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Processo Civil CEJ 15

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PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �311�
15ª aula (29/06/2007)
	Na aula passada estávamos falando de suspensão do processo, fase em que os atos não são praticados e paramos no artigo 265, inciso IV do CPC. Este inciso trata da SUSPENSÃO PREJUDICIAL DO PROCESSO. Lembra que prejudicial aqui decorre de prejudicialidade, ou seja, para julgar a ação estou vinculado a algo que está sendo decidido em outro processo. 
	O que importa aqui é a gente entender a diferença do que está colocado na alínea “a” e o que está colocado na alínea “c” deste inciso IV do artigo 265 do CPC. Para isso vamos colocar um exemplo:
Ação 1
		Juiz
 Ação de alimentos
“Filho” “Pai”
			Contestação
			(não sou o pai)
		 questão prejudicial
	Existe uma questão prejudicial na hipótese acima, que o Juiz terá que necessariamente vai ter que enfrentar para julgar o pedido e a conclusão a que o Juiz chegar sobre essa questão vai determinar se a sentença vai ser de procedência ou improcedência do pedido. A questão prejudicial aventada é a paternidade. 
	Digamos que esta questão prejudicial está sendo discutida em outro processo, uma ação negatória de paternidade ajuizada pelo pai em face do filho. 
Ação 2
	 Juiz
 Ação negatória de paternidade
“Pai” “Filho”
	Comparando essas duas ações conseguimos concluir que o que é prejudicial da ação de alimentos é o objeto da ação negatória de paternidade. E aí, o que eu posso fazer em função disso? Artigo 265, inciso IV, alínea “a”. Suspende-se o processo quando a sentença de mérito depender de do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente. 
	Então, é possível suspender a ação de alimentos, para aguardar o julgamento da ação negatória de paternidade. 
	Para que haja a suspensão como colocado há uma condição que se impõe. Que condição essa? Para que se suspenda a ação 1,, a ação 2 já deve estar ajuizada. A ação 2 deve ser portanto anterior a ação 1. 
	Por que essa exigência?
	O sujeito é réu na ação, se admitirmos que ele ajuíze uma ação posterior a que ele é réu que tenha o poder de suspender esta, estaremos permitindo que ele tenha o poder de suspensão da ação ao seu bel prazer. 
	A prejudicialidade pode ser homogênea ou heterogênea. Quando falamos de homogênea ou heterogênea, estamos falando de ser ou não o mesmo ramo do direito. No exemplo que estamos trabalhando temos uma prejudicial homogênea, porque ambas as ações tratam de questão civil. 
	É possível que se suspenda uma ação civil para aguardar o julgamento de uma ação trabalhista, é possível que eu suspenda uma ação civil para aguardar o resultado de uma ação penal. Por exemplo, a suspensão para aguardar uma ação penal tem previsão no CPC, artigo 110:
“Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial.”
	Agora, o Juiz civil depende do resultado do processo penal? Não. O Juiz Civil depende do resultado da ação trabalhista? Não. Ele tem competência para dizer se houve a materialidade, se houve a autoria daquele evento, para julgar aquela ação civil. Um Juiz Cível tem competência para julgar aquela ação civil. 
	É recomendável que espere o julgamento das ações penal, trabalhista, mas não é obrigatório. 
	Quando o sujeito vai ser executado, processo de execução de título extrajudicial, hoje, de que instrumento o Réu dispõe para apresentar suas alegações? Embargos. É nos Embargos que o réu vai discutir se o título existe ou não existe, se aquela dívida é de fato devida. Aí, o que o sujeito faz? Ele é citado na execução, ao invés de apresentar os Embargos, ele ajuíza uma ação de conhecimento declaratória de inexistência daquela dívida. Ajuíza uma outra ação paralela, pretendendo a suspensão da execução. Está “dando mole”, porque a suspensão do processo vai vir com o recebimento dos embargos. 
		
	O artigo 265, inciso IV, alínea “b” do CPC não é menos importante. Neste inciso, o Código está falando da suspensão do processo onde se vai requisitar uma prova a outro Juízo. Essa requisição de prova a outro Juízo é feita através de quê? Através de uma Carta Precatória. A expedição de uma Carta Precatória vai gerar a suspensão do processo? Cuidado! 
