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Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação - Aula 06 a 08

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Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação
Aula 06 - A Teoria Marxista e as Práticas de Educação
Ao final desta aula, você será capaz de:
analisar as relações entre a teoria marxista e a dinâmica cultural da sociedade;
demonstrar como se dão as relações entre os valores morais, as crenças, os princípios ideológicos e a base material da sociedade, na concepção de Marx;
definir o conceito de alienação e suas relações com o projeto de educação sugerido por Marx.
Na concepção de Marx, as ideias que os indivíduos incorporam, na sociedade capitalista, implicam numa visão imprecisa ou falsa da realidade. Isto acontece na medida em que a consciência que os trabalhadores constroem sobre o seu próprio modo de vida tende a ser profundamente influenciada pelos valores das elites burguesas. 
Numa posição diferente daquela assumida por Durkheim, Marx não percebe as representações coletivas como produto do conjunto da sociedade. Para ele, estas ideias — às quais chamou de ideologia — são o fruto de um processo de dominação, que leva as classes oprimidas a perceberem o mundo com as lentes de seus opressores, processo este denominado de alienação. 
Esta aula aborda o projeto de educação de Marx, que busca superar esta ausência de consciência, ou seja, um projeto que possa construir indivíduos integralmente desenvolvidos e emancipar os trabalhadores do seu processo de alienação.
Na concepção marxista, a partir da lógica do pensamento dialético, haveria uma reciprocidade de influências entre a consciência e as condições materiais da vida em sociedade.
Indivíduo
Por um lado, o mundo das ideias é influenciado de forma determinante pela realidade material.
Meio social
Por outro lado, esta mesma base material da sociedade pode ser transformada pela ação consciente dos indivíduos.
A particularidade da concepção de Marx está no fato de ele perceber este grande conjunto das ideias representado pelos valores e crenças predominantes, no caso da sociedade capitalista, como o fruto de um processo de dominação das elites burguesas. Como consequência, por terem perdido o controle sobre a organização da produção, os trabalhadores teriam perdido, também, a possibilidade de construir uma visão adequada sobre a sua própria realidade. Eles perceberiam o mundo a partir dos valores da burguesia, como se esta fosse a única forma possível de trabalhar e viver.
Burguesia x Proletariado
Segundo Marx, no capitalismo existem os burgueses, proprietários dos meios de produção (fábricas e empresas de modo geral) e aqueles que vendem o único bem que possuem, ou seja, a sua força de trabalho, em troca do pagamento de salário. Estes seriam os proletários (“Este indivíduo não vê a sociedade capitalista como uma sociedade historicamente construída pela luta entre classes com interesses opostos”), classe que representaria a maioria da sociedade. Para eles, o modo de vida estabelecido na sociedade capitalista parece algo natural. É como se trabalhar em troca de um salário fosse uma espécie modo de vida que sempre existiu e sempre existirá.
Um conceito fundamental, na concepção marxista, é o de alienação.
O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Ou seja, um operário numa determinada linha de montagem executa muito bem a sua função, por exemplo, encaixar amortecedores na carroceria do veículo, sem ter a menor ideia sobre o procedimento para construir, de modo completo, um automóvel. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação.
A organização do trabalho social na sociedade capitalista, segundo Marx, possuiria, portanto, uma considerável diferença em relação ao que era feito na sociedade feudal.
Naquele período, em que predominavam as oficinas artesanais nas vilas e pequenas cidades, o Mestre Artesão era ao mesmo tempo executor e organizador do processo produtivo.
Processo produtivo
Por exemplo, numa oficina de sapateiros, caberia a ele a compra da matéria prima, o planejamento dos modelos a serem fabricados, o corte do couro, a costura, o acabamento final e a própria venda do produto, ou seja, ele era responsável por todas as etapas do processo produtivo.
Essa situação difere profundamente daquela presente na sociedade capitalista, na qual o dono da fábrica, que organiza e planeja a produção, não é quem executa o trabalho.
Executa o trabalho
Por exemplo, não vemos os executivos das grandes montadoras de automóveis encaixando as peças dos veículos na linha de montagem. 
No modelo civilizatório marcado pela presença do capitalismo, a fragmentação das atividades profissionais é a marca registrada. A divisão entre aqueles que realizam trabalhos exclusivamente intelectuais e a grande maioria que executa tarefas manuais e repetitivas, sem a exigência de uma elaboração mais complexa é, de fato, a regra.
A causa da consciência distorcida construída pela grande maioria dos trabalhadores acerca do seu próprio modo de vida, é justamente esta divisão qualitativa do trabalho.
Vamos conhecer, a seguir, mais sobre o pensamento de Marx.
