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Processo Civil CEJ 14

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PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �290�
14ª aula (15/06/2007)
	MEIOS DE PROVA
			 Legais ou Típicos - são os previstos em lei.
	Meios de prova 
				 Atípicos – São os não previstos em lei. 
						 Nesse caso, o critério utilizado
						 pelo Código é o “moralmente 
						 legítimo”. 
	Eu posso utilizar no processo os meios de prova previstos em lei e posso utilizar outros meios de prova que não estejam expressamente previstos em lei, para isso estes devem ser moralmente legítimos. 
	Estaria esgotada a discussão, encerrada a questão se eu pudesse definir objetivamente o que é uma coisa moralmente legítima. Há determinados institutos, determinadas palavras que tentamos definir e não iremos sair do lugar, por exemplo, moralmente legítimo. Até porque moral é uma coisa subjetiva. 
	Quando eu quero saber que tipo de meio de prova eu posso ou não posso utilizar no processo, o CPC nesse artigo 332 não resolverá o problema. Seremos obrigados a nos socorrermos da Constituição. O artigo 5°, inciso LVI da CF dispõe: 
“LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;”
	Então, vamos tratar agora da possibilidade ou não de utilização no processo de provas obtidas por meio ilícito. Posso no processo utilizar esse meio de prova? Posso validamente me valer de uma prova que foi obtida por meio ilícito? 
	Essa questão é uma questão tormentosa, uma questão polêmica, que sinceramente, nunca estará solucionada. A tendência é claro, que haja uma sedimentação da jurisprudência, uma evolução num determinado sentido, mas solucionada isto não estará nunca. 
	Que teorias se apresentam sobre essa matéria: de possibilidade de aplicação ou não ao processo de provas obtidas por meio ilícito? 
	A primeira teoria é a chamada TEORIA OBSTATIVA, segunda é a chamada TEORIA PERMISSIVA e a terceira é a chamada TEORIA INTERMEDIÁRIA. 
	Obstativa vem da palavra obstar, vem de impedir. A TEORIA OBSTATIVA adota uma interpretação literal do que está colocado no artigo 5°, inciso LVI da CF. Então, para esta teoria, não serão admitidas em nenhuma hipótese as provas obtidas por meio ilícito. Qual é o fundamento para essa primeira corrente? A doutrina dos frutos da árvore envenenada. Se a árvore é envenenada, se a árvore é podre, também podres e envenenados serão os frutos que essa árvore vai gerar, que essa árvore vai produzir. 
	A contaminação da árvore, a contaminação do meio vai ter como conseqüência o resultado. Se o meio é ilícito, eu não posso utilizar o resultado, ou seja, a prova obtida por ele. 
	Permissiva vem da palavra permitir, exatamente ao contrário da teoria anterior. A TEORIA PERMISSIVA admite a utilização das provas obtidas por meio ilícito. Mas como? O que eu vou utilizar como fundamento para isso? Eu vou separar, diferenciar, o que é meio, instrumento, do que é resultado, conseqüência. Vou separar forma, de conteúdo. Então para eu justificar a utilização deste meio de prova eu tenho que fazer uma distinção prévia entre instrumento de um lado e resultado de outro, forma de um lado e conteúdo de outro. 
	Eu posso ter um instrumento, um meio de prova viciado, ilegal, mas quando eu faço essa distinção eu destaco o resultado do meio. Eu posso ter um meio de prova ilegal, a forma que eu consegui, o jeito que eu dei para arrumar a prova é ilegal, mas a escuta telefônica, o que foi dito ali, é válido. Separando o instrumento, do resultado, separando a forma do conteúdo, a teoria permissiva admite a utilização dessas provas obtidas por meio ilícito. A contaminação do meio utilizado não vai gerar a contaminação do resultado. Que se busque por outras vias a composição, a reparação da ilicitude perpretada para conseguir a prova. 
	A TEORIA INTERMEDIÁRIA, como o próprio nome já sugere, é o meio termo entre a teoria obstativa e a teoria permissiva. A TEORIA INTERMEDIÁRIA sustenta que dependendo do direito que esteja sendo questionado, é possível, excepcionalmente, a utilização no processo de provas obtidas por meio ilícitos. Essa teoria ela coloca na balança os direitos que estão sendo questionados. 
	Quando eu proíbo a utilização de uma prova obtida pro um meio ilícito eu estou tentando proteger um determinado valor jurídico, estou protegendo determinado interesse. Por exemplo, quando eu não admito “grampo telefônico” eu estou querendo proteger a intimidade das partes; quando eu não admito a confissão sob tortura eu estou protegendo a integridade física e moral do depoente; quando eu proíbo uma carta que foi interceptada eu estou protegendo o sigilo das correspondências. 