	Se eu tiver 8 testemunhas para ouvir, sete moram aqui e uma em Itaocara. Essa testemunha que será ouvida lá, a Carta Precatória expedida para a oitiva da testemunha em Itaocara vai gerar a suspensão do processo? Eu tenho mais sete testemunhas para serem ouvidas aqui, eu tenho diversos atos processuais para serem praticados aqui. 
	Não é a expedição de uma Carta Precatória, não é a requisição de uma prova a outro juízo que vai gerar a suspensão do processo. 
	Vai gerar sim a suspensão do processo, em que hipótese? Quando eu não tiver como prosseguir com o processo sem aquela prova. A prova dever ser imprescindível para o prosseguimento do processo. 
	O artigo 265, IV, alínea “c” do CPC tem uma redação pavorosa. Trata da requisição de declaração incidente. Se entendermos que essa declaração incidente se dá no mesmo processo, estou falando do ajuizamento de uma ação declaratória incidental. Estaríamos, então, falando de uma forma diferente que a ação declaratória incidental suspende o processo. E sabemos que a ação declaratória incidental não suspende processo nenhum. Logo, a expressão utilizada: “requerido como declaração incidente” é requerida como declaração incidente em outro processo. Prejudicialidade externa. Eu tenho o meu processo e nesse meu processo eu tenho uma questão prejudicial. Só que há um outro processo pendente e nesse outro processo pendente sobre essa questão prejudicial foi ajuizada uma ação declaratória incidental. 
Ação 3
	Juiz
Ação de petição de herança
“Filho’ “Pai”
	 Contestação (não sou pai)
		Ação declaratória Incidental 
	O que há de comum entre a ação 1 e a ação 3? A contestação e a mesma questão prejudicial. O que existe de diferente? Na ação 3 há uma ação declaratória incidental proposta sobre essa questão prejudicial. O que se faz então? Comparando a ação 1 com a ação 3, o que eu posso fazer? Eu posso suspender com base no artigo 265, inciso IV, alínea “c”. A ação que eu quero suspender ou não é a 1. 
	Qual é a diferença entre o artigo 265, IV,”a” do CPC e o artigo 265, IV, “c”? Na alínea “a” aquilo que é uma questão prejudicial é o objeto principal de outro processo pendente. Comparando a ação 1 e a ação 2 se chega a essa conclusão. 
	Na alínea “c” o que é uma questão prejudicial na ação principal, também é uma questão prejudicial na ação que o mesmo sujeito ativo propuser depois. Só que na ação proposta depois sobre essa questão prejudicial foi proposta uma ação declaratória incidental. 
	No caso da alínea “a”, se o sujeito ajuizar outra ação depois ele não vai obter a suspensão do processo. No caso da alínea “c”, se o sujeito ajuizar uma ação depois ele vai obter a suspensão do processo porque que não foi iniciativa dele ajuizar outra ação, foi iniciativa do mesmo autor.
II. 6) SENTENÇA E COISA JULGADA 
	SENTENÇA 
	Houve uma alteração significativa na definição de sentença, por essas alterações recentes pela qual passou o CPC. Vamos ver o artigo 267 e o artigo 162 do CPC:
‘Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termoao processo, decidindo ou não o mérito da causa.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei nº 11.232, de 2005)”
“Art. 267. Extingue-se o processo, sem julgamento do mérito:
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)”
	O CPC definia sentença como: ato pelo qual o Juiz põe termo ao processo decidindo ou não o mérito da causa. 
	Já quando dessa redação anterior havia várias críticas a essa definição de sentença. Por quê? Proferida sentença estaria o processo extinto? Não. Basta que se apele dessa sentença para que a sentença não extinga o processo coisa nenhuma. 
	Já na redação anterior, diversas críticas eram feitas, pois a sentença não gerava essa extinção do processo. O que a sentença fazia na verdade? Ela colocava fim ao uma etapa. A sentença colocava fim a prestação jurisdicional em primeira instância. 