Marx considerava esta situação, além de injusta, a causa de todo o processo de alienação presente na sociedade de sua época, a Europa do século XIX. 
Para resolver este problema, além da ação de conscientização das massas pelos integrantes do partido comunista (que ele considerava o partido revolucionário da causa dos trabalhadores) Marx imaginou um projeto de educação que pudesse compensar estas diferenças.
Marx e Engels percebiam as práticas de educação escolar como uma importante ferramenta que poderia ser utilizada, tanto para perpetuar o processo de alienação e de dominação existente na sociedade capitalista, quanto para emancipar os trabalhadores desta realidade.
É fundamental que você procure deslocar o pensamento para o século XIX e tente imaginar como viviam as pessoas nas cidades industriais naquele momento, para poder entender o raciocínio de Marx com relação ao seu projeto educacional.
Em algumas citações de O Capital, sua obra mais importante, Marx relata algumas visitas a escolas localizadas em cidades na Inglaterra, cujas condições de ensino eram tão precárias, que só poderiam servir como espécie de engodo, para a nova legislação inglesa de 1844, que determinava que as crianças ao serem contratadas pelas fábricas deveriam estar devidamente matriculadas em algum estabelecimento de ensino.
Projeto Educacional de Marx
Sugerido para solucionar o problema educacional, o projeto de Marx certamente seria alvo de certa estranheza nos dias atuais. Para ele:
as escolas deveriam formar indivíduos integralmente desenvolvidos, isto é, que ao longo da sua formação dividissem seu tempo entre o trabalho manual, as atividades intelectuais e o lazer;
as crianças de até 12 anos deveriam passar ao menos 2 horas por dia trabalhando de modo a combinar o trabalho braçal com prática intelectual. Esta jornada de trabalho associada à educação deveria ser elevada até um período de 6 horas por dia, quando a criança completasse 16 anos.
O Projeto Educacional de Marx pode ser representado pela equação abaixo.
Projeto Educacional de Marx = Educação Intelectual + Educação Profissional + Educação Física Marx
Para Marx era fundamental que todos os indivíduos combinassem educação intelectual, educação profissional e educação física, na sua formação. Só assim, todos se tornariam indivíduos integralmente desenvolvidos, capazes de desenvolver diferentes tarefas e atividades sociais. Ele considerava injusto que alguns indivíduos trabalhassem apenas com a mente, desenvolvendo seu intelecto, enquanto outros passassem toda a vida presos a atividades manuais repetitivas e embrutecedoras, no que se refere ao espírito humano. 
Mesmo para os membros da burguesia, a educação fragmentada era considerada por Marx como prejudicial, na medida em que o indivíduo se via desprovido daquilo que ele considerava como conhecimentotecnológico.
É importante ressaltar que este projeto de educação sugerido pela teoria marxista se apresentava para a realidade europeia no século XIX. 
Neste momento o acesso a escola, mesmo num sentido tradicional, era restrito a um pequeno número de crianças originárias das classes mais favorecidas.
Além disso, a possibilidade de automação do processo produtivo, como conhecemos hoje, era algo inconcebível em termos tecnológicos. Sendo assim, na visão de Marx, a ideia de que todos pudessem, ao longo de seu dia, compartilhar todas as funções existentes na sociedade, tanto as mais enaltecedoras quanto as mais laboriosas, se apresentava como a alternativa mais justa.
Aula 7 - A Sociologia de Max Weber
Ao final desta aula, você será capaz de:
analisar os principais conceitos relacionados a sociologia weberiana, explicando o conceito de sociologia compreensiva;
definir os conceitos de ação social, relações sociais e também o significado dos tipos ideais.
O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior aos indivíduos. Ao contrário, ela seria o resultado de uma imensa rede de interações entre os seus membros. 
Para analisar esta rede de relações não basta observá-la de modo distante, é necessário se aproximar, interagir e, a partir daí, assimilar os diferentes tipos de racionalidade que motivam as ações sociais. 
Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dos indivíduos que se relacionam com os demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana, que será abordada nesta aula.  
Um importante conceito que é a base a partir da qual a sociologia weberiana pode ser estruturada é o conceito de ação social.
O que é ação social?
Ação social, segundo Weber, é todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado.
Para Weber, a sociedade não seria um organismo com uma espécie de complementaridade entre as suas partes, como postulava Durkheim, nem tampouco uma espécie de prisão para as classes menos favorecidas, como imaginava Marx. 
Para ele, a sociedade se apresentava como uma grande teia formada por diversos tipos de ações sociais. A identificação do sentido subjetivo dessas ações, ou seja, do tipo de racionalidade que as motiva e que leva a este ou àquele comportamento é o que define a sociologia weberiana como compreensiva.
