode ocasionar danos a membros isolados, não sentidos pelos demais e a responsabilidade nessa hipótese serve como um meio de compensar este desequilíbrio. O princípio que fundamenta esta situação é o princípio da igualdade. STF/1135875 "A consideração no sentido da licitude (...) (...) Prejuízos decorrentes da construção de viaduto." ○ Atribuído ao poder público: Caso do policial de folga, fardado que socorre uma ocorrência de assa○ Fato administrativo, lícito ou ilícito atribuível ao poder público• Dano: violação a um direito juridicamente protegido○ Dano material ou moral• Revelar a extensão do dano.1- Identificar quem deve indenizar2- Nada mais é que o elemento referencial entre conduta e resultado. A ligação naturalística entre conduta e resultado. O resultado também é naturalístico e mensurável. O nexo de causalidade, dentro da responsabilidade civil tem 2 funções: Pode-se haver responsabilidade sem culpa, mas não sem nexo causal Nexo causal• Causa: somente aquilo que efetivamente determina o resultado (essenciais) Condição: todos os elementos que, na sua origem, são levados em conta sem considerar sua maior ou menor importância ou proximidade Nos casos omissivos, são encontradas dificuldades em identificar causa e condição. Existe uma complexidade de atos e causas concorrentes para a responsabilização do resultado. Deve-se demonstrar a falha na prestação de um serviço. ○ Teoria da equivalência: tudo o que contribui com o resultado é causa○ Teoria da eliminação hipotética de Thirén○ Analisa-se dolo e culpa○ Teoria da equivalência dos antecedentes causais (equivalênciadas condições) = NÃO UTILIZADA NA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO ADMINISTRATIVO Teoria do dano direto e imediato = TEORIA UTILIZADA Aquele dano que for indireto ou for remoto, não vai gerar a responsabilidade civil do Estado, porque via de regra, quando o dano é remoto, surgem concausas que vão contribuir para a produção do resultado (dano direto e imediato). Neste caso, afasta-se a responsabilidade do Estado. O art. 403 do CC, expressamente adota esta teoria. Caso contrário, rompe-se o nexo de causalidade Causas excludentes ou atenuantes da responsabilidade civil do Estado Excludentes por ações Força maior e caso fortuito: ambas são decorrentes de uma conduta imprevisível, tornando impossível evitá -las ou impedi-las. Ex.: resultado provocado por uma multidão, revolta, assalto em local inusitado, qualquer catástrofe natural. • Atos de terceiros: aquele que não é praticado por qualquer agente ou pessoa do Estado.• Quando for por omissão, pode-se em tese, responsabilizar o Estado mesmo que tenhamos as 3 excludentes. Culpa exclusiva da vítima: nesse caso, afasta-se totalmente a responsabilidade do Estado. Caso houver uma concorrência de culpas, é possível responsabilizar o Estado por indenizações menores. Omissão estatal "O Estado só responde por omissões quando deveria atuar e não atuou - vale dizer: quando descumpre o dever legal de agir. Em uma palavra: quando se comporta ilicitamente ao abster-se.' (...) A responsabilidade por omissão é responsabilidade por comportamento ilícito. E é responsabilidade subjetiva, porquanto supõe dolo ou culpa em suas modalidades de negligência, imperícia ou imprudência, embora possa tratar-se de uma culpa não individualizável na pessoa de tal ou qual funcionário, mas atribuída ao serviço estatal genericamente. Só há responsabilidade por omissão do Estado quando este age ilicitamente.• Quando o Estado tem a custódia de um preso, observa-se a responsabilidade OBJETIVA.○ Mesmo que esteja presente caso fortuito ou força maior, o Estado pode ser responsabilizado por omissão• É a culpa anônima ou "fatue de service" dos franceses, entre nós traduzida por falta de serviço' ". Serviço notarial Art. 236. CRFB. "Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público." Mesmo sendo de caráter privado e por delegação, ainda assim o Estado irá responder OBJETIVAMENTE. A ação do Estado contra o cartorário é SUBJETIVA Danos nucleares Entra na exceção do risco integral (não aceita nenhuma excludente) Art. 21, XXIII... D CRFB Responsabilidade por atos legislativos Quando se tratar de atos do legislativo a regra é a irresponsabilidade porque as normas jurídicas devem ser abstratas. A lei não deve existir por um caso concreto Quando a norma for declarada inconstitucional.1- Quando as leis se demonstrarem de fatos concretos. (servidão administrativa)2- Exceção: A omissão legislativa não é pacífica de responsabilidade do Estado. (Pelo judiciário não ter autoridade para obrigar o legislador produzir as normas, também não pode responsabilizar o Estado pelos prejuízos causados pela falta da legislação) • Responsabilidade por atos judiciais Salvo previsão em lei, ato judicial não gera responsabilidade civil do Estado. CPC Art. 133, I, II e Parágrafo Único Exceções CF. 5º. (...), LXXV Quando ocorre prisão preventiva ou temporária fora da legalidade de suas legislações, principalmente se na conclusão do caso, a pessoa foi absolvida por provas que a defina. (Prisão Preventiva 312 CPP e Prisão Temporária 7.960/89) RE194.657 - STF Quando o ente a que pertence o agente causador do dano responder diretamente pelo prejuízo. Responsabilidade primária As empresas públicas ou sociedade de economia mista, não estão abrangidas pela norma constitucional que atribui responsabilidade objetiva. Art. 37, 6º, CRFB Página 2 de Direito Administrativo 2 Quando o ente a que pertence o agente causador do dano responder diretamente pelo prejuízo. Quando quem responde não é o ente a quem pertence o agente (Concessionária) que causou o dano. O ente responderá somente se o primeiro (concessionária) não conseguir pagar. Responsabilidade subsidiária Prescrição A prescrição para demandar contra o Estado é de 5 anos, o tempo em que Estado poderá demandar ação regressiva contra o agente que causou o dano com dolo ou culpa não prescreve. • Não é possível colocar no polo passivo o agente, somente o ente. Sendo necessário apenas provar responsabilidade objetiva. • A prescrição para demandar contra a Fazenda pública (parte financeira) é regulada pelas leis: Decreto 20.910/32 (prescreve em 5 anos) e lei 9.494/97 art. 1º -C. Responsabilidade do Estado pela perda de uma chance Quando a administração vem a inviabilizar por ação ou omissão, a concretização de uma situação que muito provavelmente se realizaria sem a interferência estatal. Uma chance concreta de obter um benefício ou evitar um prejuízo. O dano deve ser atual, real e certo dentro de um juízo de probabilidade e não de mera possibilidade. ○ Nexo causal○ O valor pelo dano por probabilidade é menor do que o por perdas efetivas.○ Requisitos Instituto criado para relações PRIVADAS, mas não impede que se aplique às relações públicas. Página 3 de Direito Administrativo 2
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