	A lei 11. 232/05 alterou essa definição de sentença. Mas a lei 11.232/05 não veio ao mundo com a finalidade de alterar a definição de sentença. Qual foi a intenção principal do legislador com a lei 11.232/05? Foi modificar o processo de execução de título judicial, acabou com o processo de execução de título judicial. 
	Como funcionava antes? 
	Tínhamos o processo de conhecimento, terminado o processo de conhecimento tínhamos a execução. 
ANTES DA LEI 11. 232/05
Processo de conhecimento Processo de Execução
(Sentença condenatória) 
Inicial							Inicial
Citação 						Citação
Sentença						Sentença
	Instaurava-se o processo de execução para efetiva satisfação do que foi reconhecido no processo de conhecimento. 
	Por que o legislador resolveu mexer nessa estrutura de anos? Essa divisão, essa dicotomia entre processo de conhecimento e processo de execução não fazia o menor sentido. Não há nada que justifique o sujeito passar anos no processo de conhecimento e depois que tem a decisão dizendo que o Réu deve pagar, quando vai receber o réu dá uma “banana” para ele e ele tem que ingressar novamente no judiciário com um novo processo.
	O que fez a lei 11.232/05, então? Transformou essa coisa de dois processos em uma coisa só. A relação jurídica é uma só. 
DEPOIS DA LEI 11.232/05
	 Processo de Conhecimento
“Fase de conhecimento” + “Fase de Execução”
Sentença Condenatória Cumprimento da Sentença
	A petição inicial é uma só, a citação ocorre na fase de conhecimento. Depois o réu é intimado dos atos. Tudo para tornar o processo mais célere. E devido à transformação de dois processos em um, teve que mexer em diversos dispositivos. Tudo que estava topograficamente no CPC dentro de processo de execução, tudo que tratava de execução de título judicial, teve que ser transportado para dentro do processo de conhecimento. É por isso que veremos mais a frente que o artigo 475 do CPC está inchado. 
	A lei 11.232/05 teve que mexer no conceito de sentença. Por quê? Porque o CPC defina sentença como ato do Juiz que extinguia o processo. Na situação anterior podíamos até tentar aceitar essa definição de sentença, agora não dá mais. Por quê? Porque o processo é um só. A decisão do Juiz que termina a fase de conhecimento não extingue o processo. 
	Como o CPC define sentença hoje? Sentença é o ato do Juiz que implica alguma das situações previstas nos artigos 267 e 269 do CPC. O CPC define sentença a partir de seu conteúdo. 
	Quando falamos de classificação das ações vimos que alguns autores tratam isso como classificação das ações outros, como classificação da sentença. 
	Em função da alteração feita pela lei 11.232/05, que acrescentou ao processo de conhecimento uma fase de execução, também a divisão clássica das ações está sendo relida. 
	Vimos que as sentenças, na classificação tradicional de Chiovenda, poderiam ser: CONDENATÓRIAS, CONSTITUTIVAS e DECLARATÓRIAS. Na classificação de Pontes de Miranda acrescentavam-se mais dois tipos: MANDAMENTAL e EXECUTIVA “LATO SENSU”. 
	O era uma ação ou uma sentença executiva “lato sensu”? Sentença que é dotada de uma eficácia tão grande que sua efetivação independe de um processo de execução. 
	Ela era diferente de uma ação condenatória normal porque nesta se não houvesse satisfação, gerava a necessidade de um processo de execução. Nessa ótica a ação executiva “lato sensu” era realmente diferente porque ela não precisava de processo de execução, a efetivação dela já se dava de imediato, e o exemplo clássico era a ação de despejo. 
	Então, aquilo que era exclusivo, próprio da ação executiva “lato sensu”, ou seja, não precisar de um processo de execução posterior, com a alteração da lei 11.232/05, passou a valer para todas as sentenças condenatórias. Nenhuma sentença condenatória mais depende de um processo de execução para ser efetivada. 
	Hoje prevalece, então, que as sentenças se dividem em três categorias: CONDENATÓRIA, CONSTITUTIVA E DECLARATÓRIA. 