	Agora, eventualmente, eu tenho que colocar na balança para ver se esse interesse prepondera em relação ao outro que está sendo discutido. 
	A teoria intermediária, nada mais é que aplicar a questão da utilização das provas obtidas por meio ilícito do princípio constitucional da proporcionalidade, através da ponderação de interesses. 
	Exemplo: O sujeito colocou um “grampo telefônico” na sua própria casa. A esposa dele usa esse telefone e conversa com o amante. O sujeito poderá utilizar essa prova numa eventual separação judicial? Não. Infelizmente, não. Por quê? Porque o amante tem direito a ver sua intimidade protegida. 
	Agora, digamos que numa conversa que a mulher tenha com seu amante ela diga a ele que o filho que ela tem é dele e não de seu marido. Esse grampo telefônico pode ser utilizado numa ação de investigação de paternidade? Pode. Porque colocado na balança o que é mais importante: proteger a intimidade do amante e da mulher, ou identificação civil do filho? 
	Então, repare, o mesmo meio de prova pode ser admitido em um processo e em outro não, para saber se vou admitir ou não, utilizarei a ponderação de interesse, o princípio da proporcionalidade. 
	HOJE TEM PREPONDERADO NA JURISPRUDÊNCIA A TEORIA INTERMEDIÁRIA. Dependendo do direito que está sendo questionado eu vou, excepcionalmente, admitir a utilização da prova obtida por meio ilícito. 
SISTEMAS DE VALORAÇÃO DA PROVA
	Não vamos tratar aqui de “correntes” não. Vamos colocar esse sistema de valoração numa perspectiva histórica, como era antigamente e como a coisa foi evoluindo. 
	Primeiro, o sistema de prova era o da intima convicção. No SISTEMA DA INTIMA CONVICÇÃO não há necessidade da fundamentação da decisão. O Juiz julga de acordo com a sua visão pessoal, com o seu sentimento umbilical de justiça. O sistema da intima convicção, exatamente porque dá margem a arbitrariedade, foi deixado de lado. Mas mesmo, tendo sido deixado de lado, podemos encontrá-lo em pelo menos uma situação onde ele ainda é aceitado no nosso direito: no Tribunal do Júri. No Tribunal do Júri, os jurados não têm que fundamentar sua decisão, decidem de acordo com a sua visão pessoal sobre os fatos, muitas vezes mais em razão do show que o advogado dá do que daquilo que realmente aconteceu. 
	O segundo sistema é o da prova legal ou da prova tarifada. No SITEMA DA PROVA LEGAL ou da PROVA TARIFADA a lei previamente estabelece o peso para as provas, uma hierarquia entre as provas. Por exemplo, uma confissão vale tanto, uma perícia vale tanto,... Qual é o trabalho do Juiz no sistema da prova tarifada? O trabalho dele é de contar pontos. Ver quantos pontos o Autor fez, quantos pontos o Réu fez e proferir a decisão em razão disso. O Juiz não tem margem nenhuma, está vinculado ao que a lei estabelece como valor para as provas produzidas. 
	Hoje podemos dizer que o sistema da prova legal ou da prova tarifada não é aplicado porque não temos hierarquia entre os meios de prova e porque todos os meios de prova são aptos a demonstrar a ocorrência dos fatos alegados pela parte. Essas duas premissas do nosso sistema afastam a aplicação do sistema da prova legal ou prova tarifada, salvo algumas situações que encontramos no Código que são resquícios do sistema da prova legal ou tarifada, onde a lei cria uma hierarquia dizendo que determinado fato só se prova atravésde um determinado tipo de prova. 
	Onde vamos encontrar nos dias atuais a aplicação do sistema de prova legal ou tarifada? Vamos ver o artigo 400 e o artigo 401 do CPC: 
“Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
“Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.”
	
	Outro artigo que apresenta resquícios desse sistema é o artigo 366 do CPC:
“Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.”
	Se a lei diz que o instrumento público é essencial, não adianta, podem existir cinqüenta testemunhas dizendo que o fato ocorreu, que é verdadeiro, que só essa prova documental é que será admitida no processo. 
Essas hipóteses que vimos acima são exceções, são resquícios do sistema da prova legal ou tarifada. Exceções que vão confirmar a regra. Que regar é essa? Não há hierarquia entre os meios de prova e todos os meios de prova podem ser utilizados para demonstrar a verdade dos fatos alegados pela parte. 
	Saindo do sistema da prova legal ou tarifária, chegamos no sistema hoje vigente que é o SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL ou LIVRE CONVENCIMENTO. O professor sugeriu que depois da palavra “convencimento” acrescentássemos a palavra “motivado”, para não confundir com o sistema da íntima convicção, então ficaria, sistema do livre convencimento motivado. 