De um modo diferente daquele empregado por seus contemporâneos, Weber rompe de forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas obras de pensadores do século XIX, como Émile Durkheim.
Na opinião de Marx Weber, as ciências sociais, definidas por ele como ciências da cultura, são disciplinas cuja diretrizes metodólogicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo ponto de vista do investigador, ou seja, ao se produzir conhecimento científico, ou se relacionar com ele é de grande relevância se levar em consideração os valores presentes na personalidade do cientista ou pesquisador.
Neste sentido, não existiria uma espécie de ciência “neutra”, sendo o próprio foco da pesquisa científica estabelecido, muitas vezes, em sintonia com valores morais, políticos ou religiosos de quem desenvolve o trabalho.
Um traço marcante do pensamento weberiano é a sua ruptura radical com a lógica do cientificismo positivista.
Auguste Comte definia a sociologia como a física social. Segundo ele, a lógica de pesquisa desta disciplina seria destinada a conhecer os processos sociais, para poder prever os seus desdobramentos.
Ao contrário, Weber, ao perceber a sociedade como uma teia constantemente renovada de ações sociais, afirma ser esta realidade hipoteticamente infinita e que apenas um fragmento de cada vez pode ser objeto de conhecimento sistematizado, no sentido da pesquisa científica.
Weber
Para a sociologia weberiana a sociedade concebida como esta totalidade, ou um “todo” monolítico seria algo absolutamente incompreensível “pela simples razão de que este todo reside na interação entre as partes e não é possível conhecer todas elas ao mesmo tempo, porque são muitas e porque se renovam a cada dia.” (Rodrigues, 2006: p. 61).
É na simples escolha de uma das partes deste todo para ser estudada, que se encontram envolvidos os valores do pesquisador.
A escolha de um caminho para a pesquisa envolve um tipo de racionalidade e, consequentemente, também se caracteriza como uma ação social.
Com o objetivo de qualificar estas ações sociais, Weber desenvolve o conceito de tipos puros ou tipos ideais, sabendo que estas construções não espelhariam de forma fiel a realidade. Elas se apresentariam como pontos de referência, a partir dos quais seria possível se estabelecer níveis de comparação com o mundo concreto, funcionando, na prática, como um importante método de investigação para as ciências sociais. 
Todas as ações praticadas em sociedade implicam em um determinado nível de racionalidade, por parte do sujeito que as executa. Justamente a partir do seu caráter mais ou menos racional, Weber estabelece uma classificação para as ações sociais, segundo o princípio dos tipos ideais.
Ação social racioanal com relação a fins
São aquelas cujo sentido subjetivo envolve os meios adequados para se atingir determinados objetivos, previamente estabelecidos. Ex.: uma pesquisa científica, um projeto econômico, fazer um curso de graduação etc.
Ação social afetiva
São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em questão. Ex.: ações motivadas por ciúme, cólera, paixão etc.
Ação social racioanal com relação a valores 
São aquelas cujo princípio racional não se vincula tanto ao objetivo a ser alcançado, mas à afirmação de determinados valores. Ex.: participar de uma manifestação em defesa da natureza ou em prol dos direitos humanos, ou entrar para a universidade porque a família considera este um ponto importante.
Ação social racioanal com relação ao regular ou ação social tradicional
São aquelas cujo sentido subjetivo se constrói com vistas à observação de costumes ou tradições.  Ex.: o casamento religioso ou o batismo dos filhos em determinada igreja, para quem não é praticante daquela crença. Ir para a universidade porque todos na família assim o fizeram etc.
Para finalizar esta aula, vale ressaltar que a afirmação de que Weber considerava as situações descritas como tipos ideais, construídas para simples efeito de comparação é porque elas não representam a realidade num sentido fiel, mas sim para efeito de aproximação.
Um rapaz pode ingressar na universidade para se graduar em Medicina, o que seria uma ação social racional com relação a fins. Entretanto, ao se matricular escolhe uma turma da manhã com o intuito de reencontrar uma ex-namorada. Além disso, todos na família são médicos e isto o faz sentir na obrigação de dar continuidade a esta cultura familiar. Neste caso, seriam misturadas à ação racional outras de caráter afetivo e tradicional.
Aula 08 – As Práticas de Educação para a Sociologia Weberiana
Ao final desta aula, você será capaz de:
conceituar e analisar os principais conceitos relacionados à sociologia weberiana, e sua ligação com as práticas de educação;
definir os conceitos de Pedagogia do Cultivo e Pedagogia do Treinamento.
Nesta aula estudaremos a história humana, que segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente de racionalização das relações sociais. O agir em sociedade pressupõe determinadas normas, que se enraízam e institucionalizam. Na medida em que as relações sociais se tornam mais complexas, maiores os desafios para se estabelecer níveis de consenso que possam abrigar as diferentes relações sociais. 