	A Ada Pellegrini Grinover propõe a volta dessa classificação, com apenas uma observação, em relação às sentenças condenatórias: As sentenças condenatórias seriam divididas em: SENTENÇA CONDENATÓRIA PURA e SENTENÇA EXECUTIVA “LATO SENSU”. 
	O que seria a sentença condenatória pura? É aquela que ainda demanda um processo de execução. Que sentença condenatórias geram ainda necessidade de processo de execução? As derivadas da ação de alimentos, as sentenças contra a Fazenda Pública e as sentenças trabalhistas. 
	O que é criticável, porque não faz sentido termos essa inovação no processo civil, mudanças que fazem com que o processo fique mais ágil e no crédito alimentar que sempre foi privilegiado não se aplicar essa mudança. 
	É difícil se distinguir a sentença mandamental, da sentença executiva “lato sensu”. 
	O que caracteriza a exigência de um novo processo não é ser um novo “bloquinho”, não é a existência de novos autos. Até porque a execução da sentença sempre foi um novo processo e sempre correu no mesmo “bloquinho”. O que caracteriza um novo processo é eu ter uma nova petição inicial, uma nova citação e uma nova sentença.
	Vamos para os artigos 267 e 269 do CPC.
	A abordagem de sentença ela é interessante, porque quando tratamos dos artigos 267 e 269 do CPC acabamos passando por uma série de questões relevantes que nós vimos lá trás. 
	O artigo 267 do CPC teve também seu caput alterado. A redação anterior do caput do 267 dizia: Extingue-se o processo sem julgamento do mérito. 
	A atual redação diz: Extingue-se o processo sem resolução de mérito.
	Não há nada de relevante na alteração de julgamento por resolução. Por que o artigo 267 do CPC fala que é extinto o processo, se falamos anteriormente que a sentença não extingue o processo? Por que ele continua falando em extinção do processo? Porque acaba mesmo. No artigo 267 do CPC, a relação jurídica será extinta mesmo, o processo será extinto mesmo. A nova definição de sentença, na qual ela apenas inicia uma nova fase no mesmo processo refere-se à sentença de mérito, aquela que resolve o mérito. 
	O inciso I do artigo 267 do CPC trata do indeferimento da petição inicial. O indeferimento da inicial está no artigo 295 do CPC. 
	Os incisos II e III do artigo 267 do CPC falam da exigência da “bisonhice”. Na verdade a ordem deles deveria ser invertida. Primeiro deveria vir o inciso III, depois o inciso II. 
	O inciso III trata do abandono. Caracterizado o abandono o Juiz não pode de ofício extinguir essa causa de extinção. Há uma súmula do STJ, a de nº 240 que diz que o abandono depende do requerimento do Réu. E se o Autor sumir e o Réu não requere o abandono? Aplica-se o inciso II.
	O inciso II diz que será extinto o processo quando ficar parado por mais de um ano por negligência das partes. 
	Tanto no inciso II, quanto no inciso III, a lei exige que o Juiz antes de extinguir o processo observe determinado procedimento:parágrafo 1º do artigo 267 do CPC. O Juiz nos dois casos tem que intimar pessoalmente. 
	
	O inciso IV do artigo 267 do CPC fala da falta de pressuposto processual. 
	Levamos uma aula falando sobre pressupostos processuais. Em relação a dois pressupostos processuais fizemos uma observação: a citação e a competência. A observação era no sentido de existirem autores que não incluem a citação e a competência como pressupostos processuais. Por quê? Porque quando eu falo em pressuposto, se não estiver presente o pressuposto o processo será extinto. Isso não acontece com a citação. Se o Réu não foi citado, volta tudo desde o início, os atos praticados são anulados e começa tudo de novo, dando ao réu a oportunidade de se defender. A falta de citação não leva a extinção do processo. 
	E a competência? A incompetência leva a extinção do processo? A incompetência mesmo a absoluta não gera a extinção do processo. 
	Atenção!! A incompetência relativa no Juizado leva a extinção do processo. 
	Mas no sistema do CPC, a incompetência tanto relativa, quanto absoluta, gera a remessa dos autos ao Juízo competente. 