	O Juiz pode chegar a conclusão que quiser, mas para isso tem que indicar o caminho que o fez chegar àquela conclusão, tem que fundamentar a sua decisão. 
	O princípio da fundamentação das decisões judiciais encontra-se no artigo 93, inciso IX da CF e também no CPC, no artigo 131:
“Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)”
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
A prova tem que ser em primeiro lugar requerida (arts. 282 e 300 do CPC), a prova tem que ser deferida na fase de saneamento e a prova por fim será produzida (arts. 336 e 342 do CPC).
Quando a prova será requerida? 
O Autor na inicial vai requerer suas provas e o Réu na contestação. 
	Já falamos que no procedimento ordinário o Juiz costuma abrir um momento próprio para as partes se manifestarem sobre provas e que isso não tem previsão legal, portanto não podem Autor e Réu contarem com esse momento. 
	Quando será deferida a prova? 
	A prova será deferida no saneamento do processo. Seja quando este saneamento é feito na audiência preliminar, seja quando o Juiz promove o saneamento como um ato isolado. No momento da organização da atividade probatória é que o Juiz irá deferir as provas que são necessárias e indeferir as inúteis. 
	Quando a prova é produzida? Qual é o momento de produção da prova? Artigo 336 do CPC: 
“Art. 336. Salvo disposição especial em contrário, as provas devem ser produzidas em audiência.
Parágrafo único. Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.”
	O artigo 336 dispõe que a prova deve ser produzida na audiência. 
	Na verdade, só excepcionalmente é que veremos prova produzida na audiência. Por que? Quando a prova documental é produzida? Junto com a inicial. Quando o Autor ajuíza a petição inicial ela já deve vir com ela a prova documental do Autor. A prova documental do Réu vem junto com sal contestação. Então, a prova documental não vai ser produzida na audiência. 
	A prova pericial é produzida na audiência? Não. Sabe por quê? Porque um dos motivos para eventualmente se designar a audiência de instrução e julgamento é a necessidade de se obter esclarecimentos orais do perito. Se na audiência eu peço esclarecimento sobre a perícia realizada, esta foi realizada antes da audiência. 
	Em verdade, que tipo de prova eu vou produzir na audiência? A prova oral. Ou seja, a prova testemunhal, o depoimento pessoal da parte, o esclarecimento oral do perito. Mas o restante das provas, eu vou produzir freqüentemente antes da prova. 
	Pergunta de aluno: O juiz pode de ofício determinar prova? 
	Pode. Um exemplo de uma prova que o Juiz pode de ofício determinar é o interrogatório, a inspeção judicial.
	A regra é a inércia da jurisdição. Quem tem que requerer as provas são as partes. O Juiz defere ou indefere. Só que o Juiz possui poder diretivo e este permite que o magistrado aja de ofício. Uma das situações onde esse poder diretivo aparece é exatamente nas provas. O Juiz se perceber que para que ele profira um julgamento correto, ele depende de uma determinada prova, ele pode determinar produção desta prova. Como exemplo, podemos citar o artigo 342 do CPC. 
II. 5) PROCEDIMENTO SUMÁRIO E SUSPENSÃO DO PROCESSO 
	Por que deixamos pra falar de procedimento sumário e suspensão do processo só quando já encerramos o procedimento ordinário? A sentença é a mesma tanto para o ordinário, quanto para o sumário, então vemos primeiro o procedimento sumário e depois falamos da sentença. 
	Veremos o procedimento sumário agora porque estamos com o ordinário na cabeça e assim, veremos o sumário no que é diferente do ordinário. 
	E por que ver a suspensão do processo é visto agora? Porque é um incidente que pode acontecer tanto no procedimento ordinário, quanto no sumário. Da aula que vem em diante, falaremos de sentença e recursos, o que é aplicável a qualquer tipo de procedimento. 
	PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
	A primeira observação importante é a seguinte: a palavra “sumária” já apareceu pra gente em outra situação anterior, quando falávamos de tutela antecipada falamos de cognição sumária, que se diferenciava de cognição exauriente. 
	O sumário que está dando nome ao procedimento não tem nada a ver com a cognição sumária. A cognição que se exerce em procedimento sumário é a mesma do procedimento sumário. 
	Se não é por causa da cognição por que é que o procedimento se chama sumário? Vejamos os atos praticados no procedimento ordinário: 
Procedimento Ordinário 
�
1) Inicial 
2) Citação 
3) Respostas do Réu 
4) Julgamento conforme o estado do processo
5) Provas
 6) Sentença
	O que vai acontecer com o procedimento sumário? Os atos vão estar lá, no entanto, comprimidos. A cognição é a mesma, é uma cognição exauriente. É claro que há a possibilidade de uma tutela antecipada onde teríamos a possibilidade de uma cognição sumária. 
