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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Recursos Trabalhistas – Parte I Livro Eletrônico Presidente: Gabriel Granjeiro Vice-Presidente: Rodrigo Calado Diretor Pedagógico: Erico Teixeira Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente. CÓDIGO: 230727151282 GUSTAVO DEITOS Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do Trabalho (Gabinete de Ministro). Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos SUMÁRIO Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Recursos Trabalhistas – Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1. Princípios dos Recursos Trabalhistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2. Efeitos dos Recursos Trabalhistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3. Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos Trabalhistas . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.1. Pressupostos Intrínsecos de Admissibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.2. Pressupostos Extrínsecos de Admissibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 4. Juízos de Admissibilidade e de Mérito dos Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4.1. Juízo de Admissibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.2. Juízo de Mérito dos Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Gabarito comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 4 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos aPReseNTaÇÃoaPReseNTaÇÃo Olá, querido(a) aluno(a) do Gran! Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento- lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do trabalho, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova. Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo. A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um, ou outro meio. Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferência de cada aluno. Nesta aula, estudaremos especialmente o seguinte tópico de Direito Processual do Trabalho: Recursos Trabalhistas (Parte I). Esta aula direciona-se especialmente a aspectos teóricos e estruturantes do sistema recursal: princípios, pressupostos, efeitos, dentre outros. Trata-se de temática importantíssima para a compreensão das espécies recursais. A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta. Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do material. Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema, por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação. Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer problemas nas aulas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 5 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que, para nós, é sagrado. Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que você merece. Bons estudos! Seja imparável! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 6 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos RECURSOS TRABALHISTAS – PARTE IRECURSOS TRABALHISTAS – PARTE I 1 . PRINcÍPIos Dos RecuRsos TRabalhIsTas1 . PRINcÍPIos Dos RecuRsos TRabalhIsTasII). Nesses recursos, a comprovação do feriado forense deverá ocorrer mediante prova documental (anexo de lei, regimento ou outro ato normativo). Mesmo que o juiz/relator não ateste o feriado forense, a parte prejudicada não poderá pleitear o reconhecimento desse feriado se, antes disso, ela teve prazo expresso para demonstrar a ausência de expediente do órgão judiciário em determinada data. Se a parte perdeu prazo dado para demonstrar a ausência de expediente forense em determinado dia, mesmo que nesse dia realmente não tenha havido expediente, o recurso ficará prejudicado, se sua tempestividade depender de tal comprovação. Cabe mencionar também que alguns sujeitos específicos têm PRAZO EM DOBRO para recorrer. São os seguintes: • União (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Estados (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Distrito Federal (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Municípios (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Autarquias (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Fundações Públicas de Direito Público (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969); • Associações Públicas (art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969 c/c art. 6º, inciso I, Lei n. 11.107/2005); • Ministério Público do Trabalho (art. 180 do CPC); • Defensoria Pública (art. 186 do CPC); • Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (art. 12 do Decreto-Lei n. 509/1969). 3.2.3.1. PRAZOS DIFERENCIADOS (PRIVILEGIADOS) PARA DETERMINADOS LITIGANTES Alguns sujeitos específicos possuem prazos maiores, por determinação legal, para praticar atos processuais e interpor recursos. Veja o que dispõem os incisos II e III do art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969: Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: (...) II – o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, “in fine”, da Consolidação das Leis do Trabalho; III – o prazo em dobro para recurso (...). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 32 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O art. 841 da CLT trata do quinquídio legal, que deve ser observado entre a notificação do reclamado e a data da primeira audiência. Este prazo de 5 dias é considerado mínimo para elaboração da defesa. Portanto, como a União, os Estados, o DF, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas possuem o privilégio de ter tal prazo em quádruplo, conclui-se: entre a data da efetiva notificação desses sujeitos e a primeira audiência deve haver intervalo mínimo de 20 dias. Ademais, esses mesmos sujeitos possuem direito ao dobro do prazo para qualquer recurso. O Recurso Ordinário, por exemplo, deve ser interposto em 8 dias. Tais sujeitos têm direito ao prazo de 16 dias, portanto. O mesmo raciocínio vale para os embargos de declaração, por exemplo, que são interpostos em 5 dias (tais sujeitos possuem direito ao prazo de 10 dias). Além desse privilégio, há outro a ser destacado: os artigos 180 e 186 asseguram ao Ministério Público e à Defensoria Pública prazos dobrados para toda e qualquer manifestação no processo: contestar, recorrer, manifestações em geral, esclarecimentos etc. Sinteticamente: DICA União, Estados, DF, Municípios e autarquias e fundações públicas: DOBRO PaRa RecoRReR . QUÁDRUPLO PaRa DeFesa . Ministério Público (MPT) e Defensoria Pública (DPU): DOBRO PARA TUDO. Esses privilégios NÃO se aplicam a empresas públicas e sociedades de economia mista. Neste sentido é a Súmula n. 170 do TST: JURISPRUDÊNCIA Os privilégios e isenções no foro da Justiça do Trabalho não abrangem as sociedades de economia mista, ainda que gozassem desses benefícios anteriormente ao Decreto- Lei n. 779, de 21.08.1969. Obs.: Embora a súmula cite somente as sociedades de economia mista, este entendimento é aplicável a qualquer empresa estatal comum, com exceção da regra abaixo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 33 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública, com personalidade jurídica de direito privado, é reconhecida como entidade que exerce atividade típica e exclusiva de Estado (serviço postal). Portanto, ela recebe por extensão os privilégios processuais destinados à Fazenda Pública, como os prazos diferenciados estudados acima e a isenção de custas processuais. Veja o que dispõe o art. 12 do Decreto-Lei n. 509/1969: Art. 12. A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação à imunidade tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a foro, prazos e custas processuais. De acordo com o entendimento do TST, é inaplicável a regra do CPC que garante prazo em dobro para litisconsortes com procuradores diferentes em processos físicos, por ofensa ao princípio da celeridade. Veja o que enuncia a Orientação Jurisprudencial (OJ) n. 310 da Subseção Especializada em Dissídios Individuais n. 01 do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, OJ n. 310, SDI-1. Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e § § 1º e 2º, CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. No CPC de 2015, os litisconsortes com procuradores diferentes só possuem prazos dobrados quando o processo tramitar em meio físico. Em processos eletrônicos, independentemente do número de procuradores constituídos por cada litisconsorte, os prazos serão sempre contados de forma simples. No processo do trabalho, não importa se o processo tramita de forma física ou eletrônica: litisconsortes com procuradores diferentes não têm prazos dobrados. 3 .2 .4 . ReGulaRIDaDe De RePReseNTaÇÃo Sabemos que o processo do trabalho comporta a figura do jus postulandi. A interposição de alguns recursos pode ocorrer sem a assistência de advogado. Já a interposição de outros exige, necessariamente, a atuação de um advogado. O jus postulandi, na Justiça do Trabalho, tem um limite. Esse limite é devido ao avanço da técnica jurídica. Algumas ações e recursos exigem da parte o preenchimento de vários requisitos complexos, técnicos, cujo acesso, na grande maioria das vezes, só não é oneroso para os advogados. O limite do jus postulandi (ou, se preferir, as exceções ao jus postulandi) está estampado na Súmula n. 425 do TST: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 34 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 425. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Você pôde perceber, acima, que o art. 791 da CLT fala que as partes poderão acompanhar suas reclamações“até o final”. Todavia, esse termo não deve ser interpretado literalmente. Considerando a complexidade técnica dos recursos de competência do TST, bem como as peculiaridades jurídicas de ações especialíssimas como ação rescisória e mandado de segurança, o TST lançou ao art. 791 interpretação sistemática, com resultado restritivo. A Reforma Trabalhista criou outra hipótese em que o jus postulandi não prevalecerá: nos procedimentos de homologação de acordo extrajudicial. O novo art. 855-B da CLT dispõe: “O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.” Logo, não pode qualquer das partes submeter ao juiz acordo extrajudicial para homologação sem ter advogado constituído por procuração válida. Portanto, as partes do processo trabalhista precisarão, necessariamente, ser representadas por advogado nos seguintes casos: • Recurso de Revista (TST); • Embargos Infringentes ou Embargos por Divergência (TST); • Recurso Ordinário ao TST em processo de competência originária do TRT; • Ação Rescisória (em qualquer tribunal); • Mandado de Segurança (em qualquer juízo ou tribunal); • Homologação de Acordo Extrajudicial (em qualquer juízo ou tribunal). Você pode estar se perguntando: por que o professor não citou a ação cautelar? É porque a ação cautelar não mais existe no ordenamento jurídico, em razão de ter sido extinta pelo Novo CPC, que destinou sua finalidade inteiramente ao instituto da tutela provisória. Dessa forma, a Súmula n. 425 merece uma atualização, para excluir a ação cautelar do rol. Todavia, a regularidade de representação não se restringe a verificar a possibilidade ou impossibilidade de interposição sem advogado. Mesmo que em tese o recurso possa ser interposto sem advogado, a representação da parte poderá ser irregular. Veja: Se o recurso for interposto por advogado que não tenha instrumento de procuração nos autos e nem registro em ata de audiência de mandato tácito, a representação da parte será irregular. O mesmo vale para o recurso interposto por advogado sem poderes para isso. Nesses casos, a parte deve sanar a irregularidade ( juntando a procuração aos autos ou conferindo os poderes necessários) para que o pressuposto de admissibilidade “Regularidade de Representação” seja preenchido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 35 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Veja o que diz a Súmula n. 383, item II, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 383, II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, CPC de 2015). • RECORRENTE com representação irregular: recurso não é conhecido (inadmitido), por ausência do pressuposto extrínseco “Regularidade de Representação”; • RECORRIDO com representação irregular: não poderá apresentar contrarrazões ao recurso interposto pelo recorrente; se as tiver apresentado, elas serão removidas do processo, como se não tivessem sido apresentadas. DICA Prazo para regularização da representação processual em fase de recurso: 5 DIAS, a contar do momento em que o relator do Tribunal detecta o problema . Uma situação específica de irregularidade de representação processual percebida na fase recursal é abordada pela OJ n. 120 da SDI-I do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, OJ n. 120, SDI-I, I – Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o relator concederá prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o recurso será reputado inadmissível (art. 932, parágrafo único, CPC de 2015). II – É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões recursais. Ausência de assinatura do recurso pelo advogado é um exemplo prático de irregularidade de representação. Todavia, a consequência é a mesma reportada na Súmula n. 383: a parte tem o prazo de 5 dias para corrigir o problema. Se não corrigir o problema no prazo, o recurso será inadmitido (não conhecido), por ausência do pressuposto extrínseco “Regularidade de Representação”. Para maiores detalhes sobre a representação processual, remeto à aula sobre Partes e Procuradores, onde o tema é aprofundado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 36 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 3 .2 .5 . INeXIsTÊNcIa De FaTo eXTINTIVo ou IMPeDITIVo Do DIReITo De RecoRReR Esses fatos extintivos e impeditivos são tratados na lei em torno de dois atos processuais: renúncia e desistência. A renúncia é um fato impeditivo do direito de recorrer. Conforme o art. 999 do CPC, a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte e pode ser feita de maneira expressa ou tácita. A renúncia expressa não guarda mistérios: consiste na declaração escrita ou oral em audiência, registrada em ata, de que a parte não quer recorrer. Já a renúncia tácita consiste na aceitação da situação em que o processo se encontra, praticando-se ato incompatível com a vontade de recorrer (art. 1.000 do CPC). EXEMPLO Pedro ajuizou reclamação trabalhista contra Matias EIRELI, e o juiz do trabalho julgou totalmente procedentes os pedidos de Pedro. O representante legal de Matias EIRELI, logo após a publicação da sentença, peticiona nos autos apresentando, em anexo, comprovante de pagamento do valor líquido a que foi condenado e pedindo a extinção do processo. O comportamento do reclamado é incompatível com a vontade de recorrer, pois ao pedir a extinção do processo em razão do pagamento ele indica que a decisão do juiz não merece reforma. Logo, se após seis ou sete dias a reclamada solicitar o desarquivamento do processo para o processamento de recurso ordinário, o recurso não poderá ser admitido, pois existe um fato impeditivo do direito de recorrer: renúncia tácita (aceitação da decisão). Já a desistência é um fato extintivo do direito de recorrer, pois esse direito chegou a existir em dado momento. A parte recorreu, mas manifesta ao juízo que não pretende que seu recurso seja analisado. Segundo Bezerra Leite, a desistência deve ser sempre expressa. O advogado só poderá sustentar a desistência se tiver poderes específicos para desistir (art. 105 do CPC). Entretanto, existem casos excepcionais que impedem que a desistência retire do Poder Judiciário o poder de analisar as razões do recurso. Tais casos estão previstos no art. 998, parágrafo único, CPC: Art. 998, Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. O reconhecimento de repercussão geral, no STF, assim como a seleção do recurso para ser julgado como modelo de recurso repetitivo, são questões de interesse social, maior que o interesse das partes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução,cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 37 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Portanto, se o recurso já tiver sido reconhecido como de repercussão geral ou afetado para julgamento em sede de recursos repetitivos, ele será apreciado para fins de fixação da tese jurídica a ser utilizada no futuro como precedente. 3 .2 .6 . PRePaRo O preparo é um pressuposto de admissibilidade diretamente relacionado ao dinheiro. Basicamente, o preparo consiste no conjunto de despesas processuais existentes para a interposição de recursos. Divide-se o preparo em duas coisas: custas processuais e depósito recursal. Estudaremos cada item separadamente. 3 .2 .6 .1 . DePÓsITo RecuRsal A necessidade do depósito recursal surge do art. 899, § 1º, CLT, de redação arcaica, que condiciona a admissão de recursos ao “depósito da respectiva importância”. Essa importância corresponde ao valor da condenação, observando determinado limite fixado pelo Tribunal Superior do Trabalho em uma tabela. O texto da CLT fala em um suposto limite de “10 salários mínimos regionais”, que não é mais aplicável, ante o envelhecimento desse elemento no contexto jurídico. O depósito recursal somente será necessário se houver condenação em pecúnia, isto é, em valores. Se a sentença tiver resultado meramente declaratório, ou condenar alguém a cumprir obrigação de fazer, ou não fazer, não haverá condenação em pecúnia (pagar dinheiro). Logo, nesses casos, não haveria que se falar em depósito recursal, e o preparo consistiria somente em custas processuais. Antes de verificar a tabela, você deve aprender as regras básicas de necessidade de efetuar depósito recursal. Comecemos: qual é o valor a ser depositado? O valor a ser depositado a título de depósito recursal é o valor da condenação que ainda não tenha sido depositado. EXEMPLO A empresa José Empreendimentos, reclamada, é condenada a pagar R$ 5.000,00 ao ex-empregado Júlio, reclamante. Inconformado com a sentença, a empresa pretende interpor Recurso Ordinário ao TRT. Para tanto, a empresa deverá depositar o valor de R$ 5.000,00. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 38 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos A regra, contudo, não é sempre fácil assim. Existe um limite máximo para esse depósito. A tabela que fixava os limites máximos dos depósitos recursais, para o segundo semestre do ano de 2023, apresentava os seguintes valores: Obs.: Os valores atualizados ficam sempre disponíveis no seguinte link: https://www.tst. jus.br/valores-vigentes. • Recurso Ordinário: R$ 12.665,14; • Recurso de Revista, Embargos ao TST e Recurso Ordinário em Ação Rescisória: R$ 25.330,28. Tais valores são reajustados anualmente pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE. EXEMPLO Padaria Rocha é condenada a pagar R$ 100.000,00 a um ex-empregado. Inconformada com os fundamentos da sentença, a Padaria Rocha pretende interpor Recurso Ordinário ao TRT. Nesse caso, o depósito recursal deverá ser de R$ 12.665,14, limite máximo fixado pelo TST. Se a Padaria Rocha perder também no TRT, ela poderá interpor Recurso de Revista ao TST, efetuando depósito recursal de R$ 25.330,28 (limite). Se a Padaria perder também em sede de recurso de revista, poderá opor Embargos à SDI do TST, efetuando depósito recursal de R$ 25.330,28 (limite). Entretanto, você não pode observar o limite da tabela em todos os casos. Lembre-se: o valor do depósito recursal corresponde ao valor da condenação que ainda não tiver sido depositado em juízo! EXEMPLO Ronaldo Engenharia Ltda., reclamada, é condenada ao pagamento de R$ 15.000,00 a um ex-empregado. Inconformada com os fundamentos da sentença, a empresa pretende interpor Recurso Ordinário ao TRT. Nesse caso, o depósito recursal também deverá ser de R$ 12.665,14, limite máximo fixado pelo TST. A empresa é novamente derrotada em grau de recurso ordinário, razão que a leva a interpor Recurso de Revista ao TST. Agora, o depósito recursal para interpor Recurso de Revista deve ser de apenas R$ 2.334,86, que é o valor da condenação ainda não depositado em juízo. DICA Conclusão: o limite máximo global e absoluto do depósito recursal sempre será o valor da condenação . Todavia, se o valor da condenação for muito alto, o recorrente nunca pagará mais que os limites fixados na tabela do ato normativo expedido pelo TsT . O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 39 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Agora que você já conhece as regras básicas sobre o depósito recursal, resta saber: para que serve o depósito recursal? Seria uma espécie de taxa, como as custas? Não, caro(a) aluno(a). O depósito recursal tem a finalidade de garantir a execução dos créditos deferidos em juízo. Trata-se de uma forma de tornar o adimplemento das verbas trabalhistas mais certo e célere. De acordo com o art. 899, § 1º, CLT, os depósitos recursais efetuados pelo recorrente serão imediatamente liberados ao reclamante após o trânsito em julgado do processo, se o recorrente não conseguir reverter a decisão em grau de recurso. Essa liberação ocorre mediante simples despacho do juiz (“Considerando-se o trânsito em julgado, liberem-se os depósitos recursais ao reclamante”). As peculiaridades do depósito recursal sofreram consideráveis alterações por parte da Reforma Trabalhista. Conforme o art. 899, § 4º, CLT, “o depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança”. Antes da Reforma, o depósito recursal era efetuado na conta do FGTS do reclamante. Agora, é efetuado em Conta Judicial, por meio de Guia de Depósito Judicial. A correção, como diz o dispositivo, observa os índices da Poupança. O § 11º do art. 899 dispõe: “O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial.” A Reforma tratou de assegurar esses meios ao recorrente. Logo, eles estão sendo oportunizados. É importantíssimo lembrar-se das duas modalidades de substituição do depósito recursal em dinheiro, que, como visto pouco acima, são o seguro garantia judicial e a fiança bancária. Quando você for estudar o tema “execução”, tome cuidado para não confundir o seguinte: como forma de garantia da execução, admite-se, alternativamente, além da nomeação de bens à penhora, apenas o seguro garantia judicial. A fiança bancária, por sua vez, pode substituir somente o depósito recursal, que é um requisito extrínseco de admissibilidade recursal (preparo), ainda em fase prévia à execução. Tradicionalmente, o tema relativo ao depósito recursal sempre foi cobrado de forma restrita às regras das súmulas e OJs do TST e dos dispositivos de lei aplicáveis. Todavia, há precedente de cobrança de aspectos mais complexos em concursos públicos. Em 2022, a banca FCC cobrou, em prova para o cargo de Técnico Judiciário, os requisitos específicos do Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 16 de outubro de 2019, que dispõe obre o uso do seguro garantia judicial e fiança bancária em substituição a depósito recursal e para garantia da execução trabalhista. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 40 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Tal ato, de curta extensão, tem o seguinte conteúdo: Art. 1º O seguro garantia judicial para a execução trabalhista e o seguro garantia judicial em substituição a depósito recursal visam garantir o pagamento de débitos reconhecidos em decisões proferidas por órgãos da Justiça do Trabalho, constituindo, no caso do segundo, pressuposto de admissibilidade dos recursos. Parágrafo único. As regras previstas neste Ato Conjunto aplicam-se à fiança bancária para garantia de execução trabalhista ou para substituição de depósito recursal, observadas as peculiaridades do respectivo instrumento. Art. 2º Aplicam-se ao seguro garantia previsto no art. 1º as seguintes definições: I – Apólice: documento assinado pela seguradora que representa formalmente o contrato de seguro garantia judicial; II – Expectativa de sinistro: verificação pelo segurado da possibilidade de ocorrência de sinistro; III – Indenização: pagamento pelas seguradoras das obrigações cobertas pelo seguro, a partir da caracterização do sinistro; IV – Prêmio: importância devida pelo tomador à seguradora em razão dacobertura do seguro; V – Segurado: o reclamante ou o exequente; VI – Seguradora: a sociedade de seguros garantidora, nos termos da apólice, do cumprimento das obrigações assumidas pelo tomador perante os órgãos da Justiça do Trabalho; VII – Seguro garantia judicial para substituição a depósito recursal: modalidade destinada a oferecer garantia real de satisfação da condenação; VIII – Seguro garantia judicial para garantia de execução: modalidade destinada a garantir o juízo da execução, assegurando o pagamento das condenações trabalhistas; IX – Sinistro: o inadimplemento das obrigações do tomador cobertas pelo seguro ou a determinação judicial para recolhimento dos valores correspondentes à apólice; X – Tomador: devedor de obrigações trabalhistas que deve prestar garantia no processo judicial; XI – Cláusula de renovação automática: obrigação da Seguradora de renovar automaticamente a apólice do seguro garantia por período igual ao inicialmente contratado, enquanto durar o processo judicial garantido, nos termos do Ofício n. 23/2019/SUSEP/DICON/CGCOM/COSET. Art. 3º A aceitação do seguro garantia judicial de que trata o art. 1º, prestado por seguradora idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, nos termos da legislação aplicável, fica condicionada à observância dos seguintes requisitos, que deverão estar expressos nas cláusulas da respectiva apólice: I – no seguro garantia judicial para execução trabalhista, o valor segurado deverá ser igual ao montante original do débito executado com os encargos e os acréscimos legais, inclusive honorários advocatícios, assistenciais e periciais, devidamente atualizado pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas na data da realização do depósito, acrescido de, no mínimo, 30% (Orientação Jurisprudencial n. 59 da SBDI-II do TST); II – no seguro garantia para substituição de depósito recursal, o valor segurado inicial deverá ser igual ao montante da condenação, acrescido de, no mínimo 30%, observados os limites estabelecidos pela Lei n. 8.177 e pela Instrução Normativa n. 3 do TST; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 41 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos III – previsão de atualização da indenização pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas IV – manutenção da vigência do seguro, mesmo quando o tomador não houver pago o prêmio nas datas convencionadas, com base no art. 11, § 1º, Circular 477 da SUSEP e em renúncia aos termos do art. 763 do Código Civil e do art. 12 do Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro de 1966; V – referência ao número do processo judicial; VI – o valor do prêmio; VII – vigência da apólice de, no mínimo, 3 (três) anos; VIII – estabelecimento das situações caracterizadoras da ocorrência de sinistro nos termos do art. 9º deste Ato Conjunto; IX – endereço atualizado da seguradora; X – cláusula de renovação automática. § 1º Além dos requisitos estabelecidos neste artigo, o contrato de seguro garantia não poderá conter cláusula de desobrigação decorrente de atos de responsabilidade exclusiva do tomador, da seguradora ou de ambos, tampouco cláusula que permita sua rescisão, ainda que de forma bilateral; § 2º No caso de seguro garantia judicial para substituição de depósito recursal, o recorrente deverá observar as diretrizes previstas no item II da Instrução Normativa 3 do TST, no que diz respeito à complementação em caso de recursos sucessivos, quando não atingido o montante da condenação, ou em casos de sua majoração. § 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a complementação de depósito em espécie poderá ser feita mediante seguro garantia. Art. 4º As apólices apresentadas permanecerão válidas independentemente do pedido de renovação da empresa tomadora, enquanto houver o risco e/ou não for substituída por outra garantia aceita pelo juízo. Parágrafo único. As hipóteses de não renovação da apólice são exclusivamente aquelas descritas nos itens 4.1.1 e 4.2 do Anexo VI da Circular SUSEP n. 477. Art. 5º Por ocasião do oferecimento da garantia, o tomador deverá apresentar a seguinte documentação: I – apólice do seguro garantia; II – comprovação de registro da apólice na SUSEP; III – certidão de regularidade da sociedade seguradora perante a SUSEP. § 1º A idoneidade a que alude o caput do art. 3º será presumida mediante a apresentação da certidão da SUSEP referida no inc. III deste artigo que ateste a regularidade da empresa seguradora. § 2º Ao receber a apólice, deverá o juízo conferir a sua validade mediante cotejo com o registro constante do sítio eletrônico da SUSEP no endereço https://www2.susep.gov.br/safe/ menumercado/regapolices/pesquisa.asp. § 3º Considerar-se-á garantido o juízo somente quando o valor da apólice satisfizer os requisitos previstos no art. 3º, incs. I e II, deste Ato Conjunto, conforme o caso. § 4º O prazo para apresentação da apólice é o mesmo da prática do ato processual que ela visa garantir. Art. 6º A apresentação de apólice sem a observância do disposto nos arts. 3º, 4º e 5º implicará: I – no caso de seguro garantia judicial para garantia de execução trabalhista, o não conhecimento de eventuais embargos opostos e a determinação de penhora livre de bens; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 42 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos II – no caso de seguro garantia judicial para substituição a depósito recursal, o não processamento ou não conhecimento do recurso, por deserção. Parágrafo único. A utilização da mesma apólice para garantia de mais de um processo judicial ou o uso de apólices falsas, ou adulteradas implicará, além das consequências previstas no caput, a imposição de multa pela prática de litigância de má-fé ao reclamado ou ao executado (art. 793- B, incs. II, III e V, da CLT), sem prejuízo da correspondente representação criminal para apuração da possível prática de delito; Art. 7º O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantira execução trabalhista mediante apresentação de seguro garantia judicial (art. 882 da CLT, com redação dada pela Lei n. 13.467/2017). (alteração introduzida pelo Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 29 de maio de 2020) Parágrafo único. Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que atendidos os requisitos deste Ato Conjunto (art. 835, § 2º, CPC). (alteração introduzida pelo Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 29 de maio de 2020) Art. 8º O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial (art. 899, § 11, da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017), observados os requisitos deste Ato Conjunto. (alteração introduzida pelo Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 29 de maio de 2020) Parágrafo único. O requerimento de substituição do depósito recursal por seguro garantia judicial será dirigido ao Juiz ou Relator, competente para decidir o pedido na fase em que se encontrar o processo, na origem ou em instância recursal. (alteração introduzida pelo Ato Conjunto TST. CSJT.CGJT n. 1, de 29 de maio de 2020) Art. 9º Admitido o seguro garantia judicial, sua substituição somente poderá ser determinada pelo Juízo caso o seguro deixe de satisfazer os critérios estabelecidos neste Ato Conjunto. Art. 10. Fica caracterizada a ocorrência de sinistro, gerando a obrigação de pagamento de indenização pela seguradora: I – no seguro garantia judicial para execução trabalhista: a) com o não pagamento pelo tomador do valor executado, quando determinado pelo juiz; b) com o não cumprimento da obrigação de, até 60 (sessenta) dias antes do fim da vigência da apólice, comprovar a renovação do seguro garantia ou apresentar nova garantia suficiente e idônea. II – no seguro garantia em substituição a depósito recursal: a) com o trânsito em julgado de decisão ou em razão de determinação judicial, após o julgamento dos recursos garantidos; b) com o não cumprimento da obrigação de, até 60 (sessenta) dias antes do fim da vigência da apólice, comprovar a renovação do seguro garantia ou apresentar nova garantia suficiente e idônea. Parágrafo único. A comprovação da renovação da apólice constitui incumbência do recorrente ou do executado, sendo desnecessária a sua intimação para a correspondente regularização. Art. 11. Configurado o sinistro, o magistrado que estiver na direção do processo determinará à seguradora o pagamento da dívida executada, devidamente atualizada, no prazo 15 (quinze) dias, sob pena de contra ela prosseguir a execução nos próprios autos, sem prejuízo de eventuais sanções administrativas ou penais pelo descumprimento da ordem judicial. Art. 12. Ao entrar em vigor este Ato, suas disposições serão aplicadas aos seguros garantias judiciais e às cartas de fiança bancária apresentados após a vigência da Lei n. 13.467/2017, devendo o magistrado deferir prazo razoável para a devida adequação. (alteração introduzida pelo Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 29 de maio de 2020) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 43 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Art. 13. O Sistema do PJe-JT deverá conter funcionalidade que permita a anotação pelo recorrente do uso de seguro garantia judicial ou de fiança bancária em substituição a depósito recursal, bem como a indicação do número da apólice, do valor segurado e da data da sua vigência. Parágrafo único. A adaptação referida no caput não é condição para a observância dos dispositivos deste Ato. Art. 14. Este Ato Conjunto entra em vigor na data de sua publicação. Obs.: Dentre os dispositivos acima, foram explorados, diretamente, em prova os arts. 1º a 3º. O STF, no Tema de Repercussão Geral n. 679, firmou o entendimento de que, para a admissibilidade de recurso extraordinário ao próprio STF, não é exigível o depósito recursal. A exigência desse depósito para o processamento do recurso extraordinário é inconstitucional. Confira o texto do referido tema: JURISPRUDÊNCIA Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei n. 8.177 e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa n. 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho. Agora, trataremos das hipóteses de isenção do depósito recursal. A Lei n. 13.467/2017 tratou de criar uma lista de sujeitos que são isentos (dispensados) de efetuar depósito recursal. Outra lista criada pela Reforma foi de sujeitos que podem efetuar o depósito recursal somente até a metade de seu valor. Os sujeitos isentos de efetuar depósito recursal estão no art. 899, § 10º, CLT, e são: 1) Beneficiário da Justiça Gratuita; 2) Entidades Filantrópicas; 3) Empresas em Recuperação Judicial. Outros sujeitos isentos de efetuar depósito recursal estão previstos em fontes esparsas. As pessoas jurídicas de direito público são isentas do depósito recursal, por força do art. 1º, inciso IV, do Decreto-Lei 779/69. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 44 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O Ministério Público do Trabalho também é isento, por ser uma instituição estatal permanente com atribuição institucional de zelar pela ordem jurídica. Logo, requisitos pecuniários para o MPT recorrer não se justificam. A massa falida também é isenta do depósito recursal, por força da Súmula n. 86 do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 86. Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), por ter tratamento processual equiparado à Fazenda Pública, também é isenta do depósito recursal. DICA MUITO cuidado! empresa em Recuperação Judicial – ISENTA empresa em Recuperação Extrajudicial – PAGA DEPÓSITO RECURSAL Por fim, a lista de todos os sujeitos isentos de efetuar depósito recursal é a seguinte: 1) Beneficiário da Justiça Gratuita; 2) Entidades Filantrópicas; 3) Empresas em Recuperação Judicial; 4) Pessoas Jurídicas de Direito Público (União, Estados, DF, Municípios, autarquias e fundações públicas); 5) Massa Falida; 6) MPT; 7) ECT. Em outra face, o § 9º do art. 899 estabelece os sujeitos que podem efetuar somente a metade do valor do depósito recursal. São eles: 1) Entidades sem fins lucrativos; 2) Empregadores Domésticos; 3) Microempresas (ME); 4) Empresas de Pequeno Porte (EPP); 5) Microempreendedores individuais (MEI). Este é um ponto em que a memorização se torna indispensável. Para ajudá-lo(a), apresentarei, logo em seguida, um exercício dinâmico de memorização deste conteúdo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 45 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O ponto que mais pode provocar confusão diz respeito às Entidades Filantrópicase às Entidades Sem Fins Lucrativos. As Filantrópicas também são, a rigor, entidades sem fins lucrativos. Todavia, elas são totalmente isentas em razão de seu objeto especial: filantropia. As Entidades Filantrópicas são aquelas devidamente certificadas, de acordo com a Lei n. 12.101/2009. Essas entidades específicas devem prestar serviços à comunidade, com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação (art. 1º da referida lei). Já as demais entidades sem fins lucrativos correspondem ao restante. Muitas entidades sem fins lucrativos prestam serviços somente para associados ou membros de determinada categoria. Na visão do legislador, isso é um papel bem menos nobre do que o desempenhado pelas entidades filantrópicas, que atuam especificamente nas áreas da Assistência Social, da Saúde e da Educação. A isenção do beneficiário da justiça gratuita, por sua vez, é mais lógica. O legislador pretendeu proteger, pelo menos neste ponto, o sujeito que em tese não pode custear o processo sem prejuízo ao sustento próprio e de sua família. As empresas em Recuperação Judicial são aquelas que estão fazendo uma série de acordos com seus credores para organizar seu passivo e retomar o rumo empresarial livre de um caminhão de dívidas. O legislador pretendeu ajudar essas empresas, entendendo que o pagamento de qualquer valor a título de depósito recursal poderia colocar em risco a solidez da empresa, até mesmo, em casos extremos, causando a falência dessa empresa. Essa, repito, parece ser a visão do legislador. Quanto aos sujeitos que podem pagar somente a metade do valor, o legislador os viu como sujeitos que, em tese, possuem menores condições de arcar com esse ônus, embora tenham essa possibilidade. São ME, EPP, MEI, Empregador Doméstico e Entidades sem fins lucrativos em geral. Se seu perfil de estudos tolerar técnicas de memorização com trocadilhos, aproveite para considerar o seguinte: DICA EPP – Eu Posso Pagar o depósito recursal . ME – MEtade do valor do depósito recursal . MEI – MEtade do valor do depósito recursal . Não se esqueça de que ainda existem o Empregador Doméstico e as Entidades Sem Fins Lucrativos em Geral na lista dos que podem pagar metade do depósito recursal . O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 46 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Existe ainda outro caso específico no qual o depósito recursal será devido pela metade, mas não se relaciona ao sujeito que recorre, e sim à espécie do recurso em si. Ademais, há um caso em que o depósito recursal será indevido (desnecessário) em razão do conteúdo do recurso. Veja o que dispõem os § § 7º e 8º do art. 899 da CLT, inseridos nos anos de 2010 e 2014, respectivamente: Art. 899, § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. EXEMPLO Imobiliária Casas Novas, reclamada, é condenada a pagar R$ 40.000,00 a um ex-empregado pelo juiz do trabalho. Inconformada, a empresa interpõe recurso ordinário, efetuando o depósito de R$ 12.665,14, limite máximo fixado pelo TST. O juiz do trabalho, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade, denega seguimento ao recurso ordinário, apontando ausência de alguns pressupostos recursais. Não concordando com a denegação do juiz, a empresa interpõe Agravo de Instrumento para destrancar o Recurso Ordinário. Nesse caso, o valor do depósito recursal do Agravo de Instrumento será a metade do valor do depósito devido para interpor Recurso Ordinário, ou seja, R$ 6.332,57. O valor de R$ 6.332,57 é a metade do valor do depósito do recurso que a empresa quer destrancar, que é o recurso ordinário. Lembre-se sempre de que o limite máximo global é o valor da condenação ainda não depositado. Neste exemplo, o valor da condenação está longe de ser atingido (R$ 40.000,00). Art. 899, § 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7º deste artigo. Este privilégio é previsto especificamente para o recurso AIRR (Agravo de Instrumento em Recurso de Revista). Às vezes, o recurso de revista é denegado pelo Presidente do TRT, que entende não terem sido preenchidos pressupostos de admissibilidade. Nesse caso, a parte pode interpor Agravo de Instrumento, para destrancar o Recurso de Revista e levá-lo ao TST. Para não precisar efetuar o depósito recursal, basta que a parte, nas razões recursais, aponte violação a alguma Súmula ou OJ do TST. Este privilégio existe em prol de um bem maior, na visão do legislador: pacificação da jurisprudência da Corte Superior (TST). Logo, é necessário dar à parte a oportunidade de acusar a inobservância da jurisprudência pacificada, a fim de prevenir conflitos jurisprudenciais graves. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 47 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Repito: esse privilégio (isenção do depósito recursal em AIRR) só existirá se a decisão contrariar, especificamente, teor de Súmula ou OJ. Fundamentações em acórdãos esparsos não possibilitam ao recorrente invocar esse privilégio. Abaixo, apresento um exercício dinâmico: você deve marcar um X na coluna correspondente, para apontar se o sujeito indicado é isento do depósito recursal ou deve pagar metade. Juntamente com o gabarito das questões propostas, haverá o exercício devidamente resolvido, para você conferir quantos acertou e quantos errou. SUJEITO ISENTO PAGA METADE Pessoa Jurídica de Direito Público Empregador Doméstico Empresa de Pequeno Porte (EPP) Massa Falida Empresa em Recuperação Judicial Entidades Filantrópicas Microempreendedor Individual (MEI) ECT – Correios MPT Microempresa (ME) Entidades sem fins lucrativos Beneficiário da Justiça Gratuita Para finalizar o subtópico do depósito recursal, apresento a regra da Súmula n. 128, item III, TST, onde o efeito extensivo se manifesta sobre os depósitos recursais: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 128, III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. EXEMPLO Madeireira Ronaldinho e Neymar Transportes são condenadas solidariamente a pagar R$ 50.000,00 a um ex-empregado. Ambas as empresas pretendem recorrer ao TRT. A reclamada Madeireira Ronaldinho interpõe por primeiro seu recurso, efetuando depósito recursal. A Madeireira Ronaldinho não tem dúvidas de que é parte na relação jurídica e somente pede a revisão da sentença para diminuir o valor da condenação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 48 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Nesse caso, a reclamada Neymar Transportes, ao interpor oseu recurso, não precisará efetuar o depósito recursal, pois a outra reclamada (Madeireira Ronaldinho) não está pedindo sua exclusão da lide no recurso. Se a Madeireira Ronaldinho postulasse em grau de recurso sua exclusão do polo passivo do processo, a reclamada Neymar Transportes, ao interpor o seu recurso, deveria necessariamente efetuar depósito recursal. Você já conhece todos os parâmetros de quantificação do depósito recursal e os sujeitos que devem efetuá-lo. Contudo, ainda resta saber o momento oportuno para a efetuação do depósito recursal. Em regra, o depósito recursal deve ser efetuado DENTRO DO PRAZO RECURSAL, não necessariamente no mesmo momento da interposição do recurso. Logo, se o recorrente interpôs recurso ordinário no terceiro dia do prazo, ele poderá efetuar o depósito recursal até o oitavo dia. Existe uma exceção a esse momento processual: Agravo de Instrumento. NO caso desse recurso específico, o depósito recursal deve ser efetuado NO ATO DE INTERPOSIÇÃO (art. 899, § 7º, CLT). Logo, se o agravo de instrumento for interposto no quarto dia do prazo, o depósito recursal será efetuado, também, neste dia, juntamente com a interposição do agravo de instrumento. Esta regra está presente na Súmula n. 245 do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 245. O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. A súmula está dizendo que a interposição antecipada do recurso (antes do último dia) não prejudica o prazo para efetuar-se o depósito (até o último dia). Abaixo, apresento ilustração para auxiliar a memorização desta regra: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 49 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 3 .2 .6 .2 . cusTas PRocessuaIs Na aula sobre Atos, Termos e Prazos Processuais, abordamos também o tópico do edital pertinente às custas. Portanto, neste momento, apresentarei somente os pontos essenciais referentes às custas e as particularidades pertinentes aos recursos. Para maiores aprofundamentos, com exemplos e conexões, remeto à aula sobre Atos, Termos e Prazos Processuais. As custas processuais tão, em essência, taxas. Logo, as custas processuais são tributos devidos em contraprestação ao serviço público prestado pelo Estado, que é a prestação jurisdicional ao jurisdicionado. As custas processuais seguem os parâmetros do art. 789 da CLT: Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: O percentual a ser pago a título de custas processuais será de 2% em todo e qualquer procedimento de competência da Justiça do Trabalho: seja reclamação trabalhista sob o rito ordinário ou sumaríssimo, ação de consignação em pagamento, ação monitória, ação anulatória etc. Nunca haverá condenação a pagamento de custas em valor inferior a R$ 10,64. Se o valor da causa for de R$ 100,00 e as custas forem calculadas sobre este valor, ela terá o valor de R$ 10,64, apesar de o percentual e 2% sobre R$ 100,00 resultar valor inferior (R$ 2,00). A Reforma Trabalhista criou um limite máximo para as custas processuais, o qual até então não existia. Tal limite é o quádruplo do teto dos benefícios do RGPS. O limite máximo dos benefícios do RGPS é fixado anualmente por Portaria do Ministério da Economia. Imaginemos, para aprendizado, que o limite seja de R$ 8.000,00. Portanto, o montante máximo que pode ser fixado a título de custas processuais, independentemente do valor da causa, da condenação ou do acordo, é de R$ 32.000,00. Sendo assim, de uma causa com valor de dois bilhões de reais, por exemplo, não poderia resultar valor de custas maior que esse. Os incisos do art. 789 da CLT apontam para as bases de cálculo das custas processuais. Tais bases dependerão do resultado do processo. Veja: Art. 789, I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 50 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. Para ajudar, apresento os seguintes exemplos: 1) João ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa ABC S.A., dando à causa o valor de R$ 50.000,00. Na audiência inicial, João e ABC celebram acordo de R$ 10.000,00 para pôr fim ao processo e dar quitação integral do extinto contrato de trabalho. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 200,00 (2% sobre o valor do acordo). 2) Andreia ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa Um Mais Dois Ltda., dando à causa o valor de R$ 100.000,00. Na sentença, o juiz dá parcial procedência aos pedidos e impõe à condenação o valor de R$ 30.000,00. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 600,00 (2% sobre o valor da condenação). 3) Paulo ajuíza ação declaratória de existência de vínculo empregatício em face de Yuri, empregador rural, dando à causa o valor de R$ 5.000,00. O empregador concordou com a pretensão de Paulo, e a sentença deu procedência ao pedido, declarando a existência do vínculo empregatício. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 100,00 (2% sobre o valor da causa). 4) Cristiane ajuíza ação rescisória para desconstituir sentença proferida em processo no qual atuou como parte, dando à causa o valor de R$ 200.000,00. A ação rescisória é julgada procedente, e a sentença é desconstituída. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 4.000,00 (2% sobre o valor da causa). 5) Willian ajuíza reclamação trabalhista postulando várias verbas rescisórias contra seu ex-empregador, Juninho ME, dando à causa o valor de R$ 15.000,00. A reclamação é julgada totalmente improcedente. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 300,00 (2% sobre o valor da causa). 6) Maria ajuíza reclamação trabalhista postulando verbas rescisórias contra Cláudia, sua ex-empregadora doméstica, dando à causa o valor de R$ 80.000,00. Como Maria não atribuiu valores às pretensões de natureza pecuniária (valoração dos pedidos – art. 840, § 1º), a reclamação foi extinta sem resolução do mérito. Neste caso, as custas processuais serão de R$ 1.600,00 (2% sobre o valor da causa). 7) Álvaro ajuíza reclamação trabalhista contra Pedrão Construções postulando várias verbas rescisórias, mas esquece de atribuir valor à causa. Além disso, Álvaro deixou de cumprir vários requisitos: indicar o endereço do reclamado, indicar o valor dos pedidos de natureza pecuniária, narrou os fatos de maneira totalmente incoerente e endereçou a petição à Vara Criminal. Neste caso, o valor das custas processuais dependerá de qual será o valor que o juiz, discricionariamente, atribuirá a tal ação. Se ele, por exemplo, atribuir o valorde R$ 1.000,00 a tal causa, as custas processuais serão de R$ 20,00 (2% sobre o valor atribuído pelo juiz). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 51 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos § 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. Afinal de contas, quem é o vencido? O reclamante será vencido se não ganhar nenhum de seus pedidos. Logo, o reclamado será vencido se perder algum pedido, mesmo que em menor parte. Portanto, a parcial procedência torna o reclamado vencido e responsável pelo pagamento das custas processuais. Dentro do prazo do recurso, as custas devem ser pagas, e o pagamento deve ser comprovado nos autos, sob pena de o recurso ser considerado deserto. Deserção significa falta de preparo: ausência de pagamento de custas processuais e/ou depósito recursal, quando devidos. O recolhimento das custas processuais e a atualização de seu valor seguem regras estabelecidas na Súmula n. 25 do TST, muito cobrada em provas. Comentarei, individualmente, cada item desta súmula. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 25, I – A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida; A parte que for vencida em primeiro grau deve, para recorrer, pagar as custas processuais, certo? Evidentemente, é possível que a parte reverta a decisão em grau de recurso e passe a ser a vencedora do processo. Perceba: a parte que agora é vencedora acabou pagando custas, encargo que deveria ser atribuído à parte vencida. Nesse caso, a parte contrária deverá reembolsar as custas pagas pela parte que recorreu e ganhou, normalmente mediante depósito em conta judicial, com subsequente liberação do valor à parte vencedora por meio de alvará judicial. A parte que se tornar vencida em segundo grau deverá pagar as custas processuais determinadas na sentença recorrida independentemente de intimação. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 25, II – No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final [após o trânsito em julgado – acréscimo do professor], se sucumbente, reembolsar a quantia; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 52 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Vamos entender essa regra com um exemplo prático. EXEMPLO Pedro Júnior ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa MSN Comunicações, postulando verbas rescisórias e danos extrapatrimoniais, dando à causa o valor de R$ 50.000,00. O juiz, na sentença, julga totalmente improcedentes os pedidos de Pedro, condenando-o ao pagamento de custas processuais no valor de R$ 1.000,00. Pedro pretende recorrer ao TRT e, como não possui justiça gratuita, deve pagar as custas processuais como pressuposto recursal (preparo). O TRT dá provimento ao recurso ordinário de Pedro, condenando a empresa MSN Comunicações a pagar-lhe todas as parcelas postuladas, bem como indenização por dano extrapatrimonial, no valor de R$ 50.000,00. A empresa, inconformada, pretende interpor recurso de revista ao TST. O valor da condenação é igual ao valor da causa. Logo, as custas processuais já foram pagas na íntegra (R$ 1.000,00). Perceba que o valor das custas não foi acrescido e nem atualizado. Dessa forma, a empresa NÃO precisará pagar as custas processuais para interpor o recurso de revista. Se após todos os recursos possíveis a empresa continuar como sucumbente no processo, ela deverá reembolsar o valor de R$ 1.000,00 a Pedro. Destaque: esse reembolso ocorrerá após o trânsito em julgado do processo. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 25, III – Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final; Novamente, trabalharemos a regra com exemplo. EXEMPLO Marcinho ajuíza reclamação trabalhista contra a sociedade empresária Master Festas, postulando verbas rescisórias. Na sentença, o juiz do trabalho julga parcialmente procedentes os pedidos do reclamante, condenando a empresa a pagar R$ 15.000,00 a ele, a título de parte das verbas rescisórias postuladas. Marcinho, entendendo que faria jus a valor maior, recorre ao TRT. A empresa, inconformada, entendendo que não deveria pagar a Marcinho valor nenhum, também recorre, pagando as custas processuais de R$ 300,00. O TRT dá razão a Marcinho, aumentando o valor da condenação para R$ 20.000,00. Todavia, o acórdão é omisso quanto ao valor das custas processuais devidas a partir daí, e a Secretaria do órgão judiciário nem mesmo atualizou o seu valor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 53 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Se a empresa interpuser recurso de revista ao TST e o TRT recebê-lo, nada falando sobre o aumento do valor das custas processuais (que doravante deveriam ser de R$ 400,00 no total), o TST deverá receber o Recurso de Revista da empresa, sem declará-lo deserto. Nesse contexto, a empresa deverá pagar o valor acrescido às custas (R$ 100,00, que é a diferença entre R$ 300,00 e 400,00) após o trânsito em julgado do processo. Obs.: Essa regra aplica-se aos casos em que o Tribunal é omisso sobre o valor das custas e deixa de intimar o recorrente a complementá-las. Se o Tribunal, atentamente, fixar o novo valor das custas, o seu pagamento será, normalmente, pressuposto de admissibilidade do recurso a ser interposto. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 25, IV – O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A, parágrafo único, da CLT. Na aula sobre Atos, Termos e Prazos Processuais, também trabalhamos o tema das custas processuais. Lá, fizemos aprofundamento a respeito dos sujeitos isentos do pagamento de custas, bem como dos sujeitos que devem reembolsar as custas pagas pelo vencido que, depois, se torna vencedor. Portanto, remeto-lhe a tal aula para considerações sobre esse ponto específico. Ademais, o § 3º do art. 789 trata do parâmetro para as custas no caso de acordo em reclamação trabalhista. Confira: Art. 789, § 3º Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes. EXEMPLO Luís, empregado, e Gabriela, empregadora, celebram acordo de R$ 20.000,00 para dar fim ao processo e quitação integral ao extinto contrato de trabalho. Na parte dispositiva da sentença, o juiz apenas insere o seguinte texto: “Custas no valor de R$ 400,00.” Neste contexto, Luís deverá pagar R$ 200,00 e Gabriela, os outros R$ 200,00. Todavia, se o juiz fixasse de maneira diversa,a regra seria, por consequência, diversa. Ex. “Custas no valor de R$ 400,00, pela reclamada.” Neste caso, por sua vez, seria de Gabriela o ônus de pagar as custas. Art. 789, § 4º Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 54 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Nos dissídios coletivos, o valor das custas processuais não resultará, necessariamente, de uma base do cálculo fornecida pelas partes. O valor da causa é um valor fornecido pelo reclamante. Logo, não necessariamente o mesmo valor será “arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal”, como diz o § 4º. Logo, o valor das custas resultará do percentual de 2% aplicado sobre o valor fixado na decisão final do dissídio coletivo. 3.2.6.3. RECURSO DE DECISÃO QUE CONDENA EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ Para brevemente relembrar os principais elementos da litigância de má-fé, apresento a ilustração abaixo: O tratamento da litigância de má-fé no que tange ao preparo dos recursos ganha importância diante do teor da OJ n. 409 da SDI-I do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, OJ n. 409, SDI-I. O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista. Se a parte for multada por litigância de má-fé e, após a sentença, quiser recorrer, não precisará pagar a multa como condição para a interposição do recurso. Portanto, se o juiz denegar seguimento ao recurso exigindo o pagamento dessa multa, caberá agravo de instrumento para destrancá-lo, e o tribunal certamente admitirá o recurso, com fundamento na OJ n. 409 da SDI-I do TST. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 55 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos DICA conclusão: a multa por litigância de má-fé (entre 1% e 10%) não precisa ser depositada para efeitos de admissibilidade recursal . logo, tal multa não se insere no conceito de “preparo” . 3 .2 .6 .4 . ReQueRIMeNTo De JusTIÇa GRaTuITa eM RecuRso Você já sabe que a ausência do “preparo” (recolhimento de custas e depósito recursal) acarreta a inadmissibilidade do recurso, por deserção. Todavia, é possível que a parte recorrente postule o benefício da justiça gratuita em grau de recurso. Nesta situação, como fica o dever de efetuar o preparo? Primeiramente, apresento-lhe o teor da OJ n. 269 da SDI-I do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, OJ n. 269, SDI-I, I – O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso; II – Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, CPC de 2015). Não há limite de tempo, no processo, para pedir justiça gratuita ao juiz/tribunal. É possível pedir em qualquer momento, esteja o processo no TST, no STF, ou em qualquer tribunal. Contudo, se o pedido for formulado em fase de recurso (após decisão final de juiz ou tribunal), esse pedido deve ser feito dentro do prazo do recurso a ser interposto. Feito o recurso, acompanhado do pedido de justiça gratuita, a parte que solicita a justiça gratuita está autorizada a deixar de recolher as custas processuais, que seriam pressupostos para a interposição do recurso. Nesse caso, se o relator indeferir o pedido de justiça gratuita, ele deverá dar prazo razoável à parte para que ela recolha as custas, sob pena de o recurso ser considerado deserto (inadmitido por deserção). 4. JUÍZOS DE ADMISSIBILIDADE E DE MÉRITO DOS 4. JUÍZOS DE ADMISSIBILIDADE E DE MÉRITO DOS RecuRsosRecuRsos Nos próximos subtítulos, trabalharemos, de forma detalhada e sistematizada, o funcionamento do juízo de admissibilidade e de mérito dos recursos trabalhistas em geral. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 56 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 4 .1 . JuÍZo De aDMIssIbIlIDaDe4 .1 . JuÍZo De aDMIssIbIlIDaDe O que seria um juízo de admissibilidade do recurso? Juízo de admissibilidade é a avaliação do órgão judiciário acerca do preenchimento dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade por parte do recurso em análise. Trata-se de “aprovar” ou “reprovar” o recurso, em relação a seus pressupostos de admissibilidade. No processo do trabalho, ao contrário da atual regra do processo civil, todos os recursos passam por dois juízos de admissibilidade. O primeiro é realizado pelo órgão recorrido ( juízo a quo), e o segundo, pelo órgão competente para apreciar o recurso ( juízo ad quem). EXEMPLO Andressa, doméstica, ajuíza reclamação trabalhista contra Terezinha, sua ex-empregadora doméstica. Na sentença, o juiz julga parcialmente procedentes os pedidos de Andressa, condenando Terezinha a pagar R$ 5.000,00 à reclamante. Inconformada, Terezinha pretende interpor recurso ordinário ao TRT. A interposição do recurso será feita no âmbito da Vara do Trabalho, e, após o término do prazo para o oferecimento de contrarrazões por Andressa, o próprio juiz do trabalho analisará se o recurso ordinário preenche todos seus pressupostos de admissibilidade (primeiro juízo de admissibilidade). Entendendo que os pressupostos estão presentes (adequação, preparo, regularidade de representação etc.), o juiz do trabalho remeterá o processo ao TRT. No TRT, o relator sorteado para este processo fará uma segunda análise dos pressupostos de admissibilidade (segundo juízo de admissibilidade). Entendendo que tais pressupostos se fazem presentes, o relator poderá dar seguimento à apreciação do mérito recursal, analisando as razões da recorrente e as contrarrazões da recorrida. Se, entretanto, o relator entender que faltam pressupostos de admissibilidade, ele denegará seguimento ao recurso. Nesse caso, o recorrente poderá interpor agravo de instrumento, visando nova análise dos pressupostos, para destrancá-lo. 4 .1 .1 . ResuMo O juízo de admissibilidade não adentra ao mérito do recurso. Ele se restringe a averiguar o preenchimento dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade do recurso, já estudados. O juízo de admissibilidade é desempenhado duas vezes: • 1ª vez: pelo juízo a quo (recorrido); • 2ª vez: pelo juízo ad quem (competente para processar e julgar o recurso). Para que o recurso denegado no juízo de admissibilidade seja “destrancado” e levado ao órgão julgador, a parte pode interpor Agravo de Instrumento. É essa a função basilar do agravo de instrumento no processo do trabalho, bem diferente do processo civil. Estudaremos melhor essa parte na segunda aula sobre o tema. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civile criminal. https://www.grancursosonline.com.br 57 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Na segunda aula sobre o Sistema Recursal Trabalhista, também veremos que alguns recursos mais técnicos, como o Recurso de Revista, possuem pressupostos de admissibilidade formais específicos, diferentes dos pressupostos que já estudamos. Como esse conteúdo é específico e inerente a cada espécie recursal, estudá-lo-emos na segunda aula sobre recursos. 4.2. JUÍZO DE MÉRITO DOS RECURSOS4.2. JUÍZO DE MÉRITO DOS RECURSOS O juízo de mérito é exercido após a realização do juízo de admissibilidade. É a fase em que o TRT analisa as razões recursais, os fatos, os requerimentos do recorrente, as contrarrazões do recorrido e demais elementos relativos ao mérito da relação jurídica envolvida na reclamação trabalhista. A admissibilidade do recurso, mediante verificação do preenchimento de todos os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade, é condição necessária para que o juízo de mérito aconteça. Na nossa segunda aula sobre o Sistema Recursal Trabalhista, apresentarei mapas mentais indicando como funcionam os juízos de admissibilidade e de mérito de cada um dos recursos em espécie, tendo em vista que cada um tem um procedimento diferente de admissibilidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 58 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos EXERCÍCIOSEXERCÍCIOS 001. 001. (CEBRASPE/PGM-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2023) Conforme a jurisprudência do TST quanto aos dissídios individuais em que a fazenda pública seja parte, estará sujeita ao reexame necessário a decisão a) contrária à fazenda pública, cuja condenação for em valor correspondente a mil salários mínimos para os estados. b) fundada em súmula ou orientação jurisprudencial do TST. c) fundamentada em acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recurso repetitivo. d) fundada em entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. e) consubstanciada em entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas. 002. 002. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2022/ADAPTADA) Analise a assertiva a seguir: No Processo do Trabalho, os recursos terão efeito meramente devolutivo, sendo admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente, ou vice-presidente do tribunal recorrido. 003. 003. (CEBRASPE/PG-DF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2022) À luz da sistemática processual trabalhista, julgue o próximo item. O depósito recursal será feito na conta vinculada do empregado e corrigido pelo índice da poupança, salvo para os beneficiários da justiça gratuita, que são isentos dessa obrigação. 004. 004. (FCC/TRT/22ª REGIÃO-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022) Rosita ingressou com reclamação trabalhista em face do Bar Lua Cheia Ltda., alegando que no desempenho de suas funções de garçonete nunca recebeu gorjetas. Na sentença trabalhista, a juíza firmou convencimento de que o representante legal da reclamada alterou a verdade dos fatos em seu depoimento pessoal, ao alegar que em seu Bar nunca eram cobrados valores relativos às gorjetas, condenando, assim, a reclamada em multa por litigância de má-fé, no valor de 10% sobre o valor da causa corrigido. De acordo com jurisprudência pacificada do TST, se a reclamada ingressar com recurso ordinário a) não precisará pagar a multa por litigância de má-fé, mas deverá prestar caução ou garantir renda para que o recurso seja processado. b) deverá comprovar o recolhimento do depósito recursal, das custas processuais e da multa por litigância de má-fé, sob pena de não ser recebido seu recurso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 59 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos c) não precisará recolher o valor da multa, uma vez que não é pressuposto para interposição de recursos trabalhistas. d) em razão dos princípios próprios do processo trabalhista, além dos valores do preparo, a reclamada deverá pagar o valor da multa por litigância de má-fé pela metade, sendo pago o restante se for mantida, em fase de execução de sentença. e) ante a falta de previsão legal, deverão ser opostos Embargos de Declaração para que a juíza esclareça sobre a necessidade ou não do recolhimento da multa para processamento do recurso. 005. 005. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) Quanto ao seguro garantia judicial e fiança bancária em substituição a depósito recursal e para garantia da execução trabalhista, a) o valor do seguro garantia judicial para a execução trabalhista deverá ser igual ao montante original do pedido reclamado com os encargos e os acréscimos legais, inclusive honorários advocatícios, assistenciais e periciais, devidamente atualizados pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas, acrescido de, no mínimo, 35%. b) o seguro garantia judicial para ser aceito deve ser prestado por seguradora idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, cabendo ao juízo, quando receber a apólice do seguro garantia, conferir a sua validade mediante cotejo com o registro constante do sítio eletrônico da SUSEP. c) o contrato de seguro garantia que contiver cláusula de desobrigação decorrente de atos de responsabilidade exclusiva do tomador, da seguradora ou de ambos, ou ainda, cláusula que permita sua rescisão, só poderá ser utilizado para a substituição de depósito recursal. d) é permitida a utilização da mesma apólice de seguro para garantia de mais de um processo judicial, desde que a parte indique os números e as varas de tramitação dos respectivos processos, além do andamento processual atualizado. e) a apólice do seguro garantia judicial apresentada para a execução trabalhista perderá sua validade a partir do pedido de renovação da empresa tomadora. 006. 006. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) O depósito recursal: a) deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso sendo que a interposição antecipada deste prejudica a dilação legal. b) no agravo de instrumento corresponde a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar e não pode ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. c) será reduzido pela metade para as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 60 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos d) havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. e) das entidades sem fins lucrativos, dos beneficiários da justiça gratuita e dos empregadores domésticos, é isento. 007. 007. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR DEOs recursos trabalhistas são guiados por alguns princípios. Alguns desses princípios têm aplicabilidade em todos os momentos do processo, enquanto outros são aplicáveis em algumas circunstâncias específicas, que nem sempre se verificam. Os doutrinadores costumam variar consideravelmente na listagem dos princípios que norteiam os recursos no processo do trabalho. Portanto, direcionarei o enfoque aos princípios clássicos de cobrança em provas. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE (ou SINGULARIDADE): contra uma decisão judicial específica, se couber recurso, haverá um único recurso cabível. Não será possível a interposição de dois ou mais recursos contra a mesma decisão ao mesmo tempo. Cada recurso tem uma função específica, uma natureza. EXEMPLO Contra uma sentença de primeira instância eivada de omissão, é cabível a oposição de Embargos de Declaração. Este recurso não pode ser interposto juntamente com o Recurso Ordinário, pois este tem por finalidade a reanálise da matéria pelo TRT, e aquele, a reanálise da matéria pelo próprio juiz. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: no processo do trabalho, não é cabível interpor recurso contra decisões interlocutórias, ao contrário do processo civil, no qual é cabível, em alguns casos, agravo de instrumento. A lógica do agravo de instrumento civilista não se aplica ao processo do trabalho. Este princípio está insculpido no art. 893, § 1º, CLT: “Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.” Somente no recurso interposto contra a decisão final será possível impugnar decisões interlocutórias. EXEMPLO João, advogado, formula pedido de tutela provisória de urgência na reclamação trabalhista. A tutela, contudo, foi denegada pelo juiz. João deverá impugnar a denegação da tutela somente no recurso contra a decisão final (sentença). Conforme a jurisprudência do TST, a denegação de tutela provisória antes da sentença pode dar ensejo a mandado de segurança, se ficarem comprovados os requisitos especiais desse remédio constitucional. No nosso exemplo, imagine que tais requisitos não foram demonstrados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 7 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O TST, no entanto, fixou, na Súmula n. 214, exceções à regra de que as decisões interlocutórias sejam irrecorríveis. Veja: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 214. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; Se a decisão interlocutória do TRT for contrária a Súmula ou OJ do TST, caberá recurso imediato. O recurso será aquele cabível na hipótese, tendo em vista o regimento interno do tribunal. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 214, b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; Se os regimentos internos dos tribunais previrem recursos dentro do próprio tribunal para matérias decididas por decisões interlocutórias, elas serão recorríveis, nos termos do regimento. Na grande maioria dos casos, trata-se de agravo interno. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 214, c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, CLT. EXEMPLO Moisés ajuizou reclamação trabalhista em Curitiba (PR). A empresa ré, no entanto, opôs exceção de incompetência territorial, porque Moisés teria prestado serviços em Natal (RN), razão pela qual a reclamação deveria ser remetida a uma das Varas do Trabalho de Natal. O juiz acolhe a exceção e remete os autos a uma das Varas de Natal. Nesse caso, a decisão do juiz é interlocutória terminativa do feito na Vara do Trabalho de Curitiba, razão pela qual cabe Recurso Ordinário contra essa decisão interlocutória ao TRT da 9ª Região (Paraná). Exatamente o mesmo raciocínio valeria para o caso de remessa do processo a tribunal distinto que seja de outro ramo do Poder Judiciário (como Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal). Esta última hipótese é abordada também em caráter legal, especificamente no art. 799, § 2º, CLT: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 8 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Art. 799, § 2º Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito [contra a qual caberá recurso – acréscimo do professor], não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. DICA Conclusão: REGRA GERAL: não cabe recurso imediato contra decisão interlocutória . EXCEÇÕES: Decisão interlocutória do TRT contrária a Súmula ou OJ do TST . Decisão interlocutória recorrível dentro do mesmo tribunal . Decisão terminativa que remeta o processo para Tribunal diferente (TRT/TJ/TRF/TRe) daquele em que o processo se encontra . PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: o recurso deve ser discursivo e dialético, indicando quais são os segmentos da decisão que deseja impugnar e as razões que justificam tal impugnação. A construção do recurso (indicação das partes impugnadas e das razões recursais) é fundamental para viabilizar uma boa análise de validade e justiça da decisão recorrida pelo juízo recursal. Obs.: O princípio da dialeticidade ganha ainda mais valor em recursos de competência dos Tribunais Superiores, porque, em grau superior, os recursos somente são conhecidos se a parte demonstrar, com exatidão, inclusive com transcrições literais e destaques, qual foi a matéria discutida e a tese adotada pelo tribunal recorrido. É o requisito denominado “prequestionamento”, estudado em etapas posteriores da disciplina. PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: em regra, os recursos trabalhistas são interpostos somente em razão da vontade das partes. Logo, a matéria decidida não será reanalisada a menos que alguma das partes apresente o recurso cabível. Uma exceção a esse princípio é a Remessa Necessária (art. 496 do CPC), que consiste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem pessoas jurídicas de direito público a pagar determinado valor: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 9 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos • União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários mínimos; • Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 500 salários mínimos; • Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários mínimos. O § 4º do art. 496 do CPC ainda estabelece casos em que, independentemente do valor da condenação em desfavor do ente público, a remessa não será necessária. Veja o que dispõe tal norma: Art. 496, § 4º TambémEDUCAÇÃO BÁSICA/DIREITO/2022) A respeito do direito processual do trabalho, julgue o item. O depósito recursal recolhido no momento de interposição do agravo de instrumento que pretende destrancar recurso corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso que se pretenda destrancar, salvo se a sua finalidade for destrancar recurso de revista que insurja contra decisão contrária a súmula do Tribunal Superior do Trabalho, quando não haverá obrigatoriedade de se realizar o referido depósito de 50%. 