	Os outros pressupostos processuais, se não estiverem presentes, levarão a extinção do processo. 
	O inciso V do artigo 267 do CPC trata da perempção, litispendência e coisa julgada. Perempção, litispendência e coisa julgada são pressupostos processuais negativos, que não podem estar presentes. 
	Tudo isso está no artigo 301, parágrafos 1º a 3º do CPC. 
	O inciso VIII do artigo 267 do CPC trata da desistência do Autor. Qual é o momento a partir do qual eu vou exigir a concordância do réu para que essa desistência possa produzir efeito? Diz o parágrafo 4º do artigo 267 do CPC:
“§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.”
	Depois da citação do Réu para que a desistência do Autor produza efeito, o Réu terá que concordar. 
	O inciso IX do artigo 267 do CPC fala em ação intransmissível por disposição legal. O que está se falando aqui é de sucessão. 
	O que a morte da parte faz no processo? Suspende o processo. Suspende o processo para que haja a habilitação e ocorra a sucessão processual. 
	Agora, em determinadas situações a morte da parte não vai gerar a suspensão do processo, vai gerar a extinção do processo. Quando? Quando a ação for intransmissível. Por exemplo, ação de alimentos. Morrendo ao Autor da ação de alimentos o processo será extinto. Outro exemplo, eu tenho um contrato de um pintor famoso para pintar um quadro para mim, eu ajuízo uma ação de obrigação de fazer, o pintor morre, o processo será extinto. 
	Então, quando a ação será intransmissível? Quando estivermos diante de direitos e obrigações personalíssimas, ou intuito personae. Nesses casos, morre a parte, morre o direito, morre a obrigação. 
	O inciso X do artigo 267 do CPC trata da confusão entre o autor e réu. O que é confusão? Confusão ocorre quando a mesma pessoa assume a qualidade de credor e devedor. Isso gera a extinção da obrigação e por conseqüência, extinção do processo sem a resolução do mérito pela confusão. 
	O inciso XI do artigo 267 do CPC fala sobre os demais casos prescritos no CPC. O CPC não trata da extinção do processo sem resolução do mérito somente no artigo 267 do CPC, ele trata em outros dispositivos esparsos espalhados pelo Código. Por exemplo, no artigo 13 do CPC: 
“Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.
Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:
I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;
II - ao réu, reputar-se-á revel;
III - ao terceiro, será excluído do processo.”
	Decretar a nulidade do processo é extinguir o processo. 
	Outro exemplo é o artigo 47 do CPC: 
“Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.”
	É possível também que a suspensão do processo se transforme numa extinção. Artigo 265, parágrafo 2º do CPC:
“§ 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste.”
	Vamos então, para o artigo 269 do CPC, que tinha a seguinte redação: extingue-se o processo com julgamento de mérito. 
	O artigo 269 do CPC tem a seguinte redação: Haverá resolução de mérito. 
	Por que da alteração? Porque estamos diante de uma sentença de mérito. A sentença de mérito antes gerava a extinção do processo, do processo de conhecimento e hoje não gera mais, a sentença no máximo põe fim a fase de conhecimento. Por isso o artigo 269 do CPC não se fala mais que extingue o processo. Então, mudou-se o caput do artigo 269 do CPC para adaptar-se a nova situação gerada pela lei 11.232/05, que unificou o processo de conhecimento, criando duas fases no mesmo, a de conhecimento e a de execução. 
	O inciso I do artigo 269 do CPC trata da sentença de mérito típica. É por que sentença de mérito típica? Porque tudo que se faz no processo de conhecimento é para a obtenção dessa sentença. Toda a atividade desenvolvida pelo Juiz tem como finalidade a obtenção dessa sentença. Sentença que vai dizer se o Autor tem ou não tem razão naquilo que sustenta. Sentença que vai julgar procedente ou improcedente o pedido do Autor, como diz o inciso I, vai acolher ou rejeitar o pedido do Autor. 
	Apesar de ser a sentença de mérito típica, não é a única forma de extinção do processo. O artigo 269 do CPC trata de outras formas de extinção do processo, ou melhor, de resolução do mérito. 