	Pra observarmos o procedimento sumário temos dois critérios. O artigo 285 do CPC fala em valor e de matéria. Em que órgão jurisdicional eu me encontro para ter um procedimento sumário? Numa Vara Cível. Só que minha ação ao invés de seguir o procedimento ordinário, segue o procedimento sumário. 
	O artigo 275 do CPC dispõe: 
“Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)
I - nas causas, cujo valor não exceder 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente no País;  (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo; (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
II - nas causas, qualquer que seja o valor (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; (Redaçãodada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
g) nos demais casos previstos em lei. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)” 
	O inciso I do artigo 275 do CPC fala de valor, independentemente da matéria e o inciso II fala da matéria independentemente do valor. Não são cumulativos. Então, observaremos o procedimento sumário ou pelo valor ou pela matéria. 
	Em relação ao valor, observar-se á o procedimento sumário nas causas cujo valor não exceder 60 vezes o salário mínimo. 
	Eu quero ajuizar uma ação onde quero cobrar 10 salários mínimos. Eu vou ajuizar a minha ação na Vara Cível ou eu vou ajuizar a minha ação nos Juizados Especiais, já que a lei 9099/95 dispõe que as causas até 40 salários podem ser ajuizadas nestes? Há a princípio um conflito de normas. 
	Qual é a solução? É opção de quem vai ajuizar a ação. 
	O que vai salvar os Juizados são os enunciados de interpretação da lei 9099/95. Um dos primeiros enunciados do Tribunal de Justiça, enunciado de número 2, diz que a busca do juizado é facultativa para o Autor. Então, se a causa não exceder 40 salários poderá optar por ajuizar a ação nos Juizados ou na Vara Cível. Se optar por ajuizar a ação na Vara Cível seguirá o procedimento sumário. 
	Lembrando que procedimento é matéria de ordem pública, é alei quem determina. 
	Eu tenho 10 salários para receber, eu vou sempre observar o procedimento sumário? O parágrafo único do artigo 275 dispõe que esse procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas. 
	Além disso, não está no parágrafo único do artigo 275 do CPC, mas temos que frisar. Por exemplo, eu tenho uma ação de consignação em pagamento de 10 salários, eu ajuízo essa ação na Vara Cível. Esta ação vai seguir o procedimento sumário? Não. Por quê? Porque a ação de consignação em pagamento tem procedimento especial. 
	Então, muito cuidado. Se a ação que eu estiver ajuizando tiver procedimento especial ela seguirá o seu procedimento especial e não o procedimento sumário. 
	No inciso II, observar-se-á o procedimento sumário devido a matéria em questão, pouco importando o valor da causa. Em função disso eu posso ter uma ação que observa o procedimento sumário e envolva milhões de reais. 
	Quais as matérias que irão gerar a observância do procedimento sumário? Em muitas alíneas do inciso II do artigo do 275 do CPC os autores interpretam de forma extensiva:
a) nas causas de arrendamento rural e parceria agrícola – entende-se que também o contrato de parceria rural estaria enquadrado dentro desta alínea. Então, leia-se na alínea a: contratos agrários. 
b) cobrança aos condôminos de qualquer quantia devida ao condomínio - talvez seja a hipótese mais freqüente. A ação para cobrança de cota condominial seguirá o procedimento sumário. Essa ação é uma ação do condomínio representado pelo síndico contra o condômino. Nessa hipótese eu vou ter uma ação de cobrança, processo de conhecimento, portanto, que seguirá o procedimento sumário. Estou chamando atenção para isso porque quando o Código vai tratar de títulos extrajudiciais, títulos que vão gerar, portanto, processo de execução e não uma ação de conhecimento ele diz em seu artigo 585, inciso V do CPC, que o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio são títulos executivos. 
	Quem lê o artigo 585, V do CPC de forma desavisado vai pensar: se condomínio é título executivo extrajudicial para que ajuizar uma ação de cobrança com procedimento sumário (artigo 275, II, b do CPC), se posso ajuizar uma execução? Há numa leitura menos atenta, um choque entre esses dois artigos. Esse choque é solucionado da seguinte forma: a ação do condomínio contra o condômino é uma ação de cobrança pelo procedimento sumário (artigo 275, II, b do CPC). E o que está no artigo 585, V do CPC? Por exemplo, um locador fez um contrato de locação no qual transferiu para o locatário o dever de pagar as cotas condominiais. O locatário não paga. O locador teve que pagar. O que o locador pode fazer agora? Executar o locatário. O artigo 585, V do CPC serve para esta situação. 