008. 008. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2022) Considere: I – Instituto Cultural Sorriso Inocente é uma entidade filantrópica. II – Silvia Matos é empregadora doméstica. III – Associação de Voluntários Sol é uma entidade sem fins lucrativos. IV – Sono Bom Colchões Ltda. está em recuperação judicial. Todas respondem a reclamações trabalhistas, tendo sido sucumbentes em parte dos pedidos da petição inicial. Havendo interesse em interpor recurso ordinário, de acordo com a legislação vigente, são isentas do pagamento do depósito recursal, as que constam APENAS de a) I e IV. b) II e IV. c) I e III. d) II e III. e) I e II. 009. 009. (FCC/TRT/14ª REGIÃO/RO E AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) A empresa de Cosméticos Babosa Ltda. pretende ingressar com recurso ordinário contra sentença que lhe condenou no pagamento de horas extras e férias em dobro em ação proposta por sua ex-vendedora. O prazo final para a interposição do referido recurso foi dia 10/11 (5ª feira). A advogada da empresa protocolou seu recurso ordinário no dia 07/11 (2ª feira), desacompanhado da comprovação da efetivação do depósito recursal, o que fez no último dia do prazo (10/11). De acordo com a CLT e o entendimento sumulado do TST, a) o recurso ordinário será recebido e processado, uma vez que o depósito recursal pode ser comprovado dentro do prazo do recurso, sendo que a interposição antecipada não prejudica tal ato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 61 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos b) o recurso ordinário será considerado deserto, pois a interposição deve vir necessariamente acompanhada dos comprovantes do depósito recursal e das custas processuais. c) somente se o depósito recursal fosse comprovado anteriormente ao término do prazo e a interposição do recurso ordinário fosse posterior, a dilação do prazo não seria afetada e ele seria recebido e processado. d) dentro do prazo legal, a empresa recorrente deveria necessariamente informar na peça de interposição do recurso que protestava pela juntada posterior, das guias do depósito recursal, para garantir seu direito ao recebimento e conhecimento do apelo. Não o fazendo, precluiu seu direito. e) a Vara do Trabalho determinará que a empresa justifique legalmente o motivo da interposição do recurso ordinário desacompanhado do comprovante do depósito recursal, sob pena de deserção. 010. 010. (FGV/TRT/13ª REGIÃO-PB/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022) Em determinada demanda, o Tribunal Superior do Trabalho proferiu decisão desfavorável ao empregador, que figurava como demandado, condenando-o ao pagamento de nove salários mínimos. Irresignado com o teor dessa decisão, o empregador interpôs recurso extraordinário, de modo que a causa fosse levada ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal. Ato contínuo, foi intimado a promover o recolhimento do depósito recursal para que o recurso pudesse ser admitido. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que o referido depósito recursal a) deve ser exigido, desde que previsto em lei. b) não pode ser exigido, pois é incompatível com a ordem constitucional. c) somente pode ser exigido se for observada a isonomia entre empregador e empregado. d) somente pode ser exigido até o limite expressamente previsto na ordem constitucional. e) é faculdade do juízo a quo exigi-lo, ou não, conforme a situação econômica do recorrente. 011. 011. (FGV/OAB/2018) Em sede de reclamações trabalhista duas sociedades empresárias foram condenadas em primeira instância. A Massa Falida da Calçados Sola Dura Ltda. e a Institutos de Seguros Privados do Brasil, sociedade empresária em liquidação extrajudicial. Acerca do depósito recursal, na qualidade de advogado das empresas você deverá a) deixar de recolher o depósito recursal e custas nos dois casos, já que se trata de massa falida de empresa em liquidação extrajudicial. b) deixar de recolher o depósito recursal e as custas no caso da massa falida, mas recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudicial. c) recolher nos dois casos o depósito recursal e as custas, sob pena de deserção. d) deixar de recolher o depósito recursal no caso da massa falida, mas recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudicial e as custas para a massa falida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 62 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 012. 012. (FGV/OAB/2012) Uma ação é movida contra duas empresas integrantes do mesmo grupo econômico e uma terceira, que alegadamente foi tomadora dos serviços durante parte do contrato. Cada empresa possui um advogado. No caso de interposição de recurso de revista, a) o prazo será computado em dobro porque há litisconsórcio passivo com procuradores diferentes. b) o prazo será contado normalmente. c) o prazo será de 10 dias. d) fica a critério do juiz deferir a dilação do prazo para não prejudicar os réus quanto à ampla defesa. 013. 013. (CESPE/OAB/2010) Considere que, em processo trabalhista, as empresas Delta e Echo sejam condenadas, de forma solidária, pelo juiz do trabalho, que ambas interponham recurso ordinário, que apenas Delta efetue o depósito recursal, e nenhuma delas pleiteie a exclusão da lide. Nessa situação hipotética, o recurso apresentado pela empresa Echo a) será deserto, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. b) será intempestivo, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. c) deverá ser conhecido, mas improvido, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. d) estará apto a ser conhecido, visto que, sendo a condenação solidária, o depósito efetuado pela empresa Delta aproveita à empresa Echo. 014. 014. (CESPE/OAB/2010) Em reclamação trabalhista, o advogado do reclamante interpôs recurso ordinário contra a sentença proferida pelo juiz de primeiro grau, que julgou improcedente o pedido de condenação em horas extras formulado pelo reclamante e indeferiu a oitiva das testemunhas arroladas, por entender que o depoimento do reclamante era suficiente para o julgamento da demanda. Argumentando a tese do cerceamento de defesa, o advogado formulou pedido de anulação dos atos processuais, sem requerer expressamente a análise, pelo tribunal, das horas extras negadas. Ao se julgar o recurso ordinário no TRT, foi reconhecido o cerceamento de defesa e condenada a empresa a pagar ao reclamante as horas extras pleiteadas. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito da decisão do TRT. a) O recurso ordinário devolve toda a matéria para a análise do TRT, logo, reconhecido o cerceamento de defesa, deve o tribunal analisar a questão das horas extras. b) Não cabe ao TRT fazer nova análise de prova em sede de recurso ordinário, portanto o tribunal não poderia ter estabelecidocondenação em horas extras. c) Não tendo o advogado requerido análise das horas extras, o julgamento deve limitar- se ao que foi expressamente pedido, logo, não poderia o TRT estabelecer condenação em horas extras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 63 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos d) O TRT agiu equivocadamente, visto que, reconhecido o cerceamento de defesa, deveria ter designado data para a oitiva de testemunhas, e, só então, analisar o pedido de condenação em horas extras. 015. 015. (FGV/OAB/2010) Pedro ajuizou ação em face de seu empregador objetivando a satisfação dos pedidos de horas extraordinárias, suas integrações e consectárias. O seu pedido foi julgado improcedente. Recorre ordinariamente, pretendendo a substituição da decisão por outra de diverso teor, tempestivamente. Na análise da primeira admissibilidade recursal há um equívoco, e se nega seguimento ao recurso por intempestivo. Desta decisão, tempestivamente, se interpõe o recurso de agravo por instrumento, que tem seu conhecimento negado pelo Tribunal Regional, por ausência do depósito recursal referente à metade do valor do recurso principal que se pretendia destrancar, nos termos do artigo 899, § 7º da Consolidação das Leis do Trabalho. Quanto à conduta do Desembargador Relator, é corretor afirmar que: a) ela está correta, uma vez que o referido artigo afirma que nos casos de interposição do recurso de agravo por instrumento é necessária a comprovação do depósito recursal de 50% do valor do depósito referente ao recurso que se pretende dar seguimento. b) ela está correta, uma vez que o preparo é requisito de admissibilidade recursal e, por isso, não pode estar ausente, sob pena de não conhecimento do recurso. c) ela está equivocada, pois em que pese haver a necessidade do preparo para a interposição do recurso de agravo por instrumento, no problema acima, o pedido foi julgado improcedente sendo recorrente o autor, portanto, dispensável o preparo no que se refere a depósito recursal. d) ela está equivocada, pois o recurso de agravo por instrumento, na esfera laboral é o único, juntamente com os embargos por declaração, que não necessita de preparo para a sua interposição. 016. 016. (FGV/OAB/2010) Assinale a alternativa que apresente requisitos intrínsecos genéricos de admissibilidade recursal. a) Capacidade, legitimidade e interesse. b) Preparo, interesse e representação processual. c) Representação processual, preparo e tempestividade. d) Legitimidade, tempestividade e preparo. 017. 017. (AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL/2019) Segundo a legislação processual trabalhista, a respeito dos Recursos na Justiça do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA. a) Os recursos são interpostos por simples petição. b) A interposição do Recurso permite a execução provisória até a penhora, salvo exceções legais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 64 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos c) O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. d) Os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial devem proceder o depósito recursal. e) Os recursos têm efeito meramente devolutivo, salvo exceções previstas em lei. 018. 018. (IMA/PREFEITURA DE PENALVA-MA/ADVOGADO/2017) Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, CPC de 2015. De acordo com o entendimento sumulado do C.TST, qual o princípio do direito processual do trabalho está inserido na referida disposição? a) Princípios da conversibilidade e da dialeticidade. b) Princípios da fungibilidade e celeridade processual. c) Princípios da irrecorribilidade e da dialeticidade. d) Princípio da voluntariedade e do devido processo legal. 019. 019. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU/2018) Acerca de procedimentos nos dissídios individuais e coletivos e de recursos no processo trabalhista, julgue o próximo item, à luz da CLT e da jurisprudência dos tribunais superiores. O termo de conciliação realizado em audiência equivale a uma decisão judicial e, por isso, é passível de recurso. 020. 020. (FCC/TRT/15ª REGIÃO-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Associação Promessa de Futuro, entidade sem fins lucrativos, e Bite Informática Ltda. foram condenadas em reclamação trabalhista, a primeira, de forma subsidiária, e a segunda, que foi empregadora do reclamante e está em recuperação judicial, como devedora principal, a pagarem ao reclamante verbas trabalhistas e rescisórias, sendo arbitrado à condenação o valor de R$ 100.000,00. Ambas pretendem recorrer da sentença, sendo que, em relação ao depósito recursal, a) nenhuma das reclamadas precisa fazer o recolhimento, tendo em vista tratar-se de entidade sem fins lucrativos e de empresa em recuperação judicial. b) deve ser recolhido por ambas as reclamadas, não importando tratar-se de entidade sem fins lucrativos e de empresa em recuperação judicial, tendo em vista que o depósito tem por finalidade a garantia do juízo. c) deverá ser recolhido pela metade pela Associação Promessa de Futuro, em razão de ser uma entidade sem fins lucrativos, e não precisará ser recolhido pela Bite Informática, que está isenta de seu recolhimento por estar em recuperação judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 65 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos d) deverá ser recolhido pela metade por ambas as reclamadas, tendo em vista o benefício previsto em lei para as entidades sem fins lucrativos e para as empresas em recuperação judicial. e) deverá ser recolhido, por meio de depósito na conta vinculada do FGTS, pela Associação Promessa de Futuro, em razão de ser uma entidade sem fins lucrativos, e não precisará ser recolhido pela Bite Informática, que está isenta de seu recolhimento por estar em recuperação judicial. 021. 021. (FCC/TRT/2ª REGIÃO-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Considere as seguintes decisões interlocutórias proferidas em reclamações trabalhistas: I – Decisão interlocutória de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. II – Decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado. De acordo com o entendimento Sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, a) ambas as decisões, apesar de interlocutórias, ensejam recurso imediato. b) nenhuma das decisões enseja recurso imediato em razão do princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias vigente no Direito Processual do Trabalho. c) somente a decisão interlocutória descrita no item “I” enseja recurso imediato.d) somente a decisão interlocutória descrita no item “II” enseja recurso imediato. e) as referidas decisões interlocutórias somente ensejariam recurso imediato se proferidas em reclamações trabalhistas em que uma das partes é Sindicato. 022. 022. (FCC/TRT/2ª REGIÃO-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2018) Na hipótese da disponibilização de sentença na sexta-feira, com publicação na segunda- feira e não havendo qualquer feriado ou ausência de expediente durante o prazo recursal, o último dia de prazo para a interposição de Recurso Ordinário será: a) sexta-feira da semana da publicação. b) quarta-feira da semana seguinte à da publicação. c) terça-feira da semana seguinte à da publicação. d) segunda-feira da semana seguinte à da publicação. e) quinta-feira da semana seguinte à da publicação. 023. 023. (VUNESP/PREFEITURA DE BAURU-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) De acordo com o texto expresso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as a) entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. b) entidades sem fins lucrativos e os empregadores domésticos. c) microempresas e as empresas de pequeno porte. d) entidades filantrópicas e as entidades sem fins lucrativos. e) empresas de pequeno porte, as microempresas e os empregadores domésticos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 66 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 024. 024. (FCC/TST/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2017) A Empresa M, insatisfeita com a sentença que julgou parcialmente procedente na reclamação trabalhista movida por A, interpôs Recurso Ordinário no quinto dia de seu prazo. No oitavo dia, pagou e protocolizou petição juntando as guias de custas processuais e da efetivação do depósito recursal, com os valores corretos. Neste caso, e de acordo com o entendimento sumulado do TST, o Recurso Ordinário será a) recebido, uma vez que o depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso, sendo que a interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. b) considerado deserto, negado o seu recebimento, uma vez que deveria ser interposto juntamente com as guias de depósito recursal, sendo que a sua antecipação prejudica a dilação legal. c) recebido, uma vez que a empresa não tem obrigação de comprovar o depósito recursal, por ter perdido parcialmente a demanda. d) considerado deserto, negado o seu recebimento, pois o depósito recursal deveria ter sido realizado perante a instituição bancária no mesmo dia da interposição do recurso, mesmo que a comprovação fosse feita posteriormente. e) recebido, pois a regra de que a interposição antecipada prejudica a dilação legal no tocante à comprovação do depósito recursal só se aplica aos Recursos de Revista. 025. 025. (FGV/TRT/12ª REGIÃO-SC/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017) Em determinada reclamação trabalhista, o juiz julgou procedente em parte o pedido e, além de algumas parcelas requeridas na petição inicial, condenou a empresa por litigância de má-fé porque ela conduziu uma testemunha que deliberadamente mentiu para o magistrado em depoimento. Considerando que a empresa pretende recorrer da decisão, é correto afirmar que: a) a multa sequer precisa ser paga, porque o juiz não poderia condenar uma das partes como litigante de má-fé sem requerimento do adversário; b) será necessário depositar 50% da multa imposta para viabilizar o conhecimento do recurso; c) uma vez que a jurisprudência é omissa a respeito, a empresa deverá opor embargos declaratórios para que o juiz diga se o depósito será necessário; d) a empresa precisa depositar a totalidade da multa porque se trata de punição, sob pena de o recurso ser considerado deserto; e) a recorrente não terá de efetuar o depósito da multa por litigância de má-fé para recorrer. 026. 026. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017/ADAPTADA) Relativamente à aferição de requisitos extrínsecos de admissibilidade de recursos no processo do trabalho, de acordo com o entendimento dominante no Tribunal Superior do Trabalho, analise as seguintes proposições: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 67 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos I – Na contagem do prazo recursal serão computados apenas os dias úteis. II – Considera-se tempestivo o recurso interposto antes do termo inicial do seu prazo. III – O depósito recursal e as custas, quando exigíveis, serão realizados e comprovados no prazo alusivo ao recurso. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas as assertivas I, II estão corretas. b) Apenas as assertivas II e III estão corretas. c) Apenas a assertiva III está correta. d) Todas as assertivas estão corretas. 027. 027. (FCC/TRT/11ª REGIÃO/AM E RR/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) As empresas A e B foram condenadas solidariamente na reclamação trabalhista Z pretendendo ambas as empresas interpor Recurso Ordinário. A empresa A interpôs Recurso Ordinário no quinto dia do prazo recursal e depositou o valor do depósito recursal de forma integral. Neste caso, o depósito recursal a) efetuado pela empresa A não aproveita a empresa B, em nenhuma hipótese, uma vez que o depósito recursal possui caráter personalíssimo. b) efetuado pela empresa A aproveita a empresa B, exceto se aquela pleiteia sua exclusão da lide. c) efetuado pela empresa A aproveita a empresa B, exceto se as empresas possuírem procuradores distintos. d) é devido na proporção de 50% para cada empresa, sendo que o depósito integral da empresa A, não exime a empresa B de efetuar o depósito da sua parte, podendo a empresa A requerer o levantamento da parte que depositou a maior. e) é devido na proporção de 50% para cada empresa, sendo que o depósito integral da empresa A, exime a empresa B de efetuar o depósito da sua parte. 028. 028. (TRT/3ª REGIÃO-MG/BANCA DO ÓRGÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A partir de súmula do TST, conclui-se que na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo na hipótese de decisão: a) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para juízo do mesmo Tribunal Regional daquele a que se vincula o juízo excepcionado. b) De Vara do Trabalho contrária à súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST. c) De Turma do TRT contrária à súmula do mesmo Tribunal. d) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal. e) De Vara do Trabalho contrária à súmula ou Orientação Jurisprudencial do TRT a que se vincula. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 68 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 029. 029. (FCC/TRT/19ª REGIÃO-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2014) No tocante aos recursos no Processo do Trabalho, considere: I – A capacidade, a legitimidade e o interesse são pressupostos recursais subjetivos. II – É computado em dobro o prazo para recurso das sociedades de economia mista e das empresas públicas. III – A inexistência de fato impeditivo ou extintivo dodireito de recorrer constitui pressuposto recursal subjetivo. IV – Havendo recurso ordinário em sede de ação rescisória, o depósito recursal só é exigido quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia. Está correto o que consta APENAS em a) II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) I e IV. e) II, III e IV. 030. 030. (CESPE/CPRM/ANALISTA/2013) Julgue os próximos itens, relativos ao processo do trabalho. O recolhimento do valor da multa imposta por litigância de má-fé é pressuposto objetivo para a interposição dos recursos trabalhistas. 031. 031. (CESPE/MPU/ANALISTA/DIREITO/2018) Acerca de procedimentos nos dissídios individuais e coletivos e de recursos no processo trabalhista, julgue o próximo item, à luz da CLT e da jurisprudência dos tribunais superiores. A partir da reforma trabalhista de 2017, os empregadores domésticos e as microempresas tornaram-se isentos do pagamento de depósito recursal. 032. 032. (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação e da execução no processo do trabalho. A decisão judicial proferida em dissídio individual que condenar o poder público com base em entendimento coincidente com orientação firmada no âmbito administrativo e emitida pelo próprio ente público por meio de parecer vinculante não se sujeitará ao duplo grau de jurisdição. 033. 033. (QUADRIX/CFO-DF/PROCURADOR JURÍDICO/2017) A respeito do processo do trabalho e da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue o item que se segue. Suponha-se que a empresa reclamada tenha sido condenada, na sentença por litigância de má-fé, ao pagamento de multa. Nesse caso, é pressuposto objetivo para interposição do recurso o recolhimento do valor da multa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 69 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 034. 034. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) A respeito do Direito Processual do Trabalho, julgue o item que se segue. No sentido jurídico, recurso é o meio processual estabelecido para provocar reexame de determinada decisão. Com base nesse conceito e no sistema recursal da Justiça do Trabalho, é correto afirmar que o agravo de instrumento seja o recurso cabível quando se deseja questionar ou modificar uma decisão proferida no curso do processo, conceitualmente conhecida como decisão interlocutória. 035. 035. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, relativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho. Conforme entendimento do TST, caso um estado da Federação seja condenado em dissídio individual trabalhista, a decisão condenatória não estará sujeita a reexame necessário se a condenação não ultrapassar o valor correspondente a quinhentos salários mínimos. 036. 036. (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabíveis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST. Não será considerado extemporâneo o recurso interposto antes da publicação de acórdão. 037. 037. (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Com base no entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue o item seguinte, acerca dos procedimentos nos dissídios individuais. O jus postulandi é aplicável aos recursos processados e julgados pelas varas do trabalho e pelos tribunais regionais do trabalho, alcançando, inclusive, o mandado de segurança. 038. 038. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos recursos no direito processual do trabalho, julgue o item a seguir. Segundo entendimento do TST, o benefício da justiça gratuita poderá ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, e, se o requerimento do benefício for feito na fase recursal, deverá ser formulado até o prazo final das contrarrazões do alusivo recurso. 039. 039. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos recursos no direito processual do trabalho, julgue o item a seguir. Caso seja imposta multa por litigância de má-fé a uma das partes do processo trabalhista, o recolhimento do valor dessa multa, segundo entendimento do TST, constituirá pressuposto objetivo para a interposição dos recursos de natureza trabalhista pela parte apenada com a referida sanção pecuniária. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 70 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 040. 040. (CESPE/TRT/10ª REGIÃO/DF E TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2013) Julgue os próximos itens, no que se refere aos princípios gerais do processo trabalhista. Segundo o TST, quando litisconsortes forem representados por diferentes procuradores, serão contados em dobro os prazos a eles disponíveis para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. 041. 041. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Acerca de recursos, execução trabalhista e dissídio coletivo, julgue os itens seguintes. É cabível recurso ordinário caso o juiz declare a incompetência absoluta em razão da matéria da justiça do trabalho e determine a remessa dos autos à justiça comum. 042. 042. (CESPE/TRT/17ª REGIÃO-ES/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) Julgue os itens subsequentes, com relação aos recursos e à execução no processo do trabalho. Não é cabível recurso ordinário de decisão que homologa acordo entre as partes, pois tal decisão é irrecorrível. 043. 043. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/ADVOCACIA/2013) No que concerne ao direito processual do trabalho, julgue os itens seguintes. Segundo a CLT, o recurso de agravo de instrumento é adequado para impugnar decisão interlocutória proferida na justiça do trabalho. 044. 044. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) Em relação ao direito processual do trabalho, julgue os itens a seguir. Segundo entendimento do TST, a regra prevista no CPC que prevê o prazo em dobro quando litisconsortes tiverem procuradores diferentes é inaplicável ao processo do trabalho, em face da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade. 045. 045. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, desde que examinados pela sentença e relativos ao capítulo impugnado. 046. 046. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, independentemente do capítulo impugnado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 71 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 047. 047. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo emprofundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. 048. 048. (CESPE/TRT/21ª REGIÃO-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2010/ ADAPTADA) Julgue o item subsequente: Assim como no processo civil, no processo do trabalho os recursos repousam na existência comum do efeito suspensivo. 049. 049. (INÉDITA/2023) Com relação aos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: A regra geral do efeito meramente devolutivo dos recursos trabalhistas será excepcionada quando uma das partes recorrentes demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 050. 050. (INÉDITA/2023) Com relação aos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: Para que o relator, no tribunal, possa conceder efeito suspensivo ao recurso ordinário, é necessário que o provimento do recurso seja provável, e que exista, comprovadamente, risco de dano grave ou de difícil reparação. 051. 051. (FUNDATEC/GHC-RS/ADVOGADO/2021) Em relação aos recursos no Processo do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA. a) Os Estados e os Municípios têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias e das fundações públicas. b) Os procuradores estaduais e municipais podem representar as respectivas autarquias e fundações públicas em juízo somente se designados pela lei da respectiva unidade da federação (Art. 75, IV, CPC de 2015) ou se investidos de instrumento de mandato válido. c) É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (Art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 72 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos d) O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do Art. 1.013 do CPC de 2015 (Art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. e) Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. Tal entendimento não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. Também, é inaplicável tal exigência relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença. 052. 052. (CEBRASPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação e da execução no processo do trabalho. A parte que interpuser recurso não precisará provar a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal, por ser este um fato notório. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 73 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos GABARITOGABARITO 1. a 2. C 3. E 4. c 5. b 6. d 7. C 8. a 9. a 10. b 11. b 12. b 13. d 14. c 15. c 16. a 17. d 18. b 19. E 20. c 21. a 22. e 23. a 24. a 25. e 26. d 27. b 28. d 29. d 30. E 31. E 32. C 33. E 34. E 35. C 36. C 37. E 38. E 39. E 40. E 41. C 42. E 43. E 44. C 45. E 46. E 47. C 48. E 49. C 50. E 51. a 52. E eXeRcÍcIo sobRe o DePÓsITo RecuRsal SUJEITO ISENTO PAGA METADE Pessoa Jurídica de Direito Público X Empregador Doméstico X Empresa de Pequeno Porte (EPP) X Massa Falida X Empresa em Recuperação Judicial X Entidades Filantrópicas X Microempreendedor Individual (MEI) X ECT – Correios X MPT X Microempresa (ME) X Entidades sem fins lucrativos X Beneficiário da Justiça Gratuita X O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 74 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO 001. 001. (CEBRASPE/PGM-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2023) Conforme a jurisprudência do TST quanto aos dissídios individuais em que a fazenda pública seja parte, estará sujeita ao reexame necessário a decisão a) contrária à fazenda pública, cuja condenação for em valor correspondente a mil salários mínimos para os estados. b) fundada em súmula ou orientação jurisprudencial do TST. c) fundamentada em acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recurso repetitivo. d) fundada em entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. e) consubstanciada em entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas. A decisão que condenar, em pecúnia, o Estado a pagar mais de quinhentos salários mínimos será sujeita a remessa necessária (art. 496, § 3º, II, CPC e Súmula n. 303, I, TST). As demais alternativas apresentam hipóteses que dispensam o reexame independentemente do valor da condenação, constantes do § 4º do art. 496 do CPC e da Súmula n. 303, II, TST. Letra a. 002. 002. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2022/ADAPTADA) Analise a assertiva a seguir: No Processo do Trabalho, os recursos terão efeito meramente devolutivo, sendo admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente, ou vice-presidente do tribunal recorrido. Trata-se da regra constante da Súmula n. 414, I, TST. Certo. 003. 003. (CEBRASPE/PG-DF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2022) À luz da sistemática processual trabalhista, julgue o próximo item. O depósito recursal será feito na conta vinculada do empregado e corrigido pelo índice da poupança, salvo para os beneficiários da justiça gratuita, que são isentos dessa obrigação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 75 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança (art. 899, § 9º, CLT). De toda forma, os beneficiários da justiça gratuita são isentos de efetuar depósito recursal (art. 899, § 10,CLT). Errado. 004. 004. (FCC/TRT/22ª REGIÃO-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022) Rosita ingressou com reclamação trabalhista em face do Bar Lua Cheia Ltda., alegando que no desempenho de suas funções de garçonete nunca recebeu gorjetas. Na sentença trabalhista, a juíza firmou convencimento de que o representante legal da reclamada alterou a verdade dos fatos em seu depoimento pessoal, ao alegar que em seu Bar nunca eram cobrados valores relativos às gorjetas, condenando, assim, a reclamada em multa por litigância de má-fé, no valor de 10% sobre o valor da causa corrigido. De acordo com jurisprudência pacificada do TST, se a reclamada ingressar com recurso ordinário a) não precisará pagar a multa por litigância de má-fé, mas deverá prestar caução ou garantir renda para que o recurso seja processado. b) deverá comprovar o recolhimento do depósito recursal, das custas processuais e da multa por litigância de má-fé, sob pena de não ser recebido seu recurso. c) não precisará recolher o valor da multa, uma vez que não é pressuposto para interposição de recursos trabalhistas. d) em razão dos princípios próprios do processo trabalhista, além dos valores do preparo, a reclamada deverá pagar o valor da multa por litigância de má-fé pela metade, sendo pago o restante se for mantida, em fase de execução de sentença. e) ante a falta de previsão legal, deverão ser opostos Embargos de Declaração para que a juíza esclareça sobre a necessidade ou não do recolhimento da multa para processamento do recurso. Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Letra c. 005. 005. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) Quanto ao seguro garantia judicial e fiança bancária em substituição a depósito recursal e para garantia da execução trabalhista, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 76 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos a) o valor do seguro garantia judicial para a execução trabalhista deverá ser igual ao montante original do pedido reclamado com os encargos e os acréscimos legais, inclusive honorários advocatícios, assistenciais e periciais, devidamente atualizados pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas, acrescido de, no mínimo, 35%. b) o seguro garantia judicial para ser aceito deve ser prestado por seguradora idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, cabendo ao juízo, quando receber a apólice do seguro garantia, conferir a sua validade mediante cotejo com o registro constante do sítio eletrônico da SUSEP. c) o contrato de seguro garantia que contiver cláusula de desobrigação decorrente de atos de responsabilidade exclusiva do tomador, da seguradora ou de ambos, ou ainda, cláusula que permita sua rescisão, só poderá ser utilizado para a substituição de depósito recursal. d) é permitida a utilização da mesma apólice de seguro para garantia de mais de um processo judicial, desde que a parte indique os números e as varas de tramitação dos respectivos processos, além do andamento processual atualizado. e) a apólice do seguro garantia judicial apresentada para a execução trabalhista perderá sua validade a partir do pedido de renovação da empresa tomadora. A questão, para ser resolvida, demanda memorização dos requisitos específicos do Ato Conjunto TST.CSJT.CGJT n. 1, de 16 de outubro de 2019, que dispõe sobre o uso do seguro garantia judicial e fiança bancária em substituição a depósito recursal e para garantia da execução trabalhista. Letra b. 006. 006. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) O depósito recursal: a) deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso sendo que a interposição antecipada deste prejudica a dilação legal. b) no agravo de instrumento corresponde a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar e não pode ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. c) será reduzido pela metade para as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. d) havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. e) das entidades sem fins lucrativos, dos beneficiários da justiça gratuita e dos empregadores domésticos, é isento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 77 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos a) Errada. O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal (Súmula n. 245 do TST). b) Errada. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial (art. 899, § 11, CLT). c) Errada. Tais litigantes são isentos (art. 899, § 10, CLT). d) Certa. É o entendimento da Súmula n. 128, III, TST. e) Errada. O primeiro e o último mencionados são destinatários de redução à metade (art. 899, § 9º, CLT). O beneficiário da justiça gratuita é isento (art. 899, § 10, CLT). Letra d. 007. 007. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/DIREITO/2022) A respeito do direito processual do trabalho, julgue o item. O depósito recursal recolhido no momento de interposição do agravo de instrumento que pretende destrancar recurso corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso que se pretenda destrancar, salvo se a sua finalidade for destrancar recurso de revista que insurja contra decisão contrária a súmula do Tribunal Superior do Trabalho, quando não haverá obrigatoriedade de se realizar o referido depósito de 50%. A cobrança ficou restrita ao art. 899, § § 7º e 8º, CLT. Certo. 008. 008. (FCC/TRT/9ª REGIÃO-PR/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2022) Considere: I – Instituto Cultural Sorriso Inocente é uma entidade filantrópica. II – Silvia Matos é empregadora doméstica. III – Associação de Voluntários Sol é uma entidade sem fins lucrativos. IV – Sono Bom Colchões Ltda. está em recuperação judicial. Todas respondem a reclamações trabalhistas, tendo sido sucumbentes em parte dos pedidos da petição inicial. Havendo interesse em interpor recurso ordinário, de acordo com a legislação vigente, são isentas do pagamento do depósito recursal, as que constam APENAS de a) I e IV. b) II e IV. c) I e III. d) II e III. e) I e II. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 78 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos A entidade filantrópica e a empresa em recuperação judicial são isentas (art. 899, § 10, CLT). As demais pagam o depósito por metade (art. 899, § 9º, CLT). Letra a. 009. 009. (FCC/TRT/14ª REGIÃO/RO E AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2022) A empresa de Cosméticos Babosa Ltda. pretende ingressar com recurso ordinário contra sentença que lhe condenou no pagamento de horas extras e férias em dobro em ação proposta por sua ex-vendedora. O prazo final para a interposiçãodo referido recurso foi dia 10/11 (5ª feira). A advogada da empresa protocolou seu recurso ordinário no dia 07/11 (2ª feira), desacompanhado da comprovação da efetivação do depósito recursal, o que fez no último dia do prazo (10/11). De acordo com a CLT e o entendimento sumulado do TST, a) o recurso ordinário será recebido e processado, uma vez que o depósito recursal pode ser comprovado dentro do prazo do recurso, sendo que a interposição antecipada não prejudica tal ato. b) o recurso ordinário será considerado deserto, pois a interposição deve vir necessariamente acompanhada dos comprovantes do depósito recursal e das custas processuais. c) somente se o depósito recursal fosse comprovado anteriormente ao término do prazo e a interposição do recurso ordinário fosse posterior, a dilação do prazo não seria afetada e ele seria recebido e processado. d) dentro do prazo legal, a empresa recorrente deveria necessariamente informar na peça de interposição do recurso que protestava pela juntada posterior, das guias do depósito recursal, para garantir seu direito ao recebimento e conhecimento do apelo. Não o fazendo, precluiu seu direito. e) a Vara do Trabalho determinará que a empresa justifique legalmente o motivo da interposição do recurso ordinário desacompanhado do comprovante do depósito recursal, sob pena de deserção. Trata-se do entendimento fixado na Súmula n. 245 do TST: “O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.” Letra a. 010. 010. (FGV/TRT/13ª REGIÃO-PB/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022) Em determinada demanda, o Tribunal Superior do Trabalho proferiu decisão desfavorável ao empregador, que figurava como demandado, condenando-o ao pagamento O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 79 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos de nove salários mínimos. Irresignado com o teor dessa decisão, o empregador interpôs recurso extraordinário, de modo que a causa fosse levada ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal. Ato contínuo, foi intimado a promover o recolhimento do depósito recursal para que o recurso pudesse ser admitido. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que o referido depósito recursal a) deve ser exigido, desde que previsto em lei. b) não pode ser exigido, pois é incompatível com a ordem constitucional. c) somente pode ser exigido se for observada a isonomia entre empregador e empregado. d) somente pode ser exigido até o limite expressamente previsto na ordem constitucional. e) é faculdade do juízo a quo exigi-lo, ou não, conforme a situação econômica do recorrente. Para o recurso extraordinário ao STF, não se exige depósito recursal. Trata-se do Tema n. 679 de Repercussão Geral do STF: JURISPRUDÊNCIA Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei n. 8.177 e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa n. 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho. Letra b. 011. 011. (FGV/OAB/2018) Em sede de reclamações trabalhista duas sociedades empresárias foram condenadas em primeira instância. A Massa Falida da Calçados Sola Dura Ltda. e a Institutos de Seguros Privados do Brasil, sociedade empresária em liquidação extrajudicial. Acerca do depósito recursal, na qualidade de advogado das empresas você deverá a) deixar de recolher o depósito recursal e custas nos dois casos, já que se trata de massa falida de empresa em liquidação extrajudicial. b) deixar de recolher o depósito recursal e as custas no caso da massa falida, mas recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudicial. c) recolher nos dois casos o depósito recursal e as custas, sob pena de deserção. d) deixar de recolher o depósito recursal no caso da massa falida, mas recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudicial e as custas para a massa falida. Esta questão cobra diretamente a regra da Súmula n. 86 do TST: Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 80 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 012. 012. (FGV/OAB/2012) Uma ação é movida contra duas empresas integrantes do mesmo grupo econômico e uma terceira, que alegadamente foi tomadora dos serviços durante parte do contrato. Cada empresa possui um advogado. No caso de interposição de recurso de revista, a) o prazo será computado em dobro porque há litisconsórcio passivo com procuradores diferentes. b) o prazo será contado normalmente. c) o prazo será de 10 dias. d) fica a critério do juiz deferir a dilação do prazo para não prejudicar os réus quanto à ampla defesa. A questão procurou saber se o candidato conhece a regra da OJ n. 310 da SDI-I do TST: “Inaplicável ao processo do trabalho a regra contida no art. 229, caput e § § 1º e 2º do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973) em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.” Esta OJ quer dizer que os litisconsortes com procuradores diferentes não possuem prazo em dobro no processo do trabalho. Letra b. 013. 013. (CESPE/OAB/2010) Considere que, em processo trabalhista, as empresas Delta e Echo sejam condenadas, de forma solidária, pelo juiz do trabalho, que ambas interponham recurso ordinário, que apenas Delta efetue o depósito recursal, e nenhuma delas pleiteie a exclusão da lide. Nessa situação hipotética, o recurso apresentado pela empresa Echo a) será deserto, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. b) será intempestivo, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. c) deverá ser conhecido, mas improvido, em razão de não ter sido efetuado o depósito recursal. d) estará apto a ser conhecido, visto que, sendo a condenação solidária, o depósito efetuado pela empresa Delta aproveita à empresa Echo. É a regra da Súmula n. 128, item III, TST, que estudamos em aula: “Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.” Como a Delta efetuou o depósito e não pede sua exclusão do processo, a empresa Echo poderá interpor o mesmo recurso sem efetuar depósito recursal. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 81 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 014. 014. (CESPE/OAB/2010) Em reclamação trabalhista, o advogado do reclamante interpôs recurso ordinário contra a sentença proferida pelo juiz de primeiro grau, que julgou improcedente o pedido de condenação em horas extras formulado pelo reclamante e indeferiu a oitiva das testemunhas arroladas, por entender que o depoimentodo reclamante era suficiente para o julgamento da demanda. Argumentando a tese do cerceamento de defesa, o advogado formulou pedido de anulação dos atos processuais, sem requerer expressamente a análise, pelo tribunal, das horas extras negadas. Ao se julgar o recurso ordinário no TRT, foi reconhecido o cerceamento de defesa e condenada a empresa a pagar ao reclamante as horas extras pleiteadas. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito da decisão do TRT. a) O recurso ordinário devolve toda a matéria para a análise do TRT, logo, reconhecido o cerceamento de defesa, deve o tribunal analisar a questão das horas extras. b) Não cabe ao TRT fazer nova análise de prova em sede de recurso ordinário, portanto o tribunal não poderia ter estabelecido condenação em horas extras. c) Não tendo o advogado requerido análise das horas extras, o julgamento deve limitar- se ao que foi expressamente pedido, logo, não poderia o TRT estabelecer condenação em horas extras. d) O TRT agiu equivocadamente, visto que, reconhecido o cerceamento de defesa, deveria ter designado data para a oitiva de testemunhas, e, só então, analisar o pedido de condenação em horas extras. Questões de mérito, restritas ao interesse das partes (como a procedência de horas extras), não são alcançadas pelo efeito translativo. O efeito translativo só autoriza o Tribunal a decidir questões de ofício quando tais questões forem de ordem pública, como coisa julgada, litispendência etc. Portanto, o TRT não poderia apreciar as horas extras de ofício. Letra c. 015. 015. (FGV/OAB/2010) Pedro ajuizou ação em face de seu empregador objetivando a satisfação dos pedidos de horas extraordinárias, suas integrações e consectárias. O seu pedido foi julgado improcedente. Recorre ordinariamente, pretendendo a substituição da decisão por outra de diverso teor, tempestivamente. Na análise da primeira admissibilidade recursal há um equívoco, e se nega seguimento ao recurso por intempestivo. Desta decisão, tempestivamente, se interpõe o recurso de agravo por instrumento, que tem seu conhecimento negado pelo Tribunal Regional, por ausência do depósito recursal referente à metade do valor do recurso principal que se pretendia destrancar, nos termos do artigo 899, § 7º da Consolidação das Leis do Trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 82 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Quanto à conduta do Desembargador Relator, é corretor afirmar que: a) ela está correta, uma vez que o referido artigo afirma que nos casos de interposição do recurso de agravo por instrumento é necessária a comprovação do depósito recursal de 50% do valor do depósito referente ao recurso que se pretende dar seguimento. b) ela está correta, uma vez que o preparo é requisito de admissibilidade recursal e, por isso, não pode estar ausente, sob pena de não conhecimento do recurso. c) ela está equivocada, pois em que pese haver a necessidade do preparo para a interposição do recurso de agravo por instrumento, no problema acima, o pedido foi julgado improcedente sendo recorrente o autor, portanto, dispensável o preparo no que se refere a depósito recursal. d) ela está equivocada, pois o recurso de agravo por instrumento, na esfera laboral é o único, juntamente com os embargos por declaração, que não necessita de preparo para a sua interposição. Você já sabe que, no caso de agravo de instrumento, o depósito recursal é o correspondente à metade do valor do depósito do recurso que a parte agravante quer destrancar. Todavia, o limite máximo dos depósitos recursais é o valor da condenação ainda não depositado no processo. Portanto, como não há valor de condenação, não há depósito recursal a ser efetuado. Letra c. 016. 