	O inciso II do artigo 269 do CPC trata de quando o réu reconhecer a procedência do pedido. O reconhecimento da procedência do pedido gera a resolução do mérito. 
	Falamos dentro da resposta do réu que o reconhecimento da procedência do pedido tem algumas limitações. Ou seja, vai ser sempre possível ao réu reconhecer a procedência do pedido? Não. Nos casos de direitos indisponíveis. Existe uma outra possibilidade em que o Juiz pode obstar esse reconhecimento, que é quando o Juiz verificar que há um conluio, há uma simulação entre Autor e Réu.
	O inciso III do artigo 269 do CPC trata da transação das partes. A transação pressupõe o quê? A transação pressupõe concessões mútuas, recíprocas. Se a parte não cumprir o que prometeu passaremos de imediato à fase de cumprimento da sentença. A transação gera também essa sentença de mérito. 
	O inciso IV do artigo 269 do CPC trata da pronúncia da decadência e da prescrição. Neste inciso não temos propriamente a aplicação disso. Por quê? Porque quando o Juiz reconhece a decadência ou prescrição fatalmente eu não tenho uma sentença favorável ao autor, eu tenho uma sentença favorável ao réu. Eu terei fase de cumprimento? Eu vou cumprir o quê? A fase de cumprimento clássica eu não vou ter porque não há condenação. 
	O inciso V do artigo 269 do CPC trata da renúncia ao direito em que se funda a ação pelo autor. Renúncia também gera a resolução de mérito. Para quê? Para não haver outra ação posterior. No entanto, cai na mesma situação da prescrição e decadência, não vai haver fase de cumprimento da sentença. Cumprimento de que se o Autor renunciou ao direito?
	No artigo 267 do CPC eu tenho um ato de disposição do Autor queé a desistência. No artigo 269 do CPC eu tenho um ato de disposição do autor que é a renúncia. Qual é a diferença? A origem é a mesma, tanto a desistência, quanto a renúncia são atos de disposição. 
	A desistência gera a extinção do processo sem resolução do mérito, portanto gera a coisa julgada formal. 
	A renúncia gera a resolução do mérito, portanto, gera a coisa julgada material. 
	Não é possível a renúncia a direitos indisponíveis. 
	Ajuizada a ação de alimentos é possível ao Autor desistir? É possível, o que ele não pode é renunciar. Não devemos confundir renúncia com desistência. 
	A renúncia tem alguma limitação? Por que eu falei que a desistência dependia da anuência do réu? Porque o réu tem direito a uma sentença de mérito. 
COISA JULGADA 
	Por que existe coisa julgada? Por que inventaram a coisa julgada? O fundamento da coisa julgada é a segurança jurídica, estabilidade das relações jurídicas, a pacificação dos conflitos. 
	“De nada adiantaria o processo, que toma tempo e recurso dos litigantes se a decisão ... (parte inaudível) ao invés de ser resolvido ela iria adquirir o dom da perpetuidade.”
	A idéia é essa. O processo custa tempo, custa dinheiro. Se eu puder ajuizar novamente uma ação posterior para rediscutir aquilo para que eu quero a primeira decisão?
	A coisa julgada impede que seja novamente rediscutida questão discutida em processo anterior. 
	Quando falamos em coisa julgada duas idéias surgem para a gente: a idéia de fim do processo e a idéia de imutabilidade. 
	Quando falamos em fim do processo estamos tratando da coisa julgada formal. 
	Quando falamos da imutabilidade da decisão estamos tratando de coisa julgada material. 
Quando dizemos que o processo tem um fim, existe uma outra idéia ligada a isso. Qual? Quando a parte deixa de praticar um ato, seja porque a parte quer agora praticar um ato que vai de encontro ao que praticou anteriormente, seja porque o momento que tinha para praticá-lo já passou, seja porque já praticou aquele ato. O que temos? Preclusão. Quando a parte não pode mais praticar um ato processual porque o tempo já passou, preclusão temporal; quando a parte não pode praticar um ato que já praticou, preclusão consumativa; quando não pode praticar um ato porque o ato se choca com ao to anterior, preclusão lógica. 