	Na verdade a diferença entre o artigo 275, II, b do CPC e o artigo 585, V do CPC são as personagens da ação. 
	Atenção, com quem o condomínio tem relação jurídica? Com o proprietário. O condomínio não tem relação jurídica com o locatário, não pode ajuizar ação de cobrança contra o locatário. 
c)de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico – prédio aqui pressupomos edificação, mas também dano ao solo, de acordo com a doutrina. 
d)de ressarcimentos por danos causados em acidente de veículo de via terrestre – também é uma hipótese freqüente de observância de procedimento sumário. Os danos aqui são considerados tanto em relação à coisa como em relação à pessoa. Veículo de via terrestre: carro, caminhão, moto, trem. Dizem os autores que são aqueles que têm tração motora, tração animal, tração humana. 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução – repare que na alínea “e” não há a restrição que há na alínea “d”, a alínea “e” fala em veículo, não fala que este veículo tem que ser terrestre. Então, se eu vou cobrar seguro de veículo, posso cobrar seguro de helicóptero, de avião, de navio...Todos serão pelo rito sumário. 
E no caso do Lars Grael, que perdeu a perna num acidente em que foi atingido por um veículo (jetski), ele ajuizou uma ação de indenização contra o sujeito que pilotava o veículo, essa ação seguiu que procedimento? Ordinário. Por que? Porque ele queria o ressarcimento de um dano causado em acidente de veículo, mas este não era terrestre. 
Se a cobrança fosse de seguro, qual seria o procedimento? Sumário, pois a lei não exige neste caso que o veículo seja terrestre. 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial – exemplo de cobrança de honorários que não seguirá o rito sumário? Cobrança de honorários advocatícios. Por que não? Porque a lei, o Estatuto da OAB diz que o contrato de honorários é um titulo executivo extrajudicial. Logo, se é título executivo, executa, não vai ajuizar ação de cobrança. No entanto, se for um fisioterapeuta, ou outro, terá que ajuizar uma ação de cobrança e essa ação seguirá o rito sumário. 
g) nos demais casos previstos em lei – leis especiais, leis esparsas, geralmente se valem do procedimento sumário, subsidiariamente sumário, por exemplo, a lei 6969 (usucapião), lei 8213 (benefício previdenciário)... Muitas leis, para não criarem um procedimento próprio, elas dizem que aplica-se o procedimento sumário regulado no artigo 275 do CPC. 
	
Procedimento Sumário 
1)Inicial
2)Citação
3) Audiência inicial 
4) Audiência de Instrução e Julgamento
5) Sentença
	O que há de diferente em relação à petição inicial no procedimento sumário? Lá no procedimento ordinário, em relação as provas, vimos que o Autor deve requerer as suas provas quando apresenta a sua inicial e mais tarde lá na frente é que ele indicará as testemunhas que ele irá ouvir. E no sumário, como é? Na inicial do sumário já deve constar o rol de testemunhas.Na inicial do sumário se o sujeito pretender a prova pericial já deve requerer a perícia e indicar os quesitos da perícia. 
	Quanto a citação, lá no procedimento ordinário, o sujeito é citado para em 15 dias para apresentar sua resposta, no sumário o sujeito é citado para comparecer a audiência. 
	Na audiência inicial ou preliminar do procedimento sumário o que acontece? Lembra da concentração? Vamos tentar concentrar todos os atos nessa audiência. Então, essa audiência terá: tentativa de conciliação; não havendo conciliação, resposta do Réu (que tipo de resposta pode ser apresentada? Contestação e Exceção. Não cabe Reconvenção, pois é cabível pedido contraposto na contestação.); apresentada a resposta do Réu, o Juiz abre para o Autor falar sobre a contestação, oitiva do autor; ouvido ao Autor, poderá ocorrer o julgamento conforme o estado do processo; não sendo caso de extinção do processo, nem de julgamento antecipado da lide, o Juiz irá sanear e organizar a atividade probatória podendo designar AIJ se necessário. 
	Nos Juizados Especiais o que acontece é muito semelhante. Só que nos Juizados existe a possibilidade dessa audiência inicial ser já transformada em AIJ, mais concentrado ainda. Nos Juizados é possível que tudo seja resolvido no mesmo dia. 