Com o estabelecimento do Estado Moderno e as formas de dominação legítima que lhe são correspondentes, a efetivação da autoridade nacional passa a depender de um quadro administrativo profissional e hierarquizado, o que Weber definia como burocracia. 
Nestemomento o exercício da autoridade passa a depender, de forma crescente, da legitimidade estabelecida pelo direito racional. É justamente a partir da necessidade de formação deste quadro de funcionários, que se submetem à autoridade por meio de princípios cada vez mais racionais, que as práticas de educação assumem importância crucial para a análise desenvolvida pela sociologia weberiana.
A história humana, segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente de racionalização das relações sociais.
O agir em sociedade pressupõe determinadas normas, que se enraízam, institucionalizam e em seguida assumem a forma de leis. 
Na medida em que as relações sociais se tornam mais complexas, maiores também se tornam os desafios para conciliar os diferentes interesses em jogo.  
É neste sentido que Weber imagina a sociedade humana como inserida num processo contínuo de aprimoramento da subjetividade ou racionalidade, que envolve as relações sociais.
Este movimento implicaria no crescente abandono de concepções místicas e tradicionais, no que se refere à constituição dos diferentes princípios de autoridade, incluindo-se aí o próprio Estado.
Para explicar este movimento, Weber constrói novamente uma tipologia, num sentido ideal, destinada a analisar as diferentes formas de dominação legítima. Segundo este autor, existiriam três tipos puros ou ideais de dominação legítima.
Dominação tradicional
Para explicar este movimento, Weber constrói novamente uma tipologia, num sentido ideal, destinada a analisar as diferentes formas de dominação legítima. Segundo este autor, existiriam três tipos puros ou ideais de dominação legítima.
Dominação carismática
É baseada no carisma do líder e geralmente se caracteriza por períodos de ruptura institucional. 
Dominação racional legal
É baseada na racionalidade e nas disposições legais, como no caso do Estado Moderno. Essa dominação é relacionada ao Estado de Direito e à presença de uma burocracia em termos administrativos.
É neste momento que a sociologia weberiana atribui um significado relevante para as práticas de educação.
É importante que você entenda bem estes conceitos:
Para Weber, a educação é o modo pelo qual os indivíduos são preparados para exercer funções, relacionadas à nova realidade caracterizada pela racionalização da vida, tanto na administração do aparelho de estado, quanto nas empresas capitalistas.
Segundo a sociologia weberiana, as práticas de educação passariam a se caracterizar por um conjunto de conteúdos voltados para o treinamento de indivíduos, a fim de que se tornassem aptos a desempenhar variadas funções tanto no Estado, quanto nas empresas.  Neste sentido, a própria condução do processo político se daria em moldes mais racionais.
A sociedade capitalista, segundo Weber, teria desenvolvido práticas de educação cujo objetivo seria treinar o indivíduo, ao invés de simplesmente cultivar o seu intelecto.
Educar de modo a desenvolver um sentido mais racional, nas diferentes relações sociais passou a ser fundamental para o Estado na sociedade capitalista, uma vez que este “novo” homem não deveria mais obediência a princípios místicos e sobrenaturais, mas sim ao direito racional.
Para refletir sobre a sociologia da educação, Weber constrói alguns conceitos como o da Pedagogia do Cultivo e o da Pedagogia do Treinamento.
Pedagogia do Cultivo
É um conjunto de práticas destinadas a formar um tipo de indivíduo culto, o que implica transformações no seu comportamento interior e exterior. Este processo assumiria o sentido de uma “qualificação cultural” no sentido de uma educação de caráter abrangente, o que traria implicações no sentido do status e da própria qualidade de vida do indivíduo. Nas sociedades pré-industriais estas práticas estariam restritas às elites sociais e intelectuais.  
Pedagogia do Treinamento	
São as práticas de educação dominantes do Capitalismo. Segundo o autor, com a racionalização da vida social e a crescente burocratização do Estado moderno, a educação deixa gradualmente de ter como objetivo a “qualidade da posição do homem na vida” e passa a se constituir num projeto especializado com o objetivo de formar peritos e especialistas com vistas ao mercado de trabalho. Weber percebia com certa melancolia esta relação com o conhecimento, que poderia ser percebida como uma espécie de “depressão intelectual”.
Para Weber, a Pedagogia do Treinamento, imposta pela racionalidade da sociedade capitalista, se apresentava como um forte obstáculo ao desenvolvimento do talento e da própria realização pessoal dos homens, de um modo geral.
Esta era uma racionalidade que mantinha uma relação utilitarista com o conhecimento, destinada apenas à obtenção de poder e dinheiro.

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