Nessas três situações o processo vai adiante, a parte não pode praticar mais determinado ato, mas o processo segue. 
O que acontece com coisa julgada formal? A parte não pode praticar mais ato nenhum porque o processo acabou. É por isso que a coisa julgada formal tem um outro nome: PRECLUSÃO MÁXIMA. Porque diferentemente das outras preclusões que falamos, o processo não prossegue porque ele acabou. 
E quando eu falo em coisa julgada formal eu estou olhando apenas para aquele processo. O que me interessa saber é se aquele processo ainda pode ser julgado. Se não pode mais, se não cabe mais recurso. Quando se fala em coisa julgada formal, falamos que a mesma produz efeito endoprocessual, ou seja, para dentro do processo. 
Quando eu falo em imutabilidade da decisão, quando eu falo da coisa julgada material, ela está presente quando que tipo de decisão for proferida? Aqui nós temos uma sentença de mérito. Uma decisão que resolveu o mérito. Essa decisão não pode mais ser modificada naquele processo e em nenhum outro processo. A imutabilidade é inerente à coisa julgada material. A matéria não pode ser discutida em nenhuma outra ação. A coisa julgada material, portanto, ela produz efeitos para fora do processo em questão. 
A coisa julgada material ela pressupõe a formal. Como assim? Para que eu possa falar de coisa julgada material, para que eu possa dizer que a decisão não pode mais ser modificada em outro processo, primeiro eu tenho que dizer que ela não pode mais ser modificada naquele processo. A coisa julgada material na verdade é um “plus” em relação à coisa julgada formal. 
	Quando temos a coisa julgada formal e material conjuntamente nos referimos a essa situação como coisa julgada material. 
	Então, cuidado, com uma situação muito comum. Lendo um livro ou um acórdão qualquer falando “coisa julgada”, sem definir se é coisa julgada formal ou material. A expressão coisa julgada sem predicado nenhum fatalmente é a coisa julgada material. A que precisa ser indicada é a situação que gera a coisa julgada formal. 
	Quando eu tenho formada a coisa julgada? Primeiro, quando não couber mais nenhum recurso. Segundo, quando cabia recurso, mas a parte deixou de interpor o recurso cabível. 
	Se analisarmos friamente chegaremos à conclusão de que a segunda hipótese está incluída na primeira. Cabia recurso, mas a parte deixou de interpor. Pergunta-se: Cabe agora? Não cabe agora. Então, se não cabe mais nenhum recurso há coisa julgada. 
	Essa distinção tem relevância apenas quando queremos utilizar o marco inicial para contagem do prazo da ação rescisória. 
	Exemplo: Acórdão do STF julgando Recurso Extraordinário. Cabe algum recurso mais? Foi publicada a decisão. Está assim formada a coisa julgada. Quando conta o prazo da coisa julgada? Da publicação do acórdão. 
	É possível que uma sentença do Juizado de 1ª instância forme coisa julgada? Publicada a sentença, a parte não interpôs recurso, a sentença transitou em julgado. Quando se dá a formação da coisa julgada e qual é o prazo para a ação rescisória? Eu tenho que esperar 15 dias, que ó prazo para a apelação, no 16º dia forma-se a coisa julgada. Enquanto é possível a interposição do recurso eu não posso falar em coisa julgada. Só posso falar em coisa julgada quando não existir mais a interposição do recurso. E essa possibilidade termina quando? Passado o prazo de 15 dias para a interposição da apelação. 
	Geralmente, a pessoa deixa para ajuizar a ação rescisória quando falta pouco tempo para esgotar o prazo de 2 anos que tem para propor a mesma. Por isso é importante essa distinção. 
	
 Processo findo. Não cabe mais recurso. O que temos então? Coisa julgada. A coisa julgada produz um efeito interessantíssimo sobre os vícios e as irregularidades ocorridos no processo. Os vícios e as irregularidades que ocorreram no processo são sanados com a ocorrência da coisa julgada. É o efeito sanatório da coisa julgada. 