	Assim dispõem os artigos 276 e 277 do CPC: 
“Art. 276. Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 1º A conciliação será reduzida a termo e homologada por sentença, podendo o juiz ser auxiliado por conciliador.(Incluído pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 2º Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença. (Incluído pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 3º As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se representar por preposto com poderes para transigir. (Incluído pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 4º O juiz, na audiência, decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia sobre a natureza da demanda, determinando, se for o caso, a conversão do procedimento sumário em ordinário. ((Incluído pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 5º A conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova técnica de maior complexidade. (Incluído pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)” 
 	Mais uma vez o Código utiliza a expressão audiência de conciliação, quando na verdade trata-se de muito mais uma audiência de conciliação.
	No procedimento sumário, o Réu é citado para comparecer a audiência. Se o Réu não é advoga, tem que comparecer ele e o seu advogado também. 
	Quais as possibilidades que surgem? Se não comparecer nem o advogado nem o Réu? Há a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor. O problema é quando comparece um e não comparece o outro. Por exemplo, comparece o Réu e não comparece o advogado? O Juiz pode tentar a conciliação nessa hipótese? Pode. E se não for obtida a conciliação? A apresentação de resposta quem é que tem que fazer? O advogado. Como fica? Há quem sustente que como ele Réu não tem capacidade postulatória será decretada sua revelia. 
	Para evitar problemas, quando comparece o Réu, mas não comparece seu advogado o Juiz nomeia um advogado dativo para o ato, para que a audiência seja realizada e seja apresentada a contestação. É a solução mais viável. 
	Agora, se o advogado comparece e o Réu não comparece tem-se entendido que o caso é de revelia. Porque mesmo o advogado tendo poderes para apresentar contestação, o Réu é citado para comparecer a audiência, e o parágrafo 2º do artigo 277 do CPC dispõe que se ele deixa de comparecer a audiência injustificadamente, serão presumidos verdadeiros os fatos alegados na inicial. Mas ainda há discussão, há quem entenda que decretar a revelia nesse caso seria medida drástica demais. 
	O parágrafo 1º do 277 do CPC estabelece havendo conciliação, esta é homologada e extingue-se o processo. 
	Se não houver conciliação, o Réu apresentará sua resposta, consoante dispõe o artigo 278 do CPC: 
“Art. 278. Não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 1º É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 2º Havendo necessidade de produção de prova oral e não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 329 e 330, I e II, será designada audiência de instrução e julgamento para data próxima, não excedente de trinta dias, salvo se houver determinação de perícia. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) “
	
	A contestação do Réu pode ser oral. Mais uma diferença do procedimento ordinário. 
	O parágrafo 1º, do artigo 278 do CPC trata do pedido contraposto, e é exatamente isso que irá afastar a possibilidade de reconvenção. 
	Mais uma vez, no parágrafo 2º do artigo 278 do CPC o Código indica o funil. O Juiz só irá realizar determinado ato se não conseguiu extinguir o processo com base no artigo 329 do CPC ou se não conseguiu julgar antecipadamente a lide com base no artigo 330 do CPC. 
	Por que no final do parágrafo 2º do artigo 278 do CPC o Código fala em “salvo se houver designação de perícia”, para o prazo que estabelece para a designação de audiência. Por que? Porque se houver a designação de perícia, a perícia tem que vir antes. Por que a perícia tem que vir antes? Porque pode ser que em função da perícia surjam dívidas que as partes queiram ver esclarecidas, e estas terão suas dúvidas esclarecidas na audiência. Se houver perícia, portanto, primeiro vai ser realizada a perícia e depois será designada a audiência. 
	Se não há perícia e só será necessária a produção de prova testemunhal, o Juiz pode desde logo designar a AIJ. 
	O artigo 277, parágrafos 4º e 5º trata da convolação, da conversão do procedimento sumário para o procedimento ordinário. Então, essa convolação provém de duas origens: primeiro da inadequação pelo valor ou pela matéria. Se eu ajuízo uma ação cujo valor da causa seja de 70 salários mínimos e não é referente a nenhuma das matérias do inciso II do artigo 275 do CPC, minha ação não pode seguir o procedimento sumário. Nesse caso, converte-se em procedimento ordinário. Não se extingue o processo. 
	Segundo da prova técnica de maior complexidade. Se eu tenho uma prova técnica de maior complexidade, não posso observar o procedimento sumário. 
	Cuidado!!! Prova técnica de maior complexidade não é igual à perícia. Acabamos de ver que é possível a perícia no procedimento sumário. Porém se eu tiver uma prova pericial mais complexa, que demande um exame mais aprofundado dos fatos alegados, não tem jeito, tenho que convolar esse procedimento em procedimento sumário. 