016. (FGV/OAB/2010) Assinale a alternativa que apresente requisitos intrínsecos genéricos de admissibilidade recursal. a) Capacidade, legitimidade e interesse. b) Preparo, interesse e representação processual. c) Representação processual, preparo e tempestividade. d) Legitimidade, tempestividade e preparo. As demais alternativas apresentam pressupostos extrínsecos de admissibilidade, ora em totalidade, ora em mistura com pressupostos intrínsecos. Letra a. 017. 017. (AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL/2019) Segundo a legislação processual trabalhista, a respeito dos Recursos na Justiça do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA. a) Os recursos são interpostos por simples petição. b) A interposição do Recurso permite a execução provisória até a penhora, salvo exceções legais. c) O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 83 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos d) Os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial devem proceder o depósito recursal. e) Os recursos têm efeito meramente devolutivo, salvo exceções previstas em lei. a) Certa. É a regra do art. 899 da CLT. b) Certa. É a regra também presente no art. 899 da CLT. c) Certa. É a regra do art. 899, § 11º, CLT, incluída pela Reforma Trabalhista. d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta. Os três referidos sujeitos são isentos de depósito recursal (art. 899, § 10º, CLT). e) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta. É a regra também presente no art. 899 da CLT. Letra d. 018. 018. (IMA/PREFEITURA DE PENALVA-MA/ADVOGADO/2017) Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, CPC de 2015. De acordo com o entendimento sumulado do C.TST, qual o princípio do direito processual do trabalho está inserido na referida disposição? a) Princípios da conversibilidade e da dialeticidade. b) Princípios da fungibilidade e celeridade processual. c) Princípios da irrecorribilidade e da dialeticidade. d) Princípio da voluntariedade e do devido processo legal. A questão restringiu-se a cobrar os princípios literalmente apontados na Súmula n. 421, item II, TST: JURISPRUDÊNCIA Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, CPC de 2015. Aproveito para registrar que a alternativa “a” fala em “conversibilidade”, que é sinônimo de fungibilidade, como vimos em aula. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 84 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 019. 019. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU/2018) Acerca de procedimentos nos dissídios individuais e coletivose de recursos no processo trabalhista, julgue o próximo item, à luz da CLT e da jurisprudência dos tribunais superiores. O termo de conciliação realizado em audiência equivale a uma decisão judicial e, por isso, é passível de recurso. A conciliação celebrada em reclamação trabalhista, quando ocorre, faz com que o processo transite em julgado no exato momento da sua celebração (art. 831 da CLT), salvo para a Previdência Social, quanto a eventuais contribuições devidas. Logo, tal decisão não é recorrível, somente podendo ser impugnada por ação rescisória. Errado. 020. 020. (FCC/TRT/15ª REGIÃO-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Associação Promessa de Futuro, entidade sem fins lucrativos, e Bite Informática Ltda. foram condenadas em reclamação trabalhista, a primeira, de forma subsidiária, e a segunda, que foi empregadora do reclamante e está em recuperação judicial, como devedora principal, a pagarem ao reclamante verbas trabalhistas e rescisórias, sendo arbitrado à condenação o valor de R$ 100.000,00. Ambas pretendem recorrer da sentença, sendo que, em relação ao depósito recursal, a) nenhuma das reclamadas precisa fazer o recolhimento, tendo em vista tratar-se de entidade sem fins lucrativos e de empresa em recuperação judicial. b) deve ser recolhido por ambas as reclamadas, não importando tratar-se de entidade sem fins lucrativos e de empresa em recuperação judicial, tendo em vista que o depósito tem por finalidade a garantia do juízo. c) deverá ser recolhido pela metade pela Associação Promessa de Futuro, em razão de ser uma entidade sem fins lucrativos, e não precisará ser recolhido pela Bite Informática, que está isenta de seu recolhimento por estar em recuperação judicial. d) deverá ser recolhido pela metade por ambas as reclamadas, tendo em vista o benefício previsto em lei para as entidades sem fins lucrativos e para as empresas em recuperação judicial. e) deverá ser recolhido, por meio de depósito na conta vinculada do FGTS, pela Associação Promessa de Futuro, em razão de ser uma entidade sem fins lucrativos, e não precisará ser recolhido pela Bite Informática, que está isenta de seu recolhimento por estar em recuperação judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 85 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos De acordo com o art. 899, § 10º, CLT, as empresas em recuperação judicial são isentas do depósito recursal (Bite Informática). Ademais, conforme o § 9º do mesmo artigo, as entidades sem fins lucrativos em geral devem efetuar o depósito recursal, mas pela metade. Ambas as regras foram inseridas pela Reforma Trabalhista. Letra c. 021. 021. (FCC/TRT/2ª REGIÃO-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2018) Considere as seguintes decisões interlocutórias proferidas em reclamações trabalhistas: I – Decisão interlocutória de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. II – Decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado. De acordo com o entendimento Sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, a) ambas as decisões, apesar de interlocutórias, ensejam recurso imediato. b) nenhuma das decisões enseja recurso imediato em razão do princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias vigente no Direito Processual do Trabalho. c) somente a decisão interlocutória descrita no item “I” enseja recurso imediato. d) somente a decisão interlocutória descrita no item “II” enseja recurso imediato. e) as referidas decisões interlocutórias somente ensejariam recurso imediato se proferidas em reclamações trabalhistas em que uma das partes é Sindicato. Ambos os itens apresentados pelo enunciado se amoldam às exceções ao princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, previstas na Súmula n. 214 do TST. Letra a. 022. 022. (FCC/TRT/2ª REGIÃO-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2018) Na hipótese da disponibilização de sentença na sexta-feira, com publicação na segunda- feira e não havendo qualquer feriado ou ausência de expediente durante o prazo recursal, o último dia de prazo para a interposição de Recurso Ordinário será: a) sexta-feira da semana da publicação. b) quarta-feira da semana seguinte à da publicação. c) terça-feira da semana seguinte à da publicação. d) segunda-feira da semana seguinte à da publicação. e) quinta-feira da semana seguinte à da publicação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 86 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O dia da publicação é o dia do começo do prazo, e não é contado. Logo, o primeiro dia da contagem do prazo de 8 dias do Recurso Ordinário é terça-feira. Logo, como os prazos são contados em dias úteis, o último dia cairá na quinta-feira da semana seguinte, pois o enunciado admitiu a inexistência de feriados e de interrupções no expediente. Letra e. 023. 023. (VUNESP/PREFEITURA DE BAURU-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) De acordo com o texto expresso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as a) entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. b) entidades sem fins lucrativos e os empregadores domésticos. c) microempresas e as empresas de pequeno porte. d) entidades filantrópicas e as entidades sem fins lucrativos. e) empresas de pequeno porte, as microempresas e os empregadores domésticos. Esta é a regra do novo § 10º do art. 899 da CLT, no qual constam os três referidos sujeitos como isentos do depósito recursal. Letra a. 024. 024. (FCC/TST/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2017) A Empresa M, insatisfeita com a sentença que julgou parcialmente procedente na reclamação trabalhista movida por A, interpôs Recurso Ordinário no quinto dia de seu prazo. No oitavo dia, pagou e protocolizou petição juntando as guias de custas processuais e da efetivação do depósito recursal, com os valores corretos. Neste caso, e de acordo com o entendimento sumulado do TST, o Recurso Ordinário será a) recebido, uma vez que o depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso, sendo que a interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. b) considerado deserto, negado o seu recebimento, uma vez que deveria ser interposto juntamente com as guias de depósito recursal, sendo que a sua antecipação prejudica a dilação legal. c) recebido, uma vez que a empresa não tem obrigação de comprovar o depósito recursal, por ter perdido parcialmente a demanda. d) considerado deserto, negado o seu recebimento, pois o depósito recursal deveria ter sido realizado perante a instituição bancária no mesmo dia da interposição do recurso, mesmo que a comprovação fosse feita posteriormente. e) recebido, pois a regra de que a interposição antecipada prejudica a dilação legal no tocante à comprovação do depósito recursal só se aplica aos Recursos de Revista. 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(FGV/TRT/12ª REGIÃO-SC/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017) Em determinada reclamação trabalhista, o juiz julgou procedente em parte o pedido e, além de algumas parcelas requeridas na petição inicial, condenou a empresa por litigância de má-fé porque ela conduziu uma testemunha que deliberadamente mentiu para o magistrado em depoimento. Considerando que a empresa pretende recorrer da decisão, é correto afirmar que: a) a multa sequer precisa ser paga, porque o juiz não poderia condenar uma das partes como litigante de má-fé sem requerimento do adversário; b) será necessário depositar 50% da multa imposta para viabilizar o conhecimento do recurso; c) uma vez que a jurisprudência é omissa a respeito, a empresa deverá opor embargos declaratórios para que o juiz diga se o depósito será necessário; d) a empresa precisa depositar a totalidade da multa porque se trata de punição, sob pena de o recurso ser considerado deserto; e) a recorrente não terá de efetuar o depósito da multa por litigância de má-fé para recorrer. a) Errada. Tal multa pode ser aplicada, inclusive, de ofício pelo juiz (primeira frase do art. 793-C, caput, da CLT). b) Errada. Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Por isso, não pode o pagamento da multa ser considerado requisito extrínseco para admissibilidade de recursos, nem mesmo em certo percentual. c) Errada. Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Por isso, não pode o pagamento da multa ser considerado requisito extrínseco para admissibilidade de recursos. Veja que a jurisprudência não é omissa a respeito do tema. 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(MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017/ADAPTADA) Relativamente à aferição de requisitos extrínsecos de admissibilidade de recursos no processo do trabalho, de acordo com o entendimento dominante no Tribunal Superior do Trabalho, analise as seguintes proposições: I – Na contagem do prazo recursal serão computados apenas os dias úteis. II – Considera-se tempestivo o recurso interposto antes do termo inicial do seu prazo. III – O depósito recursal e as custas, quando exigíveis, serão realizados e comprovados no prazo alusivo ao recurso. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas as assertivas I, II estão corretas. b) Apenas as assertivas II e III estão corretas. c) Apenas a assertiva III está correta. d) Todas as assertivas estão corretas. Esta questão, originalmente, é diferente. Todavia, precisei adequá-la às atualizações da Reforma Trabalhista e restringir-me aos temas até então trabalhados. I – Certa. Os prazos no processo do trabalho, inclusive recursais, são contados em dias úteis. II – Certa. A partir do CPC de 2015, o recurso interposto antes do início do prazo é tempestivo, conforme o art. 218, § 4º. III – Certa. Conforme a Súmula n. 254 do TST, o depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso e a interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal. Ademais, conforme o art. 789, § 1º, parte final, da CLT, no caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. Letra d. 027. 027. (FCC/TRT/11ª REGIÃO/AM E RR/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) As empresas A e B foram condenadas solidariamente na reclamação trabalhista Z pretendendo ambas as empresas interpor Recurso Ordinário. A empresa A interpôs Recurso Ordinário no quinto dia do prazo recursal e depositou o valor do depósito recursal de forma integral. Neste caso, o depósito recursal O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 89 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos a) efetuado pela empresa A não aproveita a empresa B, em nenhuma hipótese, uma vez que o depósito recursal possui caráter personalíssimo. b) efetuado pela empresa A aproveita a empresa B, exceto se aquela pleiteia sua exclusão da lide. c) efetuado pela empresa A aproveita a empresa B, exceto se as empresas possuírem procuradores distintos. d) é devido na proporção de 50% para cada empresa, sendo que o depósito integral da empresa A, não exime a empresa B de efetuar o depósito da sua parte, podendo a empresa A requerer o levantamento da parte que depositou a maior. e) é devido na proporção de 50% para cada empresa, sendo que o depósito integral da empresa A, exime a empresa B de efetuar o depósito da sua parte. É a regra da Súmula n. 128, item III, TST, que estudamos em aula: “Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.” Como a Empresa A efetuou o depósito e não pede sua exclusão do processo, a Empresa B poderá interpor o mesmo recurso sem efetuar depósito recursal. Letra b. 028. 028. (TRT/3ª REGIÃO-MG/BANCA DO ÓRGÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A partir de súmula do TST, conclui-se que na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo na hipótese de decisão: a) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para juízo do mesmo Tribunal Regional daquele a que se vincula o juízo excepcionado. b) De Vara do Trabalho contrária à súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST. c) De Turma do TRT contrária à súmula do mesmo Tribunal. d) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal. e) De Vara do Trabalho contrária à súmula ou Orientação Jurisprudencial do TRT a que se vincula. Esta questão cobra as decisões interlocutórias passíveis de recurso imediato, previstas na Súmula n. 214 do TST, que as elenca: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução,não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I – súmula de tribunal superior; II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. EXEMPLO Mesmo que a União seja condenada em um bilhão de reais (muito mais que 1000 salários mínimos), se o entendimento utilizado para a condenação estiver respaldado em orientação vinculante firmada no âmbito administrativo de um órgão da própria União (manifestação, parecer ou súmula administrativa, desde que de caráter administrativamente vinculante), não haverá necessidade de reexame necessário (redundância proposital) pela instância superior. O TST, atento à modificação trazida pelo Novo CPC, alterou a sua Súmula n. 303, itens I e II, para fazer nela constar os mesmos parâmetros traçados pelo CPC para a remessa necessária. Confira: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 303, I – Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 10 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: todas as espécies de recursos que podem ser interpostos devem estar expressamente previstos em lei. Não é possível a criação de recursos para casos concretos específicos, nem a conjugação de elementos de vários recursos para justificar um só. Cada recurso deve ser regrado por disposições legais específicas e devidamente previsto na legislação processual. DICA Conclusão: o rol de recursos previstos em lei é fechado/ taxativo/numerus clausus . PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS: em regra, a parte que recorrer não poderá ter o mérito da decisão piorado contra ela própria, a menos que a parte contrária também recorra. Isso quer dizer que, dentre as minhas alegações em grau de recurso, eu não posso ter minha situação piorada em razão das minhas próprias impugnações. Existe uma exceção a esse princípio: as questões de ordem pública, que podem ser acolhidas em qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo Poder Judiciário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 11 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos EXEMPLO João, empregado, teve parte de seus pedidos acolhidos e parte julgada improcedente. João interpõe recurso ordinário a fim de ganhar, também, os pedidos que perdeu. O TRT, analisando seu recurso, percebe que existe ação idêntica à de João (mesmas partes, causa de pedir e pedidos) pendente de julgamento no mesmo Tribunal, o que configura litispendência. Logo, o TRT pode extinguir o processo de João sem resolução do mérito com fundamento em litispendência. Este é um caso de reforma da decisão em prejuízo do recorrente (reformatio in pejus). Obs.: Este exemplo de exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus também é válido como exemplo de Efeito Translativo, que é um efeito dos recursos, o qual estudaremos adiante. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ou CONVERSIBILIDADE): em alguns casos, o equívoco da interposição de um recurso inaplicável ao caso pode ser sanado pelo recebimento desse recurso errado como se ele fosse o recurso certo. Trata-se de receber um recurso errado como se fosse outro, o recurso correto. O órgão julgador percebe que a matéria alegada pelo recorrente geralmente é abordada em recurso diferente daquele que ela interpôs/opôs. EXEMPLO No TRT, a parte opõe embargos de declaração contra a decisão do relator, mas o relator recebe esse recurso como agravo interno, tendo em vista os fundamentos do recurso, que se amoldam muito mais ao agravo interno do que aos embargos de declaração. Este é o exemplo sustentado na Súmula n. 421, item II, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 421. Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, CPC de 2015. Se você não estiver entendendo a diferença entre as espécies de recursos neste momento, fique tranquilo: ao longo das duas aulas que teremos sobre o Sistema Recursal Trabalhista, estudaremos todas as espécies de recursos cabíveis, com seus requisitos e pressupostos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 12 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O Princípio da Fungibilidade não se aplica em casos de erros grosseiros, que são erros injustificáveis e impossíveis diante do bom-senso e da mínima lógica processual. Exemplo de erro grosseiro seria a interposição de recurso de revista quando, na verdade, o recurso cabível é o recurso ordinário. Estas duas espécies de recursos têm requisitos muito diferentes, inconfundíveis, especialmente no que tange ao tribunal competente para apreciar cada um. Obs.: Alguns doutrinadores, como Mauro Schiavi e José Augusto Rodrigues Pinto, sustentam que o Princípio da Fungibilidade teria como decorrência o Princípio da Variabilidade, segundo o qual a própria parte pode trocar o recurso interposto, se verificar que os pressupostos do outro recurso estão preenchidos de maneira mais patente. De acordo com essa lógica, se até mesmo o juiz pode, de ofício, receber um recurso como se fosse outro, por que a parte não poderia trocá-lo, dentro do prazo recursal? Obs.: Fica registrada, portanto, essa construção doutrinária, para robustecer seu conhecimento, embora tal princípio ainda não seja consagrado emcópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 90 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, CLT. Letra d. 029. 029. (FCC/TRT/19ª REGIÃO-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2014) No tocante aos recursos no Processo do Trabalho, considere: I – A capacidade, a legitimidade e o interesse são pressupostos recursais subjetivos. II – É computado em dobro o prazo para recurso das sociedades de economia mista e das empresas públicas. III – A inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer constitui pressuposto recursal subjetivo. IV – Havendo recurso ordinário em sede de ação rescisória, o depósito recursal só é exigido quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia. Está correto o que consta APENAS em a) II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) I e IV. e) II, III e IV. I – Certa. Tais pressupostos são, sim, os intrínsecos, também chamados de subjetivos. II – Errada. As empresas estatais são como quaisquer empresas privadas para fins de prazos processuais. Logo, não têm prazo dobrado. III – Errada. Tal pressuposto, na verdade, é objetivo (extrínseco). IV – Certa. É uma regra básica do depósito recursal: só existe se houve condenação em pecúnia. Esta regra também é reforçada na Súmula n. 99 o TST: Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente, sob pena de deserção. Letra d. 030. 030. (CESPE/CPRM/ANALISTA/2013) Julgue os próximos itens, relativos ao processo do trabalho. O recolhimento do valor da multa imposta por litigância de má-fé é pressuposto objetivo para a interposição dos recursos trabalhistas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 91 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Por isso, não pode o pagamento da multa ser considerado requisito extrínseco para admissibilidade de recursos. Errado. 031. 031. (CESPE/MPU/ANALISTA/DIREITO/2018) Acerca de procedimentos nos dissídios individuais e coletivos e de recursos no processo trabalhista, julgue o próximo item, à luz da CLT e da jurisprudência dos tribunais superiores. A partir da reforma trabalhista de 2017, os empregadores domésticos e as microempresas tornaram-se isentos do pagamento de depósito recursal. Os empregadores domésticos e as microempresas pagam depósito recursal, mas pela metade. É a regra do art. 899, § 9º: Art. 899, § 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. Errado. 032. 032. (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação e da execução no processo do trabalho. A decisão judicial proferida em dissídio individual que condenar o poder público com base em entendimento coincidente com orientação firmada no âmbito administrativo e emitida pelo próprio ente público por meio de parecer vinculante não se sujeitará ao duplo grau de jurisdição. Conforme o art. 496, § 4º, inciso IV, CPC, não existe remessa necessária quando a condenação do ente público se fundar em entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa (todos de caráter vinculante). Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 92 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 033. 033. (QUADRIX/CFO-DF/PROCURADOR JURÍDICO/2017) A respeito do processo do trabalho e da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue o item que se segue. Suponha-se que a empresa reclamada tenha sido condenada, na sentença por litigância de má-fé, ao pagamento de multa. Nesse caso, é pressuposto objetivo para interposição do recurso o recolhimento do valor da multa. Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Por isso, não pode o pagamento da multa ser considerado requisito extrínseco para admissibilidade de recursos (não se enquadra como preparo recursal). Errado. 034. 034. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR/DIREITO/2017) A respeito do Direito Processual do Trabalho, julgue o item que se segue. No sentido jurídico, recurso é o meio processual estabelecido para provocar reexame de determinada decisão. Com base nesse conceito e no sistema recursal da Justiça do Trabalho, é correto afirmar que o agravo de instrumento seja o recurso cabível quando se deseja questionar ou modificar uma decisão proferida no curso do processo, conceitualmente conhecida como decisão interlocutória. No processo do trabalho, vigora o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Logo, a sistemática civilista do agravo de instrumento não se aplica ao processo do trabalho. Nas raras hipóteses em que tais decisões são recorríveis, o recurso cabível é o ordinário ou o agravo interno, e não o agravo de instrumento. Errado. 035. 035. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Julgue o seguinte item, relativos aos procedimentos adotados em dissídios individuais da justiça do trabalho. Conforme entendimento do TST, caso um estado da Federação seja condenado em dissídio individual trabalhista, a decisão condenatória não estará sujeita a reexame necessário se a condenação não ultrapassar o valor correspondente a quinhentos salários mínimos. A rigor, esta regra consta originalmente do CPC. A banca colocou-a como “entendimento do TST” pelo fato de o TST reproduzir, em literalidade, a regra do CPC na Súmula n. 303. Confira o que enuncia o item I desta súmula: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 93 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 303, I – Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) 500 (quinhentos) salários mínimospara os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. Certo. 036. 036. (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Acerca dos recursos cabíveis perante a justiça trabalhista, julgue o próximo item considerando o entendimento do TST. Não será considerado extemporâneo o recurso interposto antes da publicação de acórdão. Esta questão foi anulada pela banca. Ela havia sido considerada “errada”, porque reproduzia o conteúdo da Súmula n. 434, item I, TST, já cancelada à época da prova. Ante o cancelamento da súmula em face da nova regra do art. 218, § 4º, CPC, o item está certo, porque o recurso, a partir do Novo CPC, pode ser interposto mesmo que o acórdão não tenha sido publicado (antes do início do prazo). Certo. 037. 037. (CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Com base no entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue o item seguinte, acerca dos procedimentos nos dissídios individuais. O jus postulandi é aplicável aos recursos processados e julgados pelas varas do trabalho e pelos tribunais regionais do trabalho, alcançando, inclusive, o mandado de segurança. O mandado de segurança não comporta o jus postulandi. É a regra da Súmula n. 425 do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 425. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 94 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 038. 038. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos recursos no direito processual do trabalho, julgue o item a seguir. Segundo entendimento do TST, o benefício da justiça gratuita poderá ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, e, se o requerimento do benefício for feito na fase recursal, deverá ser formulado até o prazo final das contrarrazões do alusivo recurso. Conforme a OJ n. 269 da SDI-I do TST, o requerimento de justiça gratuita em fase recursal deve ser formulado no prazo do recurso da própria parte (recurso principal), e não no prazo das contrarrazões da parte contrária. Errado. 039. 039. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos recursos no direito processual do trabalho, julgue o item a seguir. Caso seja imposta multa por litigância de má-fé a uma das partes do processo trabalhista, o recolhimento do valor dessa multa, segundo entendimento do TST, constituirá pressuposto objetivo para a interposição dos recursos de natureza trabalhista pela parte apenada com a referida sanção pecuniária. Conforme a OJ n. 409 da SDI-I do TST, “o recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista”. Por isso, não pode o pagamento da multa ser considerado requisito extrínseco para admissibilidade de recursos (não se enquadra como preparo recursal). Errado. 040. 040. (CESPE/TRT/10ª REGIÃO/DF E TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2013) Julgue os próximos itens, no que se refere aos princípios gerais do processo trabalhista. Segundo o TST, quando litisconsortes forem representados por diferentes procuradores, serão contados em dobro os prazos a eles disponíveis para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. A regra do prazo dobrado a litisconsortes com procuradores distintos (em processos físicos, a partir do Novo CPC) não é aplicável ao processo do trabalho, por ofender o princípio da celeridade. Trata-se da regra interpretativa da OJ n. 310 da SDI-1 do TST, tratada em aula: “Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e § § 1º e 2º, CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.” Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 95 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 041. 041. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Acerca de recursos, execução trabalhista e dissídio coletivo, julgue os itens seguintes. É cabível recurso ordinário caso o juiz declare a incompetência absoluta em razão da matéria da justiça do trabalho e determine a remessa dos autos à justiça comum. Trata-se de uma excepcional hipótese de recorribilidade imediata de decisão interlocutória (recurso ordinário ao TRT). A Súmula n. 214, item c, TST estabelece a seguinte hipótese de recurso imediato contra tais decisões: “que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, CLT.” Certo. 042. 042. (CESPE/TRT/17ª REGIÃO-ES/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) Julgue os itens subsequentes, com relação aos recursos e à execução no processo do trabalho. Não é cabível recurso ordinário de decisão que homologa acordo entre as partes, pois tal decisão é irrecorrível. Esta é uma questão em que o examinador buscou ser o mais malicioso possível. De fato, a sentença homologatória de acordo é irrecorrível, mas a parte final do art. 831, parágrafo único, da CLT dispõe: “salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.” Logo, é cabível recurso ordinário contra a sentença homologatória de acordo, desde que por parte do INSS, e não pelas partes. O professor entende que esta questão não é tão capaz de bem selecionar um candidato, uma vez que do enunciado da questão é praticamente impossível saber se o examinador está cobrando a regra geral ou sua exceção. Errado. 043. 043. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/ADVOCACIA/2013) No que concerne ao direito processual do trabalho, julgue os itens seguintes. Segundo a CLT, o recurso de agravo de instrumento é adequado para impugnar decisão interlocutória proferida na justiça do trabalho. No processo do trabalho, vigora o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Logo, a sistemática civilista do agravo de instrumento não se aplica ao processo do trabalho. Nas raras hipóteses em que tais decisões são recorríveis, o recurso cabível é o ordinário ou o agravo interno, e não o agravo de instrumento. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 96 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos 044. 044. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) Em relação ao direito processual do trabalho, julgue os itens a seguir. Segundo entendimento do TST, a regra prevista no CPC que prevê o prazo em dobro quando litisconsortes tiverem procuradores diferentes é inaplicável ao processo do trabalho, em face da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade. Trata-se da regra interpretativa da OJ n. 310 da SDI-1 do TST, tratada em aula: “Inaplicável ao processodo trabalho a norma contida no art. 229, caput e § § 1º e 2º, CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.” Certo. 045. 045. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, desde que examinados pela sentença e relativos ao capítulo impugnado. Conforme a Súmula n. 393, item I, TST, a transferência dos fundamentos da inicial e da defesa ao Tribunal ocorre mesmo que tais fundamentos não tenham sido examinados pela sentença, bastando que sejam relativos ao capítulo da sentença que houver sido impugnado no recurso. Confira o enunciado do referido entendimento sumulado: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 393, I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. Errado. 046. 046. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, independentemente do capítulo impugnado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 97 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Devem tais fundamentos ser relativos ao capítulo impugnado da sentença, como condição para a transferência dos fundamentos da inicial e da defesa ao Tribunal. Esta é, em verdade, a única condição para tal transferência. Confira o enunciado da Súmula n. 393, item I, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 393, I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. Errado. 047. 047. (INÉDITA/2023) Considerando o entendimento pacificado pelo TST a respeito dos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. Agora sim! O item sob julgamento está em perfeita conformidade com a Súmula n. 393, item I, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 393, I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. Certo. 048. 048. (CESPE/TRT/21ª REGIÃO-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2010/ ADAPTADA) Julgue o item subsequente: Assim como no processo civil, no processo do trabalho os recursos repousam na existência comum do efeito suspensivo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 98 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Como regra geral, os recursos trabalhistas têm efeito meramente devolutivo. O efeito suspensivo só existirá em casos excepcionais, quando o órgão julgador do recurso, por meio de seu relator, conceder tal efeito, tendo em vista os parâmetros do CPC (especialmente o da probabilidade de provimento do recurso). Errado. 049. 049. (INÉDITA/2023) Com relação aos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: A regra geral do efeito meramente devolutivo dos recursos trabalhistas será excepcionada quando uma das partes recorrentes demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. São estes, exatamente, os requisitos alternativos para concessão de efeito suspensivo aos recursos (art. 1.012, § 4º, CPC). Certo. 050. 050. (INÉDITA/2023) Com relação aos efeitos dos recursos trabalhistas, julgue o item subsequente: Para que o relator, no tribunal, possa conceder efeito suspensivo ao recurso ordinário, é necessário que o provimento do recurso seja provável, e que exista, comprovadamente, risco de dano grave ou de difícil reparação. Na verdade, tais requisitos são alternativos: ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em fundamentação relevante. Confira a redação do art. 1.012, § 4º, CPC: “Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.” É claro que, se a parte demonstrar a existência dos dois requisitos, não haverá prejuízo. De toda forma, a questão erra ao afirmar que tais requisitos devam necessariamente ser preenchidos em conjunto. Errado. 051. 051. (FUNDATEC/GHC-RS/ADVOGADO/2021) Em relação aos recursos no Processo do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 99 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos a) Os Estados e os Municípios têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias e das fundações públicas. b) Os procuradores estaduais e municipais podem representar as respectivas autarquias e fundações públicas em juízo somente se designados pela lei da respectiva unidade da federação (Art. 75, IV, CPC de 2015) ou se investidos de instrumento de mandato válido. c) É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (Art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. d) O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do Art. 1.013 do CPC de 2015 (Art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. e) Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentosda decisão recorrida, nos termos em que proferida. Tal entendimento não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. Também, é inaplicável tal exigência relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença. a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta a OJ n. 318, I, SDI-I, TST, que enuncia: “Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias e das fundações públicas.” b) Certa. Reproduz o entendimento fixado na OJ n. 318, II, SDI-I, TST. c) Certa. Reproduz o entendimento fixado na Súmula n. 383, I, TST. d) Certa. Reproduz o entendimento fixado na Súmula n. 393 do TST. e) Certa. Reproduz o entendimento fixado na Súmula n. 442 do TST. Letra a. 052. 052. (CEBRASPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Julgue o próximo item à luz da jurisprudência do TST acerca dos recursos na justiça do trabalho, da liquidação e da execução no processo do trabalho. A parte que interpuser recurso não precisará provar a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal, por ser este um fato notório. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 100 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos O primeiro trecho da Súmula n. 385, I, TST, enuncia: “Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, CPC de 2015).” Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br Abra caminhos crie futuros gran.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Sumário Apresentação Recursos Trabalhistas – Parte I 1. Princípios dos Recursos Trabalhistas 2. Efeitos dos Recursos Trabalhistas 3. Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos Trabalhistas 3.1. Pressupostos Intrínsecos de Admissibilidade 3.2. Pressupostos Extrínsecos de Admissibilidade 4. Juízos de Admissibilidade e de Mérito dos Recursos 4.1. Juízo de Admissibilidade 4.2. Juízo de Mérito dos Recursos Exercícios Gabarito Gabarito Comentadoprovas. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: antes de conceituar este princípio, devo alertar que ele tem sido interpretado como relativo, e não absoluto. Essa “relatividade” deve-se à majoritária interpretação de que o Duplo Grau de Jurisdição NÃO É um princípio de hierarquia constitucional. Os que defendiam a natureza constitucional deste princípio diziam que ele estava implícito no art. 5º, LV, da Constituição, que diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” A necessidade de respeito ao duplo grau de jurisdição, segundo eles, devia-se à garantia dos “recursos” inerentes ao contraditório e à ampla defesa. Essa tese não tem prevalecido na doutrina e na jurisprudência, que só reconhece a natureza constitucional do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa. Professor, e o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? Que natureza ele teria, afinal de Professor, e o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? Que natureza ele teria, afinal de contas?contas? Tal princípio, caro(a) aluno(a), tem natureza infraconstitucional. O direito processual brasileiro, tanto o civil como o trabalhista, é estruturado de modo a permitir a recorribilidade de quase todas as decisões judiciais. Portanto, tal princípio tem servido como “inspiração” para a criação dos recursos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 13 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Há poucos casos de irrecorribilidade de decisões, como a sentença que homologa acordo em reclamação trabalhista, contra a qual somente cabe ação rescisória. Veja: embora não caiba recurso propriamente dito, cabe um determinado meio de impugnação autônomo (ação rescisória), que de certa forma dá efetividade ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa. 2 . eFeITos Dos RecuRsos TRabalhIsTas2 . eFeITos Dos RecuRsos TRabalhIsTas Antes de estudar as conceituações dos efeitos dos recursos, é importante conhecer dois termos técnicos em latim, muito envolvidos nos conteúdos referentes aos recursos: • Juízo a quo: órgão judicial que proferiu a decisão recorrida e remete o recurso à instância superior (Juízo Inicial); • Juízo ad quem: órgão judicial que analisará o recurso interposto e remetido (Juízo Final). O efeito principal e mais notável nos recursos trabalhistas é o Efeito Devolutivo. Abaixo, conceituá-lo-ei. EFEITO DEVOLUTIVO: toda a matéria envolvida pelo recorrente em seu recurso é devolvida ao juízo ad quem, para reanálise das questões. O efeito devolutivo alcança somente as partes da decisão impugnadas pelo recorrente. Na Justiça do Trabalho, fala-se em efeito devolutivo em profundidade. A profundidade do efeito devolutivo é interpretada do seguinte modo: o juízo ad quem recebe em devolução toda a matéria envolvida pelo recorrente no recurso, inclusive com todos os fundamentos trazidos na petição inicial e na contestação, mesmo que a sentença não tenha adotado tais fundamentos e ainda que as contrarrazões do recurso não mencionem tais fundamentos. Essa interpretação foi fixada na Súmula n. 393, item I, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 393, I – O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, § 1º, CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. EFEITO SUSPENSIVO: o efeito suspensivo é uma exceção nos recursos trabalhistas, só podendo ser concedido em restritas hipóteses legais. O efeito suspensivo consiste na suspensão dos efeitos da decisão recorrida até que o juízo ad quem julgue o recurso interposto, para decidir se reforma, ou não, a decisão recorrida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 14 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos No CPC de 1973, era usual a ação cautelar para pedir efeito suspensivo a algum recurso. Com o Novo CPC, a regra muda. O pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo, desde que demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, CPC). Tais pressupostos são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro. DICA 1) Probabilidade de provimento do recurso; OU 2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de dano grave ou de difícil reparação . Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa “relevância”. A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina. Ainda sobre o efeito suspensivo, é importante conhecer a Súmula n. 414, I, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 414, I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente, ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, CPC de 2015. II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória. Você aprendeu que as decisões interlocutórias no processo do trabalho são, em regra, irrecorríveis de imediato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 15 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos As decisões que concedem ou negam tutelas provisórias no meio do processo são decisões interlocutórias. Logo, tais decisões não são impugnáveis mediante qualquer recurso de forma imediata. Portanto, se alguma das partes entender que o juiz violou direito líquido e certo seu na decisão que concedeu ou denegou o pedido de tutela provisória, tal parte poderá impetrar o MS. Entretanto, existem casos em que as tutelas provisórias são concedidas na própria sentença. Casos práticos frequentes são de liberação do saque do FGTS e expedição de alvará para habilitação no programa seguro-desemprego, mesmo que a empresa interponha recurso ordinário. Portanto, se a empresa quiser impugnar essa tutela provisória concedida na sentença, deverá fazê-lo nas razões do mesmo Recurso Ordinário queinterporá para alegar as demais questões. A Súmula n. 414 ainda esclarece que, se essa violação for tão grave, a empresa reclamada poderá requerer ao TRT a concessão de efeito suspensivo ao capítulo da sentença que concede a tutela provisória, de modo a impedir que ela produza efeitos. A Súmula n. 414 do TST pacificou a aplicação supletiva e subsidiária, ao processo do trabalho, do § 5º do art. 1.029 do CPC, que dispõe: Art. 1.029, § 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido: I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência) II – ao relator, se já distribuído o recurso; III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência) Até que um recurso seja analisado pelo tribunal competente, enfrentam-se alguns procedimentos. O recurso, além de ser interposto, deve ser admitido, remetido à instância competente e distribuído para um relator. Apesar dessas várias fases até que o recurso seja analisado definitivamente, é possível que, no meio delas, o recorrente tenha razões para requerer efeito suspensivo ao recurso. Neste ponto, informações importantíssimas costumam ser exploradas em provas: para qual autoridade deverá ser dirigido o requerimento de efeito suspensivo? A resposta é: depende da fase procedimental em que estiver o recurso. Apresentarei uma ilustração para ajudá-lo a identificar a autoridade competente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 16 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos EFEITO TRANSLATIVO: este efeito já foi citado anteriormente como uma exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus. Quando o juízo ad quem analisa o recurso interposto, bem como as contrarrazões da parte recorrida, ele pode verificar a existência de questões de ordem pública no processo, que possam ser inclusive resolvidas de ofício pelo órgão, independentemente de requerimento de qualquer das partes. Casos de questões de ordem pública são vários, destacadamente coisa julgada, litispendência, ausência de pressupostos processuais (valor nos pedidos, certeza e determinação dos pedidos), falta de interesse processual, dentre outros. Se o juízo ad quem constatar a existência de qualquer dessas questões, ele poderá se manifestar sobre ela de imediato, sem que essa manifestação acarrete vício na decisão por ser “ultra, extra ou citra petita”. Repetirei o exemplo dado na descrição de um dos princípios estudados acima: João, empregado, teve parte de seus pedidos acolhidos e parte julgada improcedente. João interpõe recurso ordinário a fim de ganhar, também, os pedidos que perdeu. O TRT, analisando seu recurso, percebe que existe ação idêntica à de João (mesmas partes, causa de pedir e pedidos) pendente de julgamento no mesmo Tribunal, o que configura litispendência. Logo, o TRT pode extinguir o processo de João sem resolução do mérito com fundamento em litispendência, mesmo que nenhuma das partes recorridas tenha sequer chegado perto de alegar litispendência. EFEITO SUBSTITUTIVO: a decisão proferida pelo juízo ad quem, em grau de recurso, substitui a decisão de mérito proferida pelo juízo recorrido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 17 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Cuidado: essa “substituição” tem muito a ver com mérito. Trata-se de substituir uma decisão de mérito por outra, que pode escolher razões melhores e fundamentos jurídicos melhores para aquele caso concreto em análise. Também será caso de efeito substitutivo quando a decisão do órgão recursal conhece do recurso, mas mantém os exatos termos da decisão proferida em primeiro grau. Essa mera confirmação também tem conteúdo de substituição, pois é como se a autoridade da decisão recorrida fosse aumentada com a confirmação de um órgão hierarquicamente superior. Para sintetizar: Se a decisão judicial recorrida for anulada por vício de natureza processual, como erro no procedimento (ausência de tentativa de conciliação, cerceamento de defesa etc.), NÃO OCORRERÁ efeito substitutivo. Nesse caso, a decisão será anulada, e não haverá nem confirmação de seus termos e nem substituição por mérito distinto. EFEITO EXTENSIVO: O recurso interposto por uma das partes poderá ser aproveitado pelos litisconsortes dessa parte recorrente, a menos que os interesses dos litisconsortes sejam distintos/opostos. Este efeito tem previsão no art. 1.005 do CPC: Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 18 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o efeito extensivo só tem aplicabilidade no caso de litisconsórcio unitário, que é aquele em que a decisão judicial deve ser igual (uniforme) para todos os litisconsortes. Veja que o próprio nome já indica o conceito do efeito: as razões do recurso estendem- se aos litisconsortes do recorrente, se os interesses destes não forem conflitantes com os do recorrente. EXEMPLO Ronaldo, empresário individual reclamado, é condenado a pagar a integralidade das verbas postuladas por Zezinho, reclamante. O polo passivo dessa reclamação foi ocupado por Ronaldo e pela empresa XX Terceirizações, também reclamada. Logo, houve litisconsórcio passivo. Se somente Ronaldo interpuser Recurso Ordinário, a empresa XX Terceirizações poderá aproveitar os termos do recurso de Ronaldo, se os interesses desta empresa foram alinhados aos interesses de Ronaldo (exemplo: provimento do recurso para julgar indevidas todas as pretensões postuladas pelo reclamante Zezinho). Todavia, se Ronaldo suscitar em recurso questões conflitantes com os interesses da empresa, esta não aproveitará o recurso interposto. Imagina que Ronaldo pede em recurso que toda a responsabilidade pelo pagamento da condenação seja da empresa XX Terceirizações. Neste caso, é evidente que o Efeito Extensivo não ocorrerá, pois as razões do recurso não se estenderão à empresa. O Efeito Extensivo também tem repercussão na questão dos depósitos recursais, que consistem em um pressuposto de admissibilidade recursal inerente ao “Preparo”. Esta é uma matéria que estudaremos, ainda, ao longo desta aula. Para adiantar, apresento a Súmula n. 128, item III, TST, onde o efeito extensivo se manifesta sobre os depósitos recursais: JURISPRUDÊNCIATST, Súmula n. 128, III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. Detalharei os pontos técnicos desta súmula no Título pertinente aos pressupostos de admissibilidade recursais, onde abordaremos o depósito recursal, inclusive. EFEITO REGRESSIVO: Este efeito ocorre sempre que o juiz resolve retratar-se de uma decisão proferida anteriormente, reconsiderando-a e modificando seus termos. Basicamente, o juiz regride, volta atrás. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 19 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos No processo do trabalho, esse efeito pode ocorrer, por exemplo, quando o juiz indefere a petição inicial e o reclamante interpõe Recurso Ordinário, caso em que o juiz do trabalho, verificando o recurso, percebe seu erro e reconsidera sua decisão. A previsão legal para este “regresso” está no art. 331 do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, considerando-se que a apelação cível equivale ao recurso ordinário no processo do trabalho. Nesta hipótese específica (indeferimento da petição inicial e recurso ordinário contra a sentença), o juiz tem 5 dias para retratar-se. EFEITO EXPANSIVO: este efeito teve origem na Teoria da Causa Madura. Tal teoria dizia que o órgão competente para julgar o recurso poderia, desde logo, apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem mesmo entrou nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão recursal (ad quem) se a matéria a ser decidida de imediato fosse unicamente de direito ou, se fosse de fato, já houvesse ampla e suficiente dilação probatória sobre o fato. Em palavras técnicas, o juízo ad quem só poderia fazer isso se o processo já estivesse em condições de imediato julgamento. EXEMPLO Tiago ajuíza reclamação trabalhista contra Rocha Construções, postulando verbas rescisórias. Após o término da instrução processual com ampla produção de provas, a reclamação de Tiago é extinta sem resolução do mérito, porque o juiz entendeu haver coisa julgada, uma vez que já tinha tramitado processo anterior com as mesmas partes, que deram quitação integral ao contrato de trabalho. Todavia, esse processo anterior tinha como reclamante uma pessoa homônima de Tiago, isto é, com iguais prenome e sobrenome, fato que levou o juiz a confundir-se. Tiago interpõe Recurso Ordinário. Neste caso, o TRT, verificando que realmente não existe coisa julgada, pode julgar imediatamente o mérito do processo (procedência ou improcedência verbas rescisórias postuladas por Tiago), pois há plenas condições de imediato julgamento da causa, uma vez que toda a instrução probatória se esgotou e as partes declararam não ter outras provas a produzir. No CPC, o efeito expansivo tem previsão no art. 1.013, § § 3º e 4º: Art. 1.013, § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução do mérito]; II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita]; III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 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O TST reconhece a aplicabilidade do efeito expansivo no processo do trabalho, fazendo- lhe referência na Súmula n. 393, item II, TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 393, II – Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos. Para sintetizar: EFEITO DIFERIDO: este efeito é uma decorrência do Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias. Basicamente, o efeito diferido consiste no fato de a parte recorrer, após a sentença final, impugnando matéria decidida antes da sentença, isto é, em momento processual anterior. Como já estudamos, a regra do processo do trabalho é que as decisões interlocutórias proferidas pelos juízes durante a instrução processual – como indeferimento de provas – não podem ser objeto de recurso imediato. Portanto, essa impossibilidade torna necessário que o conteúdo da decisão interlocutória seja impugnado somente em momento processual posterior, lá na frente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 21 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Logo, vê-se que a impugnação da decisão interlocutória é diferida, isto é, postergada por necessidade. Veja: o Recurso Ordinário pode ser interposto para atacar a Sentença, correto? O efeito diferido consiste na impugnação de uma decisão judicial proferida antes mesmo dessa decisão recorrida (sentença). O TST, na OJ n. 92 da SDI-II, reconhece o efeito diferido aos recursos, nesses termos: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.” 3 . PRessuPosTos De aDMIssIbIlIDaDe Dos RecuRsos 3 . PRessuPosTos De aDMIssIbIlIDaDe Dos RecuRsos TRabalhIsTasTRabalhIsTas Pressupostos de admissibilidade dos recursos são elementos que devem ser demonstrados para que o recurso possa ser conhecido pelo juízo ad quem. São elementos sem os quais os recursos não podem prosseguir, isto é, não podem ser admitidos. Na teoria geral dos recursos, estuda-se que o Tribunal, ao julgar o recurso, declarará se ele foi Conhecido e, após, se foi Provido. Relembrarei a diferença entre esses dois fenômenos: CONHECIMENTO do Recurso: o recurso é conhecido quando preenche todos os pressupostos de admissibilidade (intrínsecos e extrínsecos), os quais estudaremos neste título da aula. O conhecimento do recurso é uma fase que não adentra no seu mérito: somente analisa os requisitos formais previstos em lei para que o órgão julgador admita analisar o teor do recurso. DICA Quando o órgão julgador diz “conheço do recurso” é o mesmo que se ele dissesse “admito o recurso” . PROVIMENTO do Recurso: o recurso, já conhecido, apresenta razões jurídicas que convencem o juízo ad quem a concordar com a parte recorrente e substituir a decisão recorrida. DICA Conclusão: um recurso pode ser conhecido, mas, mesmo assim, não provido . Isso ocorre quando o recurso é admitido, por conter todos os pressupostos de admissibilidade, mas as razões recursais não convencem o órgão julgador, e a decisão recorrida acaba sendo mantida . O conteúdo deste livro eletrônico é licenciadopara Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 22 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Já deixei escapar acima que os pressupostos de admissibilidade podem ser INTRÍNSECOS ou EXTRÍNSECOS. Esses pressupostos devem ser preenchidos em conjunto, sob pena de o recurso não ser conhecido (inadmitido). Não basta preencher os intrínsecos: deve a parte preencher os extrínsecos, e vice-versa. Abordarei tais pressupostos em subtítulos específicos, abaixo. 3 .1 . PRessuPosTos INTRÍNsecos De aDMIssIbIlIDaDe3 .1 . PRessuPosTos INTRÍNsecos De aDMIssIbIlIDaDe Os pressupostos intrínsecos são também chamados na doutrina de “pressupostos subjetivos”, pois eles se referem ao sujeito que pretende recorrer. Os pressupostos intrínsecos/ subjetivos existem para identificar quem pode recorrer e quem não pode. São pressupostos relacionados à pessoa. Existem três pressupostos intrínsecos: CAPACIDADE, LEGITIMIDADE e INTERESSE. 3 .1 .1 . caPacIDaDe É imprescindível que você tenha uma primeira noção teórica acerca das capacidades de atuação dos sujeitos processuais. Nos processos judiciais, existem três tipos de capacidade: 1) CAPACIDADE DE SER PARTE: todo e qualquer sujeito com personalidade civil, seja pessoa natural (física) ou jurídica, é capaz de se fazer presente, num processo, como parte, em busca da tutela jurisdicional de seu próprio direito. É suficiente, portanto, que a pessoa se encontre no exercício de seus direitos. • Confira o que dispõem os arts. 70 e 71 do CPC: Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Obs.: As pessoas que necessitem ser representadas (absolutamente incapazes) ou assistidas (relativamente incapazes) possuem, igualmente, a capacidade de ser parte. Afinal de contas, apesar de serem representadas/assistidas, o direito postulado em juízo pertence ao próprio representado/assistido; logo, é ele a parte do processo. 2) CAPACIDADE PROCESSUAL: as pessoas que possam buscar a tutela jurisdicional por conta própria, sem necessidade de representação ou assistência, isto é, as que possuam capacidade civil plena, possuem capacidade processual. Elas podem, autonomamente, contratar advogado ou, nos casos em que a lei permite, atuar sozinhas no processo (ações de Juizado Especial Cível, de valor não superior a vinte salários-mínimos, ou ações trabalhistas em geral). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 23 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Obs.: A capacidade processual é tradicionalmente denominada, também, como capacidade de estar em juízo. Essa denominação consta, inclusive, da redação do art. 70 do CPC. 3) CAPACIDADE POSTULATÓRIA: esta capacidade é tida pelas pessoas que tenham o poder de dar início a um processo judicial, por ato próprio. Normalmente, são os advogados, Defensores Públicos e o Ministério Público. • Quando a lei permitir que a parte ajuíze ação sem advogado (ações de Juizado Especial Cível, de valor não superior a vinte salários-mínimos, habeas corpus ou ações trabalhistas em geral), a pessoa que tiver capacidade processual terá, ao mesmo tempo, capacidade postulatória; • Se a parte plenamente capaz pretender ajuizar ação em que necessite de advogado, ela terá capacidade processual, mas não a capacidade postulatória. É por isso que ela precisa de alguém que tenha o poder de protocolar a petição inicial (advogado – art. 1º, inciso I, Estatuto da Advocacia e da OAB). Capacidade recursal coincide com a capacidade processual. A capacidade recursal (capacidade para recorrer) é diretamente ligada à capacidade para a prática de atos da vida civil (artigos 3º, 4º e 5º do Código Civil), isto é, a capacidade processual. Portanto, para a interposição do recurso, o relativamente incapaz deve ser assistido, e o absolutamente incapaz, representado. 3 .1 .2 . leGITIMIDaDe A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa (legitimidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a requerer a tutela do direito envolvido no conflito de interesses. Aplica-se a mesma lógica à legitimidade recursal, quando o recurso for interposto por uma das partes. Nos casos em que a lei permitir que terceiras pessoas interponham recursos, a legitimidade recursal terá um fundamento distinto: autorização legal pura e expressa, e não legitimidade para pleitear. DICA Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE ATIVA (do polo ativo – autor) . se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA (do polo passivo – réu) . O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 24 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Legitimidade recursal é a habilitação dada por lei à pessoa que, por estar em determinada condição, pode apresentar recurso contra a decisão judicial. Dentre outros, os principais casos de legitimados pela lei para recorrer são: • As próprias partes; • O terceiro prejudicado, quando demonstrar o nexo de dependência entre o interesse alegado e a relação jurídica resolvida na decisão sujeita a recurso; • Os litisconsortes e assistentes; • O Ministério Público do Trabalho, nas causas em que for parte ou atuar como fiscal da lei, ou em quaisquer das hipóteses em que a lei permita sua atuação; • O substituto processual; • O sucessor ou herdeiro; • A empresa condenada solidária ou subsidiariamente. 3 .1 .3 . INTeResse O entendimento do que é o “interesse recursal” começa da análise da essência do interesse processual propriamente dito, como condição para o ajuizamento das ações. Em razão disso, é necessária uma breve abordagem do interesse processual. Tradicionalmente, chama-se o interesse processual de interesse de agir. Portanto, é possível que você veja em provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de agir” ou “interesse processual”. O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade + adequação. Explicarei cada um destes itens. NECESSIDADE: a ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido, restaurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito for perfeitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade; logo, não existirá interesse. EXEMPLO A ação de consignação em pagamento só é necessária quando o credor de uma dívida se recusa a receber, desaparece, dentre outras hipóteses. Se o credor da dívida estiver disponível e colaborando para receber seu crédito, o devedor não terá interesse para o ajuizamento da ação de consignação em pagamento, em razão de a medida judicial ser desnecessária. ADEQUAÇÃO: não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se o autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou por uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão de avia processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse processual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 25 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos EXEMPLO José, condenado numa ação indenizatória, depois de um ano do trânsito em julgado da ação, pretende desconstituir a sentença que o condenou. Para isso, José ajuizou uma ação comum de revisão, enquanto, na verdade, deveria ajuizar ação rescisória, que é uma ação especialmente destinada à desconstituição da coisa julgada. Ao ajuizar uma ação de procedimento comum em primeira instância, José elegeu uma via processual inadequada; logo, José não tem interesse processual. Obs.: É possível que o autor tenha necessidade, mas não tenha interesse, uma vez que a necessidade deve aliar-se à adequação do meio processual escolhido (ação adequada) para ter interesse de agir (interesse processual), no sentido técnico da palavra. Agora, aplique a lógica da necessidade e da adequação à sistemática dos recursos: o sujeito recorrente deve demonstrar que tem um real e efetivo interesse na reanálise da decisão recorrida. Se ele não tiver nada a aproveitar com o reexame da matéria, ele não terá interesse recursal. Interesse recursal consiste na real possibilidade de eventual substituição da decisão recorrida favorecer seus interesses. Ademais, o recurso interposto deve ser adequado à matéria impugnada. O recurso de revista, por exemplo, somente pode ser interposto contra decisões dos TRTs, proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídios individuais. Eventual recurso de revista interposto contra decisão originária do TRT em dissídios coletivos será uma medida inadequada. A adequação do recurso é tratada, pela maioria da doutrina, como um pressuposto extrínseco de admissibilidade autônomo e propriamente dito. Embora, na teoria, a inadequação do recurso também acarreta falta de interesse recursal (pressuposto intrínseco), as provas, muito provavelmente, tratarão a adequação do recurso como um pressuposto extrínseco. EXEMPLO Se a sentença julgou parcialmente procedentes os pedidos do reclamante, ambas as partes terão interesse recursal: uma, para tentar a procedência de todos os pedidos; outra, para tentar a improcedência dos demais pedidos. EXEMPLO Alessandra ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa Mel Azul. O juiz do trabalho extingue o processo sem resolução do mérito porque Alessandra não atribuíra valores aos pedidos pecuniários que formulou. A empresa, mesmo assim, resolve recorrer ao TRT para que fosse declarada a prescrição total e extintiva de todos os direitos de Alessandra decorrentes do contrato de trabalho, pois já teriam se passado três anos da extinção do contrato até o ajuizamento da ação (prescrição bienal). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 26 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos A empresa recorreu alegando prescrição com fundamento no art. 1.013, § 4º, CPC, que trata do efeito expansivo (teoria da causa madura), que permite ao Tribunal decidir desde logo sobre prescrição, mesmo que o juiz não tenha se pronunciado. Neste contexto, a empresa, mesmo não tendo nenhum prejuízo em decorrência da extinção do processo sem resolução do mérito, demonstrou que tem interesse recursal por outras razões. No exemplo acima, você pôde perceber que o interesse recursal não precisa envolver valores, pedidos específicos ou procedência/improcedência. Ele pode ser representado por qualquer coisa que, em abstrato, possa favorecer juridicamente a parte recorrente. Naquele caso, a pronúncia de prescrição impossibilitaria o ajuizamento de nova ação pela ex-empregada Alessandra, dando-se força de coisa julgada material à relação jurídica. 3 .2 . PRessuPosTos eXTRÍNsecos De aDMIssIbIlIDaDe3 .2 . PRessuPosTos eXTRÍNsecos De aDMIssIbIlIDaDe Os pressupostos extrínsecos também são chamados na doutrina de pressupostos objetivos. Esses pressupostos relacionam-se não com o sujeito, mas, sim, com o recurso em si. Relacionam-se com as formalidades do recurso a ser interposto, com a peça. Sem esses pressupostos, a peça não pode ser nem mesmo analisada pelo juízo ad quem. Na doutrina, alguns autores enunciam os pressupostos extrínsecos com mais elementos, outros com menos. Escolhi trazer a você a lista de pressupostos apresentada por Carlos Henrique Bezerra Leite, que é uma das mais amplas. 3 .2 .1 . RecoRRIbIlIDaDe A decisão judicial que o recorrente pretende atacar deve ser suscetível de recurso. A lei deve prever a possibilidade de algum recurso contra a decisão impugnada. EXEMPLO 1) é recorrível a sentença que julga procedentes os pedidos do reclamante. 2) é irrecorrível a sentença que homologa acordo feito entre as partes em reclamação trabalhista (art. 831, parágrafo único, CLT). 3 .2 .2 . aDeQuaÇÃo A peça apresentada pelo recorrente deve ser adequada em face da decisão impugnada. Deve ser a espécie recursal que a lei aponta como correta diante do contexto. EXEMPLO O recurso adequado para impugnar sentença de juiz do trabalho é o Recurso Ordinário (art. 895, inciso I, CLT). Logo, se a parte apresentar um recurso de revista, o recurso será inadequado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 27 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Obs.: Quando o recurso apresentado for inadequado, será possível, em alguns casos, que o juízo ad quem convalide esse vício e receba o recurso como se fosse a peça adequada. Isso é o que estudamos como Princípio da Fungibilidade. Veremos adiante que os embargos de declaração servem para apontar omissão, contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso; já o agravo interno serve para atacar o mérito da decisão proferida monocraticamente pelo relator do Tribunal. O TST admite a aplicação da Fungibilidade em relação a esses recursos, recebendo um como se fosse o outro, em razão de o erro da parte não ser “grosseiro”. JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 421, II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, CPC de 2015. 3 .2 .3 . TeMPesTIVIDaDe Cada recurso deve ser interposto no prazo que a lei lhe conferir. Toda espécie de recurso terá seu prazo. Por exemplo, o recurso ordinário deve ser interposto em 8 dias, os embargos de declaração em 5 dias, o recurso extraordinário em 15 dias etc. Quanto ao prazo para interposição dos recursos, há vários detalhes. A partir do Novo CPC, é possível a interposição do recurso antes mesmo do início do prazo para sua interposição. É o que diz o art. 218, § 4º, CPC: “Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.” Essa nova disposiçãodeu causa ao cancelamento da Súmula n. 434 do TST, que considerava intempestivo (extemporâneo) o recurso interposto antes do início do prazo. Agora, o recurso só será intempestivo se for interposto após o término do prazo. Quanto aos prazos recursais, há ainda outras peculiaridades, que foram tratadas inclusive na aula sobre os Atos, Termos e Prazos Processuais. Abaixo, trarei algumas importantes considerações feitas em tal aula, envolvendo os prazos recursais. Durante o período de 20/12 a 20/01, os prazos para interposição de recursos, assim como os demais prazos processuais, permanecem suspensos. Veja o que diz o art. 775-A da CLT, recentemente criado: Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 28 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos § 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. § 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. Este artigo é muito recente: foi incluído pela Lei n. 13.545/2017, que é posterior à Reforma (não é fruto da Reforma). Basicamente, este art. 775-A criou nova hipótese legal de suspensão dos prazos processuais (inclusive recursais), que ocorre independentemente de qualquer manifestação no processo, seja do juiz, seja das partes. De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá. Eles continuarão onde pararam. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro dia de contagem, o quarto dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia útil (se não for dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente). Não confunda este período de suspensão processual (20/12 a 20/01) com o período de Recesso Forense (20/12 a 06/01), que é algo diferente: unidades judiciárias e tribunais não funcionam durante o recesso. Há, inclusive, notícias em sites considerados confiáveis da internet que apontam o período do art. 775-A erroneamente como de recesso. No recesso forense (20/12 a 06/01), não há expediente, e todos os prazos, audiências e sessões encontram-se suspensos. No período de 07/01 a 20/01, há expediente, mas, mesmo assim, todos os prazos, audiências e sessões encontram-se suspensos. Para sintetizar: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 29 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Ainda existe outra causa de suspensão dos prazos recursais: férias Coletivas dos Ministros do TST. Sempre que houver essas férias, os prazos recursais serão suspensos. É o que diz a Súmula n. 262, item II, TST: “O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais.” As férias coletivas dos Ministros do TST (e somente destes) suspendem apenas os prazos relativos a recurso (recursais). Os demais prazos fluem normalmente. Tome cuidado: as bancas já tentaram confundir os candidatos dizendo que as férias coletivas dos Desembargadores do TRT produziriam o mesmo efeito (suspensão de prazos recursais), o que é falso. Ainda sobre os prazos recursais, é fundamental conhecer a Súmula n. 385 do TST: JURISPRUDÊNCIA TST, Súmula n. 385, I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a tempestividade recursal; II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos; III – Admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo de instrumento, agravo interno, agravo regimental, ou embargos de declaração, desde que, em momento anterior, não tenha havido a concessão de prazo para a comprovação da ausência de expediente forense. Desde já, você precisa fixar as seguintes regras: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 30 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Feriados locais são os municipais e estaduais. Imagine que uma parte quer interpor recurso ordinário, e o faz no último dia do prazo. No meio desse prazo, houve um feriado municipal (Dia do Município), e a Vara do Trabalho não teve expediente. Portanto, como é na Vara do Trabalho onde o recurso ordinário deve ser interposto (para remessa ao TRT), o prazo ficará suspenso durante o referido feriado local. O relator do TRT, ao efetuar o segundo juízo de admissibilidade do recurso, pode não saber da existência do referido feriado municipal e inadmitir o recurso com base nisso. Portanto, a parte tem o dever de, no prazo do recurso, atestar, expressamente, a existência do feriado local. Se a parte não tiver feito esse destaque no recurso, o relator dará a ela o prazo de 5 dias para comprovar a existência de feriado local, sob pena de o recurso ser inadmitido, se o feriado local for determinante para a tempestividade do recurso (recurso só estaria dentro do prazo se o feriado local fosse reconhecido). O feriado forense, que é aquele determinado por lei federal ou pelo regimento interno do tribunal, deve ser atestado de ofício pela autoridade responsável pela admissibilidade do recurso ( juiz ou relator). Se tal autoridade não certificar o feriado forense, a parte prejudicada poderá interpor/ opor os seguintes recursos, a depender do caso: • Agravo de Instrumento: se for contexto de Recurso Ordinário inadmitido pelo juiz de primeiro grau ou de Recurso de Revista inadmitido pelo Presidente do TRT, por exemplo; • Agravo Interno: se for contexto de o relator, no TRT, inadmitir Recurso Ordinário ou o relator, no TST, inadmitir Recurso de Revista; • Agravo Regimental: quando a inadmissão do recurso ocorrer em hipótese para a qual o Regimento Interno assegure agravo regimental; • Embargos de Declaração: quando a inadmissão do recurso decorrer de omissão, contradição, obscuridade ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Eike mattiuzzo - 38083539880, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 31 de 101www.grancursosonline.com.br DIReITo PRocessual Do TRabalho Recursos Trabalhistas – Parte I Gustavo Deitos Obs.: Estudaremos melhor o cabimento desses recursos na segunda aula sobre o Sistema Recursal Trabalhista (Parte