	Mas, tem vício e irregularidade que a lei reputa grave demais. A lei diz quais são os vícios e qual é o instrumento para que depois de formada a coisa julgada esta possa ser questionada. Que instrumento é esse? A ação rescisória. 
	Formada a coisa julgada existe a possibilidade de ação rescisória dentro do prazo de 02 (dois) anos. Vamos analisar, então, duas possibilidades: Não foi ajuizada a ação rescisória ou a ação rescisória foi ajuizada, mas o pedido foi julgado improcedente. Quando acontece uma dessas duas coisas, vamos estar diante da COISA SOBERANAMENTE JULGADA. Formada a coisa soberanamente julgada, pode “chover canivete” que a decisão não vai ser alterada, não será mais passível de modificação. 
	O que há de exceção reconhecida neste caso? A jurisprudência, apesar de não estar na lei, reconhece como grave demais o vício da ausência ou nulidade da citação, pois estando ele presente, consegue-se de uma vez só aviltar todos os princípios processuais. 
	Provado que o réu não foi citado no processo não há como se falar em igualdade, contraditório, ampla defesa. Diante da ausência de citação, com base na chamada querella nullitatis, é possível ao réu ajuizar uma outra ação anulatória ou declaratória de nulidade da decisão anterior, da decisão transitada em julgado. 
	A ausência da citação é um dos argumentos da ação rescisória, se estiver no prazo para a propositura da mesma, deve ser proposta a rescisória. Somente se passado o prazo da mesma ou indeferido o pedido é que deve se ingressar com a ação anulatória ou de nulidade. 
	Então, o vício da citação, mesmo que passado o prazo da rescisória, pode servir de base a uma ação anulatória para anular a decisão anterior. Não existe prazo paraessa ação anulatória. 
	A querella nullitatis é endereçada ao Juiz de primeira instância. Por que? Porque é no Juízo de primeira instância que deveria ter sido feita a citação e não foi. 
	Eu quero anular uma ação que teve acórdão do STF. Se quer anular essa ação com base na ausência de citação irá ajuizar no Juízo de primeira instância, que foi onde deixou de ser feita a citação. O vício é de origem. 
Será sempre onde a ação se iniciou, de onde deveria partir a citação. 
	Quando dizemos que quando ocorre a coisa soberanamente julgada “pode chover canivete” que essa decisão não será modificada estamos dando uma um título muito importante para a coisa julgada. Título esse que de fato ela merece. Por que merece? Porque a coisa julgada é um princípio constitucional, é um valor constitucional. 
	As controvérsias surgem quando temos alegados outros princípios constitucionais, outros valores sendo “ofendidos” pela coisa julgada. 
	Por exemplo: Ação de Investigação de Paternidade. O suposto filho não consegue reunir todas as provas necessárias para provar que o Réu é seu pai. Esta sentença de improcedência do pedido transita em julgado. Forma-se a cosia julgada dizendo que o sujeito não é pai. Ele pode ajuizar uma ação agora e pleitear a realização do exame de DNA. Passados inúmeros anos, inclusive os dois para a propositura da ação rescisória, poderia o suposto filho ajuizar uma nova ação de investigação de paternidade para provar que o sujeito é seu pai. Repare que seria uma ação, com as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Se entendermos que já se formou a coisa soberanamente julgada e que segundo ela a decisão é imutável, não seria possível a propositura desta nova ação. 
	No entanto, há quem entenda ser possível. Eu estou privilegiando a coisa julgada porque ele é um princípio constitucional, mas ocorre que eu tenho do outro lado outro valor, outro princípio constitucional: a identidade, os vínculos familiares daquela pessoa. Neste caso temos que privilegiar o direito da pessoa saber quem é seu pai e assim, fixar sua própria identidade. O que estamos fazendo, então? Ponderação de interesses. A coisa julgada não pode fugir da ponderação de interesses. A coisa julgada não pode ser colocada como princípio constitucional mais importante. 
	Então, muitas vezes a coisa julgada colocada na balança, ponderada com outros valores constitucionais ela terá que ceder. Quando falamos isso, estamos nos filiando a um movimento que é o da relativização da coisa julgada,

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