	Celso Belmiro respondendo questão inaudível de aluno:
	Quanto mais cedo o Juiz determinar a inversão do ônus da prova, melhor, para não violar o contraditório e a ampla defesa. O Juiz não pode só ao final do processo determinara a inversão do ônus da prova porque a parte vai ser pega de surpresa. O Juiz pode já na inicial determinar a inversão do ônus da prova, inclusive é até melhor que o faça. Não fez, citou o Réu, vai fazer na audiência. Agora, é claro, determinou ainversão do ônus da prova na audiência, o que ele não pode fazer? Dar a sentença agora. Determinou a inversão do ônus da prova, vai ter que abrir, vai ter que dar a oportunidade da parte requerer as provas diferentes daquelas que a parte tinha requerido de início. O que não pode é o Juiz determinar a inversão e julgar. 
	
	Pergunta de aluno: O Juiz quando convola o procedimento sumário em ordinário, continua sendo competente? Resposta de Celso Belmiro: Continua. Ele não está declinando a competência, está apenas mudando o procedimento, portanto continua sendo o Juiz que vai julgar aquela ação. A ação apenas não será mais rito sumário, será rito ordinário. 
	No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e intervenção de terceiros. Como no procedimento sumário queremos e enxugar o processo, temos que tirar algumas gordurinhas que eventualmente fazem o procedimento ordinário demorar. 
	Partimos da premissa que a intervenção de terceiros faz com que o processo fique mais demorado, faz com que o processo demore mais, o que nem sempre é verdade. Por exemplo, existem intervenções de terceiro que fazem com que o processo se torne mais ágil, como a nomeação à autoria. A nomeação à autoria faz com que o processo se torne mais célere, que atinja o seu objetivo mais facilmente. Mas seja como for, dura lex sede lex. A lei fala que não cabe intervenção de terceiro, então não cabe intervenção de terceiro, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro. 
	Por que a necessidade de incluir essa intervenção fundada em contrato de seguro? Alteração acrescentada pela lei 10.444/02. Antes dessa lei não tinha a expressão “intervenção fundada em contrato de seguro”. Por que foi inserido? Porque isso era um problema terrível nas ações de procedimento sumário. A vítima num acidente de trânsito ajuizava uma ação contra o motorista, este segurado. O motorista se condenado teria direito de regresso contra a seguradora. Ele motorista poderia desde já denunciar a lide a seguradora. Só que o artigo 280 do CPC dizia que no procedimento sumário não cabia intervenção de terceiros. Que soluções possíveis teriam aí? Se não deixasse simplesmente a denúncia, o que aconteceria? O motorista seria condenado, ia pagar, se tivesse dinheiro, e aí ia ter que ajuizar uma outra ação em face da seguradora, o que não é justo com ele motorista. Ou, se permitisse a denúncia teria que se mudar de procedimento, indo para o rito ordinário, o que não seria justo com a vítima, pois ela tem direito a um procedimento mais célere, que é o sumário. 
	O Código foi alterado para que justamente nessa hipótese seja possível a denúncia da lide. 
	Intervenção fundada em contrato de seguro. 
	Se caísse uma pergunta na prova assim: é cabível denúncia da lide no procedimento sumário? Tem perguntas que não têm resposta, sim ou não. 
	
	SUSPENSÃO DO PROCESSO
	
	O que é suspensão do processo? É uma crise no processo. Crise durante a qual não serão praticados atos processuais. A suspensão do processo está prevista no artigo 269 do CPC. 
	É importante que a gente faça uma observação sobre a questão de não serem praticados atos processuais. Temos que fazer distinção entre suspensão própria e suspensão imprópria. 
	Qual a diferença entre suspensão própria e suspensão imprópria? Na suspensão própria não se pratica ato nenhum, o processo fica todo paralisado. É o que ocorre, por exemplo, quando as partes convencionam a suspensão, quando as partes acordam que o processo ficará suspenso. 
	Mas há a suspensão imprópria. Na suspensão imprópria o que fica paralisado é o feito principal, é o procedimento principal, mas vai haver, sim, a prática de atos para julgar aquele incidente. Vamos colocar um exemplo para enxergarmos isso: quando é apresentada a exceção (a exceção gera a suspensão do processo), nesse caso precisamos julgar a exceção, vão ser praticados atos processuais para o julgamento da exceção. 
	Mesmo na suspensão própria onde fica tudo paralisado não podemos esquecer do que está no artigo 266 do CPC: 
“Art. 266. Durante a suspensão é defeso praticar qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável”
	Seja qual for a forma de suspensão vai ser sempre possível a prática de atos urgentes para evitar danos a parte. 
	Quando o processo fica suspenso? Vamos lá para o artigo 265 do CPC:
“Art. 265. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes; (Vide Lei nº 11.481, de 2007)
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
IV - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente;
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como declaração incidente;
V - por motivo de força maior;
VI - nos demais casos, que este Código regula.
§ 1o No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspenderá o processo, salvo se já tiver iniciado a audiência de instrução e julgamento; caso em que:
a) o advogado continuará no processo até o encerramento da audiência;
b) o processo só se suspenderá a partir da publicação da sentença ou do acórdão.
§ 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste.
§ 3o A suspensão do processo por convenção das partes, de que trata o no Il, nunca poderá exceder 6 (seis) meses; findo o prazo, o escrivão fará os autos conclusos ao juiz, que ordenará o prosseguimento do processo.
§ 4o No caso do no III, a exceção, em primeiro grau da jurisdição, será processada na forma do disposto neste Livro, Título VIII, Capítulo II, Seção III; e, no tribunal, consoante Ihe estabelecer o regimento interno.
§ 5o Nos casos enumerados nas letras a, b e c do no IV, o período de suspensão nunca poderá exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandará prosseguir no processo.”
	A morte do Autor ou a morte do Réu gera a suspensão do processo. A partir de quando? É da morte ou é a partir da decisão do juiz que determina que em função da morte ocorra a suspensão? Faz diferença? Faz. Publicaram a sentença. Publicada a sentença o sujeito tem 15 dias para apelar. Aí o prazo começa a correr e no quarto dia o sujeito morre. No 27º dia vem a informação da morte da parte. Decisão do Juiz: decreto a suspensão do processo. Se entendermos que o processo está suspenso com a decisão do Juiz o que terá acontecido? Quando acabar a suspensão não terá mais prazo para recorrer. 
	Não é a decisão do Juiz que irá gerar a suspensão do processo. É o que? A data do óbito. A decisão do Juiz não é constitutiva, é meramente declaratória. Ela reconhece uma situação anterior, reconhece que ocorrido o evento morte o processo está suspenso desde a morte. 
	Agora, se é o advogado que morre, o processo fica suspenso também? Morte da parte, do seu representante legal ou de seu procurador. Então, a morte do advogado pode gerar a suspensão sim. Mas para que isso aconteça o que é necessário? Ele tem que ser o único advogado que está defendendo a parte. 
	O que é muito comum? Propor a ação commais de um advogado na procuração. Se um deles morrer não estará suspenso o processo, pois ele não era o único. A parte não estava desassistida. 
	Também a perda da capacidade processual pode ser tanto da parte, quanto do advogado. Sentença decretando interdição. O que acontece com os processos? Ficam suspensos para que haja nomeação de curador e o processo siga adiante. 
	E a perda da capacidade processual do advogado, quando acontece isso? O lado ruim é quando o advogado sofre uma penalidade da OAB, uma suspensão, enfim, ... E, tem o lado bom também, exemplo inaudível. 
	Suspende-se o processo pela convenção das partes, as partes podem acordar, podem convencionar a suspensão do processo. 
	O processo pode ficar indefinidamente suspenso por esse motivo. Não pode não. A lei fixa um prazo máximo, esse prazo máximo está lá no parágrafo 3º do artigo 265 do CPC. Nunca poderá exceder 06 meses. 
	Por esse motivo o processo poderá ser suspenso mais de uma vez? As partes podem acordar a suspensão do processo mais de uma vez? Podem, desde que o somatório não ultrapasse 06 (seis) meses. 
	O inciso III do artigo 265 do CPC está em choque aparente com o artigo 306 do CPC. 
	É importante observarmos a partir de quando o processo está suspenso, porque isso traz conseqüências. O artigo 306 do CPC diz que recebida a exceção o processo está suspenso. 
	O artigo 265 do CPC fala que apresentada a exceção o processo está suspenso. 
	O que combinamos anteriormente que prevaleceria? O artigo 265, III do CPC. Apresentada a exceção o processo está suspenso. Por quê? Pelo mesmo motivo que vimos em relação à morte. Foi feita a citação do Réu, o Réu no quarto dia apresenta a exceção, lá no vigésimo dia o Juiz decide rejeitar liminarmente a exceção, se eu aplicar o artigo 306 do CPC estou enrascado, porque ele diz que recebida a exceção o processo está suspenso. Quando o Juiz rejeita liminarmente a exceção, não recebeu a exceção. E aí, o que aconteceria? Se a suspensão vai se dar com o recebimento e o Juiz não recebeu não houve suspensão do prazo, o Réu perdeu o prazo. 
	Por isso não é do recebimento da exceção, é da apresentação. Assim, apresentou o processo no 4º dia o processo está suspenso, só vai deixar de estar suspenso quando o Juiz julgar a exceção e aí o Réu vai ter op resto do prazo para apresentar a sua contestação.

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